História das Instituições Jurídicas – Direitos Reais | Legenda: C = Coisa(s)
Conceito de Objeto de Direito D)Coisas Consumíveis e Inconsumíveis
O conteúdo do direito subjetivo são as faculdades Consumíveis: se consome imediatamente. que proporciona ao titular. Inconsumíveis: não se consomem de imediato Objeto do direito subjetivo: é aquilo sobre o que com o uso normal (livro) incide o poder de seu titular. E) Coisas simples, compostas e coletivas No caso da propriedade, é ele a coisa sobre a qual Origem: Filosofia estóica recaem as faculdades de uso, gozo e disposição do Simples: forma um todo orgânico (animal) proprietário Composta: Um todo mecânico (navio) Conceito Jurídico de Coisa (res) Coletiva: forma um todo ideal (rebanho) Vulgar: Tudo que existe na natureza. F) Coisas Divisíveis e Indivisíveis Jurídico: É aquilo que pode ser objeto de direito Divisíveis: podem ser divididas de modo que as subjetivo patrimonial. partes fracionadas, embora quantitativamente menores Tudo que for suscetível de apropriação pelas pessoas, que o todo, conservem a essência e as funções sociais e desde que seja uma entidade econômica autônoma. econômicas dele. (terreno) Res: Abrange tudo, fora e dentro do patrimônio Indivisível: As que não podem ser divididas sem Pecunia: Só o que está dentro do patrimônio pessoal destruição. (escravo) Os critérios de classificação das coisas a) as coisas consideradas em relação a si mesmas; As coisas em relação a outras coisas b) as coisas consideradas em relação a outras coisas; Se classificam em principais e acessórias. c) as coisas consideradas qto a sua comercialidade; Principal: aquela a que a outra está unida em d) as coisas consdieradas quanto à ordem relação de dependência. econômico-social romana. Acessória: Sentido amplo: aquela que está subordinada à principal. As coisas em relação a si mesmas Pode ser parte dela, destacável ou não (sem a) corpóreas ou incorpóreas ela a coisa principal não é completa) b) móveis ou imóveis sem ser parte da principal (sem ser c) fungíveis ou infungíveis necessária para completar a principal) d) consumíveis ou inconsumíveis Ser coisa autônoma, estável, a serviço ou e) simples, compostas ou coletivas como ornamento daquela (princ). f) divisíveis ou indivisíveis. Exemplos: Coisas que dependem da principal: frutos A) Coisas corpóreas ou incorpóreas e benfeitorias. Origem: Filosóficoa: Cícero | Base: Aristóteles As coisas quanto a sua comerciabilidade CorpExistentes (quae sunt) (que se pode tocar) a) coisas in comercio e coisas extra commercium Inco Intelectuais (quae intelleguntur) (concepções|espírito) b) coisas in patrimônio e coisas extra patrimonium B) Coisas móveis e imóveis A) Coisas In Commercio e Coisas Extra Commercium Móveis: Podem deslocar-se de um lugar p/ outro sem In Commercio: são as suscetíveis de ser alteração na substância ou na sua forma. apropriadas por um particular, ou a um deles alienadas Semoventes: Que se movem por si – animais&escravos Via de regra as coisas são in commercio. Imóveis: O solo e tudo aquilo que, natural ou Extra Commercium: São insuscetíveis disso. artificialmente a ele se agrega plantação, construção Extra: dividem-se em: coisas de direito divino e Justiniano classificava imóveis em: coisas de direito humano. a) agri limitati (terrenos medidos por agrimensores e limites definidos por marcos) e agri arcifinales (os que não Res Divini iuris - 3 categorias: eram medidos, e cujos limites eram estabelecidos por acidentes a) Res sacrae (c sagradas) naturais); e deuses superiores, templos, objetos de culto b) praedia in solo itálico (que estava situados na Itália e b) Res religiosae (c religiosas) deuses manes (antepassados, subterrâneos) sepulturas que podiam ser propriedade de cidadãos romanos) e praedia provincialia (situados nas províncias do Est. Romano e podiam c) Res sanctae (c santas) Não consagradas aos deuses, eram tão importantes que ser usados por particulares). estavam sob proteção destes como os muros e portas da cidade C) Coisas Fungíveis e Infungíveis Res Humani Iuris – 3 categorias Fungíveis: genera, quantitates ou res quae pondere a) Res communes omnium (c comum a todos) numeor mensura consistunt. O ar, o mar – coisas da natureza a disposição de todos Que se pesam, medem, contam podem ser substituídas por b) Res Publicae (c públicas) outras da mesma espécie, quantidade ou qualidade. Coisas que o Estado coloca a disposição. Ruas, praças, bibliote. Classificadas pelo gênero (genera) e não pela individualidade c) Res universitatis (c da coletividade) Infungíveis: São aquelas que se leva em consideração a Pertencem não aos cidadãos individualmente, mas as cidades. própria individualidade. Não podem ser substituídas por outras. Ex. Escravos. Aviso. Usado no Dto Obrigacional O uso deste material é de responsabilidade do portador, não sendo responsável o autor por atos ilícitos cometidos com estes dados. (Mútuo Empréstimo – Fungível | Comodato – Infungível) História das Instituições Jurídicas – Direitos Reais | Legenda: C = Coisa(s) B) C “In Patrimonio” e C “Extra Patromimonium” Conceito e Natureza Jurídica: Denominações usadas frequentemente para significar Poder de fato, protegido juridicamente, que se o mesmo que res in commercio e res extra commercium exerce sobre uma coisa. Res Extra Patrimonium: Coisa que, embora suscetível de A propriedade é poder de direito, a posse de fato. alienação (e portanto, in commercio), não se encontra, num Na aplicação do Postliminium, o beneficiado dado momento, dentro do patrimônio de alguém (por readquiria seus direitos, mas não a posse, porque ela é exemplo, as res nullis, coisas de ninguém, como pérolas no um fato. fundo do mar; e as res drelictae, coisas abandonadas por seu Elementos da Posse dono e que ainda não foram apropriadas). Elemento Objetivo (possessio corpore, corpus) Patrimonium: o patrimônio de uma pessoa se computa Corpus: a matéria, o objeto físico somente o ativo (constituído quer de obrigações reais, quer de direitos pessoais), estando, conseqüentemente excluídas Elemento Subjetivo (animus) as obrigações. Animus: a intenção, vontade, ânimo de possuir a res As coisas quanto à ordem econômico-social romana Quando tinha Animus + Corpus, tinha juridicamente a Se classificam em res mancipi e res nec mancipi posse da coisa. Res Mancipi: Coisas mais valiosas. Posses Apenas podiam ser adquiridas mediante modos solenes a) Possessio naturalis como a mancipatio e a in iure cessio. (Tutor) Simples detenção (relação de fato, sem a Res Nec Mancipi: Coisas menos valiosas. intenção de assenhorar-se dela) Filii famílias e escra. Podiam ser adquiridas pela tradição (traditio), modo b) Possessio ad interdicta não solene de aquisição da propriedade. (Mulher poderia) Conjugam o corpus e o animus possidendi – --------------------------------------- intenção de assenhorear-se completamente da Direitos Reais e Sua Classificação coisa, tendo sobre ela poder de fato exclusivo. O direito real e suas características Protegido pelos interditos possessórios. a) atribuem ao titular poder direto sobre a coisa seu c) Possessio civilis objeto; Aquela que o ius civile atribui conseqüências b) são direitos absolutos (oponíveis contra todos) jurídicas, como a de conduzir a aquisição do c) estão protegidos por ações reais (actiones in rem) direito de propriedade pelo usucapião. intenta não contra uma pessoa determinada, mas contra quem quer que Denomina-se também possessio ex iusta causa tenha turbado a utilização da coisa. Modalidades de Posse d) outorgam ao titular a faculdade de seqüela. a) Possessio bonae fidei e possessio malae fidei Isto é, perseguir a coisa nas mãos de quem quer que a detenha. Boa fé – Má fé. e) dão ao titular a faculdade de preferência. Isto é, poder de afastar todos aqueles que reclamem a coisa com base b) Possessio iusta e possessio iniusta em direito pessoal ou em direito real posterior ao dele. Justa e Injusta Os direitos reais na concepção romana Vitia Possessionis (vícios da posse) Esta distinção direito real e pessoal feita hoje não 3-> ui (violência), clam (clandestinidade), precario havia na época romana. Era apenas feita no plano c) Possessio ex iusta e possessio ex iniusta causa procesual. Objeto da Posse - Requisitos Actio in rem Erga Omnes (contra todos); réu só é a) Seja in commercio conhecido quando viola o direito subjetivo b) Seja corpórea; e Actio in personam Ação contra pessoa determinada; c) Tenha individualidade própria. Réu somente poderá ser o devedor, o único obrigado. A classificação dos direitos reais Início da Posse Se agrupam em 2 categorias Clássico: Cojugação do corpus + animus a) de um lado, o mais amplo: o direito de propriedade; Ato material vinculado a uma certa vontade. b) de outro, os diferentes iura in re aliena Permanência e Término da Posse Permanência Pelo próprio possuidor ou por meio Direitos reais sobre a coisa alheia: (direitos reais limitados) de terceiro (corpore alieno), inclusive pessoa estranha à a) de gozo; e família, como um locatário. As servintutes (abrangiam servidões prediais), o Se desaparecesse um dos dois elementos (corpus ou usufructus (usufruto) e o usus (uso) | Justinianeu: animus), acarretaria seu término. emphiteusis (enfiteuse) e superfícies. Termina a posse quando: b) de garantia. -abandona a coisa a terceiro Pignus datum (penhor) e o pignus conuentum ou -ou perde, contra sua vontade, o poder de fato. hypotheca. Ordem de Exposição: Meios judiciais de proteção possessória - Possessio – elemento importante para aquisição dos Manute: 1 – Interditos retinendae possessionis causa direitos reais Recuper: 2 – Interditos reciperandae possessionis causa 1 – Interditos retinendae possessionis causa 2 – Interditos reciperandae possessionis causa Ambos – Proibitórios e duplos: proibitórios pq o pretor a) Interdito unde ui; (uis cottidiana) (uis armata) proibia que se fizesse alguma coisa, e duplos pq essa Reintegrar na posse aquele que dela fosse proibição se dirigia a ambas as partes. despojado violentamente. Apenas imóveis. a) O interdito UTI POSSIDETIS Imóveis b) Interdito de precário; Só protegia o possuidor cuja posse não fosse violenta, Convenção pela qual alguém permitia que outrem clandestina o precária. entrasse, precariamente, na posse de coisa de sua b) O interdito UTRUBI Móveis (escravos) propriedade. A qualquer momento o proprietário podia Diferenciava-se do uti possidetis em 2 pontos: pedir restituição da coisa (por isso precária). a) só conservava posse de coisas móveis; e c) Interdito de clandestina possessione. b) protegia apenas o possuidor que, no ano em curso, Obtivesse a recuperação da posse do imóvel tivesse estado mais tempo na posse da coisa. ocupado clandestinamente por terceiro. O uso deste material é de responsabilidade do portador, não sendo responsável o autor por atos ilícitos cometidos com estes dados. História das Instituições Jurídicas – Direitos Reais | Legenda: C = Coisa(s) Propriedade Modos de Aquisição da Propriedade Conceito: Os romanos ñ definiram dto d propriedade. a) De direito civil (ius civilis); Proprietário: regente e árbitro de sua res apenas aos cidadãos romanos. Direito de usar e abusar da coisa. ius mancipatio, a in iure cessio e a usucapio. Faculdade natural de se fazer o quiser sobre a coisa, exceto b) De direito natural (ius naturalis). aquilo que é vedado pela força ou pelo direito. cidadãos romanos e aos estrangeiros. ocupação, acessão, a especificação, a Tipos de Propriedade tradição e a aquisição de frutos. a) propriedade quiritária Outra classificação: Titular – cidadão romano, latino ou peregrino que tivesse o a) A título originário ius commercii. ocupação, a acessão, a especificação, a Objeto – coisa móvel ou imóvel. confusão, a comistão, a aquisição de tesouro, a b) propriedade bonitária aquisição de frutos, a adiudicatio, a litis Surgiu quando o pretor passou a proteger uma pessoa que, aestimatio e a aquisição ex lege. comprando uma res mancipi, a recebia do vendedor por meio b) A título derivado da simples traditio. a mancipatio, a in iure cessio e a traditio. c) propriedade provincial Modos de aquisição a título originário Existia apenas com relação a imóveis que estavam situados A) Ocupação nas províncias, às quais não tinha sido estendido o Ius Italicum. Apreensão de uma coisa sem dono, com a d) Propriedade peregrina intenção de fazê-la própria. Peregrinos não possuíam o ius commercii, não poderiam ter B) Acessão sobre coisas imóveis ou móveis, a propriedade quiritária. Ocorre quando duas coisas, natural ou artificialmente, se unem de maneira, que se Conteúdo do Direito de Propriedade separadas, não mais adquirem a Consiste no conjunto de poderes que o proprietário tem individualidade anterior. sobre a coisa. C) Especificação Atribui ao seu titular as faculdades de usar, gozar e dispor da Quando alguém, que não é o dono de uma coisa. (iura utendi, fruendi, abudtendi). coisa, nem age de acordo com ele, a Condomínio transforma em outra de função diversa da Diz-se que há comunhão jurídica, quando um direito primeira. pertence a duas ou mais pessoas. D) Confusão e Comistão Essa comunhão ou surge sem que haja interferência da xxx vontade dos sujeitos (communio incidens), ou deriva da E) Aquisição de tesouro vontade deles (societas). Impossibilidade de determinar sucessor. Direito Justinianeu: actio communi dividundo Se trate de coisa móvel de certo valor Servia para obter a divisão comum da coisa e para regular as F) Aquisição de frutos relações jurídicas entre os condôminos. Enquanto pendentes, são parte da coisa. Quando se destacam, tornam-se independentes, mas continuam a pertencer ao Modos de Aquisição a Título Derivado proprietário da coisa frutífera. A) Mancipatio G) Adiudicatio É o modo derivado de adquirir a propriedade, ex iure Mediante ato do Juiz. Quiritium, das res mancipi. É um negócio jurídico H) Litis aestimatio solene, iuris civilis (somente por quem tivesse ius Quando o réu negasse devolver objeto de commercii) litígio e pagasse o valor deste ao dono. B) In Iure Cessio I) Ex lege Modo derivado de adquirir a propriedade quiritária não só da res mancipi como também das Nec mancipi. Usucapião C) Traditio Modo de aquisição da propriedade sobre uma Significa entrega. coisa pela sua posse prolongada por certo tempo, nas É ela a transferência da posse de uma coisa, feita por condições estabelecidas na lei. alguém (o tradens) a outrem (o accipiens), com a intenção de transferir-lhe a propriedade, e com base Proteção da Propreidade numa causa jurídica (iusta causa). a) Quiritária No direito Justinianeu se tornou o único modo de res uindicatio (no caso do proprietário transferência da propriedade. desapossado da coisa; Requisitos: a actio negatória (para o proprietário negar a) Transferência da posse (elemento material) existência, em favor de outrem, de direito real b) Que a coisa seja suscetível de traditio sobre sua propriedade) res in commercio meios que tutelam os direitos de vizinhança corpórea c) Intenção do tradens e do accipiens de, b) Bonitária ou pretoriana respectivamente, transferir e adquirir a protegida principalmente, pela actio propriedade; publiciana e exceptio rei uenditae et traditae. d) Existência de causa jurídica (iusta causa) c) Propriedade Provincial e Peregrina Não conhecidos exatamente os meios. 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