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000832833
000832833
Guaratinguetá
2015
LUIZ RICARDO PRIETO HERCOS
Guaratinguetá
2015
Hercos, Luiz Ricardo Prieto
H539p Projeto estrutural e parametrização de uma comporta
deslizante utilizando o software inventor / Luiz Ricardo Prieto
Hercos . – Guaratinguetá , 2015
115 f. : il.
Bibliografia: f. 113-115
CDU 669.14
DADOS CURRICULARES
RESUMO
Este trabalho possui como principal objetivo elaborar e parametrizar uma comporta deslizante
conforme norma AWWA C561. Inicialmente uma pequena revisão bibliográfica é
apresentada com o intuito de fornecer o embasamento teórico necessário para realizar o
projeto e a parametrização. Diversos modelos 3D são criados, com vãos de 200 x 200 mm até
1500 x 1500 mm para verificar a funcionalidade do projeto e da parametrização. Simulações
em elementos finitos também foram realizadas utilizando os softwares Autodesk Inventor e
ANSYS Workbench. Sendo o ANSYS um software específico para simulações em elementos
finitos, os resultados obtidos no Inventor são comparados com os resultados do ANSYS para
validar sua utilização quanto a obtenção de tensões de von Mises e deslocamento. Após a
análise dos resultados concluiu-se que os valores simulados no Inventor são satisfatórios. Um
cuidado especial deve ser tomado com a concentração de tensão encontrada na região dos
apoios, onde o esforço cortante é predominante.
ABSTRACT
This work, presents as its main objective to create and parameterize a project of a sliding gate
according to AWWA C561. Initially, a theoretical review is presented with the intention to
provide the theoretical foundation needed to accomplish the project and the parametrization.
Different 3D models are created with the span varying from 200 x 200 until 1500x 1500 in
order to verify the workability of the project and the parametrization. Finite elements
simulations are performed using the software Autodesk Inventor and ANSYS Workbench. As
the ANSYS is a specific software for finite elements simulations, the results obtained using
the Inventor are compared to the results using ANSYS to validate its usage when obtaining
von Mises stress and displacement. After analyzing the results, it was concluded that the
values found in the Inventor simulations are satisfactory. A special attention must be taken
with the stress concentration on the support region, where the shear stress is predominant.
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................17
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS...............................................................................17
1.2 OBJETIVOS..........................................................................................................19
1.3 JUSTIFICATIVAS DO TRABALHO...................................................................19
1.4 ESTADO DA ARTE..............................................................................................20
1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO.....................................................................23
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS..........................................................................24
2.1 COMPORTAS HIDRÁULICAS...........................................................................24
2.2 TIPOS DE COMPORTAS.....................................................................................27
2.2.1 Comporta basculante...........................................................................................27
2.2.2 Comporta ensecadeira.........................................................................................28
2.2.3 Comporta mitra....................................................................................................30
2.2.4 Comporta segmento.............................................................................................32
2.2.5 Comporta vagão...................................................................................................33
2.2.6 Comporta deslizante............................................................................................34
2.2.6.1 Comporta deslizante de madeira............................................................................34
2.2.6.2 Comporta deslizante de Ferro Fundido - FoFo......................................................35
2.2.6.2.1 Norma AWWA C560.............................................................................................36
2.2.6.3 Comporta deslizante em aço carbono....................................................................37
2.2.6.4 Comporta deslizante em aço inoxidável................................................................38
2.2.6.4.1 Norma AWWA C561.............................................................................................39
2.2.6.4.2 Polietileno de ultra alta densidade..........................................................................39
2.2.6.4.3 Aço inoxidável austenítico.....................................................................................41
2.3 AUTODESK INVENTOR.....................................................................................42
2.4 ANSYS...................................................................................................................45
3 DESENVOLVIMENTO DO MODELO 3D E PARAMETRIZAÇÃO..........47
3.1 TABULEIRO.........................................................................................................47
3.1.1 Painel.....................................................................................................................47
3.1.2 Viga horizontal.....................................................................................................52
3.1.3 Viga vertical..........................................................................................................52
3.1.4 Viga vertical central.............................................................................................53
3.1.5 Montagem do tabuleiro.......................................................................................54
3.1.6 Tabuleiro para cálculo.........................................................................................57
3.1.6.1 Simulação em elementos finitos.............................................................................59
3.2 PEÇA FIXA...........................................................................................................62
3.2.1 Frontal...................................................................................................................62
3.2.2 Guia lateral...........................................................................................................64
3.2.3 Soleira....................................................................................................................65
3.2.4 Montagem da peça fixa........................................................................................66
3.3 VEDAÇÃO............................................................................................................67
3.3.1 Vedação frontal....................................................................................................68
3.3.2 Guia lateral...........................................................................................................69
3.3.3 Vedação da soleira...............................................................................................70
3.3.4 Cordão o’ring.......................................................................................................71
3.3.5 Placa de aperto da vedação da soleira................................................................72
3.3.6 Placa de aperto da guia lateral............................................................................72
3.3.7 Lençol de vedação................................................................................................73
3.3.8 Montagem da vedação.........................................................................................74
3.4 IMPLANTAÇÃO...................................................................................................76
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................79
4.1 MODELO 3D.........................................................................................................79
4.2 SIMULAÇÃO EM ELEMENTOS FINITOS: TENSÃO DE VON MISES.........81
4.3 SIMULAÇÃO EM ELEMENTOS FINITOS DESLOCAMENTO......................92
4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS.........................................................................104
5 CONCLUSÕES..................................................................................................110
5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS...............................................111
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................113
7 BIBIOGRAFIAS CONSULTADAS.................................................................114
17
1 INTRODUÇÃO
FONTE: http://pt.static.z-dn.net/files/d99/86f93146db59d9ff6eac50b3dfa7ba59.jpg
(27/11/2014).
“As primeiras comportas metálicas surgiram por volta de 1830. Com a virada do século,
ocorreram várias invenções e um grande desenvolvimento dos tipos existentes propiciado
pelos desafios da necessidade de construção de comportas cada vez maiores.” (ERBISTI,
2002, p.2).
18
1.2 OBJETIVOS
O objetivo principal deste trabalho foi elaborar um projeto e parametrizar uma comporta
deslizante, conforme norma AWWA C561, utilizando o software Autodesk Inventor. Para
isso, foram apresentados projetos, elaborados modelos 3D e realizadas simulações em
elementos finitos da comporta deslizante e seus principais componentes.
Este trabalho tem como seus objetivos secundários a demonstração da aplicação prática
do software Autodesk Inventor Professional 2014, por meio da modelagem em 3D,
parametrização e simulação em elementos finitos. Foram ainda, realizadas simulações em
elementos finitos utilizando o software ANSYS para comparar e validar os valores obtidos
nas simulações realizadas utilizando o software Inventor.
deslizante de tomada d’água, com pressão a montante e escoamento livre a jusante. Segundo,
uma comporta deslizante com escoamento livre a montante e a jusante. Após as análises, os
resultados das simulações foram comparados com os resultados analíticos da literatura.
TOKMAJYAN, V. 2011, em Determination of Hydraulic Parameters of a Headwater
Gate, realizou experimentos no laboratório da universidade de Yerevan, para determinar os
parâmetros de uma comporta basculante. O objetivo desta comporta era elevar o nível em um
reservatório de água, sendo instalado na parte superior de um vertedouro. Conforme o nível
sobe e atinge o seu máximo, a comporta bascula sobre os apoios horizontais devido às forças
hidráulicas, e retorna a posição fechada quando o nível d’água diminui.
ERDBRINK, C. D.; KRZHIZHANOVSKAYA, V. V.; SLOOT, P. M. A. 2012, em
Free Surface Flow Simulations for Discharged-Based Operation of Hydraulic Structure
Gates utilizam uma simulação em CFD para analisar os efeitos do escoamento de uma série
de comportas deslizante em paralelo. As comportas deslizante separam um rio do oceano, por
este motivo, o CFD é utilizado, não somente para verificar a vibração nos painéis, a maneira
como o escoamento se comporta com as diversas combinações de comportas, mas também
pela diferença da massa específica entre a água do rio e a água do oceano. Para comparar com
os resultados de escoamento obtidos no CFD, foi utilizado um sistema de medição de vazão
através das comportas. Os resultados obtidos foram considerados satisfatórios pelos autores.
SHAYAN, H. K.; FARHOUDI, J. 2013, em Effective Parameters for Calculating
Discharge Coefficient of Sluice Gates, demonstram as características do fluxo sob uma
comporta deslizante em duas condições: sem carga a jusante da comporta, e com a superfície
da comporta à jusante submersa, mas com nível d’água inferior ao montante. Tendo como
objetivo principal determinar as condições do escoamento sob uma comporta deslizante, para
que seja possível determinar as perdas de energia e consequentemente utilizar este sistema
para cálculo e medição de vazão, os autores partiram de uma série de dados de outros
trabalhos para “calibrar” a equação do momento e da energia para este tipo de escoamento.
Após análise dos resultados concluiu-se que para cada dimensão de comporta existe uma
abertura intermediária onde a perda de energia é máxima. Foram também definidas relações
entre a perda de energia e demais parâmetros, como largura da comporta, e nível d’água
montante e jusante.
TAIWADE, R. V. et al. 2013, em Effect of welding Passes on Heat Affected Zone and
tensile Properties of AISI 304 Stainless Steel and Chrome-Manganese Austenitic Stainless
Steel foram comparadas os efeitos dos passes de solda na zona termicamente afetada de aços
inoxidáveis austeníticos. Utilizando chapas de aço inoxidável AISI 304 (pertencente à classe
22
300 dos austeníticos) e chapas de liga cromo-manganês (pertencente à classe 200 dos
austeníticos) com dimensões de 150 mm x 75 mm x 3 mm, foram realizadas soldas de topo
com um, dois e três passes. Foi medida a largura da zona termicamente afetada em cada
amostra tanto superficialmente quanto na seção transversal. Foi também verificada a tensão de
escoamento de cada amostra, e comparadas entre si. Notou-se que a região termicamente
afetada do aço inoxidável da classe 200 possui uma zona termicamente afetada maior que da
classe 300, assim como os passes de solda afetam mais o limite de escoamento do aço
inoxidável classe 200 que o limite de escoamento do aço inoxidável classe 300.
KRAWCZYNSKA, A. T.; GLOC, M.; LUBLINSKA, K. 2013, em Intergranular
Corrosion Resistance of Nanostructures Austenitic Stainless Steel, comparam os efeitos de
corrosão intergranular em no aço inoxidável austenítico AISI 316L normal (conforme
recebido), extrudado e extrudado-recozido à 700ºC. Para controle do processo de corrosão, as
amostras foram colocadas em uma solução aquosa de ácido nítrico e fluoreto de sódio,
conforme ASTM A262-77a. Ao analisar os resultados, verificou-se que o processo de
extrusão melhora a resistência mecânica do material, aumentando seus limites de escoamento
e ruptura, e consequentemente diminuindo seu alongamento (tornando o material frágil). O
processo de recozimento diminui um pouco o limite de escoamento e mantém o limite de
ruptura, aumentando o alongamento com relação ao material extrudado. Entretanto, o
recozimento aumenta a susceptibilidade à corrosão intergranular. Com isso os autores
concluem que esse aumento da susceptibilidade à corrosão deve ser sempre levado em
consideração quando recozer aços inoxidáveis austeníticos após um processo de deformação
plástica a frio.
ZHANG, B. et al. 2013, em Comparison of the Effects os Surface Texture on the
Surfaces of Steel and UHMWPE, os autores deste artigo compararam a performance de
amostras de aço inoxidável AISI 316 e UHMWPE em testes de atrito. Um padrão com
cavidades micrométricas foram feitas nas superfícies de ambos materiais. Amostras com
diferentes densidades destes padrões foram utilizados e submetidos a um teste com carga de
100N e outro teste com carga de 700N. No teste com 100N ambos materiais apresentaram
uma redução no coeficiente de atrito com a presença da textura, já sob uma carga de 700N,
apenas o UHMWPE apresentou um resultado satisfatório, sendo que o aço inoxidável AISI
316 apresentou aumento do coeficiente de atrito.
23
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
A soleira é o componente horizontal inferior de uma peça fixa cuja finalidade é apoiar o
tabuleiro ou a vedação inferior. Em algumas comportas, a soleira da peça fixa pode servir para
fixação da vedação inferior. O caminho de deslizamento possui a finalidade de receber a carga
transmitida pela cabeceira da comporta, além de servir como apoio para a vedação lateral. As
guias laterais, como o próprio nome diz, servem para guiar a comporta ao longo da ranhura,
limitando seu deslocamento no plano horizontal.
O frontal é utilizado apenas em comportas de fundo, e junto com os caminhos de
deslizamento e a soleira, formam o quadro de vedação e limitam as dimensões para passagem
d’água. Por último, o mecanismo de manobra, é o elemento responsável pela abertura e
fechamento da comporta.
27
Figura 9 – Composta ensecadeira sendo manuseada por meio de uma viga pescadora.
FONTE:http://www.eln.gov.br/opencms/opencms/pilares/geracao/estados/tucurui/eclusas/rela
tfotos.html (26/11/2014).
Figura 10 – Comporta Ensecadeira com válvula “by-pass” sendo acionada por uma viga
pescadora.
A comporta mitra, também conhecida como porta de eclusa, é formada por dois
tabuleiros basculantes cujo eixo de articulação vertical localiza-se junto às paredes laterais.
Na posição fechada, os tabuleiros apoiam suas extremidades livres entre si. Esta comporta na
posição fechada, quando vista em planta, assemelha-se à mitra dos altos cardeais da igreja
católica, daí a origem de seu nome. Na posição aberta, os tabuleiros ficam em recessos nas
paredes laterais, para que a ação do fluxo sobre elas seja mínima. As vigas do tabuleiro
podem ser na posição horizontal ou na posição vertical, sendo o primeiro caso o mais comum.
As vedações encontram-se nas laterais e na soleira, e o acionamento da comporta é realizado
por cilindros hidráulicos de duplo efeito (ERBISTI, 2002, p.39). A Figuras 11 e 12
exemplificam este tipo de comporta.
31
Para permitir a descarga do fluxo, a comporta segmento deve ser içada. Como o fluxo
d’água ocorre por baixo da comporta segmento, uma pequena abertura ocasiona uma vazão
relativamente grande. Em locais onde detritos flutuantes ou gelo são comuns, é usual se
projetar uma pequena comporta basculante no topo do tabuleiro da comporta segmento,
tornando-se possível descarregar os detritos ou o gelo sem a perda expressiva do volume de
água armazenado (ERBISTI, 2002, p.49).
Dentre os diversos tipos existentes, as comporta segmento, nos dias atuais, são
comumente acionadas por cilindro hidráulico. Para as comportas de superfície, as peças fixas
e a vedação são instaladas nas laterais e na parte inferior da comporta (soleira). Para
33
comportas de fundo, uma vedação junto à aresta superior do paramento é necessária, assim
como um frontal na peça fixa.
Figura 14 – Comporta vagão com cabeceira simples e eixo das rodas em balanço.
FONTE: http://www.rodneyhunt.com/fileadmin/Productmanagement/Product_Images/Roller-
Gate.jpg (03/12/2014).
34
A madeira foi o primeiro material utilizado para construção de comportas. Nos dias
atuais, as poucas comportas de madeira ainda encontradas, são em sua maioria comportas
deslizantes. Isso devido a simples construção e manuseio deste equipamento. As comportas
em madeira são de fabricação mais barata que as comportas em aço, além de serem mais
duráveis, pois a madeira é um material não corrosivo. Como desvantagens, podemos citar a
35
Nas comportas de ferro fundido (cinzento ou nodular) tanto o tabuleiro quanto a peça
fixa são fabricados em uma peça única. As vedações metálicas, que podem ser em bronze,
latão ou aço inoxidável, são usinadas e aparafusadas à face jusante do paramento e à face
montante da peça fixa. Os parafusos são em aço inoxidável e possuem cabeça cônica. Neste
caso, onde a vedação e os apoios são metálicos, não é aconselhável a utilização de materiais
com a mesma composição química (ERBISTI, 2002, p.33).
A parte montante da comporta possui o formato de cunha e esta região desliza sobre
uma guia de bronze, latão ou aço inoxidável. Esta geometria em forma de cunha é a
responsável pela vedação da comporta. Observa-se esta geometria na Figura 16.
Existe uma norma americana da American Water Works Association (AWWA) própria
para este tipo de comporta que é a AWWA C560.
36
Figura 16 – Comporta de ferro fundido com dimensões livres de 300 x 300 milímetros.
A norma AWWA C560 foi criada no ano 2000. Entretanto, a primeira norma para
comportas deslizante em ferro fundido foi divulgada preliminarmente em 1941 e
definitivamente em 1967 como AWWA C501. Devido a grande utilização de comportas
deslizante com performance semelhante a da norma AWWA C501, mas com processos
construtivos e materiais diferentes, a norma original foi revisada e teve seu nome alterado
para AWWA C560. Outras normas foram criadas para fabricação de comportas deslizante em
diferentes materiais. A norma define quais itens devem compor o equipamento, os seus
respectivos materiais e quais os critérios de aceitação para tensão, deformação e vazamento.
37
A comporta deslizante em aço carbono é a mais comum encontrada. Suas partes são
basicamente as mesmas de uma comporta ensecadeira, exceto pelo acionamento. Para casos
onde as cargas hidráulicas são elevadas, e consequentemente os esforços de acionamento
também, é comum a utilização de teflon sobre as vedações laterais e frontal, assim como a
utilização de uma fina chapa de latão ou bronze sobre as cabeceiras. Estas alterações tem a
finalidade de diminuir o atrito entre vedação/peça fixa e tabuleiro/peça fixa, diminuindo
também o esforço de acionamento. Na maioria dos projetos é financeiramente vantajoso o
investimento em uma vedação teflonada, pois a diminuição das forças de atrito estático é de
aproximadamente 80%, e o valor investido na vedação é compensado na diminuição da
capacidade do equipamento de levantamento, normalmente o elemento de custo mais elevado
no projeto. A Figura 17 ilustra uma concepção de comporta deslizante em aço carbono.
Figura 17 – Comportas deslizantes em aço carbono com dimensões livres de 200 x 200
milímetros.
Figura 18 – Comporta deslizante em aço inoxidável com dimensões livres 1200 x 1200
milímetros.
Assim como descrito para a norma AWWA C560, a norma AWWA C561 também é
uma resultante da revisão realizada na norma AWWA C501 e foi publicada pela primeira vez
em 2004. Esta norma é aplicável para comportas deslizantes verticais de fundo, ou seja, cuja
altura da coluna d’água é superior à altura do paramento da comporta. A norma define os
materiais de cada componente da comporta, espessuras mínimas de chapas, coeficientes de
segurança para cálculo estrutural (para o tabuleiro coeficiente de segurança 2 sobre a tensão
de escoamento do material ou coeficiente de segurança 4 sobre a tensão de ruptura do material
– utilizar o menor valor) assim como a flecha admissível (para o tabuleiro 1/720 ou 1,6 mm –
utilizar o menor valor).
A norma AWWA C561 não define como os componentes da comporta deslizante
devem ser construídos. Todo o projeto fica a cargo do projetista ou engenheiro responsável, o
qual tem a liberdade para definir as espessuras, dimensões e quantidades de vigas,
posicionamento das vigas, etc., para atender os requisitos da norma.
Elevada resistência ao impacto e à fadiga: o UHMWPE não trinca e não rompe sob
impactos;
Não sofre corrosão ou oxidação;
Apresenta boa usinabilidade;
Atóxico: utilizado na indústria alimentícia e para próteses humanas;
Resistência a abrasão: esta pode ser considerada a principal característica do
UHMWPE por apresentar resistência abrasiva superior à todos os outros plásticos e a
diversos metais.
Perante estas características, o UHMWPE vem sendo utilizado em siderúrgicas,
indústrias de papel e celulose, indústrias de bebidas, automobilísticas, fertilizantes, portos,
indústrias pesadas, entre outras. A Figura 20 apresenta as diversas maneiras que pode-se
trabalhar o UHMWPE para sua utilização na indústria.
FONTE: http://cdn.hotfrog.com.au/companies/Engineering-plastics-UHMWPE-HDPE-PTFE-
POM-Acetal-elevator-bucket-manufacturer/images-pr/UHMWPE-Sheet-Rod-
184452_image.jpg (03/12/2014).
41
FONTE: http://archerfield.cylex.com.au/company/cut--to-size-plastics-pty-ltd-18502809.html
(03/12/2014).
2.4 ANSYS
O ANSYS é um programa para análise pelo método dos elementos finitos, utilizado por
engenheiros em todo o mundo, em praticamente todos os campos da engenharia estrutural,
térmica, de dinâmica dos fluidos, eletrostática e eletromagnética.
46
3.1 TABULEIRO
3.1.1 Painel
O painel foi o primeiro componente a ser projetado. Para iniciar um projeto, após a
inicialização do software, escolheu-se o ambiente de trabalho Standard(mm).ipt, conforme
48
Dentro do ambiente de trabalho, criou-se uma sketch 2D (rascunho) no plano XY, para
elaboração de uma vista 2D com as principais dimensões do painel (largura e altura). Estes
procedimentos podem ser verificados nas Figuras 25 e 26.
Por fim, pare encerrar o projeto do painel especificou-se o seu material. No comando
iProperties, na aba Physical, selecionou-se o material Stainless Steel (aço inoxidável). Nesta
aba o software calcula a massa do componente, área, volume, entre outras informações
conforme demonstrado na Figura 30. Este material foi selecionado para todos os componentes
do painel, peça fixa e partes metálicas da vedação. O procedimento para a seleção do material
não se altera.
Com o painel pronto, iniciou-se a modelagem das vigas. Para auxiliar na padronização e
durante a fabricação do equipamento definiu-se que as vigas horizontais seriam cantoneiras de
abas iguais e as vigas verticais, barras chatas. Essa definição auxilia no projeto, pois as
dimensões de cantoneiras e barras chatas são tabeladas e simplificam o processo de
fabricação, pois etapas de corte e de dobra são eliminadas.
52
Com exceção à forma, o procedimento para modelar a viga vertical é o mesmo que da
viga horizontal. Ao invés de relacionar o seu comprimento com o vão livre, relacionou-se
com a altura livre. As larguras e espessuras da viga vertical foram definidas como as mesmas
da viga horizontal, conforme pode ser observado na Figura 32.
53
Em seguida, uma viga horizontal deve ser inserida. Esta primeira viga horizontal será
posicionada próxima à extremidade superior para que o painel tenha rigidez na região do
frontal e não deforme excessivamente, o que poderia ocasionar vazamento excessivo. O
posicionamento é realizado por meio do comando Constrain (restringir) o qual é utilizado
para definir as restrições de posição. Esta primeira viga é posicionada com uma das abas em
contato com o painel, centralizada e a 50 mm da extremidade superior (esta dimensão foi
55
definida como padrão independente das dimensões de vão livre e altura livre). O
posicionamento da primeira viga horizontal pode ser verificado na Figura 35.
Em seguida, as demais vigas horizontais foram criadas por meio do comando Pattern
(padrão). Este comando consiste em criar uma determinada quantidade de cópias de um
componente e espaçá-los igualmente conforme determinação do usuário. Como o número de
vigas horizontais já foi definido durante a criação do modelo da viga vertical central,
parametrizou-se a distância entre as vigas horizontais e estas são criadas respeitando as
restrições do componente que as originou.
O último componente a ser posicionado é a viga vertical central. Este componente é
posicionado no centro do painel, em contato com as duas vigas horizontais superiores, e
novamente o comando Pattern é utilizado para criar as demais vigas verticais centrais. O
tabuleiro completo (composto por painel, vigas horizontais e vigas verticais), baseado em um
vão livre de 1000 mm e uma altura livre de 1000 mm esta representado na Figura 37.
57
Foi definido que este modelo de tabuleiro deve ser utilizado apenas para projeto. Para a
simulação em elementos finitos dentro do próprio inventor, outro tabuleiro foi modelado,
muito similar ao utilizado para projeto, mas com algumas alterações. O painel possui
exatamente as mesmas dimensões (largura, altura e espessura), mas dois procedimentos mais
foram necessários. O primeiro foi dividir o painel em três, sendo duas partes nas laterais com
25 mm de largura cada e a maior parte central. Este procedimento foi utilizado para definir a
porção do painel que permanecerá dentro das guias laterais, desta maneira, durante a
simulação em elementos finitos, seleciona-se estas duas superfícies e restringir o seu
movimento ao longo do seu eixo perpendicular. Observa-se esta divisão na Figura 38.
58
Por último, o comando Simulate (simular) realiza a analise com as condições e cargas
informadas pelo usuário.
A peça fixa, de maneira geral, é mais simples de modelar que o tabuleiro, pois possui
uma quantidade menor de variáveis e apenas três componentes (frontal, peças fixas laterais e
soleira).
3.2.1 Frontal
O primeiro componente a ser modelado é o frontal. O frontal é composto por uma chapa
dobrada em formato “U” com abas desiguais e diversos reforços de mesma dimensão e
igualmente espaçados em sua parte interna. Primeiramente definiram-se as dimensões do “U”,
as quais são padrão, exceto a espessura que é um dado de entrada igual para todos os
componentes da peça fixa. Utilizando o comando Extrude definiu-se o comprimento do
frontal como sendo exatamente o mesmo do vão livre (dado de entrada do painel). Na aba de
dimensão menor, foram realizados os furos para fixação da vedação frontal, e na aba de
dimensão maior, os furos para fixação da peça fixa ao concreto por meio de chumbadores.
O espaçamento para fixação da vedação ao frontal foi definido em 100 mm, e o
espaçamento entre os furos para fixação ao concreto em 200 mm não coincidentes com os
furos para a vedação. Podemos observar o modelo do frontal com sua respectiva furação na
Figura 44.
Figura 44 – Peça fixa frontal com furação para vedação e fixação ao concreto.
Figura 45 – Reforço da peça fixa frontal em um plano paralelo a sua face lateral.
Com a peça fixa frontal modelada verificou-se um problema. Quando fosse alterado o
vão livre em 100, 300, 500, 700 mm, etc., este componente perderia a sua simetria além de o
centro de um dos furos para fixação ao concreto coincidir com a extremidade lateral,
conforme representado na Figura 47.
64
A solução foi criar um arquivo separado para os componente com estes vãos livres.
Desta maneira para vãos livres de 200, 400, 600, 800, 1000, 1200 e 1400 mm, utiliza-se um
arquivo para peça fixa frontal, e para vãos livres de 300, 500, 700, 900 e 1500 mm, utiliza-se
um outro arquivo. Podemos observar na Figura 48, como ambos frontais são simétricos, mas
o posicionamento dos furos e dos reforços com relação à extremidade lateral difere.
Figura 48 – Frontal com vão livre de 1000 mm (superior) e frontal com vão livre de 900 mm
(inferior).
As peças fixas laterais são simétricas entre si, por este motivo podemos modelar apenas
um lado e no ambiente de montagem espelhar a peça fixa lateral utilizando o plano central de
simetria do frontal. A peça fixa lateral possui exatamente as mesmas dimensões do frontal,
com exceção do comprimento. O seu comprimento foi definido de maneira que quando o
tabuleiro estiver completamente aberto, 75% deste permaneça dentro das guias laterais. A
peça fixa lateral esta representada na Figura 49.
65
3.2.3 Soleira
A soleira difere um pouco com relação a sua geometria quando comparada com o
frontal e a peça fixa lateral. Apesar de apresentar um formato em “U”, com uma aba maior
que a outra, a aba menor não possui a mesma dimensão dos outros componentes das peças
fixas. Além disso, a posição da furação na aba menor para fixação da vedação da soleira
também foi alterado (o espaçamento entre furos foi mantido). Como o tabuleiro apoia-se
sobre a vedação da soleira, resultando em um esforço vertical de cima para baixo, uma chapa
é soldada na soleira para apoia a sua vedação e suportar esta carga transmitida pelo tabuleiro.
Podemos verificar este reforço fazendo parte da soleira na Figura 50.
Figura 50 – Soleira.
Figura 51 - Soleira com vão livre de 1000 mm (superior) e soleira com vão livre de 900 mm
(inferior).
Para modelar o conjunto da peça fixa, no ambiente de montagem, o frontal foi inserido
primeiro e a sua posição fixada no espaço (componente de referência). Em seguida
posicionou-se a soleira, por meio de restrições na face de vedação, plano central de simetria e
relacionando a distância entre os dois componente com a altura livre. A Figura 52 ilustra as
restrições utilizadas entre o frontal e a soleira.
A peça fixa lateral foi inserida por último. Utilizaram-se restrições de maneira que fosse
posicionada em contato e alinhada com o frontal e a soleira. Por meio do comando Mirror
(espelho) e utilizando o plano de simetria do frontal, criou-se uma nova peça fixa lateral com
as mesmas dimensões, porém simétrica à original. Utilizaram-se as mesmas restrições para
posicionar em contato e alinhar a peça fixa lateral espelhada, e ao final o conjunto de peça
fixa estava completo. Este conjunto esta representado na Figura 53.
3.3 VEDAÇÃO
Para modelagem da vedação frontal, foi definida uma geometria complexa. A Figura 54
demonstra uma vista lateral com dois canais para cordão o’ring (dimensões normalizadas
conforme diâmetro do cordão), duas reentrâncias para que o frontal dobre e mantenha contato
com o tabuleiro, e um furo escareado no centro para sua fixação à peça fixa. As dimensões
que dão forma à vedação frontal foram consideradas padrão, ou seja, não se alteram com o
vão livre e a altura livre. Apenas o seu comprimento, número e diâmetro dos furos foram
parametrizados. O único dado de entrada necessário para modelar o frontal foi definido como
comprimento excedente. Este valor representa o quanto maior a vedação frontal é com relação
ao frontal da peça fixa, e foi definido como 50 mm. O material utilizado para a vedação
frontal e também para as guias laterais é o UHMW preto. Podemos observar na Figura 55 o
modelo finalizado da vedação frontal.
A guia lateral, assim como a vedação frontal, foi definida com geometria complexa.
Podemos observar na Figura 56 a presença de um canal para cordão o’ring, de mesma
dimensão do canal presente no frontal, furos cilíndricos passantes para fixação da guia lateral
à peça fixa lateral, uma reentrância ao lado do canal para o cordão de o’ring para permitir que
a guia dobre e mantenha contato com o tabuleiro para vedação e um canal retangular maior
para guiar o tabuleiro durante a abertura e o fechamento da comporta deslizante.
Assim como para a vedação frontal, as dimensões que definem o perfil da guia lateral
são padronizadas e não se alteram com o vão livre ou a altura livre. Suas dimensões
parametrizadas são o diâmetro dos furos, o número e o espaçamento dos furos, o
comprimento da guia lateral (relacionados com a peça fixa lateral), e a dimensão do canal
retangular maior (dimensão relacionada com a espessura do painel). Seu único dado de
entrada é um parâmetro denominado pré-compressão. Este parâmetro define em quantos
milímetros a guia lateral será forçada contra a vedação da soleira, para certificar-se que haja
contato entre as duas. No ponto de interface entre a vedação frontal e a guia lateral, foram
feitos dois pequenos canais para que os cordões de o’ring da guia lateral passem para o frontal
e desçam pelo lado oposto, formando junto com a soleira um quadro de vedação. Podemos
observar estes dois pequenos canais na Figura 57.
70
Figura 57 - Guia lateral e os canais de o’ring (em vermelho) que fazem interface com a
vedação frontal.
A placa de aperto da vedação da soleira possui modelo tão simples quanto a própria
vedação da soleira, conforme ilustrado pela Figura 60. Consiste apenas em uma barra chata de
aço inoxidável (largura e espessura padronizadas), e comprimento igual à soleira da peça fixa.
A placa de aperto da vedação lateral consiste em uma cantoneira de aço inoxidável (foi
definida uma cantoneira e não uma barra chata para aumentar a rigidez) com furos de
diâmetro, espaçamento e posicionamento idênticos à peça fixa lateral. Podemos observar na
Figura 61 este componente.
O lençol de vedação é responsável por realizar a vedação entre a peça fixa e o concreto
onde a comporta será fixada. Por se tratar de uma vedação que será instalada apenas durante a
montagem, não possui furos. Os furos são realizados por aquele que instalará a comporta. Os
lençóis poderiam ser modelados com as mesmas dimensões da parte de trás da peça fixa, mas
isso faria com que os pontos de emenda de solda da peça fixa coincidissem com os pontos de
emenda dos lençóis, tornando-se propícios a vazamentos. Por este motivo o lençol de vedação
foi modelado conforme Figura 62, onde as linhas azuis dividem um lençol do outro. A largura
dos lençóis é a mesma da aba maior da peça fixa, e sua espessura padronizada em 10 mm. Os
comprimentos foram parametrizados e relacionados com as dimensões da peça fixa lateral,
frontal e soleira.
Figura 62 – Lençol de vedação conforme será montado entre a peça fixa e o concreto.
Figura 63 – Vistas montante e jusante do alinhamento entre a guia lateral e a vedação frontal.
O comando Mirror foi utilizado para criar uma segunda guia lateral, e as mesmas
restrições foram utilizadas para o lado oposto da vedação frontal. Logo após, foi inserida a
vedação da soleira, alinhada e colocada em contato com as guias laterais, com uma
interferência de 3 mm para representar a pré-compressão mencionada anteriormente na seção
3.3.2. Foi então inserida a placa de aperto da guia lateral e posicionada sobre o lado oposto do
canal para o cordão o’ring. O comando Mirror foi novamente utilizado para criar uma
segunda placa de aperto da guia lateral, a qual foi igualmente posicionada sobre a guia lateral
espelhada. A Placa de aperto da vedação da soleira foi inserida e posicionada do mesmo lado
que a placa de aperto da guia lateral. Por último foram inseridos os cordões o’ring, os quais
foram posicionados dentro de seus respectivos canais, conforme ilustrado na Figura 64.
Podemos também observar o modelo 3D da vedação na figura 65.
75
Figura 64 – Vista em corte da guia lateral com o cordão o’ring e sua respectiva placa de
aperto.
O lençol de vedação não se encontra presente neste conjunto, pois como sua função é
vedar entre a peça fixa e o concreto, ele estará presente apenas no conjunto final.
3.4 IMPLANTAÇÃO
Em seguida, foram inseridos os elementos de fixação que fixam a vedação à peça fixa.
Em cada furo foram posicionados uma arruela plana lisa conforme DIN 125, uma porca
sextavada conforme DIN 934, nas guias laterais e na soleira parafuso sextavado conforme
DIN 933 e no frontal parafuso escareado com sextavado interno conforme DIN 7991. Estas
conexões estão representadas nas Figuras 67, 68 e 69.
77
Após a inserção dos elementos de ligação, foi inserido o tabuleiro. As restrições foram
definidas de maneira que o tabuleiro fosse posicionado dentro da guia lateral, centralizado
com o frontal da peça fixa e a extremidade inferior em contato com a vedação da soleira. Por
último, foram inseridos os lençóis de vedação na parte de trás da peça fixa. O resultado da
montagem da implantação esta ilustrado na figura 70.
Figura 70 – Implantação.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 MODELO 3D
A partir do modelo paramétrico para uma comporta deslizante com vão livre e altura
livre de 1000 mm, foram criados modelos de comporta para dimensões de vão e altura livre de
200, 300, 400, 500, 600, 700, 800, 900, 1200, 1400 mm e 1500 mm. As Figuras 71, 72 e 73
exibem todos os modelos 3D realizados a partir da parametrização respectivamente.
Figura 71 – Modelos 3D lado a lado das comportas com dimensão livre de 200, 300, 400 e
500 mm.
Figura 72 – Modelos 3D lado a lado das comportas com dimensão livre de 600, 700, 800 e
900 mm.
Figura 73 – Modelos 3D lado a lado das comportas com dimensão livre de 1000, 1200, 1400 e
1500 mm.
Para cada uma das dimensões utilizadas para gerar os modelos 3D do item anterior,
foram realizadas simulações em elementos finitos utilizando o tabuleiro para cálculo descrito
no item 3.1.6. As simulações realizadas utilizando o Autodesk Inventor foram comparadas
com as simulações do ANSYS Workbench. Os resultados das simulações para tensão de von
Mises estão ilustrados nas Figuras 74a a 85b.
Figura 74a – Tensão de von Mises obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e
altura livre de 200 mm.
Figura 74b – Tensão de von Mises obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 200 mm.
Figura 75a – Tensão de von Mises obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e
altura livre de 300 mm.
Figura 75b – Tensão de von Mises obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 300 mm.
Figura 76a – Tensão de von Mises obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e
altura livre de 400 mm.
Figura 76b – Tensão de von Mises obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 400 mm.
Figura 77a – Tensão de von Mises obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e
altura livre de 500 mm.
Figura 77b – Tensão de von Mises obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 500 mm.
Figura 78a – Tensão de von Mises obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e
altura livre de 600 mm.
FIGURA 78b – Tensão de von Mises obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 600 mm.
Figura 79a – Tensão de von Mises obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e
altura livre de 700 mm.
Figura 79b – Tensão de von Mises obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 700 mm.
Figura 80a – Tensão de von Mises obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e
altura livre de 800 mm.
Figura 80b – Tensão de von Mises obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 800 mm.
Figura 81a – Tensão de von Mises obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e
altura livre de 900 mm.
Figura 81b – Tensão de von Mises obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 900 mm.
Figura 82a – Tensão de von Mises obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e
altura livre de 1000 mm.
Figura 82b – Tensão de von Mises obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 1000 mm.
Figura 83a – Tensão de von Mises obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e
altura livre de 1200 mm.
Figura 83b – Tensão de von Mises obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 1200 mm.
Figura 84a – Tensão de von Mises obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e
altura livre de 1400 mm.
Figura 84b – Tensão de von Mises obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 1400 mm.
Figura 85a – Tensão de von Mises obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e
altura livre de 1500 mm.
Figura 85b – Tensão de von Mises obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 1500 mm.
Além das simulações para cálculo da tensão de Von Mises, foram realizadas também
simulações para cálculo do deslocamento total. Os resultados estão apresentados nas Figuras
86a a 97b.
93
Figura 86a – Deslocamento total obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e altura
livre de 200 mm.
Figura 86b – Deslocamento total obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 200 mm.
Figura 87a – Deslocamento total obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e altura
livre de 300 mm.
Figura 87b – Deslocamento total obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 300 mm.
Figura 88a – Deslocamento total obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e altura
livre de 400 mm.
Figura 88b – Deslocamento total obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 400 mm.
Figura 89a – Deslocamento total obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e altura
livre de 500 mm.
Figura 89b – Deslocamento total obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 500 mm.
Figura 90a – Deslocamento total obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e altura
livre de 600 mm.
Figura 90b – Deslocamento total obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 600 mm.
Figura 91a – Deslocamento total obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e altura
livre de 700 mm.
Figura 91b – Deslocamento total obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 700 mm.
Figura 92a – Deslocamento total obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e altura
livre de 800 mm.
Figura 92b – Deslocamento total obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 800 mm.
Figura 93a – Deslocamento total obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e altura
livre de 900 mm.
Figura 93b – Deslocamento total obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 900 mm.
Figura 94a – Deslocamento total obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e altura
livre de 1000 mm.
Figura 94b – Deslocamento total obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 1000 mm.
Figura 95a – Deslocamento total obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e altura
livre de 1200 mm.
Figura 95b – Deslocamento total obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 1200 mm.
Figura 96a – Deslocamento total obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e altura
livre de 1400 mm.
Figura 96b – Deslocamento total obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 1400 mm.
Figura 97a – Deslocamento total obtida no Autodesk Inventor para tabuleiro com vão e altura
livre de 1500 mm.
Figura 97b – Deslocamento total obtida no ANSYS Workbench para tabuleiro com vão e
altura livre de 1500 mm.
Tabela 3: Comparação entre as tensões de von Mises obtidas pelo Inventor e pelo ANSYS.
Tabela 4: Comparação entre o número de nós e elementos das malhas criadas pelo Inventor e
pelo ANSYS.
Tabela 4: Comparação entre o número de nós e elementos das malhas criadas pelo Inventor e
pelo ANSYS.
Tabela 5: Coeficiente de segurança para os tabuleiros em aço inoxidável AISI 304 e AISI 316.
Tabela 6: Coeficiente de segurança para os tabuleiros em aço inoxidável AISI 304L e AISI
316L.
Tabela 6: Coeficiente de segurança para os tabuleiros em aço inoxidável AISI 304L e AISI
316L.
Tabela 7: Comparação entre os deslocamentos máximos obtidos pelo Inventor e pelo ANSYS.
Primeiramente, analisando desde as figuras 74a a 97b, percebe-se que as imagens são
simétricas, e que os pontos de maior tensão e deslocamento são muito similares quando
comparados os resultados obtidos por meio do Autodesk Inventor e do ANSYS Workbench.
Analisando apenas os valores apresentados na Tabela 3 observa-se que os valores da tensão
máxima de von Mises divergem consideravelmente para maioria das dimensões dos vãos.
Apenas para as dimensões de 500 x 500 e 600 x 600 mm, os valores dos desvios foram
satisfatórios, com 5,81% e 4,06% respectivamente (são considerados satisfatórios, desvios
inferiores a 10%). Ainda analisando a Tabela 3, os valores de tensão medidos no centro da
viga com maior solicitação, foram muito próximos, apresentando apenas um valor com desvio
108
superior a 10%, apresentado pela comporta com dimensões livres de 700 x 700 mm. Acredita-
se que, que estas diferenças superiores a 10%, seja devido a malha do ANSYS não ter sido
realizada da maneira mais apropriada. Verificando os resultados apresentados na Tabela 4,
notou-se que o número de nós e elementos muito baixos gerados pela malha automática do
ANSYS, pode ter sido a causa de tal discrepância de valores para as tensões, principalmente
na região dos apoios, onde a largura apoiada é reduzida, comparada a largura do painel (25
mm de largura para todas as comportas conforme Figura 38). Para obter valores mais
confiáveis na região dos apoios, uma malha mais refinada seria necessária.
As Tabelas 5 e 6 comparam os valores obtidos para o coeficiente de segurança em cada
uma das simulações para tensão de von Mises. Segundo a norma AWWA C561, o coeficiente
de segurança deve ser dois com relação à tensão de escoamento, ou quatro com relação à
tensão última do material (utilizar o menor valor). Desta maneira, os cálculos para coeficiente
de segurança foram realizados utilizando os valores da tensão de escoamento conforme
Tabela 2. Uma estrutura bem dimensionada apresenta coeficiente de segurança maior, mas
próximo de dois. Desta maneira, analisando apenas os valores de tensão máxima de von
Mises obtidos por meio das simulações no Inventor, verificou-se que as comportas com
dimensão livre de 600 x 600, 700 x 700, 800 x 800, 900 x 900, 1000 x 1000, 1400 x 1400 e
1500 x 1500 mm estão bem dimensionadas caso sejam construídas em aço inoxidável AISI
304 ou AISI 316. Considerando este mesmo material, a comporta de 1200 x 1200 mm é a
única subdimensionada, e as comportas 200 x 200, 300 x 300, 400 x 400 e 500 x 500 mm
estão superdimensionadas. Para a construção em material AISI 304L ou AISI 316L, as
comporta bem dimensionadas foram 300 x 300, 500 x 500, 600 x 600, 700 x 700 e 1500 x
1500 mm, as subdimensionadas foram 800 x 800, 900 x 900, 1000 x 1000, 1200 x 1200 e
1400 x 1400 mm e as superdimensionadas foram 200 x 200 e 400 x 400 mm. Tanto os casos
subdimensionamento quanto de superdimensionamento podem ser corrigidos facilmente,
aumentando espessuras e/ou número de vigas (para o subdimensionamento) e diminuindo
espessuras e/ou número de vigas (para o superdimensionamento). No caso das comportas de
200 x 200 e 300 x 300 mm não há nada que possa ser feito, pois suas geometrias foram
definidas como as mais simples possíveis, sendo formadas apenas por uma chapa com a
espessura mínima definida pela norma.
A Tabela 7 apresenta os valores para deslocamento através de simulações no Inventor e
no ANSYS. Quando comparados os valores obtidos foram satisfatórios, com desvios abaixo
de 5%. Apesar de aceitáveis, os valores dos desvios para as comportas de 500 x 500 e 1200 x
1200 mm foram 6,19% e 5,88% respectivamente. Segundo a norma AWWA C561, o máximo
109
deslocamento permissível é de 1 mm a cada 720 mm de vão livre, limitado a 1,6 mm. Desta
maneira, analisou-se que todos os valores de deslocamento estão conforme a norma, exceto
para a comporta de 300 x 300 mm, cujo deslocamento foi excessivo. Isso nos mostra que
mesmo uma comporta estando superdimensionada para a tensão, ela pode estar
subdimensionada para o deslocamento e vice-versa. Portanto, ambos os parâmetros devem ser
analisados para realizar um bom projeto.
110
5 CONCLUSÕES
no qual a menor massa da estrutura suporta a maior carga hidráulica, dentro dos padrões da
norma.
113
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN WATER WORKS ASSOCIATION. AWWA C560: Cast Iron Slide Gates,
2014.
SANKARANARAYANAN, S.; RAO, H., Finite Element Analysis of Free Surface Flow
Through Gates, 1996.
TAIWADE, R. V. et al., Effect of welding Passes on Heat Affected Zone and tensile
Properties of AISI 304 Stainless Steel and Chrome-Manganese Austenitic Stainless Steel,
2013.
ZHANG, B. et al., Comparison of the Effects os Surface Texture on the Surfaces of Steel
and UHMWPE, 2013.
114
7 BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS
ALVES FILHO, AVELINO, Elementos Finitos – A base da tecnologia, 1ª ed. São Paulo,
Editora Érica Ltda, 2000, 320p.
LEWIN, J. Hydraulic Gates and Valves in Free Surface Flow and Submerged Outlets.
Thomas Telford Publications, 1995.
MOAVENI, S. Finite Element Analysis: Theory and Application with ANSYS, 3rd ed.