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Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Assuntos tratados:
1º Horário.
Bibliografia / Conceito e objeto do Direito Financeiro / A Constituição financeira
e suas normas gerais / Receita pública / Introdução / Conceituação e
Diferenciação entre Receitas, Entradas e Ingressos / Classificação das Receitas
Públicas.
2º Horário.
Classificação apresentada pela Lei de Responsabilidade fiscal / Estágio da
receita pública / Renúncia de receitas / Despesa pública / Conceito /
Classificação das Despesas Públicas / Classificação da Lei nº 4.320/64 /
Classificação da Lei de Responsabilidade Fiscal /Fases da Despesa Pública /
3º Horário.
Despesa Pública e a Lei de Responsabilidade Fiscal / Despesa Pública e final de
mandato eleitoral / Regime Constitucional dos precatórios
1º horário
1. Bibliografia
TORRES, Ricardo Lobo, Curso de Direito Financeiro e Tributário, Ed.
Renovar.
ABRAHAM, Marcus, Curso de Direito Financeiro, Ed. Campus.
ARAÚJO, Eugênio Rosa, Direito Econômico e Financeiro, Ed. Impetus.
3. Receita pública
3.1. Introdução
A legislação aplicável será art. 163 a 169 da CRF/88 e Lei nº 4.320/64.
A Constituição Federal prevê uma série de compromissos aos entes federativos,
o que significa prover a sociedade de uma série de bens e serviços públicos e que
acarretam grande ônus financeiro para o Estado.
Para fazer frente às suas obrigações constitucionais o Estado necessita de
Recursos, que podem vir essencialmente das seguintes fontes: a) Pilhagem ou extorsão
de povos conquistados; b) Escravidão; c) Confiscos; d) exploração econômica direta
pelo Estado; e) tributos.
As três primeiras fontes apresentadas são incompatíveis com o Estado de
Direito, sendo que as duas seguintes são previstas pela CRFB/88, admitindo-se a
exploração econômica direta pelo Estado apenas em caso de imperativo à segurança
nacional ou interesse coletivo.
Aliomar Baleeiro ao discorrer sobre a evolução histórica da receita pública
apresenta as seguintes fases históricas da receita pública: a) parasitária: nessa fase
prevalecia a exploração e a extorsão de bens de povos conquistados: b) dominial:
presente na idade média. Nessa fase preponderava a exploração de bens do próprio
Estado; c) Regaliana: corresponde à cobrança de direitos reais ou régios ou por
concessões de privilégios reconhecidos à nobreza para explorar bens, terras ou
serviços, como o direito sobre minas e portos: d) Tributária: conforme se nota,
cobrança de tributos, com fins arrecadatórios: e) Social. Nessa fase a arrecadação
deixa de ter fins puramente arrecadatórios e passa também a ter fins sociais (função
extrafiscal).
Por fim, dentro das Receitas Públicas fiscais, também se encontram as receitas
para-fiscais, que são arrecadas pelo Estado tem como destino não as burras Estatais,
mas o cofre de entidades paralelas ao Estado como, por exemplo, os Órgãos de Classe
e as Sociedades Integrantes dos Chamados “Sistema S”.
Sob esse prisma, as receitas públicas podem ser classificadas em efetivas e não
efetivas.
As receitas não efetivas, não alteram o patrimônio líquido do ente público, pois
gera a chamada “mutação patrimonial”, seja diminuindo o ativo, seja aumentando o
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Direito Financeiro
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
passivo. (exemplo, alienações de bens, recebimento de crédito já contabilizado –
inscrito em DAU).
A classificação legal das receitas públicas está apresentada pela Lei nº 4.320/64
(art. 9º a 11). Insta frisar que essa classificação é realizada com base em critérios
eminentemente econômicos
Ao tentar definir o que é a Receita Corrente, Luis Emydio F. Rosa Jr., afirma:
“(As Receitas Correntes) consistem em todas as transações que o Governo realiza
diretamente ou através de seus órgãos de administração indireta, e cujo esforço não
resulta acréscimo no seu patrimônio ou na criação de bens de seu capital,
consumindo-se no mercado as dotações para operações correntes ao se converterem
em moeda”. (Manual de Direito Financeiro e Tributário, 18ª ed., p. 64/65,).
2º horário
1. Operações de Crédito;
Ao discorrer sobre a despesa pública, Marcus Abraham afirma ser ela dotada de
características: econômica, política e jurídica. Afirma o mencionado autor: “Pode-se
dizer (sobre a despesa pública) que se trata de recursos financeiros estatais
(econômica), destinados a satisfazer e atender as necessidades coletivas identificadas
pelo respectivo governo (política), cuja aplicação deverá ser devidamente autorizada
pela lei orçamentária (jurídica)”.
3º horário
Quanto aos limites, é importante que o candidato saiba que o limite da União é
inferior aos limites impostos aos Estados e Municípios, sendo eles os seguintes:
Limites com gasto com pessoal da RECEITA CORRENTE LÍQUIDA:
• União = 50%;
• Estados = 60%;
• Municípios = 60%.
O limite acima, no caso da União é dividido da seguinte forma entre os Poderes:
Executivo: 40,9%, Legislativo= 2,5% (inclui o TCU), Judiciário = 6% e MPU = 0,6%.
Dos 49% do Executivo Federal, 3% deve ser destinado a financiar o Judiciário,
MP e Defensoria Pública do Distrito Federal, além dos Policiais militares dos antigos
Territórios Federais (cargos em extinção)
Vale lembrar que o STF, por meio da ADIN nº 2.238-5 suspendeu a eficácia do
art. 23, §2º da LRF, previa entre as medidas de redução de custo com pessoal a
possibilidade de se reduzir a carga horária de trabalho com a consequente redução de
vencimentos. (Isso é possível ocorrer nos EUA – vide recente discussão envolvendo a
presidência de Barack Obama e o Congresso sobre o limite dos gastos fiscais daquele
país e que resultou na paralisação de parte dos serviços públicos).
ADI 2238-5 / STF
CONSTITUCIONAL. MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 04 DE MAIO DE 2000
(LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL). MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.980-22/2000. Lei
Complementar nº 101/2000. Não-conhecimento. [...]
XXV - Art. 23, §§ 1º e 2º: a competência cometida à lei complementar pelo § 3º do
art. 169 da Constituição Federal está limitada às providências nele indicadas, o
que não foi observado, ocorrendo, inclusive, ofensa ao princípio da irredutibilidade
de vencimentos. Medida cautelar deferida para suspender, no § 1º do art. 23, a
expressão "quanto pela redução dos valores a eles atribuídos", e, integralmente, a
eficácia do § 2º do referido artigo.
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois
quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser
cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no
exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este
efeito.
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados
os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.
Art. 97. Até que seja editada a lei complementar de que trata o § 15 do art. 100 da
Constituição Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, na data de
publicação desta Emenda Constitucional, estejam em mora na quitação de
precatórios vencidos, relativos às suas administrações direta e indireta, inclusive
os emitidos durante o período de vigência do regime especial instituído por este
artigo, farão esses pagamentos de acordo com as normas a seguir estabelecidas,
sendo inaplicável o disposto no art. 100 desta Constituição Federal, exceto em
seus §§ 2º, 3º, 9º, 10, 11, 12, 13 e 14, e sem prejuízo dos acordos de juízos
conciliatórios já formalizados na data de promulgação desta Emenda
Constitucional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) (Vide
Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
Esse regime especial seria aplicável ao ente público que estejam em mora no
pagamento de precatórios vencidos e se determinada que a Ente Federado aderente
depositasse cada mês em conta judicial específica 1/12 do percentual da receita
corrente líquida determinada. Previa-se ainda que até metade da verba destinada ao
pagamento de precatório sob esse sistema o fosse destinada ao pagamento por meio
de leilão (paga-se primeiro que oferece o maior deságio sob o valor do crédito),
negociação direta com credores ou, em desrespeito à ordem cronológica, o
pagamento em ordem única e crescente de valores.
A previsão constitucional é que esse regime deveria valer enquanto o valor do
passivo de precatórios for superior ao de recursos vinculados ou pelo prazo fixo de até
15 anos.
Após o voto do Ministro Luiz Fux, foi pedido vista pelo Ministro Barroso. O
julgamento do requerimento de modulação dos efeitos deve ocorrer ao longo de 2014.
Nas mesmas ADINs ainda foram declarados inconstitucionais a sistemática de
compensação de precatórios com eventuais dívidas do particular com o Estado,
assunção das dívidas de precatórios dos Estados, Municípios e DF pela União e a nova
sistemática de atualização dos juros dos precatórios (TR) prevista na Lei nº 9.494/97
(inconstitucionalidade por arrastamento).
É importante ressaltar a possibilidade de SEQUESTRO DO VALOR do precatório
em caso de não alocação orçamentária ou a preterição da ordem cronológica de
valores. Para ocorrer esse sequestro o credor deverá requerer diretamente ao
presidente do tribunal o sequestro informando a ocorrência de uma dessas duas
situações.
Conforme já afirmado, a compensação de precatórios com dívidas do credor
com o Estado foi introduzida pela EC b. 62/2009 e Declarada Inconstitucional pelo STF
no julgamento das ADINS 4.357 e 4.425, sob o argumento de que essa compensação
unilateral ofenderia a coisa julgada e afetaria o princípio da separação dos poderes. Foi
asseverado ainda que a Fazenda Pública disporia de métodos mais eficazes de
cobrança.
Em sentido contrário ao entendimento do STF, Marcus Abraham ressalta que o
procedimento da compensação garantiria a efetividade e eficiência e simplificação na
recuperação do crédito público, sem impor ao Estado a realização de pagamento ao
seu próprio credor.
MIGUEL REALE ainda afirma que a compensação exprimiria uma diretriz da
eticidade afigurando-se equitativo não obrigar aquele que seja ao mesmo credor e