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CRONOGRAMA DA MATÉRIA A SER ESTUDADA

2º REQUISITO DO FATO TÍPICO: RESULTADO

ATENÇÃO: Da conduta podem advir 2 resultados

1- Resultado naturalístico

2- Resultado jurídico

RESULTADO NATURALÍSTICO

Modificação no mundo exterior (perceptível pelos sentidos) provocada pelo comportamento do agente.

Cuidado:

Classificação doutrinária do crime quanto ao resultado naturalístico:

a) Crime material (tem resultado naturalístico descrito no tipo, sendo indispensável sua ocorrência
para a consumação)

b) Crime formal (tem resultado naturalístico descrito no tipo, sendo dispensável sua ocorrência para a
consumação)

c) Crime de mera conduta (não tem resultado naturalístico descrito no tipo)

RESULTADO JURÍDICO

Lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.

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Cuidado:

Classificação doutrinária do crime quanto ao resultado normativo:

1- Crime de dano: quando a consumação exige efetiva lesão ao bem jurídico.

Ex.: Art. 121 C.P.

Cuidado:

2- Crime de perigo: a consumação se contenta com a exposição do bem jurídico a uma situação de perigo.

CRONOGRAMA DA MATÉRIA A SER ESTUDADA

3º REQUISITO DO FATO TÍPICO: NEXO CAUSAL

(art. 13, “caput”, C.P. )

Relação de causalidade: é o vínculo entre conduta e resultado.

É a relação de produção entre a causa eficiente e o efeito ocasionado.

Busca aferir se o resultado pode ser atribuído objetivamente ao sujeito ativo como obra do seu comporta-
mento típico.

“Relação de causalidade

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Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.”

Obs:

Para o art. 13, “caput”, todo fato sem o qual o resultado não teria ocorrido é considerado causa.
Adotou a teoria da equivalência dos antecedentes causais (é causa, toda ação ou omissão sem a qual o
resultado não teria ocorrido)

# Como saber se o fato foi determinante para o resultado?

TEORIA DA ELIMINAÇÃO HIPOTÉTICA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS

Método empregado no campo mental da suposição ou da cogitação, através do qual causa é todo fato que,
suprimido mentalmente, o resultado não teria ocorrido como ocorreu ou no momento em que ocorreu.

Fórmula:

Causa (objetiva) =

A imputação do crime, no entanto, não regressa ao infinito, pois é indispensável a CAUSALIDADE PSÍQUICA
(se o agente agiu com dolo ou culpa) – evitando responsabilidade penal objetiva.

CONCAUSAS

O resultado, não raras vezes, é feito de pluralidade de comportamentos, associação de fatores, entre os
quais a conduta do agente aparece como seu principal (mas não único) elemento desencadeante.

CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE PREEXISTENTE

Ex.: Fulano, às 20h, insidiosamente, serve veneno para Beltrano.

Uma hora depois, quando o veneno começa a fazer efeito, Sicrano, inimigo de Beltrano, aparece e dá um
tiro no desafeto. Beltrano morre no dia seguinte em razão do veneno.

- Causa efetiva:

- Causa concorrente:

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OBS.1:

OBS.2:

OBS.3:

OBS.4:

CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE CONCOMITANTE

Ex.: Enquanto Fulano envenenava Beltrano, surpreendentemente surge Sicrano que atira contra Beltrano,
causando a sua morte.

- Causa efetiva:

- Causa concorrente:

OBS.1:

OBS.2:

OBS.3:

OBS.4:

CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE SUPERVENIENTE

Ex.: Fulano ministra veneno em Beltrano. Antes do psicotrópico “fazer efeito”, Beltrano, enquanto descan-
sava, viu o lustre cair na sua cabeça. Beltrano morre em razão de traumatismo craniano.

Causa efetiva:

Causa concorrente:

OBS.1:

OBS.2:

OBS.3:

OBS.4:

CONCLUSÃO:

Na concausa ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE (preexistente, concomitante ou superveniente), a causa


concorrente deve ser punida na forma tentada.

CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE PREEXISTENTE

Ex.: Fulano, portador de hemofilia é vítima de um golpe de faca executado por Beltrano. O ataque para matar
produziu lesão leve, mas em razão da doença preexistente acabou sendo suficiente para matar a vítima.

- Causa efetiva:

- Causa concorrente:

OBS.1:

OBS.2:

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OBS.3:

OBS.4:

ATENÇÃO!

Para evitar responsabilidade penal objetiva, o Direito Penal, em casos como a morte do hemofílico, moderno
corrige essa conclusão, de maneira que somente seria possível imputar homicídio consumado ao agente
caso ele soubesse da condição de saúde da vítima.

Do contrário, haveria tentativa de homicídio.

CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE CONCOMITANTE

Ex.: Fulano dispara contra Beltrano. Este, ao perceber a ação do agente tem um colapso cardíaco e morre.

Causa efetiva:

Causa concorrente:

OBS.1:

OBS.2:

OBS.3:

OBS.4:

ATENÇÃO!

ARTIGO 13, “caput” e § 1º C.P.

“Relação de causalidade

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

Superveniência de causa independente

§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu
o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.”

CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE SUPERVENIENTE

CAUSALIDADE ADEQUADA (OU TEORIA DA CONDIÇÃO QUALIFICADA OU TEORIA DA CONDIÇÃO INDIVI-


DUALIZADORA)

Considera causa a pessoa, fato ou circunstância que, além de praticar um antecedente indispensável à
produção do resultado (que para a causalidade simples é o que basta), realize uma atividade adequada à
sua concretização.

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O problema da causalidade superveniente se resume em assentar, conforme demonstra a experiência da
vida, se o fato conduz normalmente a um resultado dessa índole (resultado como consequência normal,
provável, previsível do comportamento humano).

ATENÇÃO:

TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA

Busca delimitar a imputação, sob o aspecto objetivo, evitando regresso ao infinito gerado pela teoria da
causalidade.

Lembrando:

A solução para evitar o regresso ao infinito da causalidade simples foi acrescentar ao estudo da causalidade
o nexo normativo.

a) CRIAÇÃO OU INCREMENTO DE UM RISCO PROIBIDO

Entende-se por risco proibido aquele não tolerado pela sociedade.

Ex.: “A” deseja provocar a morte de “B”. Então “A” aconselha “B” a fazer uma viagem para Flórida, pois
lá, ultimamente, vários turistas têm sido assassinados. “A” planeja que “B” também tenha este destino.
“B”, que nada ouviu sobre os casos de assassinatos na Flórida, faz a viagem de férias, e, de fato, é vítima
de um delito de homicídio.

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b) REALIZAÇÃO DO RISCO NO RESULTADO

O resultado deve estar na linha de desdobramento causal normal da conduta.

Ex.: Fulano dispara contra Beltrano visando matá-lo. Beltrano, gravemente ferido, é levado até o hospital.
Beltrano morre em razão de erro médico.

b) REALIZAÇÃO DO RISCO NO RESULTADO

TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA:

1- Se o resultado é produto exclusivo do erro médico, só pode ser atribuído ao autor desse risco.

Ex.: Paciente, depois da cirurgia, durante sua recuperação no hospital, por negligência do médico, recebe
remédio em dose excessiva, causando a sua morte.

Conclusão:

2- Quando o resultado é produto combinado de ambos os riscos (lesões em razão do disparo e falha mé-
dica), então pode ser atribuído aos dois autores.

Ex.: A falha médica ocorre durante a cirurgia para estancar hemorragia na vítima.

Conclusão:

c) RESULTADO DENTRO DO ALCANCE DO TIPO

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O perigo gerado pelo comportamento do agente deve ser alcançado pelo tipo, modelo de conduta que não
se destina a impedir todas as contingências do cotidiano.

Ex.: Fulano atira em Beltrano para matar.

A vítima é socorrida e transportada numa ambulância para cirurgia de emergência. No trajeto, a ambulância,
em alta velocidade, colide contra um poste, matando o paciente.

CAUSALIDADE NOS CRIMES OMISSIVOS

Lembrando: os crimes omissivos dividem-se em próprios e impróprios

1- CAUSALIDADE NOS CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS

Ex.: Omissão de socorro (art. 135 C.P.).

Nesses casos a lei prevê e pune a inação.

Conclusão:

Atenção! Em determinados crimes omissivos próprios, é possível ligá-los a resultados naturalísticos que
funcionam como qualificadoras.

Nessas hipóteses, é indispensável comprovar a relação de causalidade (de não impedimento) entre a omis-
são e o resultado ocorrido.

“Omissão de socorro

Art. 135 C.P. - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abando-
nada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não
pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave,
e triplicada, se resulta a morte.”

2) CAUSALIDADE NOS CRIMES OMISSIVOS IMPRÓPRIOS

Ex.: Mãe deixa de alimentar filho de tenra idade, que vem a falecer.

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Pune-se o omitente como se tivesse praticado ativamente o resultado (crime comissivo por omissão).
Existe resultado naturalístico.

FORÇA GALERA!!!

“Quando não houver vento, reme.” (provérbio romano)

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