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balanceadas dc e ac.
INDICE
4.1 O potenciómetro
É uma resistência eléctrica de elevada precisão, variável e com três terminais acessíveis. Os
extremos da resistência estão ligadas a duas entradas de tensão do circuito eléctrico e o
terceiro terminal, ligado à saída do circuito, é ajustável ao longo de um elemento da
resistência situado entre os dois terminais fixos, dividindo deste modo a resistência em duas
componentes.
Uma vez que a posição do terminal móvel determina qual a
percentagem da tensão de entrada que é aplicada ao circuito, o
potenciómetro pode ser utilizado para variar a tensão aplicada a
um circuito, pelo que é também conhecido como divisor de
tensão. Normalmente os potenciómetros são utilizados em : (1)
circuitos de calibração e de precisão de fontes de tensão; (2)
controlo do volume de rádios e de controlo de brilho das
O efeito de carga em instrumentos de medida vai influenciar o valor final indicado pelo
aparelho de medida. Este efeito é mais crítico e portanto, o erro associado maior, quando o
IV/2
circuito eléctrico de medida é de baixa tensão ou se pretende uma grande precisão do valor
medido. Mesmo quando se utilizam instrumentos de uma elevada impedância de entrada para
se medir uma dada tensão, uma pequena porção do sinal de medida (corrente) é subtraída do
circuito em teste, dando origem a uma queda de tensão IR, associada ao erro de medida.
Uma forma de se eliminar o efeito de carga num processo de medida é o de se utilizar um
circuito balanceador que não provoque qualquer perturbação ao circuito sob teste. Para isso,
recorre-se a uma segunda fonte de tensão, externa ao circuito sob teste, capaz de gerar uma
corrente idêntica à do circuito teste, mas que flua em sentido contrário. Para a obtenção de tal
condição, é necessário recorrer-se a um circuito detector, capaz de indicar que, para a tensão
padrão escolhida, a corrente é igual e de sentido contrário à do circuito teste. Tal consegue-se
associando em série com a fonte de tensão uma resistência variável de alta precisão,
designada de potenciómetro, que para além de limitar a corrente (através de um reostato),
permite controlar o seu valor (potenciómetro, propriamente dito), através das queda de tensão
aos seus terminais (móveis), directamente proporcional ao comprimento da resistência do
potenciómetro.
Para a calibração do potenciómetro a primeira operação consiste em ajustar-se a corrente que
passa por este, através do reostato, de modo a que a queda de tensão aos seus terminais
(xy), seja proporcional ao seu comprimento. Depois liga-se os seus terminais a um circuito
padrão, constituído por uma tensão padrão (em oposição a V) e um galvanómetro (detector),
ligado a uma resistência de protecção. Quando se liga o galvanómetro ao circuito, o reostato
deve ser ajustado de modo que a indicação no galvanómetro seja nula. Uma vez conseguido
esse balanceamento, a resistência de protecção do galvanómetro deve ser cuto-circuitada, de
modo a aumentar a sua sensibilidade e reajustar o valor de leitura (nula) do galvanómetro.
Nestas condições, o galvanómetro encontra-se em condições de ser utilizado na medida de
forças electromotrizes (traduzidas em potenciais) desconhecidas.
S
V R Y G
IV/3
Rx l
Ex = En = x En (4.1)
Rn ln
Problema 4.1- Considere a montagem que se mostra acima em que o fio de cromo-níquel
que constitui o potenciómetro tem um comprimento de 200 cm e uma resistência de
200 Ω, ligado a uma fonte de tensão de 3 V. Sabendo que o valor da tensão padrão utilizada
como referência é de 1,356 V, determine o valor da corrente de trabalho, a resistência do
reostato e a resolução do potenciómetro, quando utilizado para medir a força electromotriz de
uma fonte desconhecida em que o comprimento útil do potenciómetro é de 100 cm e o valor
da escala mínima de leitura 0,5 mm.
A resistência correspondente ao comprimento útil do potenciómetro é de
100cm × 200Ω 1,356
R100 = = 100Ω e a correspondente corrente de trabalho é I = = 13,56 mA.
200cm 100
−3
A queda de tensão correspondente no potenciómetro é de V P = IR = 13,56 × 10 × 200 = 2,712
3V − 2,712
V, pelo que a resistência do reostato é R = = 21,2 Ω .
13,56 × 10 −3
Para o cálculo da resolução devemos saber quantas divisões tem a escala. de acordo com o
enunciado tem-se:
200cm × 10mm / cm
Númerodedivisõesdaescala = = 4000 , pelo que a resolução da escala será de
0,5mm
2,712
: resolução = = 0,68 mV.
4000
IV/4
4.1.2 Potenciómetro de fita e suas aplicações
Anteriormente dissemos que o potenciómetro tem uma “fita resistiva linear”. Isto é, que a
resistência varia linearmente com o seu comprimento. Deste modo é possível calibrar-se o
comprimento da fita com um dado essencial onde o potenciómetro se insira, como seja o de
controlar uma fonte de tensão dc ou o volume de um rádio.
Para o caso do potenciómetro ser utilizado para o controlo do volume de um rádio, precisamos
de utilizar um potenciómetro cuja fita resistiva varie de modo logaritmo, uma vez que o
IV/5
sistema auditivo humano funciona logaritmicamente. Caso utilizássemos um sistema
potenciométrico linear para controlar o volume de um rádio num dos seus extremos seria
irritável. Isto é, daria a sensação que o volume aumentava muito rapidamente no extremo do
botão.
No gráfico que se segue pode-se ver que o valor da resistência quando varia linearmente
(traçado a vermelho) a 50% do seu comprimento o seu valor é também de 50%, enquanto
que no traçado logarítmico (traçado a amarelo) a 50% do seu comprimento, o valor da
resistência é de cerca de 23% do seu valor. Para se obter 50% do valor da resistência, o
comprimento necessário da fita é de cerca de 85%.
IV/6
Figura 4.8 Potenciómetro rotativo utilizado em circuitos amplificadores áudio.
4.1.4 Problemas.
Problema 4.2
IV/7
a) Calcule as tensões de saída destes dois divisores de tensão (VA e VB), bem como a tensão
entre os pontos A e b (VAB).
b) Se eliminássemos o fio que une os dois circuitos, seria que estes valores se alterariam?
Resposta:
a) VA=65,28 V,
VB=22,26 V e
VAB=42,02 V.
b) Não. Explique
por quê.
Problema 4.3
a) Calcule as tensões de saída dos dois circuitos divisores de tensão (tensão entre A e a
massa e entre B e a massa).
b) Calcule também o valor VAB.
Resolução:
a) VA=65,28 V, VB=75,00V
e.
b) VAB=9,72 V
Problema 4.4
De quanto deverá ser a queda de tensão aos terminais da resistência R1 para que a tensão
VAB=0. E qual o valor de R1?
Resolução
V=9 V e R1=20 KΩ.
Problema 4.5
Um termístor é uma resistência especial em que o valor da sua resistência varia de forma
dramática com a temperatura. Assim sendo, considere o circuito que se segue em que existem
ligados a dois ramos opostos dois termístores iguais (os mesmos coeficientes positivos
térmicos).
IV/8
a) Que tensão deve o voltímetro registrar quando os dois termístores estiverem
exactamente à mesma temperatura?.
b) Qual dos dois termístores deverá estar mais quente para que o voltímetro de uma
leitura negativa?
Resolução
a) V== V
b) Deverá ser o termístor do lado
esquerdo.
4.1.5 Aplicações
Duas das aplicações mais frequentes dos potenciómetros são na calibração de tensões dc e
para medir temperaturas, quando utilizado conjuntamente com um termopar.
No primeiro caso, é aplicado na calibração de fontes de tensão de baixo valor, permitindo a
determinação da curva de calibração.
A curva de calibração não é mais de que um gráfico x-y em que se registam os valores da
corrente em ordenadas e das tensões nas abcissas, fornecidas respectivamente por um
amperímetro e um voltímetro, determinadas por um potenciómetro, que indica os desvios da
corrente relativamente ao seu valor médio (condição de indicação nula, dada por um
Galvanómetro).
IV/9
Num circuito destes deve-se conhecer primeiramente os parâmetros característicos do díodo
Zener, nomeadamente a corrente e a tensão Vs, de modo a seleccionar-se aquele que melhor
serve a funcionalidade do circuito pretendido. Depois segue-se o dimensionamento do circuito
que consiste em determinar-se qual o valor da resistência a associar-se ao circuito de modo a
limitar a corrente no Zener a um valor predeterminado, bem como a razão de dissipação de
potência no Zener. Isto é:
− V f + I s R + Vs = 0
donde se tira que:
If
V f − Vs
R=
Is Vs Vr R
Is
deste modo, a razão de dissipação
Fonte de +
Vf
de potência é dada por: tensão
Vs
-
2(V f − Vs ) 2 Ir
P=
R
em que se inclui o factor 2, como
factor de segurança do circuito.
Problema 4.6
Projecte uma fonte de tensão de corrente continua estável de 10 V, utilizando uma fonte de
alimentação de 15 V e um díodo Zener 1N 961, em que o factor de dissipação de potência é de
400 mW, para uma corrente máxima de 12,5 mA.
Resposta
A primeira coisa, é determinar R a utilizar. Tendo em conta as equações anteriores, obtém-se:
V f − Vs 15 − 12
R= = = 400Ω . Agora, devemos saber qual a potência que esta deve
Is 12,5 × 10 −3
2(V f − Vs ) 2 2 × 32
suportar. Tendo em conta que P = = = 0,125W . Isto é, basta seleccionar
R 400
uma resistência de 1/8W.
Uma outra forma de se projectar uma fonte de tensão estável é a partir de uma corrente
constante produzida por um circuito transistorizado (bipolar ou unipolar), em que a corrente
de saída se mantém invariável, qualquer que seja a tensão de saída, para além de apresentar
uma resistência bastante elevada, conveniente para se reduzir os erros devidos ao efeito de
carga. Para o caso de um transístor unipolar JFET. Neste casso, pode-se ligar a porta (“gate”)
directamente à fonte (“source”), polarizando-se só a malha da saída. Nestas condições tem-se
Vs=IDR, ou seja:
IV/10
∆VDS D
ID = , onde a resistência de dreno RD, G
∆R D ID
se calcula tendo em conta que RD=∆VDS/∆ID R Vo
S
Vf
(b) Tensão de referência de saída (reference output voltage), tensão de saída regulada que
deve de estar de acordo com a eq. 4.1.
(c) Exactidão inicial (Initial accuracy), define qual o erro inicial da tensão de saída e define-se
em % ou em mV, para a temperatura de 25ºC.
(d) Corrente de referência de saída (Reference output-voltage).
(e) Carga de referência de Regulação (Reference –load regulation), representa as variações
incrementais da tensão de saída, função da carga utilizada. Exprime-se normalmente em
µV/µA ou mV/mAou ppm/mA, or %/mA.
(f) Regulação de linha de entrada (Input-line regulation), representa as variações incrementais
da tensão de saída devidas a variações da tensão de entrada. Normalmente exprime-se em
µV/V.
(g) Coeficiente de temperatura da tensão de saída (Output-voltage temperature coefficient),
representa as variações na tensão de saída de referência para um dado valor de
temperatura:
(h) Tensão de saída de elevada estabilidade (Output-voltage long term stability), representa
variações na tensão de referência de saída em função do tempo. Normalmente exprime-se
em ppm/horas.
(i) tensão de ruído de saída (output noise voltage), corresponde ao valor de tensão esporádico
que aparece sobreposto ao sinal. É função da frequência do sinal utilizado e exprime-se em
µVRMS na faixa de frequências de 10Hz a 10kHz.
IV/11
(j) Faixa de estabilidade e de carga capacitiva (Capacitive-load Stability range) corresponde à
faixa de capacidades de carga (inclui também efeitos parasitas) que a tensão de referência
pode tolerar, sem alterar o seu valor ou forma.
Existem várias fontes que contribuem para o erro da tensão de saída (tal como o “offset” da
fonte), mas algumas são ignoradas, pois são irrelevantes para o processo de selecção da
tensão de referência. As fontes de erro que são normalmente consideradas não incluem: erro
inicial da referência; histerese térmica; estabilidade a longo prazo; regulação da linha e da
carga; ruído de entrada e saída.
IV/12
Bibliografia
H. Young and R. Freedman. Sears and Zemansky's University Physics with modern physics
(10th edition). Addison Wesley Longman, Inc., pages 799-864, 2000.
H. Young and R. Freedman. Sears and Zemansky's University Physics with modern physics
(10th edition). Addison Wesley Longman, Inc., pages 799-864, 2000.
Vx R 1 + R 2
= (4.4)
V2 R2
Problema 4.7
Uma caixa de tensões foi projectada de modo a que quando uma tensão desconhecida de 100
V é aplicada à entrada desta, a tensão de saída seja de 2 V. Nestas condições, determine o
valor da resistências a utilizar.
Resolução
De acordo com a equação 4.4 tem-se que Vx/V2=50, donde se tira que (R1+R2)/R2=50 e
portanto R1=49R2
Circuitos pontes são instrumentos utilizados para comparar medidas de componentes passivos
e baseiam-se no princípio de indicação nula. Isto é, a sua indicação é independente da
calibração do dispositivo detector, pelo que o seu grau de precisão é muito elevado. Tal faz
com que sejam utilizados no controlo de diferentes circuitos de medida, em que num dos
ramos existe a componente a medir, sensível a um parâmetro físico (pressão, temperatura,
etc.) e nos outros, componentes passivos reguláveis, previamente conhecidos.
IV/13
A ponte de Wheatstone consiste em dois ramos paralelos de resistências, cada um contendo
duas resistências em série. A estas resistências é aplicada uma tensão continua de modo a
provocar a passagem de correntes nos ramos.
Quando a ponte está balanceada isso significa que não passa qualquer corrente no
galvanómetro e que o potencial neste é nulo. Nestas condições, isso significa que I1=I3 e I2=I4
e I3R3=I4R4; I1R1=I2R2, pelo que se tem:
R1 R2
= , ou R1R4=R2R3 (4.5)
R3 R4
Assim, caso um dos valores da resistência seja desconhecido, é possível determinar-se, por
ajuste de valor de uma das resistências do ramo oposto.
R2 R3 10 × 30
De acordo com o que foi dito anteriormente tira-se que R4 = = = 20kΩ .
R1 15
Quando uma dada ponte não está balanceada, passa corrente pelo galvanómetro, que faz com
que haja uma deflexão do seu ponteiro, proporcional à quantidade de corrente que por lá
passa. Define-se sensibilidade da ponte à deflexão por unidade de corrente que passa pelo
galvanómetro. Isto quer dizer que quanto mais sensível o galvanómetro for, maior será a sua
deflexão, para a mesma quantidade de corrente. Isto é, D=S×I, onde D é a deflexão, S a
sensibilidade da ponte e I a corrente que por lá passa.
Nas condições de não balanceamento, I1≠I3 e I2≠I4. Para além disso, a diferença de potencial
aos terminais do galvanómetro (Vab) não é nula. Nestas condições, para a determinação das
correntes que passam neste circuito devemos recorrer às malhas de Kirchoff às quais se deve
aplicar o teorema de Thevenin, para simplificação das malhas resultantes (análise reduzida ao
comportamento de uma fonte de tensão equivalente ligada em série com uma resistência
equivalente). Por análise do circuito, a tensão equivalente de Thevenin aos terminais do
galvanómetro é a tensão vista aos terminais ab, quando estes estão em circuito aberto. Isto é:
IV/14
R3 R4
Vab = Va − Vb , onde Va = V e Vb = V . (4.6)
R1 + R3 R2 + R4
A resistência equivalente de Thevenin é aquela que é vista aos terminais de saída quando
todas as fontes do circuito são substituídas por curto circuitos. Nestas condições, a resistência
final é a resultante da associação em série das combinações em paralelo de R1 com R3 e R2
com R4. Isto é:
R1 R3 R R
RTh = + 2 4 . (4.7)
R1 + R3 R2 + R4
Se 3 das quatro resistências da ponte forem iguais a um dado valor Re e, se a quarta diferir
destas de um valor inferior a 5%, é possível desenvolvermos uma expressão quer para Vth e
Rth: Isto é: VTh≈V(∆r/4R) e RTh≈R.
Problema 4.9
Em termos gerais diga o que deve ser feito para balancear a ponte que se mostra na figura
que se segue. O que realmente significa, neste contexto, o termo balanceamento?.
Resolução
A ponte estar balanceada significa que a diferença de
potencial entre os dois extremos do circuito, assinalados,
não ligados à fonte de alimentação, é nula.
O atingir-se a condição de balanceamento significa que a
razão das resistências adjacentes dos quatro braços que
constituem o circuito são proporcionais e iguais entre si,
pelo que não circula qualquer corrente pelo medidor,
também.
Problema 4.10
O que é que acontece à tensão entre os pontos A e B se se aumentar a tensão da fonte de
alimentação?
Resolução.
A razão entre as resistências adjacentes é
constante e igual entre si, logo a ponte está
balanceada. Assim, nada acontece por se
aumentar a tensão da fonte de alimentação.
VAB=0 V.
Problema 4.11
IV/15
Complete as ligações do circuito que se mostra de forma a que a ponte formada fique
balanceada.
Resolução
R4 R3 Rb
= = (4.8)
I1 R1
R2 R1 Ra I2 Ra
V c
G Rk
c
I3 Rb
R3
R4 I4
IV/16
Vbo/Vex = Gf/(4 +2 Gf) (4.9b)
Problema 4.12
Um transdutor de força de tensão é um aparelho capaz de ler a força de compressão ou
extensão a que um dado objecto está sujeito, ao dar lugar a uma variação da resistência
proporcional ao valor da força em causa. No que se segue mostra-se um transdutor de pressão
ligado a um circuito de um quarto de ponte enquanto os outros ¾ correspondem a
componentes fixos. Explique o que aconteceria à tensão medida na ponte se o transdutor
estiver em compressão, pressupondo que inicialmente a ponte está balanceada, sem qualquer
força de compressão aplicada.
Resolução
À medida que a força de compressão aumenta
a ponte fica não balanceada, passando o
voltímetro a indicar uma medida não nula de
polaridade independente da natureza da força
utilizada!
Problema 4.13
Suponha que tem um circuito ponte em que um dos braços da ponte está ligado a um
transdutor de pressão compressivo. O que acontece à tensão VAB se a temperatura da amostra
variar (mesmo sem aplicação de qualquer força), partindo do pressuposto que inicialmente a
ponte se encontrava balanceada? Considere que o coeficiente α de temperatura da resistência
do sensor é positivo. Comente da exequibilidade de utilização deste sistema como instrumento
de medida de forças de tensão.
IV/17
Resolução
Se o sensor aquece, desenvolve-se uma
tensão aos terminais A e B tal que o
terminal A é positivo e B é negativo (por
quê?)
Problema 4.14
Explique de que forma o circuito que se segue poderia ser utilizado para compensar
automaticamente variações de temperatura num sensor de pressão.
Resolução
Para se satisfazer as condições requeridas, é
necessário que exista no circuito um sensor
de sacrifício (dummy) ligado à amostra a
caracterizar, de tal maneira que não seja
sujeito às mesmas condições de trabalho do
sensor, que irá medir a força de tensão. Este
está somente sujeito às mesmas condições de
temperatura da amostra e reagirá somente a
estas variações. Deste modo, qualquer
variação da temperatura será compensada
por este, pelo que a indicação do voltímetro
será deste modo insensível à temperatura.
Problema 4.15
Considere o circuito que se mostra a seguir onde se supõe que a tensão aos terminais
corresponde à diferença entre a tensão gerada pelas duas fotocélulas (elementos
transdutores). Contudo, neste circuito alguma coisa falhou, pois a indicação do voltímetro é
sempre negativa e não varia ao variar-se a iluminação a qualquer um dos sensores. Indique
pelo menos duas possibilidades que possam justificar o comportamento detectado.
IV/18
Resolução
O comportamento observado deve-se ou à
resistência R1 que está em curto circuito (por quê?)
ou por que a fotocélula R3 se encontra em circuito
aberto (por quê?).
Figura 4.11 Exemplo da malha de Murray para determinação de curto circuitos à massa em cabos de
comunicações
IV/19
A malha de Murray é utilizada para
determinar curto circuitos entre linhas ou à
massa. Neste caso o condutor com defeito
possui um comprimento L está ligado aos
terminais de um bom condutor de
comprimento LA. A malha formada pelos dois
condutores está ligada à ponte como se
mostra nas figuras, sendo a ponte balanceada
por ajuste da resistência do B (RB). Se
designarmos por RA, RLa, RL e RX
respectivamente as resistências do braço A da
ponte, do braço associado ao bom condutor,
resistência total associada ao condutor
defeituoso e Resistência associada ao
comprimento X do mau condutor, na condição
de balanceamento tem-se:
RA
RX = ( R La + RL ) 4.10a
R A + RB
Por outro lado, se os dois condutores forem do mesmo material e tendo em conta que R=ρl/S
em que l é o comprimento do condutor e S a sua secção, tem-se:
RA
X = ( L + La ) 4.10b
R A + RB
Assim, para um cabo de multicondutores, todos com o mesmo comprimento, a distância a que
se encontra o curto circuito à massa do ponto de ligação à ponte é dado por:
2 LR A
X = 4.10c
R A + RB
IV/20
Figura 4.12 Malha de Varley
RA R
R g + Rb = (4.11b)
RB
Deste modo é preciso localizar o condutor e a posição em que se deu a falha.
No caso da ponte de Wheatstone ser formada por quatro impedâncias não resistivas, esta pode
ser utilizada para determinar condições de balanceamento em circuitos de corrente alterna.
Neste caso, o detector a utilizar deve ser de corrente alterna. As pontes de corrente alterna
são circuitos muito usados em circuitos eléctricos de deslocamento de fase, como meio de
realimentação em circuitos eléctricos Osciladores ou em amplificadores, filtros de sinais
eléctricos e para medição da frequência de sinais áudio.
Z 1 e jθ 1 Z 4 e jθ 4 = Z 2 e jθ 2 Z 3 e jθ 3 , (4.12)
IV/21
donde se conclui que para a ponte estar balanceada é necessário que Z1Z4=Z2Z3.e θ1+θ4=θ2+θ3.
Outra forma de chegar ao mesmo resultado é o de se considerar a impedância como uma
grandeza complexa, com componente real e imaginária. Nestas condições tem-se:
donde se obtém:
igualdade que só é verdadeira quando as partes reais e imaginárias são iguais entre si. Isto é:
(a1b4 + a 4 b1 ) = (a 2 b3 + a3 b2 ) (4.14b)
As pontes de impedância são similares às pontes dc. Neste caso o detector a utilizar deve ter a
capacidade de discriminar pequenos sinais ac. Muitas vezes utiliza-se para o efeito
osciloscópios ou mesmo auscultadores se a frequência a detectar está dentro da faixa áudio.
Neste caso estes são ligados ao circuito através de um transformador/adaptador de
impedância. Os auscultadores possuem normalmente uma baixa impedância de carga (cerca
de 8 Ω), pelo que requerem também correntes elevadas. Tal faz com que se recorra a um
transformador áudio de saída (valores típicos: 220/6 Volts e razão de impedâncias de 1000:8).
Deste modo, é possível detectar-se correntes tão baixas como 0,1 µA e sinais dc a ac com
f=2 MHz.
IV/22
4.4.1 Diferentes tipos de pontes de corrente alterna
Os circuitos ponte servem também para medir indutâncias, capacitância e mesmo o factor Q
de um circuito. Tal como nos circuitos anteriores a impedância desconhecida deve ser sempre
balanceada, em termos de um valor padrão conhecido. Dependendo do modo como a ponte é
ligada a componente desconhecida pode ser determinada directa ou indirectamente. Nos dois
exemplos que se seguem, determina-se o valor de uma indutância ou de uma capacidade
desconhecidas a partir de padrões conhecidos indutivos ou capacitvos, respectivamente.
R1 R
R1 R x = R2 R3 e = 2 . Isto é, Cx=C3(R1/R2). A determinação da capacidade
ωC X ωC 3
desconhecida é independente da amplitude e frequência do sinal alterno aplicado à ponte.
A Rx também se designa de resistência série equivalente da impedância desconhecida, por
representar a parte real da componente de impedância total.
A Cx designa-se de capacidade equivalente da impedância desconhecida, por representar a
reactância total da impedância.
IV/23
4.4.1.2 PONTE DE MAXWELL
conduz-nos a: R1 R x = R2 R3 e Lx=C1R3R2,
Esta ponte serve também para medir indutâncias e resistências de bobinas desconhecidas em
que o factor de qualidade de bobinas [razão entre a reactância (XL) e a resistência da bobina:
Q=XL/R] seja superior a 10.
IV/24
Isto é, os valores de resistência e indutância desconhecidos dependem do valor da frequência
do sinal alterno aplicado à fonte.
Trata-se de uma fonte versátil, utilizada para medir componentes de impedâncias, quer
associados em série, quer associados em paralelo.
Esta ponte é largamente utilizada em circuitos R1
eléctricos de realimentação, para provocar I1 R2
oscilação do sinal eléctrico, a uma frequência pré- I2
V
determinada. D
Rx
Neste caso, a condição de balanceamento I3 C3 I4
R3
corresponde a:
Cx
R2 R3 R 1
Rx = e C x = 1 (C 3 + )
R1 1 + ω R3 C 3
2 2 2
R2 1 + ω R3 C 3
2 2 2
As pontes de rádio frequência são similares às pontes de Wien, sendo R1 substituído pela
combinação paralelo de uma resistência e um condensador variável e a combinação R3 e C3
substituída por uma única resistência.
IV/25
Neste caso, a impedância desconhecida Zx=Rx±jXx é R1
C1
inserida no ramo previamente balanceado, através R2
I2
de R4 e C4 e a condição de balanceamento I1
V
D
corresponde a:
R4
R 1 1 1 I3 I4
R x = 3 (C1' − C1 ) e X x = ( ' − ) R3
C2 ω C4 C4 C4
Zx
' '
onde C1 e C 4 são os valores de C1e C4 reajustados após a inserção na ponte de Zx. Assim,
Problema 4.16- Considere a ponte de rádio frequência que acima se mostra. Sem inserção de
Zx, para f=10 MHz, os valores de balanceamento obtidos são R1=120 KΩ; C1= 100 µF; C2= 7,5
µF; R3= 7,5 KΩ; C4= 120 µF; R4= 100 KΩ. Por inserção de Zx a ponte teve de ser de novo
balanceada, ajustando C1 e C4 respectivamente para 110 µF e 102,4 µF.
Calcule os valores dos componentes da impedância desconhecida
Resolução
De acordo com as expressões anteriores obtém-se: Rx= 10 KΩ e Xx= 22,8×10-6, donde se
conclui que a reactância é indutiva (por quê?), onde Lx= 3,63×10-13 H.
IV/26
Problema 4.17- Considere o circuito que a seguir se mostra. Determine as constantes de Zx R
e C ou L, considerando as mesmas como estando associadas em série.
Resolução R2 =200Ω
Tendo em conta os valores R1=200Ω
apresentados na figura, a impedância I1
I2 C2 =5µF
V=6 V
em questão é capacitiva, onde: f=1KHz D
Problema 4.18- repita o problema 4.17, mas agora com Z1= 400ej0 Ω; Z2=300e-j40 Ω;
Z3=100e-j20.
Resolução
Tendo em conta que Z1Zx=Z2Z3, obtém-se Zx=(Z2Z3)/Z1=75e-j60, conclui-se que para este caso
a impedância continua a ser do tipo capacitivo onde Rx=37,5 Ω e Cx=15,4 µF.
Sites a Consultar
http://sound.westhost.com/pots.htm
http://www.ece.drexel.edu/courses/ECE-E432/Lab2_Sources.html
http://www.aslltd.co.uk/acvdc.htm
http:// www.aslltd.co.uk/pdf/Acvdc.pdf
http:// physics.ucsd.edu/~drs/Classwork/ 120A_Lab2_Week3_Spr_04.pdf –
www.allaboutcircuits.com/vol_2/chpt_12/5.html - 27k
IV/27