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CAPA

LIVRO DE RESUMOS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO

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SECRETARIA DE ESTADO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

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Marcelo Cheche Galves


Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação

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Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Estudantis

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Pró-Reitora de Graduação
Organização:
Marcelo Cheche Galves
Cláudio Eduardo de Castro
Eliane Pinheiro de Sousa

LIVRO DE RESUMOS
© copyright 2015 by UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.
Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA UEMA.

LIVRO DE RESUMOS - XXVII SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – SEMIC


Produzindo conhecimento com pesquisas integradas

EDITOR RESPONSÁVEL
Prof. Dr. Alan Kardec Gomes Pachêco Filho
editora@uema.br

CONSELHO EDITORIAL

1. Marcelo Cheche Galves – PRESIDENTE 8. José Roberto Pereira de Sousa – CESI/UEMA


2. Ana Lucia Abreu Silva – CCA/UEMA 9. José Sampaio de Mattos Jr. – CECEN/UEMA
3. Ana Lúcia Cunha Duarte – CECEN/UEMA 10. Luiz Carlos Araújo dos Santos – CESI/UEMA
4. Eduardo Aurélio Barros Aguiar – CCT/UEMA 11. Márcia Milena Galdez Ferreira – CECEN/UEMA
5. Fabíola Oliveira Aguiar – CCT/UEMA 12. Maria Claudene Barros – CESC/UEMA
6. Helciane de Fátima Abreu Araújo – CCSA/UEMA 13. Maria José Nélo – CECEN/UEMA
7. Jackson Ronie Sá da Silva – CECEN/UEMA

ASSISTENTE DE EDITORAÇÃO
Jucimary Braga Machado Sousa

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Coordenador
Prof. Dr. Cláudio Eduardo de Castro
pibicuema@yahoo.com.br

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Profª. Ma. Eliane Pinheiro de Sousa
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Divisão de Editoração
Prof. Dr. Alan Kardec Gomes Pachêco Filho
editora@uema.br

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Gráfica SpeedColor

INDEXADO POR / INDEXAD BY


Bibliografia Brasileira

O conteúdo dos resumos expandidos é de inteira responsabilidade dos autores.

Seminário de Iniciação Científica da Uema: produzindo conhecimento com


pesquisas integradas (27.:2015, São Luís, MA).
XXVII Seminário de Iniciação Científica da Uema: produzindo
conhecimento com pesquisas integradas de 2 à 4/12/2015 / organizadores,
Marcelo Cheche Galves, Cláudio Eduardo de Castro, Eliane Pinheiro de Sousa,
Jucimary Braga Machado Sousa.– São Luís, 2015.

1291 p

ISSN: 2359/0475

1.XXVII SEMIC Uema. 2.Iniciação científica Uema. 3.Pesquisas


integradas. I.Galves, Marcelo Cheche. II.Castro, Cláudio Eduardo de.
III.Sousa, Eliane Pinheiro de. IV.Sousa, Jucimary Braga Machado. V.Título.
CDU: 001.891

EDITORA UEMA
Cidade Universitária Paulo VI - CP 09 Tirirical
CEP - 65055-970 São Luís - MA
www.uema.br - editorauema@gmail.com
CNPq

XXVII SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


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PRODUZINDO CONHECIMENTO COM PESQUISAS INTEGRADAS
CONHECIMENTO POPULAR E UTILIZAÇÃO DE AVES SILVESTRES POR
MORADORES DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MUNICIPAL DO
INHAMUM, CAXIAS-MA, BRASIL.

Orientando: Anderson Felipe Teixeira da SILVA – Voluntário.


Graduando em Ciências Biológicas Licenciatura, CESC/UEMA.

Orientadora: Ana Priscila Medeiros OLÍMPIO.


Prof.ª Esp. do Departamento de Química e Biologia, CESC/UEMA.

Colaboradores: Shirliane de Araújo SOUSA - Prof.ª. Me. Instituto Federal do Piauí, IFPI;
Hilda Raianne Silva de MELO – Graduanda em Ciências Biológicas Licenciatura,
CESC/UEMA.

As interações humanos/aves, é abordada pela perspectiva da Etnoornitologia, termo que


indica como um grupo étnico vê, percebe, classifica, nomeia e em geral se relaciona com as
aves (MAXWELL, 1969). Quando a fauna se torna importante para uma determinada
comunidade, ela passa a fazer parte de sua rotina e de seus pensamentos, estabelecendo-se
então, diversas relações dos seres humanos com os animais, sejam elas utilitárias
(alimentação, vestuário, medicinal, mágico-religioso, etc.), simbólicas (lendas, mitos), ou de
comercialização (CORONA, 2011). Estudos etnoornitológicos que visam caracterizar o uso
de aves no cotidiano de habitantes da Área de Proteção Ambiental Municipal do Inhamum
(APA Inhamum) ainda são inexistentes. Neste contexto, objetivou-se conhecer as espécies
de aves silvestres que os moradores desta área utilizam no seu dia-a-dia. A área está
localizada próximo ao município de Caxias a aproximadamente 4,5 Km do perímetro
urbano. Para a obtenção dos dados foram entrevistados 20 habitantes através de um
questionário abordando quatro categorias baseadas em Lara et al. (2009) e Nobrega (2011).
A primeira categoria trata-se da ocorrência das aves que são vistas próximos aos domicílios,
a partir do qual foi elaborado uma tabela com as narrativas dos entrevistados e comparados
com literatura especializada. A segunda refere-se à recorrência das aves levando-se em conta
a sazonalidade. A terceira abrange informações sobre a caça predatória das aves, esta foi
subdividida para verificar os modos e os métodos de caça. Para a primeira categoria, um
total de 65 espécies distribuídas em 32 famílias foram descritas a partir das narrativas dos
moradores. As famílias que tiveram o maior número de espécies citadas foram Thraupidae,
Icteridae, Ardeidae, Columbidae, Trochilidae e Cuculidae (Tabela 1) que foram identificadas
com o auxílio de literatura especializada (SIGRIST, 2013; CBRO 2014). As demais famílias
não foram inseridas na tabela devido a menor representatividade das narrativas dos
moradores. Na categoria sazonalidade das aves, duas pessoas responderam que não sabiam
o período no qual as aves são mais vistas, enquanto que os demais responderam que veem
as aves mais no período chuvoso, relacionando sua ocorrência à presença de frutos e
sementes, e também ao período reprodutivo. Segundo Lack (1968), a presença das aves em
regiões tropicais está associada à períodos chuvosos devido a oferta de recursos alimentares.
Quanto a terceira categoria 96% das pessoas responderam que “NÂO” caçam aves e as
demais responderam que “SIM” (4%); entretanto quando questionados sobre as utilidades
das aves, 7 responderam que não dariam nenhuma utilidade, onde um deles ainda respondeu
que as deixariam libertas; as outras 13 pessoas deram utilidades diferentes, como por
exemplo, ornamentação, criação, alimentação e venda. Dos 16 entrevistados que disseram
que não caçam aves, 13 deles acabaram ao final desta categoria dando alguma utilidade como
venda e criação, se contradizendo em relação a afirmação que não caçam aves. Na quarta e
última categoria foi perguntado aos entrevistados sobre os métodos de caça conhecidos por

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PRODUZINDO CONHECIMENTO COM PESQUISAS INTEGRADAS
eles, dos 20 entrevistados apenas 1 não conhecia nenhum tipo de método, já os 19 restantes
conheciam e até mantinham em suas habitações tais métodos. Os métodos citados foram:
arapucas, gaiolas, açaprão, derrubada de árvores altas para retiradas de filhotes de espaços
ocos de troncos e utilização de redes. Muitas dessas técnicas citadas anteriormente são
tradições passadas de geração em geração como citado por Tynsong et al. (2012). Notou-se
que a maior parte das aves silvestres encontradas nos domicílios estavam presas em gaiolas
ou sendo mantidos em caixas em diferentes cômodos da casa (Figura 1).

Tabela 1 - Famílias de aves com espécies mais citadas durante a entrevista com os
moradores
FAMÍLIAS ESPÉCIES CITADAS
Thraupidae 11
Icteridae 6
Adeidae 4
Columbidae 4
Trochilidae 3
Cuculidae 3

Figura 1 - Aves silvestres encontrados nas residências. A) Pêga (Icterus pyrrhopterus)


(Vieillot, 1819); B) Galo-campina ou galo-de-campina (Paroaria dominicana) (Linnaeus,
1758); C) Bigode ♂ (Sporophila lineola) (Linnaeus, 1758); D) Corrupião (Icterus jamacaii)
(Gmelin, 1788); E) Bigode ♀ (Sporophila lineola) (Linnaeus, 1758); F) Curica (Eupsittula
aurea) (Gmelin, 1788) e G) Papagaio (Amazona aestiva) (Linnaeus, 1758).

Alguns dos motivos dos moradores para manter essas espécies em cativeiro, além de
ornamentação, era devido os mesmos manterem esses bichos como animais de estimação,
pois segundo os mesmos, os pássaros que eram mantidos em suas casas chegaram ainda
filhotes e não conseguiriam sobreviver sem os seus cuidados. A captura de aves das famílias
Columbidae e Ramphastidae ocorria com o auxílio de arapucas iscadas com atrativos
alimentares. Apesar dos moradores negarem inicialmente não ter relação com a avifauna
local, observou-se o contrário, pois em algumas residências esses animais são criados como
animais domésticos. Conclui-se então, que os moradores possuem um certo conhecimento

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PRODUZINDO CONHECIMENTO COM PESQUISAS INTEGRADAS
da avifauna local, favorecendo a execução de trabalhos de educação ambiental na tentativa
de preservar as espécies da APA Municipal do Inhamum.

Palavras-chave: Etnoornitologia, APA-Inhamum, Métodos de caça.

REFERÊNCIAS

CBRO - COMITÊ BRASILEIRO DE REGISTROS ORNITOLÓGICOS (2014) Listas das


aves do Brasil. 10ª Edição. Disponível em <http://www.cbro.org.br>. Acesso em: [25 de
agosto de 2015].

CORONA, M E. Apuntes sobre lãs relaciones hombres-fauna, como un escenario del dialogo
de saberes. En: (Eds) VILLAMAR, A. A.; CORONA, M. E. & MARTINEZ, P. H. Saberes
colectivos y dialogo de saberes em Mexico, UNAM, CRIM. INAH Morales, 574p, 2011.

HERNANDEZ, E. F. T. & CARVALHO, M. S. de. O tráfico de animais silvestres no Estado


do Paraná. Acta Sci. Human Soc. Sci., 2:257-266, 2006.

LACK, D. Ecological adaptations for breeding in birds. London: Methwen, 1968.


MAXWELL, A. R. Kedayan ethno-ornithology – a preliminar report. Brunei Museum
Journal1: 197–217, 1969.

LARA, K. M.; FRANÇA, M. S. C. de & PEREIRA, K. A. L. Estudo etnoornitológico na


bacia do rio Pindaíba - MT: um estudo de caso. Anais do III Congresso Latino Americano
de Ecologia, 10 a 13 de setembro de 2009, São Lourenço – MG.

NOBREGA, V. A.; BARBOSA, J. A. A. & ALVES, R. R. N. Utilização de aves silvestres


por moradores do município de Fagundes, Semiárido paraibano: uma abordagem etno-
ornitológica. Sitientibus Série Ciências Biológicas, v. 11, n. 2, p. 165-175, 2011

SIGRIST, T. Guia de Campo Avis Brasilis – Avifauna Brasileira/Tomas Sigrist; ilustrado


por Tomas Sigrist – São Paulo: Avis Brasilis, (Série Guias de Campo Avis Brasilis, tomo
V), 592 p., 2013.

TYNSONG, H.; TIWARI, B. K. & DKHAR, M. Bird hunting techniques practiced by War
Khasi community oh Meghalaya, North-east, India. Indian Journal of Traditional
Knowledge, 11(2), p 334-341, 2012.

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PRODUZINDO CONHECIMENTO COM PESQUISAS INTEGRADAS
UMA ABORDAGEM ETNOORNITOLOGICO NA ÁREA DE PROTEÇÃO
AMBIENTAL MUNICIPAL DO INHAMUM, CAXIAS-MA, BRASIL.

Orientanda: Hilda Raianne Silva de MELO -Voluntária.


Graduanda em Ciências Biológicas, CESC/UEMA.

Orientadora Ana Priscila Medeiros OLÍMPIO.


Profª. Esp. do Departamento de Química e Biologia, CESC/UEMA

Colaboradores: Shirliane de Araújo SOUSA – Profª. Me. Instituto Federal do Piauí – IFPI;
Anderson Felipe Teixeira da SILVA - Graduando em Ciências Biológicas, CESC/UEMA.

A etnoornitologia é a ciência que aborda o conhecimento popular sobre as aves, descrevendo


e analisando os conhecimentos e as práticas das populações locais, permitindo uma
compreensão das relações entre humanos e aves. Os estudos etnoornitológicos investigam
os aspectos ecológico, comportamentais, taxonômicos e simbólicos das aves, sendo uma
ferramenta importante para o estabelecimento de práticas conservacionistas (Lara et al.,
2009). Esse trabalho objetivou analisar as diferentes formas de relação existente entre os
moradores e as aves na Área de Proteção Ambiental Municipal do Inhamum (APA
Municipal do Inhamum), Caxias-MA, Brasil. A pesquisa foi realizada no período de julho à
agosto de 2015, na APA Municipal do Inhamum, que localiza-se a aproximadamente 4 km
do perímetro urbano da cidade de Caxias/MA. Foram realizadas entrevistas com os
moradores, onde foram entrevistados duas pessoas por residência. O questionário abrangeu
quatro categorias, como as estabelecidas por Lara et al., (2009), além de perguntas de
levantamento social tais como: nome, idade e sexo. A primeira categoria correspondia a
etnotaxonomia, que agrupa as descrições morfológicas das aves com base no relato de
populares. A segunda refere-se à etnodescrição que agrupa os hábitos alimentares e hábitat.
A terceira agrupa as aves classificadas como ornitoáugures, que estão divididos em
meteóricos, onde preveem mudanças de tempo e clima; societários, que anunciam visitas,
encontros, etc; e funéreos, que predizem a morte de pessoas. A quarta categoria é
denominada ornitovígeis, que agrupa as aves cujas vocalizações os entrevistados atribuem
ao poder de alertar sobre a presença de seres ou ocorrências ameaçadoras ou indesejáveis.
As informações ornitológicas fornecidas pelos informantes foram analisadas através de
comparação entre as falas dos entrevistados com as informações da literatura especializada.
Foram entrevistados 20 pessoas sendo 15 mulheres e 5 homens. A idade mínima dos
entrevistados foi de 16 anos de idade, e a máxima 68 anos. Todos os entrevistados
demostraram ter conhecimento sobre a avifauna local, os mesmos descreveram
morfologicamente algumas espécies de aves que foram comparadas com a literatura
cientifica. Um exemplo é a espécie Cacicus cela, Linnaeus, 1758, popularmente conhecida
como xexéu na região, cujo a morfologia foi descrita como pássaro preto com pinta amarela
que se alimenta de guabiraba, almesca, atraca, manga e goiaba; características morfológicas
e biológicas corroboradas com Sigrist (2013). Os moradores descreveram também o
Pteroglossus aracari, Linnaeus, 1758, conhecido na região como tucano-de-bico-branco,
afirmando que este tem bico colorido de preto e amarelo que se alimenta de mamão e goiaba.
De acordo com Sick (1997) esses animais são excepcionais pelo enorme bico, cujo
comprimento pode mesmo exceder o do corpo, essencialmente frugívoras (SIGRIST, 2013).
Descreveram também espécies de Ardeidae, Leach, 1820, representado pelas garças que são
altas caneludas e tem o pescoço grande e comem peixe. Para SIGRIST (2013) a família
Ardeidae, Leach, 1820 é cosmopolita composta de aves pernaltas, com muitas espécies
associadas ao meio aquático. Sua dieta é a base de peixe, anfíbios, cobras aquáticas e

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PRODUZINDO CONHECIMENTO COM PESQUISAS INTEGRADAS
pequenos mamíferos, como ratos ou preás além de moluscos. As descrições feitas pelos
moradores não foram o suficiente para realizar a identificação das mesmas em nível de
espécie, sendo identificadas somente a nível de família. Os informantes relataram também
sobre os possíveis locais onde os mesmos visualizam com maior frequência as aves em seu
cotidiano (figura 1), sendo que nesta categoria alguns entrevistados citaram mais de um
lugar. Dentro da floresta ao entorno, e no seu próprio domicílio foram os locais mais citados,
ambos com 23%; logo em seguida, veio açude/brejo com 18%, depois veio a capoeira com
14%; também houve alguns relatos de visualização de espécies em árvores específicas, como
troncos de palmeiras (Orbignya phalerata), buritizeiros (Mauritia flexuosa), pé de jatobá
(Hymenaea courbaril) e em pé de mamão (Carica papaya). Outro ambiente citado foram o
tabuleiro e roça, ambos com 4%. Nesta categoria somente 5% das pessoas não souberam
responder.

5% 9% 24%

24%
14%

5% 5%
14%
Mata fechada Capoeira
Tabuleiro Brejo
Roça No seu próprio quintal
Não soube responder Árvores especifica

Figura 1 - Locais que os entrevistados costumam visualizar as aves.

Na terceira categoria, onde trata-se de espécies de aves ornitoáugures (as aves que preveem
mudanças de clima), 55% dos entrevistados relataram que conheciam essas espécies, dentre
elas foram citados: Galinha d’água (Ardeidae, Leach, 1820) (20%), Siricora (Ardeidae,
Leach, 1820) (10%), Aracuã (Cracidae, Rafinesque, 1815) (10%), Sabiá-barranco (Turdus
leucomelas, Vieillot, 1818) (5%), João-bobo (Nystalus chacuru, Vieillot, 1816) (5%). Nesta
categoria 5% dos entrevistados citaram uma espécie conhecida popularmente por pena
branca, entretanto as descrições não foram o suficiente para realizar a identificação da
mesma; 40% disseram que não conheciam nenhuma espécie de aves que prever mudança de
clima, e 5% relataram que conheciam, porém não souberam dizer o nome da espécie. Com
relação as aves que anuncia visitas e/ou encontros, somente 20% dos informantes relataram
que tinha conhecimento sobre essas espécies, onde citaram: o beija-flor (Trochilidae, Vigors,
1825) (10%), Coruja-de-igreja (citada como rasga mortalha) (Tyto furcata, Temminck,
1827) (5%) e Socó (Ardeidae, Leach, 1820) (5%); 80% dos entrevistados disseram que não
conheciam nenhuma espécie de ave que anuncia visita e/ou encontros. Ainda na terceira
categoria foi perguntado sobre o conhecimento a respeito de aves que predizem a morte de
pessoas, e nesta categoria alguns entrevistados citaram mais de uma ave, como por exemplo:
Acauã (Herpetotheres cachinnans, Linnaeus, 1758) com (29%), Aracuã (Cracidae,
Rafinesque, 1815) também com (29%), Rasga mortalha (Tyto furcata, Temminck, 1827)
(25%), Beija-flor (Trochilidae, Vigors, 1825) e Pombo (Columbidae, Leach, 1820) ambos
com 4%. Apenas (9%) dos entrevistados não souberam responder à pergunta. Na categoria
de ornitovígeis, perguntou-se aos entrevistados se eles conheciam alguma ave onde o seu
canto era atribuído ao poder de alerta sobre a presença de seres, ocorrências ameaçadoras ou
indesejáveis (figura 2), alguns entrevistados citaram conhecer, entre elas foram citadas as

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seguintes: Cancão (Cyanocorax cyanopogo, Wied, 1821) (50%), Choró-do-mato
(Thamnophilidae, Swainson, 1824) (11%), João-de-barro (Furnarius rufus, Gmelin, 1788)
(5%), Pinto-do-mato (Hylopezus nattereri, Pinto, 1937) (6%) e Siricora (Ardeidae, Leach,
1820) (6%). Somente 22% dos informantes não souberam responder.

22%

6% 50%
6%
5%
11%

Cancão Choró-do-mato João-de-barro


Pinto-do-mato Siricora Não soube responder

Figura 2 - Aves onde seu canto é atribuído ao poder de alerta sobre a presença de seres ou
ocorrências ameaçadoras ou indesejáveis.

Conclui-se que os moradores possuem um conhecimento sobre as aves desta Área de


Proteção, e os resultados obtidos com o conhecimento popular são de grande importância
para a elaboração de estratégias para o manejo e conservação da avifauna local.

Palavras-chave: Aves, Etnoornitologia, Conhecimento popular.

REFERÊNCIAS

LARA, K. M. Estudo Etnoornitolólogico na Bacia do Rio Pindaíba - MT: um estudo de


caso: Anais do III Congresso Latino Americano de Ecologia, 10 a 13 de setembro de 2009,
São Lourenço – MG.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Nova Fronteira: Rio de Janeiro, Brasil, C, 912p, 1997.

SIGRIST, T. Guia de Campo Avis Brasilis – Avifauna Brasileira/Tomas Sigrist; ilustrado


por Tomas Sigrist – São Paulo: Avis Brasilis, (Série Guias de Campo Avis Brasilis, tomo
V), 592 p., 2013.

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