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do territorio
O conceito de território encontra-se frequentemente associado à ideia de um
do territorio
espaço onde uma ordem específica, seja ela proveniente da Natureza ou dos
vários tipos de jurisdição, é exercida. Assim, um território é um espaço onde a
ordem de qualquer coisa ou de alguém se manifesta e é respeitada. Tal implica
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que o mundo, nas diferentes perspectivas pelas quais se constitui, é acessível
através da descrição do conjunto dos seus territórios.
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Para Uma Ética do Território é o livro resultante das comunicações apresenta-
das no 3º seminário internacional no âmbito do projecto de investigação
“Arquitecturas do Mar” (PTDC/AUR-AQI/113587/2009) da Fundação para a
Ciência e Tecnologia.
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ACADEMIA DE ESCOLAS
Fundação para a Ciência e a Tecnologia FAC U L DA D E D E A R Q U I T E C T U R A DE ARQUITECTURA E URBANISMO
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Investigação
Arquitectura
Urbanismo
Centro
Design
de
em
arquitecturas do mar
PARA UMA ÉTICA DO TERRITÓRIO
Coordenação
José Duarte Gorjão Jorge
Lisboa
2013
Título
Para uma Ética do Território
Coordenação
José Duarte Gorjão Jorge
Capa
J. D. G. J. / Joana Lopes / Ricardo Ribeiro
Arranjo Gráfico e Composição
Joana Lopes
Ricardo Ribeiro
Editor
Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa
Apoio
FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia
Ministério da Educação e Ciência
Tiragem
220 exemplares
Impressão e acabamento
DPI Cromotipo – Oficina de Artes Gráficas, Lda.
Depósito Legal
ISBN
978-972-9346-37-8
Este livro ou partes dele não poderão ser reproduzidos sob qualquer forma, mesmo electrónica,
sem explícita autorização do Editor.
É da inteira responsabilidade dos autores o conteúdo apresentado nos respectivos artigos, incluindo
a opção de considerar o novo acordo ortográfico, no caso da língua portuguesa.
Apresentação…………………………………………………………………………...……………5
Urbanismo e Antropologia
O território da noite nas Arquitecturas sem Fachada
Maria Dulce Loução ………………………………………………………………………179
Resumo
“O Novo Argonauta”
O espaço natural
O lugar de Olhão situa-se na orla costeira do sotavento algarvio, em zona plana de
areal banhado pelas águas calmas da Ria Formosa. Integrado neste sistema lagunar,
constituído por um conjunto de 5 ilhas e 2 penínsulas separadas por 6 barras, o areal de
Olhão localizava-se em frente à Barra Grande, passagem que permitia o acesso ao porto
e cidade de Faro.
O sítio possuía fartas reservas de água doce, sob a forma de “olhos de água” que
brotavam na praia, além de poços que se encontravam dispersos por boas áreas de
cultivo.
Fig. 1 - Localização de Olhão na Carta Militar de Portugal. esc.: 1:25 000, folha 611. 2005. Fonte:
Instituto Geográfico do Exército.
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A origem do povoamento
A informação da existência de cetárias de época romana, onde agora se espraia a
doca de pesca de Olhão (SANTOS, 1971, p. 215), conjuntamente com o achado de
anzóis (IRIA, 1956, p. 204), testemunham a prática da pesca e da salga de pescado. Esta
seria a ocupação humana mais antiga, provavelmente relacionada com o importante
estabelecimento marítimo-portuário de Marim, localizado a nascente de Olhão.
Deve-se a ALBERTO IRIA a informação escrita mais antiga sobre o lugar de Olhão,
inserta numa carta de aforamento, datada de 1378. Neste documento é feita referência a
“(…) hua courella de vinha e figueiral e herdade que el ha em Faarom em logo que
chamam Olham e parte com herdade que foe de Adella moro e com herdade que foe de
Palhavaam / a Joham Barriom” (IRIA, 1948; IRIA, 1956, p. 121, 327) 1.
Este documento confirma que o lugar de Olhão, espaço habitado, já existiria no
século XIV e teria, provavelmente, origem mais antiga.
De facto, o local apresenta condições naturais que permitiram o estabelecimento
sazonal de marítimos nas épocas romana e medieval, à semelhança de outros areais da
costa algarvia, como Manta Rota (GARCIA, 2008) e Monte Gordo (MACEDO e GARCIA,
2012, no prelo). Contudo, a sujeição aos ciclos das marés especialmente as enchentes
recorrentes e inundações nas marés vivas, foi uma desvantagem para a consolidação
destes núcleos sazonais. Mas a localização junto da barra ter-se-á revelado estratégica
para o florescimento de riqueza em Olhão. Os marítimos podiam aceder directamente às
embarcações e concretizar os seus negócios antes dos navios aportarem a Faro,
furtando-se, deste modo, aos direitos régios (MAGALHÃES, 1993, p. 112-113).
Existem algumas concomitâncias com o povoamento de Olhão, que podem ou não
ter interferido neste processo. Por exemplo, o clima de repressão social que ocorreu
durante os séculos XVII e primeira metade do século XVIII com as actividades da
Inquisição. Um regulamento obrigava à pesquisa nos navios que entravam no porto, da
presença de livros proibidos ou suspeitos. Entre 1633 e 1638, a população de Faro viveu
o horror da Inquisição, com denúncias, perseguições, interrogatórios, prisões e
consequente fuga por terra e por mar de inúmeras famílias farenses, que se prolongaram
na centúria seguinte (CAVACO, 1996, p. 92; VIEIRA, 2010). A praia de Olhão, afastada
da vigilância apertada que se fazia sentir na cidade de Faro, era o local indicado para
fretar uma embarcação e sair rapidamente para o mar ou navegar pelo esteiro interior na
direcção de Tavira.
Por outro lado, o ambiente de insegurança e militarização geral ocorridos entre
1637 e 1640 e, posteriormente a peste de 1649-50, que afectou no Algarve as zonas
urbanas, principalmente Lagos, Silves, Loulé e Faro, provocaram a desertificação das
cidades e o aumento da população rural, dispersa por lugares e casais (MAGALHÃES,
1993, p. 62, 87-89).
A ermida de Nossa Senhora do Rosário, datada dos inícios do século XVII, é o
templo cristão mais antigo conhecido em Olhão e os primeiros registos documentais
sobre pessoas naturais de Olhão remontam a 1614. Em 1660, os mareantes de Olhão
tinham confraria própria, da invocação de Nossa Senhora do Rosário, que funcionava na
igreja de Quelfes. E conhece-se o registo de um casamento realizado na ermida em
Olhão em 1691, em que os familiares eram “todos naturais e moradores nesta praia de
Olhão” (MASCARENHAS, 1987).
A criação formal da freguesia de Olhão ocorreu em 1695, ocupando uma área de
cerca de 5km2. Em 1698 os fregueses iniciaram a construção da igreja matriz, de
dimensão exacerbada face à paisagem envolvente. Com a fachada virada a sul e à praia,
1 Um forte agradecimento a José Cabaço do Arquivo Municipal de Olhão, a Nuno Beja da Câmara
Municipal de Faro e às colegas da Biblioteca Municipal do Porto, que fizeram chegar o fascículo d’ O
Correio Olhanense”, ausente nos principais acervos arquivísticos de Faro e Olhão.
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a igreja marcava o limite norte da recém criada freguesia. Na inscrição existente na igreja
lê-se: "À custa dos homens do mar deste povo se fez este templo novo, no tempo em que
só haviam umas palhotas em que viviam. Primeiro fundamento 1698 “Esperava-se e
antevia-se que o número de fieis iria aumentar”.
Olhão beneficiou ainda da falta de articulação entre municípios, como a rivalidade
entre os concelhos de Loulé e Faro relativamente ao abastecimento e comércio de
produtos naquelas cidades. “(…) De entre os alimentos um único parece fugir a estes
apertos: o peixe (…) pode imaginar-se que não seria branda a guerrilha com os
pescadores ”. Os vizinhos da terra e dos termos anexos frequentavam a praia de Olhão e
ali chegavam almocreves que faziam o abastecimento das populações (MAGALHÃES,
1993, p. 243, 251, 255).
Assim, ao longo do século XVII, Olhão foi acolhendo novos habitantes em
diferentes circunstâncias, sendo já um importante abastecedor de pescado das cidades
algarvias.
Fig.2 - Descarga do pescado na praia de Olhão, (s.d.). Fonte: Arquivo Municipal de Olhão.
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alguns dados sobre as actividades dos habitantes das cabanas de Olhão, entre a vasta
documentação produzida. CARLOS CALLIXTO publicou parte deste espólio, ao qual
recorremos no âmbito do presente trabalho.
O assolamento frequente das costas algarvias por piratas e corsários, deixadas
sem proteção pelo governo filipino e a escassa vigilância existente, tinha contribuido para
a generalização da insegurança no Algarve. Faro, a cidade mais importante do Reino nos
domínios da pesca e do comércio, tinha uma barra única, que tinha condições naturais
para receber uma armada e embarcações até mil toneladas, mas “sem nenhum amparo”.
Deste modo, os especialistas militares justificaram a construção da fortaleza na barra de
Faro, “uma empresa quase impossível”, com a necessidade de defesa da cidade contra a
eventual invasão de Castela e os ataques constantes da pirataria saletina, atrevida, que
chegava a perseguir as embarcações no interior da barra e ainda, como forma de evitar a
actividade contrabandística nos canais que ligavam a barra ao porto da cidade
(CALLIXTO, 1981, p. 202-212).
No ano de 1654 foi iniciada a obra da fortaleza da Barra no ilhote do Boi,
desenhada pelo engenheiro Pedro de Santa Colomba, encontrando-se artilhada e
guarnecida em 1707. Os custos foram suportados pelo Reino, com pouco dispêndio da
Fazenda Real e mereceram o apoio da Câmara da Cidade e dos “homens de negócios e
mercadores da Cidade”, que se propuseram contribuir com o pagamento de um imposto
extraordinário (CALLIXTO, 1978, p. 87; CALLIXTO, 1981, p. 215).
Mas o cabido da Sé de Faro, numa carta em que reprovou a iniciativa, acusou os
homens do mar que habitavam as cabanas de Olhão porque eram os primeiros a avistar
as embarcações, eram amigos dos mercadores e “refundiam fazendas e furtavam
dinheiros à Fazenda Real” (CALLIXTO, 1981, p. 221). No relatório emitido, o Conselho de
Guerra informou que “sempre ouviu a mesma queixa e examinando as razões dela as
achou mais aparentes que verdadeiras porque aquilo é uma habitação de pescadores
pobres, que pela comodidade de terem os seus barcos perto do mar, para saírem a ele
mais depressa, escolheram aquele lugar onde pagam como vassalos os tributos que
devem e nos descaminhos dos navios que vêm de fora, tanta parte têm os da cidade
como eles” (CALLIXTO, 1981, p. 212). O Estado cuidou em defender Olhão, que lhe daria
bons proveitos, pois cada barca tinha uma avença com a Fazenda Real, “que pagava
pontualmente”.
Conclui-se que Olhão seria já um aglomerado considerável na segunda metade do
século XVII e não parece plausível que a edificação do forte tivesse desencadeado o
aumento da população, como defenderam alguns autores (MAGALHÃES, 1993,p. 112).
No século XVIII, a fama dos marítimos de Olhão ficou perpetuada em registos da
época: “os mais hábeis e práticos que tem toda a costa do Algarve, e por isso muito
dignas de crédito as suas informações hidrográficas (…). As pescarias que fazem não se
limitam a pequenas distâncias: eles procuram o peixe em mares distantes, fazendo
normalmente em quase todas as suas pescarias longas e trabalhosas viagens” (LOBO,
1790, cit. por Iria, 1956, vol.II, p. 327). De facto, navegavam numa área alargada entre as
costas atlânticas de Marrocos, a sul e a portuguesa, a norte e para oriente, o rochedo de
Gibraltar. Este porto de mar, sob o domínio britânico desde 1704, foi importante centro de
contrabando e comércio, envolvendo especialmente o açúcar e tabaco do Brasil.
Pescava-se todo o tipo de pescado, entre os canais interiores da ria, a plataforma
continental e o “Mar Negro”. Hábeis no uso de uma grande diversidade de artes e redes,
em terra vendiam pescado fresco, salgado ou escalado e salgado. Das entranhas e
fígados era retirado o azeite e as peles de algumas espécies eram utilizadas como lixas.
Na segunda metade do século XVIII, Olhão tornou-se o maior produtor e exportador
de azeite de peixe e pele de lixa (CAVACO, 1996, vol. II, p. 162).
Na “selva de mastros que povoavam a pequena angra azul”, misturavam-se barcas,
calões e lanchas com naus e sétias de Lisboa, Andaluzia, Catalunha e as não declaradas
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2 O estado da documentação do século XVIII que se pretendia analisar nos AMO e ADF limitou esta
pesquisa histórica.
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Fig. 4 - Evolução das construções para habitação em Olhão. Cabana na ilha da Armona (Oliveira, F.
Galhardo e B. Pereira, 1994). Casa térrea com cobertura de quatro águas em Olhão (s.d.). Fonte:
Arquivo Municipal de Olhão. A mesma casa sem telhado e com um primeiro piso recuado com açoteia,
2008. Fonte: Arquivo Sandra Romba.
Na construção das cabanas era feita inicialmente uma armação com varas de
madeira enterradas oblíquamente no solo, nas quais assentavam longitudinalmente ripas
de cana. A estrutura era coberta com junco, estorno, barrão ou palha atada com cordas
de piteira ou palma. Tinha uma porta baixa e estreita, por vezes com postigo. Com
cobertura de duas águas inclinadas, a cabana tinha duas divisões, que funcionavam
como habitação sazonal dos homens do mar e das suas famílias e nelas se guardavam
as redes e utensílios necessários para a pesca. Uma cabana durava em média 20 anos
(VASCONCELOS, 1983, p. 278-283; OLIVEIRA,1994).
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Fig. 5 - Localização de Olhão (letra g) ao centro. Do lado esquerdo está situada a povoação da Fuzeta
(letra h) e do lado direito está situada a cidade de Faro (letra f). Planta de Francisco Lobo Cardinal,
1754. Fonte: Anais do Município de Faro, vol.VIII,1982.
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Fig. 6 - Planta de Olhão, 1871-3, com identificação do bairro da Barreta (A), do bairro dos Sete
Cotovelos (B) e da Igreja Matriz (C). Escala 1:2500. Autores: Eng.º B.M.F. d’Andrade e Cap.º do
Exército A.J. Pery. Fonte: I.G.P.
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Raúl Brandão (1978) 3 reteve para futura memória a vida nos bairros antigos de
Olhão, “vive-se ao ar livre, come-se ao ar livre, dorme-se ao ar livre. A rua, fedorenta e
animada, pertence aos pobres. Abancam no meio das vielas. Mulheres curvam-se sobre
as frigideiras frigindo peixe (…). À roda, encostados às paredes, os remos, os cabazes,
as redes; ao lado o cano de esgoto que passa à mostra pelo meio da rua num escorro
fétido (…). Mas, se a rua é suja, a casa é limpa (…) caia-se tudo (…) caia-se sempre. É
um delírio de branco”.
3 O texto de Raúl Brandão sobre Olhão (e a obra) merece ser lido na íntegra.
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Castela, Lisboa e Gibraltar. Por exemplo o barco de José Friz, que foi apanhado várias
vezes com cargas de Gibraltar e de Castela; o iate de Manuel Machado viajou para
Castela, Lisboa e Mazagão; o barco de João Rabelo viajou para Gibraltar e Castela; o
iate de Diogo Viegas foi a Lisboa; e o rol continuava (CAVACO, 1996, vol. II, p. 254, 307-
321).
No ano de 1787, as autoridades procederam ao arrolamento de todas as
embarcações registadas no Algarve. Das 427 identificadas, o porto de Olhão tinha 69
embarcações, 11 barcos, 8 caíques, 6 hiates, 33 lanchas e 11 rascas. Num universo de
cerca de 100.000 habitantes no Algarve, foram identificados 3908 mareantes, dos quais
1421 eram de Olhão (CAVACO, 1996, vol. II, p. 149). Ora sabemos que por estes anos
trabalhavam na faina marítima em Olhão perto de 2000 homens, portanto estes números
devem ser considerados em sentido relativo.
Ganharam fama de ser gente rica que vivia da pesca: “todos os dias vão pescar na
costa mais de trinta barcos, com perto de quinhentos homens, e todos os dias pela tarde
se acham na praia com as suas pescarias, que em menos de uma hora vendem todos
cada barco a sua porção em lota aos muitos arrieiros do Alentejo, e de toda esta
província, pois todos vêm a esta praia prover-se de peixe” (COSTA, 1712; ANTT,
Memórias Paroquiais). Não faltavam os oficiais da Alfândega que entre outras acções de
fiscalização na praia, mediam a alfarroba e outros produtos algarvios que eram
embarcados para fora (CAVACO, 1996, p. 67). Mas, antecipando-se à acção dos fiscais
em terra, os moradores de Olhão mantinham à sua custa uma Companhia de
Ordenanças para “sua defesa e da barra”, governada por capitão e alferes (NOBRE,
2008, p. 7), imiscuíndo-se, deste modo, no negócio da navegação comercial.
Pagavam os impostos suficientes para manter o Estado sereno. Pagavam a dupla
dízima de todo o pescado fresco à casa da Rainha, o pagamento imediato do maneio e
da sisa aos rendeiros da portagem (pago na praia ao desembarque) e o pagamento à
Fazenda de um valor por cada vara de terreno para habitação. Em 1787 a dízima cobrada
em Olhão foi de 2880$620 contrapondo por exemplo a dizima de Faro que foi de apenas
690$694 (MENDES, 2009).
Fig. 8 - Edifícios de Olhão setecentista construídos com o dinheiro dos marítimos: a Igreja Matriz de
Nossa Senhora do Rosário e o Compromisso Marítimo (s.d.). Fonte: Arquivo Municipal de Olhão.
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Fig. 9 - Vista aérea de Olhão. Note-se a dimensão da Igreja face ao seu entorno geral. Meados do séc.
XX. Fonte: Arquivo Municipal de Olhão.
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