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UNIVERSIDADE FEDERAL

FLUMINENSE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS
DA SOCIEDADE – MACAÉ

ECONOMIA: uma abordagem


introdutória

PROF. SYLVIO MERHY DE CARVALHO


ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

1. INTRODUÇÃO

1.1. COMPREENSÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA

A economia é uma ciência social que se inter-relaciona com as demais


ciências sociais de tal sorte que os problemas econômicos não têm contornos bem
definidos; eles se estendem pela sociologia, filosofia, ética, antropologia cultural,
direito, política, psicologia etc., fornecendo informações e soluções às demais ciências,
bem como buscando soluções e informações para os problemas econômicos que se
apresentam.
A resposta final às questões econômicas encontra-se, muitas vezes, em algum outro
campo das ciências sociais. Por outro lado, questões humanas, tratadas em outras
esferas das ciências sociais devem passar por alguma revisão de ordenamento
econômico.

ANTROPOLOGIA
CULTURAL

PISICOLOGIA SOCIOLOGIA

ECONOMIA

DIREITO ÉTICA

POLÍTICA FILOSOFIAA
AA

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As relações sociais e a multiplicidade dos fatores que envolvem a


ação econômica quanto aos aspectos da produção, distribuição, dispêndio e acumulação
estabelecem um caráter biunívoco entre a economia e as demais ciências. Esses aspectos
que, otimizados, conduzem ao bem-estar da coletividade não encontram respostas
isoladas na economia nem em quaisquer outros ramos das ciências sociais. As interfaces
da economia com outros ramos da ciência social decorrem de que os problemas
existentes não são facilmente separáveis. A economia deve ser observada como um
referencial que absorve e exterioriza os problemas existentes.

Não é possível, portanto, estudar, avaliar e analisar os problemas


econômicos sem correlacioná-los com o conjunto das ciências sociais em que se insere.
O principal problema econômico está relacionado à escassez, uma vez que os desejos e
as necessidades são ilimitados, enquanto os bens são limitados. Para sobreviver,
qualquer comunidade precisa de bens econômicos que satisfaçam suas necessidades e
desejos.

Os bens econômicos podem ser materiais, como as mercadorias; ou


imateriais, como os serviços. Se os bens não estiverem disponíveis na natureza, será
necessário produzi-los, através de escassos recursos: terra, trabalho e capital, que
representam os fatores de produção.
Terra
Fatores de Produção Trabalho
Capital

O resultado da transformação de algum bem econômico em outro é chamado produto.


Manipulação de matéria-prima
através dos fatores de produção:
Terra, Trabalho e Capital.

(gera)
PRODUTO

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A escassez é um problema econômico que existe em qualquer


comunidade, o que varia são as formas de organização da atividade econômica das
diversas comunidades, ou seja, os setores que serão utilizados na solução dos
problemas.

ESCASSEZ

PROBLEMAS ECONÔMICOS

 O que produzir  Como produzir  Para quem produzir


 Quanto produzir  Com que recursos  Com que tecnologia
 Quando produzir produzir produzir

Assim é possível entender economia como a ciência que se preocupa


em alocar e combinar recursos escassos de forma a atender as necessidades. O valor do
bem mantém relação direta com os recursos, isto é, com os fatores de produção: terra,
trabalho e capital utilizados na sua produção e com o grau das necessidades
proporcionado.

As teorias formuladas por economistas de tradição clássica, da escola


inglesa, tais como Adam Smith e David Ricardo preconizavam que o valor de um bem
expressa-se apenas pelo trabalho nele utilizado, de tal ordem que admitiam que o
trabalho, e apenas ele, representava a riqueza nacional.

Jean-Batiste Say, economista de tradição clássica, porém da escola


francesa, admitia que o valor tinha origem na utilidade do bem e na satisfação que ele
proporciona independente do trabalho utilizado para produzi-lo. O valor, nesse caso,
tem um caráter subjetivo.

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Karl Marx, economista de tradição socialista, avaliava a acumulação da


riqueza como decorrente da exploração da organização social do trabalho. Estabeleceu,
a partir daí, o conceito de mais-valia em função da maior utilização do fator capital no
processo produtivo sem contrapartida para o fator trabalho, ou seja, a utilização de
máquinas e equipamentos aumenta a produtividade e, por via lógica, a produção sem
que ocorra aumento na remuneração do fator trabalho.

Por outro lado, as teorias de valor e de utilidade devem considerar o


conceito marginal de satisfação proporcionado por um bem. A satisfação provocada
pela utilização de um bem é decrescente. É a lei da utilidade marginal decrescente: a
utilidade marginal de um bem vai diminuindo à medida que se consome cada vez mais
desse bem.

Ao organizar a atividade econômica na constante busca da satisfação, frente


aos escassos e limitados recursos, a humanidade encontra variadas alternativas de
gerenciar e administrar os problemas econômicos. Os extremos no processo de
organização são a economia centralizada e a descentralizada.

Economia Centralizada Determina normas de conduta


para a atividade econômica
Economia descentralizada Indica normas de conduta para
a atividade econômica

Na economia centralizada o governo toma todas as decisões sobre a


produção e a distribuição dos bens, impondo regras e normas de conduta; enquanto na
economia descentralizada o governo indica normas de conduta, porém as decisões são
tomadas conforme as necessidades que se apresentam, envolvendo empresas, governo,
indivíduos, custos e lucros. Dentro desse processo alternativo de economia
descentralizada é importante ressaltar a importância dos costumes e das tradições.

Economia descentralizada Economia de Mercado

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As transações efetuadas entre produtores e consumidores são


coordenadas pelo sistema de preços, fato que ocorre independente do intra e do inter-
relacionamento entre os indivíduos, as empresas e o governo.

O sistema de preços indica os vetores da economia e alinha os diversos


segmentos envolvidos na produção e no consumo, resultando numa determinada
produção e sua consequente distribuição entre os participantes.

É importante, contudo, que as informações detectadas no processo de


produção e consumo sejam repassadas aos diversos segmentos, a fim de que seja
possível estabelecer uma coerente economia de mercado.

A economia de mercado, com sua órbita própria, cria um fenômeno


chamado externalidade, que pode assumir um caráter positivo ou negativo, conforme
seja a interferência da negociação sobre terceiros.

O fenômeno da externalidade, conforme o vetor que ele assume, positivo


ou negativo, é uma falha na economia de mercado, uma vez que a produção pode ser
maior ou menor. O grau de influência da externalidade sobre o modelo econômico vai
depender do espaço que o governo tem para agir. Se a negociação entre duas partes
prejudica uma terceira é justo, num raciocínio cartesiano, que o governo atue de forma a
impor as partes que negociam a ressarcir a parte prejudicada.

Entretanto, convém ressaltar que o fenômeno da externalidade deve ser


avaliado de forma relativa. Quer dizer, se as sanções impostas pelo vetor negativo da
externalidade provocarem reduções no nível da produção e distribuição dos bens
econômicos, não haverá espaço político para atuação do governo como gerador de
sanções. Isto é um pressuposto de caráter relativo que assume o fenômeno
externalidade.

Por conseguinte, é de se supor que, por existirem falhas no mercado, a


intervenção do governo no modelo econômico garante resultados melhores. É preciso,

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antes de tudo, avaliar as alternativas de intervenção do governo que visam ao bem-estar


coletivo.

Os vetores dos modelos alternativos de intervenção devem sustentar


soluções que atendam aos desejos e aspirações da coletividade como um todo; as partes
isoladas, com aspirações e desejos diferenciados daqueles detectados no aspecto
coletivo, devem ser abandonadas, ou, quando muito, incorporadas a outras partes e
remanejadas de forma que venham a atender a coletividade.

Nesse horizonte enquadram-se os bens públicos, que devem atender,


igualmente, a coletividade. Há, nesse processo, um limite de satisfação otimizado, cujos
resultados correspondem à situação de eficiência na economia, ou seja, a economia está
atuando sobre a fronteira de possibilidade de utilidade.

Utilidade de A

Fronteira de Possibilidades
A1 x de Utilidades

z
A2 y

B1 B2 Utilidade de B

Quando há interseção dos vetores do modelo econômico com a


fronteira de possibilidades de utilidade (pontos x e y) a economia está no ponto ótimo,
definido como Ótimo de Pareto.

Dentro da fronteira de possibilidade de utilidade é possível estabelecer


pontos de eficiência. A passagem de um ponto de eficiência para outro ponto de
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eficiência, dentro da mesma fronteira de possibilidades de utilidade, não significa uma


melhora do nível de bem-estar da coletividade, uma vez que a valorização de ponto, em
termos de utilidade, é conseguida com a desvalorização de outro, cujos vetores são
estabelecidos por comparação relativa.

Assim, é possível entender que a eficiência não está relacionada a


equidade, à medida que não informa como está distribuído o nível de bem-estar na
coletividade.

Se a economia ficar fora da fronteira de possibilidades de utilidade por


algum tempo (ponto z), está ocorrendo falhas na economia de mercado em decorrência
das externalidades. Nesse caso o bem-estar da comunidade pode ser aumentado caso o
governo conduza os vetores de ajustes econômicos em direção à fronteira de
possibilidades e utilidade. A simples movimentação paralela da fronteira de
possibilidades de utilidade implica, apenas, na redistribuição do nível de bem-estar e
não num aumento deste nível.

Há de se observar bem as diretrizes de atuação do governo a fim de que não


ocorra uma perda de bem-estar da coletividade. Se a transação entre dois grupos
prejudicasse um terceiro grupo o governo impunha, com solução tradicional, uma
penalidade aos grupos que estavam efetuando a transação, independente dos resultados
dessa transação para a coletividade. Atualmente as ações do governo fundamentam-se
no conceito de relatividade, ou seja, as transações efetuadas por dois ou mais grupos
terá a chancela do governo, independente do possa causar a outros grupos, se atender a
coletividade em seu contexto geral: regra da maioria.

As ações do governo, no sentido de estabelecer o ótimo de eficiência,


devem fundamentar-se nas proposições políticas que representam, em última análise, os
desejos e aspirações da coletividade. É importante, nesse contexto, observar os pontos
da fronteira de possibilidades de utilidade de forma que a atuação do governo
concentre-se sobre os desejos e aspirações dos grupos majoritários. Entretanto, não há
garantias de que essa regra conduza a melhores níveis de bem-estar da comunidade, pois
alguns grupos tiveram seus desejos e suas aspirações desvalorizados.
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Utilidade de A

Fronteira de Possibilidades
x de Utilidades

z
y

Utilidade de B

Se a economia permanecer no ponto z por um tempo razoável é possível que existam


falhas de mercado decorrentes das externalidades. Como o governo é constituído pela
coletividade, há uma função para o governo de escolha pública de conformidade com as
preferências. Se o ponto z deslocar-se para o ponto x haverá maior utilidade para A em
detrimento de B, enquanto que seu deslocamento para o ponto y aumenta a utilidade
para B em detrimento de A. A escolha pública mais comum é a regra da maioria, ou
seja, o ponto z deslocar-se-á em direção à fronteira de possibilidades de utilidades
conforme atenda aos desejos e as aspirações da coletividade como um todo, mesmo que
para isso tenha que desagradar a minoria.

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1.2 RECURSOS PRODUTIVOS

Quando os recursos produtivos, ou seja, os fatores de produção: terra,


trabalho e capital existentes na economia estão totalmente empregados, a economia
encontra-se em nível de pleno emprego. Caso algum fator não esteja totalmente alocado
no processo produtivo, a economia está em situação de desemprego, que, em última
análise, se reflete, quase sempre, no fator trabalho.

A escassez de recursos exige a otimização dos fatores de produção


dentro do pressuposto de pleno emprego. A fronteira de possibilidades de produção
oferece diversas alternativas cujas combinações conduzem ao pleno emprego e a
satisfação de desejos e aspirações. Frente a esse raciocínio a economia só pode
aumentar a produção de um bem diminuindo a produção de outro.

Produto A Fronteira de Possibilidades de Produção

a
A1 d

c
A2 b

B1 B2 Produto B

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Quando os recursos produtivos estão totalmente empregados ocorre


o que se pode definir como pleno emprego dos fatores. A combinação eficiente desses
fatores situa a economia sobre a fronteira de possibilidades de produção (pontos a e b).
O aumento na produção de B1 para B2, deslocando-se ao longo da curva de
possibilidades de produção do ponto a para o ponto b, reduz a produção de A1 para A2.
O ponto c, localizado no interior da curva que representa a fronteira de possibilidades de
produção, indica que há recursos ociosos no processo produtivo. Nesse caso é possível
aumentar a quantidade produzida de um bem sem precisar reduzir a do outro.

O ponto d, localizado fora da curva que representa a fronteira de


possibilidades de produção, configura-se como uma posição inatingível com os recursos
(terra, trabalho r capital) disponíveis. O ponto d poderá ser atingido conforme se insira
maior eficiência aos fatores terra, trabalho e capital. Assim, aos fatores de produção,
terra, trabalho e capital, deve-se acrescentar a tecnologia como um quarto fator de
produção.

Terra
Fatores de Produção Trabalho
Capital
Tecnologia

Desconsiderando-se o fator tecnologia, a economia só pode aumentar a


produção de um bem reduzindo a de outro.

Por outro lado, considerando-se o fator tecnologia, a economia pode


aumentar a produção de um bem sem reduzir a de outro bem. É possível, inclusive,
aumentar a produção de dois ou mais bens sem redução de qualquer outro bem,
conforme seja a eficiência do fator tecnologia sobre os demais.

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Construindo-se um raciocínio de que o avanço tecnológico está no seu


limite de uso, voltamos à situação anterior. Só é possível aumentar a produção de um ou
mais bens reduzindo-se a produção de um ou de outros bens.

A eficiência produtiva é a situação em que a economia encontra-se sobre


um dos pontos da fronteira de possibilidades de produção. Qualquer ponto abaixo desta
fronteira indica recursos maus utilizados ou ociosos. É possível aumentar a eficiência
aumentando a produção de um ou mais bens sem reduzir a produção de nenhum outro
bem. Por outro lado, se há um ponto acima da fronteira de possibilidades de produção,
este ponto é, a princípio, inatingível, considerando-se que os recursos produtivos
estejam plenamente empregados.

Diante desses fatos, acrescenta-se aos fatores de produção: terra, trabalho,


capital e tecnologia, a capacidade empresaria, como fator determinante do processo de
produção e distribuição.

Terra
Trabalho
Fatores de Produção Capital
Tecnologia
Capacidade Empresarial

A capacidade empresarial, conforme se proponha, determina o nível de


eficiência e produtividade, via tecnologia, dos fatores terra, trabalho e capital. A perfeita
combinação dos fatores de produção conduz a eficiência econômica.

Deve-se entender que o ótimo econômico requer que os fatores de


produção estejam operando, também, a nível ótimo e que o ótimo de cada fator
determina o ótimo dos demais fatores ou depende do ótimo de cada fator.

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 O ótimo do fator terra é função do ótimo dos fatores trabalho, capital, tecnologia e
capacidade empresarial.
 O ótimo do fator trabalho é função do ótimo dos fatores terra, capital, tecnologia e
capacidade empresarial.
 O ótimo do fator capital é função do ótimo dos fatores terra, trabalho, tecnologia e
capacidade empresarial.
 O ótimo do fator tecnologia é função do ótimo dos fatores terra, trabalho, capital e
capacidade empresarial.
 O ótimo do fator capacidade empresarial é função do ótimo dos fatores terra,
trabalho, capital e tecnologia.

Esse entendimento é de suma importância para minimizar os efeitos dos


rendimentos decrescentes.

O aumento de um fator de produção, ceteris paribus, conduz o modelo a


rendimentos decrescentes, o que provoca um desajuste em todo o processo de produção
e distribuição.

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2. FORMAÇÃO DOS AGREGADOS


MICROECONÔMICOS

A economia de mercado e regulada pela lei da demanda e da oferta que


procura explicar os fenômenos decorrentes da escassez. O modelo de demanda e oferta,
em função dos fenômenos da escassez, desenvolve movimentos de ajustes econômicos
que satisfação as necessidades e desejos de produtores e consumidores.

2.1 DEMANDA

A demanda é representada pelas diversas quantidades de um produto que


um consumidor está disposto e apto à compra, a um determinado preço, durante um
especifico período de tempo. A relação entre preço e quantidade é inversamente
proporcional.

A teoria da demanda é representada de forma matemática e deriva de


hipóteses assumidas pelos consumidores conforme suas necessidades e os fatores
envolvidos na escolha.

Os principais fatores que influenciam a demanda de um bem qualquer (n)


são:

 o preço do bem n em questão: Pn


 os preços dos outros bens: P1, P2, P3 ....
 a renda do consumidor: Y
 o gosto ou preferência: g

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Isso posto, a função demanda é formada considerando esses fatores, tal


que:

Qn = f (P1, P2, P3 .... , Y, g)

É possível desenvolver um modelo considerando esses fatores


isoladamente. Porem, por simplicidade, admite-se a hipótese ceteris paribus (demais
condições constantes), sendo, pois, a função demanda:

Qd = f(P),

onde:

dQd / dP < 0

Isso implica em dizer que há uma relação inversa entre quantidade e preço.
Quando o preço aumenta, a quantidade diminui, e quando o preço diminui, a quantidade
aumenta.

P ↑ => Q ↓
P ↓ => Q ↑

CURVA DE DEMANDA

P1

P2

Q1 Q2 Q

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Assim, sendo Qd = f(P) é possível, de forma simplificada, escrever uma


função demanda, tal que:

Qd = A - aP

onde:

Qd = quantidade demandada
P = preço
A = quantidade demandada independente do preço
a = coeficiente de correlação entre o preço e a quantidade demandada

Considerando uma função demanda:

Qd = 5.000 – 20 P

É possível definir a s quantidades demandadas em função dos diversos


preços praticados, tal que:

P Q

2 4.960

5 4.900

8 4.840

12 4.760

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2 D

4.760 4.840 4.900 4.960 Q

As variações na curva de demanda, ou seja, aumento ou diminuição na


quantidade demandada, estão relacionadas a alguns fatores:

a) o preço do bem em questão aumenta, provocando uma redução na quantidade


demandada em consequência de:

 o consumidor apenas reduz a quantidade demanda do bem se adequando a


uma nova realidade,
 o consumidor reduz a quantidade demandada, pois estava consumindo
além de suas necessidades,
 o consumidor reduz a quantidade demanda do bem, substituindo-o por
outro bem semelhante (bem substituto) com preço mais atrativo, ou
 o consumidor reduz a quantidade demandada do bem em questão como
consequência de uma redução na sua renda real.

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b) o preço do bem em questão diminui, provocando um aumento na quantidade


demandada em consequência de:

 o consumidor apenas aumenta a quantidade demandada do bem se


adequando a nova realidade,
 o consumidor aumenta a quantidade demandada, pois estava consumindo
aquém de suas necessidades,
 o consumidor aumenta a quantidade demanda do bem em substituição a
outro semelhante (bem substituto), cujo preço está mais elevado, ou
 o consumidor aumenta a quantidade demandada do bem em questão
como consequência de um aumento na sua renda real.

As variações na demanda, ou seja, aumento ou diminuição na demandada,


estão relacionadas a alguns fatores:

a) o preço do bem complementar (A) aumenta de (P1) para (P2), provocando uma
redução na quantidade demandada em consequência de:

 o consumidor passa a consumir maior quantidade do bem complementar


(B) com o preço fixado em (P1), menor do que (P2), ou
 o consumidor fixa-se no preço (P1) do bem (A) e reduz a demanda do
bem (A).

b) o preço do bem complementar (A) diminui de (P1) para (P3), provocando um


aumento na quantidade demandada em consequência de:

 o consumidor passa a consumir maior quantidade do bem (A) em


detrimento do bem (B), pois o preço do bem (A) está menor do que o
preço do bem (B).

O aumento ou diminuição na quantidade de mandada de um bem


corresponde às variações nas quantidades em função dos preços praticados, enquanto o

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aumento ou diminuição na demanda corresponde à representação de novas curvas de


demanda, tal que:

VARIAÇÃO NA QUANTIDADE DEMANDADA

AUMENTO NO PREÇO

P2 b

P1 a

Q2 Q1 Q

O consumidor desloca-se do ponto a (P1 , Q1) para o ponto b (P2 , Q2),


reduzindo a quantidade demandada, podendo ou não substituir o bem (A) por um outro
bem (B) semelhante.

REDUÇÃO NO PREÇO

P1 a

P2 b

Q1 Q2 Q
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O consumidor desloca-se do ponto a (P1 , Q1) para o ponto b (P2 , Q2 ),


aumentando a quantidade demandada, podendo ou não reduzir a quantidade de um outro
bem (B) semelhante.

VARIAÇÃO NA DEMANDADA

AUMENTO NA DEMANDA

P1 a b

D1 D2

Q1 Q2 Q

O deslocamento do ponto do ponto a (P1 , Q1), da curva D1, para o ponto


b (P1 , Q2 ), da curva D2, pode ocorrer por:

 aumento na renda do consumidor,


 mudança no gosto ou no hábito do consumidor, ou
 aumento no preço de um bem semelhante ou substituto.

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REDUÇÃO NA DEMANDA

P1 b a

D2 D1

Q2 Q1 Q

O deslocamento do ponto do ponto a (P1 , Q1), da curva D1, para o


ponto b (P1 , Q2 ), da curva D2, pode ocorrer por:

 redução na renda do consumidor,


 mudança no gosto ou no hábito do consumidor, ou
 redução no preço de um bem semelhante ou substituto.

2.2 OFERTA

A oferta é representada pelas diversas quantidades de um produto que um


produtor está disposto e apto a oferecer, a um determinado preço, durante um especifico
período de tempo. A relação entre preço e quantidade é diretamente proporcional.

A teoria da oferta é representada de forma matemática e deriva de hipóteses


assumidas pelos produtores conforme suas capacidades e os fatores envolvidos na
produção.

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Os principais fatores que influenciam a demanda de um bem qualquer (n)


são:

 o preço do bem n em questão: Pn


 os preços dos outros bens: P1, P2, P3 ....
 a renda do consumidor: Y
 o gosto ou preferência: g
 a tecnologia envolvida na produção: t

Isso posto, a função oferta é formada considerando esses fatores, tal que:

Qn = f (P1, P2, P3 .... , Y, g, t)

É possível desenvolver um modelo considerando esses fatores


isoladamente. Porem, por simplicidade, admite-se a hipótese ceteris paribus (demais
condições constantes), sendo, pois, a função oferta:

Qs = f(P),

onde:

dQs / dP > 0

Isso implica em dizer que há uma relação direta entre quantidade e preço.
Quando o preço aumenta, a quantidade aumenta, e quando o preço diminui, a
quantidade diminui.

P ↑ => Q ↑
P ↓ => Q ↓

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CURVA DE OFERTA

P S

P1

P2

Q1 Q2 Q

Assim, sendo Q = f(P) é possível, de forma simplificada, escrever uma função


oferta, tal que:

Qs = B + bP

onde:

Qs = quantidade ofertada
P = preço
A = quantidade ofertada independente do preço
a = coeficiente de correlação entre o preço e a quantidade ofertada

Considerando uma função demanda:

Qs = 2.000 + 30 P

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É possível definir as quantidades demandadas em função dos diversos


preços praticados, tal que:

P Q

2 2.060

5 2.150

8 2240

12 2.360

P S

12

2.060 2.150 2.240 2.360 Q

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As variações na curva de oferta, ou seja, aumento ou diminuição na


quantidade ofertada, estão relacionadas a alguns fatores:

a) o preço do bem em questão aumenta, provocando um aumento na quantidade


ofertada em consequência de:

 há uma nova realidade no mercado em consequência de variados fatores,


 o preço de produtos similares aumenta, ou
 está ocorrendo uma escassez de produtos similares no mercado.

c) o preço do bem em questão diminui, provocando uma redução na quantidade


ofertada em consequência de:

 há uma nova realidade no mercado em consequência de variados fatores,

 há uma redução no preço de produtos similares, ou


 está ocorrendo um aumento na produção de produtos similares.

As variações na oferta, ou seja, aumento ou diminuição na oferta, estão


relacionadas a alguns fatores:

a) o preço do bem complementar (A) diminui de (P1) para (P2), provocando uma
redução na quantidade ofertada em consequência de:

 o produtor passa a oferecer maior quantidade do bem complementar (B)


com o preço fixado em (P1), menor do que (P2) ou
 o produtor fixa-se no preço (P1) do bem (A) e reduz a oferta do bem (A).

b) o preço do bem complementar (A) aumenta de (P1) para (P3), provocando um


aumento na quantidade ofertada em consequência de:

 o produtor passa a oferecer maior quantidade do bem (A) em detrimento


do bem (B), pois o preço do bem (A) está maior do que o preço do bem
(B).
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O aumento ou diminuição na quantidade ofertada de um bem corresponde


as variações nas quantidades em função dos preços praticados, enquanto o aumento ou
diminuição na oferta corresponde a representação de novas curvas de demanda, tal que:

VARIAÇÃO NA QUANTIDADE OFERTADA

AUMENTO NO PREÇO

P S

P2 b

P1 a

Q1 Q2 Q

O produtor desloca-se do ponto a (P1 , Q1) para o ponto b (P2 , Q2),


aumentando a quantidade ofertada.

REDUÇÃO NO PREÇO

P S

P1 a

P2 b

Q2 Q1 Q

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O produtor desloca-se do ponto a (P1 , Q1) para o ponto b (P2 , Q2),


reduzindo a quantidade demandada.

VARIAÇÃO NA OFERTA

AUMENTO NA OFERTA

S1 S2

P1 a b

Q1 Q2 Q

REDUÇÃO NA OFERTA

S1 S2

P1 b a

Q2 Q1 Q

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2.3 EQUILÍBRIO NO MERCADO

O equilíbrio no mercado ocorre quando há uma coincidência entre os


desejos e necessidades dos consumidores e produtores.

Sendo a demanda representada por:

Qd = A - aP

E a oferta representada por:

Qs = B + bP

O nível de equilíbrio será:

Q d = Qs

Ou definido por:

A – aP = B + bP

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Com pequeno algebrismo é possível escrever:

𝐀−𝐁
PE =
𝐚+𝐛

ou alternativamente:

𝐚𝐁−𝐛𝐀
QE =
𝐚+𝐛

PE

QE Q

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EXCESSO DE DEMANDA

P1

P2

Q2 Q1 Q3 Q

EXCESSO DE OFERTA

P2

P1

Q2 Q1 Q3 Q

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2.3 CONTROLE DE PREÇOS

O governo, com o objetivo de proteger o consumidor, fixa um preço


máximo para venda de determinada mercadoria. A fixação de um preço máximo legal,
num mercado competitivo, só por mera coincidência corresponderá ao preço de
equilíbrio do mercado, sendo mais provável que:

 o preço máximo fixado fique acima do preço de mercado, ou

 o preço máximo fixado fique abaixo do preço de mercado,

2.4 FIXAÇÃO DE PREÇOS MÍNIMOS

PREÇO FIXADO ACIMA DO EQUILÍBRIO

P excesso de oferta

PG

PE

Qd QE QS

30
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PREÇO FIXADO ABAIXO DO EQUILÍBRIO

excesso de S

demanda

PE

PG

QS QE Qd

2.5 PROGRAMA DE COMPRA DO GOVERNO

O programa de compra do governo cobre a diferença entre o preço de mercado


e o preço mínimo fixado pelo governo, pois com a fixação do preço mínimo acima do
preço de mercado ocorre um aumento na demanda e um aumento na quantidade
oferecida. Há um deslocamento na curva de demanda e um aumento, na mesma curva,
da oferta.

31
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P S

PM

PE

D2

D1

Qd QE QS

RT = receita total

DC = despesa do consumidor

DG = despesa do governo

RT = DC + DG

RT = PM x QS

DC = PM x Qd

DG = PM x (QS - Qd )

32
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2.6 PROGRAMA DE SUBSÍDIOS

O programa de subsídios do governo há um compromisso do governo de


pagar um subsídio ao produtor a diferença correspondente a quantidade adquirida pelos
consumidores ao preço de demanda determinado pelo preço mínimo.

PM

PE

PD

Qd QE QS

RT = receita total

DC = despesa do consumidor

DG = despesa do governo

RT = DC + DG

33
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RT = PM x QS

DC = PD x QS

DG = QS x ( PM - PD )

2.7 ELASTICIDADE

As curvas de demanda e de oferta possuem uma inclinação que pode ser definida
como:

 elástica
 perfeitamente elástica
 elasticidade unitária
 inelástica
 perfeitamente inelastica

ELÁSTICA

DEMANDA OFERTA

P P

Q Q

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PERFEITAMENTE ELÁSTICA

DEMANDA OFERTA

P P

Q Q

ELASTICIDADE UNITÁRIA

DEMANDA OFERTA

P P

Q Q

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INELÁSTICA

DEMANDA OFERTA

P P

Q Q

PERFEITAMENTE INELÁSTICA

DEMANDA OFERTA

P P

Q Q

36
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A elasticidade ( ɛ ) é representada pela variação percentual na


quantidade dividida pela variação percentual no preço.

ɛ= ΔQ/ΔP

ɛ1 = (Q final – Q inicial) : Q inicial / (P final – P inicial) : P inicial

ɛ2 = (Q final – Q inicial) : Q final / (P final – P inicial) : P final

ɛ1 = (Q2 – Q1 ) : Q1 / (P2 – P1 ) : P1

ɛ2 = (Q2 – Q1 ) : Q2 / (P2 – P1) : P2

ou alternativamente:

ɛ1 = (Q2 – Q1 ) / (P2 – P1 ) x (P1 / Q1)

ɛ2 = (Q2 – Q1 ) : Q2 / (P2 – P2) x (P2 / Q2)

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A elasticidade (ɛ12) representa a elasticidade entre os pontos ( 1) e ( 2 ),


ou seja, a elasticidade no arco da curva:

ɛ12 = (Q2 – Q1 ) / (P2 – P1 ) x (P1 - P2 ) / ( Q1 - Q2 )

3 FORMAÇÃO DOS AGREGADOS


MACROECONÔMICOS

A mensuração da economia é feita por meio dos agregados


econômicos produto, renda e despesa, que, por sua vez, são determinados pela
contabilidade da economia: Contabilidade Social (para maior aprofundamento ver
anexo 1)

O objetivo principal da contabilidade da economia é observar e


avaliar o desempenho da economia, em seu aspecto global, no que se refere a produção,
consumo, investimento e financiamento.

A multiplicidade de transações que compõem a vida econômica, a


diversidade dos agentes envolvidos e as diferentes categorias de fluxos resultantes,
dentre tantas outras, estabelecem uma complexidade metodológica de sistematização
bem como de uniformização de bases conceituais.

A contabilidade da economia tem por finalidade registrar as


transações que se verificam entre os diversos agentes que compõem o modelo
econômico, decorrendo, pois, que um dos principais trabalhos é tipificar os agentes, as
atividades, as transações, os fluxos que se interagem e o resultado final das ações
econômicas.

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A classificação dos agentes econômicos em produção (empresas),


apropriação (unidades familiares), acumulação, governo e exterior conduz a uma melhor
compreensão da interdependência dos fluxos de produto, renda e despesa.

Desse trabalho sistematizador, resulta o conceito de valor


adicionado que é o ponto de partida para a descrição e compreensão dos cálculos
agregativos, a medida que contorna um dos problemas fundamentais para mensuração
do produto, ou seja, a dupla contagem dos bens e serviços intermediários que são
utilizados no processamento de outros bens e serviços.
Uma economia moderna produz um imenso conjunto de bens e serviços originários de
atividades dos setores primário (agropecuária), secundário (industria) e terciário
(serviços).

A atividade de produção da economia, em seus diversos setores


produtivos, cria o produto agregado, que por sua vez gera renda agregada pela
remuneração dos fatores e permite o dispêndio em bens e serviços.

REMUNERAÇÃO DOS FATORES

FATORES DE PRODUÇÃO

PRODUÇÃO APROPRIAÇÃO

PRODUTO

CONSUMO

39
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A apropriação, representando as unidades familiares, é proprietária


dos fatores de produção e repassa esses fatores para a produção, que representa as
empresas. A produção remunera os fatores repassando para a apropriação salários,
aluguéis, juros e lucro, tanto o lucro retido como o distribuído (dividendos).

Por outro lado, a produção transforma os fatores em produtos que


retorna para apropriação, via consumo, conforme a renda gerada no processo.
Resulta desse mecanismo a identidade básica entre produção, geração e dispêndio:

RENDA
PRODUTO ≡ ≡ DESPESA

Para melhor entender a relação entre produto, renda e despesa, bem


como os conceitos de valor bruto da produção, produção intermediária e valor
adicionado, imagine uma economia que agregue diversas empresas e produza apenas
um bem final – o pão.

A empresa que produz o pão precisa basicamente, dentre diversos


outros omitidos aqui por simplicidade, de farinha, sal e fermento. Entretanto, a empresa
que produz farinha precisa comprar trigo e a que
produz fermento precisa comprar as enzimas químicas.

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SETORES PRODUÇÃO APROPROIAÇÃO


VALOR
PRODUTOS BRUTO DA MATÉRIA VALOR RENDA CONSUMO
PRODUÇÃO PRIMA ADICIONADO

PRIMÁRIO TRIGO 15 0 15 15
SAL 6 0 6 6
ENZIMAS 3 0 3 3

SUBTOTAL 24 0 24 24 24

SECUNDÁRIO FARINHA 40 15 25 25
FERMENTO 9 3 6 6

SUBTOTAL 49 18 31 31 31

TERCIÁRIO PÃO 90 49 35 35

SUBTOTAL 90 55 35 35 35

TOTAL 163 73 90 90 90

Considerando o quadro anterior como representativo da contabilidade de


uma economia é fácil perceber a diferença entre valor bruto da produção, produção
intermediária (matéria-prima) e produto final.

O setor primário não adquiri matéria-prima, porém produz trigo, sal e


enzimas e remunera os fatores por essa produção em R$ 24,00 (respectivamente
R$15,00; R$6,00; e R$3,00) que representa a renda gerada pelo setor primário.
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O setor primário vende para o setor secundário matéria-prima por


R$18,00, sendo R$15,00 em farinha e R$3,00 em fermento.

O setor secundário remunera os fatores em R$25,00, para transformar o


trigo em farinha, e R$6,00, para transformar as enzimas em fermento. O total das
remunerações do setor secundário que corresponde a R$31,00 (R$25,00 e R$6,00)
representa a renda gerada pelo setor secundário.

O setor secundário vende para o setor terciário matéria-prima por R$49,00,


sendo R$40,00 em farinha e R$9,00 em fermento, enquanto o setor primário vende
diretamente para o setor terciário matéria-prima, correspondente ao sal, por R$6,00,
totalizando um consumo de matéria-prima de R$55,00. O setor terciário remunera os
fatores em R$35,00 para transformar o fermento, a farinha e o sal em pão, que
corresponde a renda gerada pelo setor terciário.

O setor terciário vende a produção de pão por R$90,00 que corresponde a


renda gerada pela economia: R$24,00 pelo setor primário, R$31,00 pelo setor
secundário e R$35,00 pelo setor terciário. Dessa sistematização contábil resulta a
identidade entre produto, renda e despesa, de tal sorte que é possível estabelecer:

PRODUTO: corresponde a diferença entre o valor bruto da produção e o consumo


intermediário (matéria-prima) R$163,00 - R$73,00 = R$90,00

RENDA: corresponde ao valor adicionado em cada etapa de produção, ou seja, a


remuneração dos setores primário, secundário e terciário R$24,00 + R$31,00 +
R$35,00 = R$90,00

DESPESA: corresponde ao dispêndio realizado para a aquisição de bens e serviços


finais R$90,00

42
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Dentro desse contexto é possível inferir que o produto econômico refere-


se a produção de bens e serviços finais.

A formulação, desenvolvida ate o presente momento, pressupõe que tudo


que é produzido é consumido, não havendo, portanto, nenhum tipo de poupança.

Acrescentando, agora, um processo de acumulação, onde exista


poupança e investimento, é possível desenvolver o seguinte fluxo da atividade
econômica.

REMUNERAÇÃO DOS FATORES

FATORES DE PRODUÇÃO

PRODUÇÃO APROPRIAÇÃO

PRODUTO

CONSUMO

POUPANÇA DO
INVESTIMENTO SETOR PRIVADO
ACUMULAÇÃO
I=S

Pressupondo a integração do modelo com as atividades governamentais


de produção e consumo, é possível estabelecer a seguinte correlação:

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REMUNERAÇÃO DOS FATORES

FATORES DE PRODUÇÃO

TRIBUTOS TRIBUTOS

PRODUÇÃO GOVERNO APROPRIAÇÃO


SUBSÍDIOS TRANSFERÊNCIAS

PRODUTO

CONSUMO

POUPANÇA DO
GOVERNO

POUPANÇA DO
INVESTIMENTO ACUMULAÇÃO SETOR PRIVADO
I=S

O setor externo é componente da atividade econômica e,


consequentemente, do fluxo dessa atividade.

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REMUNERAÇÃO DOS FATORES

FATORES DE PRODUÇÃO

TRIBUTOS TRIBUTOS

PRODUÇÃO GOVERNO APROPRIAÇÃO


SUBSÍDIOS TRANSFERÊNCIAS

PRODUTO

CONSUMO

POUPANÇA DO
GOVERNO POUPANÇA DO
INVESTIMENTO SETOR PRIVADO

ACUMULAÇÃO
I=S

POUPANÇA EXTERNA
IMPORTAÇÃO RENDA RECEBIDA

SETOR
EXPORTAÇÃO RENDA ENVIADA
EXTERNO

Nessa relação dos fluxos da atividade econômica, os fatores de produção


foram representados pela terra, trabalho e capital.

Num estágio mais avançado da avaliação dos fluxos econômicos é


possível inserir a tecnologia e a capacidade empresarial como fatores preponderantes
para otimização das relações econômicas. A otimização conduz o modelo
socioeconômico a um nível exigível de estabilidade que funciona como um processo
incentivador de novas relações.

45
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ESTABILIDADE

CAPACIDADE EMPRESARIAL
E

TECNOLOGIA

TERRA
TRABALHO
CAPITAL

3.1 SETOR EXTERNO

Mercado cambial representa de forma abstrata, o ponto de encontro dos


compradores e vendedores de moeda, a medida que cada país possui uma moeda
diferente.

É evidente que se houvesse uma moeda única no mundo, as transações


econômicas de negócios seriam altamente facilitadas; as operações de câmbio seriam
desnecessárias.

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Teoricamente, e sob a hipótese certeris paribus, essa solução aproxima-


se da perfeição para o comércio exterior. Ocorre, entretanto, que a moeda é um
agregado econômico que absorve, com muita intensidade os problemas econômicos Isso
qualquer ideia de se estabelecer uma moeda única para o mundo. Essa proposição é
difícil até entre dois países.

O mercado cambial é composto por exportadores, importadores,


empresas de turismo e navegação, empréstimos externos concedidos ou recebidos e
investidores; pelos bancos; pelos corretores; e pelas autoridades monetárias.

A taxa de câmbio sofre influência direta da oferta e da demanda por


divisas estrangeiras. A relação entre a oferta e a demanda determina a taxa de câmbio; o
aumento na taxa de câmbio representa a desvalorização da moeda doméstica, enquanto
a redução representa a valorização da moeda doméstica.

A relação que define a taxa de câmbio, por exemplo, entre o Real e o


Dólar, é estabelecida por R$/US$. A taxa de câmbio aumentará se o numerador
aumentar e/ou o denominador diminuir; a taxa de câmbio reduzirá em posição contrária.
A taxa de câmbio pode ser considerada de forma nominal, que é a relação simples entre
moedas, ou real que leva em consideração o preço relativo dos bens dos países em
consideração.

O Banco Central pode, através de política econômica monetária


interferir na taxa de câmbio, comprometendo-se a comprar e a vender moeda estrangeira
a um preço de referência. Esse processo determina o regime de taxa de câmbio fixa. O
regime de taxa de câmbio flutuante surge quando não há participação do Banco Central
como órgão regulador.

Antes da guerra as divisas internacionais eram definidas como padrão-


ouro, como consequência do estoque de ouro. Do pós-guerra até a década de 70, o
sistema monetário era definido por taxas de câmbio fixas, conhecido como sistema de

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Brethan Woods. Atualmente o sistema monetário internacional, na maioria dos países e


o de taxa de câmbio flutuante, porém com liberdade vigiada.

É certo que a taxa de câmbio flutuante, mesmo com liberdade vigiada,


tende a se estabilizar no mercado internacional como resposta a teoria da paridade, quer
dos preços absolutos quer dos preços relativos.

As relações internacionais, representadas pela taxa de câmbio, podem ser


consideradas como fatores de ajuste dos mercados internos, a medida que incentiva a
concorrência. A paridade do poder de compra deriva do livre mercado de troca de
divisas, conforme a relação do poder de compra, e tende ao ponto em que o poder de
compra das diversas moedas se igualam.

O balanço de pagamentos registra, contabilmente, as transações entre um


país e o resto do mundo, através de recebimentos e pagamentos, computados pelo
método das partidas dobradas: a cada débito deve corresponder um crédito de igual
valor.

Dessa forma, o balanço de pagamentos envolve três categorias de contas:


transações correntes, que incorpora o balanço comercial, o balanço de serviços e as
transferências unilaterais; movimento de capitais realizado através de empréstimos e
investimentos; e demonstrativo de resultados feito através de divisas, empréstimos de
regularização do Fundo Monetário Internacional e atrasados.
A estrutura do balanço de pagamentos pode ser esquematizada como segue

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BALANÇO DE PAGAMENTOS

ESPECIFICAÇÃO RECEBIMENTO PAGAMENTO

1. BALANÇO COMERCIAL
1.1. Exportações de mercadorias X/m
1.2. Importações de mercadorias M/m
2. BALANÇO DE SERVIÇOS
2.1. Viagens internacionais VI
2.2. Transportes TRP
2.3. Seguros SEG
2.4. Rendas de capitais RC
SGV
2.5. Serviços governamentais
SD
2.6. Serviços diversos
TU
3. TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS

SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS SBP c/c X M


EM CONTA CORRENTE

4. MOVIMENTO CAPITAIS
4.1. Empréstimo externo EE
4.2. Investimento estrangeiro IE
4.3. Amortizações A
4.4. Outros capitais OC
4.5. Erros e omissões E/O

SALDO DO BALANÇO DE SBP


PAGAMENTOS

5. DEMONSTRATIVO DE
RESULTADOS
5.1. Divisas DV
5.2. Empréstimos de regularização ER
5.3. Atrasados ATS

6. TOTAIS

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EXPORTAÇÕES (X)

X = Xm/s + RR

Xm/s = EXPORTAÇÕES DE MERCADORIAS E SERVIÇOS

Xm/s = Xm + VI + TRP + SEG + SGV + SD + TU

não fatores % não fatores

RR = RENDA RECEBIDA

RR = RC + SD + TU

fatores % fatores

IMPORTAÇÕES (M)

M = Mm/s + RE

Mm/s = IMPORTAÇÕES DE MERCADORIAS E SERVIÇOS

Mm/s = Mm + VI + TRP + SEG + SGV +SD + TU

não fatores % não fatores

RE = RENDA ENVIADA

RE = RC + SD + TU

fatores % fatores

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SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS EM CONTA CORRENTE (SBPc/c)

SBP c/c = X - M

RENDA LÍQUIDA DO EXTERIOR

RLE = RR - RE
RR > RE RLE (RECEBIDA)
RR < RE RLE (ENVIADA)

BALANÇO DE PAGAMENTOS
RESUMIDO

ENTRADA SAÍDA
X Exportações de mercadorias M  Importações de mercadorias
e serviços e serviços
EE  Empréstimo externo A Amortizações
IE  Investimento líquido
estrangeiro
OC  Outros capitais
E/O  Erros e omissões
DV  Divisa
ER  Empréstimos de
regularização
ATS  Atrasados
TOTAIS TOTAIS

X + EE + IE + OC + E/O + DV + ER + ATS = M + A

EE + ILE + OC + E/O + DV + ER + ATS = M – X + A  FB = Financiamento Bruto

EE + ILE + OC + E/O + DV + ER + ATS-A= M -X FL = Financiamento Líquido


SE = Poupança Externa
AEL = Acumulação Externa
Líquida

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SE = M – X

SBPc/c = X – M

SBPc/c (-1) = SE

Para maior compreensão sobre as transações internacionais ver anexo 2

3.2 MENSURAÇÃO DOS AGREGADOS


MACROECONÔMICOS

Um dos mais importantes trabalhos da economia consiste em


classificar e mensurar os agregados macroeconômicos de forma que seja possível
avaliações interpretativas do modelo econômico. A expressão agregados
macroeconômicos é empregada para designar, genericamente, os resultados da medição
da atividade econômica como um todo. A unidade de referência não é o agente
econômico individualmente considerado e sim a soma de todas as transações realizadas
por todos os agentes, na totalidade do mercado.

A metodologia sistematizada de mensuração dos agregados


macroeconômicos é representada pelo modelo de Contabilidade Social que registra as
transações finais realizadas pela economia, inclusive as internacionais. A
complexidade metodológica do modelo de Contabilidade Social resulta da
multiplicidade das transações que compõem a economia, da diversidade dos agentes
envolvidos e das diferentes categorias de fluxo que atuam no processo de produção, de
geração de renda e de dispêndio.

O modelo de Contabilidade Social é composto pela conta de Produto


Interno Bruto, pela conta da Renda Nacional Disponível Bruta, pela conta de

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Acumulação e pela conta de Transações com o Exterior; e por dois anexos: Atividade
Governamental e Balanço de Pagamentos (ver anexo 3 para maior aprofundamento
sobre o modelo de Contabilidade Social e a formação dos agregados produto, renda e
despesa).

FORMAÇÃO GERAÇÃO FLUXO


DO ≡ DA ≡ DE
DISPÊNDIO
PRODUTO RENDA

1. PRODUTO INTERNO BRUTO

ESPECIFICAÇÃO ESPECIFICAÇÃO

1.1. Produto Interno Bruto ao Custo PIBcf 1.4. Consumo Final das CFF
dos Fatores Famílias CFAP
1.1.1. Remuneração dos RE 1.5. Consumo das
Empregados Administrações Públicas
1.1.2. Excedente Operacional EOB 1.6. Formação Bruta de Capital
Bruto FBCF
Fixo
1.2. Tributos Indiretos TI 1.7. Variação de Estoques VE
1.3. Menos: Subsídios VE
(SUB) 1.8. Exportação de Mercadorias
e Serviços de Não Fatores Xm/s ñf
1.9. Menos: Importação de
Mercadorias e Serviços de (Mm/s ñf)
Não Fatores

PRODUTO INTERNO BRUTO A DESPESA INTERNA BRUTA


VALOR DO COMPRADOR A VALOR DO COMPRADOR

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2. RENDA NACIONAL DISPONÍVEL BRUTA

ESPECIFICAÇÃO ESPECIFICAÇÃO

1.1 Consumo Final das Famílias CFF 1.4 Produto Interno Bruto a PIBvc
1.2 Consumo Final das CFAP Valor do Comprador
Administrações Públicas 1.5 Remuneração dos
1.3 Poupança Interna Bruta Empregados Líquida do
SIB Resto do Mundo RELRM
1.10. Transferências unilaterais
Líquidas do Resto do TULRM
Mundo
1.11. Outros Rendimentos ORLRM
Líquidos do Resto do
Mundo

UTILIZAÇÃO RENDA PRODUTO NACIONAL


NACIONAL BRUTA A VALOR BRUTO A VALOR DO
DO COMPRADOR COMPRADOR

3 ACUMULAÇÃO

ESPECIFICAÇÃO ESPECIFICAÇÃO

1.12. Formação Bruta de Capital FBCF 1.14. Poupança Interna Bruta SIB
Fixo VE 1.14.1. Poupança Interna SIB s/PR
1.13. Variação de Estoques Bruta do Setor Privado
1.14.1.1. Poupança Interna SIL s/PR
Líquida do Setor
Privado
SF
1.14.1.1.1. Poupança
das Famílias
1.14.1.1.2. Lucro não LÑD
Distribuído DEP
1.14.1.2. Depreciação SG
1.14.2. Poupança do
Governo (SBP c/c)
1.15. Menos: Saldo do Balanço de
Pagamentos em Conta Corrente

INVESTIMENTO POUPANÇA

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4.TRANSAÇÕES COM O EXTERIOR

ESPECIFICAÇÃO ESPECIFICAÇÃO

1.16. Exportação de Mercadorias Xm/s ñf 1.20. Importação de Mercadorias e Mm/s ñf


e Serviços de Não Fatores Serviços de Não Fatores
1.17. Remuneração dos RERRM 1.21. Remuneração dos REPRM
Empregados Recebidas do Empregados Pagas ao Resto
Resto do Mundo do Mundo
TURRM TUPRM
1.18. Transferências Unilaterais 1.22. Transferências Unilaterais
Recebidas do Resto do Mundo Pagas ao Resto do Mundo
1.19. Outros Rendimentos ORRRM 1.23. Outros Rendimentos Pagos ORPRM
Recebidos do Resto do Mundo ao Resto do Mundo
1.24. Saldo do Balanço de SBP c/c
Pagamentos em Conta
Corrente

RECEBIMENTOS PAGAMENTOS

5.GOVERNO (anexo)

ESPECIFICAÇÃO ESPECIFICAÇÃO

1.25. Consumo Final das CFAP 1.30. Tributos Indiretos TI


Administrações Públicas 1.31. Tributos Diretos TD
1.26. Subsídios SUB 1.32. Outras Receitas Correntes ORC
1.27. Transferências de (Receitas Não Tributárias)
Assistência e Previdência TRF. A/P
1.28. Juros da Dívida Pública
JDP
1.29. Poupança do Governo
SG

DESPESAS CORRENTES RECEITAS CORRENTES

A partir do modelo de contas nacionais e das transações com o exterior é


possível derivar a formação dos agregados produto, renda e despesa.

É importante ressaltar que esses agregados são considerados ao custo dos


fatores quando não incorporam as atividades do setor público e a valor do comprador ou
preço de mercado quando incorporam essas atividades.

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Quando não se inclui a depreciação, os agregados são considerados na


sua forma líquida, e quando incluem assumem a forma de agregado bruto.

As transações internacionais, representadas pela renda líquida do


exterior, ou seja, a diferença entre renda enviada e renda recebida, transformam os
agregados produto renda e despesa de internos para nacionais.

Antes de derivar a formação dos agregados, convém entender o conceito


de produto: produção de bens e serviços finais. A importância de entender a
conceituação de bens e serviços finais na medição do produto é no sentido de evitar a
dupla contagem das matérias-primas utilizadas no processo produtivo. A soma de tudo
que é produzido na economia não representa o produto e sim o valor bruto da produção,
onde existem múltiplas contagens. Dessa forma, torna-se necessário retirar o consumo
intermediário, ou seja, as transformações de matéria-prima no processo produtivo.

PRODUTO: VBP – CI = PIB – RLE (E) = PNB

VBP = Valor Bruto da Produção

menos

CI = Consumo Intermediário

Igual

PIB = Produto Interno Bruto

menos

RLE (E) = Renda Líquida do Exterior (Enviada)

igual

PNB = Produto Nacional Bruto

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RENDA: S + A + J + L + DEP + TI – SUB = RIB – RLE (E) = RNB

S = Salarios

mais

A = Aluguéis

mais

J = Juros

mais

L = Lucro

mais

D = Depreciação

mais

TI = Tributos indiretos

menos

SUB = Subsídios

igual

RIB

menos

RLE (E) = Renda Líquida do Exterior (Enviada)

igual

RNB = Renda Nacional Bruta

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DESPESA: C + I + Xm/s – Mm/s = DIB – RLE (E) = DNB

C = Consumo

mais

I = Investimento

mais

Xm/s = Exportações de Mercadorias e Serviços

menos

Mm/s = Importações de Mercadorias e Serviços

igual

Despesa Interna Bruta

menos

RLE (E) = Renda Líquida do Exterior (Enviada)

igual

Despesa Nacional Bruta

PIB ≡ RIB ≡ DIB

PNB ≡ RNB ≡ DNB

A identidade entre produto renda e despesa resulta do princípio


de Say (Jean-Baptiste Say) que estabelece que a atividade de produção gera o produto

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agregado que, por sua vez, gera o poder de compra que permite o fluxo de despesa., ou
seja, a oferta cria sua própria procura.

As pessoas recebem variadas remunerações e com isso adquirem


um poder de compra, que pode utilizar (consumo) ou não (poupança). A poupança é, na
verdade, um consumo futuro, pois as pessoas poupam para consumir no futuro.

Embora a oferta agregada seja, em princípio, igual a demanda


agregada, isso pode não ocorrerem algum momento do processo produtivo. O poder de
compra pode variar: ser adiado, causando recessão; ou ser antecipado, causando uma
explosão no consumo.

Quando as pessoas resolvem adiar o poder de compra, reservando


um percentual maior da renda para a poupança (entesouramento), a renda fica,
temporariamente, menor do que o produto. A oferta agregada, nesse caso, fica maior do
que a demanda agregada. Por outro lado, o crédito gera um poder de compra (renda)
sem contrapartida na produção (produto) que faz com que a demanda agregada supere a
oferta agregada.

O entesouramento e o crédito podem adiar ou antecipar o poder


de compra, porém só a produção pode criar ou destruir o pode de compra.

É importante compreender, nesse complexo processo de


mensurar os agregados macroeconômicos, que o produto resulta de um quantum, isento,
por isso mesmo, das variações no nível de preços; enquanto a renda representa a
contrapartida monetária do produto, incorporando, portanto, as variações no nível de
preços; e a despesa é um fluxo de utilização e destinação da renda, sedo pois um
agregado monetário que incorpora as variações no nível de preços. Em resumo: o
produto é um agregado real (não incorpora a inflação), enquanto a renda e a despesa são
agregados nominais (incorporam a inflação).
59
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

R E
P
E S
R
O N P
NÍVEL
D
X DE = D = E
U PREÇOS
A S
T
O A

E R
P
S E R
NÍVEL O
P = N ÷ DE =
PREÇOS D
E D
U
S A T
O
A

60
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

PRODUTO RENDA DESPESA

NOMINAL NOMINAL NOMINAL

INFLAÇÃO INFLAÇÃO INFLAÇÃO

PRODUTO RENDA DESPESA

REAL= = REAL = REAL

Isso posto, a identidade entre produto, renda e despesa pode ser


considerada a preços correntes, incorporando inflação: identidade nominal; ou a preços
constantes, retirando a inflação: identidade real.

PIB (NOMINAL) ≡ RIB(NOMINAL) ≡ DIB (NOMINAL)

PNB (NOMINAL) ≡ RNB(NOMINAL) ≡ DNB (NOMINAL)

PIB (REAL) ≡ RIB (REAL) ≡ DIB (REAL)

PNB (REAL) ≡ RNB (REAL) ≡ DNB (REAL)

61
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CONSUMO
RENDA DO SETOR
PRIVADO CONSUMO CONSUMO
NACIONAL
BRUTA
DO SETOR POUPANÇA
PRIVADO DO SETOR
RENDA PRIVADO

NACIONAL

BRUTA

CONSUMO
DO POUPANÇA INVESTI-
RENDA POU
GOVERNO INTERNA MENTO
NACIONAL
BRUTA POUPANÇA
DO SETOR DO
PÚBLICOO GOVERNO POUPANÇA
EXTERNA

IMPORTACÕES (MENOS) EXPORTAÇÕES POUPANÇA


EXTERNA
SBP c/c (-1)

CONSUMO

DESPESA CONSUMO RENDA

NACIONAL NACIONAL

BRUTA BRUTA
INVESTI-
MENTO

EXPOR- POUPANÇA
TAÇÕES INTERNA
(MENOS)
IMPOR-
TAÇÕES

62
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

VALOR PRODUTO PRODUTO PRODUTO

BRUTO INTERNO NACIONAL NACIONAL

DA BRUTO BRUTO BRUTO

PRODUÇÃO

RENDA
LÍQUIDA DO
EXTERIOR

CONSUMO
INTERME-
DIÁRIO

63
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SALÁRIOS

RENDA RENDA
ALUGUÉIS
RENDA NACIONAL NACIONAL

INTERNA BRUTA BRUTA


JUROS
BRUTA
LUCRO

DEPRE-
CIAÇÃO

TRIBUTOS
INDIRETOS
RENDA
(MENOS) LÍQUIDA DO
SUBSÍDIOS EXTERIOR

64
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CONSU-
MO CONSU-
MO
DEMANDA DEMAN- OFERTA OFERTA
DA
INTERNA AGRE- INTERNA
AGRE- GADA
GADA POU-
INVESTI- PANÇA
MENTO INTERNA

OFERTA IMPOR-
EXPOR- DEMANDA TAÇÕES
EXTER-
TAÇÕES EXTERNA NA

EQUAÇÕES MACROECONÔMICAS

Y = C + SI
D = C + I + X - M

Simbologia
Y = Renda Nacional Bruta
D = Despesa Nacional Bruta
C = Consumo
SI = Poupança Interna
I = Investimento
X = Exportações
M = Importação

65
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

Sendo RNB (Renda Nacional Bruta) idêntica a DNB (Despesa Nacional


Bruta) é possível escrever:

Y = D

tal que:

C + SI = C + I + X - M
simplificando:
SI = I + X - M
Manipulando algebricamente a equação em função do investimento, temos:
I = SI + M - X
sendo a poupança total da economia igual a poupança interna mais a poupança externa,
tal que:
S = SI + SE
E considerando que o equilíbrio do modelo econômico define que poupança é igual a
investimento, conforme registrado na conta de acumulação, temos:
I = S
Substituindo S por SI + SE, temos:
I = SI + SE
Igualando as equações que definem o investimento, temos:
SI + SE = SI + M - X
Simplificando a equação, obtemos:
SE = M - X
Logo os recursos para o investimento são formados a partir da poupança interna e da
poupança externa.
Avaliando a formação dos recursos para formação do investimento em função da
equação:
I = SI + SE
É possível definir algumas hipóteses:
a) Investimento igual a Poupança Interna :
I = SIB

66
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

Isso significa que a Poupança Externa é igual a zero, ou seja, não


existe acumulação nem desacumulação externa:
SE = 0
Sendo:
SE = M - X
temos que:
M = X
b) Investimento maior do que a Poupança Interna Bruta:
I > SI
Isso significa que a formação da poupança interna não é suficiente para atender
às necessidades do investimento requerido pela economia, o que configura a
necessidade de poupança externa para fechar o processo de acumulação, tal que:

SE > 0
Ou alternativamente:
M - X > 0
O que define:
M > X

Há nesse processo um déficit no saldo do balanço de pagamentos em conta


corrente.
O déficit no saldo do balanço de pagamentos em conta corrente é suprido, a
princípio, pelo movimento de capitais. Quando esse movimento não é capaz de
suprir o déficit, o governo recorre utilizando divisas, empréstimos de
regularização, através do Fundo Monetário Internacional ou a manutenção de
contas internacionais em atraso.
c) O Investimento é menor do que a poupança interna bruta:
I < SI
Isso significa que a poupança interna atende às necessidades do investimento
requerido pela economia, não havendo, pois, necessidade de poupança externa
para fechar o processo de acumulação, tal que:
67
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

SE < 0
ou alternativamente:
M - X < 0
o que define:
M < X
Há nesse processo superávit no saldo do balanço de pagamentos em conta
corrente.

O superávit no saldo do balanço de pagamentos em conta corrente traduz-


se em desacumulação externa líquida, onde o país exporta capitais para o resto do
mundo. É de se aceitar esse fato, no caso do Brasil, como atípico.

2.6 ECONOMIA MONETÁRIA

A principal função da moeda é servir como meio de troca, tornando


desnecessária a coincidência de desejos.

Há outras duas funções em um plano diferente: ela pode servir como


reserva de valor e como unidade de contabilidade.

A estrutura do sistema monetário divide-se em demanda monetária e oferta


monetária, sendo que a identidade desses agregados determina o equilíbrio do sistema
monetário.

A demanda monetária é transitória e as pessoas guardam dinheiro em


detrimento de outros ativos financeiros, em função de três motivos principais:

68
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

 Motivo Transação;
 Motivo Precaução;
 Motivo Especulação.

O motivo transação relaciona-se às necessidades imediatas de negociações de


mercadorias, sendo seu espaço temporal compatível com o espaço dos recebimentos.

O motivo precaução corresponde a uma certa reserva de dinheiro para fazer


frente a pagamentos não programados que podem ocorrer à qualquer momento.

O motivo especulação expressa a incerteza sobre o rendimento dos outros


ativos financeiros. A expectativa no aumento das taxas de juros dos outros ativos
financeiros faz com que o dinheiro retido pelo motivo especulação seja direcionado para
compra desses ativos visando a obtenção de lucro.

Os motivos transação e precaução relacionam-se diretamente com a renda


enquanto o motivo especulação relaciona-se inversamente com a taxa de juros.
Indiretamente, o nível de preços e a inflação influenciam a demanda monetária.
Ressalta-se, que nesse processo, não há ilusão monetária, pois a demanda monetária
mantém relação com o poder de compra, ou seja, com o salário real. Assim a demanda
por moeda depende da renda real.

A oferta monetária é um dos vetores do modelo econômico de maior


complexidade, uma vez que não existe um coerente consenso sobre quais indicadores
monetários devem compor a oferta monetária.

A base monetária, Mo, corresponde ao papel-moeda emitido pelas autoridades


monetárias, que, por sua vez, corresponde ao papel-moeda em circulação, representado
pelo papel-moeda com as pessoas e pelo caixa dos bancos comerciais, e ao caixa do
Banco Central.

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Caixa dos Bancos


Papel Moeda em Comerciais
Circulação
Papel-Moeda com as
Base
Pessoas
Monetária

Caixa do Banco Central

Por outro lado, a base monetária, Mo, corresponde as divisas externas,


ou seja, o saldo do balanço de pagamentos com o sinal trocado; aos créditos concedidos
pelo Banco Central na forma de empréstimos, redescontos, adiantamentos e Títulos do
Tesouro; e a outros ativos líquidos que representam obrigações para o Banco Central a
medida que configuram-se por depósitos abertos para o Tesouro, sendo, pois, um
diferencial negativo para a formação da base monetária.

Divisas

Empréstimos

Redescontos
Base Monetária Créditos
Adiantamentos

Títulos do Tesouro

Outros Ativos Líquidos (-)

O ativo do Banco Central representa a fonte de criação da base monetária,


enquanto o passivo agrega as obrigações surgidas em função dos ativos adquiridos.

O Banco Central pode alterar a base monetária por meio de operações de


mercado aberto (open market) comprando ou vendendo títulos do Tesouro. Se o Banco
Central comprar títulos que estão em poder do setor privado, ele fica com os títulos e o
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

setor privado com o dinheiro, o que significa uma expansão da base monetária,
enquanto que se o Banco Central entrar no mercado vendendo títulos do Tesouro, ele
fica com o dinheiro e o setor privado com os títulos, numa operação que reduz a base
monetária.

De outra forma, o Banco Central pode comprar divisas de exportadores, o


que provoca uma expansão da base monetária. Por outro lado, a venda de divisas para
importadores diminui a base monetária.

Entretanto se a operação de compra ou venda de divisas modificar o


resultado do balanço de pagamentos de tal ordem que a variação na base monetária
ultrapasse as expectativas desejadas, com influência sobre a oferta monetária e com
pressões inflacionárias, o Banco Central pode utilizar operações de compra ou venda de
títulos do Tesouro para neutralizar as influências indesejáveis.

Quando a negociação é feita entre o Tesouro e o setor privado o resultado


sobre o modelo econômico é diferente; não há interferência sobre a base monetária. Na
venda de títulos, pelo Tesouro, ao setor privado o pagamento é feito com papel-moeda
em poder do setor privado ou por meio dos depósitos que se encontram nos bancos. Isto
apenas provoca uma dívida interna, não há nenhum efeito direto sobre a base monetária,
a oferta monetária e a inflação.

Entretanto, quando o Tesouro vende títulos ao Banco Central, ocorre, além da


dívida interna, um aumento na base monetária, na oferta monetária e na inflação. O
processo de negociação entre o Tesouro e o Banco Central, no qual o banco Central
compra títulos do Tesouro é chamado de monetização.

A negociação entre o Banco Central e o Tesouro é um processo normatizador


e não indicativo, pois o Banco Central não é independente e deve cumprir a política
monetária imposta pelo governo. O Banco Central independente pode ser um aliado dos
vetores que minimizam a inflação; não há obrigatoriedade de cumprir ordens do
governo quanto a política monetária.
71
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

Dependendo do comportamento do setor privado, quanto aos movimentos


de papel-moeda e de depósitos, a base monetária pode aumentar ou reduzir.

A oferta monetária em uso no modelo econômico é o conceito de M1 que


difere um pouco da base monetária.

O conceito de M1 envolve o papel moeda mais os depósitos a vista nos


bancos.

Há outros conceitos monetários a serem avaliados: o conceito M2 envolve o


conceito de M1 mais os depósitos a prazo; o conceito de M3 acrescenta ao M2 os
depósitos de poupança; e o conceito M4 incorpora, ao M3, os títulos do governo.

Papel Moeda
M1
M2 Depósitos a Vista nos Bancos
M3
Depósitos a Prazo
M4
Depósitos de Poupança

Títulos do Governo

As equações do mercado monetário são representadas pela oferta monetária


e pela demanda monetária. A oferta monetária é um indicador nominal, pois inclui as
variações dos preços e, por conseguinte, a inflação, enquanto a demanda monetária é um
indicador real, pois expurga, dos seus agregados, a inflação.

72
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

Isso posto, é possível estabelecer a equação que representa o equilíbrio no


mercado monetário:
M = L
P
M = Oferta Monetária.
P = Nível de Preços ou Índice de Inflação
L = Demanda Monetária

A oferta monetária, considerada pelas autoridades monetárias como o conceito


M1, inclui o papel-moeda em circulação e os depósitos a vista nos bancos comerciais.
M = MC + MD
MC = Papel-Moeda em circulação
MD = Depósitos a Vista nos Bancos Comerciais

O papel-moeda é uma variável autônoma a medida que mantém relação apenas


com as autoridades monetárias, ou seja, sua variação, a maior ou a menor, depende
apenas da política monetária adotada.

Por outro lado, os depósitos a vista nos bancos comerciais dependem da


reserva monetária que esses bancos comerciais mantêm no Banco Central e do encaixe
monetário.
MD = R
r

R = Reserva monetária dos bancos comerciais mantida no Banco Central.


r = Encaixe monetário.

Os depósitos a vista dos bancos comerciais têm relação direta com as


reservas monetárias mantidas no Banco Central; quanto maior a reserva maior os
depósitos a vista e, consequentemente, maior a oferta monetária.. Caso contrário, há
uma retenção na oferta monetária.

73
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

O encaixe monetário mantém relação inversa com os depósitos, pois quanto


maior o encaixe monetário, menor os depósitos a vista e, conseqüentemente, menor a
oferta monetária. Caso contrário, há uma expansão na oferta monetária.

A reserva monetária e o encaixe monetário são instrumentos de política


econômica que o governo possui para direcionar a oferta monetária conforme os
interesses do modelo econômico.

A demanda monetária inclui a demanda monetária para transações e/ou


precaução, e a demanda monetária para especulação:

L = LT + LE

A demanda monetária para transações e precaução mantém relação direta


com a renda através de um indicador percentual, que mostra a intenção de reter moeda
para transações e/ou precaução:

LT = KY
K = Indicador Percentual (: 100)
Y = Renda (RNBvc)

A demanda monetária para especulação relaciona-se inversamente com a


taxa de juros, uma vez que quando a taxa de juros está alta não há incentivo para reter
moeda para especulação, a medida que a expectativa de aumentos é bastante reduzida;
enquanto que se a taxa de juros estiver baixa, a expectativa de aumentos são bastante
razoáveis, o que estimula a retenção de moeda para especulação. De outra forma, há
uma demanda monetária para especulação autônoma, destinada a compra de ativos
financeiros que independe da taxa de juros.

Na verdade, a taxa de juros é o indicador de maior relevância na decisão de


reter moeda para especulação, porém existem outros indicadores, de menor importância,

74
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

isoladamente, mas que, de forma agregada, influenciam essa decisão:


LE = LEa - ni
LEa = Demanda monetária para especulação autônoma.
i = Taxa de juros.
n = Propensão a reter moeda para especulação em função da taxa de juros.

2.7 O MODELO IS-LM

As equações do mercado de produto envolvem variáveis exógenas, que


independem das forças internas do modelo e variáveis endógenas, que dependem da
própria relação do modelo.

O consumo do setor público ou gastos governamentais e as exportações


são variáveis exógenas, pois não dependem das forças internas do modelo; representam,
em última análise, variáveis quantificadas pelos formuladores de política econômica.

O consumo do setor privado, a poupança interna do setor privado e os


tributos líquidos (tributos indiretos menos subsídios)são variáveis endógenas diretas,
pois dependem da renda e seguem o mesmo sentido; enquanto as importações é variável
endógena inversa, pois, apesar de depender da renda, segue sentido contrário.

O investimento é uma variável endógena inversa, pois depende da taxa de


juros praticada no mercado e responde de forma contrária a variações na taxa de juros.

75
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

Variáveis Exógenas
G = Gastos Governamentais ( Consumo do setor Público)
X = Exportações
Variáveis Endógenas
Função da Renda
Diretas
C = Consumo do setor Privado
T = Tributos Líquidos
S = Poupança Bruta do Setor Privado

Inversa
M = Importações

Função da Taxa de Juros


Inversa
I = Investimento
Y  C , S , T , M
Y  C , S , T , M
i  I
i  I

O equilíbrio no mercado de produto é representado pela poupança e pelo


investimento, ou seja, quando o Investimento requerido pela economia é igual a
poupança, independente da origem dos recursos:

I = S

76
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

Dessa forma, o equilíbrio é representado pela curva IS, estabelecida pela


relação entre taxa de juros e renda.

i1

i2 IS

Y1 Y2 Y

Fica evidente pela configuração da IS que existe uma relação inversa entre taxa de juros
e renda:

i  Y
i  Y

As equações do mercado monetário envolvem variáveis exógenas, que


independe das forças internas do modelo e variáveis endógenas que dependem da
própria relação do modelo.

O papel-moeda em circulação, a reserva monetária dos bancos comerciais


no Banco Central e o encaixe monetário são variáveis exógenas, pois não dependem das
forças internas do modelo; representam, em última análise, variáveis quantificadas pelos
formuladores de política econômica.

77
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

A demanda monetária para transações e/ou precaução e os depósitos a vista


nos bancos comerciais são variáveis endógenas. A demanda monetária para transações
e/ou precaução é função direta da renda, enquanto os depósitos a vista respondem
diretamente a variações na reserva monetária dos bancos comerciais no Banco Central e
inversamente ao encaixe monetário.

A demanda monetária para especulação é uma variável endógena inversa,


pois depende da taxa de juros praticada no mercado e responde de forma contrária a
variações na taxa de juros.

Variáveis Exógenas
MC = Papel Moeda
R = Reserva Monetária
r = Encaixe monetário

Variáveis Endógenas
Diretas
LT = Demanda para transações e/ou precaução
MD = Depósitos a vista (em função de R)
Inversas
MD = Depósitos a vista (em função der)
LE = Demanda monetária para especulação

MC   M
MC   M
R  MD  M 
R  MD  M 
r  MD  M 
r  MD  M 
Y  LT 

78
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

Y  LT 
i  LE 
i  LE 

O equilíbrio no mercado monetário é representado pela oferta monetária e


pela demanda monetária, considerando-se o nível de preços; a oferta monetária é
estabelecida de forma nominal e a demanda monetária de forma real:
M = L
P

Dessa forma, o equilíbrio é representado pela curva LM, estabelecida pela


relação entre taxa de juros e renda.

Fica evidente pela configuração da LM que existe uma relação direta entre a
taxa de juros e a renda.
i  Y
i  Y

i
LM

i2
i1

Y1 Y2 Y

79
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

O equilíbrio na economia ocorre quando se processa a igualdade entre o


mercado de produto e o mercado monetário, através da interação das curvas IS e LM, tal
que:

LM

i1

IS

Y1 Y

A economia encontra-se em equilíbrio nos pontos taxa de juros i1 e renda y1.

Qualquer ponto para taxa de juros abaixo de i1, por exemplo i2 , a renda do
mercado de produto (Y3) será maior do que a renda no mercado monetário (Y2),
provocando um desequilíbrio, como segue:

i
LM

i1
i2
IS

Y2 Y1 Y3 Y

80
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

Analogamente, qualquer ponto para taxa de juros acima de i1, por


exemplo i2, a renda do mercado de produto (Y3) será menor do que a renda no mercado
monetário(Y2) , provocando um desequilíbrio, como segue:

i
LM
i2
i1

IS

Y3 Y1 Y2 Y

Por outro lado, qualquer ponto para a renda acima de Y1, por exemplo
(Y2), aumenta a taxa de juros no mercado monetário(i3) e reduz a taxa de juros no
mercado de produto (i2), provocando um desequilíbrio, como segue:

i
LM
i3
i1

i2 IS

Y1 Y2 Y

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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

Analogamente, qualquer ponto para a renda abaixo de Y1, por exemplo


Y2 , aumenta a taxa de juros no mercado de produto (i3) e reduz a taxa de juros no
mercado monetário (i2), provocando um desequilíbrio, como segue:

i
LM
i3
i1
i2
IS

Y2 Y1 Y

Esses pontos registram desequilíbrios entre os mercados de produtos e


monetários. Quer pelo excesso ou escassez de renda de um mercado em relação ao
outro, quer pelo aumento ou redução da taxa de juros de um mercado em relação ao
outro.

Avaliando as possíveis integrações dos mercados de produto e monetário, em


nível de equilíbrio, conforme as políticas econômicas praticadas, é possível estabelecer:

a) Expansão da política fiscal e/ou cambial

LM
i2
i1
IS
IS

Y1 Y2 Y
82
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

Uma política fiscal e/ou cambial expansionista, ceteris paribus, eleva a renda
para Y2 e a taxa de juros para i2.

b) Redução da política fiscal e/ou cambial

LM
i1
i2
IS
IS

Y1 Y2

Uma política fiscal e/ou cambial restritiva, ceteris paribus, reduz a renda
para Y2 e a taxa de juros para i2.
c) Expansão de política monetária

LM
LM
i1
i2
IS

Y1 Y2 Y

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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

Uma política monetária expansionista, ceteris paribus, aumenta a renda


para Y2 e reduz a taxa de juros para i2.

d )Redução da política monetária

i LM

LM
i2
i1

IS

Y2 Y1 Y

Uma política monetária restritiva, ceteris paribus, reduz a renda para Y2 e


aumenta a taxa de juros para i2.

Por outro lado, as políticas econômicas, combinadas, para os mercados de


produto e monetário conduzem o modelo econômico a diversas situações de equilíbrio.
a) Política econômica expansionista:
 Expansão fiscal e/ou cambial;
 Expansão monetária.

Uma política econômica expansionista, aumenta a renda e o deslocamento da


taxa de juros vai depender das quantificações praticadas, podendo aumentar, diminuir
ou permanecer constante.
Y i
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

b) Política econômica restritiva


 Redução fiscal e/ou cambial
 Redução monetária.
Y i

c) Política econômica expansionista e restritiva


 Expansão fiscal e/ou cambial
 Redução monetária

Uma política econômica fiscal e/ou cambial expansionista combinada com


uma política monetária restritiva, aumenta a taxa de juros e o nível de renda vai
depender das quantificações praticadas, podendo aumentar, diminuir ou permanecer
constante.
i Y

d) Política econômica restritiva e expansionista


 Redução fiscal e/ou cambial
 Expansão monetária

Uma política econômica fiscal e/ou cambial restritiva combinada com uma
política monetária expansionista, reduz a taxa de juros e o nível de renda vai depender
das quantificações praticadas, podendo aumentar, diminuir ou permanecer constante.
I Y

85
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

2.8 OFERTA E DEMANDA AGREGADAS

A oferta agregada representa os diversos níveis de produto que a


economia, representada pelo setor produtivo, é capaz de produzir considerando os
preços estabelecidos. A oferta e os preços mantêm uma relação direta.

P OA

P2

P1

Y1 Y2 Y

Por outro lado, a demanda agregada representa os diversos níveis de


produto que a economia, representada pelo setor consumidor, é capaz de consumir
considerando os preços estabelecidos. A demanda e os preços mantêm uma relação
inversa.

86
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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

P1

P2

DA

Y1 Y2 Y

O equilíbrio entre a oferta agregada e a demanda agregada situa-se no


ponto em que o setor produtivo e o setor consumidor aceitam um determinado preço,
para um conjunto de bens e/ou serviços, que satisfaz tanto produtores como
consumidores.

P OA

P1

DA
Y1 Y

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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

A relação da oferta agregada e da demanda agregada com o nível de


preços é uma relação que melhor representa as funções oferta e demanda, apesar de
existirem outros fatores, representados por expectativas, quer de natureza endógena quer
exógena, que em conjunto podem influenciar as decisões de produtores e consumidores

É importante ressaltar que as variações no mercado de oferta agregada e


demanda agregada podem ocorrer de duas formas distintas: aumento ou diminuição na
quantidade ofertada ou demandada; e aumento ou diminuição na oferta ou na demanda.

Uma variação na quantidade desloca o ponto de equilíbrio sobre a mesma


curva, enquanto uma variação na oferta ou na demanda, desloca a própria curva.
A interação entre o modelo IS-LM e o modelo de oferta e demanda agregadas
estabelece uma relação de equilíbrio.

i LM

i1

IS
Y1 Y

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ECONOMIA UMA ABORDAGEM INTRUDITÓRIA

i OA

P1

DA
y1 Y

As políticas econômicas praticadas modificam o equilíbrio do modelo IS-


LM e do modelo de oferta e demanda agregada. O novo equilíbrio vai depender das
modificações realizadas, das variáveis envolvidas e do sentido das modificações.

A oferta agregada e a demanda agregada determinam os preços dos bens e


serviços. Uma proposição simplista envolvendo oferta, demanda e preço pode indicar:
a) Excesso de oferta agregada reduz o nível de preços.
b) Excesso de demanda agregada aumenta o nível de preços.
c) Escassez de oferta agregada aumenta o nível de preços.
d) Escassez de demanda agregada reduz o nível de preços.

Esse processo sofre, entretanto, influências de diversas naturezas, conforme a


política econômica praticada e as expectativas de resultados. Dessa forma um processo
de inflação ou deflação (desemprego) pode ser desencadeado.

A inflação, via de regra, é um aumento indiscriminado no nível de preços em


função de resultados de desajustes na economia, quer de natureza interna quer externa.

O mercado de bens e serviços, envolvendo a oferta e a demanda da produção


realizada, possui a contrapartida monetária representada pela oferta monetária e pela
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velocidade de circulação da moeda. Essa relação dá origem a uma equação dentro da


teoria quantitativa da moeda:

PQ = MV

P = Nível de preços
Q = Produto real
M = Oferta monetária
V = Velocidade de circulação da moeda

Há algumas divergências sobre a teoria quantitativa da moeda e a equação que


a representa.

A primeira questão a examinar é quanto a velocidade de circulação da moeda.

Ela é estável? Como imaginavam os economistas clássicos. Ou ela é variável?


Como acreditavam os economistas keynesianos. As divergências relacionam-se ao
emprego dos fatores.

Os clássicos supunham a permanência do pleno emprego, o que permite


concluir que a renda real mantém uma relação de interdependência apenas com a
produção e, portanto, independe da moeda.

Os economistas keynesianos concordavam com as consequências


estabelecidas pelos clássicos. A divergência era quanto a existência do pleno emprego
dos fatores, pressuposto bastante improvável.

Para os economistas keynesianos dificilmente uma economia opera em nível


de pleno emprego. Nesse sentido, um aumento na oferta monetária pode estimular a

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produção e, consequentemente, elevar a renda real, sem qualquer aumento de preços, ou


seja, sem inflação.

29 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
SOCIOECONÔMICO

Apesar dos termos crescimento e desenvolvimento serem usados


indiferentemente, para expressar relações econômicas, há diferença entre eles.
Crescimento representa uma estrutura quantitativa dos agregados macroeconômico,
enquanto desenvolvimento representa uma estrutura qualitativa, ou seja, a forma de
como esses agregados são distribuídos, a fim de otimizar o nível de bem-estar.

A teoria básica de crescimento envolve uma função que relaciona geração de


produto e estoque de capital (força motriz).

Assim, quando a capacidade produtiva da economia for igual aos acréscimos


da renda, como reflexo do nível de investimento realizado, a economia encontra-se em
equilíbrio, ou seja, o modelo não é gerador de inflação. Quando a capacidade produtiva
for menor do que os aumentos na renda, a economia está operando com inflação; caso
contrário há uma deflação, podendo ocorrer desemprego.

A capacidade produtiva é representada pela produtividade do capital ():


relação produto-capital ( Q/K) , e pela propensão a poupar (s): relação poupança-renda
(S/Y). Assim, a capacidade produtiva é determinada por: s. Essa relação determina a
Taxa Potencial de Crescimento, ou Taxa Garantida de Crescimento.

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CAPACIDADE GERAÇÃO

PRODUTIVA DE  EQUILÍBRIO

RENDA

GERAÇÃO

CAPACIDADE DE

PRODUTIVA RENDA
 INFLAÇÃO

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CAPACIDADE
GERAÇÃO  DEFLAÇÃO
PRODUTIVA
DE

RENDA

Há, no entanto, um novo fator que deve ser considerado nessa avaliação que é
a Taxa de Crescimento da Força de Trabalho (η) existente na economia. Se o
crescimento da força de trabalho for maior do que o incremento no nível de renda,
haverá desemprego independente da relação entre capacidade produtiva e renda. (Ver
anexo 4)

2.10 CONCLUSÃO

A economia é uma ciência extremamente volátil na medida em que


depende de aspectos políticos, éticos, culturais, sociais, jurídicos e ambientais, dentre
outros, que atuam direta e/ou indiretamente sobre o modelo econômico.

Alguns fatores são previsíveis, outros são totalmente imprevisíveis, pois


relacionam-se às expectativas racionais, irracionais e adaptativas.
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É preciso entender que, na formulação da política econômica, os


vetores, os agentes econômicos mantêm estreita relação de interdependência, qualquer
movimento em um dos vetores econômicos desencadeia uma série de movimentos que
devem ser avaliados e monitorados.

No atinente, a participação do governo, como agente gerenciador e


coordenador da atividade econômica, é de suma importância para normatizar a política
econômica.

A ciência do comportamento compreende a relação da economia com os


demais ramos das ciências sociais. Os problemas não são bem definidos, pois envolvem
aspectos sociais, culturais, políticos éticos, psicológicos, de expectativas racionais e
irracionais, e de expectativas adaptativas.

Não é exagero dizer que, muitas vezes, as respostas às questões


econômicas encontram-se em algum outro campo. Dentro dessa concepção abrangente,
os conflitos entre acumulação e repartição, crescimento e inflação, e custo econômico e
custo social não se limitam às soluções encontradas na área econômica, mas também
não se encontram, isoladamente, em quaisquer outros ramos das ciências sociais.

A economia é influenciada, na construção de seu conhecimento e na sua


realidade objetiva, por diferentes concepções ideológicas, algumas até conflitantes entre
si. Cada corrente de pensamento econômico enxerga a sua realidade e a partir desta
realidade elabora conceitos e formula modelos de comportamento.

O conhecimento e a compreensão da ciência econômica conduz à algumas


reflexões:
 tensão entre necessidades e recursos;
 tensão entre meios e fins; e
 tensão entre acumulação e distribuição.

Os princípios, leis, teorias e modelos econômicos estabelecem-se dentro dos


limites das ciências sociais, ramo de conhecimento sujeito a alterações. Isto significa
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que apesar das formulações teóricas e econômicas, a estrutura dos fundamentos estão
nos aspectos sociais e políticos.

As limitações das formulações econômicas tornam a economia uma ciência


cujos problemas se transformam em soluções e as soluções em problemas.

Os sistemas econômicos empregam, em suas atividades de produção,


recursos produtivos ou fatores de produção, que são:

 terra;
 trabalho;
 capital;
 tecnologia; e
 capacidade empresarial.

As categorias básicas de fluxos econômicos como a formação do produto,


a geração da renda, as diferentes formas de dispêndio, a acumulação e a distribuição da
riqueza, resultam do processo produtivo, por isso mesmo considerado como atividade
econômica fundamental.

O emprego desses fatores de produção: formação da atividade produtiva; a


remuneração desses fatores: geração da renda; e os gastos oriundos desse processo:
formação da despesa, representam o movimento básico do sistema econômico.

Assim, o emprego desses fatores, a qualificação ou capacidade dos fatores,


as formas de mobilização dos fatores, bem como a interação desses fatores, determinam
o nível de atendimento das necessidades.

A dinâmica de interação desses fatores e seus principais desdobramentos


determinam o grau de crescimento e desenvolvimento do modelo socioeconômico.

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O processo de crescimento e desenvolvimento, considerado como


precondição para o bem-estar social resulta de algumas hipóteses sobre teoria das
decisões.

A exploração dos recursos naturais, a mobilização do fator trabalho, a


definição dos bens de capital, e a caracterização do avanço tecnológico, em formulação
otimizada, pressupõem a existência de certa capacidade de empreendimento. É por meio
dessa capacidade empresarial que o recursos disponíveis são reunidos, organizados e
movimentados para geração da capacidade produtiva. Os recursos só geram fluxos de
produção quando são mobilizados e combinados; isoladamente, não são suficientes para
desencadear o processo produtivo.

Independente de concepções e posturas, nenhuma economia pode prescindir


da capacidade empresarial como fator motivador da capacidade produtiva, seja esta
atribuída a agentes isolados, a grupos privados, ou a organismos governamentais.
Entretanto, as motivações do Estado, do empreendedor independente, e de grupos
empresariais não são iguais; também não é a mesma a recompensa. Os resultados
alcançados podem variar amplamente, conforme as diferentes fontes de empresariedade.

A capacidade empresarial reúne um conjunto de qualificações diferenciadas,


obtendo-se, daí, o complexo gerador da capacidade produtiva, de acordo com o grau das
qualificações existentes:

 Estratégia orientada para o futuro, perceber realidades e seus desdobramentos.


 Entender que o risco faz parte do ambiente de negócios.
 Perceber as necessidades e propor soluções inovadoras que venham ao encontro
dos desejos e aspirações da sociedade.
 Ter capacidade de processar informações que conduzam à oportunidades de
investimentos.
 Construir projetos que sejam capazes de atrair investidores.
 Ter acesso ao demais fatores de produção e capacidade para combiná-los.

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 Organizar empreendimentos com os fatores necessários e estabelecer parcerias


com gestores competentes.

O diversificado conjunto de unidades que integram o aparelho de produção


das economias mobiliza e combina os fatores de produção: terra, trabalho, capital,
tecnologia e ambiente sociocultural.

A proporção com que cada fator participa do processo produtivo varia de


setor para setor, conforme seja o ramo de atividade; direta ou indiretamente nenhuma
atividade produtiva pode prescindir de qualquer um dos fatores. A disponibilidade dos
fatores é condição básica para desencadear os fluxos de produção.

A intensidade do emprego dos fatores e os diferentes produtos resultantes


configuram a matriz de produção, determinando atividades dos três setores básicos:
primário, secundário e terciário.

O conjunto dos setores e subsetores compõe o aparelho de produção da


economia: produção, apropriação e acumulação, e está associado ao processo de
crescimento, representado pelo aumento quantitativo dos bens e serviços finais.

Quando o fluxo de produção de bens e serviços apresenta taxa de


crescimento superior ao crescimento do contingente demográfico ocorre um aumento no
padrão de bem-estar.

Por outro lado, o fluxo de produção destinado a acumulação, e não a


necessidade imediata de consumo, está, também associado ao processo de crescimento.
A acumulação é que torna possível expandir as potencialidades do aparelho
produtivo.

Esse processo sugere a necessidade de um padrão de equilíbrio entre


consumo presente e consumo futuro. Entre objetivos de curto prazo e de longo prazo.

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A eficiência distributiva, no processo de crescimento, gera níveis crescentes


de bem-estar e, por conseguinte, o desenvolvimento econômico, social e cultural.
A gestão do processo produtivo engloba quatro questões-chave da economia:
 eficiência produtiva;
 eficácia alocativa;
 justiça distributiva; e
 ordenamento institucional.

Essas questões devem estar fortemente inter-relacionadas; dificilmente um


modelo econômico manterá o progresso e o nível de bem-estar se desatender a uma das
questões-chave.

O sistema econômico é constituído basicamente por:


 um estoque de fatores de produção;
. reservas naturais,
. recursos humanos,
. capital,
. capacidade tecnológica, e
. capacidade empresarial.

 um quadro de agentes econômicos; e


. unidades familiares,
. empresas, e
. governo.
 um complexo de instituições.
. jurídicas,
. políticas, e
. institucionais.

A operacionalidade do sistema, os procedimentos de integração dos


elementos básicos e a função de cada um dos agentes econômicos permitem
compreender os movimentos, os fluxos e a dinâmica da organização econômica.

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A interligação das transações praticadas pelos agentes econômicos é feita


pela moeda, que permite a integração entre os fluxos reais e monetários.

Desta forma, a eficiência produtiva pressupõe o pleno emprego dos


recursos, enquanto a eficácia alocativa pressupõe uma atividade de produção que atenda
às exigências mínimas de bem-estar da sociedade. Estes objetivos se completam com a
equidade na repartição do produto social e com a correta prática do ordenamento
institucional.

A formação dos agregados econômicos representa o resultado da


mensuração da atividade econômica como um todo. A unidade de referência é a soma
de todas as transações realizadas por todos os agentes na totalidade dos mercados.

Os agregados econômicos são, em regra geral, mensurados considerando-se,


apenas, as transações finais.

Os fundamentos da metodologia de mensuração da atividade econômica


abrange:
 Desenvolvimentos conceituais, adotando-se o referencial da economia como um
todo.
 Diferenciação dos principais fluxos econômicos por meio de óticas: produto,
renda e despesa.
 Sistematização do modelo de contas nacionais.
 Construção e diferenciação dos principais agregados.
 Identificação do sistema desagregado por meio de matriz de insumo-produto.

A complexidade metodológica de mensuração dos agregados


econômicos para a construção de um modelo de contas nacionais, envolvendo a
multiplicidade de transações que compõem a atividade econômica, bem como assim a
diversidade dos agentes e os diferentes fluxos resultantes, é uma das razões dessa área
ter sido uma das últimas a se enquadrar no desenvolvimento sistematizado da economia.

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A introdução do governo como agente econômico implica em mudanças


nos fluxos de produção, apropriação, renda e d composição do dispêndio.

O governo interage na economia resultando impacto de várias ordens: uns


reprimem a capacidade produtiva, outros expandem a renda agregada, outros, ainda,
movimentam o processo de acumulação. A composição da receita e da despesa
governamental é o indicador para compreensão dos impactos nos fluxos econômicos
agregados.

Um dos impactos relevantes da introdução da atividade governamental na


economia refere-se ao valor adicionado, que passa a incorporar, nos custos dos fatores,
os fluxos oriundos dessa atividade, como tributos e subsídios. Desta forma, o produto
que era medido ao custo dos fatores de produção, passa a ser mensurado a preço de
mercado ou a valor do comprador.

Os sistemas econômicos que mantêm transações comerciais e financeira com


outras economias traduzem mais adequadamente a realidade dos modelos econômicos.
Independente de dimensões territoriais, da abundância dos recursos naturais, do estágio
de desenvolvimento e progresso, e do regime político-institucional, uma economia não
pode manter-se em estado de isolamento em relação ao exterior.

Os modelos econômicos inserem-se em variados graus no cenário econômico


internacional, conforme sejam suas necessidades e as oportunidades de negócios. Desta
forma procuram complementar o suprimento, o escoamento da produção e a absorção
de fatores produtivos. A abertura é observada na entrada de insumos, no processamento
e na saída de produtos.

As transações com o exterior são agrupadas em seis grandes categorias:


 Exportações de mercadorias e serviços.
 Importações de mercadorias e serviços.
 Resultado líquido pelo emprego de fatores de produção.
 Saldo das transações correntes.
 Movimento de capitais.
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 Capitais compensatórios.

Se por um lado é importante mensurar a atividade econômica agregada,


por outro é importante e fundamental, para análise de origem e destino de insumos, a
desagregação da atividade econômica, seja por setor, seja por região.

A hipótese de desagregação dos fluxos econômicos, permite:


 Avaliar a estrutura das transações intermediárias.
 Avaliar a procura de bens e serviços finais.
 Observar valores agregados por ramo de atividade.
 Interpretar composição de fluxos por regiões.
 Avaliar as categorias dos bens.
 Combinar diferentes formas de apresentação.

Cada um dos critérios de agregação e de desagregação de grandes fluxos


atendem a diferentes e específicas finalidades de síntese e de análise do processo
econômico.

O sistema financeiro é composto por um quadro de agentes econômicos


que atua em um setor que apresenta um conjunto de características diferenciado dos
demais setores produtivos.

O setor de intermediação financeira é constituído por quatro segmentos,


definidos pelos tipos de operações e pelos fins que se destinam. Assim os quatro
segmentos do setor financeiro correspondem a quatro mercados:
 Mercado monetário.
 Mercado de crédito.
 Mercado de capitais.
 Mercado cambial.

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A estrutura do sistema financeiro mantém estreita relação com o estágio


de desenvolvimento da economia. Os canais de transferência de fundos, de unidades
superavitárias para unidades deficitárias, definem os diferentes graus de eficiência com
que a economia maximiza o bem-estar e viabiliza o crescimento futuro.

Em geral, e considerando a maturidade da economia como um todo, o


setor financeiro dos países difere quanto a pelo menos cinco aspectos:
 Formas de intervenção nas regras de intermediação.
 Diversidade de intermediação e operação.
 Instrumentos de captação e operações ativas.
 Taxa de participação dos ativos no estoque do sistema.
 Inserção no sistema financeiro internacional.

O nível de equilíbrio econômico diz respeito ao desempenho de alguns


indicadores, como:
 Crescimento do PIB.
 Índices de preços.
 Utilização de capacidade instalada.
 Nível de emprego.
 Saldo do balanço comercial.
 Movimento internacional de capitais.

O modelo econômico é estruturado para ajustar a economia sempre em nível


de equilíbrio e atender a alguns objetivos básicos, tais como:

 Produto agregado.
. capacidade plena da economia, e
. elevadas taxas de crescimento.
 Emprego.
. expansão compatível com o crescimento vegetativo, e
. reduzido desemprego.

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 Preços.
. estabilidade, e
. níveis relativos equilibrados.

 Transações externas.
. taxa de câmbio estável, e
. equilíbrio na conta corrente.

Os objetivos, considerados como fins pela estrutura do modelo econômico,


são direcionados por intermédio de políticas econômicas consideradas meios:
 Política fiscal.
 Política monetária.
 Política cambial.
 Política de rendas.

O equilíbrio econômico resulta, na verdade, da interação da oferta agregada e da


demanda agregada. Geralmente o nível de equilíbrio está fora do pleno emprego;
aproxima-se ou afasta-se da posição de pleno emprego conforme a atuação das variáveis
meios de política econômica na organização da oferta e procura agregadas.

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