Você está na página 1de 25

ESCOLHA INTERTEMPORAL

SÍLVIA MIRANDA- PPG-EA


LES5701 – MICROECONOMIA II
Setembro/2023
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• SILBERBERG E SUEN (2001), Intertemporal Choice. Cap. 12


• Varian, H. Capítulo 10, Intertemporal Choice. Varian. Slides
• Varian, H. Time. Cap. 19
• Capítulo 1 – Muñoz-Garcia, Felix. Advanced Microeconomics
Theory. 2017, MIT Press.
O problema

• A renda varia muito ao longo do tempo de vida.

• Portanto, um problema importante é reduzir a variabilidade do


consumo ao longo do tempo;

• Pergunta relevante: Como transferir o consumo entre períodos, do


início da vida para outros à frente?
Escolha intertemporal – Introdução

• A renda, geralmente, é recebida em parcelas. Ex: salário mensal

• Como uma parcela da renda se distribui ao longo dos períodos


seguintes economiza-se no presente para consumir mais tarde?

• Ou como se financia o consumo, emprestando no presente para


receber renda no fim do mês?
Valores presentes e valores futuros

• Considerando dois períodos: 1 e 2 e que r é a taxa de juros por período

• Valor Futuro

• Se r= 0,1  $100 poupados no início do período 1 se transformam em $110 no início do


período 2.
• O valor no período seguinte de $1 poupado no período atual é o valor futuro daquele
$1
• Dada uma taxa de juros r, o valor futuro de $M no período seguinte será:
VF = M(1+r)
VALOR PRESENTE

• Supondo que vocêpossapagarumadeterminadaquantia agora para obter


$1 no início do próximoperíodo.
• Qual o valor máximo que vocêdeveriaeconomizarhoje? Seria $1?

• Não se vocêeconomizar$1 agora no início do períodoteria ($1+ r$) > $1


• Portanto, pagar $1 agora para ter $1 no períodoseguinte é um maunegócio.
• Logo: o valor presente de $ M no períodoseguinteserá: VP é o valor máximo
que deve ser poupado
para que se tenha M
no início do período
VP seguinte, dada uma
taxa de juros r
O problema da escolha intertemporal

• Sendo m1 e m2 rendas recebidas nos períodos 1 (presente) e 2 (futuro);


• Sendo c1 e c2 as quantidades consumidas em 1 e 2; e
• Sendo p1 e p2 os preços das quantidades consumidas nos períodos 1 e 2

• O problema da escolha intertemporal é: dados m1, m2, p1 e p2, qual é


a cesta de consumo intertemporal mais preferível (c1, c2)?

• É necessário conhecer:
• a restrição orçamentária intertemporal e
• as preferências de consumo intertemporais
A restrição orçamentária intertemporal

• Primeiro, ignorando os efeitos dos preços, e supondo: p 1 = p2 = $1

SITUAÇÃO 1:

• Se o consumidor decidir não economizar e nem emprestar. Quanto será consumido no


período 1?

• c1 = m1

• Quanto será consumido no período 2?


• c2 = m2
A restrição orçamentária intertemporal
C2 (quantidade consumida no futuro)

Logo: (c1, c2) = (m1, m2) será a


cesta de consumo se o
consumidor
decidir não poupar e não
m2 tomar emprestado

0
0 m1 c1 (quantidade consumida no presente)
A restrição orçamentária intertemporal – SITUAÇÃO 2

• Se o consumidor não gasta sua renda em consumo no período 1 (c1 = 0) e


poupa toda sua renda:
s1 = m1
• Sendo a taxa de juros r, como será o nível de consumo do período 2, então?
• Sendo m2 a renda do período 2  a renda economizada + juro do período 1 totalizam = (1 + r )m1
• Desta forma, a renda total disponível no período 2 se torna:

m2 + (1 + r )m1
• De modo que, no período 2, o gasto com consumo e a renda disponível serão:
c 2  m2  ( 1  r )m1
e m2 + (1 + r )m1
A restrição orçamentária intertemporal – Situação 2

Valor futuro da dotação


de renda c2

( c1 , c 2 )  0, m2  ( 1  r )m1 
m2+(1+r)m1

Cesta de consumo quando toda a renda


do período 1 é poupada
m2

0 m1
c1
A restrição orçamentária intertemporal – Situação 3

• Supondo que o consumidor gaste tudo em consumo no período 1  c2 = 0

• Qual é o máximo que o consumidor pode tomar emprestado no período 1


comprometendo a renda do período 2 ($ m2)?

• Supondo que b1 seja a quantia tomada emprestada em t =1. Somente $m2 estará
disponível em t=2, para pagar a quantia tomada como empréstimo em t= 1 ( $ b1 )

• Portanto: b1(1 + r ) = m2  b1 = m2 / (1 + r ) m2
c1  m1 
1r
A restrição orçamentária intertemporal –Situação 3

( c1 , c 2 )  0, m2  ( 1  r )m1 
c2 esta é a cesta de consumo quando toda a renda do
m2 + (1+r)m1 período 1 é poupada, ou seja, quando a poupança
no período 1 é máxima

 m2 
( c1 , c 2 )   m1  ,0
 1r 
m2 Esta é a cesta de
Valor presente da
dotação de renda consumo quando o
empréstimo do
m2 período 1 é o máximo
m1 
0 1r possível
0 m1 c1
A restrição orçamentária intertemporal

• Supondo que c1 unidades são consumidas no período 1 e que isto


custa $ c1 , e, portanto, tendo economizados m1- c1
• O consumo do período 2 será, então:
c 2  m2  ( 1  r )(m1  c1 )

c 2   ( 1  r ) c1  m2  ( 1  r )m1 .

inclinação intercepto
A restrição orçamentária intertemporal
c2 (FUTURO)
( c1 , c 2 )  0, m2  ( 1  r )m1 
m2 + (1+r)m1 cesta de consumo quando a economia do
período 1 é a máxima possível

Cesta quando se empresta o máximo


m2 possível no período 1
m2
( c1 , c 2 )  
 m1  ,0

 1r 
0
m1 c1 (PRESENTE)
0 m2
m1 
1r
A restrição orçamentária intertemporal
c2
m2 + (1+r)m1

c 2   ( 1  r ) c1  m2  ( 1  r )m1 .

m2
Inclinação = -(1+r)

0 M = p1.c1 + p2.c2
m1 c1
0 m2
m1 
1r
A Restrição Orçamentária intertemporal
c2
m2 + (1+r)m1 Po
up
a nd
o c 2   ( 1  r ) c1  m2  ( 1  r )m1 .

m2
To
m
an
Inclinação = -(1+r)
do
em
pr
és
tim
0 o
m1 c1
0 m2
m1 
1r
A Restrição Orçamentária intertemporal

( 1  r ) c1  c 2  ( 1  r )m1  m2
É a forma da restrição orçamentária a valores futuros  todos os termos
estão a valores do período 2.
Isto é equivalente a:
c2 m2
c1   m1 
1r 1r
Esta é a forma do valor presente da restrição, já que todos os termos
estão a valores do período 1
Estática comparativa: consumidor poupador em 1

c2
O consumidor poupa Inclinação:
1r
 (1   )  
1 
m2/p2

0
0 m1/p1 c1
Estática comparativa: consumidor poupador em 1 –
Qual efeito da inflação?
c2 O consumidor poupa. Um
aumento na
Taxa de inflação ou
decréscimo na
Taxa de juros torna a R.O.
m2/p2
menos
Inclinada

Inclinação: 0
m1/p1 c1
1r 0
 (1   )  
1 
Estática comparativa: consumidor poupador em 1

c2 Se o consumidor poupa, então a


a poupança e o bem estar são
reduzidos por uma menor
taxa de juros ou inflação mais alta
m2/p2

0
0 m1/p1 c1
Estática comparativa: consumidor tomador de empréstimos
em 1
c2

m2/p2

0
0 m1/p1 c1
Estática comparativa: tomador de
empréstimos em 1
c2

O consumidor toma
m2/p2 empréstimo

0
0 m1/p1
Inclinação:
c1
1r
 (1   )  
1 
Estática comparativa: tomador de
empréstimos em 1
c2
O consumidor toma emprestado:
Um aumento na inflação ou
queda na taxa de juros torna
sua R.O. menos inclinada
m2/p2

0
0 m1/p1 c1
Estática comparativa: tomador de
empréstimos em 1
c2 Se o consumidor toma
emprestado,
então o empréstimo e o bem
estar aumentam por uma
redução na taxa de juros ou
m2/p2 um aumento na taxa de
inflação

0
0 m1/p1
c1

Você também pode gostar