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Economia Monetária e Financeira

Licenciatura em Economia 2023-2024

Economia Monetária e Financeira

Msc. Josimar Cafina Manuel


josimarcaf12@gmail.com

Ano lectivo: 2023-2024

Josimar Cafina Manuel


Economia Monetária e Financeira
Licenciatura em Economia 2023-2024

CAPITULO II – OFERTA DE MOEDA


2.1. Banco central e criação de moeda
## Funções do Banco Central

Emissão de moeda: circulação monetária - notas e moedas em circulação, as quais têm curso legal, e reservas de caixa dos bancos de 2ª
ordem, que consistem, em grande medida, em depósitos no banco central, embora compreendam também as notas em cofre (nos
bancos de 2ª ordem);
Gestão das reservas cambiais do país (estabilidade do valor externo da moeda e representação junto das instituições monetárias e
financeiras internacionais);
Refinanciamento das outras instituições monetárias;
Supervisão do sistema monetário;
Consultor externo do governo e colaborar na execução da política monetária, financeira e cambial.

Josimar Cafina Manuel


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CAPITULO II – OFERTA DE MOEDA


2.2. Multiplicadores monetários
## As reservas
Reservas totais (RT) = Reservas legais (RL) + Reservas excedentárias (RE)
❑ Reservas mínimas obrigatórias: O banco central obriga os bancos de 2ª ordem a deterem reservas de caixa (Depósitos junto do BC +
numerário) numa determinada percentagem dos seus depósitos e outros passivos de exigibilidade elevada;
Finalidades das reservas mínimas
a) Montante mínimo de liquidez para fazer face a levantamentos de depósitos e às transferências para outros bancos;
b) Condicionar a capacidade de concessão de crédito Actualmente o BNA impõe: Taxa de reservas obrigatórias de 17%
(https://www.bna.ao)

❑ Reservas excedentárias: A gestão de liquidez por parte dos bancos => Detenção de reservas de caixa para além do mínimo exigido
pelo BCE/BNA.

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CAPITULO II – OFERTA DE MOEDA


2.2. Multiplicadores monetários
## O mercado monetário interbancário

❑ Para além das operações de mercado aberto e das facilidades permanentes de cedência de liquidez e de depósito, as OIM podem
intervir no Mercado Monetário Interbancário (MMI) para gerir a sua liquidez (reservas de caixa).

❑ Maior eficiência na gestão global das reservas de caixa: Os bancos com deficiências de liquidez têm no MMI uma alternativa ao
refinanciamento junto do BC. Os bancos com excesso de liquidez podem realizar aplicações rentáveis.

❑ Enquanto nas operações de mercado aberto existe a criação (cedência) ou destruição (absorção) de liquidez. As operações no MMI
não alteram o montante de liquidez do conjunto das OIM.

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CAPITULO II – OFERTA DE MOEDA


2.2. Multiplicadores monetários
## Os agregados monetários
A massa monetária corresponde a passivos, com elevada liquidez, das instituições que formam o sector monetário duma economia e são
activo dos restantes sectores da economia.
Os meios de pagamento (massa monetária em sentido estrito) existentes nas economias actuais são:
M1 = C + DO
➢ Moedas metálicas e notas de banco emitidas pelo banco central, inconvertíveis e de curso legal (circulação monetária = C);
➢ Depósitos à ordem nos bancos (moeda escritural), mobilizáveis por cheques, ordens de transferência, cartões de débito, cartões de
crédito e levantamentos (DO).

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CAPITULO II – OFERTA DE MOEDA


2.2. Multiplicadores monetários
## Os agregados monetários
Embora os meios de pagamento sejam retratados por M1 , são definidos outros agregados que englobam outros activos (designados de
quase-moeda) que, não sendo meios de pagamento:
▪ Têm um elevado grau de substituição com a moeda, isto é, apresentam um grau de liquidez elevado.
▪ Afectam conjuntamente as variáveis do sector real da economia.
M2 = M1 + DP*
➢ DP* = Depósitos com prazo < 2 anos + depósitos com pré-aviso < 3 meses

M3 = M2 + [acordos de recompra + unidades de participação de fundos do mercado monetário e títulos do mercado monetário + outros
títulos financeiros emitidos pelos bancos (exceto de capital) até 2 anos]

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## A base monetária
Os activos líquidos emitidos pelo Banco Central (BC) são universalmente aceites por todos os agentes do sector não monetário como
meio de pagamento, sendo também utilizados pelos bancos de 2ª ordem, tanto para pagamentos entre si, como para fazer face aos
levantamentos de depósitos pelos agentes do sector não monetário.
Os activos líquidos emitidos pelo BC são:
➢ As notas e moedas em circulação (C); e
➢ Os depósitos dos bancos de 2ª ordem junto do BC, mais as notas que detêm em cofre (reservas primárias = RT).
A moeda do BC, ao servir de suporte à criação de moeda por parte dos outros bancos constitui o que se designa por base monetária
(BM).
BM = C + RT
As reservas primárias dos bancos de 2ª ordem são constituídas:
➢ Pelas reservas legais (RL), cujo valor é determinado pela taxa de reservas obrigatórias que corresponde à percentagem de depósitos
que os bancos são obrigados a deter sob a forma de moeda do BC;
➢ Pelas reservas excedentárias (RE) que os bancos de 2ª ordem desejam deter.
RT = RL + RE

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## O multiplicador monetário
O multiplicador da base monetária é a rácio entre a massa monetária e a base monetária: m = M/BM, e é um indicador da capacidade de
expansão da massa monetária no sistema bancário.
Este multiplicador é função de parâmetros dependentes do comportamento do sector não monetário e dos bancos

A preferência do público (sector não bancário) pela moeda central (notas e moedas)
(ver aula dada)

A preferência do público por depósitos a prazo é definido por:


(ver aula dada)

A preferência do sector bancário pela moeda primária


(ver aula dada)

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## O multiplicador do crédito
O multiplicador de crédito é o indicador da capacidade máxima de expansão do crédito e da moeda pelo sistema
bancário, sendo dada a taxa de reservas legais e a preferência dos agentes económicos pela moeda do banco central.
Por simplificação vamos assumir o multiplicador com um dado:

O multiplicador do crédito varia negativamente com a taxa de reservas obrigatórias e com a preferência dos agentes
económicos por moeda primária. Quanto mais elevada for a taxa de reservas obrigatórias, tanto menor é o montante de
reservas excedentárias que fica disponível para financiar o novo crédito às empresas e particulares. Daí resulta que,
quanto mais elevada for a taxa das reservas obrigatórias, mais reduzida é a expansão da massa monetária para um dado
valor inicial das reservas excedentárias.

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## O multiplicador monetário
O nível de reservas obrigatórias é definido em função dos depósitos. Admitindo que existem depósitos à ordem e depósitos a prazo,
sobre os quais recaem diferentes taxas de reservas obrigatórias, ro e rp tais que: (ver aula dada)

O parâmetro re define o nível de reservas excedentárias pretendidas pelas OIM como função dos depósitos à ordem: (ver aula dada)

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## O Multiplicador Da Base Monetária


O multiplicador em referência a M1 , numa economia sem DP, e assumindo que as OIM não desejam deter RE. A base monetária é
definida por:
Por sua vez, a massa monetária é dada por: (ver aula dada)

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## O Multiplicador Da Base Monetária


O multiplicador em referência a M1 , numa economia com DP, e assumindo que as OIM não desejam deter RE A base monetária é
definida por:
Considerando os parâmetros anteriores:
Por sua vez, a massa monetária é dada por: (ver aula dada)

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## O Multiplicador Da Base Monetária


O multiplicador em referência a M1, numa economia sem DP, e assumindo que as OIM desejam deter RE. A base monetária é definida
por:
Por sua vez, a massa monetária é dada por: (ver aula dada)

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## O Multiplicador Da Base Monetária


O multiplicador em referência a M1 , numa economia com DP, e assumindo que as OIM desejam deter RE A base monetária é definida
por:
Por sua vez, a massa monetária é dada por: (ver aula dada)

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## Os fatores que afectam a dimensão e a composição da massa monetária


➢ A taxa ro é fixada pelo banco central com um duplo objetivo:
a) Assegurar que cada banco mantém um nível mínimo de reservas suficiente para fazer face aos levantamentos de notas e às
transferências para outros bancos;
b) Condicionar a capacidade de expansão do crédito bancário e da massa monetária.
➢ A preferência do público pela moeda do banco central, c, é determinada por:
a) Hábitos de pagamento, caracterizada pelo crescimento significativo da utilização dos depósitos à ordem nos pagamentos,
através dos cheques e cartões de débito;
b) Nível do rendimento e da riqueza (aumento da despesa e do valor médio das transações);
c) Comportamento dos bancos no que diz respeito à captação de depósitos (mudanças de tecnologia na prestação de serviços
bancários).

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## Os fatores que afectam a dimensão e a composição da massa monetária


➢ A taxa de reservas excedentárias, re , pretendidas pelos bancos é função:
a) Da maior ou menor preocupação de cada banco em deter liquidez que lhe permita fazer face às transferências de reservas para
outros bancos e aos levantamentos de notas;
b) Do nível das taxas de juro na economia: - Se os bancos considerarem que o nível das taxas de juro das suas operações activas é
baixo, o custo de oportunidade de detenção de reservas primárias diminui, incentivando os bancos a aumentar o respetivo montante.
c) Da procura de crédito pelo sector não bancário: - Se, num dado momento, a procura de crédito diminuir, haverá tendência para
que as reservas excedentárias aumentem.
➢ As diferentes componentes da base monetária e da massa monetária são sensíveis às variações das taxas de juro, nomeadamente no
que respeita ao parâmetro p:
a) O diferencial entre a taxa de juro dos depósitos a prazo e a dos depósitos à ordem, aumenta a preferência pelos primeiros;
b) No entanto, também as taxas de juro de outros ativos (ex. obrigações) afectam a procura de depósitos a prazo enquanto produtos
sucedâneos.

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CAPITULO II – OFERTA DE MOEDA


2.3. Uniões Monetárias
❖ Uma união monetária decorre de dois ou mais países partilharem a “mesma” moeda.
❖ Uma união económica e monetária requer a presença de um mercado e de uma moeda comum a dois ou mais países.
❖ A presença de um mercado comum requer a coordenação das políticas económicas dos países membros e a criação de um banco
central responsável pela emissão de moeda e de um modo mais geral pela política monetária.
❖ Uma união monetária corresponde a um acordo entre dois ou mais países é que é criada uma área monetária única.
❖ Uma união monetária envolve a fixação irrevogável das taxas de câmbio das moedas nacionais existentes antes da formação de uma
união monetária.
❖ Historicamente, as uniões monetárias foram formadas com base em considerações económicas e políticas.

Josimar Cafina Manuel


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Que deus nos abençoe!

Josimar Cafina Manuel

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