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AGOSTO DE 2014 – Nº05

Re nd i m en to,
e n f r e nt am e nt o à p ob r e z a e
d es e nvo l v i m en to h um an o
d a p op u l a ç ão d e S ã o L u ís.
O rg a n iz a d o re s : L AU R A R E G I N A C AR N E I RO
EDUARDO CELESTINO CORDEIRO

SEPLAN
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO LUÍS
EDIVALDO HOLANDA BRAGA JÚNIOR - PREFEITO

SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO (SEPLAN)


JOSÉ CURSINO RAPOSO MOREIRA - SECRETÁRIO

DEPARTAMENTO DA INFORMAÇÃO E INTELIGÊNCIA ECONÔMICA (DIIE)


LAURA REGINA CARNEIRO – COORDENADORA-GERAL
EDUARDO CELESTINO CORDEIRO – COORDENADOR DA ÁREA DE ESTUDOS
ECONÔMICOS E SOCIAIS
ALINE SEREJO ROCHA - COLETORA

DEPARTAMENTO DA INFORMAÇÃO E INTELIGÊNCIA ECONÔMICA (DIIE)


END.: SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO –
SEPLAN
RUA DO SOL, Nº 188 – CENTRO - SÃO LUÍS/MA - CEP.: 65.020-590
FONE: (98) 3212-3670 /3671/3674/3675 FAX: (98) 3212-3660
www.diie.com.br
diie@diie.com.br
Esta publicação tem por objetivo a divulgação de estudos
desenvolvidos por pesquisadores do Departamento da
Informação e Inteligência Econômica (DIIE), da Secretaria
Municipal de Planejamento e Desenvolvimento
(SEPLAN). Seu conteúdo é de inteira responsabilidade
do(s) autor(es), não expressando, necessariamente, o
posicionamento da Prefeitura Municipal de São Luís
(PMSL).

TEXTOPARADISCUSSÃO Nº 05/Agosto2014– Rendimento, enfrentamento à pobreza e desenvolvimento


humano da população de São Luís.
APRESENTAÇÃO

Em 2013, a Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade


Federal do Maranhão – FSADU foi contratada para implantar o Departamento da
Informação e Inteligência Econômica (DIIE), uma iniciativa do Programa de
Recuperação Ambiental e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga, fruto do
acordo de empréstimo entre a Prefeitura Municipal de São Luís (PMSL) e o Banco
Mundial (BIRD).
Coordenado pelo Prof. Me.Marcelo Virgínio de Melo, o projeto contou com a participação
do Prof. Pós-Dr. Paulo Aguiar do Monte, Prof. Dr. Anselmo Cardoso de Paiva, Prof. Me.
Felipe de Holanda , Prof. Me. Geraldo Braz Júnior, Profa. Me. Simara Vieira da Rocha,
além de estudantes e estagiários dos cursos de Ciências Econômicas e da Computação,
da Universidade Federal do Maranhão - UFMA.
Essa equipe-chave selecionada pela FSADU ficou responsável pela criação de
mecanismos e instrumentos para o aperfeiçoamento e ampliação do “Mapa
Socioeconômico de São Luís”, bem como o desenvolvimento de equipe da
municipalidade na área de Análise de Dados Socioeconômicos e a elaboração do
“Relatório com dados socioeconômicos de São Luís – MA”.
A fim de dar publicidade às importantes informações, dados e conclusões obtidas nesse
estudo, o DIIE irá reproduzir o relatório, de forma fracionada, através da série “Textos
para Discussão”.
Nesse quinto número, o tema aborda questões relacionadas rendimento, enfrentamento
à pobreza e desenvolvimento humano da população de São Luís.

1. RENDIMENTO
O rendimento mensal domiciliar per capita mede os rendimentos mensais dos
moradores do domicílio dividido pelo número de seus moradores. Inicialmente, é
importante destacar que o rendimento médio nominal per capita dos domicílios
particulares permanentes de São Luís, em 2010, foi de R$ 917,9 por mês. Considerando
o salário mínimo (SM) vigente à época de R$ 510,00, o rendimento médio nominal foi de
1,8 SM.
A Tabela 1, abaixo, mostra a distribuição da população, segundo classes de rendimento
per capita domiciliar. Nota-se que a maior parte dos domicílios de São Luís auferiam
rendimento mensal per capita de até 2 salários mínimos (SM), tanto no ano de 2000
(73,0%) como no ano de 2010 (74,0%). Destaca-se a faixa de ½ a 1 SM (24,9%, em 2000,
e 27,3%, em 2010), que ganhou participação em detrimento da redução da participação

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das classes com até ½ SM, embora o percentual dos domicílios sem rendimento também
tenha registrado crescimento no período.
Outro ponto a se destacar no município de São Luís é a elevação do percentual de
domicílios na faixa de 2 a 3 SM, com concomitante redução das faixas de rendimentos
superiores, apontando para uma pequena melhora na distribuição de renda no
município.
Tabela 1. Classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita. São Luís –
MA, 2000 e 2010.

Fonte: IBGE. Censos Demográficos.

2. INSTRUMEN TO E PROGRA MAS D E EN FRENTAMENTO À POBREZA

O tema Assistência Social tem por objetivo analisar os principais instrumentos e


programas de combate à pobreza. O Cadastro Único (CadÚnico) é o principal
instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda. Possuem o perfil
CadÚnico as famílias com renda mensal de até meio salário mínimo per capita ou renda
mensal de até três salários mínimos. Através do CadÚnico, o Governo pode conhecer o
perfil socioeconômico dessas famílias, com informações de todo o núcleo familiar, das
características do domicílio, das formas de acesso a serviços públicos essenciais e,
também, dados de cada um dos componentes da família. A partir dessas informações, o
Poder Público pode formular e implementar políticas específicas que contribuem para a
redução das vulnerabilidades sociais a que essas famílias estão expostas. (MDS, 2013)
Os principais programas federais de enfrentamento à pobreza são o Programa Bolsa
Família (PBF) e o Benefício de Prestação continuada (BPC). O Programa Bolsa Família
integra o Plano Brasil Sem Miséria, que tem como foco de atuação os 16 milhões de
brasileiros com renda familiar per capita inferior a R$ 70 mensais, o qual está baseado
na garantia de renda, inclusão produtiva e no acesso aos serviços públicos. O BPC é um
benefício da Política de Assistência Social que assegura a transferência mensal de 1
salário mínimo ao idoso, com 65 anos ou mais, e a pessoa com deficiência, de qualquer

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idade, inserido em famílias com renda mensal familiar per capita inferior a ¼ do salário
mínimo vigente.
A Tabela 2, a seguir, exibe as famílias e as pessoas cadastradas no CadÚnico, os
beneficiários do Bolsa Família e do BPC. Percebe-se que, no município de São Luís, a
quantidade famílias cadastradas no CadÚnico apresentou um significativo crescimento
no período 2008-2012, passando de 103.108 para 135.137, respectivamente. Em 2012,
das 135.137 famílias cadastradas em São Luís, cerca de 130.162 tinham renda per capita
de até ½ SM. Todavia, cerca de 7,0% desses cadastros não eram válidos e apenas 67,0%
(87.206) estavam atualizados.
Tabela 2. Cadastro Único (famílias e pessoas cadastradas), Programa Bolsa
Família (famílias e repasse monetário), BPC (pessoas e repasse monetário), CRAS,
e CREAS. São Luís – MA, 2004, 2008 e 2012.

Fonte: IBGE. Censos Demográficos.


Em 2012, haviam 421.091 pessoas cadastradas no CadÚnico, das quais 98,5% possuíam
renda mensal de até ½ SM e cerca de 75,4% renda de até R$ 70,00 mensais.
Tanto a quantidade de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família quanto a de
pessoas beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada registraram um significativo
crescimento entre 2004 e 2012 (116,7% e 165,6%, respectivamente). Em 2012, cerca de
81,8 mil famílias eram beneficias pelo PBF enquanto 42,9 mil pessoas eram cadastradas
no BPC, o que representou um repasse da ordem de 122,5 milhões e 313,8 milhões,
respectivamente. No total, com estes valores somados, o montante despendido pelo
Governo Federal corresponde a 4,0% do PIB do município de São Luís - MA. Portanto,
observa-se que o Bolsa Família e o BPC tem um grande impacto na economia
ludovicense.

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A Tabela 2 também mostra a quantidade de Centros de Referencias de Assistência
Social (CRAS) e de Centros de Referencias Especializado de Assistência Social (CREAS).
O CRAS constitui um espaço de concretização dos direitos socioassistenciais nos
territórios, materializando a política de assistência social básica.O Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (CREAS) configura-se como uma unidade pública e
estatal, que oferta serviços especializados e continuados a famílias e indivíduos em
situação de ameaça ou violação de direitos (violência física, psicológica, sexual, tráfico
de pessoas, cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, etc.).
Em São Luís, tanto a quantidade de CRAS como de CREAS apresentou elevação no
período 2008-2012 (de 11 para 20 e de 4 para 10, respectivamente).

3. DESENVOLVIMENTO MUNI CIPAL

No final do mês de julho de 2013, o Programa das Nações Unidas para o


Desenvolvimento (PNUD), em parceria com Instituto de Pesquisa Econômica Aplica
(IPEA) e a Fundação João Pinheiro (FJP) lançaram o Atlas do Desenvolvimento Humano
2013, cujo principal produto é o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).
O IDHM é, assim como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), um índice que mede
o desenvolvimento humano de uma unidade geográfica. Como o IDH foi concebido para
ser aplicado no nível de países e grandes regiões, sua aplicação no nível municipal
tornou necessárias algumas adaptações metodológicas e conceituais.
O IDHM é formado por três dimensões: Renda, Longevidade e Educação. O IDH Renda e
o IDH Longevidade possuem um indicador cada (renda per capita e esperança de vida ao
nascer, respectivamente). O IDH Educação possui dois subíndices: escolaridade, que
mede o percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade com ensino fundamental
completo, e frequência escolar, que mede o percentual de crianças de 5 a 6 anos de idade
na escola, o percentual de adolescentes de 11 a 13 anos nos anos finais do ensino
fundamental ou com fundamental completo, e o percentual de adolescentes de 15 a 17
anos com fundamental completo.
A Tabela 3 mostra o IDHM e suas dimensões, nos os anos de 1991, 2000 e 2010, para
São Luís - MA e para a média das capitais do Nordeste. Percebe-se houve uma melhora
tanto no índice como em todas as dimensões. Percebe-se que, em todos os anos, o IDHM
de São Luís mostrou-se mais elevados que as médias das capitais. Nas dimensões,
apenas a Renda manteve-se inferior à média das capitais, já a Longevidade de São Luís
foi superior à da média das capitais nos anos de 1991 e 2000, e a educação mostrou
melhores resultados nos três anos analisados, sendo a principal responsável pelo bom
desempenho do IDHM de São Luís.

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Tabela 3. IDHM e suas dimensões. São Luís – MA e Nordeste, 1991, 2000 e 2010.

Fonte: PNUD; IPEA; FJP.


*Média das capitais dos estados da Região Nordeste.

O Gráfico 1, abaixo, mostra os indicadores dos dois subíndices da dimensão educação. É


evidente como todos apresentam significativos progressos, principalmente na última
década. No subíndice escolaridade, que mede o percentual de pessoas de 18 anos ou
mais de idade com ensino fundamental completo, a capital São Luís vem se destacando
pela sua boa colação no ranking nacional (em 2010 ele estava em 6º lugar no ranking
das capitais do Brasil e em 1º lugar nas capitais do Nordeste).
Gráfico 1. Indicadores do IDHM Educação. São Luís – MA, 1991, 2000 e 2010.

Fonte: PNUD; IPEA; FJP.


Nos demais indicadores, São Luís também se encontra em uma boa posição: no
indicador que mede o percentual de crianças de 5 e 6 anos na escola, está em 4º lugar no
ranking das capitais do Brasil; no que mede o percentual de adolescentes de 11 a 13
anos no anos finais fundamental ou com fundamental completo, está em 3º lugar; no
indicador percentual de adolescentes de 15 a 17 anos com fundamental completo e no
indicador jovens de 18 a 20 anos com médio completo, está em 7º lugar.

4. ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO MU NICIPAL (ID M)

O Índice de Desenvolvimento Municipal do Maranhão (IDM) é um produto do Instituto


Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (IMESC), que tem como

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principal objetivo servir de suporte para o diagnóstico das realidades locais, ao fornecer
indicadores socioeconômicos para os 217 municípios maranhenses.
O IDM é composto por 50 indicadores, distribuídos sete componentes que, por sua vez,
formam dois grandes Grupos (IDE e IDS). O Índice de Desenvolvimento Econômico (IDE)
possui três componentes: Índice de Nível de Infraestrutura (INF), com os componentes
de infraestrutura; Índice de Qualificação Produtividade da Mão de obra INQPM) e Índice
de Produção Municipal (IPM). O Índice de Desenvolvimento Social (IDS) possui quatro
componentes: Índice de Nível de Saúde (INS), Índice de Nível de Educação (INE), Índice
de Serviços Básicos (INSB) e Índice de Meio Ambiente (IMA).
O Gráfico 2, abaixo, mostra a série do IDM, do IDE e do IDS de 2008 a 2010 para o
município de São Luís - MA. Em todos esses anos, São Luís apresentou índices mais altos
quanto comparados aos demais municípios do estado. Em 2009, o IDM de São Luís
registrou uma sensível elevação em relação a 2008, devido ao bom desempenho do IDS,
que compensou a redução no IDE. O IDM de 2010 foi menor que os anteriores, todavia,
não se pode comparar esse ano com os demais dado que foram acrescidos, nesse ano,
dois indicadores de segurança (Número de homicídios para cada 100.000 habitantes e
Número de ocorrências policiais registradas para cada 10.000 habitantes), mudando
portanto a metodologia para cálculo do índice.
Gráfico 2. IDM, IDS e IDE. São Luís – MA, 2008, 2009 e 2010.

Fonte: IMESC.
O Gráfico 3, abaixo, mostra os componentes do IDM, para os anos 2008, 2009 e 2010. O
gráfico abaixo é do tipo radar, através dele pode-se ter uma visão de todos os
componentes, em cada ano. No nosso caso, quanto maior a área formada pelo gráfico,
maiores os valores das dimensões e, consequentemente, melhores são os resultados.
Percebe-se que o Índice de Nível de Infraestrutura (INF) foi principal responsável pela
redução o IDM em 2010, pois nesse componente foram computados os indicadores de

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segurança, que pressionaram o Índice para baixo, embora o IQPM (Índice de
Qualificação Produtividade da Mão de obra) e o INS (Índice de Nível de Segurança)
também tenham contribuído para essa redução. Os componentes com melhor resultado
em 2012, foram o IPM (Índice de Produção da Mão de obra), o INE (Índice de Nível de
Educação), o ISB (Índice de Serviços Básicos) e o IMA (Índice de Meio Ambiente)
Gráfico 3. IDM, IDS e IDE. São Luís – MA, 2008, 2009 e 2010.

Fonte: IMESC.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da UFMA (FSADU). Relatório


com dados socioeconômicos de São Luís – MA. Produto 1 do Acordo de Empréstimo
nº 7578 – BR: “Implementação do Departamento da Informação e Inteligência
Econômica com o desenho e instalação de portal socioeconômico, mediante a criação de
mecanismos e instrumentos capazes de atualização, aperfeiçoamento e ampliação do
‘Mapa socioeconômico de São Luís’”. São Luís: FSADU, 2013. 114 p.

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