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Metodologia de
Assistência Técnica
e Gerencial
30 horas
Informações e Contato
SBN – Quadra 1, Bloco FEdifício Palácio da Agricultura – 1º e 2º andar
Site: www.faculdadecna.com.br/ead/
Diretor Geral
Daniel Klüppel Carrara
Metodologia de
Assistência Técnica
e Gerencial
Sumário
Ponto de Partida!............................................................................................ 5
Introdução do módulo ........................................................................................................ 9
Tema 1 | Histórico da assistência técnica no Brasil........................................................... 11
Topico 1 | Contextualização da realidade rural brasileira...........................................13
Topico 2 | Origem e evolução da assistência técnica.................................................21
Topico 3 | A importância da assistência técnica........................................................27
Topico 4 | Métodos de disseminação de assistência técnica......................................30
Topico 5 | Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural........................39
Encerramento do tema.................................................................................. 44
Tema 2 | A Assistência Técnica e Gerencial....................................................................... 46
Topico 1 | Organização de assistência técnica...........................................................48
Topico 2 | Modelo da Assistência Técnica e Gerencial................................................50
Topico 3 | Aprofundando o Modelo de Assistência Técnica e Gerencial......................55
Topico 4 | Responsabilidades e papel de cada agente................................................64
Topico 5 | A importância da formação continuada no processo de assistência técnica........74
Encerramento do tema.................................................................................. 78
Tema 3 | Técnicas de abordagem ao produtor rural............................................................ 80
Topico 1 | Estabelecendo a confiança com o produtor...............................................82
Topico 2 | Entendendo o comportamento humano.....................................................88
Topico 3 | Mantendo o equilíbrio emocional...............................................................96
Topico 4 | Relacionamento interpessoal e autocontrato de mudança.......................102
Topico 5 | Comunicação assertiva...........................................................................106
Encerramento do tema................................................................................ 114
Encerramento do módulo............................................................................ 116
Linha de Chegada....................................................................................... 117
Referências................................................................................................. 121
Ponto de Partida!
Esse curso tem como objetivo principal abordar a dinâmica no campo e o dia a dia
de um Técnico de Campo, capacitando-o para as diferentes situações que envolvem
a Assistência Técnica e Gerencial da propriedade rural. Ele tem carga horaria total de
150h e foi dividido em 5 módulos de 30h cada, para que você possa se organizar e
realizar seus estudos com tranquilidade
Atividades de passagem
A navegação pelo conteúdo de cada módulo será linear, ou seja, você deverá acessar
o primeiro tema, conferir todos os tópicos e realizar a atividade de passagem para,
depois, acessar o tema seguinte. Veja os tipos de atividades que teremos ao longo
dos módulos:
Atividade de passagem
Simulado
Avaliação
Estudo de caso
Certificado
Ao final do percurso, com o desempenho esperado, você terá o seu certificado de
conclusão do curso. Para obtê-lo, você deverá:
Agora que você está bem informado, poderá dar início ao seu curso. Conte sempre
com a ajuda da tutoria e da monitoria caso tenha alguma dúvida quanto ao curso ou
Ambiente de Estudos. Aproveite a oportunidade para participar das atividades pro-
postas como os fóruns e enquetes.
Lembre-se de que você terá sucesso garantido na busca por crescimento pessoal e
profissional se mantiver a organização e a dedicação durante esse processo.
Objetivos
Agora que conhecemos os temas com os quais iremos trabalhar e tudo o que os en-
globa, será interessante visualizá-los de uma forma mais prática, não acha?
Vídeos
Tome nota
Sabemos da magnitude da sua missão como agente de mudanças na vida das pes-
soas do campo e de fomento de um setor que vem se consolidando como um im-
portante pilar da economia nacional, o que aumenta a nossa responsabilidade em
explorar da melhor forma possível todos os recursos disponíveis neste ambiente de
aprendizagem.
Vamos juntos estudar o primeiro tema do módulo. Nele, temos como propósito co-
nhecer a breve caminhada da assistência técnica no Brasil, bem como as fases viven-
ciadas, as dificuldades, os avanços e, acima de tudo, sua contribuição para o desen-
volvimento desse tão importante setor de nossa economia.
Ao final deste tema, você será capaz conhecimentos nas atividades rurais,
de discorrer sobre aspectos relevantes bem como a correlação entre a assis-
da realidade rural brasileira, de identifi- tência técnica e o processo educativo do
car as classes de produtores rurais, os produtor rural. Grandes são os desafios
princípios e as diretrizes da Política Na- enfrentados pelos agentes da assistên-
cional de Assistência Técnica, os prin- cia técnica, por isso é necessário que es-
cipais conceitos da assistência técnica, tejamos preparados e munidos de toda
os métodos e as técnicas de difusão de ordem de informações e conhecimentos.
Tópico 5:
A Política Nacional de Por fim, iremos conhecer a Política Nacional de As-
Assistência Técnica e sistência Técnica e Extensão Rural.
Extensão Rural
Objetivos
40 39
35
33
30
26
25
25 24
22
20 18
17
15
15 13 13
10 10
10
4 5 4
5
0
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Ch B Rú lem Fr Zelâ Tur U u o g e o l c I
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No
Nos tópicos a seguir, iremos abordar a realidade rural brasileira. Veremos como estão
estruturados os estabelecimentos de produção rural e de que forma os produtores
estão classificados.
45
41,6
40 39,0 39,1
36,0
35 33,2
31,8
29,8
30 28,4
25
20
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Na tabela a seguir, é possível verificar que, nas regiões Norte (26,5%) e Nordeste
(26,9%), o percentual de população rural é mais elevado. Já no Sudeste (7,1%) e no
Centro-Oeste (11,2%), esse percentual é menor.
4.50
4.00
3.50
3.00
2.50
2.00
1.50
1.00
0.50
0.00
75 977 979 981 983 985 987 989 991 993 995 997 999 001 003 005 007 009 011
19 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2
Fonte: Shutterstock
Fonte: Shutterstock
Fonte: Shutterstock
Há outros países do mundo cuja capacidade produtiva é limitada à sua reduzida dis-
ponibilidade de área, como é o caso de Israel ou da Nova Zelândia, que possuem
pouco espaço para ampliar a produção. Em Israel, o desafio para produzir é tão gran-
de que uma das formas de se utilizar a água doce é por meio da “dessalinização” da
água do mar, o que custa muito para a sociedade.
Você sabia?
Diante do que você viu até aqui, podemos dizer que a Assistência Técnica e Gerencial
nas propriedades é urgente, tanto para preservá-las quanto para que soluções mais
lucrativas cheguem aos produtores.
Legenda: Atendimentos de Ater nos estabelecimentos rurais do Brasil. Fonte: Censo IBGE (2006).
• 2,9 milhões de produtores são muito pobres, com meio salário mínimo de
VBP mensal por estabelecimento.
Não informantes - -
Fonte: Censo Agropecuário IBGE (2006) - Dados corrigidos pelo IGP/DI (jun. 15).
Neste primeiro tópico, você pôde conhecer alguns aspectos da realidade rural brasi-
leira segundo dados levantados pelo IBGE. Você também viu como estão estrutura-
dos os estabelecimentos de produção rural e como eles são classificados. A partir
disso, foi possível compreender a estrutura do setor rural brasileiro como um todo
e identificar algumas das necessidades do homem do campo e, diante disso, tomar
consciência dos desafios que temos pela frente.
Objetivos
Foi a Associação de Crédito e Assistência Rural (Acar) que introduziu no meio rural
mineiro os primeiros fertilizantes químicos e defensivos agrícolas, a vacina da aftosa
e o milho híbrido. Além de difundir a tecnologia, os técnicos da Acar inicialmente
tiveram que comercializar esses produtos.
Primeira fase
A primeira fase da extensão rural no Brasil, conhecida como Humanismo Assisten-
cialista, compreendeu o período de 1948 a 1963.
A atuação dos técnicos, apesar de levar em consideração o fator humano, era marca-
da por uma relação paternalista, ou seja, apenas procurava induzir mudanças com-
portamentais por meio de métodos pré-estabelecidos, os quais não favoreciam a
construção crítica e participativa dos indivíduos assistidos, agindo quase sempre na
busca de resultados imediatos.
Segunda fase
A segunda fase, que se estendeu de 1964 a 1980, foi caracterizada pela abundância
de crédito rural subsidiado e chamada de Difusionismo Produtivista.
Conhecimentos A extensão atuava com o objetivo de convencer os produtores a adotar novas tecno-
empíricos logias. Os conhecimentos empíricos dos produtores, assim como as suas necessi-
dades tradicionais, não eram considerados. A Ater agia de uma forma protecionista
Conhecimentos basea-
dos na experiência, sem e paternalista.
bases cietíficas.
A Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater) foi criada nesse
período, quando houve uma grande expansão do serviço de extensão rural no país. Em
1960, apenas 10% dos municípios brasileiros contavam com serviços de Ater. Já em 1980,
a extensão rural atingiu aproximadamente 80% dos municípios do país.
Como nesse período o crédito rural era O público prioritário era composto de
o principal indutor de mudanças, os pe- médios e grandes produtores. Muitos
quenos agricultores familiares ficavam projetos grandes foram realizados. As
à margem do serviço de extensão rural, metodologias utilizadas para difundir
uma vez que não possuíam uma estru- tecnologias eram os programas de
tura produtiva compatível com as ga- rádio, as campanhas, os dias de cam-
rantias e exigências bancárias. Foi tam- po, as reuniões, as demonstrações de
bém na metade dos anos 1970 que as resultados, as palestras e os treina-
associações de crédito e as Ater foram mentos, além das visitas técnicas às
transformadas em empresas estatais. propriedades.
Na segunda metade dos anos 1980 houve redução do financiamento externo, crise
fiscal e diminuição dos investimentos públicos, mas o foco no aumento da produção
e na especialização produtiva regional era mantido. Diante disso, tiveram início mu-
danças na concepção e na prática da extensão.
O grande desafio da época para as instituições de ensino, pesquisa e movimentos sociais era
o de criar meios de colocar em prática as metodologias participativas de Ater, de forma a
envolver os produtores desde a concepção até a adoção das tecnologias, tornando-os parte
do processo.
Esta última fase, caracterizada pela criação do Pronaf (Programa Nacional da Agri-
cultura Familiar), é a fase atual, que foi iniciada no ano 2000. Ela caracteriza-se pela
reestruturação institucional da Ater.
Nesta fase, é dado um valor maior aos aspectos gerenciais da propriedade. A visão da
Ótimo econômico
produção deixa de ser voltada para a máxima produção e busca o ótimo econômico.
É o resultado de uma
atividade que permite ao Para alcançar seus objetivos, a partir
produtor ganhar dinheiro.
deste novo modelo, a assistência téc-
Isso significa que não
basta adotar tecnologias nica passou a realizar intervenções nas
e obter produções ele- propriedades, oferecendo ao produtor
vadas com aumento de
uma análise econômica voltada à ob-
despesas sem que haja
resultados econômicos. tenção de resultados e lucratividade. E
foi com base nesta nova realidade que
em 2013 foi desenvolvido o modelo de
Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Com o que você estudou até aqui, já é possível entender melhor a importância da as-
sistência técnica para o agronegócio brasileiro, não é? Além de ser fundamental para
o agronegócio, a assistência técnica e a extensão rural são muito importantes para o
desenvolvimento sustentável do país. No próximo tópico, você poderá se aprofundar
nesse assunto. Bons estudos!
Objetivos
O Brasil tem avançado muito em algumas cadeias produtivas no que se refere à in-
trodução de tecnologias e ao aumento da produtividade. São bons exemplos deste
elevado nível de tecnificação a integração lavoura- pecuária, as cadeias das frutíferas
e olerícolas, a soja e a avicultura.
Veja a seguir como a assistência técnica, por meio da difusão e do auxílio à implan-
tação de tecnologias, pode impactar positivamente no desenvolvimento da agrope-
cuária brasileira:
Tome nota
Você já parou para pensar por que, muitas vezes, o produtor não adota
tecnologia? E sobre como tem atuado a assistência técnica em sua
região? Existe mercado para o profissional do agronegócio no meio
rural do seu município? Escreva sua resposta aqui!
Objetivos
No processo de decisão, desde o primeiro contato com uma tecnologia até a sua
adoção, o produtor em geral passa por alguns estágios. O esquema a seguir, propos-
to por Rogers (2003), é um modelo que explica como ocorre o processo mental para
a adoção de tecnologias. Acompanhe:
2º estágio
No segundo estágio, depois de o produtor ter conhecido
e se interessado pela tecnologia, ele inicia uma etapa de
julgamento. No caso de um produtor que tem plantado
Interpretação variedades de pouco rendimento, por exemplo, ele pode
e julgamento ter interesse pelo atual lançamento ou pode não se
interessar pela novidade e não adotar essa tecnologia.
Processo cognitivo
3º estágio
Na sequência, no terceiro estágio, o produtor faz uma
avaliação mental e procura comparar o novo com o
tradicional. Pensando na nova variedade de milho, o
Avaliação mental
produtor inicia a etapa de avaliação, fazendo comparações
Vantagem entre a nova variedade e a variedade que ele conhece.
comparativa
4º estágio
No quarto estágio, o produtor procura validar a ideia e
este é o momento de a assistência técnica apresentar o
suporte, de modo a oferecer oportunidade para que ele
Experimentação teste e experimente a novidade. Este estágio é
Validação chamado de validação.
5º estágio
Uma vez obtido êxito com o teste, o produtor tem toda
a chance de passar para o quinto estágio e adotar a
Adoção nova tecnologia sugerida pela assistência técnica.
Uso contínuo
Na prática
A apropriação do método ou dos métodos deve ser feita pelo técnico, em consonân-
cia com o estágio em que o produtor se encontra. Veja o exemplo a seguir:
1. Visita técnica
2. Dia de campo
É um método planejado que visa mostrar uma tecnologia ou prática para um grupo de
produtores. É realizado em propriedade de colaboradores, unidades demonstrativas,
centros de treinamentos ou estações experimentais. Não se limita apenas a uma ati-
vidade, mas sim a um conjunto delas, com a finalidade de sensibilizar o público para
sua adoção. O método envolve a participação não apenas do público trabalhado pelo
técnico, podendo envolver líderes, autoridades, agentes financeiros e comerciais e
técnicos de outras entidades.
3. Palestra
Método de comunicação verbal em que um orador discorre para um grupo de pesso-
as sobre um assunto previamente determinado. Geralmente, adota-se a palestra para
divulgar tecnologias a um grande número de interessados.
Uma palestra deve ter tempo para apresentação (em torno de 1h) e tempo para debates (de
15 a 20 minutos). As palestras podem ser realizadas em locais e horários mais adequados a
cada região ou público-alvo, e com assuntos previamente escolhidos pelos organizadores.
Na prática
Na prática
Durante a reunião, é preciso ser claro e atribuir papéis. O tempo não deve
exceder uma hora por assunto e, para cada um deles, o expositor deve
apresentar conhecimentos em profundidade.
Utiliza-se, em geral, por ocasião de uma visita técnica ou durante um curso ou dia
de campo.
Método utilizado para comparar uma técnica que se quer introduzir em uma proprie-
dade rural com uma prática tradicional utilizada (testemunha). Deve ser feita com
orientação, acompanhamento e controle de um técnico.
Tem como finalidade comparar técnicas rotineiras e tradicionais com as novas reco-
mendações e comprovar a viabilidade e a adequação de novas tecnologias às con-
dições locais.
Na prática
A realização de uma DR passa pela implantação de uma tecnologia
que deve ser comparada com práticas tradicionais adotadas. Ao longo
do tempo, elas são comparadas e os resultados são demonstrados.
7. Excursão
Trata-se de um método no qual o técnico reúne um grupo de pessoas com interesses
comuns para se deslocarem a determinado lugar onde existam experiências com
técnicas e práticas passíveis de serem adotadas. Ela tem por finalidade mostrar a
aplicação prática de tecnologias implantadas, facilitando a compreensão do grupo.
Na prática
Por exemplo: um produtor, ao ver a produção satisfatória em cultura
tecnicamente conduzida, em condições semelhantes às suas, con-
trastando com as menores produções que vem alcançando, tem seu
interesse despertado para os fatos que consagram a demonstração.
Benchmarking
É um processo de comparação de pro-
dutos, serviços, indicadores e práticas
empresariais, ou seja, valores-referên-
cia de empresas de produção bem-su-
cedidas. Serve para conhecer o que
já deu certo, podendo ser um fator de
estímulo e motivação para que as em-
presas agropecuárias melhorem seus
processos de produção.
Objetivos
1940
Iniciados na década de 1940, os serviços de Assistência Técnica e Ex-
tensão Rural, fundamentados em uma diretriz de incentivo ao desenvol-
vimento no período do pós-guerra, tinham como principal objetivo a pro-
moção de melhoria das condições de vida da população rural e o apoio
ao processo de modernização da agricultura. Na verdade, isso fazia parte
das estratégias direcionadas à política de industrialização do Brasil, por
meio do fornecimento de matérias-primas para a indústria, da liberação
de mão de obra e do abastecimento alimentar a preços compatíveis.
1990
Esses subsídios duraram mais de uma década. Porém, em 1990, a Embra-
ter foi extinta. Assim, o Sibrater foi esquecido, causando o sucateamento
de toda a estrutura. Houve ainda a tentativa de gestão da Ater por meio da
Embrapa e, posteriormente, do Ministério da Agricultura. Entretanto, todo
este esforço não foi suficiente para evitar a quase extinção das contribui-
ções financeiras do Governo Federal.
Criou-se uma nova estratégia de operação das empresas oficiais, com novos meca-
nismos de financiamento e incentivo às entidades públicas e privadas emergentes.
Assim, surgiram e se expandiram várias iniciativas com o propósito de cobrir o espa-
ço deixado pelo Governo Federal.
Essa é a definição atual da extensão rural pública. Mas, para que a política instituída
pelo governo funcione, é necessário que alguém a execute. Para isso, a nova lei da Ater
estabelece que as entidades responsáveis por executar o Pronater devem preencher
determinados requisitos e obter o credenciamento de entidade executora do programa.
1956 Abcar
Ater no MDA
2003
2010 Anater
Fonte: Shutterstock
Chegamos ao final do último tópico do tema! Vamos encerrar essa etapa de estudos?
Durante os estudos deste tema, histó- Brasil. Ainda, é capaz de discorrer sobre
rico da assistência técnica no Brasil, a origem e as fases da extensão rural
pudemos nos apropriar de informações e sobre a Política Nacional de Assis-
a respeito da realidade rural brasileira. tência Técnica, bem como de descrever
Vimos também a origem e a evolução os principais conceitos de assistência
da assistência técnica, além de sua im- técnica. Você está capacitado para dis-
portância para o meio rural. Também correr sobre os métodos de difusão de
conhecemos os métodos de dissemi- conhecimentos nas atividades rurais e
nação de assistência técnica e, por fim, para correlacionar a ação de assistên-
a Política Nacional de Assistência Téc- cia técnica ao processo educativo do
nica e Extensão Rural. produtor rural.
Ao concluir os estudos deste tema, você Foi um grande prazer ter você conosco
está apto a reconhecer a importância nesta etapa de preparação para um tra-
da assistência técnica no meio rural, balho de excelência no campo e para
a destacar os pontos mais relevantes cumprir a nobre missão de contribuir
da realidade rural brasileira e a descre- para a melhoria da qualidade de vida no
ver as classes de produtores rurais no meio rural.
Vídeos
Se você estiver com alguma dúvida quanto ao assunto, retorne ao conteúdo do mó-
dulo ou, se preferir, entre em contato com o tutor.
Questão
Segundo Rogers (2003), no processo mental de tomada de decisão, desde o primeiro
contato com uma tecnologia até a sua adoção, o produtor rural passa por alguns
estágios.
Nesse sentido, escolha qual das alternativas a seguir indica corretamente as etapas
do esquema proposto por Rogers (lembre-se de considerar a ordem em que cada
uma acontece).
Seja muito bem-vindo(a)! Vamos juntos Ao final dos estudos deste tema você
percorrer mais um trecho da viagem será capaz de reconhecer as organiza-
rumo ao conhecimento! ções de assistência técnica, conhecerá
as etapas do processo e terá condições
Estamos iniciando os estudos referen-
de discorrer sobre a importância de um
tes ao Tema 2: A Assistência Técnica e
modelo de assistência técnica asso-
Gerencial. Vamos conhecer um pouco
ciado à consultoria gerencial, diferen-
mais sobre a estruturação da assistên-
ciando-o do modelo tradicional. Você
cia técnica na atualidade e sobre as or-
também terá condições de identificar
ganizações prestadoras. Estudaremos
o perfil ideal dos agentes, suas atribui-
também o modelo de Assistência Técni-
ções e responsabilidades para o bom
ca e Gerencial, buscando entender suas
andamento do processo de Assistência
particularidades e seu diferencial em re-
Técnica e Gerencial.
lação ao modelo tradicional.
Tópico 5:
Por fim, vamos destacar a importância da qualificação
A importância da
formação continuada no desempenho das competências requeridas para a
no processo de função do Técnico.
assistência técnica
Venha conosco! Depende apenas de sua entrega e comprometimento fazer cada mi-
nuto de estudos neste tema valer muito a pena!
Fonte: Shutterstock
Objetivos
Em todas as fases desse desenvolvimento a Ater esteve presente com seus diferen-
tes formatos e estruturas, seja supervisionando crédito, seja levando as políticas de
cada governo que se instalava. Atuou e atua na transferência de conhecimento e na
difusão de tecnologias, nas ações de bem-estar social e de saúde pública, na tomada
de crédito rural para a produção de commodities ou no incentivo à diversificação.
Para que esses serviços sejam realizados, é necessário o apoio de instituições e orga-
nizações comprometidas a fomentar a assistência técnica.
Objetivos
Você sabia?
Analisando o cenário rural brasileiro, é certo que temos um desafio pela frente: produ-
tores com baixa escolaridade, sem preparo suficiente para a gestão eficiente do seu
negócio, descapitalizados e, o pior, desassistidos. Mesmo não existindo uma fórmula
mágica para equacionar essa situação, alguns elementos são básicos e serão deta-
lhados no módulo gerencial. São eles: equilíbrio entre custos e receitas, eficiência no
uso dos recursos, tecnologia a serviço do retorno econômico, melhoria das técnicas de
produção e, é claro, muito trabalho!
Objetivos
Supervisão
Demanda Capacitação
Adesão do Produtor
Sensibilização
Seleção de propriedades Técnico de Campo
Formação de grupos
de produtores
Assistência Técnica e
Gerencial na Propriedade
Diagnóstico
Produtivo Planejamento Adequação
Individualizado Estratégico Tecnológica
Avaliação
Sistemática de
Resultados
Meritocracia
Em seguida, uma equipe técnica fará uma análise das respostas, selecionando as
propriedades com perfil mais adequado para receber a assistência.
• Comprometimento.
• Responsabilidade.
• Flexibilidade.
• Humildade.
• Otimismo.
• Iniciativa e proatividade.
• Espírito de colaboração.
Além desses valores, o produtor rural deverá apresentar características que igual-
mente irão contribuir para o sucesso do trabalho, tais como:
• Formação e escolaridade.
• Localização da propriedade.
01
DIAGNÓSTICO
PRODUTIVO
INDIVIDUALIZADO
05 02
AVALIAÇÃO PLANEJAMENTO
SISTEMÁTICA ESTRATÉGICO
DE RESULTADOS
ASSISTÊNCIA
CONTÍNUA
Inventário de
Recursos
04 03
Consiste em levantar CAPACITAÇÃO ADEQUAÇÃO
todos os recursos de que PROFISSIONAL TECNOLÓGICA
a propriedade dispõe, COMPLEMENTAR
desde terras, construções
e benfeitorias, animais,
equipamentos, planta-
ções, recursos financei-
ros e recursos humanos.
Primeira etapa: Diagnóstico Produtivo
Individualizado
Coleta de infor-
A partir da análise de dados coletados por meio de um questionário socioeconômi-
mações técnicas
co, aliado ao inventário de recursos e à coleta de informações técnicas e econômi-
e econômicas
cas, é possível determinar parâmetros para a realização do Diagnóstico Produtivo
Consiste em resgatar da- Individualizado.
dos de recursos, produ-
ção, receitas e despesas
de um período anterior
à assistência técnica
(mínimo um ano). O
resgate possibilitará a
geração de indicadores
em um período de tempo
menor, o que contribuirá
significativamente para a
elaboração de um diag-
nóstico mais assertivo.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 60
Segunda etapa: Planejamento Estratégico
Com base no diagnóstico da situação atual é elaborado, em conjunto com o produtor,
o planejamento estratégico anual da propriedade, abrangendo os aspectos levanta-
dos, que irão nortear as principais implementações futuras.
1
8
Melhoria da 2
operação Observação
do Processo
7 3
Análise
Adequação
ACT PLAN
4
Plano de
PDCA ação
CHECK DO
6 5
Execução
Objetivos
Coordenador Técnico
O Coordenador Técnico deve ser um profissional de nível superior, com experiência
em assistência técnica.
Perfil Atribuições
• Identificação com o meio rural. • Apoiar no aspecto tecnológico e metodológico dos Técnicos de Campo.
• Conhecimento da região onde atua. • Garantir a execução da Metodologia da Assistência Técnica e Gerencial.
• Habilidade para trabalhar em • Acompanhar o trabalho desenvolvido pelos Técnicos de Campo.
equipe. • Solicitar a adequação, quando necessária, dos dados técnicos e econô-
• Boa comunicação verbal e escrita. micos coletados pelos Técnicos de Campo.
• Responsabilidade. • Validar os documentos referentes às visitas realizadas pelos Técnicos
• Espírito de colaboração. de Campo.
Técnico de Campo
Perfil Atribuições
Supervisor
Acompanha
até 15
Técnicos de Campo
• agendamento prévio;
• ocorrência mensal;
• Continuação do diagnóstico.
• Finalização do diagnóstico.
Diagnóstico técnico
Consiste na identificação das deficiências e potencialidades da propriedade no que se refere às
tecnologias utilizadas, ao sistema de produção, ao manejo etc.
Caderno do Produtor
É onde o produtor fará o lançamento dos dados de produção, das receitas, das despesas e de
eventos ocorridos no sistema produtivo. Por exemplo: nascimento de animais, mortes, vendas,
contratação de serviços, entre outros. O caderno facilita o trabalho do produtor, que só precisa-
rá preencher os campos correspondentes, uma vez que o material está organizado por seções.
Diagnóstico econômico
Levantamento de dados da produção, de receitas, de despesas e inventário de recursos de um
período anterior à assistência técnica (período mínimo de um ano).
• Conclusão do diagnóstico.
• Continuação do planejamento.
4ª VISITA
• Discussão sobre o custo de produção resgatado.
• Fluxo de caixa.
No decorrer das visitas, caso o Técnico e o Supervisor se deparem com dúvidas so-
bre manejo, tecnologias ou tenham necessidade de mais informações sobre deter-
consultores minado assunto, poderão acionar o apoio de especialistas denominados consultores
master master. Esses profissionais, com notável conhecimento nas devidas áreas em que
foram identificados obstáculos no trabalho realizado, poderão, de acordo com a com-
Os consultores master
plexidade da situação abordada, efetuar esse apoio a distância ou in loco.
são pesquisadores de
instituições voltadas ao
desenvolvimento agro-
pecuário, professores
universitários, profissio-
nais com notório saber
em suas respectivas
áreas de atuação.
Fonte: Shutterstock
A gratificação será composta por dois parâmetros: esforço e resultado. Ambos quan-
tificados por meio de indicadores. Entendendo que, inicialmente, o resultado pode não
ser alcançado de forma direta e imediata, estipula-se que, no primeiro ano, ocorra a
equivalência dos critérios no cálculo da bonificação oferecida ao técnico, ou seja, es-
forço e resultado têm o mesmo peso no cálculo. Ao final do segundo ano, o critério do
resultado das propriedades passa a contribuir com uma parcela mais significativa na
formação do valor de gratificação.
Objetivos
Nesse contexto, reforça-se que a capacitação tem papel importante para viabilizar o
desenvolvimento da Metodologia de Assistência Técnica e Gerencial.
O técnico que vai trabalhar com o produtor rural, seus empregados e sua família
necessita se capacitar para trabalhar com a educação de adultos, com base nos
conceitos e princípios da andragogia, que é uma área de estudo cujo objetivo é aju-
dar na educação e no desenvolvimento de adultos e, portanto, tem características
específicas diferenciadas da educação de crianças e jovens. Assim, entendemos que
a sala de aula não deve ser o local único e preferido para capacitar produtores rurais.
É sempre melhor que eles tenham atividades e treinamentos mais próximos do local
onde as suas operações produtivas acontecem.
Aqui, chamamos a atenção para as medidas de impacto, que são aquelas medidas
simples que proporcionam resultados imediatos e contribuem para conquistar a con-
fiança quando se inicia o trabalho com algum produtor.
Na prática
Use e abuse da internet para buscar, seja no setor público ou privado, as informações
e os conhecimentos que melhor atendam aos produtores rurais que você assiste.
Sempre que possível, vá a congressos, faça cursos, procure ler muito sobre os assun-
tos relacionados ao trabalho.
De acordo com o conteúdo estudado, a maioria dos produtores rurais brasileiros não
recebe nenhum tipo de assistência técnica, e parte recebe de forma eventual e des-
continuada. Tivemos a oportunidade de conhecer um pouco sobre a organização da
assistência técnica e das principais organizações que prestam esse serviço.
Foi um prazer compartilhar com você mais uma etapa de nossos estudos! Agradece-
mos pela parceria e lhe desejamos muito sucesso nas próximas etapas.
Vídeos
Se você estiver com alguma dúvida quanto ao assunto, retorne ao conteúdo do mó-
dulo ou, se preferir, entre em contato com o tutor.
Questão
A metodologia de Assistência Técnica e Gerencial está fundamentada em cinco eta-
pas, que abrangem todo o processo a ser aplicado no desenvolvimento da proprieda-
de rural atendida.
Nesse contexto, identifique qual das alternativas abaixo contempla todas essas eta-
pas, inclusive na ordem em que elas devem acontecer:
Fonte: Shutterstock
Por fim, espera-se que você seja capaz de exercer com segurança a atividade de As-
sistência Técnica e Gerencial.
Objetivos
A confiança é construída por meio das relações interpessoais e consolidada pelas ações e ati-
tudes, tanto do técnico como do produtor rural. Nesse caso, o técnico tem um papel fundamen-
tal na criação de um ambiente favorável à assistência técnica. Por meio de seu comportamento
e atitudes, ele pode influenciar de forma positiva o ambiente da propriedade rural.
O produtor será mais receptivo às orientações se ele confiar no técnico, sentindo que o mesmo
tem a intenção real de contribuir com os resultados da propriedade, demonstrando que entende
a situação do produtor e ajustando seu comportamento para abrir um canal de comunicação as-
sertivo e transparente.Participar dos treinamentos, dos eventos técnicos e de outras atividades.
A relação de confiança entre técnico e produtor é a base para que haja envolvimento de ambos
na implementação das práticas tecnológicas, operacionais e gerenciais na propriedade rural.
Seguir as orientações técnicas e gerenciais conforme o planejamento.
Na prática
Integridade é honesti-
dade, sinceridade. Uma Um técnico que trata o produtor de igual para igual, cumpre acordos e contra-
pessoa íntegra é correta,
tos, respeita sua cultura, apresenta informações adequadas à realidade do pro-
justa e não se desvia do
caminho, não tem duas dutor, segue os protocolos operacionais de seu trabalho e demonstra intenção
caras. Uma pessoa sin- real de contribuir com o desenvolvimento da propriedade rural, está informan-
cera não disfarça seus do ao produtor, por meio de suas atitudes, que está engajado na obtenção dos
erros, e sim os assume.
resultados contratados no serviço de assistência técnica.
O poder contextual ou funcional está ligado à O poder pessoal independe do status e dos
função dentro de uma estrutura determinada. papéis que o indivíduo representa e ocupa
Ou seja, advém do lugar que a pessoa ocupa no contexto social. Origina-se do próprio
na estrutura social, seja uma sociedade, um indivíduo e refere-se às suas características
grupo ou uma empresa produtora de bens e de personalidade, experiências, vivências,
serviços. O profissional da assistência técnica conhecimento, energia vital, motivações
possui este poder, em função das atribuições interiores, criatividade, capacidade de
de sua função. O poder contextual pode ser enfrentar desafios, maturidade emocional,
subdividido em: coerção, posição e recompen- competência técnica, nível de assertividade,
sa. O poder por meio da coerção tem como intuição e competência interpessoal. É uma
base ameaças e chantagens e coloca como fonte interna de poder, individual e intransfe-
perspectivas sansões e punições para quem rível. Quem concede esse poder ao profis-
não seguir o que foi proposto. Já o poder por sional da assistência técnica é o produtor
meio da posição é exercido fazendo-se valer rural, ou seja, ele é conquistado por meio de
da posição ou cargo ocupado em uma hierar- comportamentos e atitudes.
quia ou posição social. Por sua vez, o poder
por recompensa se faz gerando uma perspec-
tiva de retribuição, concessão de benéficos ou
vantagens a quem seguir as recomendações.
Seu pano de fundo é a manipulação.
Fica evidente que o poder pessoal do técnico é fundamental para o trabalho de as-
sistência técnica, elevando sua capacidade de influência positiva no ambiente da
propriedade rural, estimulando a criatividade, a autonomia e a corresponsabilidade
por resultados, aumentando a possibilidade das orientações sugeridas pelo técnico
serem incorporadas no sistema de gestão da propriedade.
Existe um ditado popular que diz: “O que é combinado não é caro”. Isso pode ser apli-
cado nos serviços de assistência técnica. Essa “combinação” deve estar bem clara
no início dos trabalhos, para evitar possíveis conflitos ou desentendimentos futuros.
É a clareza contratual que irá gerar confiabilidade aos serviços de assistência téc-
nica, onde técnico e produtor possuem entendimento dos passos que deverão ser
seguidos por ambos rumo à obtenção dos objetivos definidos.
Objetivos
A criança descobre que recebe atenção quando fica triste, então, quando quer que os
adultos a percebam, demonstra sentimento de tristeza. Assim acontece a moldagem
do comportamento humano, testando padrões de comportamento que dão certo
para receber atenção e incorporando os que dão resultados positivos. Isso começa
desde o nascimento, no início de forma intuitiva; depois, de forma consciente, com
o desenvolvimento da estrutura de sua personalidade. Isso faz de cada indivíduo um
ser único, com personalidade diferente, pois cada um reage à sua forma diante dos
acontecimentos.
É nesse momento que entra o papel do técnico, para auxiliar o produtor a tomar cons-
ciência de sua realidade e entender o que está acontecendo, bem como suas conse-
quências, apresentando informações atualizadas para fazer algo que seja condizente
com o “aqui e agora”, de acordo com a realidade atual da propriedade e com os resul-
tados que se quer alcançar.
Tome nota
Perceba que esses cuidados na comunicação são decisivos para obter êxito na as-
sistência técnica, uma vez que as crenças não atualizadas podem manter, de forma
status quo sutil, o “status quo” da propriedade.
Status Quo é uma
expressão do latim que
Isso justifica a importância do técnico fazer uso de seu poder pessoal, utilizando sua
significa estado atual ou intuição, capacidade de comunicação, empatia, sensibilidade e bom senso em todo
situação atual. o processo de assistência técnica.
Durante o dia a dia podemos viver dois estados emocionais: um de paz interna e feli-
cidade, chamado sistema vencedor, e outro de ansiedade, tensão e desconforto, que
podemos chamar de não vencedor.
Por outro lado, o profissional que acredita em si mesmo, cuida de sua saúde física e
mental e tem consciência dos impactos de seu comportamento no outro, estará em me-
lhor condição de criar empatia com o produtor rural e apresentar de forma adequada as
informações tecnológicas e gerenciais úteis ao desenvolvimento da propriedade.
Um produtor difícil de lidar, contratos não cumpridos, metas não atingidas, autocobran-
ça de perfeição por parte do próprio técnico, além de outras situações, podem tirar o
profissional do sistema vencedor. Por isso a importância do autoconhecimento por
parte do técnico, que o leva a ter consciência do que lhe tira desse estado. A partir
dessa percepção é possível tomar uma decisão e, com esforço, voltar ao sistema ven-
cedor, para não prejudicar seus relacionamentos e não comprometer seus resultados.
Entender que somos responsáveis pelo que pensamos, sentimos e fazemos é funda-
mental para que sejamos proativos e empreendamos ações no sentido de manter um
estado de bom humor, confiança e entusiasmo. Dessa forma, nossa presença será
agradável, nossos relacionamentos serão saudáveis e nosso poder de influência será
muito maior, permitindo-nos transformar nossos resultados e, consequentemente,
das propriedades que atendemos.
É importante que o técnico tenha recursos para lidar com o produtor quando per-
ceber que ele está desqualificando a sua realidade, ou seja, tem um problema a ser
resolvido, porém, não emprega energia necessária para a sua resolução.
Uma boa forma para lidar com situações de desqualificação da realidade é con-
duzir a conversa por meio de perguntas, mantendo uma sequência lógica, esti-
mulando o raciocínio, a reflexão e a autonomia do produtor.
Na prática
Exemplo:
Dessa forma, fica evidente que a função do técnico não é apenas repassar informa-
ções tecnológicas ao produtor. Ele também precisa diagnosticar o comportamento
apresentado pelo produtor no momento da visita e perceber se ele está disponível
para receber as informações, ou se é conveniente ouvi-lo primeiro, para evitar que as
resistências do sistema não vencedor influenciem no projeto de assistência técnica.
Objetivos
Nascemos para sermos felizes, dar certo na vida, sermos leves, ter sentimen-
tos de alegria, amor e usar nossas potencialidades de forma plena. Isso é uma
crença que deve prevalecer!
Ações de descongelamento
Ficar atento aos fatores que nos tiram interferem no estado emocional, ao
o equilíbrio emocional faz a diferença qual qualquer ser humano está sujei-
entre estar bem ou não em nossa vida. to. Por outro lado, a forma como cada
Alguns são externos e estão fora de indivíduo lida com as consequências
controle; outros são internos e podem desses fatores é de responsabilidade
acontecer de maneira involuntária. Um pessoal, uma vez que o ser humano
dia com temperatura muito elevada, possui recursos internos para retomar
ou acessar uma memória desagra- o equilíbrio, por meio de ações que ati-
dável do passado, são estímulos que vem o sistema vencedor.
A certeza de que podemos ficar bem deve estar presente em todos os momentos,
mesmo naqueles dias difíceis, pois nem sempre será possível ficar bem apenas dizen-
do a si mesmo “agora vou mudar o que estou pensando e me sentirei melhor”. Essa
ação dá ótimos resultados, porém, não é a única opção. Em virtude de acontecimentos
desagradáveis do dia a dia, podemos ter acessado muitas informações do estado não
vencedor e, então, precisarmos de outras opções de ações para ficarmos bem.
Tome nota
Aqui cabe a observação de que, no meio rural, é comum encontrar produtores com
comportamentos de defensividade, acreditando que o técnico tenha que fazer ações
ou tomar decisões que são de responsabilidade do produtor. Caso o técnico faça
isso, estará reforçando a dependência do produtor. Em curto prazo, a propriedade
pode obter bons resultados a partir das diretivas do técnico, porém, quando o con-
trato de assistência técnica acabar, os procedimentos implantados na propriedade
podem não se manter, uma vez que não haverá a presença do técnico dizendo o que
necessita ser feito.
Objetivos
Aqui está o poder do aqui e agora nos relacionamentos interpessoais. O ser humano
tem necessidade de ser reconhecido. O reconhecimento vai além de um elogio. Te-
mos a necessidade de sentir que estamos vivos e de que somos importantes para
as pessoas.
Estar no aqui e agora com uma pessoa, ouvindo-a com atenção e engajamento, é um
sinal de respeito e demonstração de que ela é o que importa no momento. É muito
bom perceber quando alguém está nos dando atenção. Sentimo-nos importantes e
reconhecidos. É um ouvir e interagir de ser humano para ser humano, sem críticas
e julgamentos. Isso faz ambos sentirem-se bem, vivos, alertas e aceitos. Em maior
profundidade, aumentam o sentido individual de bem-estar, apoiam a inteligência e
geralmente causam satisfação.
Fonte: Shutterstock
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Os reconhecimentos ainda podem se apresentar sob duas formas: verbais e não verbais:
Tome nota
Tenha sempre em mente que o que você tem para dizer é para contribuir com o desen-
volvimento do produtor rural. A forma como você fala e o momento irão ou não concor-
rer para isso. Certifique-se de que você esteja com seu sistema vencedor ativado para
dar esse tipo de reconhecimento e não correr o risco de se tornar um reconhecimento
incondicional negativo, que tem uma força poderosa de destruição das relações. Isso
pode interferir de forma negativa nos resultados da assistência técnica.
Objetivos
Você sabia?
Orientação/estrutura
Define acordos, estabelece critérios e regras, apresenta orientações, critica com dire-
cionamento positivo, fixa limites e valores adequados. É apoiadora, justa, séria e ética.
Exemplo
Proteção/suporte
Comunicação afetuosa, permite crescimento, desenvolvimento e autonomia. Man-
tém contato visual, junta-se em ações que dão suporte à ação inicial da pessoa, per-
mite limites adequados (de cuidados), incentiva a ação, dá contensão e permissão
para agir.
Exemplo
Creio em seu potencial e sei que você pode colocar as metas da pro-
priedade em prática.
Exemplo
Espontaneidade
Somos seres humanos com qualidades e pontos de melhoria; acertamos e erramos.
Ser espontâneo significa ter permissão para agir de forma autêntica. Se estamos
alegres, podemos demonstrar nossa alegria, como também podemos nos permitir
sentir a tristeza. Se estamos com raiva, podemos senti-la, diferenciando sentir e agir.
Sentir raiva difere de agir com raiva. É na espontaneidade que estão a criatividade, a
intuição, a motivação, a alegria e a afetuosidade.
Exemplo
Estou triste por não ter atingido as metas de produção este mês.
Exemplo
Submissão sem coragem de dizer “não” para algo que não aceita.
Exemplo:
- Sim, senhor.
Na prática
Técnico: Você deve trocar seus equipamentos, pois estão com baixa
eficiência.
Se não estiver confortável com o que está contratando, rediscuta o acordo dentro de
suas possibilidades e o faça cumprir. Isso gerará confiança. Faça o que assumiu com
responsabilidade. Eis o principal sustento da cooperação.
Vimos que, para realizar um bom trabalho como Técnico de Campo, precisamos bem
mais que conhecimento técnico e disposição para o trabalho. Em primeiro lugar, fa-
z-se necessário estarmos bem, ter um relacionamento saudável com o produtor e
uma comunicação eficiente. Também é preciso compreender aspectos do compor-
tamento humano, sendo capaz de identificar crenças limitantes e situações de dese-
quilíbrio emocional, sabendo lidar com essas adversidades e conquistar a confiança
do produtor.
Vídeos
Se você estiver com alguma dúvida quanto ao assunto, retorne ao conteúdo do mó-
dulo ou, se preferir, entre em contato com o tutor.
Questão
Para que tenhamos efetividade na adoção das recomendações e orientações técni-
cas, gerando melhoria nos resultados da propriedade rural atendida, sabemos que é
fundamental a criação de um ambiente favorável para a assistência técnica, de modo
que a confiança seja a base da relação entre Técnico de Campo e produtor rural.
De que forma o técnico pode contribuir para a criação desse ambiente? Aponte a
alternativa correta:
e. Evitando ouvir palpite dos outros membros da família, o técnico deve se ater
ao contato com o responsável pela propriedade. Se muitos derem palpite,
vira bagunça e o ambiente fica conflituoso.
Vídeos
Parabéns pelo seu percurso até aqui! Bom, chegamos em mais um momento para
você aplicar os seus conhecimentos! Para finalizar o módulo, você deverá realizar
três atividades:
A Avaliação estará disponível somente depois que você passar pelo Simulado. Co-
mece quando se sentir seguro e confiante do seu aprendizado, pois aqui você terá
somente uma tentativa de acerto.
Não se preocupe se houver uma queda de energia, pois você não perderá o que já
respondeu! O sistema de avaliações, incluindo o simulado, salva automaticamente
as suas respostas.
Para obter informações mais detalhadas de como acessá-lo ou se tiver qualquer dú-
vida, por favor, entre em contato pelo Tira-Dúvidas ou pelo e-mail faleconoscoead@
faculdadecna.com.br ou ainda via telefone pelo 0800 006 4849 de segunda a sexta-
-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h, no horário de Brasília.
A alternativa (a) está incorreta por inverter a sequência proposta por Rogers (2003),
colocando como segundo passo a avaliação e o julgamento como terceiro passo,
quando o correto seria o inverso.
A alternativa (b) está incorreta por não seguir a ordem proposta por Rogers (2003),
colocando como primeiro passo a discussão, quando seria tomar conhecimento; e
como segundo passo o interesse, quando seria o julgamento.
A alternativa (c) está correta por representar a sequência lógica do processo mental
de tomada de decisão para a adoção de novas tecnologias, segundo o esquema pro-
posto por Rogers (2003). Segundo o autor, o primeiro passo é a tomada de conheci-
mento da nova tecnologia pelo produtor, podendo interessar-se ou ficar indiferente. O
segundo passo, casso tenha se interessado, é iniciar um processo de julgamento. Em
seguida, fazer uma avaliação mental, procurando comparar o novo com o tradicional.
Por fim, validar a ideia.
A alternativa (d) está incorreta por trazer como primeiro passo a comparação do
novo com o tradicional, ao invés de tomar conhecimento. Como quarto passo está a
adesão da tecnologia, quando seria a validação.
A alternativa (e) está incorreta por apresentar como primeiro passo a validação, quan-
do seria a tomada de conhecimento da tecnologia. Como segundo está a comparação,
ao invés de fazer julgamento. Como terceiro passo apresenta o julgamento, quando
seria avaliação mental, e como quarto passo traz a adesão, quando seria a validação.
Tema 2
Alternativa correta (e)
A alternativa (a) está incorreta por não apresentar as cinco etapas na ordem em que
elas devem ocorrer. Apresenta o diagnóstico produtivo individualizado após o plane-
jamento estratégico, o qual deveria vir antes, até porque o diagnóstico seve de base
para a realização do planejamento.
A alternativa (b) está incorreta por apresentar como etapas a aproximação do produ-
tor e a disseminação de novas tecnologias. Apesar de importantes, não são conside-
radas etapas da Assistência Técnica e Gerencial. Além disso, a questão negligencia
as etapas adequação tecnológica e capacitação profissional complementar.
A alternativa (d) está incorreta por não apresentar a etapa formação profissional
complementar, prevista na metodologia, e por citar como etapa a conquista da con-
fiança do produtor.
A alternativa (e) está correta por apresentar as cinco etapas da Assistência Técnica
e Gerencial, obedecendo a ordem em que elas devem ocorrer.
Tema 3
Alternativa (a)
A alternativa (b) está incorreta por insinuar que o Técnico de Campo é quem dita as
regras em relação a mudanças que ele achar necessárias na propriedade, e também
por afirmar que deve encaminhar o produtor a uma instituição financeira que achar
idônea. Isso fere os princípios da metodologia.
A alternativa (c) está incorreta por dar uma ideia de que o Técnico de Campo deve
priorizar os aspectos tecnológicos, buscando simplesmente o aumento da produção,
esquecendo das questões relacionadas ao relacionamento com o produtor, além da
questão gerencial.
A alternativa (d) está incorreta por usar o tempo de forma eficiente junto ao produtor,
mas não fazer a devida aproximação para melhor conhecê-lo e compreendê-lo. Tam-
bém por afirmar que o técnico é quem deve tomar as decisões na propriedade, fato
que confronta a metodologia.
A alternativa (e) está incorreta por afirmar que o Técnico de Campo deve ouvir apenas
o responsável pela propriedade, evitando maior contato com os demais membros da
família, situação contrária ao que prega a metodologia.
BANCO CENTRAL DO BRASIL (BCB). Manual de Crédito Rural. Brasília, 2015. Disponí-
vel em: <http://www3.bcb.gov.br/mcr>. Acesso em: 9 mar. 2017.
______. Lei nº 8.171, de 17 de Janeiro de 1991. Dispõe sobre a política agrícola. 1991.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8171.htm>. Acesso em:
15 mar. 2017.
KRAUSZ, ROSA. Compartilhando o poder nas organizações. São Paulo: Nobel, 1991.
ROGERS, M.E. Diffusion of innovations. 5nd ed., Free press, New York, 2003.