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Uma das várias dificuldades que um trader tem em sua rebuscada atividade
profissional é a escolha de um sistema operacional que possa ser utilizado em suas
rotinas.
Nossa missão neste trabalho é apresentar os mais diversos setups operacionais que já
foram criados por dezenas de autores e, ao mesmo tempo, os resultados estatísticos
destes no mercado financeiro brasileiro. Além disso, iremos também apresentar as
variantes possíveis dos setups apresentados.
apresentados.
Nosso projeto inicial constava como um livro fechado. Porém, a medida que a idéia foi
tomando forma, percebemos que a cada dia novos setups e novas táticas são
descritas. Desta maneira, nos pareceu mais interessante a edição deste Manual de
Setups Gráficos em forma de fascículos lançados periodicamente. Cada novo fascículo
lançado estará associado a um novo Capítulo tratando de um indicador ou ferramenta
diferente. Assim, nossa comunidade de traders terá a oportunidade de acompanhar,
de forma periódica e fascicular, a publicação de um conjunto de setups gráficos para
compor seus estudos e táticas de trade.
CAPÍTULOS DO MANUAL DE SETUPS
As pessoas erroneamente consideram que um setup é rentável apenas pelo seu nível
de acerto. Esse é um erro conceitual dramático. Estruturalmente falando, um setup irá
ser rentável ou não, dependendo do conjunto inteiro e da interação dessas
características:
Um sistema de trade que tenha 90% de acerto pode ser deficitário. Bem como,
sistemas de trade com apenas 20% de acerto podem ser altamente rentáveis. O
balanço de quanto se perde e quanto se ganha em cada trade certo, somado com os
níveis de acerto é que ira produzir o resultado. Com essas informações podemos
montar a possível rentabilidade de um sistema. Usando o que se chama de expectativa
matemática.
A EXPECTATIVA MATEMATICA
Os setups acabam associando essas características. Sem duvida que o setup perfeito
seria: Alta media de ganho, alto nível de acerto, muitos sinais.
1- Alto nível de acerto - Precisará de estopes longos, pois estopes curtos tendem
a ser violinados. Ou então, precisaremos de alvos mais curtos, para que se
aumente o nível de acerto. As duas medidas instantaneamente DIMINUEM a
media de ganho/media por perda ( Pay off) do sistema.
2- Pay Off Alto – Para isso, precisamos de um estope curto. Pois com estopes
curtos, quando erramos, perdemos pouco. Ao mesmo tempo, precisamos de
alvos longos. As duas medidas DIMINUEM nosso nível de acerto.
3- Quantidade de sinais – Raramente teremos movimentos muito amplos se
apresentando seguidas vezes. Logo, alvos longos e muitos sinais, não serão
encontrados juntos.
Pois os cenários são contraditórios. Para um setup ter alta media de ganho, significa
estopes curtos e alvos longos. Isso por si só já impede alto nível de acerto. E ainda mais
muitos sinais.
Os setups mais freqüentes e rentáveis são os que têm baixo nível de acerto, alta media
de ganho/perda e sinais médios.
Ainda sobre os setups, podemos dividir o grupo de setups quanto aos indicadores
utilizados em sua construção ou quanto à filosofia sobre a qual o modelo se instala.
Para fins didáticos iremos dividir em cima dos indicadores usados na construção de
cada um desses setups e, dentro disso, separar os modelos por sua filosofia.
A FILOSOFIA DOS SETUPS
1- Seguidores de tendência;
2- Operações contra tendência;
3- Padrões gráficos;
4- Rompimentos;
5- Divergências;
6- Recuos dentro de tendência;
Esse tipo de modelo tende a ter um baixo a médio nível de acerto. Produz ótimas
relações de media de ganho por trade certo, contra media de perda por trade errado.
Usualmente abrem poucos sinais.
2. Operações contra-tendência:
Esse tipo de modelo tende a ter um nível de acerto maior. Porém, seus ganhos são
menores. A relação aqui de Payoff ( media de ganho/ media de perda) não é das
melhores.
3. Padrões gráficos:
Esse tipo de modelo, tende a ter bom nível de acerto, alvos longos e pouquíssimos
sinais.
4. Rompimentos:
5. Divergências:
Fator de lucro (profit factor) = o valor absoluto da divisão do lucro total bruto auferido
no período dividido pelas perdas totais brutas.
Um setup pode ser composto por vários indicadores associados ou apenas pela
movimentação dos preços em si. Aqueles setups que não utilizam nenhum indicador
ou oscilador recebem o nome de setups puros.
Não se engane acreditando que esses setups por serem realmente muito simples não
possuam rentabilidade ou que não tenham efetividade. A maior parte das grandes
idéias do conhecimento humano é em sua essência absolutamente simples.
Aqui temos modelos que oferecem respostas binárias. Sim, temos um trade ou Não,
não temos um trade. O ponto de entrada é inequívoco.
O alvo varia de modelo para modelo. Alguns setups trabalham com alvos fixos. Outros
procuram a saída por um modelo de estope-móvel ou pelo sinal de venda sendo
acionado.
Quando temos um setup com alvo fixo, o desempenho será muito melhor nos
mercados que estejam em congestão ou de lado.
Quando temos um setup com estope móvel, temos o desempenho melhor nos
mercados que estiverem em tendência de alta ou em tendência de baixa.
Porém, note que nesse tipo de modelo, teremos automaticamente uma diminuição na
proporção de lucro / prejuízo.
Ao observar uma relação de lucro de 3 para 1. Podemos mesmo com 30% de nível de
acerto obter lucro na utilização do método.
Um sistema com uma relação de 1 para 1, por outro lado PRECISA de um nível de
acerto maior que 60% ( lembre-se dos custos operacionais) para auferir lucro.
Portanto, os modelos que tem alvo fixo, terão relações lucro /prejuízo baixo. O que
automaticamente impõe a eles a necessidade de terem elevados níveis de acerto para
que possam ser lucrativos.
Os Modelos que têm estope móvel acabam tendo melhores relações de lucro/prejuízo.
Mas, automaticamente acabarão tendo níveis de acerto menores, já que nosso estope
sobe e em um eventual barulho do mercado, podemos ser estopados.
Mas por hora, chega dessa conversa, vamos direto aos modelos puros e durante a sua
exposição abordarei mais essa questão de ferramentas de diagnostico de um setup.
SUMARIO DESTE CAPÍTULO 1
Setup 2 período diário – Rompimento da máxima dos dois últimos dias: _________________29
Setup 2.1- Rompimento da máxima das duas últimas semanas, variação 1 alvo._____35
Setup 2.2- Rompimento da máxima das duas últimas semanas, variação alvo.______37
Setup 2.4 - Rompimento da máxima das duas últimas semanas, variação Stop._____38
Setup 2.5 - Rompimento da máxima das duas últimas semanas, variação Stop e
alvo._________________________________________________________________40
Setup 2.7 - Rompimento da máxima das duas últimas semanas, variação stop e
alvo._________________________________________________________________43
Setup 2.8 - Rompimento da máxima das duas últimas semanas, variação stop e
alvo._________________________________________________________________44
Setup 2.9 - Rompimento da máxima das duas últimas semanas, variação stop e
alvo._________________________________________________________________44
Setup 3.1 – Rompimento da máxima das ultimas três semanas, variante alvo.______52
Setup 3.2 – Rompimento da máxima das ultimas três semanas, variante alvo.______53
Setup 3.3 – Rompimento da máxima das ultimas três semanas, variante stop______54
Setup 3.4 – Rompimento da máxima das ultimas três semanas, variante stop e
alvo_________________________________________________________________54
Setup 3.5 – Rompimento da máxima das ultimas três semanas, variante stop e alvo.
(Canal de três semanas de onchian)________________________________________56
Setup 26 – Shark____________________________________________________________125
CONCLUINDO_______________________________________________________________127
Setup 1- Rompimento da máxima da semana prévia.
Periodicidade: semanal.
DESCRIÇÃO
Este setup tem como premissa a movimentação inercial que o mercado cumpre após
romper a máxima da semana anterior. Seu uso exclusivo é para gráfico semanal.
Analise do setup sem olhar as estatísticas: Esperamos muitos sinais. Media Ganho/
perda razoável, índice de acerto aceitável.
Temos na figura 1, uma entrada sendo executada na superação da máxima da segunda
semana de setembro de 2009. Note que outras entradas poderiam ter sido acionadas,
na superação da máxima da quarta semana de setembro, na superação da máxima da
primeira semana de outubro e assim por diante. Cada entrada teria alvo e stop
individual.
Nesse modelo levantamos o estope pela mínima de cada semana até atingirmos o
alvo, ou sermos estopados. Resultados na Petr4 de 01/01/2000 até 01/01/2010.
VALIDAÇÃO ESTATISTICA NO SEMANAL
Iremos ao longo dos próximos capítulos usar o modelo de validação estatística para
gráficos diários e semanais. Os dados são capturados usando dois programas. O
Wealth-Lab e o Testetrader. Importante que você se acostume a ler os dados para
depois rapidamente localizar os pontos importantes de cada sistema.
Na primeira linha temos o resultado das operações para um capital fixo operado de R$
5.000,00.
Na segunda linha temos o conceito de Profit per bar. O item mais importante a ser
visualizado é o item de Profit per Bar.
Quando temos um sistema que tem uma maior tendência para ganhar em um período
de alta. Se testarmos esse modelo durante um período de tendência de alta, teremos
um resultado enviesado.
Podemos acreditar que esse modelo é muito melhor do que de fato ele é.
Para retirar esse viés do teste, precisamos realizar uma forma de remoção de
tendência do papel.
Para que com isso, tenhamos realmente qual é a capacidade daquele modelo de
extrair mais dinheiro do mercado do que a própria tendência natural deste.
A terceira linha é o custo total de comissões que o modelo produziu no período. Aqui
usaremos modelo sem corretagem. Idealmente um trader deveria computar em seus
modelos os custos operacionais, já que estes podem afetar em muito o desempenho
de alguns modelos. Para fins de facilitação na compreensão dos setups, retiramos essa
variável do estudo.
Quinta linha é a media de lucro em reais para cada trade que deu certo.
Sétima linha é o numero de barras médio que o trade durou. Se for resultado para
diário, será o numero médio de dias. Se forem resultados para semanas, mostrara o
numero médio de semanas.
Décima segunda linha é a média de lucro percentual auferido nos trades que deram
certo.
Décima terceira linha mostra a media de barras que os trades que resultaram em lucro
duraram.
Décima quarta linha mostra a maior série de trades bem sucedidos consecutiva que
ocorreu.
Décima sétima linha mostra a soma de todos os prejuízos que o modelo gerou.
Vigésima primeira linha mostra a maior serie de perdas consecutivas que foi
assinalada.
Vigésima segunda linha mostra o Maximum drawdown. Maior distancia entre o topo e
o fundo de uma linha que represente a curva de capital do trader.
Numero de trades, foram 296 em dez anos. Cerca de 29,6 trades por ano.
Com isso temos um payoff ( que é basicamente a media percentual de ganho por
trade certo dividida pela media de perda percentual por trade errado) de 1,77.
O profit factor é basicamente a divisão do lucro bruto pela perda bruta. Procuramos
sistemas que tenham um profit maior que 2. Este aqui tem um profit factor um pouco
abaixo do ideal.
O recovery factor é o lucro absoluto dividido pelo Maximo drawdown. Aqui quanto
maior for o recovery factor, maior a possibilidade do sistema se recuperar de
operações que deram prejuízos.
Profit per Bar. OU seja, veja ali que o profit per bar do buy and hold na Petr foi de R$
93,93.
Veja que do modelo que usamos temos um profit per bar de R$ 14,31. Como
chegamos a esse numero? Basicamente dividindo todo o lucro resultante das
operações pelo tempo EFETIVO que estivemos com o capital alocado. Dessa forma,
podemos ter uma boa comparação da eficiência do modelo.
Queremos sem dúvida idealmente , modelos que consigam Profits per bar melhores
que o buy and hold.
Setup 1 período diário - Rompimento da máxima do ultimo dia:
Periodicidade: diário.
Podemos ver um modelo que gera muitos trades. São quase 130 trades ao ano.
O lado forte desse modelo é o estope curto, que produz perdas pequenas e, portanto
um bom pay off.
Setup 1.1 – Rompimento da máxima da semana prévia – Variação 1
alvo:
Periodicidade: semanal.
Analise do setup sem olhar as estatísticas: Esperamos muitos sinais. Media Ganho/
perda pior que o setup 1 , índice de acerto maior que o setup 1.
VALIDAÇÃO ESTATISTICA NO SEMANAL
Podemos notar que houve uma melhora no nível de acerto, como era esperado. Agora
temos 47,64% de acerto. Veja como nosso lucro médio caiu para 4,98%. O tempo
médio de duração do trade também diminuiu. Note agora como nosso Profit factor
caiu, nosso recovery factor também caiu e nosso Payoff desceu.
Isso demonstra que de uma forma geral, reduzir a distancia até o alvo, melhorou o
nível de acerto, MAS piorou o sistema.
Setup 1.2 – Rompimento da máxima da semana prévia – Variação 2
alvo:
Periodicidade: semanal.
Analise do setup sem olhar as estatísticas: Esperamos muitos sinais. Media Ganho/
perda melhor que o setup 1, índice de acerto bem pior que o setup 1.
Periodicidade: semanal.
Podemos ainda produzir outras variações em cima desse mesmo setup. Uma muito
utilizada poderia ser a amplitude do candle direcionada para ci ma como alvo.
Analise do setup sem olhar as estatísticas: Esperamos muitos sinais. Media Ganho/
perda sendo 1 para 1, índice de acerto razoável ( se for maior que 50% temos um
sistema rentável).
Periodicidade: semanal.
Então, vimos que aumentar o alvo foi benéfico. Que tal testarmos então SEM ALVO. A
entrada ocorre assim que tivermos um negocio superando a máxima do candle da
semana previa. Não há necessidade desse candle ser de reversão. O stop da operação
fica um tick abaixo da mínima da semana rompida. E sobe a cada semana para a
mínima.
O alvo da operação é aberto. O stop é levantado sempre no final de cada semana para
um tick abaixo da mínima da ultima semana.
Analise do setup sem olhar as estatísticas: Esperamos muitos sinais. Media Ganho/
perda muito boa, índice de acerto baixo.
VALIDAÇÃO ESTATISTICA NO SEMANAL
Como podemos ver a estratégia NÃO superou o buy and hold. Ou seja, a política de
comprar e esquecer que temos o ativo. Sabemos que superar o buy and hold não é
algo simples, pois de todos os modelos de se operar no mercado, aquele que admite o
MAIOR risco operacional é o buy and hold, visto que ele não possui estope e a perda
total é admitida nesse caso.
Portanto, sabemos que o mercado via de regra premia melhor quem aceita mais risco,
quando a operação corre a favor do trade. É exatamente o que tivemos aqui. Note
que o buy and hold gerou melhor desempenho, mas observe o Maximo drawdown
visto no período. Em determinado momento de mercado, o investidor chegou a estar
com uma perda de R$ 46307,00 em contraste com a perda máxima de R$ 5463,12 que
o trader usando esse modelo teve.