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DDZ OESTE
Manaus – Amazonas
2019
UMA VIAGEM FANTÁSTICA AO MUNDO DA LITERATURA
INFANTIL, COM A MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA
Professora Autora: Cleosimarina Maia de Lima
Introdução:
A Educação Infantil, o primeiro contato, real, da criança com o mundo. Estão em processo de
desenvolvimento emocional, cognitivo e social. Internalizam o discurso alheio, já que nessa faixa
etária, do ponto de vista do juízo moral de Jean Piaget, a criança encontra-se na fase denominada
heteronomia. Fazzi (2004) afirma que as pesquisas vêem mostrando, de modo recorrente, que, em
torno, aproximadamente, dos 4-5 anos as crianças já desenvolveram algum tipo de conceituação
ou identificação racial. A identidade é um conceito do qual faz parte a ideia de distinção, de uma
marca de diferença entre as pessoas, a começar pelo nome, seguido de todas as características
físicas, de modos de agir e de pensar e da história pessoal. Abramowicz e Oliveira (2012)
consideram criança e infância a partir daquilo que as diferencia. Isso quer dizer que, nos processos
e práticas sociais que incidem e constituem as crianças, desde o inicio, há o recorte de
gênero/sexualidade, etnia, raça e classe social produzindo diferenças. As pesquisas sobre relações
raciais que abordaram a questão da criança negra no espaço escolar em sua grande maioria
apresentam-na com problemas de relacionamento com seus colegas e professores ocasionados pela
cor, gerando uma relação conflituosa e, muitas vezes, nociva para aqueles que acabam sendo
rejeitados por seus atributos físicos. Mesmo na faixa etária a partir de 4 anos de idade, as
pesquisas na área de educação infantil já apontam a existência da problemática racial entre
crianças e adultos. A escola é responsável pelo processo de socialização infantil no qual se
estabelecem relações com crianças de diversificadas famílias, o que favorece a construção da
identidade da criança. Dependendo da maneira como é tratada a questão da diversidade, a escola
pode auxiliar as crianças a valorizarem suas características étnicas e culturais, ou pelo contrário,
favorecer a discriminação quando é conivente como preconceitos. O cotidiano escolar deve ser
local de igualdade, de respeito às diferenças, pois como afirma Freire (2006): [...] “a educação é
uma forma de intervenção no mundo”.
Justificativa:
Um dia, ouvindo isso, o pai dela (que é músico) disse que tínhamos quase pronta uma canção com
essa brincadeira, ou uma história, e que eu devia escrever. Gostei da ideia, mas achei que o tema
de uma menina linda e loura, ou da Branca de Neve, já estava gasto demais. E nem tem nada a ver
com a realidade do Brasil. Então a transformei numa pretinha, e fiz as mudanças necessárias: a
tinta preta, as jabuticabas, o café, o feijão preto etc.
OBJETIVOS
O racismo consiste na discriminação de pessoas, baseado em características fenotípicas,
justificando a superioridade de uma raça sobre a outra.
Com o objetivo de entender, valorizar e fortalecer a identidade da criança na Educação
Infantil torna-se necessário a implantação de um Plano de Ação para planejar atividades
específicas que tratem a diversidade como algo inerente às relações sociais.
Promover uma educação ética, voltada para o respeito e convívio harmônico com a
diversidade deve-se partir de temáticas significativas propiciando condições desde a mais tenra
idade, para que as crianças tomem consciência de suas próprias raízes.
Propor atividades escolares visando trabalhar o preconceito racial através do conhecimento e
valorização da cultura dos negros e afros descendentes, fortalecendo, assim, a identidade das
crianças.
10. Mostrar, num mapa-múndi, os cinco continentes – a América, a Europa, a Ásia, a África
e a Oceania, ressaltando que eles são divididos em países, cada um com seus costumes e
tradições, suas festas, músicas e danças, suas religiões e seu jeito de ser, pois ninguém é igual a
ninguém e é isso que dá graça à vida.
11. Conversar com as crianças sobre as “famílias” (povos) que formam o Brasil: os índios, o
negro, o colonizador europeu, os imigrantes italianos, japoneses, árabes, judeus etc. Explicar que
esses povos foram se cruzando, para formar a grande família brasileira, que tem as características
de suas origens. Lembrar aqui as contribuições desses povos nas festas, na música, na culinária,
nas histórias etc.
Material: Jornal suficiente para forrar a boneca, meias calças escuras, lã preta, laços de fitas,
materiais da natureza para montar os olhos, boca e nariz, roupa de criança ou pedaços de tecido.
Como fazer: Pegue duas meias calças e peça ajuda das crianças para irem amassando o jornal e
colocando dentro das meias. Amarre pela cintura as duas meias cheias de jornal, de modo que as
pernas de uma fique para baixo formando as pernas da boneca e as pernas da outra meia fique para
cima formando os braços. Agora corte a pernas da terceira meia, encha de jornal até ficar uma bola
e costure nas outras meias, formando a cabeça. Coloque uma roupa de criança na boneca, cole
com cola quente a lã para o cabelo (pode-se fazer várias trancinhas e por as fitinhas). Cole os
olhos, boca e nariz feitos com materiais da natureza.
Depois que a boneca estiver pronta combine com as crianças que essa irá visitar todas as casas.
Quando a Menina Bonita estiver na casa da criança esta deve fazer algo divertido em conjunto
com a boneca e sua família (ler a história que foi junto, passear, brincar…), depois a criança
registra no caderno de desenho o que fizeram juntas, pode-se por fotos se a família desejar
imprimir e colar.Assim a boneca vai passando de casa em casa. Depois, em sala, as crianças
contam para os outros a experiência de ter a Menina Bonita em casa. Essa é uma atividade
importante para trabalhar as questões raciais, levando a discussão para casa.
Conclusão:
Os primeiros anos da infância são fundamentais para a formação intelectual, afetiva e social do ser
humano. Através desse primeiro contato com o mundo que a criança faz-se sujeito ativo,
interagindo e transformando o meio na qual está inserida.
A Constituição Federal atribuiu à educação infantil atuação especial e estratégica na satisfação dos
conteúdos básicos de aprendizagem, nomeadamente valores e atitudes, ao lado de conhecimentos
e habilidades.
Pude concluir que as crianças pequenas já passaram por processos de subjetivação que as levaram
a concepções já tão arraigadas no nosso imaginário e na realidade social sobre o branco e o negro
e, consequentemente, sobre as positividades e negatividades atribuídas a um ou outro grupo racial.
Cavalleiro (1998) afirma que crianças em idade pré-escolar já interiorizam ideias preconceituosas
que incluem a cor da pele como elemento definidor de qualidades pessoais
É função do educador fazer frente a essas concepções valorizando a diversidade cultural. A
natureza da Educação Infantil e o princípio da autonomia assegurado pela Constituição e pela
LDB tornam especialmente desafiadora a tarefa de promover a igualdade na educação.
Referências:
CAVALLEIRO, Eliane dos Santos. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e
discriminação na educação infantil. 1998. 240f. Dissertação (Mestrado em Educação) –
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.
MACHADO. Ana Maria: Menina bonita do laço de fita. 7º edição. São Paulo. Ártica, 2005