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EDUCAÇÃO, PSICOMOTRICIDADE, TECNOLOGIAS E INCLUSÃO: a

valorização dos alunos precisa permear todo o trabalho pedagógico.

Simone Helen Drumond Ischkanian¹


Silvana Nascimento de Carvalho2
Marli Balta Ferreira3
Rita de Cássia Soares Duque 4
Alcione Santos de Souza5
Mirtes de Melo Tavares6
Elaine Gemima Santos de Souza 7
1. INTRODUÇÃO
Educação, psicomotricidade, tecnologias e inclusão: a valorização dos alunos
precisa permear todo o trabalho pedagógico, evidencia que nos últimos anos, o mundo
passou por grandes mudanças, incluindo o rápido desenvolvimento da tecnologia, das
perspectivas que envolvem a psicomotricidade global do ser humano e da abrangência
educacional que envolve a inclusão. Isso levou a profundas modificações na economia,
na política, nas formas de comunicação e nas relações entre os indivíduos.
1
ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond - Doutoranda em Educação, Professora SEMED,
UEA e IFAM – Autora do Método de Portfólios Educacionais (Inclusão – Autismo e
Educação). SHDI é autora de artigos e livros. E-mail simone_drumond@hotmail.com
2
CARVALHO, Silvana Nascimento. Professora concursada pela SEMED - AMA. Formada em
Pedagogia pela UEA. Pós-Graduação em Educação. Atualmente trabalha com tecnologias pela
SEMED-AM.
3
FERREIRA, Marli Balta - Autora de artigos e livros, é citação e referencia em artigos de livros
pela Editora Schreibe. Mestranda em Ensino na Saúde - MEPS/UFG, Especialista em Gestão
Pública pela FFOCUS, Graduada em Letras Português/Espanhol pela FABRAS e Graduada em
Tecnologia em Sistema de Informação pelo CEFET/GO, Coordenadora de Inovação em
Educação em Saúde - SESG-GO. E-mail: arsjatai@gmail.com
4
DUQUE, Rita de Cássia Soares - Autora de artigos e livros, é citação e referencia em artigos
de livros pela Editora Schreibe e Arcoeditora. Formada em Pedagogia pela Universidade
Federal de Mato Grosso. Especialista em Docência do Ensino Superior (Faculdade Afirmativo).
Especialista em Educação Inclusiva e TGD / TEA (FAVENI). Especialista em Psicologia
Escolar e Educacional (FAVENI). Mestranda em Educação. Orcid. https://orcid.org/0000-
0002-5225-3603 E-mail: cassiaduque@hotmail.com
5
SOUZA, Alcione Santos de - Autora de artigos e livros. Doutoranda em Ciências Agrárias -
UFRN. Pós-doutoranda do Programa de Mestrado profissional em Geografia – UFRN. Docente
de Geografia na Universidade do Estado do Pará. http://lattes.cnpq.br/3920607811795246. E-
mail: alcione.souza@uepa.br
6
TAVARES, Mirtes de Melo - Pós-Graduação Lato Sensu em Tecnologias Educacionais para a
Docência em Educação Profissional e Tecnológica, realizado pela Escola Superior de
Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas(EST - UEA). Professora de Moda do
vestuário - E-mail: mirtestavaresa@hotmail.com
7
DE SOUZA, Elaine Gemima Santos - Pós-Graduação Lato Sensu em Tecnologias
Educacionais para a Docência em Educação Profissional e Tecnológica, realizado pela Escola
Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Graduada em
Enfermagem - UNINORTE. Graduanda em Direito - Estácio. Professora e preceptora em
Medicina (Femetro-AM) Enfermagem (CETAM-AM), E-mail: elainegemima@gmail.com
Segundo Castells (1999), essas transformações fazem parte de uma nova
resolução econômica e social centrada nas tecnologias de informação e comunicação,
com uma revolução tecnológica no cerne da transformação.

Fonte: Arquivo pessoal de Silvana Nascimento de Carvalho (imagem autorizada para


publicação neste artigo)

A professora Alcione Santos de Souza evidencia que, ao “valorizar a


participação dos alunos e torná-los protagonistas no processo de aprendizagem, os
mesmos podem desenvolver autonomia em sua aprendizagem”. Neste sentido vale
destacar que os alunos devem ser mediados para buscar conhecimento e caminhar
sozinhos em busca de informações.
A prática de ensino de qualidade coesamente, os aspectos voltados à
psicomotricidade nos diversos níveis de ensino, transversalizando as matérias cotidianas
e aliadas às tecnologias, a valorização dos alunos típicos e atípicos, permeiam todo o
trabalho pedagógico, aumentando a autoestima e ofertando ao coletivo educacional,
confiança em seu potencial. Muitos alunos vêm de duras realidades sociais, mas é
somente através do trabalho desenvolvido pelos professores que podemos acreditar que
é possível mudar a qualidade da vida de TODOS os alunos.
2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Educação e psicomotricidade

Em uma sociedade de diversidade e pluralidade, psicomotor significa estudar o


corpo em movimento, desenvolver seus aspectos cognitivos e motores, desenvolver
processos de aprendizagem de forma contínua e globalizada e tratar deficiências
funcionais. Na educação terapêutica, a psicomotricidade aliada às atividades com ênfase
nas tecnologias assistivas é de grande valia para soluções de problemas relacionados à
Educação.
Especialmente na educação infantil, há a necessidade de trabalhar com as
crianças os processos psicoativos, pois devem abordar áreas de habilidades
psicomotoras e usar a experiência da criança como meio de aprofundar as etapas do
desenvolvimento.
O desenvolvimento motor está relacionado às áreas cognitiva e afetiva do
comportamento humano, sendo influenciado por muitos fatores. Dentre eles
destacam os aspectos ambientais, biológicos, familiar, entre outros. Esse
desenvolvimento é a contínua alteração da motricidade, ao longo do ciclo da
vida, proporcionada pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia
do indivíduo e as condições do ambiente. (GALLAHUE, 2005, p. 03).

Marli Balta Ferreira retrata que nas “diversas etapas educacionais do Ensino
Infantil, a psicomotricidade é importante”, e neste sentido, é fator primordial que os
educadores compreendam maneiras adequadas e eficazes de abordar os fenômenos que
os cercam, especialmente o desenvolvimento psicomotor dos alunos no contexto da
inclusão.
A prática psicomotora deve ser entendida como um processo de suporte que
acompanha o próprio procedimento de amadurecimento da criança, desde a capacidade
de expressão e desenvolvimento de habilidades motoras até a capacidade de acesso à
descentralização.

2.2 Atividades psicomotoras para:


 Déficits no equilíbrio: podem ser utilizados exercícios de reconhecimento
proprioceptivo, exercícios de impulso e exercícios de equilíbrio. As propostas lúdicas
que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducação destas perspectivas seriam:
músicas, brincar de estátua, amarelinha, brincar de se equilibrar sobre linhas no chão e
jogar boliche.
 Déficits na coordenação: utilizam-se exercícios de grande motricidade, de
destreza, de coordenação dinâmica envolvendo o lúdico, de motricidade delicada e
exercícios motores de pré-escrita. As propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na
prevenção e reeducação destas perspectivas seriam jogos de boliche, bola ao cesto, bola
de gude, jogos com tacos, brincar de passar por baixo de cadeiras, brincar de trem,
canções com trabalho corporal e dramatizações com fantoches.
 Déficits no reconhecimento interno e tátil: utilizam-se exercícios de
reconhecimento interno e tátil, de tomada de posição, de coordenação, de equilíbrio, de
destreza e exercícios com olhos vendados. As propostas lúdicas que contribuem e
auxiliam na prevenção e reeducações destas perspectivas seriam: brincar de cabra-cega,
brincar de adivinhar o quem tem dentro de um saco só pelo tato, brincar com dominós
táteis, dramatizações e andar sobre banco (brincar de desfile de moda).
 Déficits intelectuais: em se tratando da reeducação para estas perspectivas
intelectuais, utilizam-se exercícios motores, de memórias, exercícios de reconhecimento
e outros correspondentes à sua idade mental. As propostas lúdicas que contribuem e
auxiliam na prevenção e reeducação destas perturbações seriam: pintura, jogos da
memória, jogos de adivinhações, dramatizações através de canções, brincar de teatro,
contos e histórias.
 Déficits no esquema corporal: para estas perspectivas podem ser utilizados
exercícios de grande motricidade, de orientação espaço-temporal e de aperfeiçoamento
dos movimentos. As propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na prevenção e
reeducação destas perturbações seriam: brincar com músicas e danças, de estátua, artes
plásticas, brincar de roda, cabra-cega, canções com trabalho corporal, a canção Escravo-
de-Jó, brincar de se vestir com os olhos vendados, dublar canções dramatizando e
brincar de morto-vivo.
 Déficits lateralidade: utilizam-se exercícios de percepção do lado
dominante, de eixo simétrico do corpo, de formação de bonecos, de reconhecimento de
esquerda-direita, de discriminação visual e de educação gráfica. As propostas lúdicas
que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducação destas perspectivas seriam: artes
plásticas (colagens, recorte, trabalho com miçangas), brincar de roda com canções que
falam de direita e esquerda, brincar de gato e rato, brincar com espelho e brincar de
macaco mandou.
 Déficits na estrutura espacial: utiliza exercícios de estrutura espacial, de
discriminação visual, de educação da direção gráfica e de topologia. As propostas
lúdicas que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducação destas perspectivas
seriam: jogos cantados, dança das cadeiras, boliche, brincar de se rastejar, jogo de loto,
jogos de encaixe, quebra-cabeças, loto de posições, jogo da velha, resta um, artes
plásticas (dobraduras).
 Déficits da orientação espacial: utilizam-se exercícios de duração dos
intervalos, de ritmos, exercícios com noção de distância. As propostas lúdicas que
contribuem e auxiliam na prevenção e reeducação destas perspectivas seriam: adivinhar
algo através de mímicas, brincadeiras com músicas (dança da cadeira, estátua), dona
galinha e seus pintinhos, amarelinha, cantigas de roda e suas representações dramáticas.
 Déficits no grafismo: utilizam-se exercícios da coordenação. As propostas
lúdicas que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducação destas perspectivas
seriam: artes plásticas (pintura, argila, massinha, trabalho com miçangas, rasgar papel e
colagens).
 Atraso motor: no caso dos atrasos do desenvolvimento motor, podem ser
utilizados exercícios motores e sensoriais como jogos de bola, jogos de destreza e de
percepção do esquema corporal. As propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na
prevenção e reeducação destas perspectivas seriam: músicas, fantoches, quebra-cabeças
com figuras humanas e brincar de circo (equilíbrio).
 Déficits motores: (sistema motor) utilizam-se exercícios de destreza e
coordenação, para o esquema corporal utiliza-se exercícios de conhecimentos das partes
do corpo, organizadores da lateralidade e exercícios preceptor-motores.
 Na lateralidade: utilizam-se exercícios com recurso do espelho e do
conhecimento de esquerda-direita, e no caso de dificuldades da estruturação espacial, os
jogos de estruturação espacial. As propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na
prevenção e reeducação destas perspectivas seriam: matizações, músicas e canções que
trabalham o corpo e artes plásticas (modelagem com argila, esculturas e massinha).
2.3 Educação e tecnologias
As novas tecnologias são grandes aliadas da educação e têm o poder de agilizar
o processo de ensino e aprendizagem. Quando praticada de forma responsável e criativa,
a tecnologia traz muitos benefícios para alunos e professores. Com a prevalência da
tecnologia, é comum que as novas gerações incorporem gadgets em seu cotidiano, e as
escolas não devem ser excluídas dessas influências.

Fonte: Arquivo pessoal de Mirtes de Melo Tavares (imagem autorizada para publicação neste
artigo)

Deve-se notar que Bannel et AL. (2016) incluiu na prática pedagógica a


relação entre tecnologia digital e pensamento humano em seus processos-chave como
percepção, abstração, atenção, memória, significado e raciocínio. Rita de Cássia Soares
Duque reporta que “este contexto constitui um tema de debate atual no campo da
educação, em torno do qual são enfatizadas as novas concepções” que orientarão os
professores e a educação no século XXI.
A tecnologia está cada vez mais integrada à sociedade, ajudando a tornar mais
fácil e flexível o acesso a objetos específicos, informações, conteúdos e tarefas
completas. E reconhecendo que chegou a todos, principalmente aos pais que se
perguntam se a tecnologia é benéfica ou prejudicial para seus filhos. Com as
ferramentas e estratégias certas, a tecnologia pode ser utilizada para facilitar o
desenvolvimento acadêmico da primeira infância, mas o uso irrestrito pode causar
problemas e atrapalhar o desenvolvimento do aluno, promovendo a valorização dos
alunos e permeando todo o trabalho pedagógico.
Elaine Gemima Santos de Souza reflete que “as escolas e os sistemas de ensino
estão cada vez mais conectados aos recursos tecnológicos com o objetivo de facilitar
seu uso correto para potencializar o aprendizado”.
Isso também contribui para a crítica e educação social. E como esses alunos
nasceram em cenários técnicos, um treinamento inovador os ajudará a se familiarizar
com as ferramentas e saber como usá-las com sabedoria. Além disso, a exposição à
tecnologia permite que você desenvolva habilidades que facilitarão seu trabalho futuro.

2.4 Tecnologias e inclusão


A Tecnologia Assistiva (TA), na educação, inclui mouses diferenciados,
teclados virtuais com escaneamento e acionamento, software de comunicação
alternativa, leitores de texto, texto ampliado, texto em braile, texto com símbolos,
móveis acessíveis e recursos de mobilidade pessoal.
A autora Marli Balta Ferreira destaca que as “tecnologias assistivas (TA), são
programas que apóiam a comunicação e a inclusão” e permitem que todos tenham
acesso aos mesmos recursos. Assim, todos podem participar igualmente da sala de aula,
aumentando a eficiência e ajudando os alunos atípicos a atingir seu pleno potencial.
Litto e Formiga (2009, p. 43) destacam que os novos modelos de aprendizagem
fazem uso intenso das tecnologias e coincidem com inovações em todos os níveis da
vida humana. Em outras palavras, o uso da tecnologia relacionado aos métodos
pedagógicos, revisão das relações pedagógicas, faz parte de um contexto ampliado em
que pessoas mais instruídas são mais bem formadas e têm melhores oportunidades de
vida.
A professora e escritora Rita de Cássia Soares Duque enfatiza que “incorporar
a tecnologia à sala de aula torna-se uma estratégia para aproximar os alunos da
realidade”, pois eles fazem parte do contexto social, possibilitando um movimento de
socialização e produção e compartilhamento do conhecimento.
A tecnologia ajuda a inclusão a identificar as necessidades dos alunos e assim
permeia todo o trabalho educativo. Pessoas com deficiência usam computadores para
fazer seu trabalho, adquirir conhecimento e desenvolver habilidades.
Silvana Nascimento de Carvalho realça que “a utilização de recursos técnicos
facilita as atividades do dia a dia e proporciona diversos benefícios” como aumento de
produtividade, melhor comunicação, maior autonomia e interação.

2.5 A valorização dos alunos precisa permear todo o trabalho pedagógico


Os alunos devem ser atendidos para todo o trabalho educacional. Afinal, todo o
trabalho dos professores é fazer com que os alunos aprendam. Apesar disso, vivemos
em uma cultura onde os educadores não valorizam adequadamente os potenciais
existentes em cada aluno típico ou atípico.
Somente nas últimas décadas começamos a pensar nos alunos como pessoas
repletas de direitos. É necessário pensar e planejar práticas de ensino que valorizem o
aluno. Deve-se levar em conta a busca pela autonomia do aluno, e assim, melhorar a
qualidade global do ensino.
Urge a necessidade de viabilizar métodos ativos em que os alunos típicos e
atípicos possam participar de salas de aula onde a pedagogia nas formas de aprender e
ensinar sejam repletos de vida.
A professora Silvana Nascimento de Carvalho enfatiza que “deve-se levar em
consideração que crianças e jovens estão cada vez mais conectados à tecnologia digital
e se constituem em uma geração que cria novas relações com a informação”, o que
exige, portanto, mudanças significativas nas escolas (BACICH; TANZI NETO;
TREVISANI, 2015). Para estes autores, a utilização das tecnologias digitais no contexto
escolar oferece aos participantes diferentes oportunidades para uma aprendizagem mais
significativa, não esquecendo que a condição de propostas didáticas deve ser organizada
em torno dos quatro pilares principais da educação:

Aprender a aprender: adquirir Aprender a fazer: capacidade de


ferramentas tecnológicas com influenciar o coletivo educacional
ênfases nas formas de compreensão para as formas de aprender e ensinar,
dos alunos típicos e atípicos. com foco nas tecnologias.
Aprender a viver juntos: Aprender a ser: o principal conceito
evidenciar cooperação com os outros que une todos os outros, para a
em todas as atividades que envolvem valorização dos alunos, permeando
aprendizagem, focando nas todo o trabalho pedagógico das
tecnologias ativas e inovadoras. instituições educacionais.
Fonte: Autores (2023)
O protagonismo dos estudantes é outra, entre as práticas pedagógicas, que
possui estreita ligação com a valorização dos alunos. Entretanto, protagonismo se refere
ao estudante estar no centro de sua aprendizagem. Mediar o protagonismo estudantil só
é possível se os educadores têm em mente que crianças, adolescentes e outros
estudantes são sujeitos de direitos e com voz ativa. Faz parte do processo que os
próprios estudantes se responsabilizem por ações em sala de aula e na instituição
escolar.
Em síntese, as instituições mais inovadoras procuram integrar algumas
dimensões importantes no seu projeto político-pedagógico, para a valorização dos
alunos e permear todo o trabalho pedagógico. Mirtes de Melo Tavares elucida que para
a “evolução nas formas de ensinar e aprender é primordial, para tornar o aluno típico e
atípico capaz de percorrer os novos caminhos do conhecimento” de forma segura:

•Ênfase no projeto de vida de cada aluno, com orientação de um mentor;


•Ênfase em valores e competências amplas: de conhecimentos e
socioemocionais;
•Equilíbrio entre as aprendizagens pessoal e grupal. Respeito ao ritmo e estilo
de aprendizagem de cada aluno combinado com metodologias ativas grupais
(desafios, projetos, jogos significativos), sem disciplinas, com integração de
tempos, espaços e tecnologias digitais. (MORAN, 2015, p. 27-28).
Moran (2015) enfatiza que o digital provoca novas aprendizagens e amplia
grupos e comunidades de práticas, saberes e coautores de uma educação em constante
movimento, onde os alunos também podem ser produtores de conhecimento, coautores
com colegas e professores, reescrevendo o material em grupo. Essa combinação entre a
sala de aula e o ambiente virtual é fundamental para abrir a escola para o mundo e
também para trazer o mundo para a escola. Por isso se assume que a escola está se
reinventando, evidenciando a importância do professor adotar os saberes advindos das
tecnologias, para que se sistematizem em suas práticas pedagógicas.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Educação, psicomotricidade, tecnologias e inclusão: a valorização dos alunos
precisa permear todo o trabalho pedagógico, destacam as potencialidades inerentes às
tecnologias, suas contribuições na aprendizagem e as mudanças que trazem ao ambiente
escolar, de modo a permitir uma visão de mundo, de ser humano, de educação para

todos e por todos.

Os alunos típicos e atípicos do século XXI não aprendem da mesma forma que
no século passado, o uso das tecnologias digitais de informação e comunicação no
ambiente escolar oferece diversas oportunidades para formar alunos típicos e atípicos
capazes de viver e se comunicar em um mundo interativo, destacando-se como um
membro da cultura do planeta azul.
A valorização dos alunos precisa permear todo o trabalho pedagógico, através
do uso crescente da tecnologia que geralmente diversifica as estratégias de ensino,
exigindo assim, reflexão sobre as técnicas pedagógicas e o trabalho com novos
paradigmas educacionais e ferramentas de aprendizagem, como o ensino de
configuração híbrida, continua sendo um desafio para muitos professores. Por fim,
destaca-se que a tecnologia não se limita ao uso de ferramentas ou dispositivos, mas vai
além deles e se torna um intermediário entre o aluno típico e atípico e o mundo, gerando
um mecanismo por meio do qual o coletivo educacional conhece e constrói seu próprio
conhecimento para transformar a si e ao seu contexto social.
REFERÊNCIAS

BACICH, Lilian; TANZI NETO, Adolfo; TREVISANI, Fernando de Mello. Ensino


híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015.

BANNELL, Ralph Ings. (Org) Educação no século XXI: cognição, tecnologia e


aprendizagem. São Paulo: Vozes, 2016.

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 18. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2017. V.1.
________. A sociedade em rede. 2.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. V.1.

GALLAHUE, David L; OZMUN John C. Compreendendo o desenvolvimento motor


de bebês, crianças, adolescentes e adultos. 2. Ed. São Paulo: Forte, 2005.

LITTO, Frederic M.; FORMIGA, Marcos. Educação à distância – o estado da arte.


São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.

MORAN, José Manuel. Ensino híbrido: equilíbrio entre a aprendizagem individual


e a grupal. In: Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação, 6º, Recife, 2015a.
Anais. Universidade Federal de Pernambuco, 2015.

______. Educação híbrida. Um conceito-chave para a educação, hoje. In: BACICH,


Lilian; TANZI NETO, Adolfo; TREVISANI, Fernando de Mello. (Org). Ensino
Híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015b, p.
26-42.

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