Você está na página 1de 52

UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium


Curso de Pedagogia

Fernanda Cristina da Silva Alves


Lucia Gomes de Moraes

ESTIMULAÇÃO PSICOMOTORA COMO AÇÃO


PREVENTIVA EM CRIANÇAS DE 3 ANOS DE IDADE.

Lins – SP
2014
FERNANDA CRISTINA DA SILVA ALVES
LUCIA GOMES DE MORAES

ESTIMULACÃO PSICOMOTORA COMO AÇÃO PREVENTIVA EM CRIANÇAS DE 3


ANOS DE IDADE

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Banca Examinadora do
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Pedagogia, sob a
orientação da prof.ª Dra. Fabiana Sayuri
Sameshima e orientação técnica da prof.ª
Ma Fatima Eliana Frigatto Bozzo.

Lins – SP
2014
Alves, Fernanda Cristina da Silva; Moraes, Lucia Gomes de

A479e Estimulação psicomotora precoce como ação preventiva em


crianças de 3 anos de idade / Fernanda Cristina da Silva Alves; Lucia
Gomes de Moraes. – – Lins, 2014.
52p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico


Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em
Pedagogia, 2014.
Orientadores: Fabiana Sayuri Sameshima; Fatima Eliana
Frigatto Bozzo.

1. Psicomotricidade. 2. Estimulação Precoce. 3. Prevenção. 4.


Educação. I Título.

CDU 37
FERNANDA CRISTINA DA SILVA ALVES
LUCIA GOMES DE MORAES

ESTIMULAÇAO PSICOMOTORA COMO AÇÃO PREVENTIVA EM CRIANÇAS DE 3


ANOS DE IDADE

Monografia apresentada ao Centro Universitário Salesiano Auxilium, para obtenção


do titulo de Licenciado (ª) em Pedagogia.

Aprovada em:____/____/____.

Banca Examinadora:
DEDICATÓRIA

A meus pais, Severiano e Fátima.


A meu filho amado, Murilo.
A meu marido, homem da minha vida, Diego.
A meu irmão, Luiz.
A minha amiga, companheira e “filha”, Lucia.

Fernanda Alves

A meus pais Avelino e Maria.


A meus irmãos Almir e Luis Fernando.
A meu namorado Marcelo.
A minha companheira e “mãezinha”, Fernanda.

Lucia Gomes
AGRADECIMENTO

Primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, por nos ter
dado saúde е força para superar as dificuldades não só ao longo do curso,
mas em todos os momentos de nossas vidas.

Aos nossos familiares que com todo amor e paciência nos ajudaram a chegar
até aqui, nos incentivando e acreditando que éramos capazes.

Agradecemos a todos aqueles que nos acompanharam durante esses três


longos anos, a começar pelos nossos professores, amigos de sala e nossa
orientadora. Obrigada por tudo, foi um prazer dividir esses três anos com
vocês.

Agradeço a minha parceira e grande amiga Lucia, pelo apoio, paciência,


dedicação e companheirismo, pois sem ela nada seria igual. Sentirei
saudades!
Agradeço a minha parceira e amiga Fernanda, por sua dedicação, paciência,
carinho e comprometimento para realização deste trabalho e em todo decorrer
do curso auxiliando-me. Obrigada por sua ajuda e companheirismo que foram
essenciais para minha formação acadêmica e principalmente pessoal.
RESUMO

A educação psicomotora é de extrema importância para o desenvolvimento de


habilidades motoras, cognitivas, linguísticas e afetivas de alunos da Educação
Infantil. Neste sentido, se faz necessário estimular precocemente os alunos,
objetivando prevenir problemas futuros que lhe comprometerão o desenvolvimento
global, visando à prevenção de futuros problemas acadêmicos. O objetivo do
trabalho foi analisar três atividades para a estimulação psicomotora precoce em
crianças de 3 anos, sendo as atividades selecionadas pela professora, com foco no
planejamento escolar. A metodologia utilizada foi a pesquisa-ação, com uma
abordagem qualitativa de análise de conteúdo, em que os trechos da filmagem
foram transcritos conforme análise da conversação proposta por Marcuschi. A
pesquisa de campo foi realizada no período de junho a outubro de 2014 em uma
escola de educação infantil no município de Lins. Participaram a professora da sala
e seus respectivos alunos com idades de três anos, totalizando dezesseis alunos.
As atividades filmadas foram: Dança da cadeira, brincadeira de faz de conta e
musica cabeça, ombro, joelho e pé e tiveram duração de oito minutos cada. Por
meio de análise foi possível identificar que a criança necessita vivenciar situações
cotidianas reais e que sinta-se motivada a aprender desafios novos. Neste sentido
deve ser estimulada em sua totalidade sendo necessário que as habilidades sejam
oferecidas de maneira igual para que ocorra o equilíbrio do desenvolvimento. As
atividades propostas pela professora possibilitaram a vivência de atividades
relacionadas ao convívio social e que puderam além de propiciar situações motoras
e afetivas, levaram os alunos ao levantamento de hipóteses e formação de
conceitos. Conclui-se que o professor deve proporcionar diversidade em atividades
psicomotoras oferecendo situações que auxiliam no desenvolvimento de habilidades
garantindo resultados satisfatórios na busca pela prevenção de problemas futuros no
indivíduo e em seu processo de ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: Psicomotricidade. Estimulação. Prevenção. Educação Infantil.


ABSTRACT

The psychomotor education is of extreme importance for the development of


motor skills, cognitive, linguistic and affectionate of pupils of the Childlike Education.
In this sense, it is made necessary the pupils stimulate as soon as possible, aiming
to prevent future problems that will compromise the global development, aiming for
the prevention of future academic problems. The objective of the work analysed three
activities for the psychomotor stimulation in 3-year-old children, being the activities
selected by the teacher, with focus in the school projection. The used methodology
was to inquiry-action, with a qualitative approach of analysis of content, in which the
passages of the filming were transcribed according to analysis of the conversation
proposed by Marcuschi. The field work was carried out in the period of June the
October of 2014 in a school of childlike education in the local authority of Lins. They
announced the teacher of the room and his respective pupils with ages of three
years, when sixteen pupils are totalizing. The filmed activities were: musicals chair,
make-believe game and the Head, shoulder, knee and toes song and they had
duration of eight minutes each. Through analysis it was possible to identify that need
the child to survive daily real situations and that one feel caused learning new
challenges. In this sense it must be stimulated in its entirety being necessary that the
skills are offered in equal way so that the balance of the development takes place.
The activities proposed by the teacher made possible the existence of activities
made a list to the social familiarity and what could besides favoring situations motor
and affectionate, took the pupils to the lifting of hypotheses and formation of
concepts. The conclusion is that the teacher must provide diversity in psychomotors
activities offering situations that they help in the development of skills guaranteeing
satisfactory results in the search for the prevention of future problems in the
individual and in his process of teaching-apprenticeship.

Key words: Psychomotor. Stimulation. Prevention. Childlike education.


LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EMEI: Escola Municipal de Educação Infantil

LDB: Lei de Diretrizes e Bases

RCNEI: Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil


LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Legenda da transcrição de filmagem...................................................... 35


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................... 10

CAPÍTULO I – A IMPORTANCIA DA PSICOMOTRICIDADE ................ 12


1 PSICOMOTRICIDADE .................................................................... 12
1.1 Conceito da psicomotricidade .......................................................... 12
1.2 Psicomotricidade e educação infantil ............................................... 14
1.3 Relação psicomotora dos 3 aos 6 anos ........................................... 17
1.4 Relação psicomotora em crianças de 3 anos .................................. 18
1.5 Elementos psicomotores .................................................................. 22

CAPÍTULO II – HABILIDADES PSICOMOTORAS ................................. 24


2 HABILIDADES MOTORAS ............................................................. 24
2.1 Habilidades cognitivas ................................................................... 26
2.2 Habilidades sócio-afetivas ............................................................... 28
2.3 Comunicação e linguagem .............................................................. 30

CAPÍTULO III - A PESQUISA .................................................................. 33


3 INTRODUÇÃO................................................................................. 33
3.1 Período de coleta de dados ............................................................. 33
3.2 Caracterização da escola ................................................................ 33
3.3 Coleta de dados ............................................................................... 34

CAPÍTULO IV - RESULTADOS ............................................................... 36

CONSIDEREÇÕES FINAIS ..................................................................... 46


PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ............................................................ 47
REFERÊNCIAS ........................................................................................ 48
11

INTRODUÇÃO

A estimulação tem como objetivo desenvolver e potencializar por meio de


exercícios, jogos, atividades e técnicas o cérebro das crianças, a qual beneficia seu
lado intelectual, físico, cognitivo e afetivo. São nos primeiros anos de vida que
ocorrem diversas modificações importantes para o desenvolvimento dessas
habilidades.
Neste sentido, a carência da estimulação nos primeiros anos de vida de uma
criança diminui o ritmo do processo evolutivo e aumenta as chances de transtornos
psicomotores, sócio afetivos, cognitivos e da linguagem.
A educação psicomotora encontra-se permeada por uma interdisciplinaridade
que abrange atividades oferecidas de forma sequenciada, as quais visam a
educação por meio do movimento, atuando sobre o intelecto humano de forma a
estabelecer relações entre ação e pensamento, evidenciando sua importância para o
desenvolvimento cognitivo da criança. Estimulá-las utilizando meios que têm por
objetivo seu desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo é uma das funções do
profissional na educação infantil, que devem considerar também seu aluno de
maneira geral, ou seja, enxergá-lo como habilidoso e também com algumas
habilidades ainda a serem exploradas.

A educação psicomotora concerne uma formação de base indispensável a


toda criança que seja normal ou com problemas. Responde a uma dupla
finalidade: assegurar o desenvolvimento funcional tendo em conta
possibilidades da criança e ajudar sua afetividade e expandir-se e a
equilibrar-se através do intercâmbio com o ambiente humano (LE BOULCH,
2001, p.13).

A estimulação psicomotora na educação visa prevenir distúrbios perceptíveis


precocemente em algumas crianças, interferindo nos diversos níveis de expressão
corporal; sabe-se, portanto, que a ausência desses estímulos pode diminuir a
maturação e algumas funções inatas.
A literatura pontua que crianças bem estimuladas aproveitarão suas
capacidades de aprendizagem e de adaptação ao seu meio, de uma forma simples,
intensa e rápida (PERIN, 2010).
Quando a criança é estimulada, abre-se um leque de oportunidades e
experiências que a fará explorar, adquirir habilidades e entender o que ocorre ao seu
12

redor. Dessa forma, o estímulo une adaptabilidade do cérebro à capacidade de


aprendizagem, favorecendo a orientação do potencial e das capacidades dos
pequenos.
Sendo assim, a seleção de atividades adequadas à faixa etária e ao
desenvolvimento psicomotor de crianças de 3 anos, auxiliaria no desenvolvimento
de habilidades motoras, afetivas e linguísticas no ambiente escolar?
Conforme Brasil (2003) afirma, um bom programa de educação infantil do
nascimento até os seis anos de idade, traz benefícios indiscutíveis para
possibilidades humanas, de habilidades, da promoção da aprendizagem, da
autonomia moral, intelectual e, principalmente, para a valorização de diferentes
formas de comunicação e de expressão.
Esta pesquisa teve como objetivos analisar atividades para a estimulação
psicomotora em crianças de 3 anos, sendo as atividades selecionadas pela
professora, com foco no planejamento escolar.
Realizou-se uma pesquisa-ação, com uma abordagem qualitativa de análise
de conteúdo. A pesquisa de campo foi realizada em uma escola de educação infantil
no município de Lins, onde foi selecionada uma professora e seus respectivos
alunos com idades de três anos.
A monografia foi dividida em quatro capítulos, sendo que o capitulo I,
intitulado, “A importância da Psicomotricidade” apresentou, de acordo com a
literatura, que a educação psicomotora é de extrema importância para as crianças, e
faz-se necessária a estimulação precocemente.
No capítulo II, “Habilidades psicomotoras”, foi abordada a intervenção do
professor para o desenvolvimento das habilidades necessárias no ambiente escolar.
O Capítulo III descreve a pesquisa realizada na Escola de educação infantil
no município de Lins, com análise metodológica de filmagem de atividades
cotidianas do ambiente escolar.
No Capítulo IV, “Resultados” através das atividades selecionadas serão
apresentadas as análises de conteúdo extraídas de trechos de filmagens.
Essa pesquisa é finalizada com a análise das atividades e conclusão.
13

CAPITULO I

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE

1 PSICOMOTRICIDADE

É por meio de atividades lúdicas, que a criança se desenvolverá utilizando


aquilo que já possui: sua imaginação e criatividade. De acordo com a literatura, a
educação psicomotora é de extrema importância no desenvolvimento de crianças
sem ou com dificuldades, e é por isso que se faz necessário estimulá-las
precocemente, objetivando prevenir problemas futuros que lhe comprometerão o
desenvolvimento afetivo, social, cognitivo e motor. A psicomotricidade é definida
como a Educação de base formadora que visa a prevenção de problemas que
causam atraso no desenvolvimento pessoal e escolar da criança. (ANDRADE, 2013)
A primeira referencia que uma criança possui é seu corpo e, portanto, é a
partir deste, que se estimulam conceitos para ampliar a capacidade da criança em
perceber o outro e o meio que a cerca. São as experiências ainda na infância as
responsáveis pelo desenvolvimento de um adulto completo, o qual não apresenta
lacunas em seu aspecto cognitivo. (ANDRADE,2013)
Não se trata, portanto, de simples atividades, mas de responder á
necessidades de um corpo real em construção, no qual o condicionamento dos
aprendizados resultarão em estruturas completas e principalmente, corrigidas em um
tempo biológico adequado.

1.1 Conceito de psicomotricidade

Segundo Andrade (2013), a psicomotricidade preventiva constitui um


importante instrumento de intervenção prática dos educadores, em oferecer
respostas perante as necessidades do corpo para uma educação específica, sendo
a responsável por garantir resultados satisfatórios na busca pela prevenção de
problemas futuros no indivíduo e em seu processo de ensino-aprendizagem.
Psicomotricidade é o termo utilizado para definir uma concepção integrada e
organizada de movimentos, segundo as experiências particulares de cada um,
14

resultando em sua individualidade, socialização e até mesmo na linguagem. No


entanto, estes movimentos exigem a integração de fatores sociais, psicológicos e
biológicos para produzir transformações e resultados positivos no desenvolvimento
da aprendizagem individual (ANDRADE, 2013).
A psicomotricidade é a neurociência que modifica o pensamento e está
diretamente relacionada a aspectos afetivos, motores, simbólicos e cognitivos. Deste
modo, influencia significativamente o processo de ensino-aprendizagem, sendo o
alicerce para que a educação em escolas primárias se desenvolva. (ANDRADE,
2013)
Esta neurociência estuda o homem por meio de seu corpo em movimento e a
relação de seu mundo interno e externo, englobando também, sua capacidade de
perceber, atuar e agir com o próximo, com objetos e consigo próprio, relacionando-
se com o processo de maturação, onde o corpo fornece a base para que se adquira
desenvolvimentos cognitivos, orgânicos e afetivos. Dessa forma, o termo é utilizado
para a concepção de organização e integração de movimentos segundo
experiências vivenciadas por cada sujeito, resultante de sua particularidade,
linguagem e socialização, contribua para a constituição e estruturação do esquema,
objetivando o exercício de movimentos em todas as fases de vida da criança por
meio de atividades lúdicas que relacionam-se com o meio social onde estão
inseridas. (ANDRADE, 2013)
A educação psicomotora infantil, conforme afirma Emidio (2010) constitui a
formação imprescindível para crianças normais ou com problemas no seu
desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, o qual por meio de jogos e atividades
lúdicas a criança adquire consciência de seu corpo, desenvolvendo habilidades de
percepção e ajuste do comportamento psicomotor, para que a criança possa
desenvolver um domínio intelectual de sua expressão motora. Contudo, as
atividades devem respeitar seus níveis de maturação biológica, sendo de
fundamental importância para prevenir problemas de aprendizagem, reeducando
músculo, postura, conceito de lateralidade e ritmo, relacionando movimento e corpo
a partir de sua idade, estrutura corporal, necessidades e interesses.
Para que a educação psicomotora possa ser trabalhada, precisa-se utilizar
funções perceptivas, sócio motoras e afetivas, possibilitando que a criança explore o
ambiente para adquirir experiências concretas fundamentais para seu
15

desenvolvimento intelectual, permitindo seu reconhecimento próprio e também do


mundo que a cerca. (EMIDIO, 2010)
Segundo Assunção e Coelho (2004), pode-se atribuir à psicomotricidade o
desígnio de educação formadora de base, sendo imprescindível à criança,
apresentando duas finalidades essenciais: a primeira, sendo a asseguradora do
desenvolvimento, considerando assim, as potencialidades de cada criança e a
segunda, auxiliando a ampliar e equilibrar sua afetividade por meio da relação
estabelecida com seu meio social.
Para Assunção e Coelho (2004), há a possibilidade de se estabelecer a
formação de uma imagem corporal e também de personalidade por meio de ações
espontâneas do corpo em movimento de cada criança, podendo assim, atribuir à
psicomotricidade também o conceito de educação do movimento ou ciência do corpo
e da mente, pois o corpo movimentando-se é o resultado de ações mentais,
estabelecendo um paralelo entre pensar e agir, o que necessita de funções
psíquicas e neurofisiológicas para ocorrer, enfatizando ainda, que suas técnicas
podem trabalhar todas as partes do corpo relacionando esses movimentos com a
afetividade e pensamento, pois enquanto movimentam-se utilizam funções
intelectuais.

As atividades motoras desempenham na vida da criança um papel


importantíssimo, em muitas das suas primeiras iniciativas intelectuais.
Enquanto explora o mundo que a rodeia com todos os órgãos dos sentidos,
ela percebe também os meios com os quais fará grande parte dos seus
contatos sociais (ASSUNÇÃO E COELHO, 2004, p.109).

Portanto, uma evolução nas ações psicomotoras, possibilita que o educando


exerça movimentos globais, passe a desenvolvê-los de forma específica, ou evolua
dos espontâneos aos conscientes, atribuindo-lhe, característica educacional, pois
toda criança mesmo não apresentando alguma deficiência necessita de
determinados estímulos para desenvolver suas potencialidades. Essa esfera
educacional que pode ser familiar ou escolar objetiva-se na função de ajustar o
sujeito consigo mesmo ou com outro.

1.2 Psicomotricidade e educação infantil

A educação psicomotora ou educação do movimento é uma área do


conhecimento que estuda e atua no intelecto fazendo relação entre o pensar e o
16

agir, contribuindo para gerar benefícios corporais, intelectuais, neurológicos e


emocionais do indivíduo por meio da estimulação. Sabe-se que a imagem corporal
bem definida causa certo equilíbrio entre suas funções e a maturidade,
transformando-a em um conjunto que favorece o desenvolvimento cognitivo da
criança e que possibilita maior interação com o meio exterior (LE BOULCH, 2001).
Atualmente, a psicomotricidade encontra-se envolta por uma
interdisciplinaridade, gerando linhas teóricas que se interligam e constroem uma
prática que permite ao educando uma estimulação na superação de limites,
considerando os fatores biológicos e culturais da criança na tentativa de construir
seu esquema corporal e melhorar situações que lhe causam risco (LE BOULCH,
2001).
Para Jean Piaget (2002), a motricidade é a responsável por formar no
educando seu pensamento cognitivo. A educação psicomotora então adotada pelo
autor possui intenção de estimular de maneira adequada respeitando a fase do
desenvolvimento de cada criança. O equilíbrio entre o individuo e seu meio acarreta
no jogo da adaptação, que por consequência engloba outros dois processos: a
assimilação que consiste em passar algo do meio para seu eu e a acomodação que
é a transformação própria em função do meio externo.

A assimilação e a acomodação são, portanto, os dois polos de uma


interação entre o organismo e o meio que é a condição para qualquer
funcionamento biológico e intelectual e uma tal interação supõe, já de início,
um equilíbrio entre as duas tendências dos polos contrários (PIAGET, 2002,
p.360).

É fundamental a criança ser estimulada ainda em seus primeiros anos de


vida, pois esta é a fase em que se desenvolve o sistema nervoso central. Se
estimulada desde pequena, a criança desenvolve facilidade em relacionar-se
afetivamente, aprende a lidar melhor com suas características físicas e integra-se,
portanto mais facilmente com seu meio social.
Possuir habilidade motora desenvolvida também faz parte do processo de
aprendizagem. Portanto, estruturar a educação psicomotora desde a educação
infantil, permite o aprendizado de conceitos de leitura e escrita que são
indispensáveis para a vida escolar e social, sendo assim, a psicomotricidade ainda
na Educação Infantil é imprescindível, pois a criança que se desenvolve com
ausência de estímulos tanto corporais quanto ambientais tem maior probabilidade de
apresentar dificuldades posteriores (PIAGET, 2002).
17

Segundo Le Boulch (2001, p.24), “essa educação psicomotora constitui a


base na escola de educação infantil, pois estrutura os conhecimentos escolares e
possibilita a criança se conhecer e adquirir habilidades ainda enquanto é tempo de
organizá-las”.
A educação motora é essencial para o desenvolvimento de aspectos:
sensoriais, como os estímulos auditivos, visuais, olfativos e gustativos que
desenvolvem-se internamente; cognitivos, englobam o processo da aprendizagem
como reflexão, e a capacidade de recriar; físicos, que abrangem o desenvolvimento
corporal facilitando o aprendizado diário e afetivos, onde se obtém resultados no
emocional da criança, assim ela conseguirá mais facilmente expressar seus medos,
angústias, alegrias e tristezas.
Sabe-se que as atividades psicomotoras desempenham um importante papel
na vida da criança facilitando seu desenvolvimento, por meio de suas primeiras
iniciativas intelectuais, sendo possível assim explorar o mundo com os órgãos dos
sentidos percebendo quem fará parte de seu meio social. No entanto, as atividades
devem ser adequadas para cada faixa etária, considerando que cada criança possui
fases diferentes de aprendizagem (ASSUNÇÃO E COELHO, 2004).
Para Assunção e Coelho (2004, p.116):

O professor pode ajudar e muito, em todos os níveis, na estimulação para o


desenvolvimento cognitivo e para o desenvolvimento de aptidões e
habilidades, na formação de atitudes através de uma relação afetiva
saudável e estável (que crie uma atmosfera de segurança e bem-estar para
a criança) e, sobretudo, respeitando e aceitando a criança do jeito que ela é.

Na decorrência da idade de uma criança sua fase específica para estimulação


ocorre de zero a seis anos, uma vez que nessa faixa etária seu cérebro está mais
apto a adquirir novos conhecimentos. Se inserida em um ambiente estimulador e
lúdico se tornará capaz de realizar de forma hábil atividades que lhe serão
propostas, participando de maneira ativa de seu desenvolvimento intelectual e
apresentando boa socialização.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96) que trata da
educação infantil em seu artigo 29 traz essa etapa inicial da educação básica
objetivando desenvolver a criança de até seis anos de forma integral, em seus
múltiplos aspectos, como ação complementar familiar e social (BRASIL, 1996).
18

Os Referenciais para Educação Infantil (RCNEI) colocam a criança como ser


ativo que precisa de tempo para desenvolver-se, em que a referência principal é seu
corpo que tende a evoluir com estimulações e explorações de espaços familiares,
percebendo assim, seu corpo separado de outro ou de seu meio. Estes estímulos,
contudo, não devem ser desenvolvidos separadamente e de forma mecânica. Este
trabalho exige dos profissionais uma interação, pois a criança progride ao passo que
explora, sente e experimenta diversas situações, uma vez que o homem é um ser
naturalmente psicomotor que no decorrer de toda sua existência, apresenta
necessidade de ter, de fazer e de ser (BRASIL, 1998).

1.3 Relação psicomotora dos 3 aos 6 anos

O período de 3 a 6 anos, caracteriza-se por ser transitório em relação à


estrutura do esquema corporal e também na estrutura espaço-temporal. Desse
modo, a educação psicomotora neste período necessita ser preparatória, para que a
criança passe do mundo mágico subjetivo, ao organizado e mais estruturado sem
rupturas (LE BOULCH, 2001).
É no período de 3 a 6 anos, que a função de ajustamento caracteriza-se como
global e subdivide-se, de um lado, a intencionalidade prática que possibilita
solucionar problemas motores e de outro, a expressividade corporal que transpõe
vivencias afetivas, emocionais, inconscientes e conscientes. Sendo assim, o jogo
simbólico entre os 3 aos 6 anos é de extrema importância, pois é atuando no mundo
imaginário que a criança alcança a satisfação de seus desejos.
A interiorização, pela qual a criança reconhece a si própria, possibilita-lhe
descentralizar do próprio corpo e voltar-se mais para quais características esse
corpo apresenta. Assim, inicia-se a estruturação do esquema corporal, a etapa
indispensável para o progresso da auto imagem como meio para incluir-se na
realidade. Contudo, ao término do período de função interiorizada, a criança
consegue estabelecer um relacionamento coerente com a mentalidade (LE
BOULCH, 2001).
Neste sentido, pode-se atribuir à psicomotricidade a base para que o sujeito
passe da apreensão à organização de informações.
Uma criança de 3 anos que durante seu desenvolvimento dispôs de um
ambiente rico em afetividade pode defrontar-se com os objetos do mundo de forma
19

bem sucedida e principalmente, se não foi superprotegida em seu ambiente familiar,


geralmente terá sua motricidade desenvolvida por atos espontâneos harmônicos.
Diante disso, suas mudanças de espaço físico dispõem de certo equilíbrio e a
motricidade estará sequenciada e organizada seguindo boa coordenação de braços
e pernas, além da coordenação óculo-manual (que futuramente lhe auxiliará no
processo de alfabetização), entre outros.
Espontaneidade e naturalidade são as duas características gestuais principais
de uma criança na faixa etária de 3 anos, sendo, as manifestações opostas a estas,
consequentemente, o indicativo de uma dificuldade na construção da personalidade,
pois nesta idade, ocorrem as ações carregadas de oposição racional. Suas atitudes
motoras espontâneas permitem o enriquecimento do conhecimento prático (COLL;
MARCHESI; PALÁCIOS, 2004).
Em relação ao corpo, é nessa idade que as etapas de desenvolvimento são
superadas de modo seguro para alcançar sem dificuldades um objetivo determinado.
As experiências já vivenciadas de modo bem sucedido resultarão agora na
capacidade de criar e manter uma memória corporal afetiva. A espontaneidade da
qual se refere, não significa movimentos descontextualizados, mas utilizá-los como
matéria-prima para desenvolvimento de atividades intencionais diante de alguma
dificuldade ou em muitos casos, como meio preventivo (LE BOULCH, 2001).
Com 3 anos, a criança começa a interiorizar alguns conceitos. Desse modo,
ela adquire consciência e percebe que sua personalidade é diferente de algumas
coisas que até então lhe eram impostas. Por isso, passam agora a observar as
atitudes de outras pessoas e na maioria das vezes a opor-se a elas como meio de
firmar sua personalidade. Este é por sua vez, um jogo de alternância, a criança
utiliza sua imaginação para alternar aspectos que compõe sua personalidade e
equilibram seu ego.
É, portanto, na fase de 3 anos, que as atividades lúdicas auxiliam a criança
em sua construção e maturação. O jogo pode criar um universo onde o imaginário
constrói e prepara o sujeito para etapas posteriores de forma a não causar algum
prejuízo em seu desenvolvimento.

1.4 Elementos psicomotores


20

Os conceitos são semelhantes entre si, o que, contudo, altera-se é o modo


como são agrupados e suas terminologias variáveis (BOATO, 2006). A seguir serão
identificados os principais elementos psicomotores.
O Esquema Corporal constitui o saber consciente sobre o próprio esquema
corporal e suas partes possibilitando conhecer desde ações até limitações. Este
saber, permite ao indivíduo relacionar-se com o meio que o cerca, com objetos e
também com as pessoas que fazem parte de seu convívio. Essa representação
ocorre lentamente a partir das vivências, conseguindo ajustar o corpo em diversas
situações. As informações citadas anteriormente são possíveis de serem
construídas por meio da proprioceptividade e cinestesia, através das modificações e
dos ajustes ocorridos no esquema corporal com a evolução do mesmo (BOATO,
2006).
“Conhecer seu esquema corporal é ter consciência do próprio corpo, das
partes que o compõem, das suas possibilidades de movimentos, posturas e atitudes”
(NICOLA, 2004, p.6).
O primeiro aspecto de manipulação da criança é seu próprio corpo. A partir
deste, surgem sensações relativas ao mundo exterior que são de fundamental
importância para seu desenvolvimento (ROSA NETO, 2002).
Outro elemento psicomotor faz referência a Imagem Corporal. Trata-se da
representação mental que cada sujeito faz de seu corpo de forma inconsciente
NICOLA (apud SCHILDER, 2004, p.7). A imagem do corpo humano, a figuração de
nosso corpo formada em nossa mente, ou seja, pelo modo que o corpo se apresenta
para nós. Desse modo, a imagem precede a esquematização, pois sem a primeira,
não se forma a segunda.
O Tônus é um elemento psicomotor que depende do sistema nervoso, de
fundamental importância na ação do indivíduo oferecendo equilíbrio estático e
dinâmico, coordenação dos próprios movimentos e também postura para toda
posição que o corpo venha a adotar, sua abrangência atinge diversos níveis, tais
como:
a) Aspecto motor: responsável pelo equilíbrio e apoio do corpo e das partes
que o compõem proporcionando elasticidade, estabilidade, força e
precisão (SÁNCHEZ, MARTÍNEZ e PENÃLVER, 2003).
21

b) Sensibilidade: estimula e regula aspectos internos e externos em


excitação, ou seja, a base de sustentação do sistema sensorial
(SÁNCHEZ, MARTÍNEZ e PENÃLVER, 2003).
c) Emoções: imprescindível para que se manifeste as emoções, sua
ausência acarreta uma desordem na função tônica (SÁNCHEZ,
MARTÍNEZ e PENÃLVER, 2003).
Segundo Sánchez, Martínez e Peñalver (apud WALLON) afirmam que:

A função tônica é aquela que mantém uma certa tensão no músculo e


sustenta seu esforço, ou seja, é a atividade que mantém em todos os
momentos os músculos em forma, na posição que tomaram e que lhes dá
um grau variável de consistência (2003, p.35).

Coordenação Global ou Motricidade Ampla diz respeito à atividade dos


grandes músculos, dependendo da habilidade de equilíbrio postural.
O indivíduo procura seu eixo corporal por meio do movimento e das
experiências procurando se adaptar e buscar um equilíbrio cada vez melhor
tomando consciência de seu corpo e das posturas.
As diversas atividades permitem tomar consciência global do corpo, como
por exemplo, andar que requer equilíbrio e coordenação por ser um ato
neuromuscular; correr, que requer, além destes, resistência e força muscular; e
outras como saltar, rolar, pular.
Para a criança a coordenação e as experiências permitem a ela a
dissociação de movimentos, ou seja, ela pode realizar vários movimentos no mesmo
período de tempo.
Por meio das brincadeiras espontâneas a criança revela acontecimentos do
seu dia a dia que possibilitam informações não ditas ao serem questionadas. Neste
sentido Rosa Neto (2002, p.16) afirma que: “É através da brincadeira espontânea
que ela descobre os ajustes diversos, complexos e progressivos da atividade motriz,
resultando em um conjunto de movimentos coordenados em função de um fim a ser
alcançado”.
A execução coordenada de movimentos utilizando pequenos grupos
musculares pontua a Motricidade Fina É também a atividade mais comum do
homem, utilizada para lançar objetos, habilidade para escrever, desenhar, pintar,
recortar, etc. A motricidade fina deste modo, exige coordenação dos músculos que
22

por sua vez necessitam da visão como guia, o ato motor e a estimulação visual
consistem em um processo coincidente (ROSA NETO, 2002).
A Organização Espaço-Temporal descreve a noção concreta e abstrata que
resulta na capacidade para o indivíduo orientar-se de forma adequada no tempo e
espaço, porém, para que isso possa efetivar-se é preciso o conhecimento de noções
prévias como perto, longe, dentro, fora, antes, depois, entre outros.

Essa evolução se aplica igualmente á aquisição de uma dimensão da


orientação espacial (direita e esquerda). Assim, se estabelece de forma
progressiva com a evolução mental da criança a aquisição e a conservação
das noções de distância, superfície, volume, perspectivas e coordenadas
que determinam suas possibilidades de orientação e de estruturação do
espaço em que vive (ROSA NETO, 2002, p.22).

A orientação espacial indica nossa habilidade para avaliar com exatidão a


relação física entre nosso corpo e o ambiente, e para efetuar as modificações no
curso de nossos deslocamentos.
A estruturação temporal garantirá ao individuo conhecimento de
acontecimentos passados e competência de lançar-se para o futuro, construindo
planos e decidindo sobre sua vida. A estruturação temporal introduz o indivíduo no
tempo, onde ele nasce, cresce e morre, e sua atividade é um seguimento de
transformações condicionadas pelas atividades diárias.
Dando continuidade a explanação dos elementos psicomotores, a
Lateralidade também é englobada. Definida como a competência de viver o
movimento de modo a explorar os lados corporais (direita e esquerda), há uma
distinção entre lateralidade e dominância lateral. Enquanto a primeira consiste em
explorar direita e esquerda do corpo, a segunda define-se como desenvolvimento de
apenas um dos lados por conta do domínio cerebral (ROSA NETO, 2002).

A lateralidade é a propensão que o ser humano possui de utilizar


preferencialmente mais um lado do corpo que o outro em três níveis:
mão, olho e pé. Isto significa que existe um predomínio motor, ou
melhor, uma dominância de um dos lados. O lado dominante
apresenta maior força muscular, mais precisão e mais rapidez. É ele
que inicia e executa a ação principal. O outro lado auxilia esta ação e
é igualmente importante. Na realidade os dois não funcionam
isoladamente, mas de forma complementar (OLIVEIRA, 2002, p. 63).

Finalizando, o Equilíbrio é primordial para manter-se sobre uma base corporal


sustentável e reduzida, utilizando para tanto ações musculares adequadas
23

dinâmicas ou estáticas. Um movimento defeituoso consome mais energia que


poderia ser utilizada em outras atividades corporais. (ROSA NETO, 2002)
Para Rosa Neto (2002, p.18) “O equilíbrio tônico-postural do sujeito, os seus
gestos, o seu modo de respirar, sua atitude, e outros itens são o reflexo de seu
comportamento e, ao mesmo tempo, de suas dificuldades e de seus bloqueios”.

1.5 Psicomotricidade e aprendizagem

De acordo com Boato (2006) quando o bebê nasce, suas mudanças são
acompanhadas por pais e educadores. Entretanto, o que mais se destaca no
desenvolvimento infantil é o corpo e seus movimentos. Os movimentos iniciais
resultam em ações que expressam desejos e, mais tarde, em linguagem. Graças a
essas etapas, em um determinado estágio de desenvolvimento, a criança torna-se
apta a representar situações reais por meio da brincadeira lúdica, como o faz-de-
conta; podendo assim, separar determinado objeto de seu significado, bem como ser
capaz de falar sobre algo fora de seu campo de visão e representar utilizando o
próprio corpo como forma de expressão, já que uma ausência motora impossibilita o
indivíduo de realizar determinadas tarefas.
As aptidões acima citadas são conquistadas devido a experiência de vida dos
elementos psicomotores dentro de um conjunto histórico-cultural e afetivo que
possua significado, esses fatores são responsáveis por garantir a aprendizagem
formal e também de assuntos cotidianos, desde produzir textos e utilizar operações
matemáticas até varrer a casa ou fazer compras (BOATO, 2006).
Para que o sujeito adquira uma coordenação motora fina, essencial para
escrever, necessita desenvolver antes a motricidade ampla e ter vivenciado
experiências motoras que estruturem sua imagem corporal. É importante ter em
mente que, para aprender conceitos formais ou até mesmo informais, primeiramente,
o corpo deve estar organizado e com sua psicomotricidade devidamente estruturada
(BOATO, 2006).
A Coordenação Dinâmica Geral envolve diversas partes corporais como
tronco, braços e pernas que, por sua vez, agem no tempo e espaço de forma
coordenada, no ato de se executar uma determinada tarefa, a visualização desta
coordenação é perceptível nas crianças e seus momentos de brincadeira livre
(BOATO, 2006).
24

Segundo Boato (2006) pode-se afirmar, que esta Coordenação Motora é o


resultado da junção harmônica de movimentos que integram o sistema nervoso, pois
sua maturação influencia significativamente o desenvolvimento psicomotor.
Para que o processo de ensino- aprendizagem ocorra de forma qualitativa e
consequentemente, desenvolva o educando de forma satisfatória, é preciso
entender a relação mantida entre a coordenação motora e o desenvolvimento do
esquema corporal, já que as tarefas educativas preparadas para a criança
necessitam estar condizentes com seu nível de maturação biológica.
Quando essa preparação prévia não ocorre, as atividades não apresentam
um planejamento sistematizado que considera o educando que irá executá-la e sua
não realização, por falta de planejamento, acaba por ser nomeada como uma
criança descoordenada, por isso, os profissionais de educação devem sempre
pensar no desenvolvimento de seus alunos, para que venham a propor-lhes
situações possíveis de serem realizadas, com doses adequadas de complexidade,
sempre considerando o que cada um já sabe (NICOLA, 2004).
Para explorar a coordenação global, deve-se iniciar o trabalho com atividades
livres, que possibilitem ao aluno expressar-se, pois o corpo diante do objeto
(experiência vivida) oferece o aprendizado do esquema corporal relacionado ao seu
meio.
25

CAPITULO II

HABILIDADES PSICOMOTORAS

2 HABILIDADES MOTORAS
A literatura aponta que, para o desenvolvimento das habilidades motoras, é
necessário a intervenção do professor, no que tange à inserção de atividades como
correr, e andar, que requerem equilíbrio, coordenação, resistência e força muscular,
assim como nas atividades de saltar, equilibrar-se, dançar, utilizar tesoura, puxar,
agarrar, segurar um lápis e/ou colher, subir em uma escada ou banco.
A criança necessita de estímulos para um bom desenvolvimento cerebral e é
por esta razão que surge a necessidade de serem orientadas em seus movimentos
sem exageros, levando em conta o período de maior agitação em sua mobilidade
(ANTUNES, 2009).
Segundo Sánchez, Martínez e Peñalver (2003), é preciso proporcionar à
criança a prática educativo-preventiva psicomotora, a fim de auxiliar sua ação e
interação com o outro. Esta ação prática do educador ocorre de forma indireta, pois
é preciso criar situações como:
 Intervir a partir da organização dos lugares e dos materiais;
 Favorecer a repetição espontânea das atividades sensório-motoras com
pequenas modificações;
 Proporcionar a autonomia da criança em suas ações;
 Compreender o comportamento expressado nos jogos e brincadeiras;
 Utilizar linguagem adequada sem infantilizações.

“A educação psicomotora da à criança condições de desenvolver habilidades


básicas, aumentando seu potencial motor, utilizando o movimento para atingir
aquisições mais elaboradas” (KLEMPER, 2013,p.27).
Atividades que possibilitem a criança manipular algo concreto como argila,
massa de modelar ou algum outro material não-tóxico, constituem estratégias para o
desenvolvimento da motricidade fina (ANTUNES, 2009).
26

O adulto deve amparar a criança para que ela vivencie as diversas situações,
como, o desprazer e o prazer, o qual na grande maioria é resultado de repetições e
alegrias. Esses métodos permitem a criança afirmar-se e elaborar seu esquema
corporal, chegando ao nível de autonomia de si e nas relações com o outro.

Na educação infantil, a prioridade deve ser ajudar a criança a ter a


percepção adequada de si mesma, compreendendo suas possibilidades e
limitações reais e ao mesmo tempo, auxiliá-la a se expressar corporalmente
com maior liberdade, conquistando e aperfeiçoando novas competências
motoras (ALVES, 2008, p. 131).

Para Alves (2008), a mímica caracteriza-se como um importante exercício


corporal, sendo que, por meio dos movimentos e expressões, o indivíduo busca
transmitir uma mensagem. Pode-se, também, explorar o próprio corpo ou, até
mesmo, o do outro, por meio de esculturas. Para isso, é preciso reconhecer-se para
depois esculpir este corpo com massa ou argila.
De acordo com Sánchez, Martínez e Peñalver (2003), o espaço para se
desenvolver as atividades psicomotoras deve ser amplo, ventilado e suficiente para
comportar diversos tipos de materiais. O professor deve organizá-lo com
antecedência a fim de proporcionar maior estabilidade para o processo.
Antunes (2009) refere-se à imitação de bichos para o desenvolvimento da
área motora. Para ele, é de extrema importância que a criança aprenda a imitá-los e,
assim, possa exagerar em seus movimentos, ou seja, um modo de exercitar-se de
forma mais agradável.
Neste sentido, Le Boulch (2001) afirma que uma criança na faixa etária de 3
anos que se desenvolveu em um ambiente afetivo e, consequentemente, não fora
superprotegida, apresenta maior harmonia em sua espontaneidade motora. Deste
modo, sua motricidade caracteriza-se ritmada, possui habilidade para subir e descer
escadas de forma hábil, consegue vestir-se sem ajuda, bebe sem derramar líquidos
e consegue segurar objetos com o movimento de pinça (entre o polegar e o
indicador).
É nesta idade que as gesticulações e movimentos da criança podem
realizar-se em toda a sua plenitude e não estão cerceados por oposições
racionais. A espontaneidade motora durante as atividades de exploração
permite à criança experimentar e continuar enriquecendo sua bagagem
práxica (LE BOULCH, 2001, p. 88).

Neste sentido, uma criança que pôde usufruir de um contato direto com as
habilidades motoras da psicomotricidade é capaz de correr, brincar, participar de
27

jogos e, consequentemente, no futuro não apresentará maiores dificuldades de


atenção, leitura, escrita e postura, irá conhecer também noção de tempo e espaço.
Por outro lado, a criança que não se desenvolve em um ambiente cercado de
estímulos, claramente nota-se em sala de aula que possui uma postura mais
relaxada, muitas vezes não consegue segurar corretamente o lápis, apresenta certa
dificuldade em atender ordens e, futuramente, sua leitura e escrita estarão
comprometidas.

2.1 Habilidades Cognitivas


A criança a partir de seu desenvolvimento cognitivo cria possibilidades de
resolver seus problemas e aprender, aprimorando sua inteligência conforme seu
relacionamento com o meio o qual está inserida.
Memória, concentração, atenção, percepção, imaginação, criatividade e
linguagem são indispensáveis para o desenvolvimento cognitivo, pois são
habilidades que necessitam de estímulos por meio de atividades e técnicas para seu
êxito.
De acordo com Antunes (2009), Oliveira (2012) e Sánchez, Martínez e
Peñalver (2003), existem atividades que são essenciais para a interação do aluno
com o meio e os demais interlocutores, tais como:

 Leitura
As atividades de leitura auxiliam no desenvolvimento cognitivo, ajudando a
criança na habilidade linguística, construindo seu vocabulário e aumentando seu
repertório verbal, é, portanto, imprescindível que a leitura seja estimulada, ainda na
infância.
Sendo assim, Antunes (2009, p. 154) descreve:

As histórias que já eram importantes de serem ouvidas na fase anterior


precisam continuar a serem contadas para estimular com mais vigor o
ingresso no mundo da magia. É chegada a hora dos contos de fada, das
narrativas que envolvem reis e princesas, dinossauros e cavalos alados.

Interagir por meio dos diversos tipos de textos promove na criança


habilidades verbais, proporcionando uma relação prazerosa com a leitura e
despertando, através das imagens contidas, um desenvolvimento visual.
Conforme Antunes (2009):
28

É sempre um desafio cerebral inteligente ouvir histórias, pois ativa a


imaginação [...] Seja seu ouvinte para que conte as histórias que ouviu,
peça que acrescente fatos novos e que invente fazer de uma história outras
histórias, demonstre interesse, faça perguntas, mostre entusiasmo (p. 156).

 Memória
Existem atividades que proporcionam o desenvolvimento da concentração e
memória.
Quando a criança depara-se com algo novo, tenta identifica-lo através de
representação mental e de situações vividas anteriormente. De início, ocorre a
identificação e memorização para a descoberta da ação que se pode exercer diante
do objeto. (LE BOULCH, 2001)
É fundamental que a percepção visual seja estimulada para uma ativação da
memória, por meio disso, o educador poderá utilizar o seguinte meio:

Com paciência ensine-a a diferenciar duas cores, depois três. Deixe objetos
com cores diferentes e peça: “Apanhe a bola azul”. Se errar, sorrindo,
mostre que é a outra; se acertar, aplauda. Quando perceber que se sente
segura nessa identificação, introduza uma terceira cor e assim leve-a ao
domínio das cores primárias. Não force e não exija muito, e saiba apreciar
seus progressos (ANTUNES, 2009, p. 156).

Neste sentido, aos 3 anos, a criança necessita vivenciar situações cotidianas


reais, para que se sinta-se motivada a aprender desafios novos, como: martelar,
encaixar, empilhar, recortar e organizar.
Conforme Antunes (2009), é preciso que o professor

Tenha sempre uma coleção de figuras, recortadas de revisas, guardadas


em uma caixa e, uma vez a cada dois ou três dias, mostre-as à criança,
para que identifique bichos, descubra cores, perceba quantidades (p. 157).

As atividades de quebra-cabeças e jogos de classificação também devem ser


aplicados, sem discriminação, nas crianças, pois ajudam a promover a memória e a
concentração, desenvolvendo a área cognitiva.

 Música e Arte
As atividades que contém músicas e arte devem ser estimuladas e criativas, a
fim de desenvolverem aprendizagens importantes para a criança.
29

A música é fundamental para o desenvolvimento cognitivo, pois através dela


conseguimos aumentar o nível de memória, as habilidades de leitura e as
competências linguísticas, além de auxiliar nos saberes da matemática.
Antunes (2009) pontua que é importante que se

Estimule a criança a associar músicas e imagens. Mostre para ela algumas


imagens que esta ou aquela música o faz lembrar e faça com que ela
também tenha as suas. Proponha: “Vamos escolher uma música que indica
que o jantar está pronto?” “Qual será nossa música para a hora do banho?”
“Vamos escolher a música do titio?” (p. 153-154).

As crianças também aprendem construindo, e atividades sonoras oferecem


sentidos para o cérebro, com isso, pode-se inserir a construção de chocalhos com
feijões e latas, bem como pandeiros com tampinhas de garrafas. Indo contrário as
ideias de massa, a bagunça também é sinônimo de aprendizagem, basta oferecer-
lhes diversidade como tintas, papéis, cola, argila, massinhas e outros.
Segundo Sánchez, Martínez e Peñalver (2003),

Todas essas ações representam para a criança uma grande alegria e


emoção, na qual todo o seu corpo está envolvido. Em quase todas as
idades, é evidente o interesse pelos jogos sonoros e musicais realizados
com os instrumentos de percussão, como os tambores, os bongôs e os
xilofones. Os sons se convertem em mediadores da comunicação, no
acordo ou no desacordo com os outros. Através do som, a criança
comprova sua força, descarrega tensões, busca ritmos, ajustes com os
outros companheiros ou com o adulto, realiza ritmos com seu corpo (p. 86).

 Atividades de construção
Para aprimorar o cognitivo, as crianças devem utilizar itens cotidianos para
construir objetos e, assim, desenvolver grande quantidade de habilidades, como, por
exemplo, resolver problemas, saber discriminar visualmente e ter noção de espaço,
bem como saber conviver socialmente.
Exemplificando, o professor deve mediar a construção de uma cidade
utilizando caixas de papelão, isso auxilia o ensino e a criança percebe como
funciona uma comunidade, é importante deixar fluir a criação de postos de
bombeiros, escolas, hospitais e demais locais públicos que conhece ou frequenta.
Incentive constantemente o trabalho em grupo, a fim de facilitar a vivência com o
outro. (ANTUNES, 2009)

2.2 Habilidades sócio-afetivas


30

Para o desenvolvimento sócio afetivo é necessário que os pequenos


construam relacionamentos saudáveis com o próximo, evitando que a criança torne-
se um ser excluído da sociedade em que vive.
De acordo com Oliveira (2012),

A inserção social de cada criança, as experiências que já teve na família ou


em uma instituição educativa influenciam fortemente o seu desenvolvimento
e as torna muito diferentes umas das outras. (p. 195)

No período de 3 anos, a criança sente-se mais segura e ao mesmo tempo


surge a fase da desobediência, sendo assim, busca situações para que a atenção
do adulto volte-se para si, sabendo que, assim, pode demonstrar sua autonomia
(TEODORO, 2013).
Nesta fase de 3 anos, a criança passa a selecionar amizades da mesma faixa
etária e, consequentemente, envolvendo-se menos com os adultos. Portanto, é
necessário o estímulo para um bom relacionamento entre as crianças e o cuidado, a
fim de minimizar o espírito de competição e rivalidade, proporcionando um ambiente
harmonioso e sem agressividade.
Neste sentido, no princípio em que a fala está se desenvolvendo, agarrar,
tocar, abraçar, chorar e se aproximar passam a serem formas de expressar a
afetividade. Com isso, tende-se a gerar conflitos que devem ser sanados por meio
da mediação, reflexão e da palavra. (Sánchez, Martínez e Peñalver, 2003)
Ainda de acordo com Oliveira (2012),

A partir dos 3 anos, é esperado que as crianças conquistem graus mais


elevados de autonomia, que se sintam cada vez mais seguras para arriscar-
se na exploração do mundo e aprender a brincar e trabalhar com seus
pares, superando conflitos que, muitas vezes, a vida em grupo coloca (p.
196).

Teodoro (2013), Oliveira (2012) e Sánchez, Martínez e Peñalver (2003)


apontam para atividades que colaboram para melhoria do desenvolvimento sócio
afetivo, entre elas:

 Atividades artísticas
É preciso reservar um tempo para atividades com o grupo, utilizando
recipientes plásticos e alimentos comestíveis. E possível colocar papinhas de
cenoura (cor laranja), ervilha (cor verde), beterraba (cor vinho) e outras, ofereça-lhes
31

folhas de papel e pincel, auxiliando que cada um utilize as papinhas para fazer sua
arte, pois, se acontecer de colocarem na boca, não haverá riscos.

 A importância do partilhar
A melhor maneira de mostrar a importância do partilhar é oferecer exemplos
através dos adultos, é imprescindível ensinar a dividir algo seu com o outro, sendo
um brinquedo ou um biscoito. Quando necessário, é oportuno fazer intervenções, a
fim de mostrar que jogar bola em grupos é mais divertido do que sozinho, e assim,
socializam-se.

 Ensine a conviver com perdas


A perda faz parte do desenvolvimento da criança e de seu processo de
crescimento. Passando por isso, ela adquire condições emocionais para equilibrar-
se, diante de um momento de desconforto. Assim, aprende a superar decepções
com mais desenvoltura.
Deste modo, é importante jogar com o aluno e o vencer, em algumas
situações. Com paciência, ensine que se pode vencer ou perder, pois conviver com
as perdas é essencial.

 Bolo na caneca
Para realização desta atividade, é preciso selecionar ingredientes e utensílios
adequados à manipulação, por parte das crianças. Permitir que participem da receita
do bolo é fundamental, durante o processo, conversando com elas sobre
quantidades, ingredientes, pode-se ensinar de forma divertida e sem o medo de
sujar. Após o bolo pronto, é aconselhável que se realize, na sala, um piquenique,
também, com a intenção de socialização do grupo.

2.3 Comunicação e Linguagem


As crianças necessitam aprender a comunicar-se desde cedo, pois essa
habilidade básica e essencial na vida auxilia a comunicação de necessidades
próprias, que, não ocorrendo, podem levar a frustração devido à falta de atenção.
Por meio de atividades, as habilidades de comunicação e linguagem podem
se tornar mais divertidas.
32

Sendo assim, Alves (2008), Antunes (2007) e Teodoro (2013) afirmam que
existem atividades que proporcionam melhoria no desenvolvimento das crianças que
são:

 Telefone sem fio


Essa brincadeira bastante conhecida pode mostrar às crianças como uma
frase pode ser alterada ao passar de um em um.

 Hora da história
Atividade constante que permite o desenvolvimento de comunicação nas
crianças, pois através de histórias podemos induzi-las a responder perguntas sobre
a mesma. É preciso contar de forma que contagie a imaginação, instigando-as a
participar daquele momento.
De acordo com Alves (2008, p. 120) e Teodoro (2013, p. 66-67), diversos
exercícios colaboram com o desenvolvimento da comunicação e linguagem, tais
como:
 Caretas diversas;
 Imitar sons de bichos;
 Jogar beijos;
 Contar histórias de seus desenhos;
 Oferecer objetos perguntando para que serve;
 Colocar a criança frente ao espelho e solicite que mostre as partes do
corpo;
 Aceitar o jeito da criança falar, mas dirigir-se a ela de forma correta.
Oliveira (2012) cita experiências com a linguagem verbal do seguinte modo

Sabemos por Vigotski que o desenvolvimento do pensamento é


determinado pela linguagem, ou seja, pelos instrumentos linguísticos
construídos na experiência social. É por meio da linguagem que a criança
produz cultura, constrói conhecimentos nas trocas com outras crianças e
adultos. Na medida em que a Educação Infantil amplia a experiência
linguística das crianças, ela cria melhores condições para a ampliação
também de seu pensamento (p. 212-213).

Em suma, é necessário oferecer às crianças diferentes atividades que as


estimulem, como as citadas anteriormente, a fim de desenvolver sua autonomia e
33

experiência sensorial, expressiva, social e corporal, lembrando-se sempre de


respeitar o conhecimento e tempo de cada criança.
34

CAPÍTULO III

A PESQUISA

3 INTRODUÇÃO

No presente capítulo, serão relatados os procedimentos de coleta de dados,


contemplando a metodologia adotada na pesquisa.
A pesquisa, de caráter qualitativo, consiste em análise metodológica de
filmagem de atividades cotidianas do ambiente escolar, por meio da análise de
conteúdo proposta por BARDIN, 2004.

3.1 Período de coleta de dados


A coleta foi realizada no período de junho a outubro de 2014, por meio de
observações em sala de aula, e filmagem das atividades propostas pela professora.

3.2 Caracterização da escola


A escola selecionada dispõe de um total 80 de alunos, frequentando-a em
tempo integral, sendo horário de atendimento das sete às dezessete horas.
O espaço físico é composto por sala de direção, varanda, sala de espera,
cinco salas de aula, dois banheiros infantis e um para funcionários, um almoxarifado,
um refeitório, uma cozinha, despensa de alimentos, uma lavanderia, uma sala de
brinquedos e livros, dois pátios grandes, sendo um coberto e um parque.
A pesquisa foi realizada com uma sala de aula maternal II B de educação
infantil, no período vespertino.
A EMEI conta com um total de dezenove profissionais, sendo quatro no
berçário, três no maternal I A, três no maternal I B, dois no maternal II A, dois no
maternal II B, três serventes, duas cozinheiras, uma auxiliar e uma diretora.
A direção desta renomada instituição de ensino, perante a perspectiva de
uma gestão participativa, busca incentivar o espírito de trabalho em equipe entre
todos os colaboradores citados anteriormente, mesmo cada um tendo uma função
distinta na instituição, todos devem unir-se por uma causa em comum, ou seja,
35

visando alcançar função dentro da escola, que é garantir um espaço educacional de


qualidade aos alunos.
A educação especial também é tida como prioridade por toda a equipe, que
busca a adequação de espaços, materiais e outros recursos pedagógicos, a fim de
alcançar um melhor atendimento a estes alunos.
Os professores desta Unidade Escolar são orientados a trabalhar com
respeito aos alunos, permitindo-lhes tornarem-se adultos e cidadãos ativos,
comprometendo-se com a construção de uma escola inclusiva, que promova
aprendizagem de todos.
Todos os professores são orientados a utilizar planilhas para organizar seu
trabalho. Estas planilhas são analisadas periodicamente pela direção, que realiza a
leitura dos relatórios e observa o que será desenvolvido, porém oferece novos
materiais e recursos, a fim de complementar e enriquecer a aula e as práticas
pedagógicas.
Referente ao maternal II B, a sala é composta por dezesseis crianças, sendo
nove meninos e sete meninas, e possui recursos didáticos, como: quebra-cabeça,
jogo da memória, fantoches, dados com fotos das crianças, cartazes com nomes e
regras, blocos de encaixe, fogão do tamanho das crianças, piscina de bolinha,
bonecas, carrinhos e outros.
A proposta consiste em organizar visando a inclusão das crianças de três
anos, reorganizando sua estrutura que refere-se a ambientes, espaços, tempo,
materiais, conteúdos, metodologias, objetivos, planejamento e avaliação, de modo
que as crianças sintam-se e sejam inseridas e acolhidas em um ambiente prazeroso
e propício a construção do conhecimento.

3.3 Coleta de dados


Inicialmente, foram realizadas observações em sala de aula, durante uma
semana. Estas observações foram importantes, para que fosse possível conhecer o
ambiente, os alunos e o planejamento do professor, assim como as atividades
propostas em sala de aula.
Com o planejamento do professor, foi possível elencar atividades
psicomotoras que versassem sobre o mesmo conteúdo já trabalhado pela
professora. As atividades foram extraídas de um manual de orientação pedagógica
36

intitulado: “Brinquedos e brincadeiras de creches”. Este material é fornecido pelo


MEC e foi publicado no ano de 2012.
A professora teve liberdade de escolher as atividades que fizessem parte de
seu conteúdo pedagógico, respeitando o currículo da escola. As atividades
selecionadas foram:
- Dança da cadeira
- Música cabeça, ombro, joelho e pé
- Atividades de faz-de-conta, com auxílio de objetos concretos.

Todas as atividades foram filmadas na íntegra, e os vídeos foram transcritos


com o apoio das normas propostas por MARCUSCHI (1986).
Para facilitar a compreensão dos conteúdos explicitados nos trechos de fala,
utilizados na análise dos resultados, segue legenda utilizada pelas pesquisadoras,
.
Quadro 1: Legenda da transcrição da filmagem.
Símbolos Significados
P: Professora
V: Nome do aluno 1
G: Nome da aluna 2
D: Nome da aluna 3
R: Nome da aluna 4
V: Nome da aluna 5
I: Nome da aluna 6
P.L: Nome do aluno 7
F: Referindo a pessoa que filmou
(+) Para Pausas
[[ Para falas simultâneas
(( )) Para silabação
/ Para truncamentos bruscos
MAIÚSCULA Para ênfase ou acento forte
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2014.
37

CAPÌTULO IV

RESULTADOS

Os resultados serão apresentados por meio das atividades selecionadas pela


professora, com análise de conteúdo extraído dos trechos de fala das filmagens.

Atividade 1: Faz-de-conta
A brincadeira de faz de conta proporciona à criança um momento onde pode
construir o mundo real, exercitando sua imaginação e criatividade, demonstrando
por meio do brincar situações vivenciadas em seu contexto social.
Enquanto brinca, a criança transporta para a brincadeira o mundo real e
vincula o brincar às regras que fazem parte do seu dia a dia (HORN, et al. 2012). É
comum observar a criança representar, em suas brincadeiras, situações que
presenciou em seu meio, assumindo papéis, como por exemplo, de mãe cuidando
do filho, como demonstra o trecho 1.

Trecho 1
P: e você G., o que você está fazendo?
G: fazendo mandioca.
P: mandioca? Pra que?
G: pra mim e pra ela.
P= Ahm! E cadê o pai dela?
G: ta trabaiano.
P: ta trabalhando?
G: sim ((com a cabeça)).
P: e você tá cuidando do filhinho?
G: To
P: e não é melhor seu marido cuidar do filhinho e você
trabalhar?
G: não.

Horn, et al (2012), faz uma discussão do quão conservadoras são as crianças


nos procedimentos pertinentes a certas brincadeiras. Por meio do simbolismo do
38

brinquedo, transfere interesses, fantasias, ansiedade, sentimentos e opiniões. Esse


fato, corrobora com o trecho 2, em que a aluna enfatiza, quando questionada pela
professora que carrinho é de menino e boneca é de menina.

Trecho 2
P: V. por que você não gosta de pegar carrinho?
P: (+) conta pra mim? Carrinho é de menino?
V: sim ((com a cabeça))
P: é? (+). Fala pra mim?
V: é!
P: e boneca é do que?
V: minina.
P: é de menina, ha::am!
P: o I. Por que você não pegou carrinho?
I: peguei sim!
P: mais cê pegou carrinho de menino?
I: não, de minina.

Como pode ser observado, ainda no trecho 2, quando indagada pela


professora, se a aluna pegou algum carrinho, a mesma responde afirmativamente,
alegando ter pego um carrinho de menina.
Este trecho reforça a cultura em que a mesma está inserida, demonstrando,
novamente a oposição de que há separação entre brinquedos de meninos e
meninas. Por meio da figura 1, observa-se que a aluna segura um carrinho
vermelho, escolhido por ela mesma, dentre outros carrinhos de cor azul.
39

Figura 1 – Brincadeira de Faz de conta

Fonte: elaborado pelas autoras (2014).

Enquanto a aprendizagem é a apropriação e a internalização de signos e


instrumentos num contexto de interação, o brincar é a apropriação ativa da realidade
por meio da representação.
De acordo com Piaget (1946), os jogos simbólicos têm como função a
compensação, a realização de desejos e a liquidação de conflitos, expressados por
meio do faz de conta ou na ficção. São característicos da fase que vai do
aparecimento da linguagem até os seis anos.
Nesta fase, o conhecimento é construído pela assimilação de estruturas já
existentes, que responde pela atribuição de significado ao que sujeito percebe ou
concebe. Nessa ótica, o trecho 3 ilustra os diferentes significados apropriados pelas
alunas, em uma brincadeira de faz de conta.
Trecho 3
P: do que vocês estão brincando?
R: (+) ahm ?
P: do que vocês estão brincando?
R: [[ mercado.
D: [[ casinha.
P: de mercado?
R: (+) não de tampinha.
40

Para conhecermos um objeto, é necessário retirar informações e


conferir-lhe significado, implicando reorganização para que o objeto possa ser
conhecido em nosso sistema de relações. Quanto mais experiências as quais a
criança for exposta, melhor será a representação dada a tal objeto. Esse constante
exercício de criar, recriar e representar aprimora a atenção, memória, concentração
e desenvolve as diferentes habilidades cognitivas, indispensáveis para a maturação
do indivíduo.
Como pode ser observado na figura 2, as alunas demonstram significados
diferentes para um mesmo objeto, em que uma relata estar brincando de casinha e a
outra de tampinha.

Figura 2 – Brincadeira de Faz de conta

Fonte: elaborado pelas autoras (2014).

O brincar é visto na literatura como peça favorável para a estimulação do


desenvolvimento infantil, proporcionar meios que facilitam as brincadeiras, como a
proposta da professora permitiu com que as crianças demonstrassem de forma
lúdica as ações vistas em seu cotidiano. Conforme Teixeira (2012), observa-se que
crianças procuram entender o mundo adulto, fazendo uso de alguns objetos,
transformando-os de acordo com suas necessidades, para representar situações já
vivenciadas ou pessoas de se convívio. Ela pode interagir segundo padrões
determinados pela realidade do espaço social em que vive e ultrapassar os limites
que lhe são apresentados.
41

Atividade 2: Dança da cadeira

Os movimentos da interação da criança com objetos e materiais são


responsáveis pelo aperfeiçoamento das mais diferentes funções adquiridas pela
criança, sendo fundamentais ao desenvolvimento da mobilidade, para tonificar a
musculatura, ampliando, assim, as possibilidades motoras e perceptivas (HORN,
2012).
Aquisições como sentar proporcionam um considerável alargamento do
campo receptivo da criança. Ela desenvolve a capacidade de manter-se por um
maior tempo numa mesma atividade, podendo enriquecer o seu repertório de ações,
o que lhe permite explorar novas possibilidades, como ilustram os trechos 4 e 5.
Em um primeiro momento, o aluno V. passa pela experiência de sentar-se no
chão, enquanto todos os alunos se sentam nas cadeiras. Após intervenção da
professora, em um segundo momento, o mesmo aluno V, se senta na cadeira.

Trecho 4
((Enquanto os alunos pulam em volta das cadeiras, o V.
volta a participar da brincadeira, eles se sentam antes da
professora para a música)).
P: ((parou a música)).
((novamente o V. senta-se no chão)).

Trecho 5
((começa a música)).
V: ali D.!
R: senta na cadeira.
((todos os alunos sentaram)).
P: ninguém tinha tirado uma cadeira?
G: [[ não.
R: [[ não.
P: Então vamo tira.
42

Trabalhar com a emoção da criança é de grande importância para o


desenvolvimento das relações básicas de um indivíduo, sendo que, através dessa
habilidade, a personalidade da criança é formada. Por meio de experiências, é
possível estimular a qualidade da relação de troca de afeto, conforme demonstrado
no trecho abaixo.

Trecho 6
P: procura V. uma cadeira! Ve se tem.
R: tem.
((o aluno V passa pela cadeira vazia e os demais alunos
ficam olhando)).
G: mostra a cadeira vazia para o V.
P: [[ ali V. oh!
G: [[ aqui V. oh! ((apontando para cadeira vazia))
P: oh, oh uma cadeira ali. ((e aponta para cadeira vazia)).
G: bate palma ao ver que o V. sentar-se, faz carinho e o
beija, se mostrando feliz.

O trecho 6 deixa evidente uma ação afetiva e positiva em que os


alunos colaboram com o colega que apresenta dificuldade em realizar a atividade,
sendo favorável para a vivência social. Quando a criança interage com os demais
alunos, as relações interpessoais são estabelecidas, desenvolvendo o pensamento
lógico e a criatividade. Além de criar hipóteses, ela entra em contato com culturas
sociais diversas, o que causa uma amplitude em suas habilidades, melhorando e
inovando suas estratégias.
De um modo geral, os professores reconhecem a importância do brincar para
o desenvolvimento infantil, percebendo seu papel na construção da personalidade
da criança e nas suas relações interpessoais. Os professores necessitam aprimorar
suas propostas e inovar nas instruções e condução das brincadeiras, para que
atinjam objetivos claros, voltados para o processo de desenvolvimento.
43

Figura 3 – Dança da cadeira

Fonte: elaborada pelas autoras (2014).

Atividade 3 – Música Cabeça, ombro, joelho e pé.

A linguagem é um dos eixos básicos da criança na educação infantil,


auxiliando-a na formação do sujeito, na interação com o outro, na construção de
conhecimentos e orientações das ações.
É necessário que o professor facilite o desenvolvimento da maturação da
linguagem oral da criança, auxiliando no aperfeiçoamento das expressões faciais e
corporais, devendo o professor incentivar os diálogos, a participação oral, permitir
que seus alunos exponham suas reivindicações e usem demais meios para informar
suas preferências.
As atividades devem ser planejadas, objetivando o progresso do seu
vocabulário e pensamento. Porém, também deverão ser priorizados os momentos
informais, como a roda de conversa, porque estes, além de aprofundar o uso da
linguagem, permitem a exposição de sentimentos, emoções e opiniões.
Promover momentos nos quais as crianças possam se comunicar é de grande
importância, pois, através da comunicação, elas ampliam as possibilidades de
participação nas práticas sociais, como apresentados no trecho 7, em que a aluna D.
relata já ter experiência sobre a atividade proposta pela professora.
44

Trecho 7
P: hoje a gente vai começar diferente a nossa rotina.
P: sabe aquela musiquinha do cabeça, ombro, joelho e
pé? / (+)
P.L: [[ TIA? TIA?
G: [[ sim.
D: eu já aprendi.
P: já aprendeu?(+)
P: então vamos fazer direitinho, para mostrar para F. que
a gente já aprendeu.
P.L: o TI::A? O TI::A?
P: ahm?
P.L: eu já cantei essa música.
P: arãn! Então vamos começar?(+) Onde começa?(+)
((Todos os alunos: cabeça, ombro, juelho e pé)).

Além da linguagem, nesta atividade também é possível observar o


aprendizado de noções corporais. A literatura afirma que, à medida em que a
criança desenvolve mobilidade corporal, passa a brincar com o seu corpo e com os
objetos, observando os movimentos que é capaz de fazer com as mãos e pés.
Por meio dessa atividade, selecionada pela professora, os alunos puderam
explorar as possibilidades sonoro-rítmicas e tácteis, relacionando com ações
correspondentes, como demonstram as figuras 4 e 5.
45

Figura 4 – Musica: Cabeça, Ombro, Joelho e Pé.

Fonte: elaborado pelas autoras (2014).

Figura 5 – Musica: Cabeça, Ombro, Joelho e Pé.

Fonte: elaborado pelas autoras (2014).

Quando a criança brinca com o corpo, aprende a se reconhecer, além de


tomar consciência de sua imagem e das características físicas que a integram.
Torna-se autônoma e desenvolve sua identidade. No contexto, escolar o professor
deve ter consciência da importância de propiciar atividades para o desenvolvimento
motor, e compreender que o ato motor não aperfeiçoa somente a motricidade, mas
46

contribuí para o global, aprendendo noções espaciais, de comunicação, oralidade,


moralidade, limites, regras, conforme trecho 8, em que os alunos oralizam em um
momento da atividade que não podiam cantar.

Trecho 8
P: Ixi, tão esquecendo!
P: Agora não vamos falar nem / (+) Presta atenção P.L.
P: P.L. (+). Assim ta feio (+) não é assim.
P: oh! nem a cabeça, nem o ombro e nem (+)?
Alunos: o joelho.
P: joelho, nós não vamos falar. Vamos começar?
((as crianças começam os gestos e alguns falam no
momento que não devem)).
P: agora nós não vamos falar mais nada.
47

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da coleta de dados e análise dos resultados foi possível concluir que
um trabalho psicomotor, realizado na educação infantil, necessita ser bem elaborado
para se obter um desempenho significativo no desenvolvimento de alunos com ou
sem deficiência, facilitando seu processo de ensino-aprendizagem.
Neste sentido, os professores necessitam atuar com competência,
assimilando teoria e prática, a fim de desenvolver ações, habilidades e recursos
pedagógicos diversos, sem exageros, objetivando o estímulo das habilidades
psicomotoras de forma positiva, que requer conhecimento das características, faixas
etárias, interesses e necessidades de cada aluno.
A educação psicomotora é essencial à criança, pois fornece ao indivíduo
condições favoráveis para seu desenvolvimento, ampliando suas potencialidades e,
sendo complementada na educação infantil, a partir do momento em que o professor
oferece subsídios materiais para que seu aluno possa recriar vivências que o
identifiquem como agente social.
O trabalho de psicomotricidade preventiva visa contribuir para formação e
melhor estruturação do corpo e da mente, como objetivo principal na formação de
diversas etapas da vida da criança.
O intuito desta pesquisa foi o de proporcionar uma visão nova perante o
trabalho desenvolvido na educação infantil, explicitando a necessidade da criança
vivenciar situações enriquecedoras e comprovando que a estimulação psicomotora
precoce preventiva é essencial na formação de crianças de três anos de idade,
mesmo que estas não apresentem dificuldades nas habilidades motoras, cognitivas
e afetivas. Pelo contrário, estimular as crianças precocemente, evita futuras
dificuldades que possam vir a se instalar no âmbito escolar.
48

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

A proposta deste estudo vem ao encontro da necessidade do professor


conhecer o desenvolvimento psicomotor para que possa estimulá-lo em sua prática
pedagógica. Garantir que o professor tenha conhecimentos claros sobre a
psicomotricidade atende ao Referencial Curricular, que estabelece que a formação
do professor deve estar relacionada ao saber, saber fazer e explicar o fazer.
Saber como o aluno constrói seu conhecimento, assim como compreender as
dimensões das relações com a escola, contribui para o entendimento dos processos
da aprendizagem e do ensino, o que atende à necessidade de conquistar a
qualidade nas ações educativas, para propiciar o melhor desenvolvimento possível
às crianças.
É necessário realizar capacitações e formações continuadas, para que os
professores possam estudar a fundo como os alunos utilizam os elementos do
sistema cognitivo, emocional e linguístico, para a apropriação de conceitos novos e
reelaboração dos mesmos.
Este estudo possibilitou a reflexão de que a escola necessita sofrer
alterações, no sentido de melhorar a qualidade do ensino e promover uma
aprendizagem mais significativa, ofertando uma educação em que sejam
respeitados os potenciais intelectuais, sociais, motores e psicomotores do educando.
A psicomotricidade é fundamental para as aprendizagens escolares,
configurando-se em um suporte para alcançar aprendizagens mais elaboradas, no
plano cognitivo e no processo de alfabetização.
49

REFERÊNCIAS

ALVES, F. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. 4° edição. Rio de Janeiro.


Wak. 2008

ANDRADE, L. F. Psicomotricidade na aprendizagem da criança de 2 a 3 anos.


2013. Monografia (graduação em Pedagogia). Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium, Lins/SP.

ANTUNES, C. Guia para estimulação do cérebro infantil: do nascimento aos 3


anos. Vozes. Petrópolis, Rio de Janeiro. 2009.

ANTUNES, C. Jogos para estimulação das múltiplas inteligências. 14° edição.


Petrópolis, Rio de Janeiro. Vozes, 2007.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. 3. Ed. Lisboa: Edições 70, 2004.

BOATO, E. M. Introdução à educação psicomotora: a vez e a voz do corpo na


escola. Brasília: Hidelbrando Editor e Autores associados, 2006. Retirado do site <
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfrtYAH/elementos-psicomotores> em
16/07/2014 as 16:03

BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Lei n° 9394/96, de 20


de dezembro de 1996. Brasília, MEC/SEB ,1996.

BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil (RCNEI).


Brasília, MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Saberes e práticas da inclusão: Dificuldades acentuadas de


aprendizagem: Deficiência múltipla. 2° Ed. Ver. -Brasília: MEC, SEESP, 2003.

COLL, C; MARCHESI, A; PALÁCIOS, J. Desenvolvimento psicológico e


educação. 2° edição. Porto Alegre: Artmed, 2004.

EMIDIO, S. Estimulação em crianças com atraso psicomotor. 2010. Monografia


(graduação em pedagogia). Universidade Alto Vale do Rio do Peixe- UNIARP.
Caçador/SC.

HORN, C. I, et al. Pedagogia do brincar. Porto Alegre: Mediação, 2012.


50

JOSÉ, E. A; COELHO, M. T. Problemas de aprendizagem. 12° edição. São Paulo,


Ática, 2004.
KLEMPER, N.D. A psicomotricidade como ferramenta na educação infantil.
Lins, 2013.

LE BOULCH, J. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos seis anos.


7° edição. Porto Alegre, Artmed, 2001.

MARCUSCHI, L. A. Análise da conversação. São Paulo: Ática/Série Princípios,


1986.

MARTÍNEZ, M. R; PEÑALVER, I. V; SÁNCHEZ, P. A. A psicomotricidade na


educação infantil: uma prática preventiva e educativa. Porto Alegre, Artmed, 2003.

NETO, F. R. Manual de avaliação motora. Porto Alegre, Artmed, 2002

NICOLA, M. Psicomotricidade: manual básico. Rio de Janeiro: Revinter, 2004.

OLIVEIRA, G. C. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque


psicopedagógico. 7 ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

OLIVEIRA, Z. R. de. O trabalho do professor na educação infantil. São Paulo,


Biruta. 2012.

PERIN, A.E. Estimulação precoce: sinais de alerta e benefícios para o


desenvolvimento. Revista de Educação do IDEAU,2010. Vol. 5 – n.º 2.

PIAGET, J. A construção do real na criança. São Paulo: Ática, 2002.

PIAGET, J. A noção de tempo na criança. Rio de Janeiro: Record, 1946

ROSA NETO, F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre, Artmed, 2002.

TEIXEIRA, S. Jogos, brinquedos, brincadeiras e brinquedoteca. Implicações no


processo de aprendizagem e desenvolvimento. 2ª edição. Rio de Janeiro: Wak
editora, 2012.
51

TEODORO, W. L. G. O desenvolvimento Infantil de 0 a 6 anos e a vida pré-


escolar. Uberlândia, 2013.

Você também pode gostar