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Marco no desenvolvimento infantil

GUIA PARA PAIS (0 A 3 ANOS)

CLÁUDIA SILVA DE MOURA QUEIROZ


PSICOPEDAGOGA
2020

2020
O vínculo entre pais e filhos é fundamental para o
desenvolvimento cognitivo, motor e social do ser humano.

Cláudia Silva de Moura Queiroz


Psicopedagoga
SUMÁRIO

1- Introdução ............................................................................................................ 02

2- O vínculo Mãe-bebê no processo de desenvolvimento ................................ 05

3- Desenvolvimento infantil..................................................................................... 09

4- 1º ano de vida do bebê: desenvolvimento e competências............................ 11

4.1- Etapas do desenvolvimento – 1 a 3 meses......................................................... 12

4.2- Etapas do desenvolvimento – 4 a 6 meses ....................................................... 14

4.3- Etapas do desenvolvimento – 7 a 9 meses....................................................... 16

4.4- Etapas do desenvolvimento – 10 a 12 meses.....................................................18

5 – Desenvolvimento dos 12 aos 24 meses ............................................................... 21

6 – Desenvolvimento dos 24 aos 36 meses ............................................................. 23

6.1 - Desenvolvimento emocional na primeiríssima infância............................... 25

7 – Conclusão .................................................................................................................. 27

8 – Atividades recreativas – Pais e filhos ............................................................... 28

9 – A autora .................................................................................................................... 30

10 – Referencial teórico ............................................................................................... 31

01
Como anda o desenvolvimento do meu filho? Será que esse comportamento é

adequado para essa idade? Será que tenho que esperar o tempo da criança? Mas

quanto tempo esperar? Será que tenho deixado a responsabilidade do

desenvolvimento do meu filho para a creche, pré-escola? Como posso ajudar

adequadamente nesse processo tão importante? Como conciliar as atividades de

profissional, dona de casa, esposa, e de mãe sem deixar de negligenciar nenhuma

delas?
Este guia tem por objetivo esclarecer questões

e dúvidas que por muitas vezes pairam sobre os

pais, cuidadores e educadores da educação

infantil. Estamos vivendo em um mundo de

constantes mudanças, tudo tem evoluído muito

rapidamente, não sendo

diferente o desenvolvimento de nossas crianças, que em algumas situações nos

deixam com incertezas em que atitudes devemos tomar. Há algum tempo atrás

educação da criança era totalmente responsabilidade da família ( não que hoje não

seja) principalmente da mãe que era quem cuidava exclusivamente do lar, cuidar e

zelar pela educação dos filhos, os maridos ficavam por conta do trabalho fora e

responsáveis pelo sustento da casa. Com efeito da entrada da mulher no mercado

de trabalho, houve a necessidade de se criar instituições que cuidem das crianças

enquanto suas mães trabalham, onde temos hoje toda uma estrutura que as

atendem a partir de meses de idade,

buscando proporcionar e conciliar cuidados

com a parte pedagógica, e com tudo

propiciar segurança e um desenvolvimento

adequado para eles, deixando assim a

família mais tranquila.

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Contudo, não podemos deixar de salientar o

papel fundamental dos pais,

(principalmente da mãe) no processo de

desenvolvimento da criança, pois a relação

mãe-bebê é decisiva no desenvolvimento

infantil.
infantil, visto que, com essa mudança de cuidado, a criança passando maior parte do

tempo em instituições escolares, acabou por mudar as maneiras de estímulos

ofertados para os mesmos. Onde há algum tempo atrás, (na nossa época de infância)

as crianças brincavam, se sujavam, andavam descalço, inventavam brincadeiras com

gravetos, com pedaços de papel, subiam em arvores, corriam na rua, no lugar de Netflix

e celular eram as brincadeiras como , chicotinho queimado, rouba-bandeira, queimada,

taco, entre tantas outras que com certeza você está recordando ai com muito carinho

por esse tempo, o que nós não sabíamos é que todo esse não fazer nada eram uma

grande estimulação motora e cognitiva, as crianças eram mais tolerantes, menos

imediatistas. São inúmeras as modificações no desenvolvimento da criança nesse

tempo tempo até os dias atuais. Hoje eles

ficam de quatro a oito horas ou

mais longe dos pais ( que sabemos

da necessidade) quando estão em

casa acabam por ficar na televisão,

celular, vídeo game, e o tempo em

família não é afetivo e nem efetivo,

pois cada um tem seus afazeres, a

mãe que trabalhou o dia todo tem

janta para fazer, roupa para lavar,

casa para arrumar, entre

incontáveis atividades domesticas,

e o pai está cansado, pois trabalhou

o dia todo, quer assistir o jornal

sossegado.

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Vamos abordar cada uma das

etapas desse desenvolvimento,

para que possamos ter uma

referência do que devo esperar em

cada fase. Devemos ficar atentos

ao desenvolvimento de cada etapa e

verificar se meu filho está de acordo com

o esperado; quando não estiver devemos

ficar atentos e procurar estimular aquela

habilidade que ainda não está dentro do

ideal, lembrando que realmente cada

criança tem seu tempo, porém não podemos

exceder nesse período de espera, onde o

olhar e a orientação de um especialista

fazem toda a diferença para nos

tranquilizar e para superar a dificuldade

apresentada, uma vez que quando

esperamos muito, acaba que por atrasar as

habilidades seguintes também, outro ponto

importante é que quanto mais cedo

observarmos se a criança tem

comportamento inadequado pode indicar

algum transtorno, ou síndrome que quanto

antes for detectado melhor para trabalhar

e desenvolve-las adequadamente.

VAMOS DESVENDAR ESSE MUNDINHO

QUE AMAMOS TANTO?

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O vínculo Mãe-bebê
no processo de desenvolvimento

da criança
A partir do século XIX, a dinâmica voltada para a maternidade foi criando novos

formatos, onde o bebê e a criança passam a ganhar mais atenção e cuidados da


Essas
sociedade, havendo a partir daí uma mudança de valores sociais. Nesse período, se

instaurou uma apologia à “super mulher mãe”, que deveria viver exclusivamente para

cuidar dos filhos e da família, onde quem não acatasse essa dinâmica estaria

deixando de cumprir seu papel imposto pela sociedade. Essas experiencias podem

apare
aparecer contraditórias e

ambivalentes para a mulher em seu

papel de mãe, podendo até mesmo

trazer grandes conflitos familiares

e emocionais para a mulher, onde a

mãe necessita prestar atenção aos

tipos de sentimentos envolvidos

nesta
nesta nova função maternal, que certamente irá conflitar com outros papeis, podendo

gerar consequências às vezes desastrosas para os filhos, essa situação pode também

ter reflexo inclusive no processo de identificação com o(s) filho(s) e afetar a

autoestima da mulher enquanto profissional e esposa. Dessa forma, emergiu o

sentimento
sentimento de culpa que as mães

costumam carregar ainda hoje

quando precisam trabalhar e

deixar seus filhos em creches,

escolas, ou com parentes e/ou

cuidadores, e acabam dedicando

uma atenção exclusiva por um

curto período diário.


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O vínculo que vem acrescido de muita afetividade constitui-se de

momentos vivenciados com os filhos que seja regado de atenção, amor,

cumplicidade, conversas para estreitar cada vez mais essa relação, não

sendo necessariamente momentos longos, mas de momentos intensos.

Mais vale você dedicar-se

uma hora exclusivamente

ao seu filho, voltada a

brincar com ele, ler para

ele, contar histórias, ouvir

e/ou sentir o que ele está

sentindo e passando no

momento, do que estar o dia todo com ele em casa, sempre atarefada, ou assistindo

televisão, sem parar para olhar as reais necessidades deles. O que seu filho precisa

é de você! Quando ele crescer vai lembrar dos pequenos detalhes vivenciados, do

carinho e da atenção destinados a ele, incluindo o processo de cuidados de vida diária

como a alimentação, banho, trocar fralda, pentear o cabelo, levar ao banheiro, cria

um vínculo com o cuidador, que deve ser realizado com carinho, paciência e dedicação.

Essa etapa da vida dos nossos filhos é de fundamental importância, pois é na primeira

infância (que vai do 0 aos 6 anos) que se constrói a estrutura emocional, cognitiva,

motora e o caráter das crianças, e é uma fase muito agradável e importante para

estarmos acompanhando de perto, devemos aproveitar e curti muito, pois em muitos

casos permanecemos com uma sensação de que passou rápido demais, e não

conseguimos desfrutar desse momento tão conturbado, mas ao mesmo tempo tão

mágico.

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Se nos deixarmos levar pela incerteza e culpa, acabamos ligando

o piloto automático, tudo vai passando sem percebermos e

quando assustarmos nossos filhos já estão entrando na

adolescência, e já não querem tanto nossa presença, já começam

a querer voar, a ter mais liberdade.

O oferecimento de um ambiente suficientemente agradável é indispensável para

sustentar o processo de desenvolvimento do bebê. Uma possível falha ambiental pode

interferir substancialmente no processo de maturação como ser psicossomático; ou

seja, a saúde psíquica do ser está em jogo, sendo que falhas nestes momentos iniciais

podem interferir no modo de ser do indivíduo na fase adulta.

Se o indivíduo, nos estágios

primitivos de vida consegue

se apropriar da

previsibilidade das ações

proporcionadas por um

ambiente suficientemente

bom, que foi capaz de criar

confiança em sua

continuidade temporal,
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vai permitir mais tarde que ele consiga enfrentar tanto a

imprevisibilidade da família, mas da vida no geral, garantirá a capacidade

de agir com os imprevistos e de forma criativa lidar com o inesperado e

o novo ( Dias, 2006).


A criança vivencia algumas questões que vão precisar da ajuda da mãe, onde de acordo

com Nasio (1995), a criança tem a percepção que a criança tem da existência de duas

mães simultâneas (uma boa e uma má). A boa dos momentos de calma e tranquilidade,

representada pelos cuidados iniciais, e a outra que repreende, presente nos momentos

de agressividade. A amamentação é de suma importância e um mecanismo fundamental


de sobrevivência e saúde do

bebê e é decisivo para um

bom desenvolvimento

emocional, uma vez que seus

Proporciar benefícios poderão ser

constatados durante toda a

vida. Proporcionar que a mãe

amamente seu filho indica

estabelecer um vínculo

entre
entre ambos, no ato de amamentar no seio, constitui um fortalecimento na base da

vida para a criança, para os sentimentos maternos implicados no ato de alimentar. Na

amamentação é possível unificar os sentimentos da experiencia da hora da

alimentação e, contudo, a satisfação da fome, com a experiencia de carinho,

intimidade, segurança proporcionada pelo cuidado da mãe ou do cuidador, ligando

assim o prazer com o emocional. Há casos e que a mãe não pode amamentar seu filho,

por vários motivos. Não se angustie... sempre há uma segunda opção! Nesses casos é

fundamental preparar momentos significativos com muito carinho e cuidado, que seja

único e seja o momento materno, envolvendo essa cumplicidade, esse vínculo que se

fortalece a cada momento partilhado, a cada conversa, a cada toque, a cada minuto

que se dedica ao filho, pois são lembranças que eles guardarão em seu subconsciente

por toda a vida, e servirá de base para a formação da personalidade e estruturas

emocionais .

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A primeira infância, em especial os 3 primeiros anos de vida (chamados de

primeiríssima infância), são o período em que a arquitetura do cérebro começa a se

formar. As experiências vividas pela criança nesse período têm um impacto

importante e duradouro no seu desenvolvimento, podendo formar uma base cerebral

forte ou frágil para a aprendizagem, o comportamento e a saúde, ao longo da vida.

O desenvolvimento infantil está pautado na interação com o meio, segundo Vygotsky

a criança aprende e depois se desenvolve, deste modo, o desenvolvimento de um ser

humano se dá pela aquisição/aprendizagem de tudo aquilo que o ser humano

construiu socialmente ao longo da história da humanidade. O desenvolvimento físico

e psicológico das crianças começa desde a fecundação, passando pela primeira

infância, adolescência, juventude e segue por toda a vida. No entanto, conforme

ressalta a Sociedade Brasileira de Pediatria, é nos três primeiros anos de vida que

o cérebro evolui com maior intensidade. Por isso, o estímulo precoce traz fortes

impactos e são fatores decisivos na transição da criança para a vida adulta, em

relação à progressão de suas habilidades de aprendizagem cognitivas, afetivas e

psicomotoras.

Todo o desenvolvimento que a criança passa desde a gestação até a começar a ser

mais independente, está totalmente ligado as condições biológicas, e as ligadas aos

aspectos sociais, que são proporcionadas pela convivência familiar.

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Apesar da arquitetura do cérebro de cada um de nós continuar a

sofrer modificações, é na primeira infância que acontecem as

vivencias mais marcantes, que podem em algumas situações dificultar

o desenvolvimento do cérebro.
Aprimoramento do Desenvolvimento em Crianças Pequenas, mostra que a brincadeira

pode melhorar as habilidades das crianças para planejar, organizar, conviver com

outras pessoas e controlar as emoções. Além disso, auxilia no desenvolvimento da

Linguagem, da matemática, das habilidades sociais e até a ajuda as crianças a lidar

com o estresse e com frustrações.

É na primeira infância que se estabelece a base para a vida adulta, tanto emocional,

cognitivo e estimulações motoras, é nessa fase que as crianças constroem e

lapidam os suportes de confiança e pertencimento, vitais para os anos futuro, por

isso os laços de afeto e carinho são tão importantes. Nessa fase de zero aos três

anos, começam se formar os aspectos físico, intelectual e psicossocial da criança,

onde servirão de base para as estruturas de um adulto capaz de conduzir sua vida

com autonomia, prosperidade e equilíbrio emocional.

Nessa fase o cérebro está em grande desenvolvimento, um aspecto importante no

cérebro do recém-nascido é sua capacidade de mudança. Ao longo do

desenvolvimento o cérebro é particularmente sensível as influências diretas do

ambiente em que estão inseridos.

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1º ano de vida do bebê

desenvolvimento e competências

O bebê no seu primeiro ano de vida tem um crescimento e desenvolvimento bem

acelerado. Isso com aspectos motores, cognitivos, emocionais. Essas diferentes áreas

do desenvolvimento estão intimamente interligadas, se influenciam e acontecem ao

mesmo tempo.

Os bebês aprendem, essencialmente por imitação, ou seja, absorvem comportamentos

das pessoas mais próximas, principalmente das que estão cuidando deles, portanto não

adiante falar uma coisa e fazer outra, pois isso se estende por toda a infância.

Ambientes com tranquilidade e afeto, são propícios para um melhor desenvolvimento

emocional da criança, que levará consigo por toda a vida.

A sociabilização e o contato direto com outras pessoas e crianças em sua convivência é

importante parta estimular as questões sociais. O bom convívio com seus pais promove

a formação e a afirmação da sua própria identidade.


1º ano

É observando o mundo dos adultos que o bebê e as crianças se modelam

sentimentalmente e socialmente. Por isso tem que se tomar cuidado com o que se fala,

com comportamentos e até mesmo o tom que se é falado perto deles, podem parecer

distraídos, entretidos em outra coisa, mas, tenham certeza de que estão super atentos

no que você está falando, na mensagem que está passando para eles, mesmo sem

perceber, você é o exemplo do seu filho, é a base para o mundo dele, ele se espelha

totalmente em suas atitudes.

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O bebê recém-nascidos demonstram suas necessidades tanto emocionais quanto

fisiológicas através de expressões faciais e corporais. É importante criar uma

rotina para estruturar o novo ritmo de vida do bebê.

Nessa fase eles tem uma rotina de sono bem longa, que favorece o desenvolvimento

físico fortalece o sistema imunológico, contribui para o desenvolvimento da

memória, relaxamento muscular, segurança e estabilidade emocional.

Uma das melhores coisas da

maternidade é ver de perto o

filhote se desenvolvendo, logo

que ele sai da barriga. E nos

primeiros três meses o

aprendizado do pequeno é

gigantesco – ele aprende a

mamar, passa a enxergar melhor

e a interagir com o mundo

(principalmente por meio da boca! Só depois é que virá o pleno controle das mãos

e dos pés!).
A interação afetuosa com o recém-nascido começa desde a gestação, a audição do

feto a partir do quinto mês de gestação já está desenvolvida, e uma boa dica é a

mãe conversar e cantar para o bebê desde o ventre, pois ele já vai reconhecer a

voz da mãe e de quem interagir com ele. A visão é o sentido que mais demora para

ser desenvolvido no bebê, depois do nascimento, o recém-nascido não enxerga nada

a mais de 30 cm de distância. Importante estimular com brinquedos ou móbiles de

cores contrastantes. Por volta dos dois meses o bebê já começa a acompanhar os

movimentos com olhinho, tanto de objetos como com pessoas. Nesta fase já está

bem mais ativo que o recém-nascido, porém ainda interage pouco, dorme em torno

de 15 horas por dia.


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O bebê passa a brincar durante alguns minutos, sendo capaz de sorrir

em resposta aos estímulos, e mexer o corpo. É fundamental o

acompanhamento com o pediatra para verificar o desenvolvimento

físico, crescimento e ganho de peso, e ficar de olho na vacinação. É

comum
comum o bebê manter a cabeça, o pescoço

e a parte superior do peito, apoiando-se nos

antebraços durante uns segundos,

sustentar a cabeça quando está nos braços

de alguém, responder com um sorriso e

demonstrar satisfação mexendo as pernas

e braços e emitir alguns sons e a gesticular,

quando alguém brinca com ele. Com três

meses
meses o bebê já permanece acordado por mais tempo, já vira a cabeça em direção ao

som, ou a alguém que conversa com ele, ~es


sorrir ou grita para chamar atenção dos

adultos, começa também a demonstrar sentimentos com expressões do rosto

indicando dor, alegria, ansiedade, entre outros. As glândulas lacrimais começam a

funcionar, e as primeiras lágrimas surgem. Melhora a coordenação dos braços, perna

e pés, podendo movimentá-los simultaneamente, o som preferido da criança é a voz

da mãe, portanto não economize palavras de afeto e carinho para com eles. Agora os

bebês começam a demonstrar suas vontades tentando realizar alguns movimentos, os

reflexos automáticos do bebê desaparecem e aparecem os da vontade, isso é sinal do

desenvolvimento controle cerebral da criança.

Nesta fase já consegue combinar os sentidos da audição e da visão, facilitando assim

para melhorar a interação com o ambiente, se escutar um barulho é capaz de levantar

a cabeça e olhar em volta procurando de onde vem o barulho, e de reconhecer a voz

dos pais e outras pessoas do convívio dele, a visão se torna mais clara e já começa a

balbuciar os primeiros sons, consegue levantar e controlar a cabeça estando de

bruços. É importante estar sempre atento às reações do bebê aos estímulos que lhe

são atribuídos, pois é a partir desta idade que podem ser diagnosticados problemas

mais graves como o défice de audição por exemplo.


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Agora já indo para o quarto mês o bebê já começa a dormir a noite toda, pois passa

mais tempo acordado e ativo durante o dia. A boca continua sendo o centro do

conhecimento, tenta pegar brinquedos e as mãos começam a se abrir, que é um

bom sinal de desenvolvimento. O bebê chora quando é deixado sozinho.

Chegando aos cinco meses o desenvolvimento do bebê já é bem notável, nesta fase

ele já consegue ficar sentado com apoio por algum tempo, vai começando a mover se

de um lado para o outro, se vislumbra com brinquedos e gosta de passar boa parte

do tempo dedicado a brincadeiras e exige um tempo maior dos pais e\ou cuidadores,

está sempre receptivo a todo o tipo de estímulos. Músicas, brinquedos coloridos,

livros, cantar, dançar são algumas atividades que o ajudam a desenvolver seu sistema

nervoso e motor.

Demostra a felicidade ao ver as pessoas que gosta, emitindo sons e gesticulando com

os braços e pernas, e passa a estranhar quando está perto de pessoas estranhas

para ele, gosta de brincar com seu próprio corpo, e passa a adquirir mais força em

seus membros.

Quando chega aos seis meses vem uma nova etapa da vida do bebê, afinal já se

passaram meio ano de vida. Começa a introdução de novos alimentos, uma vez que até

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os seis meses o recomendável é o leite materno. O sistema digestivo

pouco desenvolvido ao nascer, já apresenta todas as capacidades

funcionais para lidar com alimentação sólida.

O bebê vai se desenvolvendo e melhorando o controle da cabeça,

braços e pernas. Quando está deitado de costas segura o dedo do adulto e faz força

para elevar o tronco. Nesta fase a relação com os cuidadores se estreita cada vez

mais, e por outo lado a relação com estranhos dificulta, pois aumenta a

desconfiança. Pois o bebê já distingue claramente a sua família de estranhos, para

a interagir mais com os adultos buscando sempre chamar sua atenção emitindo sons,
Agora já está
rindo, entre outros. Olha e responde quando o chamam pelo nome, apresenta

curiosidade e presta muita atenção a tudo que o rodeia.

As competências motoras vão se desenvolvendo, já consegue permanecer sentando-

se, inicialmente com apoio, quando colocado em pé estica as pernas e as firma na

tentativa de ficar em pé.

Uma maneira simples e eficaz de

estimular seu filho é repetir o que

ele diz fazer disso um jogo, e ainda

prestar atenção no que ele balbucia

como se você entendesse e achasse

superinteressante. Assim estimula

também a linguagem dele e aumenta

a cumplicidade entre vocês.

A leitura em voz alta passa a ter mais valor agora, já que o bebê vai gostar de olhar

para imagens de cores vivas e de se acomodar em seu colo, a leitura também ajuda

no desenvolvimento da fala, das interações sociais, sem contar que é o início para

formar bons leitores, onde eles vão pegando gosto por esse hábito.

Lembre-se, cada bebê é de um jeito e atinge certos marcos de desenvolvimento

físico no seu próprio ritmo. O que apresentamos são apenas referências de etapas

que seu filho tem potencial para alcançar - se não agora, em pouco tempo.

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Na fase dos sete meses a coordenação motora fina do seu bebê já está se aprimorando

e ele provavelmente já consegue passar objetos de uma mão para outra. Você pode

ajudar no desenvolvimento da coordenação motora fina do seu filho, coloque um

brinquedo ou algo interessante que ele goste fora do alcance do bebê e observe como

ele vai tentar pegá-lo, pode ser que seu filho comece a chorar porque não conseguiu

alcançar, continue o encorajando com paciência, mas, não o entregue o objeto.

A partir dos cinco meses já pode começar a fase da dentição, que varia por questões

genéticas em cada criança, provavelmente agora você vai visualizar os dois dentes

incisivos inferiores, depois os superiores e, posteriormente, os dois laterais.

Nesta fase também começa a relutância do bebê em se separar de você, que as vezes

pode até criar uma sensação boa, de confiança, onde pode ocasionar problemas na hora

de deixá-lo para trabalhar.

Um ótimo jeito de manter seu filho de 7 meses ocupado é esconder algo embaixo de um

pano para que ele possa descobrir. O bebê já fica sentado sozinho com mais segurança,

e já começa a rastejar querendo pegar o que deseja, tem mais força muscular e controle

sobre os movimentos.
Aos oito meses o bebê gosta de explorar tudo ao seu redor e de se movimentar,

testando os limites do seu corpo, tudo é novo, por isso tem uma curiosidade enorme,

nessa etapa já rasteja para todo lado e se esforça para levantar-se. Por volta de 8-9

meses ele já começa a engatinhar. Conforme o bebê cresce, ele está ficando mais

alerta e começando a perceber as coisas que estão acontecendo ao seu redor. Nessa

fase o bebê começa a ficar mais emotivo, sentindo muito a falta dos pais e não gosta

de ficar sozinho.

Consegue enxergar objetos a longa distância com mais nitidez, e já distingue bem as

cores.
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O bebê com oito meses já deve conseguir se sentar sozinho; levantar-se

se apoiando em objetos, o que pode resultar em quedas; consegue

perceber o significado de algumas palavras, abrir armários e gavetas.

O bebê de nove meses já começa aprestar

mais atenção no que os pais falam, por isso,

deve-se falar sempre com ele, incentivá-lo,

brincar com ele, e evitar que presencie brigas

ou discursões de qualquer espécie, um

ambiente tranquilo e afetuoso faz toda a

diferença no desenvolvimento do seu bebê.

Há uma coordenação maior entre o olhar e os movimentos, ele também começa a

tentar alimentar-se sozinho.

O sono do bebê agora é mais sossegado pois nesta idade, o bebê costuma dormir

entre 10 e 12 horas por dia divididas em uma ou duas sestas. Quando eles não dormem

de dia, geralmente dorme mal à noite, por isso é muito importante que o bebê tire um

soninho durante o dia. Já começa a se relacionar melhor com as outras pessoas, chora

se ouvir outra criança chorando, sabe que é ele quando se olha para o espelho, já fala

"mamãe", "papai", imita a tosse, pisca os olhos, segura sozinho a mamadeira para

tomar. O bebê com nove meses que não engatinha deve ser avaliado pelo pediatra

porque pode ter um atraso no desenvolvimento.

Já é capaz de brincar

sozinho, se distrai com

brinquedos ou qualquer

outro objeto que consiga

pegar, portanto deve

tomar cuidado com objetos

pequenos perto do bebê,

pois levam tudo a boca. Sua

criança está em um período


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de descobertas, cada vez mais atento aos sons, às texturas e às

cores dos objetos. Aproveite para estimular sua percepção e suas

habilidades motoras, oferecendo brinquedos apropriados para

esse período da vida do pequeno.

Aos dez meses o bebê se sente tão apegado a mãe que começa ater ciúmes quando

vê a mãe com outra criança no colo. Se sua criança não começou a andar , com certeza

já tenta se levantar quando engatinha, o importante é que seja incentivado, podendo

contar sempre com sua presença e apoio, a criança que conta sempre com a

participação da família se desenvolve mais rápido e melhor, tanto as aspectos

emocionais quanto cognitivos e psicomotores. Gradualmente começam a se

interessarem pela comida dos adultos, e leva os alimentos a boca.

Aos onze meses eles já desenvolvem um pouco mais a fala, começam a pronunciar mais

palavras, aproveite bastante essa fase para conversar com ele, e ler livros sempre

incentivando-o a falar e usar a criatividade. Evite pegar objetos quando a criança

apenas aponta para o que quer, estimule-o a falar sempre. Agora falta apenas um mês

para completar um ano, ele já não é tão frágil como um recém-nascido, já anda

segurando nas coisas (outros já andam sozinhos), se alimenta com as próprias mãos,

e costuma jogar tudo no chão como uma forma de brincadeira.

Nesta fase, gosta de brincar com outras crianças ou irmão, gosta de demonstrar

carinho com abraços principalmente com os pais. Pode ser que ele adquira um objeto

que goste muito e carregue para todo lugar, e o leve principalmente na hora de

dormir, portanto se forem dormir fora não esqueça de levá-lo para evitar contra

tempo. Ele já começa a entender instruções simples, e ele pode decidir ignorá-las,

reserve-se a utilizar a palavra “não” quando realmente for indispensável, para não

banaliza-la.

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Mesmo que ele não consiga consolidar o conhecimento de uma

orientação, é necessário começar a impor limites repetir com

paciência quantas vezes for necessário. Continue estimulando a

linguagem do seu filho, leia para ele e demonstre interesse quando

ele falar algo para você, por mais que você ache bonitinho ele

pronunciar as palavras de maneira errado, não o incentive, sempre o ensine a


pronunciá-las corretamente para evitar problemas futuros.

Brincadeiras de esconder ou que unam música e gestos são boas maneiras de

aperfeiçoar a memória do bebê.


Agora já com um aninho completo, aquele bebezinho tão frágil cresceu e se

desenvolveu muito, um ano inteiro de desafios e descobertas junto com seu bebê, será

que o desenvolvimento dele está adequado? O que esperar e como incentivar o

desenvolvimento motor, emocional e intelectual do seu filho.

O desenvolvimento é um processo evolutivo, o estímulo, as experiências, o carinho e

a proteção proporcionados pelos pais e pelos cuidadores mais próximos são essenciais

para despertar no bebé o desejo de se aventurar pelo mundo e partir à descoberta.

O bebê com um ano costuma chorar quando é separado da mãe, estranha lugares

diferentes do seu cotidiano, fica tímido quando está com pessoas que não conhece e

aprende com tudo o que a mãe faz e diz, portanto necessário reforçar que o ambiente

em que o bebê está inserido deve ser o mais harmônico possível, ouvir palavras

positivas, e um lugar tranquilo é fundamental para o desenvolvimento de bebê. Com

um ano de vida o bebê já deve ter mais ou menos oito dentes.

Provavelmente já dá seus primeiros passos sozinho, o desenvolvimento motor está a

cada dia melhor, aprender a coordenar a musculatura do corpo para andar é uma

tarefa árdua, quer andar e explorar o ambiente o dia inteiro e nunca cansa, não quer

mais ficar tanto tempo no colo, e até se irrita quando tentam força-lo. Inicialmente

pode começar a andar com os braços para cima tentando buscar equilíbrio, e com o

tempo, vai baixando.

Nessa fase, o temperamento da criança passa a ser mais evidente e eles podem ter

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reações inesperadas, como acessos de raiva, bater a cabeça, se

jogar no chão, dar chutes. Esse comportamento deve ser

repreendido pelos pais e analisado, pois sempre há um motivo para

os acessos de raiva, eles ainda não conseguem manifestar alguns

sentimento de maneira adequada, por temos que ficar atentos.

Agora, a criança já deve comer a

mesma dieta que a família.

Aproveite para adotar hábitos mais

saudáveis. Cereais, legumes,

hortaliças e frutas frescas, de boa

procedência, preparados em casa,

são os alimentos mais indicados.

Nunca force seu filho a comer. Se

ele não aceitar algum tipo de

alimento da primeira vez que o oferecer, tente outras vezes de maneiras

diferentes.

O vocabulário também vai aumentando, continue pronunciando as palavras

corretamente para seu filho, e mantenha o hábito da leitura, que ajudará no

desenvolvimento cognitivo dele e na aquisição do gosto pela leitura. O brincar

também é peça fundamental para o desenvolvimento intelectual, use e abuse da

criatividade e brinque muito com seu filho, utilize músicas, brincadeiras e

brinquedos adequados para essa idade, proporcione a ele momentos de interação

com o ambiente e com outras crianças.

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Por volta dos um ano e três meses o bebê começa a interagir cada dia mais,

gosta de brincar com bola, possui vocabulário de aproximadamente cinco

palavras e ainda consegue andar com mais equilíbrio. Algumas crianças

conseguem correr outras adotam a palavra “não” como a preferida!

Eles continuam se desenvolvendo cada dia mais, é visível como se desenvolvem

física e emocionalmente. Algumas criança podem começar a ter crises

de birra quando frustrada, vão testar seus limites, pois são espertas e

inteligentes, outras podem adotar um paninho, ou um ursinho como objeto de

apego e leva ele para todo o lado, a coordenação está a cada melhor e podem

até conseguir virar a página de um livrinho ou montar uma torre de blocos, já

sabe a forma certa de usar alguns objetos como telefone, vassoura etc. Uma

minoria passa de duas sonecas diárias para uma só.

Por volta de um ano e meio vai aprimorando a linguagem, inserindo cada dia mais

palavras em seu vocabulário, certamente são palavras que ouve em seu dia a dia.

Pode começar a pedalar no velotrol, gosta de rabiscar e de folear livrinhos.

Algumas das crianças desta fase escovam os dentes com ajuda, e é muito

importante escovar até mesmo antes de nascer os dentes, e ir os incentivando

a cuidar da própria higiene, já podem começar a ensinar-lhes a usar o garfo e a

colher.

Você vai começar a perceber que o seu bebé está desenvolvendo o seu processo de

socialização, tornando-se mais consciente e assertivo, começando a expressar os

seus desejos e necessidades com maior clareza. Notará também que o seu pequeno

poderá começar a juntar palavras criando frases simples, utilizando palavras como

“eu” frequentemente. Interaja com ele, pois ajudá-lo-á a melhorar as suas

competências de comunicação nesta fase.


21
Já chegando aos dois anos de idade o seu bebê tem a capacidade

usar umas cinquenta variações de palavras avulsas. Algumas podem

cantar músicas simples, falam frases de duas ou três palavras e

se interessam mais a brincar com outras crianças.

Chegando aos dois anos, o

comportamento fofinho e alegre

do seu bebê pode mudar um

pouco, é quando as birras,

agressividades se tornam mais

evidentes. É a fase em que a

criança começa a agir sempre em

oposição as solicitações dos

pais. É a chamada adolescência

do bebê que surge em média dos

18 meses aos 3 anos de idade,

que marca a percepção deles como indivíduos e lutam para conquistar seu espaço,

muitas vezes com comportamentos que não esperamos, e nessa hora cabe aos pais ter

muita paciência para saber conduzir essa situação da melhor maneira possível, sempre

com muito carinho, mas estabelecendo o limite necessário. A causa para esse período

é simplesmente o próprio desenvolvimento natural da criança. Não é um

comportamento de ação consciente da criança, mas um experimento para tentar

atender ao seu desejo interior, a descoberta de si reconhecer como um ser

independente dos pais.

Os marcos do desenvolvimento nos ajudam como orientação para acompanhar a

evolução do bebê, sempre lembrando que as crianças não são todas iguais, precisamos

ficar de olho, porém evitar fazer comparações, se perceber um desenvolvimento muito

abaixo do esperado para a idade o ideal é procurar um pediatra para avaliar sua criança

e se certificar de que está tudo dentro do esperado, o acompanhamento regular com

o médico do seu filho é fundamental para potencializar toda essa fase de

desenvolvimento.
22
O bebê pequenininho já está bem desenvolvido, nessa etapa as crianças já estão mais

confiantes nas suas capacidades físicas, mas ainda não têm noção dos seus limites.

Algumas são mais tímidas e cautelosas, porém, ainda se encantam com as

descobertas do dia a dia, passam a ser uma criança mais independente e ativa. Dos

dois aos três anos, as habilidades linguísticas evoluem bastante, já tem um

repertório com aproximadamente quinhentas palavras e vai começando a construir

frases completas.

Eles entram em uma fase de aprendizagem nos seus relacionamentos sociais,

emocionais e familiares que transformam muito sua autonomia e sua autoimagem

intimamente ligado a relação com os pais. A criança pode querer uma atenção

exclusiva dos pais ou cuidadores e qualquer um que se colocar entre essa relação

será visto por ele como um obstáculo.

Nessa etapa pode apresentar dificuldade de partilhar os brinquedos e objetos

pessoais, por muitas vezes ele vai preferir brincar sozinho, com os seus brinquedos,
Pode querer pois ainda não compreende que deve seguir algumas regras e esperar sua vez, pode

até brincar junto de outras crianças, mas raramente com elas. Utiliza-se das birras

para demonstrar sua frustração, pois ainda não sabe expressar seus sentimentos

adequadamente, precisamos orientá-los no momento certo.

Se sente bem com rotinas e hábitos que transmitem segurança e previsibilidade,

costuma imitar a mãe nas atividades domésticas.

Reconhece as pessoas da família, começa a conhecer as partes do corpo e nomear

cores, responde perguntas objetivas e já tem noção de grandezas como grande e

pequeno, consegue controlar os esfíncteres durante o dia. A memória e a capacidade

de concentração aumentam, pois, a criança é capaz de voltar a uma atividade que

Tenha interrompido,
tenha tenha tinha mantendo-se concentrada nela por mais tempo.
23
O desenvolvimento de uma criança não acontece de forma linear,

vão ocorrendo de forma gradual, durante o crescimento a criança

experimenta avanços e retrocessos, vivendo seu desenvolvimento

de modo particular. É um momento único onde acompanhamos a

constr
construção de sua personalidade, e precisamos entender e respeitar que em cada

idade há um jeito próprio de se manifestar. antecipar etapas, ou não estimular a

criança, podem ser geradores de possíveis dificuldades futuras. É importante

família e a escola (já que muitas crianças entram para a escola nessa faixa etária)

conhecer, respeitar e fazer parte ativamente do desenvolvimento infantil.

É um momento que a curiosidade

fica bem aguçada, e é muito

frequente a pergunta por que em

várias ocasiões. A criança começa a

formar imagens mentais das coisas,

com a ajuda e incentivo dos pais,

começam a formar conceitos como

dentro / fora, em cima / em baixo.


O desenvolvimento das emoções é bem vasto, desde o puro prazer até a raiva

frustrada. Embora a capacidade de exprimir livremente as emoções seja considerada

saudável, a criança necessitará de aprender a lidar com as suas emoções e de saber

que sentimentos são adequados, e como demonstrar os sentimentos da melhor

maneira, o que requer prática, compreensão e ajuda dos pais, por isso nesta fase, as

birras são uma das formas mais comuns da criança chamar a atenção, geralmente

deve-se a mudanças ou a acontecimentos, ou ainda a uma resposta aprendida (as birras

costumam estar relacionadas com a frustração da criança e com a sua incapacidade

de comunicar de forma eficaz).

O seu filho de três anos ainda não sabe mentir nessa idade, mas ele pode reconstruir

a realidade de forma criativa para que combine com a maneira que ele gostaria que as

coisas fossem.

24
A idade da primeira infância é aquela que compreende o período que vai do nascimento

aos 6 anos de vida. Importante ressaltar que ela se configura como uma etapa

determinante para o estabelecimento de habilidades fundamentais aprendidas pelo

pequeno. A etapa do nascimento aos 3 anos, chamamos de primeiríssima infância. É

justamente nesse período que ocorre o início de uma série de comportamentos e

interações com o ambiente que circunda a criança. Para se ter uma ideia, todos os

estímulos recebidos surtem total efeito até mesmo na vida adulta da pessoa.

É durante a primeira

infância que são formadas

três importantes funções

cerebrais: a flexibilidade

cognitiva; a memória de

trabalho; o controle

inibitório.

É por meio dessas funções que nós conseguimos armazenar as informações de curto

prazo. Isso é útil, por exemplo, para quando fazemos uma tarefa e precisamos

lembrar do que estávamos fazendo imediatamente antes. Essas são habilidades

necessárias para os mais diversos aspectos da vida adulta, como desenvolver a

capacidade de organização de tarefas no dia a dia.

O desenvolvimento emocional da criança é um trabalho diário que os pais devem fazer

com seus filhos, com a finalidade de fazê-los ter mais maturidade no seu dia a dia,

sempre dentro do esperado à sua idade. Alguns objetivos serão alcançados com esse

trabalha, tais como a autoconfiança, perda de medos, autocontrole de emoções,

autoimagem, melhoras relacionamentos interpessoais, entre outros.

25
O desenvolvimento da inteligência emocional desde cedo, poderá

ajudar seu filho a ter uma saúde mental mais estabilizada desde sua

primeira infância; e seguir essa resiliência por toda a sua vida, onde

desfrutará sempre desses benefícios.

Para desenvolver o emocional de maneira satisfatória com seu filho, deverá ser um

trabalho para toda a família, pois a criança aprenderá os padrões que vivência, não

sendo possível instruir de uma forma e agir de outra, portanto, deverá ser trabalhado

a inteligência emocional com todos a que vivem com a criança.

Quando a criança cresce

em um ambiente hostil, as

chances de desenvolver

problemas ligados à

autoestima são muito

maiores. Por conta disso,

as negligências emocionais dos pais que muitas vezes não se dão conta disso, podem

acarretar um aumento da impulsividade, agressividade e outros problemas como

autoimagem deturpada, dificuldades cognitivas e complexo de inferioridade e falta de

confiança.

É preciso entender que as crianças não são “mini adultos” , e que não entendem o mundo

dos pais como muitos pensam; a medida em que vão crescendo, vão desenvolvendo o

cérebro para novos aprendizados cognitivos e emocionais, por isso é importante ensinar

com paciência e amor, pois o que acontece nessa primeira infância vão levar para a vida

toda.

Muitas das dificuldades de relacionamento em famílias têm origem em questões

internas dos pais que precisam ser trabalhadas ou curadas. Só assim se torna possível

educar os filhos de maneira carinhosa, saudável e harmoniosa. É fundamental os pais

se conhecerem bem e entenderem quais as crenças que carregam que teve origem

durante sua própria infância, assim, os pais passam a evitar a reprodução de padrões

nocivos na criação dos filhos, e criarão filhos saudáveis emocionalmente.

26
Estamos acompanhando o desenvolvimento do bebê desde o

nascimento, é evidente que todos os pais, principalmente os “pais de

primeira
primeira viagem”,
viagem fiquem muito ansiosos para saber se o desenvolvimento da criança está

adequado para cada idade, a medida que vai avançando, e realmente é muito importante

ficarem atentos a esse desenvolvimento, que mesmo sabendo que nenhuma criança é

igual e que cada uma tem seu tempo, um atraso motor significativo, no início da fala, no

desenvolvimento social da criança, é importante levar a dúvida ao pediatra que terá

propriedade para explicar o que está acontecendo, pois há transtornos que quanto antes

diagnosticados melhor para o desenvolvimento do seu filho. É quando percebermos que

a criança está um pouco abaixo do desenvolvimento esperado, entra nossa intervenção,

pois, os pais têm um papel fundamental nessa etapa de maturação motora, cognitiva e

social. O tempo que estamos dedicando aos filhos, precisa ser de qualidade, jogos,

brincadeiras, conversas e ensinamentos de forma descontraída, buscando cada dia mais

estar mais próximo emocionalmente dos filhos. Saiba que ele lembrará com carinho do

tempo que passarem juntos, muito mais do que coisas materiais proporcionadas a eles.

Bons momentos em família ficam guardados no subconsciente da pessoa por toda a vida,

assim como os maus momentos também, com um agravante que nosso cérebro tem maior

facilidade para lembrar dos impactos negativos, portanto temos que caprichar com

nossas atitudes que são prazerosas e benéficas para nossas crianças. Nada adianta a

escola, a família, os brinquedos e os estímulos se os pais não estiverem perto, e perto

significa junto, conversando, abraçando, interagindo, rindo, cantando, discutindo. E não

no mesmo espaço, com você no celular e ele em um tapetinho de atividades falando com

bichinhos eletrônicos.
80% do desenvolvimento do cérebro infantil

ocorre durante os três primeiros anos de

vida, precisamos nos desligar do mundo e

aproveitar o tempo com nossos filhos. É

nessa relação que ele vai absorver muita

coisa boa que estimulará o seu

desenvolvimento.
27
1 - Atividades com papelão – Crianças

são criativas e gostam de inventar e

montar coisas, com papelão pode montar

casinha, rampa para brincarem de

carrinho, o importante é usar a

criatividade e passar um momento lúdico

com seu filho. Eles amam!

Caixa Túnel

Para estimular o
engatinhar, a caixa vira
um túnel. Você só vai
precisar do estímulo de
uma bolinha para o bebê
querer atravessá-lo.

Brincando com tampas

Tampinhas são brinquedos sustentáveis e

fáceis de encontrar. Tampinhas são muito

lúdicas. Criam desenhos, empilham,

encaixam, transformam-se em chapéu, em

instrumentos musicais, bandeja, copo, roda

e em tantas outras coisas que a imaginação

pedir. Para brincar, basta juntar diversas

com tamanhos diferentes e deixar a

criançada usar a imaginação.

28
Tinta nos pés - Atividade

sensorial, que pode ser os

melhores amigos da

brincadeira e da imaginação.
Essa brincadeira faz sujeira! O ideal é

escolher espaços ao ar livre. Use um pedaço

e papel grande, estenda no chão, e tintas de

diferentes cores para as crianças brincarem

de pintar com os pés.

Teatro de fantoches ou dedoches-

Despertar o interesse do bebê por

cores, movimentos, sons e

vozes. Coloque um fantoche em cada

mão ou um dedoche em cada dedo e

faça os bonecos “conversarem” entre

eles e com o bebê.

Manipulação de revistas (folhear,

rasgar o papel, amassar). Esta atividade

ajuda a criança a controlar melhor sua

ação motora para poder rasgar e

amassar direito e com limites, ajuda

ela a manipular materiais para

transformá-los em novos materiais

estimulando a criatividade, a

percepção visual, a atenção

sustentada.

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CLÁUDIA SILVA DE MOURA QUEIROZ

PSICOPEDAGOGA

Graduada em pedagogia pela Universidade

Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

2008. Pós graduada em psicopedagogia

clínica e institucional, e psicopedagogia

empresarial pelas Faculdades Unidas do

Norte de Minas Gerais – FUNORTE 2010.

Pós graduanda em Neuropsicopedagogia

Clínica e institucional pela Faculdade Venda

Nova do Imigrante - FAVENI 2020.

Disciplina Isolada do Mestrado da


F Universidade Estadual de Montes Claros -

UNIMONTES em alfabetização e

letramento.

Atuou com educação básica com alfabetização, supervisora por três anos da rede

pública estadual de Minas Gerais. Inspetora Escolar por dois anos na SRE de Minas

Gerais. Professora de Língua Portuguesa das séries finais do ensino fundamental

e do ensino médio. Atualmente Psicopedagoga institucional (há cinco anos) e

psicopedagoga Clínica (a três anos).

Instagram : @claudiamoura.psicopedagoga

E mail: claudiamoura.psicopedagoga@gmail.com

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REFERENCIAL TEÓRICO

BARBOSA, Irella Borges dos Santos. A Importância do Vínculo Mãe-bebê no

Processo de Desenvolvimento de uma Criança. Psicologado, [S.l.]. (2015). Disponível

em https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-clinica/a-importancia-do-vinculo-

mae-bebe-no-processo-de-desenvolvimento-de-uma-crianca . Acesso em 12 Mai 2020.

PICCININ, Priscila V. A intencionalidade do trabalho docente com as crianças de

zero a três anos na perspectiva Histórico-Cultural. 2012. 76 fls. Trabalho de

Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Universidade Estadual de Londrina,

Londrina.

SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedo e Infância: um guia para pais e

educadores em creche – Petrópolis, RJ: Vozes, 1999, p. 61 à 67.

VIGOTSKI, Lev Semenovich. A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos

Processos Psicológicos Superiores. Trad. José Cipolla Neto, Luís Silveira Menna

Barreto, Solange Castro Afeche. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

MARTINS, Lígia Márcia. O Ensino e o Desenvolvimento da Criança de Zero a Três

Anos. In: ARCE, Alessandra; MARTINS, Lígia Márcia (Orgs). Ensinando aos pequenos

de zero a três anos. Campinas – SP: Editora Alínea, 2009, p. 93 a 121.

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