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Roteiro

1. Conhecer a carga das Doenças Crônicas Não-


Transmissíveis (DCNT) no Brasil

2. Compreender o modelo efetivo de cuidado às pessoas


com DCNT

3. Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,


Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2
Conhecer a carga das Doenças
Crônicas Não- Transmissíveis
(DCNT) no Brasil
• Em 2016, doença cardíaca
isquêmica foi a principal causa
de anos de vida perdidos,
seguido de violência
interpessoal. Os principais
fatores de risco para anos
vividos com incapacidades
foram: uso de álcool e outas
drogas, HAS e obsidade.
• Em 1990 e 2016, dor lombar e
cervical, doenças dos orgãos
dos sentidos e da pele foram
as principais causas de anos
vividos com incapacitades.

Lancet, 2018
Conhecer a carga das Doenças
Crônicas Não- Transmissíveis
(DCNT) no Brasil

Principais causas de anos de


vida perdidos por Estados
brasileiros, homens e mulheres,
1990 e 2016

Lancet, 2018
Compreender o modelo efetivo de cuidado às
pessoas com DCNT
Modelo assistencial – Atributos da APS
• Essenciais: Acesso, Integralidade, Longitudinalidade e Coordenação
• Derivados: Orientação Familiar, Orientação Comunitária e Competência Cultural
Prática de
Starfield
Saúde
Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) Baseada em
Evidência
1. Explorando saúde/doença e o adoecimento
Sacket; Haines; Guyatt; Tugwell et al
2. Entendendo a pessoa como um todo
3. Elaborando um plano conjunto de cuidado
4. Intensificando a relação médico-pessoa Decisão compartilhada
Stewart et all Legaré et all
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

Prevenção primária
• Melhores condições socioeconômicas gerais
• Leis contra tabagismo, alcoolismo, fast-food e consumismo infantil
• Mais espaços públicos para a prática de atividades físicas e lazer (ex.:
parques e praças verdes, ciclovias, quadras poliesportivas)
• Mais opções culturais variadas (teatro, cinema, biblioteca, exposições,
feiras, festivais, shows) e acessíveis em todas as partes das cidades
• Mais acesso a alimentos in natura a preços acessíves em toda a cidade
• Mais segurança cidadã em toda a cidade
MODELO TRANSTEÓRICO
Como ajudar na
mudança do estilo
de vida?
• Perder peso
• Usar dieta DASH
• Reduzir uso de sal
• Praticar atividade física
• Reduzir uso do álcool
• Cessar tabagismo

Fonte: CAB 38, 2014


Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

Rastreamento (prevenção secundária) é a realização de testes ou exames diagnósticos em pessoas assintomáticas,


com a finalidade de diagnóstico precoce, objetivando reduzir a morbi-mortalidade da doença, agravo ou risco rastreado.

HAS:
Grau de recomendação A: maiores de 18 anos, sem o conhecimento de que sejam hipertensos,
intervalo bianual se PA <120/80 e anual se PAS entre 120 e 139 mmHg ou PAD entre 80 e 90 mmHg

Dislipidemia:
Homens com 35 anos ou mais – Grau A // Homens de 20 a 35 anos com alto risco – Grau B
Mulheres com 45 anos ou mais – Grau A // Mulheres de 20 a 45 anos com alto risco – Grau B
Intervalo de 5 anos para pessoas com resultados normais a depender do risco cardiovascular
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2
Rastreamento (prevenção secundária) é a realização de testes ou exames diagnósticos em pessoas assintomáticas, com
a finalidade de diagnóstico precoce, objetivando reduzir a morbi-mortalidade da doença, agravo ou risco rastreado.

Diabetes Mellitus
tipo 2
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2
Rastreamento (prevenção secundária) é a realização de testes ou exames
diagnósticos em pessoas assintomáticas, com a finalidade de diagnóstico precoce,
objetivando reduzir a morbi-mortalidade da doença, agravo ou risco rastreado.

Obesidade

Medida do Índice de Massa Corporal (IMC)

Número de comportamentos saudáveis:


1. comer muita fruta, legume e verduras;
2. não fumar;
3. não beber ou beber moderadamente e
4. fazer atividades físicas
Promover, prevenir, tratar
Práticas e reabilitar
na APS pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

• Acolhimento e Acesso Avançado


• Prática da Saúde Baseada em Evidências
(protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas)
• Estratificação das pessoas segundo
riscos/vulnerabilidade, com intervenções
individuais e coletivas
• O cuidado compartilhado
• O apoio e incentivo ao autocuidado
Acolhimento e Acesso Avançado
Vídeo: Acesso Avançado. Diário de um Posto de Saúde, 2016
https://www.youtube.com/watch?v=cZi5Xb3ouAo

Prática da Saúde Baseada em Evidências (protocolos


clínicos e diretrizes terapêuticas)
Vídeo: Atenção quaternária e iatrogenia. Diário de um Posto de Saúde.
2016.
https://www.youtube.com/watch?v=1viC3T6fwSQ
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

Rastreamento do Risco Cardiovascular


Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes
Rastreamento do Risco Cardiovascular Mellitus tipo 2
Rastreamento do Risco Cardiovascular

Anamnese, exame clínico e exames complementares quando


indicados
Rastreamento do
Risco
Cardiovascular
 IDADE
 GÊNERO
 COLESTEROL
TOTAL
 TABAGISMO
 HDL
 HAS
Rastread Rastreamento do Risco Cardiovascular o
Risco Cardiovascular
Rastreamento do
Rastreamento do Risco
Risco Cardiovascular
Cardiovascular

https://www.ufrgs.br/telessauders/desenvolvimento/aplicativos/calculadora-de-
risco-cardiovascular/
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

Hipertensão Arterial Sistêmica


Rastreamento - HAS
Rastreamento - HAS
 Em pessoas assintomáticas:

Grau de recomendação A: adultos (acima de 18 anos) sem o conhecimento de que


sejam hipertensos.

 Por quê: prevalência alta, fator de risco para DCV (doença cardiovascular) e IRC
(insuficiência renal crônica)

 Intervalo:
 Bianual para: pessoas com PA < 120/80
 Anual para: pessoas com PAS entre 120 e 139 mmHg ou PAD entre 80 e 90
mmHg
Pessoas com mais de 18 anos
Rastreamento
Diagnóstico
Diagnóstico
• Medidas sustentadas de pressão arterial elevada (> = 140 x 90):
Média aritmética da PA verificada em três dias diferentes com intervalo mínimo de uma semana
entre as medidas
Atentar para estresse físico e emocional.

• MRPA (Medida Residencial da Pressão Arterial)


• 3 medidas pela manhã, antes do desjejum e da tomada de medicamento, e 3 à noite, antes do
jantar, durante 5 dias, ou
• 2 medidas pela manhã e à noite durante 7 dias.

• MAPA (Medida Ambulatorial da Pressão Arterial)


HAS
HAS- Classificação
- Classificaçãoeediagnóstico
diagnóstico
• Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no
consultório (> 18 anos):

Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão, 2010


HAS
HAS
HAS- Classificação
--Classificação
Classificaçãoeeediagnóstico
diagnóstico
diagnóstico
• HIPERTENSÃO PRIMÁRIA;
• HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA;
 Suspeitar em pessoas com menos de 30 ou mais de 50 anos;
 Prevalência: 5-10% da população com diagnóstico de
Hipertensão;
 Na suspeita, sempre investigar.

Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão, 2010


Avaliação da pessoa com hipertensão

História clínica
Dispnéia, dor torácica, palpitações, acuidade visual
Hábitos de vida: uso de álcool, tabaco, cocaína, crack, atividade física
História familiar: antecedentes de IAM (infarto agudo do miocárdio) e AVE
(acidente vascular encefálico)
Aspectos socioeconômicos
Uso medicamentos (ex.: anti-inflamatórios, ACO, anorexígenos
[sibutramina], descongestionantes nasais).
AAvaliação da pessoa com hipertensão
Exame físico
•Antropometria: IMC, circunferência abdominal - 88 cm para mulheres e 102 cm
para homens.
•Dados vitais – PA nos dois membros superiores na primeira avaliação e FC
(frequência cardíaca)
•Inspeção: fácies e aspectos sugestivos de hipertensão secundária.
•Pescoço: palpação e ausculta das artérias carótidas, verificação de turgência
jugular e palpação de tireoide
Avaliação da pessoa com hipertensão
Exame físico
Exame do precórdio e ausculta cardíaca: arritmia, sopros, B3, B4.
Exame do pulmão: ausculta de estertores, roncos e sibilos.
Exame do abdome: a ausculta de sopros em área renal objetivam
detectar hipertensão secundária a obstrução de artérias renais.
Extremidades: avaliar pulsos
Avaliação da pessoa com hipertensão
Rotina complementar mínima
Cálculo do LDL
Glicemia
LDL = CT – HDL-TGL/5
Lipidograma (colesterol total [CT], HDL,
triglicérides [TGL])
Cálculo do Clearance de Creatinina (ClCr)
Creatinina [Cr], potássio [K+]
Cockroft-Gault
Urina tipo I ClCr = (140 – idade) x peso
Cr x 72
ECG (eletrocardiograma)
Multiplicar por 0,85 se mulher
Fundoscopia (encaminhar MDRD
ao oftalmologista) Considera gênero, afrodescendência, idade e
creatinina

* FREQUÊNCIA ANUAL
Lesões de órgãos-alvo

1. AVE (acidente vascular encefálico) e AIT (ataque isquêmico


transitório)
2. IAM (infarto agudo do miocárdio), DAC (doença arterial
coronariana), DAOP (doença arterial obstrutiva periférica)
3. HVE (hipertrofia do ventrículo esquerdo)
4. Nefropatia
5. Retinopatia
6. Aneurisma de aorta abdominal
7. Estenose de carótica sintomática
Manejo Clínico da HAS
• Medidas não farmacológicas

• Medidas farmacológicas – de acordo com o perfil do paciente, tolerabilidade


e lesões de órgãos-alvo.
Fluxograma de rastreamento e diagnóstico de HAS

PA entre 140/90 e 159/99


mmHg
Principais Anti-Hipertensivos disponíveis
na Atenção Primária à Saúde
• Diuréticos Tiazídicos
– Hidroclorotiazida, Clortalidona
– São os diuréticos preferidos para iniciar o tratamento.
• Bloqueadores do canal de Cálcio
– Anlodipino, Nifedipino
• Inibidores da ECA
• - Enalapril, Captopril
• Bloqueadores do Receptor da Angiotensina (BRA)
– Losartana
Principais Anti-Hipertensivos disponíveis no Brasil
 Diuréticos poupadores de Potássio
– Espironolactona
– Pequena eficácia diurética.
– Podem ser associados a outros diuréticos no tratamento e prevenção
da hipopotassemia.
– Evitar em pacientes com redução da função renal.
– Primeira escolha após Tiazídicos, BCC, IECA/BRA
Diuréticos de Alça
- Furosemida
- Podem ser usados em associação com diuréticos tiazídicos em
pacientes com Insuficiência Cardíaca e Renal tanto para controle do
edema quanto para controle da PA.
- Não deve ser usada para controle de edema em pessoas sem
comorbidades.
Principais Anti-Hipertensivos disponíveis no Brasil
• Beta-bloqueadores:
– Propranolol, Atenolol, Metoprolol, Carvedilol
– Uso associado com diuréticos pode piorar perfil glicêmico e lipídico.
– Evitar em pacientes com BAV de 2º grau.
– Evitar Atenolol e Propranolol em pacientes com Asma ou DPOC
• Inibidores adrenérgicos
– Metildopa
– A Metildopa é o anti-hipertensivo de escolha para mulheres grávidas.
Medicamentos disponíveis
na Rename 2012
Indicações das classes medicamentosas
ACOMPANHAMENTO

• Depois de iniciar tratamento medicamentoso:


Verificação semanal da PA até a consulta médica de reavaliação com 30 dias com
o/a médico/a
• Caso não tenha atingido a meta, deve-se:
• Avaliar adesão terapêutica / observar a técnica de verificação da PA e
equipamento
• aumentar a dose do fármaco já usado
• OU adicionar outro fármaco
• OU substituir o fármaco, se não houver efeito ou haja efeitos indesejados.

• Após atingir a meta, dividir o cuidado com a/o enfermeira/o, com consultas
intercaladas, a depender do RCV
a cada 2 meses(RCV alto >20%),
a cada 3 meses(RCV intermedio 10-20%)
a cada 6 meses(RCV baixo <10%)
a cada ano uma consulta odontológica
Fonte: http://brasil.evipnet.org/wp-
content/uploads/2016/09/SinteseMedicamentos_set
 Critérios de encaminhamento para NEFROLOGIA e/ou CARDIOLOGIA:
 Suspeita de hipertensão secundária
 Hipertensão refratária (= uso de três antihipertensivos, sendo um deles diurético, sem
controle da PA)

 O que escrever no relatório de encaminhamento:


 Sinais e sintomas, medicações em uso com dose, medida da PA, alterações dos exames
complementares, se houver, avaliação da adesão, número da teleconsultoria (se caso tiver
sido discutido no Telessaúde)
 Classificar o risco adequadamente

• Telessaúde: 0800 6446543

Fontes: Protocolos de encaminhamento da atenção básica para atenção especializada.


Volume 1 – Endocrinologia e nefrologia (2015) e Volume 2 – Cardiologia (2016)
Fonte: https://www.ufrgs.br/telessauders/nossos-servicos/teleconsultoria/0800-644-6543/
Caso 2 Caso Clínico
Dona Maria, negra, 55 anos, hipertensa há 6 anos, chega à
unidade sendo acolhida pela enfermeira, relatando estar
ansiosa e preocupada com a pressão, que acredita estar
elevada, pois está sentido dor de cabeça leve a moderada.
Refere uso regular do antihipertensivo enalapril 20mg de
12/12hs. Cefaléia sem sinais de alarme, nega outros
sintomas associados. Medida de PA = 180x 90mmHg. A
enfermagem solicita atendimento da médica devido ao fato
da pressão estar alta.
Caso 2diagnóstica, Doenças
1 – Lista de Problemas? Hipótese
crônicas e problemas

2 – Qual a Abordagem?
– Anamnese dirigida
– Exame físico dirigido

3- Qual seu plano?


– Exames complementares
– Tratamento farmacológico e não-farmacológico
(orientações)
- Atestado?
44
Caso
Urgências
2 e emergências hipertensivas
Pseudocrises hipertensivas: elevações significativas da PA, associadas a
sintomas relatados pelo paciente, não se pode estabelecer relação causal
entre a hipertensão e a manifestação do desconforto.

As pseudocrises hipertensivas são situações nas quais o aumento


acentuado da PA é desencadeado por dor (cefaléia, cólica), desconforto
(tonturas, mal-estar), ansiedade ou por associação desses fatores

Grupo de pessoas responsável pela maior procura por um atendimento de


urgência com PA acentuadamente elevada.
45
Urgências
Caso 2 e emergências hipertensivas
Crises hipertensivas (urgências e emergências hipertensivas): quando há risco de
desenvolvimento de alguma complicação clínica associada ao aumento abrupto dos níveis
pressóricos.

Emergências hipertensivas: são situações em que ocorre progressiva lesão aguda de


órgãos-alvo e risco iminente de morte, que necessitam de redução imediata da PA (não
necessariamente para níveis normais). Tais emergências devem ser tratadas
preferencialmente com agentes anti-hipertensivos parenterais em unidades de urgência.

Urgências hipertensivas: há elevação importante da pressão arterial, em geral pressão


arterial diastólica > ou = 120mmHg, com condição clínica estável, sem comprometimento
de órgãos-alvo, mas que existe risco potencial de lesão aguda de órgão-alvo. Deve
proceder o controle pressórico de forma menos intensa que nas emergências, podendo-se
estabelecer esse controle em até 24h, com medicações por via oral.
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

Dislipidemias
Rastreio de Dislipidemia
INDICAÇÕES:
• Homens com 35 anos ou mais – Grau A
• Homens de 20 a 35 anos com alto risco – Grau B
• Mulheres com 45 anos ou mais – Grau A
• Mulheres de 20 a 45 quando se enquadrarem como alto risco
– Grau B
PERIODICIDADE:
•O intervalo adequado para rastreamento é incerto. Recomenda-
se a cada 5 anos, para pessoas com resultados normais;
podendo ser em um intervalo maior ou menor, a depender do
risco cardiovascular.
Fonte: Ministério da Saúde e US Preventive Task Force (2010)
Rastreio Dislipidemias
Indicações outras formas clínicas de aterosclerose
– Doença Ateromatosa Coronariana
– Doença arterial periférica
– Diabetes
– Aneurisma de aorta
– Estenose de carótida sintomática (AIT ou AVC de origem de
carótida)
– 2 ou mais fatores de riscos e Risco Cardiovascular > 20% (ou
seja, alto risco)
– Hipertrofia de VE instalada
Fonte: Ministério da Saúde
Diagnóstico
• LDL-c ≥ 160mg/dL – Hipercolesterolemia Isolada
• TG ≥ 150mg/dL – Hipertrigliceridemia isolada
• LDL-c ≥ 160mg/dL + TG ≥ 150mg/dL - Hiperlipidemia mista
• HDL-c ≤ 50mg/dL (mulheres) ou 40mg/dL (homens)
Manejo Clínico Dislipidemias
• Sempre de acordo com a avaliação de risco cardiovascular
Manejo Clínico na Atenção Básica

• Sinvastatina – 40 mg/dia, em 1 tomada à noite (na


maioria dos municípios, apresentação de 40mg)

• Bezafibrato – 400 a 600mg/dia


• Ciprofibrato – 100mg/dia
 Considerar fibrato se TG > 500mg/dl, pelo risco de
pancreatite aguda.
Manejo Clínico na Atenção Básica
Principais Drogas
 Sinvastatina – 40 a 80mg/dia, em 1 tomada à noite

Hipertrigliceridemia: 500mg/dL (se não resposta à MEV) ou >1000mg/dL


 Considerar fibrato se TG > 500mg/dl, pelo risco de pancreatite aguda.

• Benzafibrato – 400 a 600mg/dia


• Ciprofibrato – 100mg/dia
Solicitar TGO, TGP e CPK de forma regular enquanto se usar estatina
Até entrar na meta, solicitar novo lipidograma a cada 3 meses enquanto se ajusta dose e se
orienta MEV
Caso Clínico
Seu José, 57 anos, hipertenso há 10 anos e diabético há 1 ano. Vem à
consulta médica para entrega de curva de pressão realizada no posto de
saúde durante as últimas 4 semanas e também para entrega de exames
laboratoriais recentes. Vem sem queixas cardiovasculares. Não é sedentário
ou tabagista. Vem em uso regular das medicações e com dieta hipossódica.
Medicações em uso: losartana 100mg/dia e metformina 850mg (0 – 1 – 1).
Curva de PA: 150x90 mmHg; 140 x 90 mmHg; 150 x 80 mmHg e 140x 90
mmHg.
Glicemia Jejum = 94 mg/dl; Hb glicada = 6,0% ; CT = 243mg/dl; LDL = 160
mg/dl; HDL = 55 mg/dl; TGL = 140 mg/dl
Caso 4
1 – Lista de Problemas? Hipótese diagnóstica, Doenças crônicas e
problemas

2 – Qual a Abordagem?
– Anamnese dirigida
– Exame físico dirigido

3- Qual seu plano?


– Exames complementares
– Tratamento farmacológico e não-farmacológico (orientações)
- Atestado?

55
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

Diabetes Mellitus
Diabetes Mellitus
• Classificada em DM tipo 1, DM tipo 2 e DM
gestacional.
– O DM tipo 2 abrange cerca de 90% dos casos de
diabetes na população;
– O DM tipo 1 aproximadamente 8% dos casos (ADA,
2010).
DM 2 – Rastreamento

• As pessoas com fatores de risco para DM deverão ser encaminhados para uma
consulta de rastreamento e solicitação do exame de glicemia
• Recomenda-se que a consulta de rastreamento seja realizada pelo enfermeiro
da UBS, encaminhando para o médico em um segundo momento, a fim de
confirmar o diagnóstico dos casos suspeitos.
Diagnóstico

< 5,7%

>= 5,7% e < 6,5%


DM - Avaliação inicial e acompanhamento
• A consulta médica deverá incluir:
– História da pessoa,
– Exame físico habitual
• Acrescenta: exame da cavidade oral: avaliar presença de gengivite, problemas
odontológicos e candidíase; exame dos pés: lesões cutâneas (infecções
bacterianas ou fúngicas), estado das unhas, calos e deformidades, avaliação
dos pulsos arteriais periféricos e edema de membros inferiores; exame
neurológico sumário; exame de fundo de olho.
– Avaliação laboratorial
– Estratificação do risco cardiovascular.
DM - Avaliação laboratorial

• Também podem ser solicitados exames para avaliação cardiológica, conforme necessidade individual, como
eletrocardiograma (ECG).
• Os exames de glicemia de jejum e HbA1C devem ser realizados duas vezes ao ano, em pacientes dentro da
meta e, a cada três meses, se acima da meta pactuada.
Orientações alimentares
Trabalhe colaborativamente com a nutricionista de sua UBS

Guia Alimentar: 10 passos simples para uma


alimentação saudável
Vídeo: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/52504-guia-alimentar-10-passos-
simples-para-uma-alimentacao-saudavel

Fonte: Guia Alimentar para a População Brasileira, Dez Passos para uma Alimentação Saudável – um
dos instrumentos construídos a partir das diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição
(Pnan)
Exercícios físicos
• Antes de iniciar a prática de atividade física, é necessário avaliar as condições
atuais do paciente, o controle metabólico, o potencial para o autocuidado e
avaliar complicações.

• Trabalhe colaborativamente com o Educador Físico do NASF de sua UBS

• Para que o exercício aeróbico reflita na melhora do controle glicêmico,


mantenha ou diminua o peso e reduza os riscos de doença cardiovascular,
deve ser realizado de forma regular, com um total de 150 minutos/semana,
distribuídos em três dias por semana, não mais de dois dias consecutivos
[Grau de Recomendação B].
Manejo Terapêutico - Principais drogas
• A Metformina é a droga de primeira escolha para o tratamento da DMII
DM - Plano terapêutico e Metas
• Plano envolve apoio para mudança de estilo de vida (MEV), controle metabólico e
prevenção das complicações crônicas.
Insulinoterapia
Introdução da insulina NPH em dose única, antes
de deitar, associada a antidiabéticos orais
costuma ser bem recebida pelos usuários, tem o
benefício de requerer menores doses de insulina
e reduz o risco de hipoglicemia.
Insulinoterapia – Indicações
• Se o controle não for alcançado após o uso de metformina em
associação com uma sulfoniluréia por três a seis meses;
• Quando os níveis de glicemia em jejum estiverem > 300mg/dL, na
primeira avaliação ou no momento do diagnóstico, principalmente se
acompanhado de perda de peso, cetonúria e cetonemia (GUSSO; LOPES,
2012).
• Diabetes gestacional;
• Situações de estresse agudo metabólico (infecções, cirurgias, infecções
graves, AVE, politrauma, IAM)
Manejo Terapêutico - Principais drogas
Insulinas
• A dose inicial costuma ser de 10UI de insulina NPH, ou 0,2UI/kg para as pessoas obesas, podendo ser
reajustada em 2UI a 4UI, conforme média de três glicemias capilares de jejum consecutivas, até atingir
meta glicêmica (GUSSO; LOPES, 2012).

• Insulina regular é útil no tratamento da hiperglicemia pós-prandial - a administrar 30 minutos antes da


refeição (MCCULLOCH, 2011c).

• A pessoa em uso de insulina deve ser instruída sobre a detecção e o manejo da hipoglicemia;

• Na ocorrência de hipoglicemia, reduzir a dose em 4UI ou 10% da dose (NATHAN et al., 2009).

• A metformina pode ser mantida após o início do uso de insulina.


Insulinização progressiva na pesoa com DM tipo2

Glicemia pré-prandial alta no Usar insulina rápida no desjejum


almoço

Glicemia pré-prandial alta no Usar insulina rápida no almoço


jantar

Usar insulina rápida no jantar


Glicemia alta ao deitar

A glicemia de jejum (pré-prandial do desjejum) é utilizada para correção da


insulina basal noturna

Adaptado de Nathan DM et al. Diabetes Care.2009; 32: 193-203


Drogas - detalhes

• A Metformina é a droga de escolha para o tratamento da DM


tipo 2
• Se glicemia de jejum estiver muito alta (> ou = a 300mg/dL) o
uso da insulina está indicado, mesmo que por curtos periodos
de tempo, até normalizar a glicemia
• Pacientes obesos (IMC>30) se beneficiam da Metformina
desde o início do tratamento
Avaliação dos pés do paciente com DM
Vídeo:
Pé diabético. Diário de um Posto de Saúde. 2017. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Y5K2O0WMPzo
Avaliação dos pés do paciente com DM
Protocolos de Encaminhamento
Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para
Endocrinologia:
 uso de insulina em dose otimizada (mais de uma unidade por quilograma de peso);
ou
 insuficiência renal crônica (creatinina > 1,5 mg/dl); ou
 DM tipo 1 (uso de insulina como medicação principal antes dos 40 anos).

 PREFERÊNCIA NO ENCAMINHAMENTO.
 Telessaúde: 0800 6446543
Protocolos de Encaminhamento
Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para
Nefrologia:

 taxa de filtração glomerular < 30 /min/1,73 m2 (estágio 4 e 5);


 proteinúria (macroalbuminúria);
 perda rápida da função renal (> 5 /min/ 1,73 m2 em um período de seis meses, com
uma TFG < 60 /min/1,73 m2, confirmado em dois exames);
 suspeita de nefropatia por outras causas.

 Telessaúde: 0800 6446543


Caso Clínico

Joana, mulher de 60 anos, confeiteira, é diabética


há 8 anos, usa Metformina 850 mg três vezes por
dia após as refeições e Glibenclamida 5mg antes do
café e jantar. Ela confidencia que às vezes come
doces no trabalho porque fica ansiosa. Seus
exames: Glicose jejum 300, Hemoglobina glicada
8,7%.
Caso 3
1 – Lista de Problemas? Hipótese diagnóstica, Doenças crônicas e
problemas

2 – Qual a Abordagem?
– Anamnese dirigida
– Exame físico dirigido

3- Qual seu plano?


– Exames complementares
– Tratamento farmacológico e não-farmacológico (orientações)
- Atestado?

83
Promover, prevenir, tratar e reabilitar pessoas com HAS,
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

Obesidade
Obesidade
Promover, prevenir, tratar
Obesidade e reabilitar
- Casos pessoas com HAS,
específicos
Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2

• Obesidade em crianças e adolescentes – observar curva antropométrica


específica por idade.
• Obesidade em gestantes – observar curva antropométrica específica.
• Obesidade em idosos:
Orientações de Mudança de Estilo de Vida

• Hábitos de vida saudáveis são a base do tratamento das DCNT,


sobre a qual pode ser acrescido – ou não – o tratamento
farmacológico.
• Seus elementos fundamentais são manter uma alimentação
adequada e atividade física regular, evitar o fumo e o excesso
de álcool e estabelecer metas de controle de peso (GUSSO;
LOPES, 2012).
Caso clínico
Flora, 60 anos, analfabeta, dona de casa, mora na sua área
de cobertura. Vem para consulta médica agendada com
queixa de dor no ombro direito há 2 meses. Relata inicio da
dor “depois de ter começado a fazer salgadinhos para
vender na porta da fábrica”. A dor melhora com uso de
Diclofenaco, que faz uso diário há 15 dias. Tem diagnóstico
de HAS e DM tipo 2 há 20 anos. Sem outras comorbidades.
Na consulta, solicita laudo para levar ao advogado que está
ajudando-a a conseguir um benefício.
Está em uso regular de:
- Enalapril 20mg de 12 em 12h;
- Hidroclorotiazida 25mg, pela manhã;
- Metformina 850mg, antes do almoço e do jantar;
Triagem (realizada pela Técnica de Enfermagem):
PA – 160x90; Peso; 78kg; Altura: 1,60m
Glicemia de jejum : 220
Como você manejaria esta paciente?
Referências
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