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PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL

Professores:
Adriano de Paula e Silva
Cristiane Machado Parisi Jonov

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PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
CONCEITOS DE DIREITO

CONCEITOS DE DIREITO

1. CONCEITO DE DIREITO

− É o conjunto de normas e princípios que regem a atividade do Estado,


Estado a relação
deste com os particulares, assim como o atuar recíproco dos cidadãos

− Divide-se
de se ttradicionalmente
ad c o a e te eem d
direito
e to púb
público
co e d
direito
e to p
privado
ado

2. DIREITO PÚBLICO

− Compreende o direito público interno e o direito público externo

3. DIREITO PÚBLICO INTERNO

− Regula a organização e competência do Estado, ou seja, todos os interesses


estatais e sociais

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CONCEITOS DE DIREITO
O Direito público interno engloba, entre outros :

− Direito Constitucional
− Direito Administrativo
− Direito Tributário
− Direito Processual (civil e penal)

4. DIREITO PÚBLICO EXTERNO

− Ocupa das relações dos Estados soberanos entre si, assim como das atividades
destes com organismos internacionais

5. DIREITO PRIVADO

− Cuida dos interesses individuais e suas relações com o Estado

− Engloba o Direito Civil e o Direito Comercial

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CONCEITOS DE DIREITO
6. DIREITO SUBJETIVO E OBJETIVO

− O direito subjetivo é o direito que tem cada cidadão de ingressar em juízo


reivindicando algo

− O direito objetivo é o arcabouço de normas de que o Estado dispõe para aplicar


o direito

7. FONTES DO DIREITO

− Código Civil:
“Quando a lei for omissa, o Juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os p
princípios
p gerais do direito.”
g

− Analogia:
Jurisprudência ou súmula de tribunais

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CONCEITOS DE DIREITO
− Jurisprudência:
Corresponde a uma série de julgamentos em sentenças prolatadas numa
mesma direção
ç para um caso semelhante
p

− Costumes:
Usos normalmente empregados nas relações entre os cidadãos do local
Exemplo: preço que um engraxate cobra por seus serviços

− Princípios
í gerais do direito:
São normas tradicionais, baseadas no bom-senso e que regulam as relações
sociais desde a época do direito romano
Exemplo:
p “Dar a cada um o qque é seu.”

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NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL
NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL
1 INTRODUÇÃO
1.

− Quando duas ou mais pessoas possuem interesse sobre o mesmo bem ou


utilidade, surge entre elas um conflito de interesses

− Tal conflito pode dar lugar à manifestação da vontade de uma delas de exigir a
subordinação do interesse da outra ao próprio (pretensão)

− Se essa vontade é resistida, configura-se então um litígio ou lide

− A função de decidir a lide é atribuída a um terceiro sujeito, desinteressado e


imparcial que é o Estado,
imparcial, Estado através de seus órgãos jurisdicionais

− Quando alguém ingressa em Juízo, geralmente o faz para obter do órgão


jurisdicional (que na primeira instância é o Juiz), uma decisão que acolha sua
pretensão pondo fim à lide
pretensão,

− O processo civil é, portanto, um ACTUM TRIUM PERSONARUM, ou seja, uma


relação entre três pessoas, em que um litigante (Autor) pede a um Juiz que lhe
reconheça ou faça valer um direito contra uma outra pessoa (Réu)

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NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL

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PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL
2. AS DIVISÕES DO PROCESSO CIVIL

O processo civil tem a seguinte divisão clássica:

− Processo de Conhecimento
− Processo de Execução
− P
Processo C
Cautelar
l

3. O PROCESSO DE CONHECIMENTO

− O Autor pede ao Juiz que lhe reconheça um direito

− Termina
T i com a sentença
t d Juiz,
do J i acolhendo
lh d ou não ã a pretensão
t ã do
d autor,
t
condenando ou não o Réu a uma determinada prestação

− O p
processo se desenvolve com a p produção
ç de p
provas e termina com uma
sentença de declaração
ã ou de condenação
ã

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NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL
4. O PROCESSO DE EXECUÇÃO

− O Autor pede ao Juiz que lhe faça valer um direito já reconhecido por sentença
judicial ou outro título

− No caso de dívidas, o Réu deve pagar em 24 horas ou ter os bens nomeados a


penhora (podem haver embargos)

5. O PROCESSO CAUTELAR

− O Autor pede ao Juiz que determine certas providências urgentes, ao lado, ou


antes do processo principal

− Para que o Juiz conceda são necessários dois fatores:

Periculum in mora

Fumus boni iuris

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NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL
6. JULGAMENTO DO PROCESSO

No julgamento do processo, o Juiz pode tomar três caminhos :

(a) Extinção do processo: ausência de algum pressuposto processual

(b) Julgamento
J l antecipado
i d dad lide:
lid elementos
l d autos são
dos ã suficientes
fi i

(c) Designação de audiência preliminar: tentativa de conciliação

Conciliação: homologada por sentença

Não conciliação: decisão de saneamento

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NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL
7. DECISÃO DE SANEAMENTO

− É interlocutória, onde o Juiz determina o prosseguimento do feito

− Nesse período os autos estão conclusos, isto é, não disponíveis para serem
retirados por estarem em poder do Juiz

− Designação da audiência de instrução e julgamento

− Determinação
ç para q
p que as p
partes especifiquem
p q provas
p

8. PROCEDIMENTOS

− É o modo pelo qual o processo anda, também conhecido como rito

− Op
procedimento p
pode ser Sumário ou Ordinário

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NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL
9. PROCEDIMENTO SUMÁRIO

− Utilizado para permitir maior celeridade aos fatos

− Usual em causas de valor abaixo de 20 SM, ou ações regidas por leis fora do
código, como perícias de trânsito

− O Juiz designa audiência de conciliação em 30 dias

10. PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

− Petição Inicial do Autor através de seu advogado

− Citação do Réu (Correio, Oficial de Justiça ou Edital)

− Petição
ç de Contestação
ç ((15 dias p
para apresentar
p resposta)
p )

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NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL
− Julgamento antecipado ou despacho saneador abrindo vistas às partes

− Nomeação do Perito e indicação dos Assistentes Técnicos pelas partes

− Realização de perícias e diligências

− A diê i de
Audiência d iinstrução
ã e julgamento
j l

− Sentença Judicial

− Transitada em julgado, o Réu deverá cumprir a sentença

− Caso contrário, o Autor deverá obrigá-lo através do processo de execução

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NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL
11. TUTELA ANTECIPADA

− É o provimento que defere provisoriamente o pedido inicial, no todo ou em


parte

− É semelhante a medida cautelar, só que esta requer processo próprio

− Só pode ser dada a requerimento da parte e não de ofício

− Pode ser dada liminarmente no recebimento da inicial ou em qualquer


q q
momento do curso do processo

− Na tutela antecipada não é dada nenhuma medida irreversível (as medidas são
p
provisórias)
)

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NOÇÕES
Ç DE PROCESSO CIVIL
12. PROCESSO E AUTOS

− Processo é a relação jurídica que se estabelece entre Juiz, Autor e Réu e que
se modifica a cada ato jurídico praticado

− Autos (impropriamente denominados “processo”) são as folhas que contêm


tudo o que acontece no processo,
processo lavrado à termo

13. PETIÇÃO INICIAL

− Subscrita por advogado, deve conter o pedido do Autor e os fundamentos


jurídicos do mesmo

− Deve ser escrita de maneira lógica e compreensível, para que o Réu a entenda
e defenda-se

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NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL
14. VALOR DA CAUSA

− Art. 258 do CPC: Na petição inicial deve


deve-se
se atribuir um valor à causa, ainda que
esta não tenha conteúdo econômico imediato

− Em regra, o valor da causa deve corresponder ao proveito econômico a ser


conseguido pelo Autor

15. CITAÇÃO E INTIMAÇÃO

− Art. 213 do CPC: Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o Réu para
defender-se

− Se houver suspeita de ocultação a citação é feita com hora certa, não tendo
êxito dá-se por feita a citação

− Art. 234 do CPC: Intimação é o ato pelo qual se dá ciência à alguém dos atos e
Art
termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa

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NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL
16. A RESPOSTA DO RÉU

− A resposta do Réu (prazo de 15 dias) poderá ser de contestação, exceção,


reconvenção ou reconhecimento do pedido

− A contestação é a forma mais importante e freqüente. Se o Réu não contesta


(ignora) é considerado revel (não sendo mais citado) e reputa
(ignora), reputa-se
se como
verdadeiros os fatos afirmados pelo Autor. O Réu deve impugnar
especificadamente cada um dos fatos narrados na petição inicial

− Na exceção o Réu alega que a causa não pode ser julgada por aquele Juiz
(incompetência, impedimento ou suspeição)

− Na reconvenção (menos freqüente) o Réu propõe no mesmo processo uma


ação conexa contra o Autor

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NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL
17. AS PROVAS

− Quando alguém entra em Juízo, deve provar o que alega

− Todos os meios lícitos e morais de prova são válidos

− O meios
Os i usuais
i são
ã documentos,
d testemunhas,
h vistorias,
i i perícias,
í i etc

18. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

Em geral segue as seguintes etapas:

((a)) Abertura,
Ab t com a presença das
d partes t e seus respectivos
ti advogados
d d
(b) Tentativa de conciliação, se infrutífera passa-se à instrução
(c) Reunião e exame das provas respectivas
(d) Esclarecimentos de Peritos e Assistentes (eventual)
(e) Ouvida do Autor e do Réu
(f) Ouvida das testemunhas
(g) Debates (advogados dirigem-se ao Juiz)
(h) S t
Sentença d d logo
desde l ou em 10 dias
di

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NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL
19. A SENTENÇA

− Juiz entrega sua prestação jurisdicional, acolhendo ou não o pedido formulado


pelo Autor

− A sentença tem força de lei, no limite das questões decididas

− Compõe-se de três partes:

Relatório ((resumo do p
processo);
);

Fundamentação (análise dos fatos);

Dispositivo (conclusão)

− Podem ser meramente declaratórias ou condenatórias

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NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL
20. OS RECURSOS

− Contra as decisões do Juiz cabem recursos

− O recurso contra a sentença é a apelação

− Se uma das
S d partes do
d processo não ã se conforma
f com a sentença, poderá
d á
apelar para a 2a Instância (prazo legal de 15 dias corridos)

− Na 2a Instância ((Tribunal de Justiça


ç ou Tribunal de Alçada)
ç ) o novo jjulgamento
g
é feito por uma “turma” de juízes
í e o resultado do julgamento é denominado
acórdão

− Q
Quando um acórdão ou sentençaç são obscuros cabe o embargo
g de declaração,
ç ,
quando o acórdão não é unânime cabe um embargo infringente

− O agravo é o recurso contra uma decisão interlocutória do Juiz (intermediária)

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PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA

PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA

9Essa matéria situa-se na área de Engenharia de Avaliações e Perícias ou


Engenharia Legal

9Alguns exemplos de Perícias Judiciais de Engenharia são:


(a) Avaliações de imóveis:
- Processos de Desapropriação
- Processos de Partilha de Bens (Varas de Família)
ç
- Ações de Enriquecimento
q sem Causa

(b) Arbitramento de aluguéis


- Lei de Locação: LEI 8.245 (CPC)

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PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
(c) Discussão sobre valores de tributos em imóveis

(d) Perícias de patologias construtivas


- Descolamento de cerâmica
- Infiltrações em garagens por ausência de impermeabilização
- Corrosão de armaduras

9O profissional de Engenharia ou Arquitetura pode atuar nessa área como:


(1) Perito Oficial

(2) Assistente Técnico

(3) Árbitro

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PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
9RESOLUÇÃO Nº 345 DO CONFEA DE 27.06.1990
− VISTORIA é a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e
minucioso dos elementos que o constituem, sem a indagação das causas que o
motivaram

Na área jurídica costuma-se dizer que não há como discordar de uma vistoria

Vistoria para Avaliação

Vistoria Técnica

Vistorias Cautelares

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PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
− AVALIAÇÃO é a atividade que envolve a determinação técnica do valor
monetário de um bem

− PERÍCIA é a atividade que envolve a apuração das causas que motivaram


determinado evento

− LAUDO é a peça na qual o Perito, profissional habilitado, relata o que observou


e dá suas conclusões ou avalia o valor de coisas ou direitos

É um relatório elaborado pelo Perito após a realização da Avaliação ou da


Perícia contendo seus resultados

Existe uma discussão acerca da denominação do relatório dos


Assistentes Técnicos. Juridicamente costuma-se denominar LAUDO
apenas o relatório do Perito e o relatório dos Assistentes é
denominado PARECER TÉCNICO

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PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
− ARBITRAMENTO é a atividade que envolve a tomada de decisão ou posição
entre alternativas tecnicamente controversas ou que ocorrem de aspectos
subjetivos

CONCEITO MAIS MODERNO ARBITRAGEM

Lei de Arbitragem de 1992


É uma convenção privada celebrada entre duas ou mais pessoas, para a
solução
l ã de d suas controvérsias,
t é i através
t é dad intervenção
i t ã de
d uma ou mais i pessoas
(árbitros) que recebem poderes de seus convenientes, para com base nessa
convenção decidirem os seus conflitos, sem a intervenção do Estado, sendo que
a decisão destinada às partes tem a eficácia de Sentença Judicial

A arbitragem é um meio jurídico de solução de controvérsias presentes ou


futuras, baseado na vontade das partes envolvidas, as quais elegem por si
mesmas e diretamente
diretamente, através de mecanismos por elas determinados,
determinados árbitros
para serem os juízes da controvérsia, confiando-lhes a missão de decidir de
forma obrigatória o litígio através da prolação de um laudo arbitral (ARAÚJO)

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PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
Benefícios oferecidos pela arbitragem:

− a rapidez no julgamento da causa;

− o sigilo;

− possibilidade de escolha de um árbitro especialista no assunto relativo à


demanda;

− informalidade;

− menores custos;

− inexistência de recurso sobre as decisões

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PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA

A discussão acerca da natureza jurídica da arbitragem compõe um grande e


i fi dá l debate,
infindável d b t não
ã só ó pela
l sua importância
i tâ i teórica,
t ó i como também
t bé pelas
l
relevantes conseqüências políticas que implica

Porém, o novo modelo jurídico adotado pela Lei 9.307/96 revela que o
legislador demonstrou claramente sua intenção de considerar a arbitragem um
atividade jurisdicional

A norma cuidou também para que se garantisse o recurso ao Judiciário,


Judiciário diante
do abuso de poder ou da ilegalidade praticados pelos árbitros. Assim, a nova lei
prevê especificamente a invocação do Judiciário quando as partes não
concordarem sobre os termos do compromisso, inclusive para a nomeação do
árbitro

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PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA

O laudo arbitral tem força de Sentença Judicial, embora a arbitragem seja um


procedimento
di t privado
i d

É importante
i que a arbitragem
bi seja
j feita
f i através
é de
d Câmaras
Câ d Arbitragem,
de A bi
que são entidades que nomeiam árbitros associados a ela (CAMINAS)

O árbitro realiza a arbitragem sob a orientação e aval da Câmara

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PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
9VISTORIAS CAUTELARES
1 ESPAÇO URBANO MODERNO
1.

− Terrenos com alto valor unitário

− Verticalização das construções para melhor ocupação dos terrenos

− C
Construções
t õ antigas
ti cedem
d lugar
l a novas com maior
i número
ú de
d pavimentos
i t

− Materiais de melhor desempenho


(
(exemplo:
l concretot dde alto
lt desempenho)
d h )

− Métodos avançados de cálculo


(exemplo: método
é dos elementos finitos)

− Fundações profundas e grandes escavações

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PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
2. CONSTRUTORES E VIZINHANÇA

− P i
Poeira, resíduos
íd d
de construção,
t ã barulho
b lh

− Escavações para implantação de sub-solo e fundações

− Vibrações e modificação do bulbo de tensões das edificações vizinhas

− Efeitos nocivos quando as edificações vizinhas encontram-se em estado de


conservação ruim ou idade avançada

− P i
Perigo d
de ruína
í ou constrangimento
t i t dos
d usuários
á i

− Depreciação dos imóveis

− Reparo dos danos ou indenização

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3. VISTORIAS CAUTELARES
− Reclamações de origem discutível

− Construções em precário estado de conservação

− Vistoria cautelar extrajudicial e de comum acordo com a vizinhança

− Inspeção cuidadosa do imóvel vizinho

− Registro do estado de conservação e eventuais patologias

− Registro
g em forma descritiva e com fotografias
g

− Ao contrário da perícia, é simples constatação

− Cópia do relatório para o vistoriado

− Eventual registro em cartório de registro de documentos

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PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
SISTEMÁTICA DAS
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
1. INTRODUÇÃO

− Os trabalhos de engenharia podem ser realizados na esfera judicial


− O profissional de engenharia/arquitetura atua por nomeação do Juiz (Perito
Oficial) ou por indicação de parte envolvida (Assistente Técnico)

2
2. A PERÍCIA JUDICIAL

− Têm a sistemática regida pelo CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (CPC)


− O CPC define os procedimentos e prazos no processo civil
− Exemplo: O Perito está sujeito a impedimento ou suspeição (Art. 134)

3. O PROCESSO JUDICIAL

− Quando duas ou mais partes têm conflito de interesses pode surgir entre elas
um LITÍGIO ou LIDE
− A solução da LIDE é feita através de órgãos jurisdicionais. Exemplo: Varas
Cíveis Fazenda,
Cíveis, Fazenda Família

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PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
− O processo judicial é uma relação entre três partes na qual o litigante
(AUTOR), pede a um JUIZ que lhe seja reconhecido um direito contra outra
parte (RÉU)

4. ASPECTOS GERAIS DA PERÍCIA JUDICIAL

− O JUIZ dirige o processo judicial (Art.


(Art 125)
− Auxiliares: escrivão, oficial de justiça, perito, etc
− O Perito é um profissional de nível universitário, inscrito no órgão de classe
(Art. 145)
− O Assistentes
Os A i t t Técnicos
Té i são
ã indicados
i di d pelas l partest (não
( ã é obrigatório)
b i tó i )

5. A PERÍCIA COMO MEIO DE PROVA

− O CPC estipula as provas admitidas no processo judicial


− Prova documental, testemunhal e pericial
− Perícia: O JUIZ não pode realizar a verificação de fatos de percepção técnica

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PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
6. DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO PERITO

− Tem o direito de escusar


escusar-se
se da nomeação ((“MUNUS”)
MUNUS )
− Remuneração compatível com trabalho/depósito prévio
− Pode se valer de todos os meios (Art. 429)
− Cumprir o ofício, trazer a verdade
− C
Cumprir
i o encargo no prazo previsto
i

7. FUNÇÕES DOS ASSISTENTES TÉCNICOS

− Auxiliar o advogado durante todo o processo


− Colaborar na formulação de quesitos
− Levantar informações e fornecê-las ao Perito
− E d
Endossar o laudo
l d dod Perito
P it ou apresentar
t parecer em separado
d
− “Perito não é JUIZ, nem Assistente Técnico é Advogado da parte”

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PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
8. A FASE INICIAL DA PERÍCIA

− A Perícia pode ser solicitada pelas partes ou determinada de ofício pelo JUIZ
(Art. 421)
− O Perito é intimado por mandado
− As partes acompanham o processo pelo Diário do Judiciário
(www tjmg gov br)
(www.tjmg.gov.br)
− O Perito apresenta proposta de honorários
− O pagamento fica a cargo da parte que requereu a perícia, ou do Autor (Art.
33)
− O JUIZ costuma
t d t
determinar
i d ó it prévio
depósito é i para posterior
t i liberação
lib ã
− As partes podem indicar Assistentes Técnicos e formular quesitos em até 05
dias após a nomeação do Perito Oficial (Arts. 421 e 422)

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PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA

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PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
9. FORMULAÇÃO DE QUESITOS

− Quesitos são perguntas formuladas pelos advogados das partes e que devem
ser respondidas pelo Perito
− Perito somente deve responder quesitos direcionados ao objetivo da perícia
− O trabalho do Perito não está adstrito à resposta aos quesitos e sim ao
objetivo da perícia
− Se as partes não formularem quesitos nos 05 dias, não poderão formular
quesitos suplementares

10 A REALIZAÇÃO DA PERÍCIA
10.

− O JUIZ pode dispensar a perícia, em função de pareceres técnicos juntados ao


processo (Art. 427)
− O JUIZ marca prazo para entrega do laudo pelo Perito (Art. 421)
− O Perito pode pedir prorrogação do prazo (Art. 432)
− Ao término o Perito deve conferenciar com os Assistentes Técnicos

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PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
11. A ENTREGA DO LAUDO

− O JUIZ pode substituir o laudo pela inquirição do Perito em audiência


− Na entrega do laudo o Perito pode fazer petição solicitando a liberação de
seus honorários
− Os Assistentes Técnicos têm um prazo de 10 dias após a entrega do laudo
pelo Perito para se manifestarem
− Podem fazer petição concordando ou apresentar parecer em separado
(LAUDO DIVERGENTE)

12 MODIFICAÇÕES RECENTES NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (2001)


12.

− Art. 431-A
“As ppartes terão ciência da data e local designado
g pelo JUIZ ou indicados p
p pelo
Perito para ter início a produção da prova”

− Art. 431-B
“Tratando-se
Tratando-se de perícia complexa,
complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, o JUIZ poderá nomear mais de um Perito e a
Parte indicar mais de um Assistente Técnico”

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PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
13. PEDIDO DE ESCLARECIMENTOS

− As partes podem pedir em audiência esclarecimentos ao Perito e Assistentes


Técnicos (Art. 435)
− O Perito deve esclarecer os pontos obscuros questionados, não sendo
necessário desenvolver novos trabalhos – já respondem os quesitos iniciais e,
eventualmente
ua quesitos
qu o suplementares
up a

14. DECISÃO DO JUIZ E SEGUNDA PERÍCIA

− O JUIZ nãoã estátá adstrito


d t it nem ao laudo
l d do d Perito
P it nem aos pareceres dos
d
Assistentes Técnicos (Art. 436)
− O JUIZ pode determinar uma nova perícia (Art. 437)
− A segunda perícia possui o mesmo objeto da anterior, regendo-se pelas
mesmas disposições
di i õ legais,
l i não
ã substituindo
b tit i d a primeira
i i (Art.
(A t 438 e 439)

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PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
15. INSPEÇÃO JUDICIAL

− O JUIZ pode proceder a uma inspeção pessoal (Art. 440)


− O JUIZ poderá ser assistido por um ou mais Peritos (Art. 441)
− Ocorre para uma melhor verificação ou interpretação dos fatos
− As partes têm direito de acompanhar a inspeção
− A final
Ao fi l da
d diligência
dili ê i o JUIZ determina
d i a elaboração
l b ã ded um laudo
l d de
d inspeção
i ã

16. FLUÊNCIA DE PRAZOS

− Após a nomeação do Perito as partes têm cinco (05) dias para indicação dos
Assistentes Técnicos e formulação de quesitos (Art. 421)
− O Perito tem prazo de cinco (05) dias para escusar-se à partir da nomeação
(Art 146)
(Art.
− O JUIZ fixa o prazo para entrega do Laudo pelo Perito
− As partes têm prazo até o final das diligências para apresentação de quesitos
suplementares (Art. 425)
− O prazo para entrega do laudo pode ser prorrogado (Art.
(Art 432)

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PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA

− O Perito deve entregar o laudo vinte (20) dias antes da audiência (Art. 433)
− Os Assistentes Técnicos têm prazo de dez (10) dias após a entrega do laudo
pelo Perito para entrega de seus pareceres técnicos (Art. 433)
− A intimação do Perito e Assistentes Técnicos para esclarecimentos em
audiência deve ser feita com o prazo mínimo de cinco (05) dias (Art.
(Art 435)

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PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
HONORÁRIOS PERICIAIS

1
1. HONORÁRIOS PROFISSIONAIS NA ÁREA JUDICIAL

− Englobam os honorários do Perito Oficial e dos Assistentes Técnicos


− São formados através de diversos parâmetros e específicos para cada
situação
− Existem orientações de entidades como os IBAPEs, ASPEJUDI, etc.

2
2. HONORÁRIOS DO PERITO OFICIAL

2.1. PARÂMETROS DE FORMAÇÃO


− Vulto do serviço a ser realizado
− Interesse econômico em litígio
− Capacidade financeira das partes
− Responsabilidade pelo serviço a ser executado
− Experiência e renome do Perito
− Alguns peritos possuem valores mínimos
− Critérios: valor do bem, tipo de perícia e quantidade de horas
− Levantamento dos custos necessários à realização da perícia

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PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
2.2. ORIENTAÇÕES PROCESSUAIS

− O Perito deve solicitar depósito prévio dos honorários


− Os honorários são depositados em uma conta judicial remunerada
− Pode ser solicitado ao JUIZ um adiantamento
− Não devem ser fixados honorários percentuais
− Nã receber
Não b honorários
h á i diretamente
di d uma das
de d partes
− Quando os honorários se mostrarem insuficientes é lícito um pedido de
complementação

3. HONORÁRIOS DOS ASSISTENTES TÉCNICOS

− Podem ser utilizados os mesmos parâmetros do Perito Oficial


− São tratados diretamente entre o profissional e as partes
− Podem ou não ter vínculo com os honorários do Perito
− É aconselhável a cobrança de um PRO-LABORE inicial
− O restante p
pode ser p
pago
g na finalização
ç da p
perícia
− Pode cobrar um percentual sobre o proveito econômico da parte

44
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
4. PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES DAS ENTIDADES PARA FORMAÇÃO DE
HONORÁRIOS

− Manutenção de escritórios de engenharia/perícias


− Idas ao Fórum, localização dos autos
− Análise do trabalho, estudo dos quesitos, elaboração de proposta de
honorários
− Deslocamento para realização da perícia
− Reuniões com Assistentes Técnicos
− Esclarecimentos solicitados pelas partes por escrito ou em audiência

5. TABELAS DE HONORÁRIOS UTILIZADAS

5.1. TABELA DO IBAPE


IBAPE-MG
MG

5.2. TABELA DA ASPEJUDI

45
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
TABELA DE HONORÁRIOS DO IBAPE-MG
GRUPO VALOR DO BEM % HONORÁRIOS
(R$) MÍNIMOS (R$)

I Até 150.000,00 2,00 1.500,00

II Entre 150.000,00 1,50 3.500,00


e 500.000,00

III Entre 500.000,00 1,00 5.000,00


e 1.000.000,00

IV Entre 0,50 10.000,00


1.000.000,00 e
10.000.000,00
0 000 000,00
V Acima de 0,25 30% do valor
10.000.000,00 percentual
calculado

46
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
TABELA DE HONORÁRIOS
DA ASPEJUDI

47
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
6. LIBERAÇÃO DOS HONORÁRIOS DO PERITO OFICIAL

− Na entrega do laudo o Perito solicita a liberação de seus honorários


− A Secretaria da vara expede um alvará de liberação
− Exemplo de alvará

48
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
PERÍCIAS NOS DIVERSOS TIPOS DE AÇÕES

1. INTRODUÇÃO

− Embora caiba aos Advogados


g das Partes determinar os tipos
p adequados
q de
ações para cada litígio, o Perito e Assistentes técnicos devem conhecer os
tipos usuais de ações que atuarão

2. AÇÕES ORDINÁRIAS

− São em geral ações onde ocorrem discussão de valores, podendo haver


pedido de indenização
− Ocorrem muitas vezes em situações onde não há possibilidade de
ajuizamento de ações do tipo OBRIGAR A FAZER
− Pode ser necessário a realização de orçamentos de itens de construção civil –
sumários ou detalhados

49
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
3. RENOVATÓRIAS E REVISIONAIS

− Avaliações para determinar o justo valor locativo de um imóvel


− Renovatórias (comerciais) – prorrogação do contrato de locação
− Revisionais (comerciais e residenciais) – valores defasados

4. DEMARCAÇÃO

− Surge quando existem divergências nos limites físicos que constituem as


divisas do imóvel
− Essa ação possui rito próprio no Código de Processo Civil (CPC) – um
agrimensor e dois arbitradores
− Inicia-se
Inicia se com a execução de um levantamento planialtimétrico da área
(agrimensor), em seguida determina-se a linha demarcanda (arbitradores),
retornando ao agrimensor para seu lançamento

50
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
5. DIVISÃO

− Surge quando a propriedade comum necessita ser extinta, passando cada


condômino a ter seu quinhão
− Mesmo rito da demarcação (um agrimensor e dois arbitradores), podendo as
duas ocorrer simultaneamente
− O agrimensor faz o levantamento planialtimétrico da área,
área os arbitradores
apresentam sugestão de partilha e o agrimensor lança os respectivos
quinhões

6. AÇÕES POSSESSÓRIAS

− Englobam ações para manutenção de posse, reintegração de posse e o


i t dit proibitório
interdito ibitó i
− CÓDIGO CIVIL: “O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de
turbação e restituído no de esbulho”
− As ações
ç possessórias são sumárias se forem impetradas
p p no ano da turbação
ç
ou esbulho, sendo ordinárias
á após
ó isso

51
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
7. AÇÕES DE USUCAPIÃO

− Ações onde o ocupante do imóvel solicita a aquisição da propriedade pela


posse contínua, mansa e pacífica (sem oposição judicial)
− O tempo exigido de posse varia dependendo da situação (20, 15 ou 10 anos)
− Existem usucapiões especiais criados pela Constituição Federal de 1988
(urbano e rural) com prazo de posse de 05 anos
− As perícias referem-se à determinação do prazo de ocupação, os exatos
limites da área usucapianda ou se o imóvel pertence ao Poder Público

8. AÇÕES DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA

− Tem como objetivo


j o embargo
g da obra
− Devido a seu caráter emergencial, normalmente há grande urgência na
conclusão do laudo
− Deve-se analisar o risco existente, suas conseqüências e a origem do
problema
− Exigem respostas enfáticas, não deixando dúvidas sobre a conclusão
− O Juiz pode conceder o embargo em caráter liminar, paralisando a obra

52
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA
9. AÇÕES DE DESAPROPRIAÇÃO

− São promovidas pelo Poder Público ou através de concessionárias de seus


serviços
− Transferência da propriedade de um imóvel pertencente à particular para o
patrimônio público
− O Perito é nomeado para determinar o justo valor do imóvel,
imóvel devendo realizar
um trabalho de acordo com as normas da ABNT
− Costuma ocorrer avaliação prévia, objetivando a imissão de posse do imóvel

10. AÇÕES DE SERVIDÃO

− Também p promovidas p
pelo p
poder p
público ou suas concessionárias
− Limitação da posse sem transferência do domínio
− O Perito avalia o imóvel, calculando em seguida o percentual relativo aos
prejuízos decorrentes da servidão

53
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
DESAPROPRIAÇÃO
1.Conceito

- Desapropriação ou expropriação é o procedimento através do qual o Poder


Público ou seus delegados, de forma unilateral e compulsória, privam
alguém de uma propriedade e a adquire para si

- É uma forma originária de propriedade, não se vinculando a nenhum título


anterior. Na indenização, há liberação de qualquer ônus que incida sobre a
propriedade

- Ao expropriado, paga-se uma indenização prévia, em dinheiro,


integralmente
g jjusta e única

- A indenização deixa de ser paga apenas em casos especiais, tais como


desapropriação
p p ç de g
glebas com cultivo de culturas ilegais
g ea
desapropriação-sanção, para imóveis urbanos ociosos
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
DESAPROPRIAÇÃO
- O que legitima a desapropriação é a utilidade pública ou interesse social,
agregado ao prévio ressarcimento patrimonial

2.Tipos de desapropriação

A Constituição Federal consagra dois tipos de desapropriação:

(a) Desapropriação clássica:


á
Pode ser fundamentada na utilidade pública ou no interesse social

(b) Desapropriação especial:


Para fins de reforma urbana ou agrária
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
DESAPROPRIAÇÃO
3.Utilidade Pública (Decreto-Lei 3365/41)

Quando a aquisição de determinado bem é conveniente ao interesse


coletivo. Os casos mais comuns de desapropriação com fim de utilidade
pública são:

- Abertura, conservação e melhoramentos de vias e logradouros públicos;


- Aproveitamento industrial de minas e jazidas minerais, águas e energia
- S
Segurança nacional
i l e defesa
d f do
d estado
t d
- Construção de edifícios públicos
- Obras de higiene e casas de saúde

4.Interesse Social

A principal hipótese para desapropriação por interesse social é a construção


de casas populares
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
DESAPROPRIAÇÃO
5.Processo Expropriatório

- Fase Declaratória

Através de decreto, o Poder Público indica o bem a ser expropriado e


especifica
ifi sua destinação
d i ã – utilidade
ilid d pública
úbli ou iinteresse social
i l

Confere às autoridades competentes o direito de penetrar no prédio para


atos
t de
d verificação
ifi ã e avaliação
li ã

Dá início ao prazo de caducidade de declaração, que é de cinco anos para


social só podendo ser renovada
utilidade púbica e dois anos para interesse social,
após um ano
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
DESAPROPRIAÇÃO

- Fase Executória

Pode ser extra-judicial (via administrativa) ou judicial. É extra-judicial


quando expropriante e expropriado acordam em relação ao preço da
indenização e é judicial quando o Poder público ingressa em juízo com
ação expropriatória

A desapropriação judicial é homologatória quando o expropriado concorda


com a oferta feita em juízo pelo Poder Público, sendo contenciosa quando
não há acordo entre expropriante e expropriado com relação ao preço.
Nesse caso, o valor da indenização será fixada pelo Juiz após arbitramento
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
DESAPROPRIAÇÃO
6.Imissão de posse

- Na desapropriação, o expropriante, alegando urgência, poderá solicitar


imissão provisória de posse do bem no prazo máximo de dois anos após
a alegação de urgência, desde que faça o depósito prévio da indenização
em juízo

- A justa indenização deve ser tal que habilite o expropriado a adquirir outro
bem perfeitamente equivalente

- Havendo impugnação da oferta pelo expropriado, o Juiz, servindo-se de


Perito Avaliador,, fixará em prazo
p reduzido o valor do imóvel,, através de
Avaliação Provisória (Decreto-Lei 1075/70)

- O expropriado,
p p ainda q
que discorde do p
preço
ç oferecido, p
poderá levantar até
80% do valor depositado
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
DESAPROPRIAÇÃO
- Além disso, a indenização deve compensar os prejuízos do expropriado de
modo a cobrir os lucros cessantes, despesas com o processo, fundo de
comércio etc
comércio,

7 Indenização
7.Indenização

- A justa indenização inclui o valor do bem, suas rendas, fundo de comércio,


danos emergentes
emergentes, lucros cessantes,
cessantes despesas judiciais,
judiciais etc

- A valorização da área remanescente, em razão da desapropriação, não é


compensável para reduzir o montante devido ao expropriado,
expropriado visto
que a mais-valia resultante da obra pública só pode ser objeto de
contribuição de melhoria

- A fixação da indenização pode ser feita por acordo administrativo ou por


avaliação judicial
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
DESAPROPRIAÇÃO
8.Desapropriações Totais ou Parciais

- Quando a desapropriação é total, a determinação do justo valor do imóvel


para fins indenizatórios (valor de mercado) pode ser feita através dos
diversos métodos de avaliação

- Além do valor do imóvel, devem ser indicados no laudo itens como a


situação, estado de conservação e segurança do bem

- Nas desapropriações parciais os aspectos técnicos envolvidos são mais


complexos e exigem conhecimento mais profundo das técnicas avaliatórias

- A área remanescente do imóvel deve ser examinada com cuidado, pois a


mutilação do imóvel pode trazer prejuízo ao proprietário

- Os prejuízos à área remanescente devem ser incluídos na indenização


quando há mutilação do imóvel, reduzindo o valor da parte restante
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
DESAPROPRIAÇÃO
- Nesses casos, em geral, determina-se a indenização pelo método do “antes”
e “depois”, ou seja, o confronto do valor originário da área total com o da
parcela que sobrou

- Segundo esse critério, o valor da indenização a ser pago é obtido pela


diferença do valor do imóvel “antes
antes da desapropriação”
desapropriação e “depois
depois da
desapropriação”
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
DESAPROPRIAÇÃO
9.Conceitos Complementares

(a) Retrocessão é a obrigação que se impõe ao expropriante de oferecer o


bem ao expropriado, mediante a devolução do valor da indenização,
quando não lhe der o destino declarado no ato expropriatório

(b) Desapropriação por zona consiste na ampliação da expropriação às áreas


que se valorizam extraordinariamente em conseqüência da realização de
obras ou serviços públicos

(c) Desapropriação indireta é o apossamento irregular do bem imóvel


particular pelo Poder Público, sempre que o mesmo não obedecer os
procedimentos legais. Essa desapropriação pode ser impedida por ação
possessória
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
DESAPROPRIAÇÃO
EXERCÍCIO PROPOSTO
DESVALORIZAÇÃO DE REMASCENTES
Exercício
í de aplicação
ã do método
é antes e depois
Um terreno com 15,0 m de frente e 30,0 m de profundidade, é plano até a
profundidade de 20,0 m, sendo os 10,0 m restantes em declive acentuado.
Tal terreno sofreu uma desapropriação de uma área frontal para ampliação
do sistema viário de 10,0 m de profundidade. A área remanescente teve
uma queda em seu coeficiente de aproveitamento passando de 3,4 para 2,0.
Além disso, o percentual de área plana do terreno caiu de 67% para 50%.
Em função do exposto, a área remanescente ficou desvalorizada. Pede-se
calcular o valor da área remanescente, a desvalorização devido à
mutilação e o valor da indenização a ser paga ao proprietário do
terreno
ANTES DEPOIS
Testada = 15,00 m Testada = 15,00 m
Profundidade = 30
30,00
00 m Profundidade = 20
20,00
00 m
Topografia = 67% plana e 33% declive acentuado Topografia = 50% plana e 50% declive acentuado
Área = 450,00 m2 Área = 300,00 m2
Coeficientes de aproveitamento máximo: Coeficientes de aproveitamento máximo:
no uso comercial = 3,4
34 no uso comercial = 2,0
20
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
SERVIDÕES
1.Definições

- Servidões
S idõ podem
d ser definidas
d fi id como encargos específicos
ífi que se impõem
i õ a
qualquer propriedade em proveito de outrem, ou ainda, como direitos de
terceiros sobre um imóvel

- Servidão administrativa é a servidão em que o titular é o Poder Público

2.Tipos de ações relacionadas com servidões

As ações relacionadas com servidões geralmente versam sobre:

- Passagens para acesso à via pública de imóveis encravados

- P
Passagens d
de rede
d de
d água
á potável,
tá l águas
á pluviais
l i i ou esgotos
t

- Servidões administrativas
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
SERVIDÕES
3.Servidões Administrativas

- Assim como nas desapropriações, são estas também ações promovidas pelo
Poder Público ou seus delegados, objetivando assegurar a realização e
manutenção de obras e serviços públicos ou de utilidade pública

- Nesses casos ocorre pagamento de indenização pelos prejuízos causados ao


imóvel, sem contudo haver mudança de propriedade

- Trata-se, portanto, de limitação de posse sem transferência de domínio


PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
SERVIDÕES
- O Poder Público pode estabelecer uma servidão por várias razões, entre as
quais:

Passagem de estradas
Passagem de linhas de transmissão de energia
P
Passagem d
de encanamentos ou canaisi d
de esgoto ou drenagem
d
Passagem de oleodutos, gasodutos, minerodutos ou aquedutos
Estabelecimento de cones de aproximação de aeroportos

- No caso das servidões de passagem, o Perito primeiro promove a avaliação


do imóvel, de forma análoga ao caso da desapropriação, calculando em
seguida o percentual relativo à perda decorrente da instituição da servidão
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
SERVIDÕES
EXERCÍCIO PROPOSTO
AVALIAÇÃO DE SERVIDÃO
Avaliar o valor da servidão (limitação ao direito de propriedade) gerada pelo
erguimento de uma linha de transmissão, cuja faixa ocupa 4,80 ha, de um
imóvel rural de 300,00 ha, com unitário da terra fornecido em anexo. Na
avaliação da servidão
servidão, selecionar os principais fatores depreciativos à
propriedade e utilizar os índices de depreciação sugeridos por Phillipe Westin.
Índices de Depreciação (%)
Principais Fatores Depreciativos
Linhas Transmissão Oleodutos
Proibição de construção 0,30 0,30
Proibição de culturas - 0,33
Limitação de culturas 0,10 -

Perigos decorrentes 0,10 0,02


Indução 0,02 -
Fiscalização e reparos 0,03 0,05
Desvalorização do remanescente 0,08 0,10
Seccionamento do imóvel (cortes) - 0,10 a 0,20
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS
1. Introdução

O arbitramento de aluguéis é uma atividade que possui procedimentos


análogos à avaliação de imóveis urbanos.

Assim como o imóvel tem um valor venal


venal, resultante das forças que atuam no
mercado imobiliário, também possui um valor locativo, relativo ao aluguel,
representativo da renda auferida por esse imóvel.

2. Campo de Trabalho

Nos últimos anos, as atividades relativas ao arbitramento de aluguéis estiveram


dentro da área judicial, onde o profissional atua como Perito, nomeado pelo
Juiz, ou como Assistente Técnico, indicado pelas partes.
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS
3. Ações Renovatórias de Contratos de Locação

Pela Lei 8.245, as locações comerciais após cinco anos, sob determinadas
circunstâncias e aspectos jurídicos, dão direito ao locatário a renovação por um
período de mais cinco anos, e assim sucessivamente.

Não havendo acordo sobre o novo valor de aluguel até o término do prazo
contratual, o inquilino propõe uma Ação Renovatória de Contrato de Locação, e
o novo valor do aluguel é estabelecido por sentença judicial.

Ao designar a audiência de instrução e julgamento, o Juiz, com base nos


elementos fornecidos ppelo Autor,, poderá
p fixar um aluguel
g provisório
p de até
80% do valor solicitado.

O Réu poderá discordar do valor fixado, fornecendo novos elementos ao Juiz,


que então
tã decide.
d id
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS
As partes costumam contratar profissionais especializados para elaboração de
Laudos de Avaliação, com o objetivo de fornecer ao Juiz elementos para fixação
do aluguel provisório.
provisório

Para o arbitramento do valor definitivo da locação, o juiz poderá nomear um


Perito ou aceitar laudo (s) juntado (s) aos autos pelas partes.
partes

4. Ações Revisionais de Aluguel (Lei 8.245/91)

Podem ser propostas em contratos residenciais ou comerciais, tanto pelo


locador como pelo inquilino

Os contratos podem ser revistos de três em três anos

Após
p três anos,, se o locador entender que
q o valor do aluguel
g está defasado e,,
não houver acordo com o inquilino, ele poderá acionar a justiça, ajuizando uma
Ação Revisional de Aluguel.
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS
O inquilino também poderá propor essa Ação, se entender que está pagando
valores acima do mercado

5. Métodos de Avaliação

E geral,
Em l são
ã empregados
d d dois
i métodos
é d para o cálculo
ál l dod valor
l ded locação:
l ã

(a) Método comparativo de dados de mercado:

Aplicável quando há disponibilidade de dados de imóveis com características


semelhantes ao imóvel avaliando;

O procedimento é análogo àquele utilizado para determinação do valor venal do


imóvel

É o mais preciso dos métodos, podendo-se utilizar o tratamento por fatores ou


os modelos estatísticos;
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS
Deve-se considerar a existência ou não de luvas no contrato de locação

(b) Método da renda

É aquele em que o valor locativo é obtido sob o pressuposto de que o aluguel


representa uma remuneraçãoã sobre
b o valor
l dad propriedade,
i d d calculada
l l d segundod
uma determinada taxa de renda, compatível com as condições do imóvel;

A primeira
i i etapa
t na aplicação
li ã desse
d método
ét d é a determinação
d t i ã do
d valor
l venall
do imóvel pelo método comparativo, e/ou quantificação do custo;

Em seguida
seguida, aplica
aplica-se
se uma determinada taxa de renda sobre o valor venal,
venal
obtendo-se o valor locativo procurado

O valor locativo costuma ser calculado pela seguinte fórmula:

Vl = Vv . ir
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS
Vl = Vv . ir

onde,
Vl : Valor locativo do imóvel
Vv : Valor venal do imóvel
ir : Taxa mensal de renda apropriada ao imóvel

6. Tratamento por Fatores no Arbitramento de Aluguéis

Visa tornar comparáveis os imóveis semelhantes, mas com algumas diferenças.


Os principais fatores a considerar são:

- Fator de localização: A localização do imóvel tem forte influência em seu


valor locativo

- Fator de forma: áreas mais próximas da rua têm maior valor locativo
unitário que as mais afastadas.
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS
- Fator de área: Quanto maior a área útil, menor o valor unitário de locação

- Elasticidade de oferta: Depende do equilíbrio entre demanda e oferta

- Acabamento: Para o caso de lojas a influência é pequena

- Fator de atualização: Quando o dado de pesquisa for diferente da época da


avaliação. Deve-se buscar a utilização de dados transacionados num período
i f i à um ano.
inferior

- Fator de arquitetura: Exprime a localização relativa no prédio, existência de


vagas de garagem,
garagem etc.
etc

7. Área Equivalente de Loja

Nem todas as dependências do imóvel utilizado como loja têm o mesmo valor
locativo unitário que a área de loja propriamente dita
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS

Parte do imóvel Percentual a considerar (%)


Loja 100
Sobreloja 60 a 90
Subloja 40 a 60
Depósitos no nível da loja 30 a 50
Depósitos no subsolo ou no segundo pavimento 20 a 40

ç
Observações:

Sobrelojas ou sublojas são locais que em virtude de suas características são


próprias para o desenvolvimento de atividades comerciais

Depósitos são locais onde em função de características como pé direito,


iluminação, acesso, ventilação e aspectos construtivos, não é possível o
desenvolvimento de atividades comerciais
PERÍCIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS
Dessa forma a área equivalente de loja será:

AEL = AL + iE ASL

onde,
AEL: Área
Á equivalente de loja;
AL: Área de loja;
IE: Índice de equivalência
ASL: Área de sobreloja

8. Luvas

Embora seja considerada uma prática juridicamente ilegal, o profissional de


avaliações deve considerar la eventual existência de luvas, uma vez que o
pagamento das mesmas influi no valor locativo

As luvas, que representam um pagamento adiantado feito pelo inquilino ao


proprietário devem ser calculadas como um acréscimo de aluguel
proprietário,
„

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