O documento discute as responsabilidades no caso de danos causados por rebaixamento do lençol freático durante obras de construção. O rebaixamento do lençol é necessário para fundações abaixo do nível da água, mas pode danificar imóveis vizinhos. A responsabilidade depende das condições dos imóveis - imóveis bem construídos provavelmente não serão danificados, enquanto imóveis com fundações precárias podem sofrer mais danos.
Descrição original:
Responsabilidades No Rebaixamento Do Lençol Freático - Cautear.pini
Título original
Responsabilidades No Rebaixamento Do Lençol Freático - Cautear.pini
O documento discute as responsabilidades no caso de danos causados por rebaixamento do lençol freático durante obras de construção. O rebaixamento do lençol é necessário para fundações abaixo do nível da água, mas pode danificar imóveis vizinhos. A responsabilidade depende das condições dos imóveis - imóveis bem construídos provavelmente não serão danificados, enquanto imóveis com fundações precárias podem sofrer mais danos.
O documento discute as responsabilidades no caso de danos causados por rebaixamento do lençol freático durante obras de construção. O rebaixamento do lençol é necessário para fundações abaixo do nível da água, mas pode danificar imóveis vizinhos. A responsabilidade depende das condições dos imóveis - imóveis bem construídos provavelmente não serão danificados, enquanto imóveis com fundações precárias podem sofrer mais danos.
Responsabilidades no rebaixamento do lenol fretico
As responsabilidades do executor da obra e do proprietrio do imvel
vizinho no caso de danos causados pelo rebaixamento do lenol fretico Edio 109 - Agosto/2010
A execuo de fundaes em terrenos com lenol fretico prximo
superfcie, em geral, causa movimentao do solo e eventuais danos nos imveis vizinhos deficientes. Tais ocorrncias costumam redundar em conflitos entre esses vizinhos, muitos deles com a necessidade da realizao de percias de engenharia no local, para a determinao das causas pelo surgimento de eventuais anomalias construtivas, respectivas avaliaes dos reparos e apuraes de responsabilidades.
O rebaixamento do nvel do lenol fretico costuma ser necessrio na
execuo das fundaes quando a cota da obra est abaixo do mesmo, pois a presena da gua acima do nvel previsto muitas vezes impossibilita os servios ou pode provocar instabilidades na base e taludes. Tal situao recomenda escoramentos mais cuidadosos e a drenagem dessa gua acima da cota da obra. As tcnicas do rebaixamento dependem dos tipos dos lenis freticos, que podem ser livres ou artesianos, dependendo das camadas serem impermeveis ou semipermeveis, em geral constitudas por esgotamento por meio de bombas no interior da escavao encharcada ou de poos filtrantes em linha coletora de tubos cravados espaadamente. Os nveis de rebaixamento do lenol fretico podem ser calculados e os efeitos no solo dependem do tipo de rebaixamento e de sua intensidade. Em geral, os rebaixamentos provocam movimentaes no solo, principalmente recalques por adensamento da massa de solo, devido ao aumento de seu peso especfico aparente pela reduo do empuxo hidrosttico e acrscimo da presso entre as partculas constituintes do terreno seco. O fenmeno pode afetar as edificaes vizinhas, principalmente aquelas mais deficientes, com fundaes diretas ou inadequadas, em solos granulares fofos. Em solos granulares medianamente compactos ou compactos as edificaes vizinhas no costumam sofrer modificaes significativas, exceo de eventuais rebaixamentos com carreamento e perda de material, pois causam rigidez elevada nas partculas remanescentes e consequentes recalques. Assim sendo, percebe-se que os rebaixamentos do lenol fretico podem ser absolutamente imprescindveis para a execuo de determinadas obras com escavao, mas tambm evidente que h riscos de danos na prpria obra e imveis vizinhos, recomendando cuidados especiais para evit-los. Os
cuidados mais rotineiros para se evitar danos decorrentes dos rebaixamentos
do lenol fretico consistem na verificao prvia das condies fsicas dos imveis vizinhos, o controle e monitoramento do prprio rebaixamento e a boa execuo dos escoramentos. A vistoria dos imveis vizinhos visa sanar ou minimizar os riscos evitveis, decorrentes de anomalias aparentes dos mesmos (muros em desaprumo, lajes fletidas, pisos trincados e recalcados, etc.), fazendo-se reforos, e se tentar prever e minimizar os eventuais riscos inevitveis, decorrentes de fatores endgenos ocultos dos imveis vizinhos, tais como projetos inadequados ou deterioraes de fundaes, idem para as estruturas. Essa medida costuma ser caracterizada pelos laudos de vistoria "ad perpetuam rei memoriam" dos imveis vizinhos, porm tais laudos no contemplam aprofundadas anlises tcnicas, como verificaes de projetos ou ensaios tecnolgicos, mas so muito teis para os reparos, reforos e escoramentos mais necessrios. O controle e monitoramento do prprio rebaixamento fundamental para evitar o carreamento de material, bem como controlar o tempo e variaes aceitveis desse procedimento para a segurana da obra, e tambm para evitar agravamentos ou o surgimento de danos nos imveis vizinhos. O bom escoramento dos taludes, evidentemente, visa evitar desabamentos e suas consequncias. No entanto, nem sempre tais cuidados so suficientes e sempre h uma margem de risco de danos nas obras com rebaixamento do lenol fretico e respectivos vizinhos. Responsabilidades Os danos dos imveis vizinhos das proximidades da obra, no decorrer do rebaixamento de lenol fretico, costumam provocar a necessidade de percia de engenharia, cujos procedimentos devem seguir metodologia especfica, pois so muitos os fatores influenciantes nesses casos. Em geral, os agravamentos ou mesmo novos danos dos imveis vizinhos s obras sujeitas ao rebaixamento do lenol foram influenciados parcialmente por esse processo, porm, somente em rarssimos casos, essa foi a nica causa dos danos. Quase sempre h a concorrncia de fatores endgenos do prprio imvel sinistrado, principalmente daqueles mais antigos, cujas fundaes sofreram deterioraes e recalques naturais ao longo do tempo, bem como daqueles imveis reformados ou com edificaes simples, sem projetos adequados de fundaes e estrutura. Os riscos de ocorrncia de danos devido ao rebaixamento do lenol fretico, quer na obra, quer nos imveis vizinhos, portanto, so duplos. Arriscam-se os executores da obra com rebaixamento, caso no executem cuidadosamente o servio. Arriscam-se tambm os proprietrios dos imveis vizinhos, caso no possuam edificaes bem construdas e devidamente bem conservadas, principalmente as edificaes antigas, com fundaes rasas ou degradadas, que no foram devidamente reforadas ao longo do tempo. Exemplo tpico so as fundaes com estacas de madeira, pois o apodrecimento das cabeas
das mesmas ao longo do tempo previsvel e evitvel.
Outras causas concorrentes dessas anomalias podem ser decorrentes de alteraes das condies ambientais naturais da regio (aquecimento global, tremores de terra, enchentes imprevistas etc.) ou de outras obras das proximidades, tais como com a canalizao de crregos, impermeabilizao do solo por novas vias pblicas, escavaes de tneis e metr, e outras. Uma analogia que permite a qualquer leigo entender as influncias, ou no, do rebaixamento do lenol fretico na ocorrncia de anomalias construtivas nos imveis vizinhos a fbula do lobo e trs porquinhos. Fazendo-se um paralelo do rebaixamento do lenol ao sopro do lobo, pode-se inferir que: Imvel vizinho bem construdo e bem conservado (casa de tijolos) com fundaes e estrutura adequadas, poder no sofrer danos; Imvel vizinho em condies tcnicas medianas (casa de madeira), com fundaes rasas e manuteno razovel, poder sofrer poucos danos; Imvel em condies tcnicas precrias (casa de palha), sem manuteno adequada para adaptar suas fundaes e estruturas adequadas ao longo do tempo, poder sofrer maiores danos. Edificaes da vizinhana em condies tcnicas inadequadas, portanto, sempre tero uma parcela de responsabilidade na eventual ocorrncia de danos nas mesmas, quando do rebaixamento do lenol fretico de obra das proximidades. Pode-se at mesmo afirmar que essa responsabilidade deve ser totalmente atribuda ao proprietrio do imvel vizinho obra com rebaixamento, caso sua edificao seja comprovadamente irregular e no possua fundaes com o mnimo de resistncia necessria para manter sua estabilidade. Afinal, salvo melhor juzo (s.m.j.), no se pode impedir algum de bem edificar, utilizando-se legalmente da correta tcnica de rebaixamento do lenol fretico, em funo de terceiros que no protegem adequadamente seus imveis. S.m.j., o inverso seria o impedimento do direito de construir e mais, o impedimento do direito social de urbanizao e crescimento das cidades. A dificuldade dessas percias, portanto, est em se determinar e bem mensurar os ndices de influncia dos diversos fatores (endgenos, exgenos, naturais e funcionais) nas anomalias desses imveis vizinhos s obras com rebaixamento do lenol, pois, em geral, todos eles tm alguma parcela de contribuio. Roteiro de percias em edificaes importante que a verificao dos danos nos imveis vizinhos siga algum roteiro de percia em edificaes, reportando-se a trecho transcrito do captulo 15 - "Procedimentos das Percias em Edificaes",
de autoria do infra-assinado, do livro "Engenharia Legal - Novos Estudos"
editado pela LEUD, nos seguintes termos: "Cabe esclarecer que as percias em edificaes visam, primordialmente, a determinao das causas e mecanismos de ao de anomalias prediais, cujos fatores originrios genricos podem ser classificados nos seguintes grupos: meio ambiente; exgenas; endgenas; manuteno; e uso. Vale destacar, ainda, que a percia de edificao para a determinao das origens das anomalias construtivas e falhas deve se orientar por uma sequncia lgica de vistorias, exames, anlises, interpretaes e procedimentos, cuja ordem mais utilizada no meio pericial a seguinte: 1) Verificao geral do local, com vistas a se determinar o contexto da edificao no bairro e entorno, anotando as compatibilidades e discrepncias; 2) A anlise preliminar da documentao tcnica do imvel-motivo para a apurao genrica de suas caractersticas e especificaes (tcnicas, de uso, de manuteno e outras); 3) A apurao das influncias das condies naturais e meio ambiente da regio visando o levantamento de eventos que possam gerar anomalias naturais (por ao da natureza) na edificao-motivo; 4) Os exames das edificaes confrontantes ao imvel-motivo, para determinar as suas caractersticas e condies fsicas, bem como de outras particularidades que possam indicar a correlao de ambas no tocante ocorrncia de anomalias exgenas; 5) A minuciosa vistoria da edificao-motivo para o levantamento de suas patologias (tcnicas, de uso e manuteno); 6) Preliminares anlises e concluses das causas das anomalias e falhas constatadas; 7) Segunda vistoria e interpretaes avanadas das anomalias construtivas e falhas para confirmao ou retificao das concluses preliminares; 8) Preparao dos anexos com os documentos e quadros fotogrficos ilustrativos; 9) Preparao da fundamentao tcnica da origem e causa de cada uma das anomalias e falhas constatadas; 10) Final redao e montagem do laudo ou parecer."