Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PT Recorre À Rivalidade Com PSDB, Na Contraofensiva para Remover Os Riscos À Reeleição de Dilma PDF
PT Recorre À Rivalidade Com PSDB, Na Contraofensiva para Remover Os Riscos À Reeleição de Dilma PDF
reeleição de Dilma
Dessas contradições emerge a outra linha de ação: tirar a oposição representada pelo
PSDB da apatia, pichando-a de inimiga do povo. É o mesmo método vencedor nas
eleições de 2002, 2006 e 2010.
Como estratégia política, parece competente, já que a área social é o que Lula, Dilma e o
PT têm de melhor. E é conveniente a todos.
Ao contrário do que diz FHC, a cartilha petista, incrementada pelo marqueteiro do partido,
João Santana, nada tem de infantil, embora também revele a intenção de não ousar. O
proselitismo sustentado na denuncia de adversários reais ou supostos de um cenário
idealizado poupa o candidato de defender iniciativas que desagradem interesses
estabelecidos.
É mais fácil culpar o FMI, como se fazia no passado, a guerra cambial, como se faz
agora, e a “subordinação nacional aos desejos dos grandes detentores de riqueza
financeira e dos grupos geradores de divisas internacionais” à época de FHC, como se lê
na cartilha do PT. Sobre questões não resolvidas nos dez anos de Lula e Dilma,
especialmente a conciliação da expansão dos investimentos com o avanço social, temas
caros ao governo, nada foi dito.
Há mais pedra lapidada no governo que a trivialidade trazida à luz pela cartilha do PT.
As mulheres assistidas pelo Bolsa Família, por exemplo, terão acesso a cursos
profissionalizantes, segundo projeto do Ministério da Educação. A promoção da
Eletrobras numa holding capitalizada e com direção sem vicio de nomeações políticas
voltou à pauta. Aguardam-se reformas a qualquer momento para fortalecer o mercado de
capitais.
O traço reformista do governo Dilma não tem espaço nas linhas programáticas do PT.
Talvez por ser considerado muito técnico. Mas talvez porque o PT ainda idealiza seus
governos de coalizão como meio de passagem para a ruptura sonhada na origem, não o
ponto final sujeito a melhorias.
É governo. E é oposição
As idiossincrasias entre o partido no poder e o governo que elegeu não fazem bem a
ninguém. O presidente se vê induzido a governar sem o partido na antessala, mas tenta
satisfazê-lo com nacos do poder, gerando acomodação e confrontos ao estilo do “fogo
amigo”, para não falar de coisas mais graves. O país também só tem a perder.
Ainda agora, na discussão da nova Lei dos Portos, o braço sindical do PT, a CUT, decidiu
opor-se à reforma proposta pela presidente. É cômodo ser dublê de governo e oposição.
Só não o é para o país.