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NML: Paul, você foi o primeiro economista bem conhecido que tinha
alguma coisa legal para dizer sobre o MLM. O que captou sua atenção
sobre o negócio em primeiro lugar?
Eu acho que seria mais específico dizer que o negócio me encontrou. Começou
com meu livro de 1990, Prosperidade Ilimitada, que analisou diferentes setores de
nossa economia e projetou algumas mudanças interessantes por volta do ano
2000.
Nas décadas de 70 e 80, era dito para gente, “O que está errado com os EUA é
que nós não fazemos as coisas.” Então, as pessoas jovens daquela época
começaram a fazer coisas - e fizeram tão bem, convertendo todos os materiais
caros e trabalho em plástico e processos automatizados de manufatura, que eles
reestruturaram completamente a economia da venda a varejo.
Pense em um item que custa $300; pode ser qualquer coisa, uma televisão,
câmera ou vestido. Na década de 60, a manufatura deste item custava cerca de
$150. Algo em torno de 50% do custo do item era da manufatura, com os outros
50% na distribuição.
Na década de 90, o mesmo item continua a ser vendido por $300, mas é um
produto superior com muito mais vantagens, mas mesmo assim, seu custo de
produção caiu de $150 para $15 ou $20! Agora, 80 a 85% do custo do produto
está na distribuição; somente de 15 a 20 por cento esteve na produção.
Em 1990, eu expliquei no meu livro, as grandes oportunidades para riqueza não
estavam mais na produção, mas na distribuição. O livro projetou que isso iria
acontecer continuamente até a próxima década, se pouco. É por isso que as
pessoas mais ricas do mundo em 1990 eram pessoas que encontraram melhores
formas de distribuir as coisas, ao invés de melhores formas de fazer coisas.
NML: Você poderia nos dar exemplos de pessoas ricas que fizeram suas
fortunas na distribuição?
Em 1961, Sam Walton começou uma companhia comprometida em nunca vender
sua própria marca, venderia somente outras marcas. Em 1990, não só o Walmart é
o maior varejista do mundo, Sam Walton é o homem mais rico do mundo — um
homem que fez a vida distribuindo coisas que outras pessoas faziam. Sam Walton,
inclusive, foi um grande entusiasta de meu livro.
Em 1990, Fred Smith foi o maior e mais bem-sucedido empreendedor aéreo da
época. Por volta de 1976, ele começou uma empresa aérea com sua própria frota
de pilotos e aviões —embora ele não levasse pessoas! O único propósito da
Federal Express era transportar pacotes: distribuição, algo fora de cogitação em
1976.
Ross Perot foi um dos homens mais ricos do mundo em 1990. Perot construiu uma
companhia de $3,5 bilhões que não fazia nem softwares, nem hardwares. O que a
EDS fazia? Distribuía o software e o hardware de outras pessoas.
Eu não tinha a menor idéia do que era a Amway. Eu não sabia nem o que era o
MLM. Eu não estava tentando promover nada; talvez essa seja uma razão pela
qual minha pesquisa vingou. Eu estava usando somente dados empíricos,
analisando a distribuição na América e no mundo.
O pessoal do Dexter decidiu me contratar como palestrante e pediram que
explicasse para eles o que eu tinha dito no “Larry King Alive”. Foi assim que tudo
começou.
NML: Isso foi a mais de uma década atrás, e você se tornou desde lá uma
espécie de alicerce para os MLMers em todo o mundo. Obviamente, seus
pensamentos não pararam; o que aconteceu nos últimos 10 anos?
Eu mudei meu foco. Em 1990, as oportunidades ainda estava fisicamente na
distribuição de produtos; desde 1990, nós estamos vendo uma mudança
dramática. No meu novo livro, “O Próximo Trilhão”, eu divido a distribuição em
duas funções: física e intelectual.
A distribuição física significa levar o produto até o consumidor — produtos que o
consumidor já sabe que quer. Isso é o Walmart: você sabe exatamente o que quer
quando entra no Walmart; você entra, pega e sai da loja. Você não aprende sobre
nada novo lá.
A distribuição intelectual é onde você aprende sobre um novo produto ou serviço
que você não sabia que existia antes.
Até 1990, as grandes oportunidades que geraram grandes fortunas na
distribuição, as oportunidades de Fred Smith, Ross Perot e Sam Walton estavam
no ramo da distribuição física. Hoje, as grandes oportunidades estão na
distribuição intelectual.
NML: Como um rabino em tempo parcial que tem sido vegetariano (como
você diz em seu livro, por razões espirituais), você se tornou muito
apaixonado por bem estar, não?
Tem algo a ver com minha missão, e eu acho que para os MLMers também.
Quanto mais focalizamos nos benefícios financeiros e de estilo de vida do negócio,
o benefício real é o que você pode fazer para mudar uma vida — e as vidas de
todas as pessoas que são tocadas por essa vida. Se você puder adicionar 5, 10 ou
15 anos de vida a mais para uma pessoa, pense em seus filhos, sua família. Nós
temos muitos relacionamentos no mundo de hoje, e quando damos a uma pessoa
o presente do bem estar, melhorando a qualidade de vida todos os dias e
aumentando a expectativa de vida, isso é uma coisa maravilhosa.
Não se engane: existe uma crise, uma tendência de proporções epidêmicas indo
em outra direção no resto dos EUA e no mundo. Agora mesmo, o MLM é a única
força que eu vejo no horizonte que tem potencial para fazer essa enorme
mudança.
Fonte:
Network Marketing Lifestyles Magazine – Aug. 2001