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Edson
nR Ribeiro de Lima
Doutorado Universid
rsidade Federal de
São CCarlos (UFSCar)
B
Bolsista CAPES.
edson1978
78@yahoo.com.br
206
Erste Philosophie, Erster Teil:
eil: Kritische Ideengeschichte, Hua VII.
207
Krisis, Beilage VIII, Hua VI,
I, p.
p 415.
208
Alves, Pedro M. S. , “Subjetiv
tividade e tempo na fenomenologia de Husserl”, p. 302.
2.
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legítimos sucessores de D
Descartes, se arrisca a só se poder afirm
irmar como uma
descendência bastarda?”209
Se a confusão entr
ntre o transcendental e o empírico encontra
ra no conceito de
sujeito seu fio condutor,
r, é necessário, portanto, investigar os seus
us motivos. Esta
“confusão” se torna ainda
nda mais grave ao lembrarmos que Descart
artes toma como
fundamento filosófico a ev
evidência e a exigência de encontrar apenas
as conteúdos que
sejam certos e indubitáveis,
eis, “(...) uma vez que a razão já me persuadee dde que não devo
menos cuidadosamente im
impedir-me de dar crédito às coisas que nos parecem
(...)”210. Com efeito, se “antes de Descartes,, hhavia sempre um
manifestamente ser falsass (.
conteúdo que o pensar nãoo hhavia colocado e que se devia acolher comoo vverdadeiro antes
de filosofar. É com esse habitus
hab que rompe a resolução cartesiana de tom
tomar por primeiro
princípio metafísico a ‘ce
‘certeza imediata do pensar’ e, por conse
seguinte, de não
reconhecer como verdade
adeiro senão o que comporta ‘a evidênc
ência interior da
consciência’”211. Aos olhos
hos de Husserl, contudo, este rompimento pare
arece não ter sido
completo. Ou ainda, a epoc
poché cartesiana não tirou todas as conclusões
es que poderia ter
tirado a partir do princípio
io da dúvida, uma vez que quando Descartes “d
“descobre” o ego
“ele o determina como uma
ma esfera obtida por abstração do corpo e, nes
neste momento, só
pode concebê-lo como men
ens sive animus sive intellectus. Este ego sóó ppoderá ser visto
agora como um resíduo do mundo, como uma ‘região’ oposta a umaa ooutra região, e a
independência da subjetiv
tividade em relação ao mundo será interp
rpretada como a
tre duas substâncias”212.
separação (Trennung) entre
O problema do suje
ujeito, assim, parece vir acompanhado do pape
pel que a redução
deveria exercer na econ
onomia do método fenomenológico. Ora,
ra, é a redução
fenomenológica e transcend
endental a responsável pelo ultrapassamento da posição natural
rumo à conquista de um terr
território propriamente fenomenológico.
II
O pensamento natu
atural define-se pela relação imediata e diret
reta com as coisas
compreendidas enquanto
to meros objetos componentes do m
mundo, tomados
independentemente da temaatização desta relação. Ou melhor: as coisas
sas são apreendidas
sempre a partir do juízo,, dda percepção, da recordação, da imaginação
ão, do querer, etc,
entretanto o modo de apreen
eensão mesmo, ou a condição de possibilidade
de da apreensão, no
209
Alves, idem ibidem, p. 303.
210
Descartes, “Meditações”, prim
rimeira meditação, §2, p. 94.
211
Lebrun, Gérard “Hegel e a ‘in
‘ingenuidade’ cartesiana”, in Revista Analytica, vol. 3, nn° 1, p. 158, 1998.
212
Moura, Carlos Alberto Ribe ibeiro de “Cartesianismo e fenomenologia: exame dde paternidade”, in
Revista Analytica, vol. 3, n° 1,, p. 197, 1998.
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A propósito das ciências daa natureza material e das diferentes regiões da realidaidade, compreendidas
num sentido pré-fenomenológic gico, conferir Idéias III: “A natureza material está tá aí como algo de
inteiramente fechado e ela conse serva sua unidade fechada e o que lhe é próprio, de modo
mo essencial, neste
fechamento: não somente no si simples contexto da experiência teórica, mas també bém no contexto do
pensamento teórico da experiêncincia, que nós denominamos, no sentido habitual, de ciên
iência da natureza que
seria preferível nomear mais prec
recisamente de ciência da natureza material” (§1, p. 5-6)
6).
214
Para a caracterização da psico
icologia (em especial o psicologismo) e a antropologia como
co ciência natural
do psíquico e ciência natural doo hhomem respectivamente cf. Investigações Lógicas, Pro
Prolegômenos §38.
215
Die Idee der Phänomenologiegie / Fünf Vorlesungen, Martinus Nijhoff, p. 19, 1958.
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‘presentes’ enquanto tais.....” (idem). Contudo é justamente pelo fato dde que as coisas
possuem um sentido prático
tico que o problema da “possibilidade” do conh
onhecimento não é
posto: a crença na existênci
ncia real não é tematizada, pois na atitude natur
tural ela ainda não
“sabe de si” mesma. Somen
ente a suspensão da crença permitiria revelar
lar a existência da
crença, o que aqui ainda não é realizado216. Radicalizando a investigaç
gação na atitude
natural da consciência, desc
escobre-se que “por detrás” de cada ato de conh
nhecimento há um
cogito tácito que acompanh
nha todas as nossas representações, o que é, em grande parte a
concepção kantiana quee carece igualmente de uma “depuração”
o”. Embora esta
constatação de uma instân
tância “pré-reflexiva” nos mostre com maiss clareza
c a região
consciência o passo decisiv
isivo da redução do mundo natural ainda não
ão é dado: o que
ito mundano ou psicológico217.
temos é somente um cogito
É somente com a redução
r da objetividade que a atitude fenom
nomenológica tem
início. A reflexão que prod
oduz um corte entre a região consciência e a re
região do mundo
na atitude natural precisa
sa recuar ainda mais e operar, primeiramente
nte, uma redução
eidética da vivência. Neste
te rrecuo, a consciência descobre-se aquém ou al
além, mas não no
mesmo plano dos objetoss nnaturais, estabelecendo uma separação entre
re fato e essência,
segundo a terminologia das Idéias I218. A primeira redução move-se já no domínio das
essências: neste o objeto é ssomente o que nos aparece como cogitatum do
d cogito. O que
assim se evidencia é a con
onsciência pura como correlato essencial doo oobjeto reduzido,
consciência esta que já nã
não possui qualquer predicado substanciall ccomo ocorre no
âmbito do psicologismo. O que o psicologismo realiza sem a redução
ão é somente uma
mudança de objeto, não de atitude, permanecendo (no que se referee aao problema do
conhecimento) tributário de todos os prejuízos naturalistas.
É necessário apresen
sentar a redução como a atitude propriamentee ffenomenológica,
pois esta instala-se numa re
região aquém de toda oposição e dualidade,, nna qual a própria
zada219. A atitude reflexiva nos mostra quee aali onde parecia
posição natural é tematizad
216
Cf. Nabais, Nuno in “A evidên
dência da possibilidade”, Introdução, p. 22. “Há assim uuma não autonomia
metodológica dos argumentoss qque tornam necessária a redução fenomenológica.. S Só a suspensão da
crença permite revelar a existênc
ência da crença. Mas essa suspensão, porque é uma dec ecisão metodológica,
só pode ser praticada – ou melhor
hor ensaiada – sobre a tese da sua existência como um dadado prévio”.
217
Para Descartes, o que poderi
eria ser compreendido como imanência transcendental tal é encarado apenas
como imanência real, como umaa região interior, como res cogitans oposta à res extensa
nsa.
218
Idéias I, §3, p.19-20.
219
Cf. Barbaras, Renaud, in “InIntroduction à la phénoménologie de Husserl”, p. 91 91: “O mundo não é
posto, ele é reencontrado, descob
oberto. O próprio da atitude natural é justamente que o mundo se dá como
anterior e fundador dos atos pelo
elos quais eu me refiro a ele – e não como o correlatoo destes
d atos, ou seja,
como posto por eles. Assim, em m virtude desta própria tese natural, a dimensão propria
riamente subjetiva da
relação ao mundo é, ela mesma,a, cconcebida de modo intramundano.”
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Die Idee der Phänomenologiegie, p. 61.
221
Descartes ao atravessar o per
percurso da dúvida metódica chega à conclusão indubit bitável de que é algo
enquanto duvida: “Ora, eu souu uuma coisa verdadeira e verdadeiramente existente,, mas m que coisa? Já o
disse: uma coisa que pensa.”” ((Descartes, Meditações metafísicas; meditação segu gunda). O problema
posterior será o de saber como se dá a relação entre a consciência e os objetos compre reendidos como duas
instâncias separadas, como exter
teriores enfim. Esta separação, para Husserl, é a continu
inuação filosófica dos
prejuízos galilaicos que estavam
am na base da teorização da natureza, pois Galileu, ao enxergar o mundo
pelas lentes da geometria, fazia
zia “abstração dos sujeitos” e compreendia a natureza za como “mundo de
corpos realmente fechado sobre re si”. Com a redução, não faz sentido pensar o subjet jetivo oposto ao não-
subjetivo. O objetivo torna-se também
tam subjetivo como seu ato correlato. Cf. Krisis, p.. 82
8 e ss.
222
Investigações Lógicas V, §10
10.
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Investigações Lógicas V, §11.
1.
224
Cf. Investigações Lógicas VI,, §5, p.28.
225
Idem, ibidem p.27.
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BIBLIOGRAFIA
Obras de Husserl:
Outras Obras: