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DE CIRCUITOS CC
com problemas
Sustr^h/os
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de circuitos cc
com problemas
ilustrativos
Phillíp Cutier
Education Research Associates
e Orange Coast College
Costa Mesa, Califórnia

T radutor

Adalton Pereira de Toledo


Engenheiro Eletricista Mecânico
Professor do Instituto Nacional de Telecomunicações,
da AssociaçãoJoseense de Ensino na Escola de Engenharia Industrial de São José dos Campos,
do Instituto Tecnológico de Aeronáutica e da Faculdadede Engenharia da Fundação
Vaieparaibana de Ensino

Revisor Técnico

Raul Wuo
Professor da Escola Técnica
Associação Joseense de Ensino,
São José dos Campos

McGRAW-HILL

São Paulo • Rio de Janeiro • Lisboa • Porto • Bogotá • Buenos Aires • Guatemala
• Madrid • México • New York • Panamá • San Juan • Santiago
Auckland • Hamburg • Johannesburg • Kuala Lumpur • London • Montreai •
New Delhi • Paris • Singapore • Sydney • Tokyo • Toronto
Do original "DC Circuit Analysis with lilustrative Problems" publica
do pela McGraw-Hill Book Company Inc. © 1974.

Copyright © 1976 da Editora McGraw-HiU do Brasil Ltda.


Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida,
guardada pelo sistema "retrieval" ou transmitida de qualquer modo ou
por qualquer outro meio, seja este eletrônico, mecânico, de fotocópia,
de gravação, ou outros, sem prévia autorização por escrito da Editora.

FICHA CATALOGRÁFICA

(Preparada pelo Centro de Catalogação-na-Fonte,


CÂMARA BRASILEIRA DO LIVRO, SP)

Cutier, Phillip.
C993a Análise de circuitos CC, com problemas ilustrativos; tradutor:
Adalton Pereira de Toledo; revisor técnico: Raul Wuo. São Paulo,
McGraw-Hill ilo Brasil, 1976.
P-

1. Circuitos elétricos 2. Correntes elétricas continuas I. Título.

CDD-5 37.61
-621.31912

índices para catálcr^o sistemático:


1. Circuitos elétricos-XM ífnuos: Física 537.61
2. Correntes contínuas: Knrenharia elétrica 621.31912
3. Correntes contínujü, Tísica 537.61
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sumario .
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Prefácio à Edição Brasileira IX "' "

Prefácio XI r;,.. jIT"- L.' '


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1 Unidades 1
1-1 Unidades
1-2 Unidades múltiplas e submúltiplas

2 Definições e notações 11
2-1 Voltagem ^ • ;;s-
2-2 Fontes primárias de voltagem
2-3 Corrente elétrica
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2-4 Coulomb
2-5 Resistência
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2-6 Condutância
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2-7 Conexão série
2-8 Conexão paralelo
2-9 Conexão série-paralelo
2-10 Notação de voltagem
2-11 Notação de corrente
2-12 O circuito elétrico

3 Relações entre corrente, voltagem e potência 37


3-1 Lei de Ohm
3-2 Potência
3-3 Trabalho (energia)

4 Resistência 57
4-1 O ohm
4-2 Resistência linear
4-3 Resistência não-linear
4-4 Resistência estática (cc)
4-5 Resistência incrementai(diferencial ou dinâmica)
4-6 Resistência incrementai negativa

5 Resistência de condutores elétricos 79


5-1 O mil
5-2 O square mil
5-3 O circular mil
5-4 O circular-mil-pé
5-5 Resistência específica(resistividade)
5-6 Medida de fio condutor
5-7 Coeficiente de temperatura de resistência

6 Circuitos série 105


6-1 O circuito série
6-2 Resistência equivalente de um circuito série
6-3 Divisores de voltagem

7 Circuitos paralelos 127


7-1 O circuito paralelo
7-2 Resistência equivalente de um circuito paralelo
7-3 Divisores de corrente

8 Circuitos série-paralelo 151


8-1 O circuito série
8-2 O circuito paralelo
8-3 Ocircuito série-paralelo <
9 O teorema da superposição 175

10 Teorema de Thévenin 195

11 Teorema de Norton e teorema de Miliman 221


11-1 O conceito de fonte de corrente
11-2 Teorema de Norton
11-3 Teorema de Millman

12 Teoremas da compensação da máxima transferência de energia


e da reciprocidade 249
12-1 O teorema da compensação
12-2 Teorema da máxima transferência de energia
12-3 Teorema da reciprocidade

13 Lei das voltagens de Kirchhoff 265

14 Lei das correntes de Kirchhoff (análise nodal) 291

15 Circuitos equivalentes 311


15-1 Circuitos equivalentes derivados de princípios físicos
15-2 Circuitos equivalentes derivados de descrições matemáticas
15-3 Circuitos equivalentes T ou pi
15-4 Análise de sistemas a quatro terminais (duas portas)
15-5 Os parâmetros R
15-6 Os parâmetros G
15-7 Os parâmetros h
16 Métodosgráficos para análise de circuitos 365

A Determinantes 387
A-1 Solução de determinantes de segunda ordem
A-2 Solução de determinantes de terceira ordem

B Notação de corrente 391

C Notação de voltagem 393

índice analítico 397


prefácio
à edição brasileira

A oportunidade de traduzir uma série de livros, como esta do professor


Phillip Cutler, se por um lado parece fascinante, pelas qualidades de conteúdo,
apresentação equilibrada e precisão didática, não deixa de ser também de grande
responsabilidade para o tradutor, constituindo um caminho crítico entre o
compromisso de não deixar de expressar a idéia do autor em cada palavra e a
possibilidade de escorregar para uma redundância exagerada de termos repetidos
que, certamente, prejudicariam a elegância do material traduzido.
Como engenheiro e professor de cursos técnicos e superiores, procurei ser
fiel a ambos.
Quando lembro que, por inúmeras vezes, vi o nosso estudante às voltas com
os livros desta série, digladiando-se com os percalços de um idioma estrangeiro,
sinto-me duplamente satisfeito por traduzir uma obra bastante procurada no
mercado e pela oportunidade de dar ao estudante de hoje e de amanhã uma
ferramenta mais apropriada ao nosso idioma.
A vasta gama de temas abordados em cada texto, com um tratamento
didático claro e objetivo, associado a uma série de aplicações, esgota, praticamente,
os assuntos nas diversas áreas.
E é desta maneira que eu gostaria que o leitor descobrisse esta série, com a
mesma qualidade que a tradução pretendeu não degradar.
En^ Adalton Pereira de Toledo
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prefácio

A maioria dos programas referentes à tecnologia elétrica ou eletrônica


começa com um estudo da teoria dos circuitos de corrente contínua (cc) e é
nesta área vital que a habilidade analítica do estudante é inicialmente moldada.
Uma vez que esta apresentação fornece a instrução pré-requisito para o texto
associado "Análise de Circuitos CA", o objetivo inicial deste livro é apresentar os
princípios essenciais da teoria de circuitos cc de tal maneira que o
desenvolvimento do estudante seja melhorado, mais do que limitado. Isto é
possível graças a uma seleção cuidadosa e à discussão significativa dos temas
teóricos. A teoria é ainda mais realçada por inúmeros problemas ilustrativos, que
guardam uma distinta relação com assuntos mais avançados. Isto ficará evidente
no desenvolvimento dos assuntos deste livro.
O capítulo 1 traz uma breve discussão de unidades e terminologia e suas
relações com os múltiplos de potência de 10. O capítulo 2 define algumas das
quantidades fundamentais, como voltagem e corrente, mas, com maior
significado, isto introduz o estudante em uma notação rigorosa para descrever
essas quantidades (*). Muitos livros para nível técnico, infelizmente, não
descrevem qualquer notação e isto constitui o primeiro e pior obstáculo para o
estudante. A falta de notação limita imediatamente a habilidade do estudante
para transportar conceitos teóricos para a forma matemática. Isto significa que o

(•) N.T. —O termo voltagemé conhecido também como tensão elétrica.


seu desenvolvimento futuro ficará restrito a algumas vagas discussões qualitativas
e a um modesto amontoado de fórmulas. Tanto melhor, quanto mais ele puder
cultivar a habilidade de transportar uma situação física para a sua correspondente
forma matemática, encontrar a solução, e, então, dar a essa solução a necessária
interpretação física. Devido a um requisito limitado de conhecimentos
matemáticos, o escopo do material utilizado é naturalmente restrito, mas algum
esforço poderia ser feito neste sentido, embora em pequena escala.
O capítulo 3 discute a lei de Ohm, em suas várias formas, e a potência
elétrica.
O capítulo 4 tem algo de incomum, introduzindo o estudante a estender
os conceitos de resistência para outros, tais como resistência linear, não linear,
estática, dinamica e negativa. Isto será de grande valor por ocasião do estudo, por
exemplo, de circuitos equivalentes de dispositivos ativos e síntese de fontes de
corrente constante.
O capítulo 5 considera a resistência de condutores elétricos. O capítulo 6 é
uma discussão dos circuitos série e divisores de voltagera A descrição matemática
de um divisor de voltagem mostrará a sua utilidade por ocasião da descrição de
sistemas realimentados. O capítulo 7 trata de circuitos paralelos e divisores de
corrente, um tópico muito útil na análise de circuitos transistorizados, e o
capítulo 8 estende a discussão anterior aos circuitos série-paralelo.
O capítulo 9 apresenta o teorema de superposição, com várias aplicações.
Um ponto particularmente realçado é a utilidade deste teorema na análise de
circuitos contendo fontes mistas. No futuro, será possível ao estudante ter a idéia
de um circuito equivalente de um amplificador cc ou ca.
Os capítulos 10 e 11 tratam dos teoremas de Thévenin e de Norton,
respectivamente, dando ao estudante importantes ferramentas da análise de
circuitos. A aplicação desses teoremas de redes para a simplificação de circuitos
complexos é amplamente mostrada. A familiarização com esses teoremas de redes
permitirá ao estudante, no futuro, sentir-se à vontade com os circuitos
equivalentes das fontes de voltagem ou corrente á válvula, transistores etc.
O capitulo 12 introduz outros teoremas de rede que simplificam
consideravelmente a análise de certos tipos de problemas.
Os capítulos 13 e 14 apresentam métodos rigorosos para expressar as leis
de Kirchhoff e suas aplicações na análise de circuitos. Com a complementação
desses dois capítulos, o estudante tem à sua disposição ferramentas analíticas algo
tediosas mas, sem dúvida, importantes. Isto está em contraste com os teoremas
de redes que são mais simples de aplicar, mas requerem maior discernimento.
O capítulo 15 introduz técnicas de corrente contínua (cc), para estabelecer
circuitos equivalentes. Isto serve a um objetivo duplo, onde primeiro mostramos a
aplicação do material anteriormente considerado e, segundo, tiramos o mistério
de qualquer interpretação futura de circuitos equivalentes de caixas pretas (*).
Este capitulo dá ênfase, em particular, a filosofia de inter-relacionar os
fenômenos físicos com suas descrições matemáticas. Istq inclui a construção do
circuito equivalente para ajustar-se à forma matemática.

(*) N.T. '^Caixa preta" - parte de um circuito cujo conteúdo é desconhecido mas cuias
características podem ser determinadas.
o capítulo 16 considera métodos gráficos de análise de circuitos, incluindo
técnicas da linha de carga, a qual provaremos ser de muita utilidade na análise
de sinais de grande amplitude em válvulas, transistores, etc.
Nesta revisão, alguns exercícios novos foram incorporados para assegurar
melhor seqüência de alguns problemas e os erros que apareceram na versão
original foram corrigidos.
Este Üvro pode ser utilizado como fonte inicial de informação em um curso
não muito específico de teoria de circuitos cc, ou como suplemento eficaz de
outros Üvros existentes. O livro é dirigido a técnicos que procuram uma base
sólida para construir uma carreira em eletrônica, tanto quanto a engenheiros que
procuram uma revisão dos fundamentos em cc. O único pré-requisito é um
razoável conhecimento da álgebra básica.

PHILLIP CUTLER
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1 unidades

1-1 Unidades

No estudo da eletricidade algumas unidades comumente encontradas na

descrição de quantidades elétricas são:


coulomb —uma quantidade de carga elétrica. Especificamente, 1 coulomb é a
carga referente a 6,28 X10^ ®elétrons.
ampère (amp) —uma unidade de corrente elétrica que é a relação de carga que
flui através de um ponto de um condutor. Especificamente, 1 amp = 1 coulomb/s.
volt - uma unidade de força eletromotriz. A voltagem (tensão) pode ser
considerada como a força ou pressão que causa o movimento de carga elétrica e,
em conseqüência, o fluxo de corrente.
ohm —uma unidade de resistência elétrica. O ohm é a medida de oposição ao
fluxo de uma corrente elétrica.
Análise de Circuitos CC

1-2 Unidades mCiltipias e submúltlplas


Em muitos casos, estas e outras unidades são muito grandes, ou pequenas,
para a sua utilização. Por exemplo, a voltagem gerada no cérebro humano pela
atividade célula-nervosa é cerca de milionésimos de volt (0,000010), enquanto
que as linhas de transmissão que atravessam o país podem carrear 112 milhão de
volts (500.000).
A fim de evitar o tédio de escrever cifras com um grande número de zeros,
antes ou depois da vírgula, é prática comum usar uma notação científica, onde
um número é expresso como uma potência de 10. Por exemplo
1.980 = 1,98 X 10^ e 0,170= 1,70X 10'f
A tabela 1-1 apresenta 'uma lista de prefixos comuns à formação dos
múltiplos e submúltiplos das unidades.
Tabela 1-1

ESCALA (CONVERSÃO) DE FATORES


PARA MULTIPLICAÇÃO
UNIDADE FUNDAMENTAL PREFIXO símbolo

Unidades de múltiplos
10^2
Tera T
ÍO' Giga G
10® Mega M
10^ Quilo k
10 Deca Dec

Unidade fundamental

Unidades de submúltiplos
10"» Deci d
10^ Centi c
10"3 MÜi m
10"® Micro i"
10^ Nano n
10"»2 Pico
P
A seção seguinte de Problemas com Soluções ilustra como os fatores de
conversão são usados para separar unidades do mesmo tipo, ou para converter
unidades de um tipo para outro.

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES


PS 1-1 Como você usaria os fatores de conversão da tabela 1-1 para converter
uma unidade fundamental de alguma quantidade, digamos, 486 metros para
quilômetros?
SOLUÇÃO Da tabela 1-f vemos que 1 quilo de qualquer unidade fundamental é
Unidades

igual a 10^ vezes a unidade fundamental (abreviada fu). Em forma de equação


isto poderia ser escrito como
Ik (fu) = 10^ fu
Esta equação pode ser escrita em qualquer das formas a seguir:

(1) 1 =-iOÍfu
Ik(fu)
ou

(2) 1 - 10^ fu

As quantidades do lado direito das Eqs. (1) e (2) são chamadas fatores de
conversão e, uma vez que estes são iguais à unidade, podemos multiplicar
qualquer quantidade por esses fatores de conversão, sem alterar o valor da
mesma. A técnica de conversão consiste em usar um multiplicador (fator de
conversão), que tem um valor unitário, armmando as expressões de forma que os
nomes das unidades indesejáveis se cancelem como se fossem fatores algébricos.
Assim, para converter 486 metros em quilômetros (km), escreveríamos

486nletFOS^X —^ =0,486 km
10 "ilietiQS

O fator de conversão na equação anterior está escrito na forma (1 km)/(10^ me


tros) ao invés de (10^ metros)/(l km) porque podemos cancelar os metros e
terminar com quilômetros.

PS 1-2 Expresse 19.640 microampères (abreviado ju A) em ampères.


SOLUÇÃO O fator de conversão necessário da tabela 1-1 é micro, que-
-representa 10'® vezes a unidade fundamental. Assim, podemos concluir que se
usamos a unidade fundamental chamada ampère (amp), 10® amp=liLiA.
Podemos então escrever e cancelar as unidades para obter
-6

19.640>a..X = 0,019640 amp


l>a

PS 1-3 Expresse 23.800 volts sob a forma de notação científica.


SOLUÇÃO Para expressar 23.800 volts por um número entre 1 e 10
multiplicado por alguma potência de 10, podemos colocar uma vírgula quatro
casas para a esquerda, para obter 2,38 XIO'* volts. Entretanto, 10^ não é um
múltiplo comumente utilizado em eletricidade e portanto não aparece na
tabela 1-1. Ao invés disto, podemos mover a vírgula três casas para a esquerda,
para utilizarmos o valor mais próximo da tabela 1-1, donde temos 23.800
volts= 23,8 X'10^ volts = 23,8 quilovolts (kV).

PS 1-4 Expresse 0,00246 volts em milivolts (mV).


SOLUÇÃO Aplicando o fator de conversão mili=10~^ vezes a unidade
funtamental, podemos escrever
Análise de Circuitos CG

1 mV
0,00246 volt X = 0,00246 X 10^mV= 2,46mV
10"^ volt

PS 1-5 A velocidade da luz é cerca de 186.000 milhas/s. Expresse esta


quantidade em quilômetros por segundo. Para fator de conversão relacionando
comprimento no sistema métrico com comprimento no sistema Inglês use 2,54
centímetros (cm) = 1 polegada(pol.).
SOLUÇÃO

186.000 X X
s 1 milha 1 pé

^
2,54 cm ^
1 metro ^ , Ikm
1 pol. 100 cm 1.000 metros

= 1,86X 10^ X 5,28 X 10^ X 12 X2,54 X 10^ X 10"^


= 299 X 10^ km/s

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PR 1-1 A resistência de um circuito elétrico é 5.680.000 ohms. Expresse este


valor em megohms.
RESPOSTA 5,68 megohms.

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Unidades

PR 1-2 Um certo comprimento de fio tem uma resistência de 10,2 miliohms/pé.


Se este fio for utilizado em um cabo com comprimento de 4,30 milhas, qual será
a resistência total em ohms?
RESPOSTA 231,6 ohms (resistência de apenas um fio componente do cabo)

PR 1-3 A velocidade da luz é 300.000 km/s. Quantos metros a luz se propaga


em 1 nanossegundo?
RESPOSTA 0,300 m
Análise de Circuitos CG

PR 1-4 Se uma carga de 10 coulombs passa por um dado ponto a cada 4 s, qual
é a corrente em miliampères?
RESPOSTA 2,5 X 10^ mA.

PR 1-5 Um raio de luz tem uma corrente média de 80.000 amp com uma
duração de 0,2 s. Quantos elétrons são transferidos?
RESPOSTA 10 X 10^^ elétrons
Unidades

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P1-1 Que fator de conversão seria usado para multiplicar uma unidade
fundamental de maneira a convertê-la em microunidades?

P 1-2 Expresse 0,0024 em forma de notação científica.

P 1-3 Se a unidade fundamental de tempo for tomada como sendo o ano,


quantos anos estarão compreendidos em uma década?
Análise de Circuitos CG

P 1-4 Quantos terassegundos existem em um ano?

P 1-5 Expresse 120/íA em ampères.

iií.u, • j

P1-6 Expresse 0,00036 ms em mícrossegundos.


Unidades

P 1-7 Expresse 18,2 milhas em quilômetros.

P 1-8 Expresse 0,024 volts em milivplts.

P 1-9 Expresse 0,017 meghoms em quilohms.

P1-10 Considerando a velocidade da luz como sendo 186.000 milhas/s,


determinar o tempo em nanossegundos para a luz se propagar à distância de 1 pé.
10 Análise de Circuitos CC

P 1-11 Expresse 0,042 ohms em miliohms. •

P 1-12 Expresse 97 ohms em kilohms.

P 1-13 Expresse 50 pA (picoampères) em microampères.

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2 definições
e notação

2-1 Voltagem

Voltagem, que conceitualmente é a capacidade de realizar trabalho, pode


ser definida simplesmente como a força que provoca deslocamento de carga, de
elétrons ou íons, em uma dada direção. A voltagem é análoga à pressão em um
sistema hidráulico. Outros termos comuns para designar voltagem são força
eletromotriz (fem), potencial e diferença de potencial A voltagem aparece entre
os terminais de um dispositivo elétrico. A voltagem é medida entre esses
terminais com um instrumento chamado voltímetro.

2-2 Fontes primárias de voltagem

As fontes de voltagem mais importantes podem ser listadas como segue:


ação química —voltagem produzida por reação química, como nas baterias,
pilhas secas etc.
12
Análise de Circuitos CG

magnetismo - voltagem produzida em um condutor quando existe um


movimento relativo entre o condutor e um campo magnético. Os geradores
elétricos, magnetos e motores usam esse efeito.
luz (fotoeletricidade) —voltagem produzida pelo efeito da luz que
sensibiliza certos materiais fotosensíveis. As baterias solares usadas nos satélites e
certos dispositivos fotográficos de medida (fotòmetros) usam esse princípio.
calor (terrrweletricidade) —voltagem produzida quando a junção de dois
metais diferentes é aquecida.
pressão mecânica (piezoeletricidade) - voltagem produzida por aplicação de
tensão mecânica em cristais de certas substâncias. A cápsula de cristal utilizada
em fonógrafos é baseada nesse princípio.
fricção —voltagem produzida atritando dois materiais diferentes entre si.
Uma fonte primária de voltagem cc em sua forma mais abstrata poderia ser
imaginada como uma caixa com dois terminais. Um deles seria marcado com
+(mais) e o outro com -(menos), como mostrado na figura2-1. O terminal
marcado com mais (+) é considerado como tendo potencial mais alto que o
terminal marcado com menos (-).

FIG. 2-1

O terminal negativo tem um excesso de elétrons em relação ao terminal


positivo e esta condição é continuamente mantida pela ação química ou física
proveniente da fonte.
Se um condutor metálico for colocado entre os terminais formando um
circuito extemo à fonte de voltagem, uma corrente de elétrons circulará desde o
terminal negativo, passando pelo circuito externo e voltando ao terminal positivo.
Isso constitui um circuito elétrico completo. Os elétrons que deixam o terminal
negativo não são necessariamente os mesmos que entram no terminal positivo.
Entretanto, uma vez que os elétrons são iguais e considerando que para cada
elétron que deixa o terminal negativo temos um elétron que entra no terminal
positivo, torna-se conveniente supor que não existe diferença entre os elétrons
que saem e que entram.

2-3 Corrente elétrica

O deslocamento ou fluxo de carga em uma dada direção constitui uma


corrente elétrica. A unidade de corrente é o ampère e o símbolo de corrente é /.
O ampère é definido como o fluxo de 6,28 X 10^® elétrons passando através de
Definições e notação 13

um dado ponto de um condutor, durante um segundo. A corrente elétrica é


análoga à relação de escoamento de um fluido (litros por segundo) em um
sistema hidráulico. A corrente elétrica flui entre dois pontos de um circuito
através dos elementos intercalados. A corrente é medida com um instrumento
chamado amperímetro, que é intercalado no circuito da corrente.

2-4 Coulomb

O coulomb é a unidade de carga elétrica. Esta unidade representa a


quantidade de carga deslocada até um determinado ponto quando o fluxo de
corrente por esse ponto for de 1 ampère por segundo. Assim 1 coulomb é
equivalente à carga deslocada por 6,28 X 10 elétrons. O coulomb é análogo à
quantidade de fluido (litros) em um processo hidráulico. O símbolo para o
coulomb é Q e este está relacionado com a corrente por

(1) AQ = /Aí (2-1)

onde A Q = variação da carga elétrica (número de coulombs)


/ = corrente média, amp
At = intervalo de tempo durante o qual a corrente flui

O símbolo A representa uma variação.


A equação (2-1) pode ser manipulada para resultar

(2) / = (2-2)

A interpretação física da Eq. (2) é que a corrente média/ que flui em um dado
intervalo de tempo Aí é igual à carga média deslocada. Por exemplo,
suponhamos que temos acumulada uma caiga de lO.CXlO coulombs em uma
nuvem durante um dia de tempestade e que, em seguida, um raio salte entre a
nuvem e a terra. Se o raio existir durante 0,1 s e se a carga elétrica acumulada
for completamente escoada para a terra durante esse intervalo, a corrente média
contida no raio será da ordem de 100.000 amp.

2-5 Resistência

A resistência é a propriedade de um circuito elétrico que oferece oposição


ao fluxo de corrente elétrica. Isto é algo parecido com o atrito encontrado por
um fluido em um sistema hidráulico. Algumas substâncias metálicas como a prata
e o cobre apresentam baixa resistência elétrica e são, por conseguinte, chamadas de
bons condutores. As substâncias não-metálicas como vidro, plásticos e mica
apresentam alta resistência e são comumente consideradas como isolantes. Os
termos "isolante" e "condutor" são relativos e sob determinadas condições um
Análise de Circuitos CC

isolante pode assumir as propriedades de condutor e vice-versa. O símbolo para a


resistência é e a unidade de resistência é o ohm. A unidade ohm pode ser
definida como a resistência de um circuito ou elemento de circuito que permite a
passagem de uma corrente constante de 1 ampère quando uma voltagem
constante de 1 volt é aplicada ao circuito ou elemento de circuito. Inversamente,
1 ohm é a resistência entre dois pontos (terminais) em um circuito ou elemento
de circuito se uma corrente de 1 amp, fluindo entre esses pontos, desenvolve uma
voltagem (diferença de potencial) de 1 volt. A voltagem desenvolvida através do
elemento do circuito devida ao fluxo de corrente é comumente chamada de
queda de voltagem ou queda de tensão.

2-6 Condutância

Condutância, cujo símbolo é G, é o inverso da resistência e a sua unidade é


mho (*). Então

=4" (2-3)
Uma banca condutância de um circuito ou elemento de circuito implica em alta
resistência e alta condutância implica em baixa resistência.

2-7 Conexão série

Uma conexão série de elementos de um circuito é aquela onde a mesma


corrente flui por cada um dos elementos. A voltagem através dos elementos
individuais na conexão série pode, todavia, ser diferente. A figura 2-2 ilustra a
estrutura básica da conexão série.

FIG. 2-2

iT:)! c <

"• rxiiir; •, .i: "iCjr

(*) N.T. —1 mho = 1 siemens. í • v ' ;t T,


15
Definições e notação

2-8 Conexão paralelo

Uma conexão paralelo de elementos de um circuito é aquela onde uma


mesma voltagem existe através de cada elemento do circuito. Acorrente que flui
através de cada elemento individual pode, todavia, ser diferente. A flgura 2-3
mostra a estrutura básica da conexão paralelo.

FIG. 2-3

2-9 Conexão série-paralelo

Uma combinação de elementos de um circuito, conectados em série e em


paralelo, constitui uma conexão série-paralelo, conforme mostra a figura 2-4.

o \/W

FIG. 2-4

2-10 Notação de voltagem

Para simbolizar a voltagem entre dois pontos de um circuito desenhamos


uma flecha com o símbolo F ou A fim de que esta descrição de voltagem seja
significativa, necessitamos estabelecer que o símbolo usado detennina a voltagem
na cabeça da flecha em relação à sua outra extremidade (pé), ou avoltagem no pé
da flecha em relação à sua cabeça (ponta). Usaremos a primeira forma, onde
comparamos a voltagem na ponta da flecha em relação ao seu pé. Em outras
palavras, o pé da flecha é o ponto de referência com o qual a voltagem na ponta
da flecha está sendo comparada. Se a voltagem na ponta da flecha vem a ser
positiva em relação ao pé, então Vou E é uma quantidade positiva e dizemos
que estamos crescendo em potencial, quando caminhamos no sentido do pé para
a ponta da flecha. Ao contrário, se a voltagem na ponta da flecha vier a ser
16
Análise de Circuitos CG

negativa com respeito ao pé da mesma, F ou E será então quantidade negativa


e dizemos que estamos decrescendo em potencial quando caminhamos no sentido
do pe para a cabeça da flecha.
Afígura 2-5 mostra uma fonte de voltagem (representada por uma bateria)
que mantém uma diferença de potencial de 12 volts entre os seus terminais. A
voltagem - +12 volts de acordo com nossas regras, porque seguindo o circuito
no sentido do pé para a ponta da flecha de E^ começamos por um terminal
negativo da fonte de voltagem e chegamos a um terminal positivo. Isto significa
que crescemos 12 volts em potencial. Por outro lado, a voltagem £"3 =-12 volts,
porque seguindo o circuito no sentido do pé para a ponta da flecha começamos
em um terminal positivo e terminamos em um terminal negativo. Isto significa
que decrescemos 12 volts em potencial. Este problema ilustra por que é
necessário fixarmos oponto de referência quando descrevemos uma voltagem. De
outra forma, haverá ambigüidade e o que é +12 volts para uma pessoa poderá ser
- 12 volts para uma outra.

FIG. 2-5

Algumas vezes utilizamos letras com índices duplos, tal como Egb, para
descrever a voltagem entre dois pontos a e b. Concordaremos aqui em considerar
o primeiro índice como sendo o ponto de referência (análogo ao pé da flecha) e
o segundo índice como sendo o ponto cujo potencial estamos comparando
(análogo à ponta da flecha) com oponto anterior. Afigura 2-6 mostra anotação
com índice duplo. Obviamente £'^6 =+12 volts, uma vez que partindo do ponto a
para o ponto b crescemos 12 volts em potencial. Por outro lado, Eba =- 12
volts, uma vez que seguindo o circuito do primeiro índice (ponto b) até o
segundo índice (ponto a) decrescemos 12 volts.

FIG. 2-6 -4^ 12V

2-1T Notação de corrente

flecha associada ao símbolo / é usada para deflnir o sentido admitido


para o fluxo de corrente. Podemos dizer sentido admitido porque em um circuito
complicado nem sempre é possível saber de antemão em que sentido a corrente
Definições e notação 17

realmente flui. Alguns métodos para a determinação da intensidade e sentido do


fluxo de corrente em um circuito serão investigados mais tarde.
Uma vez que uma corrente elétrica pode consistir tanto de portadores de
carga positiva quanto negativa, torna-se necessário estabelecermos que tipo de
portador de carga estará sendo representado pelo símbolo /. Nós vamos
estabelecer que o símbolo / representa o sentido do fluxo de elétrons. Como os
elétrons são carregados negativamente, temos que a extremidade de um resistor
pela qual a corrente entra será polarizada negativamente com relação à outra
extremidade, por onde a corrente sai. A corrente (fluxo de elétrons), portanto,
desenvolve uma voltagem através de um resistor, de tal forma que a extremidade
pela qual a corrente entra vem a ser negativa em relação à outra extremidade por
onde a corrente sai. Isto está mostrado na figura 2-7.

FIG. 2-7 WV
R

2-12 O circuito elétrico

Um circuito elétrico é formado por uma combinação de elementos de


circuito que podem permitir uma ligação desde um dos lados da fonte de
voltagem, através do circuito, até o outro lado (terminal) da mesma. No caso de
uma fonte de voltagem cc, um dos lados da fonte é sempre mantido negativo
com relação ao outro terminal. A corrente fluirá então do terminal negativo,
através da combinação dos elementos do circuito, até o terminal positivo da
fonte. Se um elemento isolante tal como uma chave interruptora está intercalado
no caminho do fluxo de corrente, teremos o que é chamado de circuito aberto e
nenhuma corrente poderá fluir. Se a chave é fechada, temos um circuito fechado,
que constitui um caminho completo para o fluxo de corrente. Um curto-circuito
acontece quando uma resistência muito baixa aparece em um caminho que é
percorrido por uma corrente elétrica. Usualmente, um curto-circuito representa
uma condição indesejável, sob o efeito da qual fluem correntes altas pelo
circuito, algumas vezes com efeitos destrutivos. A figura 2-8 mostra uma chave
interruptora pode ser usada para completar um circuito elétrico. Neste exemplo a
fonte de voltagem alimenta um simples elemento de circuito, o resistor R.

Chave

FIG. 2-8 Fonte de


R<
voltagem
18 Análise de Circuitos CG

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES

PS2-1 Uma corrente (fluxo de elétrons) de 3 amp atravessa um fio condutor de


raio 0,1 cm durante 0,2 s.
(fl) Qual a quantidade de carga que foi deslocada através de uma dada secção
transversal do condutor?
(è) Quantos elétrons foram envolvidos para a transferência desta carga?
(c) Qual é a densidade de corrente (ampères por cm^) no fio?
SOLUÇÃO
(fl) AQ = I At = 3 amp X 0,2s = 0,6 amp.s = 0,6 coulomb
(b) 6,28 X 10^® elétrons/coulomb X 0,6 coulomb = 3,77 X 10^® elétrons
(c) A área da secção transversal do fio em cm^ é A = irr^ =3,1416(0,1)^ =
= 0,031416 cm^
A densidade de corrente J é então

J =—— = —— _ 95 49 amp/cm^
A 0,031416 cm^ ^

PS 2-2 Uma representação gráfica de uma forma de onda de corrente versus


tempo em um circuito particular está mostrada na figura PS 2-2. Faça uma
explanação física de como a carga e a corrente estão inter-relacionadas neste
circuito; determine a carga total transferida no fim de 2 s. Qual é a corrente
média durante o mesmo intervalo?

•S2

FIG. PS 2-2 -S .

/(s)

SOLUÇÃO No instante í = 0 em um circuito com um dado sentido de


referência para a corrente, um determinado interruptor é fechado, permitindo um
fluxo imediato de corrente de 2 amp. Uma vez que AQ = I At e admitindo que
no instante em que a chave foi fechada nenhum tempo havia decorrido (A f = 0),
tem-se que Q=0. Com o decorrer do tempo, a corrente constante de 2 amp deve
ter resultado, durante o primeiro segundo, em um movimento de carga dado por
AQ = (2amp)(1 s) = 2 coulombs. Note-se que uma vez que a carga é o produto
de / e í, esta é igual à área sob a curva de / versus t. Isto se verifica
independente do formato da curva. Neste simples exemplo a curva / versus t
durante o primeiro segundo é um retângulo, cuja área é a base X altura. Os 2
coulombs calculados representam a carga total transferida até o final do intervalo
de tempo (Is) em questão.
19
Definições e notaçao

Ao final de Is a corrente repentinamente diminui de 2 para 1 amp. Uma


vez que / está ainda positivo (acima do eixo zero) a corrente apenas diminuiu em
amplitude no circuito em questão. Ela não variou o sentido, pois isso seria
indicado por valores negativos de I. Durante o segundo intervalo de Is, a carga
está ainda sendo transferida mas a uma taxa mais baixa, conforme indica a corrente
menor. A carga transferida durante o segundo intervalo de Is é facilmente
determinada observando-se que temos agora um retângulo cuja base é Is e cuja
altura é 1 amp. Isto corresponde a uma área de 1 amp. s = 1 coulomb. A carga
total transferida durante ambos os intervalos de 1 s é então 2 coulombs + 1 cou
lomb = 3 coulombs. A corrente média durante o intervalo total de 2 s é

Aôtotai= 3 coulombs
= — , _ amp
= 1,5
^ ^total 2S

Nota-se que o resultado anterior é o mesmo que seria obtido através da


determinação da corrente média durante o primeiro intervalo (2 amp) e da
corrente média durante o segundo intervalo (1 amp), tomando em seguida a
média dessas médias.

PS 2-3 Vamos discutir sobre a carg^ em termos de forma de onda de corrente


mostrada na figura PS 2-3. Que quantidade de carga foi transferida no final de
1 s? Qual é a corrente média dufante este intervalo de 1 s?

FIG. PS 2-3

SOLUÇÃO No instante f =0 não existe corrente e portanto nenhuma carga


sendo deslocada. Quando I começa a crescer, a carga está sendo transferida e a uma
taxa de crescimento que a relação máxima de carga transferida é atingida quando
1=2 amp. A carga resultante transferida (diferente da relação de carga
transferida) está também em seu valor máximo nesse instante. Para determi
narmos a carga resultante transferida no final de 1 s necessitamos conhecer a área
sob a curva / versus t. Para um triângulo a área é bhi2, onde b é a. base do
triângulo e h é a altura, que corresponde ar=lse/=2 amp, respectivamente.
Assim

AQ = amp)(1 s) _ j coulomb
2

A corrente média seria então

1
/m = — = 1 amp
A t
20 Análise de Circuitos CG

PS 2-4 A figura PS 2-4/ mostra um tipo especial de fonte de voltagem que causa
a passagem da corrente / através de um resistor R na direção de referência
indicada. A forma de onda / versus t está mostrada na figura PS 2-4b.

Tipo es
pecial de •fí
fonte de
voltagem

FIG. PS 2-4

Relacione a forma de onda / com o sentido de referência de / e com a carga que


está sendo transferida. Determine também a quantidade de carga que está sendo
transferida, a corrente média e a carga resultante transferida nos vários pontos da
forma de onda.
SOLUÇÃO Durante o primeiro segundo a corrente cresce no sentido de
referência indicado. A carga transferida durante o primeiro segundo é
AQ=[ (2amp)(1 s)] /2 = 1 coulomb. Uma vez que partimos com um valor
inicial de carga zero no instante zero, a carga resultante transferida em í = 1 s é
também 1 coulomb. A corrente média durante o primeiro segundo é
Q/At = (l coulomb)/(l s) = 1 amp. Durante o segundo intervalo de 1 s a
corrente mantém um valor constante de 2 amp no sentido indicado de referência.
Uma vez que a corrente é constante durante este intervalo, a corrente média deve
ser também 2 amp. A carga resultante transferida no final do segundo intervalo de
1 s é então 1 coulomb, devido ao primeiro intervalo de 1 s, mais 2 coulombs
devidos ao segundo intervalo de 1 s, o que resulta em um total de 3 coulombs.
Durante o terceiro segundo vemos que / está diminuindo, conforme
demonstra a inclinação negativa da curva / versus t. Entretanto, / é ainda positivo
porque está acima do eixo zero e isto significa que a corrente continua fluindo
no sentido indicado de referência. Como estamos novamente tratando com um
triângulo no terceiro segundo, temos AQ = [(2amp) (1 s) ] /2 = 1 coulomb. A
corrente média durante este intervalo é dada pela relação entre a carga de
1 coulomb transferida no intervalo dividida pela duração do intervalo (1 s). Assim
durante o terceiro intervalo é 1 amp. A carga total transferida desde f = O até
t = 3 é então a soma das cargas parciais do primeiro, segundo e terceiro intervalos
Definições e notação 21

e igual a 4 coulombs. Durante o intervalo compreendido entre í = 3 e í = 4, 7 = 0


e assim nenhuma mudança ocorre na carga resultante.
Durante o intervalo entre f = 4eí = 6, / é negativo. Isto significa que o
sentido atual do fluxo de corrente no circuito é oposto ao sentido positivo de
referência mostrado na figura PS 2-4^. Durante o intervalo í = 4af = 5a corrente
está aumentando no sentido oposto. No último intervalo de t-5 a í = 6 a
corrente ainda flui no sentido oposto mas com uma diminuição de amplitude.
Uma vez que a corrente inverteu o sentido nos últimos 2 s, depreende-se que a
carga está sendo transportada em sentido contrário ao anteriormente verificado.
Assim a carga transportada durante os últimos 2 s será subtraída da carga
anteriormente transferida, para obtermos a carga total transferida no intervalo de
6 s. A carga transferida nos últimos 2 s é determinada através da área do
triângulo, A = bhjl. Assim A(2 = [ (-1 amp) (2s) ] /2 = - 1 coulomb. Vamos agora
somar algebricamente (observando que uma subtração deve ser feita devido ao
sinal negativo) este - 1 coulomb com os 4 coulombs anteriormente verificados,
obtendo 3 coulombs como sendo a carga resultante transferida em 6 s. A
corrente média nos últimos 2 s é /m = (-1 coulomb)/(2 s) = - 0,5 amp.

PS 2-5 A figura PS 2-5 é uma representação de como a carga varia com o tempo
em um determinado elemento de circuito. Como você imagina que seria a forma
de onda da corrente necessária para o transporte dessa carga?

FIG. PS 2-5

•/ (s)
0,5

SOLUÇÃO A chave para este problema está expressa pela equação 7= A 2/A í,
que estabelece que a corrente é igual à relação de variação da carga com o tempo
e isto corresponde à inclinação da curva de carga versus tempo. Quanto maior a
razão de variação da carga com o tempo maior será a corrente. Isto é análogo a
um sistema hidráulico onde uma grande razão de escoamento de fluido (corrente)
é necessária se um certo número de litros do fluido (carga) deve ser transferido
em um curto intervalo de tempo.
Na forma de onda da figura PS 2-5 não existe variação de carga durante o
primeiro intervalo de l/2s, de forma que 7=0. O fato de existir também carga
zero durante este intervalo é acidental. É a variação de carga com respeito ao
tempo que determina a corrente. Para í = 0,5 s a carga salta rapidamente de O
para 1 coulomb, em um curtíssimo intervalo de tempo. Se a inclinação fosse
inteiramente vertical, a corrente teria sido infinita. Entretanto, inclinações
verticais e correntes infinitas não ocorrem nos fenômenos naturais, embora elas
possam ser aproximadas em algumas situações.
Uma vez que a carga cresce para 1 coulomb, ela permanece constante
durante 1/2 s. Como a curva da carga versus tempo é plana, neste intervalo, sua
22 Análise de Circuitos CG

inclinação é zero, e portanto a corrente deve ser zero. Fisicamente, estamos


dizendo que desde que nenhuma carga capaz de provocar uma variação de carga
foi transferida, a corrente deve ter sido zero.
Em í = I a carga pula de volta para zero. A variação brusca na carga
implica novamente em uma enorme corrente e o fato de que a carga está agora
decrescendo, como evidenciado pela inclinação negativa da curva (caída), significa
que o sentido do fluxo de corrente deve ter invertido. Intuitivamente, sentimos
que o sentido da corrente inverteu, porque de outra forma como poderia a carga
acumulada ter sido drenada?

PS 2-6 Considerada a forma de onda da figura PS 2-6úr, determine a forma de


onda correspondente de corrente.

jí. rnu' íí-fy


FIG. PS 2-6

iâ)

SOLUÇÃO Durante o primeiro segundo a carga está aumentando gradativa-


mente, significando que uma corrente de /= A Q / A/= (1 coulomb)/(l se
gundo) = 1 amp está transportando esta carga. Durante o segundo intervalo de 1 s
a carga permanece constante (inclinação zero) e portanto /=0. Durante o
terceiro e quarto intervalos a carga acumulada está diminuindo, como demonstra
a inclinação negativa da curva da carga. A variação total de carga durante estes 2
segundos é de +1 a -1 coulomb, ou uma variação resultante A 0 de - 2 coulombs.
Uma vez que esta variação ocorreu em um intervalo de 2 s, a corrente
correspondente deve ser- -1 amp. Durante o quinto intervalo de 1 s a corrente
inverte novamente de sentido, como mostra a inclinação positiva da curva da
carga. É a inclinação da curva e não o sinal de Q que determina se / é positivo
ou negativo. A forma de onda resultante de corrente está mostrada na
figura PS 2-6b.

PS 2-7 Qual é a voltagem E na figura PS 2-7?


SOLUÇÃO Partindo do pé da flecha, que é nosso ponto de referência, e
seguindo até a ponta da mesma, encontramos primeiramente uma bateria de
Definições e notação 23

-=F 6V

FIG. PS 2-7

^2V

2volts. Uma vez que entramos pelo terminal negativo e saímos pelo terminal positivo
da bateria, crescemos em potencial de 2 volts. Continuando através da bateria de 6
volts, como estamos indo em direção à ponta da flecha, crescemos de 6 volts.
Assim £"= + 2 volts + (+ 6 volts) = 8 volts.

PS 2-8 Determine na figura PS 2-8.


9b

--<òy

FIG. PS 2-8
--2V

oa

SOLUÇÃO Desde que o primeiro índice é o ponto de referência, devemos partir


do terminal a em direção ao terminal b. Passando através da bateria de 2 volts
crescemos 2 volts em potencial, mas passando através da bateria de 6 volts,
decrescemos 6 volts em potencial. Assim, uma vez que Eab é 2í soma algébrica de
todas as voltagens desde o terminal a até o terminal b, podemos escrever^ ,

Eab = -^^ volts + (-6 volts) = -4 volts

A interpretação física de -4 volts é que o terminal b é 4 volts negativo com


relação ao nosso ponto de referência, o terminal a.

PS 2-9 Na figura PS 2-9, verificar as quantidades a seguir para satisfazer as


condições apresentadas:

12V
FIG. PS 2-9 Ei
8V ^ 6V
Análise de Circuitos CG

El =8 volts
E2 - -12 volts
£*3 =6 volts
£*4 = -8 volts + (-12 volts) = -20 volts
£•5 =12 volts + (+6 volts) =18 volts
£2 _ -12 volts _
£1 8 volts
£4
= -3,33
£

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PR 2-1 Em um determinado tipo de válvula a gás um mesmo número de elétrons


e íons positivos movem-se da esquerda para a direita e da direita para a esquerda,
respectivamente. Se 12,5 X 10\® íons positivos foram movidos através de uma
secção transversal do tubo em 0,2 s, qual foi a corrente total devida a elétrons e
íons?
RESPOSTA 19,9 amp

PR 2-2 Em que intervalo de tempo devemos transferir uma carga de


0,12 coulombs para produzir uma corrente de 1 amp?
RESPOSTA 0,12 s
Definições e notação 25

PR 2-3 Quanto tempo deve durar uma corrente de 2 amp para transferir uma
carga de 0,48 coulomb?
RESPOSTA 0,24 s

PR 2-4 Dada a forma de onda de corrente da figura PR 2-4, determinar a


corrente média e a carga transferida no quarto intervalo de 1s mostrado.

RESPOSTA /m = -0,125 amp


AQ =-0,5 coulomb
26 Análise de Circuitos CG

PR 2-5 A figura PR 2-5 mostra como a carga varia com o tempo em um


elemento de circuito que contém uma carga inicial de 2 coulombs. Qual é a
intensidade da corrente durante os primeiros 5 segundos e durante o último
segundo? Qual é a corrente média sobre o intervalo de 6 segundos? Qual é a
carga final no final de 6 segundos?

RESPOSTA I -0,4 amp


I 2 amp
Im = O
Q = 2 coulombs

PR 2-6 Um elemento de circuito tem uma resistência de 12 ohms. Qual é a sua


condutância?
RESPOSTA 0,0833 mho
Def inições e notaçao 27

PR 2-7 Um elemento de circuito tem uma condutância de 12 mhos. Qual é a


sua resistência?
RESPOSTA 0,0833 ohms

PR 2-8 Os resistores da figura PR2-8 estão conectados em série ou em paralelo?

RESPOSTA Série
28 Análise de Circuitos CG

PR 2-9 Que tipo de conexão está mostrado na figura PR 2-9?

bo

a o-

RESPOSTA Paralelo

PR 2-10 Como estão conectadas as fontes (fe voltagem da figura PR 2-10?


(1^

o Í7

RESPOSTA Série
Definições e notação 29

PR 2-11 Como estão conectadas as fontes da figura PR 2-11? Se


£*1 =£*2 ~ 3 volts, Eai, é igual a Ei +E2 = 6 volts? Qual o valor de E^ijl

RESPOSTA Paralelo; E^b - 3 volts

PR 2-12 Determine E na figura PR 2-12.

X 6V T 6V

RESPOSTA £' = Ovolts

. 1
30 Análise de Circuitos CC

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 2-1 Defina o coulomb. Que unidades estão envolvidas no coulomb?

P2-2 Corrente é a relação na qual. avaria com o tempo.


Definições e notaçâfo 31

P2-3 Uma corrente de 2 amp durante 0,1 s resulta em uma transferência de


^ coulombs. Isto é equivalente à transferência de_ ^elétrons.

P2-4 Um condutor especial de secção transversal circular é fabricado em vários


diâmetros. Sua capacidade máxima é para uma densidade de corrente de
2 amp/poP. Se esse condutor é para ser usado em uma aplicação que requer a
transferência de uma carga de 0,8 coulomb em 0,02 s, determine o diâmetro
mínimo do condutor, em mm, que deve ser usado.
32 Análise de Circuitos CG

P 2-5 Qual é a carga transferida em um circuito com uma forma de onda de I


versus t, conforme segue?

P 2-6 Qual é a carga transferida em um circuito com uma forma de onda de /


versus t, conforme segue?

< O

-2f
33
Definições e notação

P2-7 Represente a forma de onda da corrente necessária para produzir a forma


de onda de carga a seguir.

t (s)

P2-8 Que tipo de conexão está mostrado neste circuito?

o—VW
34
Análise de Circuitos CG

P2-9 Como a corrente / (fluxo de elétron) polarizará o resistor? A voltagem


Ei,a será uma quantidade positiva ou negativa?

—V\A/—
o R b

P2-10 Que tipo de conexão está mostrado neste circuito? Qual a relação que
você intuitivamente esperaria entre /q, /, e /j? Se for maior que /?i, /j será
maior do que ?

i'
i/3

Tfío
Definições e notação 35

P 2-11 Triplicando o valor de um resistor, o que acontece com o valor da sua


condutância?

P 2-12 Determine Ex, Ei, E^, E^, Es, E^, Ei + E3, Es - E^, EjEi,Ei +
+ Es/Es-

E, T 2V
í^
3V^ Ea

V 16V

^2 -r5v
36 Análise de Circuitos CG

P2-13 Determine as seguintes voltagens na figura ?2-\3:E^g, Eç^, E^j^, Ep^.

•©HH'—©
3\/

P2-14 Determine Vgp, na figuraP 2-14.

I—©"
2V
3 relações
entre conénte,
voltagem
e potência

Neste capítulo vamos estudar como a corrente, voltagem e resistência estão


inter-relacionadas no circuito elétrico. A figura 3-1 mostra um circuito elétrico
simples no qual a voltagem E através da resistência R é, necessariamente, a
mesma voltagem Eg da fonte de voltagem. A corrente que circula pelo resistor R
depende diretamente da voltagem E, que força o fluxo de corrente /, e da
resistência R que tende a impedir o fluxo de corrente. Os circuitos elétricos são,
em geral, um tanto complicados. Conseqüentemente, não seria prudente nos
limitarmos ao circuito simples específico, mostrado na figura 3-1, mas, ao invés

FIG. 3-1
E R.
^ Análise de CircuitosCG

disso, considerar um caso mais geral, mostrado na figura 3-2. Aqui, neste circuito,
estamos focalizando nossa atenção para o resistor R localizado em um circuito
elétrico complexo, mostrado parcialmente na figura. A corrente através do
resistor R é I; e a voltagem através de é A relação exata entre í, E e R é
dada pela lei de Ohm.

|l|

FIG. 3-2

3-1 Lei de Ohm

A lei de Ohm estabelece que, a corrente através de uma resistência é


diretamente proporcional à voltagem através da mesma e inversamente
proporcional ao valor da resistência. Na forma matemática isto pode ser escrito
como

(1) ^=-f (3-1)


A equação (1) mostra-nos que, conhecendo a voltagem através de um resistor e o
valor" dó resistor, podemos facilmente determinar a corrente.
Através de uma manipulação algébrica podemos reescrever a Eq. (1) como
(2) E = RI (3-2)
que mostra-nos que se conhecemos a corrente através de um resistor e o valor do
mesmo podemos, pela Eq. (2), determinar a voltagem através do resistor.
A Eq. (1) ou a Eq.(2) podemser manipuladas sob a forma

(3) R=-^ (3-3)


Isto pode ser interpretado para significar que se conhecemos a voltagem através
de um par de terminais e a corrente que flui entre estes terminais, a resistência
entre eles é definida pela Eq. (3). Em geral, se duas quantidades relacionadas pela
lei de Ohm são conhecidas, a terceira pode sempre ser determinada.
Estas três formas da lei de Ohm podem ser mostradas através dos seguintes
problemas:
1. Uma lâmpada de lanterna acionada tem uma resistência de 12 ohms.
Qual a corrente que fluirá pela lâmpada se uma bateria (pilha) fornece uma
voltagem de 6 volts? Pela Eq. (3-1), I =E/R =(6 volts)/(12 ohms) =0,5 amp.
Relações entre corrente,voltagem e potência 39

2. Uma corrente de 0,5 amp deve ser mantida através de uma lâmpada de
lantema tendo uma resistência de 12 ohms. Qual a voltagem que deve ser
mantida nos terminais da lâmpada para resultar a corrente desejada? Pela
Eq. (3-2), E =RI ={12 ohms) (0,5 amp) = 6 volts.
3. Qual deve ser a resistência de uma lâmpada de lanterna se a corrente
através da mesma é 0,5 amp quando uma voltagem de 6 volts é mantida em seus
terminais? Pela Eq. (3-3), R = £//= (6 volts)/(0,5 amp) =12 ohms.

3-2 Potência

Se um trabalho está sendo realizado em um sistema mecânico, hidráulico


ou elétrico, uma quantidade de alguma forma de energia está sendo consumida. A
razão em que o trabalho está sendo executado, isto é, a razão em que a energia
está sendo consumida, é chamada potência (*). Matematicamente, potência é
(1) T. X- • = trabalho
Potência (3-4)
tempo

Em um sistema elétrico a voltagem está relacionada com o trabalho realizado


para deslocar uma unidade de carga, e a corrente representa o número de cargas
(partículas) transportadas na unidade de tempo. Assim, potência em um sistema
elétrico é dada por
_ . trabalho carga movida
(2) Potência = —; X
unidade de carga unidade de tempo
Potência (em watts) = volts X ampères
P = EI (3-5)

Quando E é dado em volts e / é dado em ampères, a potência P será dada em


uma unidade chamada watt. A Eq. (3-5) indica que a potência é proporcional à
voltagem e à corrente.
A Eq. (3-5) mostra-nos que se a voltagem através de um resistor, conforme
mostrado na figura 3-2, é conhecida da mesma forma que a corrente pelo resistor,
então a potência desenvolvida poderá ser determinada pela Eq. (3-5). Em uma
resistência, esta potência manifesta-se sob a forma de calor. Quanto maior a
potência dissipada em um resistor, mais aquecido ele se torna.
A Eq. (3-5) pode ainda ser expressa na forma

(3)

OU

(4) (3-7)

(*) N.T. —O termo razão (rate) significa variação da grandeza no tempo.


40
Análise de Circuitos CG

Da mesma forma que com a lei de Ohm, se duas de três quantidades são
conhecidas a terceira pode ser facilmente determinada.
Uma vez que a voltagem e a corrente são relacionadas com a resistência,
como expresso pela lei de Ohm, a potência desenvolvida em um resistor pode
também ser expressa como uma função da resistência. Por exemplo, se partimos
da Eq. (3-5) e substituímos a Eq. (3-1) em (3-5) temos

(5) P= =^ (3-8)
A Eq. (3-8) expressa a potência desenvolvida em um resistor individual em termos
da voltagem desenvolvida em seus terminais e do próprio valor do resistor.
Note-se que a potência depende do quadrado da voltagem através do resistor. Em
outras palavras, dobrando a voltagem quadruplicamos a potência.
Se desejássemos expressar a potência desenvolvida em um resistor, em
termos da corrente através dele e do próprio valor do resistor, substituiríamos a
Eq. (3-2) em (3-5) para obter

(6) P =EI=RI{I)=PR (3-9)


Na maioria dos casos as formas de onda de voltagem e corrente variam com
o tempo, quando associadas com algum elemento de circuito. Como pode a
potência ser determinada nestes casos? A figura 3-3a mostra um circuito simples
no qual a voltagem e a corrente através de um resistor de 2 ohms variam
conforme a ação da chave. A chave está inicialmente (no instante í = 0) colocada
sobre a fonte de 6 volts durante 1 s e, em seguida, passa para a fonte de 12volts
por 1 s, voltando para a fonte de 6 volts e assim por diante. Quando a chave está
na posição de 6 volts, I = (6 volts)/(2ohms) = 3 amp. Na posição de 12
volts, / =E/i? =(12 volts)/(2ohms) =6 amp. As formas de onda de voltagem e
frente pelo resistor são, portanto, conforme mostra a figura 3-3Ó.
Como determinamos a potência dissipada no resistor em, digamos, 4 s?
Uma aproximação é reproduzir a forma de onda de potência P a partir das
formas de onda áe E q I, pela aplicação da relação P =EI. Isto significa que se
tomarmos cada valor instantâneo de / e multiplicarmos pelo valor correspondente
de E obteremos o valor correspondente de P. Conectando todos os pontos
calculados de P teremos a forma de onda P resultante. Aplicando esta
aproximação à figura 3-3 b, notamos que no primeiro segundo P =£7 ='(6volts)(3
amp)= 18 watts, e no segundo intervalo P =EI=(12 volts) (6 amp) =72 watts.
Repetindo este procedimento durante 4 segundos resulta a forma de onda P
mostrada. Uma vez que a forma de onda P varia com o tempo, nosso interesse
está realmente na potência média dissipada no resistor no intervalo de 4
segundos. Isso é determinado computando a área sob a curva P no intervalo de 4
segundos e, então, dividindo-a pelo correspondente intervalo (4 s) para obter o
valor médio. No primeiro e terceiro segundos a área sob a curva Pé 18
watts X ls=18 watt.s. No segundo e quarto segundos é 72 watts X 1 s = 72
watt.s. A área total sob a curva P no intervalo de 4 segundos é então
18-Í-72 + 18+72 - 180 watt.s = 180 joules. Nota-se que a área sob a curva deP
Relações entre corrente, voltagem e potência 41

to r-

ü 12
o

kl 6
FIG. 3-3
1
-= • 2 ohms o
•l2V "6V S
^ 72
1 o——1 o

18
O /(s)

(í7) [b)

versus í é o trabalho executado devido à transferência da carga pela corrente I.


Uma vez que trabalho dividido por tempO' é potência (180 watt.s)/(4 s) = 45
watts, que é a potência média consumida durante o intervalo de 4 segundos.
A forma de onda P poderia também ter sido gerada através da relação
P =P^/R. Assim, quando E=6 volts, P={6 volts)^/(2 ohms) =18 watts; e
quando E=\2 volts, P=(12 volts)^/(2 ohms) = 72 watts. Alternativamente, a
curva P poderia ser determinada a partir da forma de onda / pela relação
P =Pr = (3 amp)^(2ohms) =18 watts, e P = {6 amp)^(2 ohms)= 72 watts.
O ponto mais importante é que a potência não pode ser determinada pela
determinação do valor médio da corrente (o valor médio da forjma de onda / é
4,5 amp) multiplicado pelo valor médio da tensão (o valor médio da forma de
onda de £" é 9 volts). Esse procedimento errôneo resulta em Pm = Emlm ~
volts)(4,5 amp) = 40,5 watts; enquanto que o valor correto é P^ - 45 watts. Em
termos matemáticos poderíamos dizer que a média do produto EXI, que resulta
no valor correto de P^, não é igual ao produto das médias E^ X /j^, que resulta
em um valor incorreto de
Em qualquer circuito elétrico a potência desenvolvida por uma fonte, tal
como Eg na figura 3-1, deve ser igual à potência entregue à carga, que pode ser
um resistor, mais alguma parcela de potência perdida na fiação do circuito.
Falamos de perdas na fiação do circuito porque os fios contêm alguma
resistência, e quando a corrente passa através da resistência, alguma potência é
dissipada no condutor, de acordo com a Eq. (3-9). Em forma de equação
podemos escrever

•^entrada -^saída •^perdas (3-10)

A eficiência (*) de um circuito ou um elemento de circuito expressa como


porcentagem é dada por

(*) N.T. - o termo "eficiência" é usado geralmente como sinônimo de "rendimento


^2 > Análise de CircuitosCC

%eficiência X 100 (3-11)


•^entrada
A eficiência não precisa necessariamente ser relacionada com uma potência
elétrica de saída resultante de alguma potência elétrica de entrada; ao contrário,
ela pode se referir a uma potência de saída mecânica desenvolvida por um motor,
como conseqüência de uma potência elétrica de entrada. Os dispositivos, tais
como motores, que convertem energia de uma forma para outra são chamados
transdutores.
Para converter potência elétrica em mecânica, os seguintes fatores de
conversão podem ser usados:

1 horsepower (hp) = 746 watts (3-12)


Um quilograma metro (kgm) é a quantidade de trabalho necessária para
deslocar o peso de 1 quilo à distância de 1 metro (*).

3-3 Trabalho (energia)

Trabalho e energia são essencialmente a mesma coisa, uma vez que é o


gasto de energia que torna possível a realização de um determinado trabalho. Se
uma certa quantidade de potência é desenvolvida em um dado intervalo de
tempo, o trabalho realizado é dado por

(1) Trabalho = potência X tempo = ^ tempo (3-13)


tempo
Uma unidade comum para energia ou trabalho é o joule, que está
relacionada com potência elétrica, como segue:

(2) 1joule = 1watt • segundo (3-14)


Desde que 1 watt = 1 volt X 1 amp e lamp=l coulomb de carga transferida
em 1 s, conclui-se que 1joule é igual ao trabalho realizado para transferir
1 coulomb de carga por meio de uma diferença de potencial de 1 volt.
Para demonstrar isto matematicamente,

(3) 1joule = 1 volt X 1 amp Xis


-= 11 volt
u X\/ 11 coulomb ^ ,
Xis
s

= 1 volt-coulomb (3-15)

(*) N.T. - A unidade horsepower é conhecida como cavalo de força e representada pelo
símbolo (hp).
A unidade kgm é conhecida como quilogrâmetro
Relações entrecorrente, voltagem e potência ^3

Quando os físicos estão interessados na quantidade de trabalho realizado para


transportar um elétron por meio de uma diferença de potencial de 1volt, eles
trabalham com uma unidade chamada elétrqn-volt (ev). Uma vez que existem
6,25 X 10^® elétrons em 1 coulomb, por substituição na Eq. (3-15) podemos
escrever

(4) 1joule = 6,25 X 10^® ev (3-16)

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES

PS 3-1 Qual a corrente que flui através de um resistor de 8 ohms se uma


voltagem de 48 volts é aplicada aos seus terminais?
SOLUÇÃO
r E 48 volts ^
/ = = = 6 amp
R 8 ohms

PS 3-2 Quantos volts serão necessários para fazer circular uma corrente de 2 amp
através de uma resistência aquecida de valor 6 ohms?
SOLUÇÃO
E = IR = (2 amp) (6 ohms) =12 volts

PS 3-3 Qual é a resistência de uma lâmpada elétrica que permite um fluxo de


corrente de 0,8 amp quando conectada a uma linha de 120 volts?
SOLUÇÃO
E 120 volts 1cn u
R = — = = 150 ohms
/ 0,8 amp

PS 3-4 Uma corrente de 1,5 amp flui através de uma lâmpada de automóvel
quando submetida a uma voltagem de 6 volts em seus terminais. Qual é a
potência dissipada pela lâmpada? Qual é a resistência da lâmpada?
SOLUÇÃO
P = EI = {6 volts) (1,5 amp) = 9 watts
E 6 volts , ,
R = = = 4 ohms
1,5 amp

PS 3-5 Qual é a resistência de um dispositivo elétrico de aquecimento para


parede que dissipa 1.800watts quando conectado a uma fonte de 120 volts?
44
Análise de Circuitos CG

SOLUÇÃO
. _ P 1.800 watts
—^
E ;— =15 amp
120 volts

n _ E 120 volts „ ,
^ ~ ~r 77 = 8 ohms
1 15 amp

PS 3-6 Qual a corrente que fluirá por uma lâmpada de potência de 100watts em
uma linha de 120 volts? Qual é a resistência da lâmpada? Se a energia elétrica
custa 1cruzeiro oquilowatt.hora (kWh) (1 kWh = l.OOO watt.hora), quanto custará
0 uso desta lâmpada 2 horas por dia durante 30 dias*^
SOLUÇÃO
j P 100 watts • „
^ E ,
120 volts = 0'833 amp^
_ E _ 120 volts , ,, ,
~r
i ~ 0,833 amp = 144ohms

Total watt-h = 100watts X 30 dias


dia
= 6.000 watt-h

Total kwh = 6.000 watt-h X ^ = 6kWh


1000 h

Custo total = (1 cruzeiro/kWh) X 6 kWh= 6 cruzeiros

PS 3-7 Uma bomba-d'água movida à eletricidade deve elevar 0,2832 m^ de água


1 rlíííí ^ metros a cada 2 minutos. Se a densidade da água é
'e de
A 60% para apotência
conversãoemdehpenergia
deve ter a bomba?
elétrica Se o rendimento
em hidráulica, quantosdawatts
bombade
potência eletrica serão necessários? Que corrente de operação seria necessária se
a bomba tivesse que trabalhar com uma voltagem de 24 volts*^
SOLUÇÃO
Total de peso de águabombeada a cada 2 min
= densidade X volume
= 1.000kg/m^ X 0,2832 m^ =283,2 kg
Trabalho total (kg.m) a cada 2 min
9 m X283,2 kg= 2.548,8 kg.m
Potênciaem hn necessária = y JJ?" v 1 hp „ ,
2min 60 5 76,06 kg.m/s =0>284hp
(1 watt = 1 kg.m/s)
Relaçõesentre corrente, voltagem e potência 45

Para determinar a potência necessária deentrada (watts), substituímos em

eficiência (%) = ^saída— y jqq


'entrada

Então

60 = X 100
•^entrada
Resolvendo para -Pentrada resulta
_ 0,284 hpX 100 _ ^
'entrada ~T - 0,473 hp
60

^entrada (watts) = 0,473 hp X = 353 watts '


1 hp

/j = —P = 353 watts , „ - amp


= 14J
E 24 volts

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PR 3-1 Qual é a corrente através de um resistor de 2.000ohms submetido a uma


tensão de 40 volts? Qual é a potência dissipada?
RESPOSTA I = 0,02 amp = 20 mA
P = 0,8 watt
46 Análise de Circuitos CG

PR 3-2 Uma corrente de 20 mA (1 mA = 1 miliampère =0,001 amp) é imprimida


sobre um resistor de 0,6 quilohm (1 quilohm = 1.000 ohms). Qual a voltagem que
aparecerá em seus terminais? Que quantidade de potência é dissipada no
resistor?
RESPOSTA £'=12volts
P = 0,24 watt

PR 3-3 Um resistor deve ser inserido em um circuito de tal maneira que quando
uma corrente de 0,2 amp flui através dele, este desenvolve uma queda de
voltagem de 8 volts em seus terminais. Que valor de resistência deve ser usado?
Quanta potência ele dissipará?
RESPOSTA /? = 40 ohms
P = 1,6 watts
- • 47
Relaçõesentre corrente, voltagem e potência

PR 3-4 Uma fonte de voltagem está conectada a um resistor de 60 ohms. Que


potência é dissipada no resistor? Que potência é gerada pela fonte?
RESPOSTA Pr = 240 watts
P^ = 240 watts

PR 3-5 Que corrente deve circular por um resistor conectado a uma fonte de
120 volts se uma potência de 60 watts deve ser dissipada no mesmo? Que
resistência deve ser usada?
RESPOSTA I = 0,5 amp
R = 240 ohms
48
Análise de Circuitos CG

PR 3-6 Se a energia eletrica custar 4 centavos por quilowatt.hora, quanto custará


a operação de um aparelho de televisão que consome 300 watts, se o mesmo
operar durante 30 dias, 4 horas por dia?
RESPOSTA Cr$ 1,44

PR 3-7 Quantos watts seriam necessários nçs terminais de um motor com


rendimento (eficiência) de 60% para deslocar um pedaço de madeira de
545 quilogramas porum espaço de 3 metros em 20 segundos?
RESPOSTA 1.355 v*^atts
Relações entre corrente, voltagem e potência 49

PR 3-8 Em uma válvula a vácuo, uma carga de 4 coulombs em forma de um


fluxo de elétron é transferida por uma diferença de potencial de 200 volts
durante 5 s. Qual é a corrente média pela válvula? Que trabalho em joules e
elétroavolts foi realizado para movimentar essa carga?
RESPOSTA /jn = 0,8 amp
Trabalho = 800 joules = 5 X 10^^ ev

PR 3-9 Qual o fator responsável pela quantidade de calor desenvolvida em um


elemento de circuito?
RESPOSTA A potência desenvolvida no elemento.
50 Análise de Circuitos CC

PR 3-10 Liste alguns fatores que poderiam influir no aumento de temperatura de


um elemento de circuito percorrido por uma corrente.
RESPOSTA De maneira geral, a relação pela qual o calor pode ser removido de
um elemento de circuito por condução, convecção e radiação, comparada ao
calor gerado por dissipação de potência, determina o aumento de temperatura.
Assim, alguns fatores tais como quantidade de fluxo de ar, tipo de montagem,
cor da superfície, geometria etc., devem ser considerados.

PR 3-11 Um resistor de 10 olims deve possibilitar um fluxo de corrente de


2 amp. Por exigências do circuito a ser operado onde o calor desenvolvido pelo
resistor e por outros elementos do circuito não pode escapar, recomenda-se que
um fator de segurança igual a 4 seja usado na determinação da wattagem dos
componentes. Qual a wattagem necessária ao resistor levando em conta o referido
fator de segurança? (*)
RESPOSTA Potência do resistor = 160 watts

(*) N.T. - O termo wattagem é utilizado na prática para significar a potência de trabalho do
componente do circuito.
51
Relaçõesentre corrente, voltagem e potência

PR 3-12 Determine a potência média em um intervalo de 2 ms para um


dispositivo submetido às formas de onda de corrente e voltagem da
figura PR 3-12 em seus terminais. Nota: 1ms =1milissegundo =0,001 s.
/, mA

12

E, volts
36

24

12

O t, ms
0 12 3 4 5

RESPOSTA 144 mW = 0,144 watt


52
Análise de Circuitos CC

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P3-1 Qual é a corrente através de um resistor de 40 ohms quando são aplicados


6 volts sobre ele?

P3-2 Uma corrente de 1,2 amp flui através de um resistor de 0,04 ohm.
Expresse a voltagem através do resistor em volts e milivolts (1 mV =0,001 volt).
53
Relações entre corrente, voitagem e potência

P3-3 Uma corrente de 0,1 amp deve fluir através de um resistor quando 100
volts são aplicados. Qual e o valor da resistência requerida?

P3-4 Para dissipar 72 watts em um resistor com 24 volts em seus terminais,


quantos ampères de corrente são necessários?
54 Análise de Circuitos CG

P3-5 Um aquecedor elétrico para água consome 8,33 amp de uma linha de 120
volts. Qual é a potência consumida e a resistência?

P3-6 Quanto tempo deve uma fonte de 120 volts consumir uma corrente de
10 amp para custar a um cliente Cr$ 2,00, se a energia elétrica custar 4 centavos
por quilowatt.hora?
Relações entre corrente, voltagem e potência 55

P3-7 Um aquecedor elétrico deve produzir 800 watts quando utilizado em uma
linha de 120 volts de corrente contínua. Se o condutor da linha é projetado para
uma corrente máxima de 2 amp, qual o valor mínimo que a resistência do
aquecedor deve possuir?

P 3-8 Se 400 watts são dissipados em um resistor durante 4 s, quantos joules de


energia são gastos?
Análise de Circuitos CC

P3-9 Um elevador deve levantar 2,5 toneladas a uma velocidade de 0,9


metros/segundo com um motor de rendimento 75%. Que potência em hp
(horsepower) é necessária para o motor? Que quantidade de potência elétrica de
entrada é necessária?

• •* j - , < -^ r
4 resistência

Quando portadores de carga como os elétrons estão em movimento através


de um condutor, eles colidem uns com os outros e com as moléculas do material
condutor. Essas colisões impedem o fluxo, em maior ou menor escala, dos
portadores de carga e a energia dissipada neles é manifestada em forma de calor.
Essa oposição ao fluxo dos portadores de carga e o seu efeito associado de
aquecimento são conhecidos como resistência do circuito.

4-1 O ohm

O ohm é a unidade de resistência e é comumente designado com o sírnbolo


R ou com a letra grega ômega (Í2). Do ponto de vista de análise de circuito, a
unidade de 1ohm pode ser definida como a resistência entre um par de terminais
que submetido a uma diferença de potencial de 1 volt permite um fluxo de
corrente de 1 amp.
58
Análise de Circuitos CG

4-2 Resistência linear

Uma resistência linear é aquela que apresenta uma característica


volt/ampère representada por uma linha reta, como exemplificado pelas linhas a e
b na figura 4-1. Em uma resistência linear, cada unidade de variação de
voltagem provoca uma unidade de variação A/ de corrente. Isto significa que
dobrando a voltagem dobraríamos, por exemplo, a corrente; triplicando a
voltagem triplicaríamos a corrente; dividindo a voltagem por dois dividiríamos a
corrente por dois. Matematicamente, sabemos que AE/AIé uma constante para
toda jA faixa de valores da característica volt/ampère. Realmente, nenhuma
resistência na prática é perfeitamente linear sobre uma faixa infinita de valores de
voltagem e corrente; entretanto, muitos resistores são lineares sobre uma larga
faixa de valores, suficiente para as aplicações práticas, de maneira que podemos
considerá-los como sendo lineares. Um resistor de composição de carvão, por
exemplo, pode ser considerado linear ate que a densidade de corrente através dele
fique excessivamente grande, ocasião em que uma chispa (arco elétrico) e um
início de fusão dos grânulos de carvão têm início, mudando a resistência
drasticamente.

•FIG. 4-1

4-3 Resistência nâo-linear

Uma resistência não-linear é aquela que apresenta uma característica


volt/amf^re curvada, como mostrado pelas curvas c e d na figura 4-1. Em uma
resistência não-linear uma mesma variação na voltagem produz diferentes
variações na corrente. Em outras palavras, AÍj/A/ não é uma constante. Por
Resistência 59

exemplo, na curva c, para uma variação de 1 volt na faixa de tensões baixas,


obtemos um aumento maior de corrente do que aquele que obteríamos para uma
mesma variação de 1 volt na faixa de voltagens mais altas. Isso é porque a curva
é mais íngreme na faixa de voltagens mais baixas do que na faixa de voltagens
altas. A diminuição .da inclinação da curva c com o aumento de E implica que a
resistência do resistor em questão tende a aumentar com o aumento da tensão. A
curva d começa a inclinar mais rapidamente na faixa das tensões altas, indicando
que a resistência está decrescendo com o aumento de voltagem através do
dispositivo ou, alternativamente, com o aumento de corrente através do
dispositivo.
A figura 4-2 mostra a característica volt/ampère de um material chamado
thyrita, que consiste de cristais de carborundum em uma mistura aglomerante de
argila. A thyrita é usada freqüentemente para proteção dos surtos de tensão.

FIG. 4-2

Note-se que na figura 4-2 para valores de voltagem mais baixos que F', a
resistência do material tende a ser relativamente alta, uma vez que uma variação
de F produz uma pequena variação em /. Todavia, para a faixa de voltagens
acima de F', qualquer variação em F causa uma variação muito maior em /, o
que implica em uma região de resistência relativamente menor. A ação de
proteção contra sobre-voltagens da thyrita é devida ao fato de que quando uma
voltagem através da thyrita tende a tornar-se maior que F', a voltagem não pode
aumentar apreciavelmente porque a curva inclina-se para cima, rapidamente. Isto
significa que a voltagem através de um destes elementos tende a ser mantida
razoavelmente próxima de F'.

FIG. 4-3

r °c

Os efeitos não-lineares são, inicialmente, devidos à mudança de temperatura


que ocorre com uma variação de dissipação de potência no dispositivo. Por
exemplo, a figura 4-3 mostra a característica temperatura versus resistência de um
dispositivo chamado termistor. Este termistor mostrado, em particular, apresenta
um grande coeficiente de temperatura; o que significa que a resistência aumenta
sensivelmente com a temperatura, sobre uma ampla faixa de valores de
temperatura. E possível a obtenção de termistores que apresentem coeficientes
negativos de temperatura; o que significa que a resistência tende a diminuir
com o aumento da temperatura, em geral em uma certa faixa de valores.
60 Análise de Circuitos CG

Os materiais que possuem um alto coeficiente positivo de temperatura


sobre uma faixa de valores são usados como resistores equilibradores (ballast),
que usualmente tém a característica volt/ampère mostrada na figura 4-4.

FIG. 4-4

região de alta resistência

Na faixa de resistência alta, cada aumento de voltagem, que tenderia a


causar aumento de corrente, é completamente compensado pelo aumento de
resistência com a temperatura. O aumento de temperatura é causado por um
aumento de voltagem, que provoca maior dissipação de potência. O efeito global,
então, na região de alta resistência da curva é no sentido de manter uma corrente
constante através do resistor do ballast dentro de uma larga faixa de valores de
voltagem. Os resistores tipo ballast são freqüentemente usados em rádios para
prevenir picos de voltagem, capazes de afetar os filamentos das válvulas
eletrônicas.

4-4 Resistência estática (cc)

A resistência estática ou cc (linear ou não-linear) é simplesmente o valor de


voltagem, em qualquer ponto da curva de voltagem versus ampère, dividida pela
corrente correspondente. Por exemplo, na figura 4-5 a resistência estática no
ponto marcado Q é Eq/Iq. A resistência estática é usualmente simbolizada com
um R maiúsculo e neste exemplo particular deveríamos ter dito Rq =Eq/Iq. De
uma maneira similar, a resistência estática no ponto \ é R^ =Eijli e no ponto
2, ~ E2lli-

FIG. 4-5
61
Resistência

Se um dispositivo tem uma característica volt/ampère que passa através da


origem, de forma que as curvas a onb apareçam como na figura 4-1, a resistência
estática será a mesma em qualquer ponto ao longo da curva dada. No caso de um
dispositivo não-linear, como caracterizado pelas curvas c e íí na figura 4-1, a
resistência estática será, em geral, diferente ponto por ponto.

4-5 Resistência incrementai (diferencial ou dinâmica)


Resistência incrementai, também chamada diferencial, dinâmica, ou
resistência à corrente alternada (ca), é usualmente simbolizada com a letra
minúscula r e é a relação de variação da tensão sobre, a corrente. Em outr^
palavras, r =AE/A /. Para vislumbrarmos um caso muito simples de resistência

FIG. 4-6

incrementai, considere ocircuito da figura 4-6, Suponhamos que oresistor não-linear


tem a característica volt/ampère mostrada na figura 4-5. Suponha que
a fonte de voltagem na figura 4-6 é ajustada para um dado valor, de maneira
que a voltagem E através de /^nl seja igual ^ Ei na figura 4-5. A corrente
1 que flui através de /?nl será então igual a /i e o ponto sobre acaracterística
volt/ampère onde oresistor não-linear está operando éoponto 1. Agora suponha
mos que a fonte de voltagem varia para algum outro valor de maneira que
E =E2. a corrente correspondente através de/?nl será então/ =/2 eoponto
de operação será o ponto 2 na curva vplt/ampère..Resulta, entretanto, que na
maioria dos casos, em eletrônica, não estamos interessados realmente na corrente
Ii devida a £"1, ou que corrente I2 circula devido a £2^ invés disto, estamos
interessados na variação AI que sofre a corrente I devido a uma variação
A£ de voltagem através de £nl-
Matematicamente, a resistência incrementai é dada por
AE E2-E1

que relaciona AI com AE pela lei de Ohm.


Em casos de resistência linear, tais como as curvas a e da fi^ra 4-1, onde
as curvas passam pela origem e são linhas retas, as resistências estática e
incrementai são as mesmas. Entretanto, para uma resistência não-linear, tal como
62
Análise de Circuitos CG

as curvas c e d, a. resistência estática varia de ponto para ponto e a resistência


incrementai varia com as diferentes regiões das curvas. Por exemplo, na curva c é
evidente que para valores pequenos de E perto da origem a curva é fortemente
inclinada, se comparada com a menor inclinação da parte correspondente a
valores maiores de E. Assim, se fossemos considerar àE na região de baixa
voltagem, o valor correspondente de A/ seria maior do que o A/produzido por
um A idêntico na região de voltagens mais altas.
Uma vez que a resistência incrementai depende do ponto sobre a curva
característica volt/ampère onde estamos operando, é imperativo localizar um
ponto chamado ponto quiescente de operação (ponto Qna figura 4-5), em torno
do qual o incremento A e o incremento A/ são considerados. Avoltagem e a
corrente no ponto Q são Eq e Iq.
Em geral, devido àcurvatura da curva volt/ampère, resulta que em qualquer
ponto quiescente de operação o valor da resistência incrementai r depende dos
valores de AE e AI. Teoricamente, o valor exato de r no ponto Q seria
determinado encontrando o A/ causado por uma variação infinitamente pequena
de voltagem A em torno de Q. Àmedida que AE torna-se cada vez maior, de
forma que a seção da curva em torno de Q torna-se mais curvada do que
aproximadamente uma linha reta, o valor calculado de r variará. Quando AE è
infinitesimal, determinamos a verdadeira resistência diferencial no ponto Q. À
medida que AE fica cada vez maior, determinamos algum valor de resistência
incrementai média em torno do ponto Q, que, em geral, não será o mesmo que a
verdadeira resistência diferencial.
Embora alguns destes conceitos de resistência incrementai possam não
parecer prticularmente importantes no momento, eles têm uma tremenda
signdicaçao em estudos mais avançados no campo da eletrônica, e, por isto eles
sao introduzidos desdejá. '

4-6 Resistência incrementai negativa


Al^ns dispositivos apresentam sobre uma parte de sua curva característica
volt/ampère uma resistência incrementai negativa.

FIG. 4-7
63
Resistência

Considere a figura 4-7. Na região da curva entre a origem e o ponto A a


resistência incrementai é positiva, porque um aumento em E causa um aumento
em I. Em outras palavras AE/AI=+r; entretanto, na região da curva entre os
pontos A e B, \xm aumento em E realmente causa uma diminuição em /. Em
outras palavras, A EjA I = -r.
Para entendermos a origem do sinal negativo, suponhamos um ponto
quiescente de operação Q na região de resistência negativa. Se uma voltagem £"1
menor que E2 é aplicada, uma corrente /j maior do que I2 estara circulando.
Ae;ora, se a voltagem ê aumentada de Ei para E2, a corrente cairá de Ii para
I2 . Como
E,
r =
AI I2 —1\

e I2 é menor que Ii, vemos que o denominador da equação é negativo. Assim r


será uma quantidade negativa.
O conceito de resistência negativa é freqüentemente encontrado em estudos
mais avançados em eletrônica.

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES

PS 4-1 Considere a figura PS 4-1. Quais das curvas A, B e C representam


resistores lineares?

< 120
FIG. PS 4-1

E (volts)
4 8 12 16 20 24 28 32 36

SOLUÇÃO As curvas A e C representam resistores lineares, uma vez que as suas


curvas características são linhas retas.

PS 4-2 Como você descreveria a característica de resistência do dispositivo


representado pela curva B da figura PS 4-1?
SOLUÇÃO O dispositivo deve ser não-linear por causa da característica
volt/ampère curvada. Quando a corrente através do dispositivo é 80 mA ou
menos (ou 4 volts ou menos), sua resistência incrementai é relativamente
pequena, como evidenciado pela grande inclinação da curva. Para valores de
corrente aproximados entre 80 e 120 mA, a resistência incrementai e mais alta.
Análise de Circuitos CG

enquanto que a inclinação da curva é menor (a curva é mais plana). A resistência


incrementai (ou condutância incrementai g) é também relativamente constante
nesta faixa, enquanto que a curva apresenta-se aproximadamente linear na mesma
faixa de valores de corrente. Acima de uma corrente de 120mA, a resistência
incrementai parece estar decrescendo novamente, como indica a inclinação
acentuada da curva, e nesta região a curva é fortemente não-linear.

PS4-3 Que valor de resistência está representado pela curva .<4?


SOLUÇÃO Desde que a curva A é linear, estamos falando de uma resistência
linear; e uma vez que a curva também passa pela origem, a resistência estática em
cada ponto da cürva será igual à resistência dinâmica. A resistência cc ou estática
pode ser avaliada dividindo qualquer valor de voltagem sobre a curva pelo valor
correspondente de corrente. Por exemplo, com 1? = 8 volts, / = 20 mA. Assim,
^cc ~ Ell=- (8 volts)/(20 mA) = 0,4 quilohm= 400 ohms. Se tivéssemos escolhido
o ponto £"=16 volts, /=40mA, teríamos novamente obtido E/I^ {16
volts)/(40 mA) =400 ohms. A resistência cc é a mesma em qualquer ponto sobre
a curva.

PS 4-4 Qual é a resistência dinâmica do dispositivo representado pela curva A na


figura PS 4-1 em um ponto-quiescente de operação (ponto Q) de £" = 16 volts,
/=40mA? Suponha uma variação de voltagem A£'= 16 volts em torno deste
ponto para determinar a resistência dinâmica.
SOLUÇÃO Uma variação de 16 volts significa que devemos considerar uma
variação de 8 volts abaixo do ponto Q e uma variação de 8 volts acima do ponto
Q, de maneira que entre os pontos máximo e mínimo tenhamos uma variação'
total àE= 16 volts. Uma vez que o ponto Q adotado foi para .£'=16, o ponto'
mínimo é £'inin ~ 16 - 8 = 8 volts e ~ 16 + 8 = 24 volts. A corrente
correspondente /min =20 mA e a corrente máxima /max ~ 60 mA. Assim a
resistência incrementai ou ca é dada por
^AE
^ _ F
-^max - F •
-^min _
^max -^min

24 volts —8 volts ,
= 400 ohms
60 mA — 20 mA

Nota-se que a resistência dinâmica calculada neste problema é a mesma que


a resistência estática calculada no problema anterior, porque o dispositivo tem
uma característica volt/ampère linear que passa pela origem.

PS 4-5 Qual é a condutância estática do dispositivo representado pela curva C na


figura PS 4-1?
SOLUÇÃO Poderíamos obter a condutância estática dividindo qualquer valor de
/ sobre a curva por seu valor correspondente de F, uma vez que a curva é linear.
65
Resistência

Por exemplo, se escolhemos o ponto onde / - 160 mA, E 3volts, temos


Q = i =— = = 53 3mmhos =0,053 mho
Rcc E 3 volts
A resistência estática correspondente seria i?cc = l/G^cc =18,75 ohms.

PS 4-6 Qual é a condutância dinâmica do dispositivo mostrado na figura PS 4-1,


curva C?
SOLUÇÃO Qualquer resistor linear tendo uma característica volt/ampère que
passa pela origem, como a curva C, apresentará uma condutância incrementai
igual à sua condutância estática para todos os pontos sobre a curva. Em outras
palavras, a condutância incrementai gca ~^cc* Isto, entretanto, é verdade apenas
quando a curva é linear e passa pela origem. O detalhe de passar pela origem
é muito importante. Uma vez que no problema anterior determinamos
Gcc =0,053 mho, segue que g^ca será também igual a 0,053 mho. A resistência
incrementai r^a = l/?ca =18,75 ohms.
Para uma determinação mais rigorosa de gca» poderíamos considerar outro
possível ponto quiescente de operação, digamos £'=2volts,/= llOmA, dando
algum incremento em E, digamos ^E —1 volts e verificando o A/ corresponden
te. O £'max =3 volts resultante e o correspondente /^ax = 160 mA; o
^min =1volt e o /min =48 mA. É bom saber que tomando estes valores
retirados da curva incorremos em certos erros.
O valor da condutância incrementai é então dado por
^ ^max - -^min ^ 160mA-48 mA j
•^max ~ ^min 3 volts —1 volt

= 56 mmhos = 0,056 mho

A pequena discrepância entre 56 mmhos calculada agora e os 53 mmhos


previamente calculados é devida à natureza gráfica da solução com seus erros
inerentes.

PS 4-7 Um elemento de circuito não-linear tem uma resistência estática de 1.800


ohms em determinado ponto de operação (chamado ponto Q) sobre a sua curva
característica de volt/ampère, quando são aplicados 48 volts entre seus terminais.
A resistência incrementai no ponto 0 é 750 ohms. Determine a corrente estática
(quiescente) no ponto Ô e a variação na corrente se a voltagem apUcada varia de
46 a 50 volts.
SOLUÇÃO A corrente estática (ou cc) no ponto Q será, pela lei de Ohm, dada
por

— = 0,0267 amp = 26,7 mA


® Rq 1.800 ohms
66
Análise de Circuitos CG

A variaçao da corrente devida a uma pequena variação de tensão em


torno do ponto Q será, pela leide Ohm, dada por

A 50 volts —46 volts


I = = 0,00533 amp = 5,33 mA
750 ohms

Nota-se que quando trabalhamos com quantidades variáveis, a resistência


incrementai (variável) é usada.

PS 4-8 Plote a resistência estática como uma função da voltagem para um


dispositivo não-linear tendo uma característica volt/ampère mostrada na curva B
da figura PS 4-1.
SOLUÇÃO Uma tabela de valores para a determinação da resistência estática
Rqc da equação =E/I é dada a seguir:

E, volts 1 2 3 4 8 16 24 30

I, mA 33 56 70 80 90 104 120 160

Rqc ohms 30 35,7 42,9 50 88,9 153,8 200 187,5

A curva resultante plotada estámostrada na figura PS 4-8.

240

I 160
FIG. PS 4-8

80

£ (volts)
16 24 32

PS 4-9 Determine a resistência dinâmica para o dispositivo não-linear com a


característica volt/ampère mostrada na figura PS 4-9 em um ponto Q de E= 1,6
volts.
SOLUÇÃO Uma vez que nenhum incremento de voltagem ÒíE é indicado,
podemos supor que um valor ideal ou teórico de é desejado. Este valor de
é determinado considerando um incremento de E tão pequeno que AE"
aproxima-se de zero. Sob esta condição, a inclinação da curva no ponto Q em
Resistência 67

torno do qual o incremento' à,E é considerado será a mesma que a de uma linha
tangente no ponto Q em questão. Uma vez que a curva plota a corrente / no
eixo vertical e a voltagem E no eixo horizontal, a inclinação é A //A E, que tem
a dimensão de uma condutância Isto, entretanto, é facilmente transformado
para uma vez que ^ca~l/?ca- Assim, localizaremos o ponto Q e
verificaremos a inclinação dá curva- nesse ponto pela construção de um
triângulo-retângulo com sua hipotenusa tangente à curva no ponto Q. A
inclinação da hipotenusa (hnha tangente) é então determinada a partir da relação
gç2i = A //A E e, em seguida, 6 convertida em r^a-

Unha tangente
ao ponto Q
120

80
FIG. PS 4-9

40

E (volts)

A figura PS 4-9 mostra a linha tangente, que toca a curva exatamente no


ponto E= 1,6 volts. Selecionamos então um intervalo conveniente em torno do
ponto Q. Uma vez que a linha tangente é uma linha reta, não é necessário que a
variação em tomo do ponto Q seja simétrica. Para este A£', o A/ correspondente
é anotado; e lendo os valores, notamos que A£'=0,6volt e A/ = 70mA.
Portanto, = (0,6 volt)/(0,07 amp) = 8,57 ohms.
Como ponto de interesse, a resistência estática no ponto Q é
Rcc = (1>6 volts)/(75 mA) = 21,3 ohms.

PS 4-10 Em um ponto Q de E'= 240 volts, um dispositivo apresenta uma


resistência estática de 12 quilohms e uma resistência dinâmica (incrementai) de 48
quilohms^ Estime a corrente estática no ponto Q (corrente cc) paraE'= 235 volts.
SOLUÇÃO No ponto Q para 240 volts

240 volts
Iqc ~ = 20,0 mA
12 quilohms

Uma vez que neste ponto Q, ^ca = 48 quilohms

AE" _ 235 volts —240 volts


A/ = = -0,104 mA
''ca 48 quilohms
68 Análise de Circuitos CG

O sinal n^ativo indica um decréscimo em I. Portanto, /cc no ponto Q de 235


volts é

/cc = /cc 240 volts + A /


= 20,0 mA —0,104 mA = 19,9 mA

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PR 4-1 Considere o circuito da figura PR 4-1, no qual uma fonte de voltagem


está conectada através de um resistor não-linear. Se a resistência estática
=1-200ohms quando £"=60 volts, qual é a corrente estática?
/

RESPOSTA /í.c = 50mA

in B oup :

PR 4-2 Se um ponto Q de jB'= 80 volts, /= 60 mA, qual é a resistência estática


de figura PR 4-1?
RESPOSTA /?cc ~ 1»23 quilohms
. . 69
Resistência

PR 4-3 Usando as informações dadas nos problemas PR 4-1 e PR 4-2, determine


a resistência incrementai para o ponto Q E= 10 volts.
RESPOSTA rca = 2 quilohms

PR 4-4 Usando as informações dos problemas PR 4-1 a PR 4-3, determine a


resistência estática de ^ figura PR 4-1 quando E=10 volts.
RESPOSTA /?cc= 1.27 quilohms

5?"#% •
Análise de Circuitos CC

PR4-5 Se acaracterística volt/ampère de/^^Lna figura PR 4-1 nas vizinhanças do


ponto Q para £'-8volts é tal que quando £'=6volts, /=4,5mA e quando
£ - 10 volts, 1-3 mA, qual é a resistência incrementai?
RESPOSTA = - 2,67 quilohms

PR 4-6 Estime a corrente quiescente no ponto Q de £*=8 volts no problema


anterior.
RESPOSTA /cc = 3,75mA
Resistência 71

PR 4-7 Qual é a resistência estática de um dispositivo tendo uma característica


volt/ampère mostrada na figura PR 4-7 em um ponto 0 de £* = 3 volts ?

30

Volts

RESPOSTA = 200 ohms


72 Análise de Circuitos 00

PR 4-8 Qual é a resistência dinâmica no ponto Q do problema anterior?


RESPOSTA Tca =108 ohms

PR 4-9 Usando o valor de calculado no problema anterior, encontre a


corrente estática no ponto Q és E = Avolts. Compare este valor calculado com
aquele lido diretamente na curva.
RESPOSTA Calculado:

^cc ~ ^cc 3 volts + AI


AE
= (3volts)/(0,2 quilohm) +
'"ca
= 15 mA + (1 volt)/(0,108 quilohm)

= 15 mA + 9,26 mA = 24,3 mA

Graficamente:

/cc para 4 volts = 26 mA

O valor gráfico é mais alto que o valor calculado porque a curva tende a
subir e assim quando a voltagem aumenta, a resistência incrementai tende
realmente a diminuir.
Resistência 73

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 4-1 Um dispositivo eletrônico apresenta uma característica volt/ampère linear


na faixa de zero a 10 volts. Em um ponto Q de E'=5volts, a corrente
correspondente é 1=20 mA. Qual é a resistência estática do dispositivo, e ela é a
mesma em toda a faixa? Qual é a resistência dinâmica do dispositivo, e ela é a
mesma em toda a faixa? As resistências estática e dinâmica são as mesmas em
toda a faixa de zero a 10 volts?

P 4-2 Se a corrente é plotada no eixo vertical e a voltagem no eixo horizontal, a


característica volt/ampère de um dispositivo cuja impedância incrementai diminui
com o aumento da voltagem irá subir ou baixar?
74 Análise de Circuitos CG

P 4-3 Suponha que a característica volt/ampère de um dispositivo é tal que em


determinada faixa de valores um aumento de voltagem produz nenhum aumento
na corrente. O que poderemos dizer sobre a resistência dinâmica nessa região?

P 4-4 Discuta o tipo de problema no qual a resistência incrementai seja de


primordial importância.
Resistência 75

P 4-5 Que propriedades podem ser associadas com uma resistência dinâmica
negativa, com relação à característica volt/ampère?

P 4-6 Um dispositivo tendo uma característica de resistência versus voltagem


como a mostrada na figura PS 4-8 é operado em um ponto <2 de £"= 8 volts. Qual
é a corrente através do dispositivo?
76 Análise de Circuitos CG

P 4-7 Descreva o procedimento geométrico baseado na construção de uma linha


tangente a um ponto quiescente de operação que lhe permita obter o valor exato
da impedância incrementai no ponto <2-

P 4-8 Com respeito à figura PR 4-7, determine a resistência estática em um


ponto Q áe E = S volts. Qual é a resistência dinâmica neste ponto Q ?
Resistência 77

P 4-9 Se a resistência dinâmica de um dispositivo em um ponto particular Q é


12 quilohms e a corrente através do dispositivo variou de 0,1 mA, qual seráa
variação de voltagem através dos terminais do dispositivo?

P4-10 A variação de voltagem através de um dispositivo tendo uma resistência


incrementai de 6 ohms é 2 volts. Qual será a variação correspondente de
corrente?
78 Análise de Circuitos CG

P4-11 Em um ponto ô de £"= 180 volts, 7=9 mA e em um ponto Q de


E'=200volts, /=12mA. Estime a resistência estática em um ponto Q de
£'=190yolts.

P4-12 Determine a resistência estática do dispositivo cuja característica


volt/ampère está mostrada na figura?4-12 para um ponto Q de £"=5 volts e
também para um ponto Q de / = 22 mA. Graficamente, estime a resistência
dinâmica do dispositivo no ponto Ô de 7= 10 mA e também para £"=20 volts.
Como está relacionado o valor calculado da resistência dinâmica nesses pontos Q
com a forma geral da curva?
7. mA

i:

E, volts
10 15 20 25 30
5 resistência
de condutores
eiétricos

Todos os circuitos elétricos utilizam fios condutores de uma forma ou de


outra em alguns pontos. Uma propriedade destes condutores é que eles
apresentam resistência elétrica. Uma vez que esta resistência pode modificar
(usualmente de uma forma prejudicial) a performance de um circuito, uma
familiarização com este problema é muito útiL
A resistência de um condutor é devida à oposição que ele apresenta ao
movimento dos portadores de carga. Em condutores metálicos, tais como fio de
cobre, os elétrons livres são os portadores de carga constituindo a corrente do
condutor. Como estes elétrons se deslocam através do condutor, eles colidem uns
com os outros, e com os átomos do material condutor. Estas colisões são
responsáveis pela oposição ao fluxo de corrente e assim pela resistência do
condutor.
A resistência õhmica de um condutor depende de suas dimensões, do
material do qual ele é feito (o qual determina a distribuição e natureza de seus
átomos), e da temperatura (que determina a vibração dos átomos). Geralmente,
em condutores metálicos puros, um aumento na temperatura aumenta a
80 Análise de Circuitos CG

resistência, uma vez que os átomos colidem mais freqüentemente com o


deslocamento dos elétrons. Entretanto, em certa classe de materiais, chamados
semicondutores, a resistência diminui com um aumento de temperatura, porque
aparecem portadores adicionais de carga com o aumento da temperatura. Isto
diminui a resistência do material compensando o aumento da resistência causada
pelo aumento da vibração atômica.
Para estudarmos a resistência e os efeitos relacionados com a temperatura
nos fios condutores em mais detalhes devemos entender certas definições e
equações que nos permitam determinar a resistência de qualquer comprimento de
fio em qualquer temperatura desejada.

5-1 O mil

A comparação entre os diâmetros de dois condutores necessita do


estabelecimento de uma dimensão padrão. Uma vez que os condutores de seção
circular têm diâmetros relativamente pequenos, a unidade conveniente é
denominada mil, que corresponde a 0,001 polegada. Em forma de equação
1 mil = 0,001 polegada. O mil é simplesmente uma unidade de comprimento.

5-2 O square mil

O square mil(sq mil) é uma unidade conveniente de área da seção


transversal para um condutor retangular, ou quadrado, tal como uma barra
ônibus. Um square mil é a área correspondente a um quadrado de lados iguais a
1 mil, como mostrado na figura 5-lfl. A área da seção quadrada de um condutor
retangular medida em square mils é igual ao comprimento de um lado (expresso
em mils), multiplicado pelo comprimento do outro lado (expresso em mils).

-0,001

FIG. 5-1
0.001

Então a área de um condutor retangular 0,2 por 0,3 polegada nos lados terá uma
seção transversal de área determinada como segue. Convertendo polegadas em
müs, obtemos

0,2 poL X_1e9— = 200 mils


0,001 poL
Resistência de condutores elétricos 81

0,3 poL X — — = 300 mik


0,001 pol.

Multiplicando os comprimentos da seção transversal resulta a área em square mils.


Então

-^sq mil = 200 mil X300 mil =6 X10^ sq mil


O square mil é simplesmente uma unidade de área determinada pela
multiplicação de dois comprimentos correlacionados entre si, quando estes
comprimentos são expressos em mils.

5-3 O circular mil

O circular mil (cir mil) é uma unidade especial de área aplicável para
condutores de seção transversal circular. Por definição, 1cir mil é a área da seção
transversal de um círculo cujo diâmetro é 1mil, como mostrado na figura 5-1 b.
Matematicamente, podemos escrever

(1) 1 cir mil= (1 mil)^


ou, em geral, a área em circular mils é

(2) ^cirmil = í^^ (5-1)


onde o diâmetro d está em mils.
A Eq. (5-1) mostra-nos que a área da seção transversal em circular mils de
um condutor circular é simplesmente igual ao quadrado do diâmetro (em mils).
Se a figura 5-1 b for superposta à figura 5-1 a, ficará evidente que a área
compreendida por um circular mil e menor do que aquela referente a um square
mil. Isto significa que em um square mil existe 1 inteiro e uma fração de circular
mils, ou ao contrário, apenas uma fração de um square mil é necessária para ser
equivalente a 1 circular mil.
Para relacionarmos square mils com circular mils podemos raciocinar como
segue. Se o diâmetro de um círculo é expresso em mils, a área em square mils é

-^sq mil = ~ (5-2)

Mas, uma vez que (P cir mil) como na Eq. (2), obtemos, substituindo a
Eq. (2) na Eq. (3):

-^sq mil ~ -^cirmil ~ ®)2854.<4(.íj. jjjjj (5-3)


82 Análise de Circuitos CC

Então, para convertermos circular mils para square mils, basta multiplicar o
número de circular mils por 0,7854.
Inversamente, da Eq. (4) obtemos

(5) -^cir mil ~ Q7854


A Eq. (5) mostra-nos que para converter uma área de square mils para circular
mils, basta dividir a área em square mils por 0,7854.
PROBLEMA Determinar a área da seção transversal em polegadas quadradas,
square mils e circular mils de um condutor circular de diâmetro 0,025 polegadas.
SOLUÇÃO

(") Aq pol.

= 4,908 X 10""^ sqpol. ^, 3

(b) 0,025poi X—— = 25müs


^^ P 0,001 pol.

(c) A^n mil = — = 0,7854 (25 mils)^ =490,8 sqmils


4

(d) Acit mil = = (25 mils)^ = 625 cir mils


Como uma alternativa de aproximação, a área em circular mils poderia ser obtida
a partir da etapa (c) anterior com a ajuda da Eq. (5-4).
(,)
Vt eu mu mil
0,7854 . 490,8 sq mils ^
0,7854

5-4 O circular-mil-pé

Um circular-mil-pé (cir-mil-ft) é uma medida padrão (unidade) de tamanho


de um condutor de dimensões específicas, conforme mostrado na figura 5-2.

^ 1pé
FIG. 5-2
0,—1^—TT
001 pol.^J
A unidade corresponde a um pedaço de condutor de comprimento igual a 1
pé e área da seçãò transversal de 1 cír mil. Em essência, o circular-mil-pé é uma
medida de volume.
Resistênciade condutores elétricos
83

5-5 Resistência específica (resistividade)


Resistência especifica ou resistividade [simbolizada pela letra grega rho (p)],
é a resistência apresentada por um tamanho padrão de condutor como, por
exemplo, 1 circular-mil-pé. Comparando a resistência de um tamanho padrão de
condutor quando este é feito de materiais diferentes, podemos construir uma
tabela de resistências específicas. Uma vez que resistência é também função de
temperatura, a tabela dos valores de resistência específica (ou resistividade)
deveria indicar a temperatura para a qual as medições são feitas.
Tabela 5-1

1 Temperatura
Substância
Resistência específica
10"^ohms X cm
Coeficiente/
°C/ohm a 20°C
Prata 1,63 0,0038
Cobre 1,72 0,00393
Alumínio 2,83 ! 0,0039
Tungstênio 5,52 0,0045
Níquel-cromo 109,75 0,00044
Ferro 10,13 0,0055
Constantan 48,85 0,000008
uc uijjuns maienais mais
^muns, a 20 C, estão mostrados na tabela 5-1 (a seção referente ao coeficiente
de temperatura será discutida mais tarde).
Aresistência de um condutor de seção transversal uniforme é dada por
R =
A (5-5)
Se / é o comprimento do condutor no sentido do fluxo de corrente, Aa área da
seção transversal em circular mils e p a resistência específica do material
condutor em ohms-cir mil/pé, a resistência R será diretamente expressa em
ohms.* (♦)

^Embora aresistividade pseja comumente expressa em ohms/circular mil-pé, isto não é


resutta°rá ^ dimensional; porque se a Eq. (5-5) for solucionada para p
^ A ohms-cir mil
p= R—
/ pé

( ) N.T. —As uni^des vistas anteriormente eram utilizadas no sistema inglês de medidas.
Com a pachonização ocorrida recentemente do sistema métrico, as unidades equivalentes
utilizadas são, atualmente:
comprimer^o —metro (m) ou quilômetro (km)
área - mm (müímetro quadrado)
resistividade —ohm.metro (ohm.m) ou ohm.centímetro (ohm.cm)
resistência por unidade de comprimento - ohm/m ou ohm/km [existe ainda uma
(ohm/par^Sn)} resistência de pares de fios denominada ohm por par quilômetro
54 Análise de Circuitos CC

PROBLEMA Qual é a resistência específica a de um condutor de cobre de


2.000 pés, tendo uma área da seção transversal de 10.400 cir mils?
SOLUÇÃO Da tabela 5-1, p = 10,37 ohms-cir mil/pé. Usando a Eq. (5-5),
l 2.000 ^ ,
R = p - = 10,37 — ~ 2 ohms
A 10.400

Da equação anterior vemos que p deve ter dimensões de (ohms-cir mil)/pé.

5-6 Medida de fio condutor

Os fios condutores circulares são fabricados em medidas denominadas


comumente de bitola de acordo com a American Wire Gage (AWG)(tabela 5-2).
Os números da tabela especificam a bitola do fio em relação ao seu diâmetro em
mils (ou polegadas) e a sua área da seção transversal em circular mils. O maior
diâmetro de fio é 0000, escrito como 4/0. Enquanto o número da bitola do fio
vai crescendo até 36, o diâmetro e a área em circular mil diminui, significando
que o fio está mais fino. A relação entre o diâmetro de uma determinada bito^ e
o diâmetro da bitola próxima mais alta ou mais baixa é sempre o número 1,123.
Então, o fio n9 10 tem um diâmetro de 102 mils e o n9 9 é 1,123 vezes maior
do que o fio n9 10. Assirn; o diâmetro do fio n9 9 é 102 mils X 1,123= 114,5
mils ^ 114 mils.
A relação entre as áreas das seções transversais de bitolas adjacentes varia
com o quadrado dos diâmetros, ou 1,123^ = 1,261. Uma vez que 1,261^ é
aproximadamente 2, temos que a área da seção transversal deverá ser
aproximadamente dobrada ou reduzida à metade para cada três bitolas. Então,
um aumento de bitola do fio n9 12 (cir mils = 6.530),para o fio n9 9
(cir mils = 13.090), representando um aumento de três bitolas, resulta em dobrar
13.090
a area da seção transversal, uma vez que —
6.530
De uma maneira similar, pode ser mostrado que uma mudança de 10
bitolas causa uma variação na área da seção transversal correspondente a um fator
10.
Quanto mais alto é o número da bitola, mais fino é o fio; e também mais
alta a resistência. Também, quanto mais fino o fio, menor a sua capacidade de
condução de corrente com relação ao superaquecimento. Tipicamente, o fio n9
20 pode conduzir normalmente uma corrente máxima de cerca de 1 amp,
enquanto que o fio n9 12 é suficiente para corrente de cerca de 10 amp.
PROBLEMA Qual é a resistência de 1.800pés de fio de cobre n922 a 20°C?
SOLUÇÃO Da tabela 5-1, p= 10,37 para o cobre; da tabela 5-2, o fio n9 22
tem uma área da seção transversal de 640 cir mils. Substituindo na Eq. (5-5)
resulta

R = p — = 10,37 = 29,16 ohms


A 640
Resistência de condutores elétricos
85

5-7 Coeficiente de temperatura de resistência

A resistência elétrica da maioria dos materiais varia com a temperatura.


Para metais puros, tais como o cobre e o alumínio, a resistência aumenta com o
aumento da temperatura. O aumento na resistência é devido às colisões mais
freqüentes entre elétrons livres (portadores de carga) e átomos termicamente
agitados do material condutor. Se a resistência aumenta com a temperatura, o
material em questão possui um coeficiente de temperatura de resistência positivo.
Certas ligas metálicas como constantan e manganina, mantêm uma resistência
relativamente constante sobre uma larga fabca de temperatura e assim possuem
coeficientes de temperatura muito pequenos (*).
Existem materiais semicondutores (carbono, silício e germânio, por
exemplo), que apresentam coeficientes de temperatura de resistência negativos.
Isto significa que a resistência diminui com o aumento da temperatura. Em
semicondutores, como em metais puros, a resistência também tende a aumentar
com o aumento da temperatura, como resultado do aumento da vibração
atômica. Entretanto, os semicondutores têm a propriedade peculiar de os
portadores adicionais de carga aparecerem com o aumento da temperatura, os
quais, resultam em aumento do fluxo de corrente, o que implica em menor
resistência. Esta propriedade dos semicondutores tem efeito maior do que o
aumento da resistência causada pela vibração atômica e assim o efeito resultante
é uma diminuição de resistência com o aumento da temperatura.
O coeficiente de temperatura de resistência é dado pelo símbolo a (letra
grega alfa) e pode ser definida como a porcentagem ou a razão de variação de
resistência por unidade de temperatura.
Para dar mais fundamento às palavras anteriores, consideremos a figura 5-3,

A/?

FIG. 5-3

(*) N.T. - Os materiais referidos são do grupo dos alloys e apresentam a seguinte
composição:
constantan - liga contendo 55% de cobre e 45% de níquel usada na fabricação de
resistores de fio de precisão.
manganina - liga contendo 80-85% de cobre, 12-15% de manganês e 2-4% de níquel
usada na fabricação de resistores de fio de precisão.
Análise de Circuitos CG
86

Tabela 5-2 Resistência e dimensões de fios de cobres comerciais de acordo com


a tabela da Brown & Sharp.
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Resistência de condutores elétricos 87

que mostra uma característica típica de resistência versus temperatura, para um


fio condutor feito de algum material puro, tal como o cobre. A curva é típica
porque se apresenta substancialmente linear e apresenta um coeficiente positivo
de temperatura.

Vamos considerar = resistência para uma temperatura


RI - resistência para uma temperatura Ti
Ri = resistência para uma temperatura
AT = aumento (variação) da temperatura
A R = aumento na resistência
^ = coeficiente de temperatura de resistência para
uma temperatura de referência

Matematicamente, o coeficiente de temperatura de resistência para uma dada


temperatura de referência Tj-gf pode ser expresso por
AR/AT
(1) -í (5-6)
^ref
ou
^ref
(2) ag = (5-7)
^ref

Nota-se que a tem a dimensão de ohms por grau por ohm (ohm/°C/ohm).

•^1 ~ •^ref
~ ^ref

Um problema comumente encontrado é o de determinar a resistência de


um condutor a uma dada temperatura, digamos Tj, quando e R^^f são
especificados para uma temperatura de referência T^^f. Este tipo de problema é
facilmente resolvido através da Eq. (5-7) para Ri, para obter

(3) ^i=^ref[l+a^ai-7'ref)] (5-8)


Um outro problema comumente encontrado é o de determinar a resistência,
digamos, R2 na figura 5-3, quando a resistência do condutor, digamos, Ri, é
conhecida a uma temperatura correspondente Ti diferente da temperatura de
referência T^^f, para a qual é especificado. Este tipo de problema pode ser
tratado reescrevendo primeiramente a Eq. (3) como a Eq. (4), a seguir, e então
usando a forma geral da Eq. (3) para escrever a Eq. (5), de forma que

(4) «l=«ref[l+<«/!(r.-r,ef)]

(5) ^2 ~ [1 (7^2 ~ ^ref)l


88 Análise de Circuitos CC

Dividindo a Eq. (4) pela Eq. (5) resulta

(6) n-aj;(r,-r,ef) , „
Ri

Nota-se que a Eq. (6) não inclui o termo o qual neste problema era nosso
desconhecido.
Para mostrar uma aplicação da Eq. (5-9) considere este problema.
PROBLEMA Um fio de cobre tem uma resistência de 12 ohms a 0°C.
Qual será a sua resistência a 35°C?
SOLUÇÃO Da tabela 5-1, o coeficiente de temperatura de resistência é
especificado para 20°C como aj o =0,00393. Este será oir na Eq. (5-9) e a
temperatura de referência Tr = 20°C. Vamos fazer R^ =12 ohms e Ti =0°C.
Então temos = 35'^C e precisamos apenas resolver para /?2« Assim,

12 ohms _ 1 +0,00393 (QOC - 20^0)


R2 1 + 0,00393 (350c - 20OC)
0,92140
= 0,8701
1,05895
^ 12 ohms ^ 13 792 ohms
^ 0,8701

Algumas vezes o conhecimento dos efeitos da temperatura sobre a


resistência é usado para determinar dados de temperatura em termos de medidas
de resistência. Por exemplo, considere este problema.
PROBLEMA Deseja-se determinar o aumento de temperatura na bobina de
campo de um motor elétrico. A bobina é enrolada com fio de cobre. Deixando-se
o motor parado por algumas horas, a bobina de campo assume uma temperatura
ambiente de 27°C com uma resistência correspondente de 120 ohms. Se o motor
funcionar por algumas horas, verifica-se que a resistência do enrolamento
aumenta para 180 ohms. Qual é o aumento de temperatura na bobina de campo
devido à operação do motor?
SOLUÇÃO Da tabela 5-1 temos para o cobre «20 =0,00393. Este valor será
na Eq. (5-9). Da tabela 5-1, rjgf = 20®C. Façamos Ti =27®C, a temperatura em
repouso e = 120 ohms, a resistência correspondente. Seja T2 a temperatura
desconhecida mais elevada e /?2 = 180 ohms a resistência equivalente.
Substituindo na Eq. (5-9),

120 ohms 1 + 0,00393 Çll^C - 20OC)


180 ohms ~ 1+0,00393 (7^2 - 20OC)
Simplificando

0.6667 = '-02"'
0,003937^2 +0,92140
Resistência de condutores elétricos

Resolvendo para resulta

7'2 = 157,70c

O aumento de temperatura é então

r=r2-ri= 157,70c-270c = 130,70c

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES

PS 5-1
(fl) Expresse em mils o diâmetro de um fio igual a 0,064 pol.
(Z?) Qual é a sua área da seção transversal em circular mils?
(c) Que número de fio de cobre tem estas dimensões?
SOLUÇÃO
(a) 0,064 poL X 1 mil/0,001 pol. = 64 mils
(ú) A(.-^ mil = ^ = (64 mils)^ F 4.096 cir mils
(c) Da tabela 5-2 vemos que o fio n? 14 apresenta as suas especificações
bastante próximas das dimensões encontradas.

PS5-2 Um fio condutor de seção retangular (algumas vezes chamado de barra


ônibus) tem uma seção transversal com as dimensões de 0,182 por 0,182 poL
(út) Qual é a área da seção transversal em square mils?
(6) Qual é a área da seção transversal em circular mils?
(c) Que diâmetro de fio seria necessário caso um fio circular fosse utilizado
para substituir a referida barra, permanecendo a resistência constante?
SOLUÇÃO
(a) 0,182 poL X 1 mil/0,001 pol. = 182 mils
^sq mil ~ 182 mils X 182mils = 33.124 sq mils
(ú) Pela Eq. (5-4)
^cir mil = (1/0,7854) yásq mil = 33.124/0,7854 = 42.175 cir mÜs
(c) Uma vez que a área em circular mil equivalente é conhecida do item (ú),
podemos [da Eq. (5-1)] determinar

d = V^cir mil — V 42.175 = 205,4 mils

PS 5-3 Determinar á resistência a 20°C de um pedaço de fio de cobre de


comprimento 1.200 pés, tendo uma área da seção transversal de 2.800 cir mils..
90 Análise de Circuitos CC

SOLUÇÃO Da tabela 5-1, a resistividade do fio de cobre é 10,37 (ohms-cir


mil/pé). Substituindo na Eq. (5-5),

R . 10,37 X—
pé 2.800 cir mils

PS 5-4 Um pedaço de condutor flexível de cobre de comprimento 760 pés é


construído com 40 fios individuais, cada um tendo um diâmetro de 2 mils. Qual
é a resistência do condutor a 20®C?
SOL UÇÃO A área da seção transversal de cada fio é

^cir mil ~ -{2 mils)^ = 4 cir mils por fio


Uma vez que existem 40 fios, a área total da seção transversal é : £-f

^cir mil = 4cirfiomils ^ ^ =160 cir mils


Da tabela 5-1, temos para fio de cobre a 20®C p = 10,37. Substituindo na
Eq. (5-5) resulta

R = 10,37 X = 49,26 ohms


pé 160 cir mils

PS 5-5 Qual o diâmetro necessário de um fio de cobre para uma resistência de


28 ohms a 20°C em um comprimento de 360 pés? Que n9 de fio, de acordo
com a tabela, deve ser usado?
SOL UÇÃO Substituindo as informações conhecidas na Eq. (5-5), apôs a
localização de p na tabela 5-1, resulta

7? = 28ohms = p — =10,37 X —

Resolvendo para A resulta

44 = p _i_ = 10,37 X-^ = 133,3 cir mils


R 2S
O diâmetro necessário em mils, da Eq. (5-1), é então

d = \/l33,3 = 11,55 mils

Da tabela 5-2, vemos que o fio n9 29 é o que se aproxima mais dos valores
encontrados.

PS 5-6 Qual é a resistência de um solenòide (bobina de fio) enrolado com 200


pés de fio n9 30 de cobre, para duas temperaturas distintas, de 20°C e 75,1°C?
Resistência de condutores elétricos

SOLUÇÃO Da tabela 5-1, determinamos a resistividade e o coeficiente de


temperatura de resistência do cobre a 20®C, respectivamente,
p = 10,37 (ohms-cir mil/pé) e «2 0 = 0,0039 ohms/oc/ohm. Da tabela 5-2, o
diâmetro em mils do fio n? 30 é £/ = 10 mils. Assim, a área da seção transversal é
ylcir mil ~ ~ 100mils. Substituindo na Eq. (5-5), obtemos
= R = p — = 10,37 = 20,74 ohms
^ A 100

como sendo a resistência a 20°C.


Uma vez que a resistência R20 ^ conhecida à temperatura de referência
para a qual está especificado, podemos substituir na Eq. (5-8) como segue.
Ri5,i = /?2o [1+^20 (75,10C-200C)].
= 20,74 [1 +0,0039 (75,1 - 20)] = 25,19 ohms

PS 5-7 Um condutor tem uma resistência de 20,7 ohms a 20°C e 24,8 ohms a
75°C. Qual é o seu coeficiente de temperatura de resistência a 20°C?
SOLUÇÃO Pela Eq. (5-7)
24,8 ohms —20,7 ohms

«20 = 750c 200c


20,7 ohms
^ 0,0036 ohms/oc/ohm

PS 5-8 A resistência a frio de um filamento de tungstênio de uma lâmpada


incandescente a 20°C é 8,6 ohms. Quando a lâmpada é usada em uma linha de
120 volts ela dissipa 114 watts. Qual é a temperatura de operação da lâmpada?
SOLUÇÃO Da tabela 5-1 notamos que para o tungstênio a 20°C, «20 =0,0045.
Em seguida, determinamos a resistência a quente da lâmpada. A corrente normal
de operação pela Eq. (3-6) é
- P 114 watts n.^AC
I = = = 0,945 amp
E 120 volts
A resistência a quente pela lei de Ohm é
„ E 120 volts .
R = = = 127 ohms
/ 0,945 amp

Agora podemos usar a Eq. (5-8), fazendo a resistência a frio igual a /?ref>
especificada para e a resistência a quente igual a /?i. O problema então é
determinar a temperatura correspondente a quente T1. Então

7^1 ~ 7?jef [1 + (7*1 —T^ref)]


127 = 8,6 [1 + 0,0045 (T^i - 20)]
Análise de Circuitos CG

Resolvendo para resulta, após alguma manipulação,


. 127/8,6-1-[O,(X)45(-20)]
0,0045

PS5-9 Uma amostra de material desconhecido apresenta uma resistência de 160


ohms a 50°C e 230 ohms a 90®C. Qual é o seu coeficiente de temperatura de
resistência a 20°C?
SOLUÇÃO A Eq. (5-9) é aplicável a este problema, uma vez que ela não envolve
/?refj a resistência á temperatura de referência, a qual não conhecemos e, na
verdade, temos que conhecer. Assim fazendo Ry = 160 ohms, R2 =230 ohms.
Ti = 50®C, T2 =90°C e Tjef = 20°C, substituindo na Eq. (5-9) e resolvendo para
a/? =020,

Ri _ 1+a/? (r, - Tref)


R2 1+0!/? (T2 - Tref)

160 1+OCRÍ50- 20)


230 l+a/?(90-20)

0,6957 = ^
l+a/?(70)

a/;[0,6957 (70) - 30] = 1 - 0,6957

1 -0,6957 0,3044
OtR - OI2 o -
0,6957 (70) - 30 18,69

= 0,0163 ohm/®C/ohms

PS 5-10 Se a amostra do material do problema PS 5-9 for do tipo barra


retangular de 8 pol. de comprimento e área da seção transversal de 0,1 por
0,25 poU determinar a sua resistência específica em ohms-cir mil/pé a 20°C.
SOLUÇÃO Todas as dimensões devem ser convertidas adequadamente para
circular mils e pé, como segue

•gpol. — = 0,667 pé
12 poL

" 0,1 pol X ^ = 100 müs '^


0,001 pol.

0,25 pol. X = 250 müs


0,001 pol.
Resistência de condutores elétricos 93

A área da seção transversal em square milsé !

^sq mil =100 mils X 250 mils = 25.000 sq mils


Convertendo square mils para circular mils pela Eq. (5-4), i

•»" ^"5;^ ="iii- =


Resolvendo para p a Eq. (5-5)

D ^-
,-R

Uma vez que queremos conhecer p a 20®C, R na equação anterior deve ser
expresso como R a 20°C. Esta informação não foi dada no pioblema anterior.
Entretanto, determinamos ct/j a 20OC como sendo 0,00163 ohms/oc/ohm.
Também a resistência, digamos = 160 ohms, é conhecida em alguma outra
temperatura, Tj = 50OC. Substituindo na Eq. (5-8) e considerando a
resistência à temperatura de referência, como sendo nossa desconhecida, temos,

/?l=/?ref[l+a/?(7^l-Tref)]
160 = /?ref[l+0,0163(50-20)]

Resolvendo para resulta

Rxtí - 107,5 ohms

Substituindo na equação anteriormente vista para p resulta

D
p = R ^ = 107,5c ohms
u X 31.830 cir mils
/ 0,667 pé

ohm-cir mils
= 5.128.000
pe

Evidentemente este material apresenta uma enorme resistividade, que indica


que um pequeno comprimento de seção transversal relativamente grande
apresenta uma resistência substancial Um fio de cobre de comprimento e seção
transversal equivalentes apresentaria a 20°C a resistência de
I

R =P-L = 10,37 X =0,0021 ohm


A 31.830
94 Análise de Circuitos CG

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PR 5-1 Qual é a área da seção transversal, em square mils e circular mils, de um


fio com diâmetro de 0,036 pol.?
RESPOSTA ^sq mil = 1-018
-^cir mil ~ l*^^^

^ ,fr'- . . ' • ^ -i -

•íiivii'' Í-. ' í^ir J':,- h'Ud'* ' <í''í" ' • ' :ti.' >'•
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PR 5-2 Um fio condutor tem uma área da seção transversal de 40.000 cir mils.
Qual é o seu diâmetro em polegadas?
RESPOSTA 0,2 pol.

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Resistência de condutores elétricos 95

PR 5-3 Um fio de 1,8 pés de comprimento e área da seção transversal de


0,6 X 10'^ sqin. tem uma resistência de 0,31 ohm. Qual seria a resistência de 80
pés de fio feito do mesmo material mas com uma área da seção transversal de
0,8 X 10"'* sq in.?
RESPOSTA 10,3 ohms

PR 5-4 Como será a resistência de um fio de alumínio comparada com a de um


fio de cobre de mesmas dimensões a 20°C?
RESPOSTA O fio de alumínio terá 1,64 vezes mais resistência.
96 Análise de Circuitos CG

PR 5-5 A área da seção transversal de um fio é 6.560 cir mils. Qual é o diâmetro
e a bitola correspondente deste fio na escala?
RESPOSTA í/ = 81mils
Bitola = n? 12

PR 5-6 Qual é a resistência a 20°C de um comprimento de fio de aço de 48 pés


de diâmetro 10 mils?
RESPOSTA 29,3 ohms
Resistência de condutores elétricos 97

PR 5-7 Qual o diâmetro mínimo de fio de cobre que deveria ser usado para
obtermos uma resistência total de 0,6 ohm de maneira a operar um dispositivo a
20OC localizado 160 pés distante de uma fonte de voltagem? Qual a bitola que
deveria ser usada?
RESPOSTA tí = 74,4mils
Bitola = n9 12

PR 5-8 Um elemento de aquecimento elétrico é enrolado com 50 pés de fio


níquel-cromo. Este elemento operando à temperatura de 1SO^C em uma linha de
120 volts deve dissipar 60 watts. Que diâmetro de fio deve ser usado?
RESPOSTA £í=ll,9mils
98 Análise de Circuitos CC

PR 5-9 Um elemento de aquecimento, em m'quel-cromo de uma torradeira


elétrica tem uma resistência a frio de 16 ohms a 20°C. Quando conectado a uma
linha de 120 volts ele opera a uma temperatura de 588®C. Qual é a dissipação de
potência da torradeira?
RESPOSTA 720 watts

PR 5-10 Qual é o coeficiente de temperatura de resistência a 20°C de um


material que apresenta a resistência de 40 ohms a 0°C e 62 ohms a 850C?
RESPOSTA «2o =0,00572
Resistência de condutores elétricos 99

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 5-1 Quantas polegadas quadradas existem em 1,27 X 10^ cir mlls?

P 5-2 Um fio condutor tem uma área da seção quadrada de 40.000 cir mils.
Qual o seu diâmetro em milímetros?

-íi,
100 Análise de Circuitos CC

P 5-3 O coeficiente de temperatura de resistência aumenta ou diminui para os


metais puros, quando a temperatura aumenta?

P 5-4 Qual é a resistência de 300 metros de fio n9 12 de cobre á 20°C?


Resistência de condutores elétricos 101

P 5-5 Qual é a resistência de 300 metros de fio de alumínio n9 12 a 20°C?

P 5-6 Qual o comprimento de fio de alumínio n9 22 necessário para uma


resistência de 180 ohms a 120°C?
1Q2 Análise de Circuitos CC

P 5-7 Descreva uma maneira experimental para a determinação de p.

P5-8 Descreva uma maneira experimental para a determinação de a a uma


temperatura arbitrária.
Resistência de condutores elétricos 103

P5-9 Se a resistividade do fio de cobre é 10,37 (ohms-cirmil/pé) a 20°C, qual


será a resistência de um pedaço de fio de cobre de 30 cm de comprimento e área
da seção transversal de 1 cm^ ?

P 5-10 Uma resistência especial de aquecedor, medindo 20 ohms a 20°C, é para


operar à temperatura de 800°C quando conectada a uma linha de 120 volts. A
resistência está enrolada com fio níquel-cromo de diâmetro 57mils. Qual o
comprimento de fio necessário e qual a potência que o aquecedor dissipará?
6 circuitos série

6-1 O circuito série

Um circuito série consiste de dois ou mais elementos de circuito conectados


de tal forma que a mesma corrente flui através de cada um dos elementos. A
figura 6-1 fl mostra um circuito série contendo dois elementos de circuito. A
corrente /, que entra pelo elemento inferior no ponto A, é a mesma corrente que
deixa o elemento superior no ponto B. Se os dois elementos são resistores, temos
o circuito da figura 6-1 b.
As fontes de voltagem podem também ser conectadas em série, como
mostrado na figura 6-lc e d.
A mesma corrente passará através de ambasas fontes £"1 e^i se o circuito for
completado. As fontes na figura 6-lc são chamadas de série-aditivas, uma vez que
ambas as baterias permitem a passagem da corrente na mesma direção (de baixo
para cima do terminal A). Matematicamente, as fontes podem ser mostradas
como sendo série-aditivas porque a voltagem resultante é maior do que cada
106
Análise de Circuitos CG

FIG. 6-1 iT
'Jt 4

(o)

uma das fontes tomadas isoladamente. Isto é, partindo do ponto A, o ponto de


referência no pé da flecha temos

^AB ~ + E2 = 3 volts + 5 volts = 8 volts

Na figura 6-ld, as fontes são série-opostas (série-diferenciais), uma vez que


a voltagem resultante E^g é menor que a voltagem da maior fonte tomada
isoladamente. Fisicamente, isto acontece porque a fonte de 5 volts força a
corrente através da carga em uma direção oposta à fonte de 3 volts.
Matematicamente

^AB ~ ^ volts + (-5 volts) = -2 volts

6-2 Resistência equivalente de um circuito série

Um problema de considerável interesse é o de determinar a resistência


equivalente de um circuito série. Por exemplo, na figura 6-2 temos uma fonte
forçando corrente através de dois resistores conectados em série. Deve haver
.algum valor de resistência (uma resistência equivalente /^eq) maneira que

f
E2

FIG. 6-2 ^12V

1/
107
Circuitos série

possamos remover Ri e /?2 5 substituí-las pelo resistor individual /?eq c ter


exatamente a mesma corrente fluindo da fonte.
Em outras palavras, a fonte não pode reconhecer a diferença entre /?eq e a
conexão série áe Ri e /íj. Daí o termo resistência equivalente.
Uma caso mais geral está mostrado na figura 6-3a.

Sistema
elétrico

FIG. 6-3

Aqui temos um circuito elétrico de determinado grau de complexidade conectado


a resistores em serie Ri e R2. O problema geral é determinar a resistência
equivalente vista à direita dos terminais AB, como mostrado na figura 6-36 . Se
/?eq é na verdade equivalente à combinação série de /?i e /?2, a voltagem ^AB
causará o mesmo fluxo de corrente / em ambos os circuitos da figura 6-3 b
(esquerda e direita). Ao contrário, a corrente I, em ambos os casos, causará a
mesma queda de tensão ^AB entre os terminais ABÍ
Para desenvolver o relacionamento entre Ri e R2 em série e R eqj
matematicamente, podemos escrever para a parte esquerda da figura 6-36

(O = El+E2 = RiI + R2Í=iRí


e para a parte direita da figura 6-36
108 Análise de Circuitos CC

(2) ^AB ~
Uma vez que deve ser o mesmo em ambos os casos, se os circuitos devem
ser equivalentes, podemos igualar as Eqs. (1) e (2). Então

(^) ^AB = Ej^b


(4)

Dividindo ambosos lados da Eq. (4) por / resulta

(5) /?eq = Ri+R2


Da mesma forma, paraN resistores ligados em série

•^eq ~ "'"•^3 + • •• Rj\i (6-1)


Aplicando este procedimento ao circuito da figura 6-2, temos

(1) ^eq ~ +^2 = 2 ohms+ 4 ohms =6 ohms


Aplicando a lei de Ohm,
j- E 12volts ^
yl) 1 = = = 2 amp
/?eq 6 ohms

6-3 Divisores de voltagem

Quando dois ou mais resistores são conectados em serie, como na


figura 6-2, a voltagem total aplicada fica dividida entre os resistores individuais.
Assim, um conjunto de resistores conectados em série é algumas vezes chamado
de divisor de voltagem, uma vez que podemos obter uma voltagem através de
cada resistor, a qual é uma fração da voltagem total aplicada. Intuitivamente,
podemos concluir que uma vez que todos os resistores no conjunto série
conduzem à mesma corrente, o resistor que tiver o maior valor em ohms
desenvolverá a voltagem maior entre seus terminais. (*)
Para uma análise matemática geral, vamos supor que os resistores q R2
na figura 6-3ú! conduzem determinada corrente I. Queremos saber de que maneira
as voltagens Ei e E2 estão relacionadas com a voltagem total aplicada E^^'
lei de Ohm podemos escrever

(1) Ei=Rií

(*) N.T. - O termo "divisor de voltagem" é comumente utilizado também como "divisor de
tensão".
Circuitos série

^' Ãeq +«2


Substituindo a Eq. (2) em (1) resulta

(3)

De uma maneira similar pode ser demonstrado que

Se existissem mais de dois resistores, o denominador deveria conter a soma de


todos os resistores do conjunto.
Uma inspeção das Eqs. (3) e (4) indica a forma geral da relação do divisor
de voltagem:
voltagem
resistor sobre o qual a voltagem e desejada ^
Voltagem através do resistor desejado ; A total
soma de todos os resistores de conjunto aplicada
Aplicando a Eq. (6-2)à figura 6-2, obtemos

El = ^ohms X12 volts =4volts


2 ohms + 4 ohms
e

E2 = 2 ohms4ohms
+ 4 ohms
^ = 8volts
Certamente, isto parece intuitivamente correto, uma vez que Eg = \2
volts = El + £"2 = 4 volts+ 8 volts. Dificilmente poderíamos esperar que a soma
das voltagens através dos resistores excedesse a voltagem aplicada da fonte.

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES

PS 6-1 Qual é a resistência equivalente olhando o circuito a partir dos terminais


AB da figura PS 6-1?
B
o 1

•4Ü

FIG. PS 6-1 o >2íi


110 Análise de Circuitos CC.

SOLUÇÃO

^eq ~ 4 ohms + 2 ohms + 6 ohms =12 ohms v

PS 6-2 Dois resistores, e/?2, devem ser determinados de forma que quando
eles estiverem em série, conectados através de uma linha de 120 volts, uma
voltagem de 60 volts aparecerá em cada um dos resistores. Se a corrente da linha
deve ser 0,2amp, qual será a resistência de e /?2?
SOLUÇÃO Intuitivamente sabemos que deve ser igual 2i R2, uma vez que a
voltagem através de cada um é a mesma, quando conectados em série.
Entretanto, para demonstrar isto, matematicamente, usamos a relação do divisor
de voltagem:

(1) 60 volts = ——— 120 volts


+/?2

(2) 60 volts = —— 120 volts


Ri + R2
Dividindo a Eq. (1) pela Eq. (2) resulta

(3) 1=
R2
OU

(4) Ri = R2
Uma vez que a corrente da linha deve ser 0,2 amp,
n 120 volts ,
(5) ^eq = = 600 ohms
0,2 amp
Mas para resistores em série

(^) ^eq = +^2 ~ 600 ohms


Substituindo a Eq. (4) em (6) resulta

(^) ^eq ~2Ri =600 ohms


íçi\ n
(°) = 600 ohms
1 _
= 300 ohms = /?i

PS 6-3 Três resistores, Ri, R2 e ^3 formam um conjunto série de resistência


total de 56 ohms. Se ^^3^ o dobro de R2, e R2 é o dobro de Ri, quais são esses
resistores?
111
Circuitos série

SOLUÇÃO
Ri + R2 + R3 = 56 ohms

Uma vez que R3 = 2Ri qR-x =2Ri, segue queR^ = 4/?i. Então
Ri+2Ri + 4Ri = 56ohms
7jRi = 56ohms
= 8 ohms
R2 = 16 ohms
/?3 = 32 ohms

PS 6-4 Dois resistores Ri e R2 conectados em série através de uma bateria de


24volts dissipam 9 e 5 watts, respectivamente. Qual é a resistência de /?i e
R2I
SOLUÇÃO Uma vez que a potência total dissipada na carga é 9 watts+5
watts = 14 watts, segue que a fonte (bateria de 24 volts) deve fornecer esta
quantidade de potência. Assim a corrente da fonte deve ser
(1) T = —— = 14 watts
/o coo amp
= 0,583
^ Es 24volts
Devido aos dois resistores estarem conectados em série através da bateria, esta
mesma corrente da fonte flui através de cada resistor. Portanto, podemos escrever

(2) Pi = Is^Ri
9 watts = (0,583 amp)^ Ri

Ri = = 26,4 ohms
0,340
Da mesma maneira

(3) P2 ~ ^5^ ^2
5 watts = (0,583 amp)

R2 = — = 14,7 ohms
0,340

PS 6-5 Uma lâmpada de 60 watts quando operada em uma linha de 120 volts
deve ser usada em uma linha de 220 volts. Para assegurar à lâmpada um
funcionamento correto é desejável que a dissipação de potência seja mantida em
60 watts, através da ligação de um resistor em série com a mesma, quando esta é
operada em uma Unha de 220 volts. Qual a resistência ôhmica e a potência
necessária ao resistor?
112 Análise de Circuitos CG

SOLUÇÃO Para a lâmpada dissipar 60 watts ela deve ter em seus terminais 120
volts. Assim, também, a resistência em série deve provocar uma queda
(desenvolvida em seus terminais) equivalente à diferença de voltagem entre o
valor aplicado (220volts) e a voltagem necessária requerida pela lâmpada
(120 volts), ou

(1) = 220 volts — 120 volts =100 volts

Se a lâmpada é para dissipar 60 watts com 120 volts através dela, a corrente da
mesma deve ser

60 watts
(2) I = = 0,5 amp
120 volts

Uma vez que temos um circuito série, esta será também a corrente através do
resistor série R^. Uma vez que a voltagem através do resistor é conhecida e
também a sua corrente, podemos escrever
100 volts
(3) Rs = Er = 200 ohms
/ 0,5 amp
A potência dissipada por Rs é

(4) Ps = Ej^I = (100 volts) (0,5 amp)= 50 watts

PS6-6 Os resistores R^, R^ e R^ na figura PS 6-6 devem ser determinados de


forma que a voltagem aplicada Ej = 100 volts seja dividida em passos de 10
volts.

FIG. PS 6-6

Isto é, queremos que £*1 = 1 volt, e £*2 = 10volts. É desejável que a corrente do
divisor seja 5 mA. Um divisor de voltagem que divide uma voltagem aplicada em
fatores de 10 é chamado atenuador decimal ou década.
SOLUÇÃO Uma vez que o divisor de corrente é especificado, temos que
100 volts
(1) R eq = 20quilohm
5 mA
Circuitos série 113

(2) = 0,2 quilohm


5mA
Uma vez que E2 é a queda de tensão sobreRi e R2,

(3) Ri +R^= = 2 ouilohms


5mA
Portanto,

(4) R2 - 2quilohms-
= 2quilohmS- 0,2 quilohm= 1,8 quilohms

Se £*2 é 10 volts, então a voltagem através de é

(5) £7{3 = Ej —E2 = 100 volts —10 volts = 90 volts

90 volts
(6) R^ = = 18 quilohms
5 mA

PS 6-7 Determine as seguintes voltagens; Eq^, Eqq E^^, E^g e E^g.


A

. ^^ga/ h
240\/-^
30K,

FIG. PS 6-7

120V^
\"Tt\
I \ 60K'
Ll.

SOLUÇÃO Partindo do pé da flecha Eq^^ e indo para a ponta, através de uma


parcela de potencial conhecida, se possível, temos

(1) Eq^^ = + 240 volts

Da mesma forma

(2) ^GC = - 120 volts


Análise de Circuitos CC

Para determinar devemos conhecer a corrente através de /?i. Aparente


mente temos um circuito série onde as duas baterias são série-aditivas. Assim, a
voltagem total aplicada através dos dois resistores é Ej = 2A0 volts+120
volts = 360 volts, A corrente é então

(3) 360volts
/?eq quilohms

Nota-se que a corrente / polariza o terminal negativamente em relação ao


terminal A.

(4) Efíy^ - = (30 quilohms) (4mA) = 120 volts

(5) Eqb - R2^~ (60 quilohms) (4mA) = 240 volts

(6) Eqb = Egc +


= -120 volts + 240 volts = + 120 volts

ou alternativamente

(7) Egb = Eqa - RsA


= + 240 volts — 120 volts = + 120 volts

Note em (7) que ^BA está precedida de um sinal negativo porque ao


percorrermos o circuito desde o pé da flecha ^GB até a sua ponta devemos
passar pela flecha Eg^ em sentido contrário.

PS 6-8 Uma bobina de relé de 4 quilohms (a 20OC) requer uma corrente mínima
de acionamento de 6 mA. O relé deve ser enrolado com fio de cobre e deve ser
operado a partir de uma fonte de voltagem localizada a uma distância de 60,6
metros. O fio de conexão entre a fonte de voltagem e o relé é n9 18, de cobre. A
variação de temperatura é de 10®C no relé para cada watt de potência que ele
dissipa. A máxima temperatura na qual todo o sistema deve operar é 75®C.
Determine a voltagem mínima que deve haver entre os terminais da fonte de
voltagem para uma operação correta sob as condições mais desfavoráveis.
SOLUÇÃO O caso mais desfavorável é aquele em que uma voltagem mínima
deve ser capaz de fornecer pelo menos 6 mA através do circuito, quando a
resistência é máxima. Uma vez que a resistência aumenta com a temperatura, a
resistência total do circuito a uma temperatura ambiente de 75°C, deve ser
determinada. Devido ao relé ter sido energizado, causando o aumento da
temperatura do enrolamento para , coçn um conseqüente aumento da
resistência do enrolamento, então desenergizado por um instante e reenergizado
antes que o enrolamento tenha tempo de esfriar, a resistência máxima do
enrolamento deve ser determinada nestas condições.
Para fio de cobre ajo =0,00393 (ver tabela 5-1). Considerando Rj^ como a
resistência a uma temperatura elevada Tj^, podemos escrever da equação (5-8)
Circuitos série 115

(1) «A- = •Rref[l+0«(7';r-7',ef)]


A Eq. (1) tem duas incógnitas e Tj^. A temperatura Tj^ não é a mesma que
T^, uma vez que inclui o aumento de temperatura do rele' devido à sua
dissipação de potência. Vamos usar o símbolo 6 para designar a resistência
térmica do relê, onde a resistência térmica é o aumento de temperatura em graus
centígrados por watt de potência dissipada. Assim, se multiplicamos 6 em graus
centígrados por watt por P, a potência em watts resultará no aumento real de
temperatura, devido á dissipação de potência. Adicionando esta à temperatura
ambiente, resulta a temperatura máxima de operação do relê Tj^. Em forma de
equação

(2)

Não podemos, entretanto, resolver a Eq. (2) para uma vez que P é
desconl\ecido. A dissipação de potência do relê, por outro lado, dependie de Ri^
por

(3) P = pRj^
A corrente / na Eq. (3) deve ser os 6 mA mínimos requeridos. Temos agora três
equações simultâneas com três incógnitas, Rj^, q P. Uma vez que existem
tantas incógnitas quanto equações, podemos resolver estas equações por
substituição. Substituindo a Eq. (3) em (2),

(4) = ei'Rx
e(4)em(l)

(5) Rx = R,rí [I +an +ePRx - Tref)]


Resolvendo a Eq. (5) paraRj^ resulta
_ ^ref ^r(Ta ~ ^ref)]
^" l-agePR„t
4.000 [1 + 0,00393 (75 - 20)]
1 - 0,00393 (10)(6 X 10"^)^ 4.0Ó0
4.864
= 4.892 ohms
0,9944

O comprimento total do fio de conexão é 60,6 + 60,6 metros = 121,2 metros,


uma vez que devem ser usados dois fios. Para o cobre (ver tabela 5-1), a
resistividade é 1,726.10~® Xcm. O fio número 18 tem uma seção quadrada de
0,008210 cm^ (tabela 5-2). A resistência de um comprimento de 121,2 metros de
fio 18 a 20®C é então
115 Análise de Circuitos CG

(6) D = P —^ = —
Rio 1,726.10"«
^^ X 121,2 .
— = 2,59 ,
ohms
A 0,008210

A 75®C a resistência do fio de conexão aumenta para

(7) Rys ~ 7?2o[1 '^oí2o(Tts ~ ^ao)]


= 2,59 [1 + 0,00393 (75 - 20)]
= 3,15 ohms

A resistência total do circuito (fio de conexão mais relé) é

(8) /?eq = 4.892 ohms + 3,15 ohms =4.895ohms


Para todos os fins práticos a resistência do fio de conexão é tão pequena,
relativamente à resistência da bobina do relê, que é desprezível
A mínima voltagem requerida que deve ser desenvolvida nos terminais da
fonte quando a mesma está fornecendo a corrente de 6 mA é

^5(min) ~
= (4,895 quilohms) (6 mA) = 29,37 volts

Embora este problema seja um tanto extenso, ele tem por objetivo mostrar
as particularidades que devem ser consideradas em um projeto e análise de
circuito, em um nível inicial.

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PR 6-1 Os resistores de 128,47 e 390 quilohms estão conectados em série. Qual é


a resistência equivalente série?
RESPOSTA 565 quilohms

(:

•-> •> vüyb'io:i 'á oí\ - 'if.i


l
oü •.íi:;-;) X .í " ü;
Circuitos série * 117

PR 6-2 Dois resistores conectados em série têm /?eq =18 ohms. Se um deles é
de valor 7 ohms, qual é o valor do outro?
RESPOSTA 11 ohms

PR 6-3 Dois resistores, q R^, são conectados em série. Se R^ tem o dobro


do valor de qual é a potência dissipada em R2, em relação àquela dissipada
em /?!?
RESPOSTA P2 = 2Pi
115 Análise de Circuitos 00

PR 6-4 Dois resistores, q R2, são conectados em série formando um divisor


de voltagem, através de umá fonte de 180 volts. Se a voltagem de saída do
divisor, 68 volts, deve ser a voltagem nos terminais de e o divisor deve drenar
5 watts de potência da fonte, determine o valor dos resistores.
RESPOSTA R1 = 4,033 quilohms
R2 = 2,449 quilohms

PR 6-5 Um determinado medidor tem uma resistência de 1.200 ohms. O ponteiro


do medidor terá uma deflexão completa se uma corrente de 0,05 mA passar
através da bobina. Qual é a voltagem necessária para uma deflexão à plena
escala?
RESPOSTA 0,06 volts.
Circuitos série 119

PR 6-6 O medidor do problema PR 6-5 deve ser usado para medir voltagens na
faixa de 0,6 a 0,9 volts. O medidor possui, entretanto, por precaução de
sobrecarga, e por conveniência, uma deflexão de plena escala correspondente a 1
volt Considerando que a aplicação de 1 volt aos terminais de um medidor que
requer apenas 0,06 volts para uma deflexão à plena escala poderia prejudicá-lo,
um resistor limitador de corrente é conectado em série com o medidor. Qual é o
resistor necessário?
RESPOSTA 18,8 quilohms

PR 6-7 Um resistor fixo de 16 ohms é conectado em série com um resistor


variável de carga através de uma bateria de 36 volts, A faixa do resistor variável
vai de O a 100 ohms. Para qual valor da resistência de carga a potência dissipada
será máxima? Qual é o valor máximo de potência da resistência de carga em
relação ao resistor conectado em série com a mesma? Sugestão: Se você não
puder usar uma aproximação algébrica usando a fórmula quadrática, use um
método gráfico e plote a curva da potência na carga versus resistência de carga.
RESPOSTA Pi é máxima quando = 16 ohms
120 Análise de Circuitos CG

PR 6-8 Qual é a corrente / e a voltagem E na figura PR 6-8?


1

r—V\A/—f—AAA/—
/?2
6K 4K

^18V 12V:±

RESPOSTA I = 0,6 mA
E= 14,4volts

PR 6-9 Encontre R^, R^ e R^ na figura PR6-9, de forma que os elementos de


circuito conectados como carga através do divisor de voltagem operem segundo as
condições indicadas.
100 mA

25mA

180V
300 V

mA

RESPOSTA Ri = 1,2 quiloms


/?2 = 2,13 quilohms
= 0,308 quilohms
121
Circuitos série

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P6-1 Três resistores de 1,36, 2,41 e 12,5 quilohms respectivamente, estão


conectados em série. Qual é a resistência equivalente série?

P 6-2 Quatro resistores idênticos estão conectados em série. Se a resistência


equivalente série é 49 ohms, quais são os resistores?
122
Análise de Circuitos CG

P6-3 Um divisor de voltagem deve dividir uma voltagem aplicada de entrada a


um sexto do seu valor. Qual é a relação entre os resistores do divisor?

P 6-4 Um divisor de voltagem com dois resistores deve drenar 8 watts de


potência de uma fonte de 24 volts. Se 3 watts devem ser dissipados no resistor
através do qual será desenvolvida a voltagem de saída, quais são os resistores?
Circuitos série 123

P 6-5 Que resistência deve ser colocada em série com um miliamperímetro de


2 mA, à plena escala, que possui uma resistência de bobina igual a 86 ohms, a
fim de que uma deflexão de plena escala conesponda a 0,2 volts?

P 6-6 Um resistor linear de 2.800 ohms é conectado em série com um resistor


não-linear através de uma fonte cc de 96 volts. Neste circuito o resistor não-linear
apresenta um ponto Q onde a resistência estática é 4.200 ohms e a sua resistência
dinâmica é 1.200 ohms. Qual é a voltagem através do resistor não-linear?
124 Análise de Circuitos CG

P 6-7 Determine a voltagem E na figura P 6-7.

36V
I <1.2K

94V-~
/P, <47K

P 6-8 Se na figura P 6-7 o resistor R i é fixo mas é ajustável, qual será o


valor de R2 necessário para desenvolver uma voltagem £* = O?
125
Circuitos série

P 6-9 Um determinado material tem um coeficiente de temperatura


a2o =0,12 ohms/°C/ohm. A 20®C sua resistividade é 8,31.10"'* ohms Xcm.
Uma amostra de 10,16 cm de comprimento e 0,0203 cm de diâmetro deve
ser usada como um termômetro conectado em série com um miliamperímetro,
que tem uma resistência de enrolamento de 64 ohms e uma deflexão à plena
escala de 1 mA. A voltagem aplicada ao circuito é cuidadosamente ajustada de
forma que a 20°C o medidor acuse uma leitura de meia escala. Qual é a voltagem
necessária? Plote uma curva de calibração de corrente do medidor versus
temperatura em graus centígrados. Suponha uma variação desprezível da
resistência do medidor com a temperatura.

P6-10 Um atenuador como o mostrado na fígura P 6-10 é usado parapreencher as


seguintes especificações: A resistência total do atenuador Rj- deve ser igual a 10
megohms.
126 Análise de Circuitos CG

Os resistores de a ^7 devem ser de tal forma que Eq seja sempre 1 volt


quando g 2^. posição da chave comutadora estão correlacionados, conforme a
tabela seguinte.

Eç,n, volts 1 3 10 30 100 300 l.OOO

Posição da
chave 1 2 3 4 5 6 7
comutadora

Eq, volts >


r"i

Determine os valores dos resistores pela aplicação da lei de Ohm, ao invés da


aplicação da relação do divisor de voltagem.

P 6-11 Determine os valores dos resistores do problema anterior através da


aplicação da relação do divisor de voltagem.
7 circuitos
paraleios

7-1 O circuito paralelo

Um circuito paralelo consiste de dois ou mais elementos de circuito


conectados de tal forma que a mesma voltagem exista nos terminais de cada
elemento. A figura 7-Ia mostra um grupo de elementos de circuito conectados

B<f

FIG. 7-1 •4B


^AB /?,

h f/l '^3
A O-

(<7) (b)
128
Análise de Circuitos CG

em paralelo. Se os elementos de circuito forem resistores, o mesmo aparecerá


como mostra a figura 7-1 b.
Da figura 7-Ifl, tiramos as seguintes regras, com relação aos elementos de
circuito conectados em paralelo:
1. A corrente total Ij nos terminais do circuito paralelo é a soma das
correntes dos diversos braços do circuito. Então
(1) fj' A +-^2 "'"^3
2. A mesma voltagem na figura 7-1 à) existe nos terminais de cada
braço do circuito paralelo.
As fontes de voltagem também podem ser conectadas em paralelo para
aumentar a capacidade de fornecimento de corrente em relação a cada uma das
fontes individuais. Por exemplo, se Ei e E^ na fígura 7-2a são baterias de 6
volts com capacidade para 80 amp.hora, a combinação delas será equivalente a
uma bateria de 6 volts e capacidade de 160 amp.hora.^ (*)

^Rth

'-^oc

FIG 7-2

-CD

ocz

Quando fontes de voltagem são conectadas em paralelo, torna-se imperativo


que as voltagens terminais sqam iguais, ou o mais próximas possível. Por
exemplo, na figura 7-2a é desejável que Ei =£"2. Para entendermos porque £"1 e
^2 deveriam ser o mais próximas quanto possível, no circuito da figura 7-2 a,
devemos reconhecer que não existe o que chamamos de fonte de voltagem ideaf
sem nenhuma resistência interna. Qualquer fonte de voltagem, na prática, tem
.alguma resistência interna e portanto tem um circuito equivalente, como

O ampère-hora é a unidade equivalente ao número de ampères que uma bateria pode


fornecer durante o período de 1 hora. A representação abreviada é A.h.
(*) N.T. - O termo braço é usado também como ramo.
Circuitos paralelos 129

mostrado na figura 7-2 b. A resistência interna é designada por /?th (o símbolo th


será explicado no capítulo referente ao Teorema de Thévenin). A voltagem Vqq
representa a voltagem medida com o circuito aberto nos terminais da fonte,
quando a mesma não fornece nenhuma corrente. A designação de circuito aberto
implica em uma corrente nula através de /?th portanto, nenhuma queda de
voltagem através dela. A voltagem terminal deve ser então igual a Vq g.
Se cada uma das fontes de voltagem da figura 7-2â! for substituída por seu
circuito equivalente, teremos a corrente da figura 7-2 c. Normalmente, deseja
ríamos que as fontes de voltagem da figura 7-2c drenassem corrente e
dissipassem potência apenas quando uma carga fosse conectada aos terminais CD.
Entretanto, se Fod e Fqcz não estão perfeitamente equilibradas e /?thi ©^th2
são pequenas, como sempre acontece, a corrente / circulará mesmo que não haja
carga nos terminais de saída. Por exemplo, suponhamos Iqc i ~ volts,
^^oc2 ~ 6,3 volts, /?thi ~ 0,07 ohms e /?th2 ohms. A fonte de 7,8 volts
fornecerá uma corrente / como mostra a figura 7-2 c, através da fonte menor de
6,3 volts. Para determinarmos I deveremos proceder como segue. A voltagem
resultante V disponível para causar a circulação de / é dada por

(1) V= Voci - Voc2 = 7,8 - 6,3 = 1,5 volts


Lembremos que isto acontece quando não existe carga nos terminais CD. Em
seguida aplicamos a lei de Ohm e escrevemos
... ^ V V 1,5 volts .ç
(2) / = = = —^ = 15 amp
^eq ^thi +7?th2 0,1 ohm
Esta corrente está fluindo através da resistência interna, desenvolvendo calor que
é irradiado para o meio externo, provocando perda de potência- Outros efeitos
indesejáveis podem existir quando as fontes são baterias. Se, entretanto, Fqci e
Vqc2 são essencialmente iguais, a voltagem resultante V será desprezível, assim
como a corrente I.

7-2 Resistência equivalente de um circuito paralelo

Um problema de considerável interesse é o de determinar a resistência


equivalente de um circuito paralelo. Por exemplo, na figura 7-3a temos uma
fonte de voltagem fornecendo corrente a três resistores conectados em paralelo.
Obviamente, deve haver algum valor de resistência equivalente (chamada tal
que se /?i, /?2 e forem removidas e substituídas por R^q, como mostrado na
figura 7-3 b, a mesma corrente Ij fluirá pelo circuito. Em outras palavras, em um
ponto bastante próximo da fonte, não podemos distingüir entre ^eq ouÍ?i,/?2 e
í?3 em paralelo.
Para desenvolvermos umarelação matemática entre í?eq e 7?j,7?2 e 7?3, racio
cinamos como segue. Pela lei de Ohm, na figura l-3b podemos escrever
130 Análise de Circuitos CG

B. h

R.

(í7)
FIG. 7-3

(1) It —
R eq

Mas Ij na figura 7-36 deve ser a mesma que na figura 7-3 a, uma vez que os
circuitos são equivalentes e E é o mesmo em ambos os casos. Assim, vamos
expressar Ij em termos de R2, R^ e E, de forma que possamos substituir na
Eq. (1), e obter a relação entre /?eq e Ri, R^ e R3. Da figura 7-3a podemos
escrever

(2) It - h +I2 +^3

Aplicando a lei de Ohm e notando que a mesma voltagem existe através de cada
elemento, temos

(3) A =
R,
E
h =
R2
E
A =
R^

Substituindo a Eq. (3) em (2) resulta


E E E
(4) h - + +
R, R-
131
Circuitos paralelos

Uma vez que Ij na Eq. (4) é a mesma que na Eq. (1), podemos escrever
E E E E
(5) = + +
^eq ^1 ^2 -^3
Dividindo ambos os lados da Eq. (5) por E resulta
1 111
(6) = + +
^eq

que é o resultado desejado.


Em um caso mais generalizado onde existam N resistores conectados em
série, poderíamos escrever

(7) ^ =JL +_!. (7-1)


^eq ^2 ^3

Uma vez que a condutância G é a recíproca da resistência, podemos


também escrever a Eq. (7) como

(8) Geq= Gi+G2+G3+...+ G^ (7-2)


Da Eq. (7-2) vemos qüe a condutância total em um circuito paralelo é maior do
que a condutância de qualquer dos braços individuais. Assim /?eq menor do
que a menor resistência de qualquer dos braços do circuito.
Um problema comumente encontrado é o de determinarmos a resistência
equivalente entre apenas dois resistores em paralelo. Neste caso a Eq. (7) fica
reduzida para
1 1 _JL
' Rt * R2
a qual pode ser resolvida para R^q resultando

<•«> ^
As equações (7-1) até(7-3) deveriam ser memorizadas.
PROBLEMA Suponhamos na figura 7-3a que E'=48volts, /?i=120ohms,
R2 = 68 ohms e R^ = 36 ohms. Vamos determinar Ij-.
SOL UÇÃO Pela Eq. (7-1)
1 1 +
1 +-
1
/2eq 120 68 36

-— = 0,00833 +0,0147 +0,02777 = 0,05080 mho


^eq
132 Análise de Circuitos CG

1
^eq ~ = 19,69 ohms
0,05080

Alternativamente, a Eq. (7-3) poderia ter sido aplicada duas vezes para
obtermos /?eq como segue. Os resistores de 120 e 68 ohms poderiam ser
considerados primeiramente para obtermos uma resistência equivalente de
_ 120X 68 ,
^eq = 43,40 ohms
120+68

e /?éq poderia então ser considerada em paralelo com o resistor de 36 ohms,


resultando

^ _ 43,40 X 36 ,
- 43,40 +36 =
Com /?eq estabelecida, Ij pela lei de Ohm será
48 volts
h - = 2,439 amp
R eq 19,69 ohms

7-3 Divisores de corrente

Quando dois ou mais resistores são conectados em paralelo, como na


figura 7-4, a corrente total Ijé dividida entre os resistores individuais.

Restante
FIG. 7-4
circuito

Assim um conjunto de resistores conectados em paralelo é algumas vezes


chamado de divisor de corrente, uma vez que a corrente em cada braço particular
é uma fração da corrente total Ij. Intuitivamente, podemos admitir que uma vez
que a mesma voltagem existe através de todos os resistores, o resistor que tiver o
menor valor òhmico drenará a maior corrente através dele,
É sempre desejável expressar a corrente em um braço do circuito paralelo
(divisor de corrente) em termos da corrente total de entrada Ij e dos valores dos
resistores do braço do circuito. Assim, o que, matematicamente, desejamos fazer
e expressar a corrente, digamos I2, em termos de /y, R^ e /?2. Como primeiro
Circuitos paralelos 133

passo, poderíamos admitir que uma vez que a corrente total /j- é a soma de Ii e
h,

(1)

mas pela lei de Ohm

(2) /i = ^

e novamente pela lei de Ohm

(3) =

Substituindo as Eqs. (2) e (3) em (1) resulta

(4) , r -
Ij RxR2KRi+R2)
- r
Irp

= (1 ^2 ,)I
Ri +R2

Simplificando um pouco mais, obtemos

De uma maneira similar pode ser mostrado que


R2
(6) h = -r—tt;—
Ri R2

Uma inspeção das Eqs. (5) e (6) indica a forma geral da relação do divisor
de corrente, que pode ser escrita como
resistor através do qual a
corrente não é desejada ^ corrente totalque
(7) conente através do resistor desejado = ^ circula pelo conjun-
soma dos resistores do to em paralelo
conjunto ^

Se existem mais de dois resistores no divisor de corrente, é ususalmente


mais fácil usar a lei de Ohm diretamente, ao invés da Eq. (7-4). Os problemas a
seguir ilustram a aplicação da Eq. (7-4) a um divisor de corrente de quatro
braços.
PROBLEMA Suponhamos na figura 7-5 que /3P = 0,2amp, i?i=220ohms.
134 Análise de Circuitos CG

FIG. 7-5 R, Ro

R2 = 180 ohms, /?3 - 470 ohms e /?4 = 330 ohms. Vamos encontrar /j (corrente
através áe R2) e voltagem aplicada E.
SOLUÇÃO Aplicando a relação do divisor de corrente da Eq. (7-4), podemos
escrever

/?1 II/?3 II/?4


(1) h =
(/?1 II/?3 lli?4)+/?2

onde o símbolo II significa em paralelo com. Uma vez que da Eq. (7-1) para
resistores em paralelo
1 1,1 1
(2) + —— +
II/?3 llf?4 Ri Rz R.

1
+—^ +—= 0,00454 +0,00212+0,00303
220 470 330
= 0,00969 mho
portanto,
1
(3) RtWR^WR^ = mho = 103, 2 ohms
0,00969

Substituindo a Eq. (3) e os outros parâmetros na Eq. (1), obtemos


103,2
(4) h = X 0,2 amp = 0,0729 amp
103,2 + 180

Para encontrarmos E precisamos determinar o valor de /?eq através do qual


a corrente Ij flui efetivamente. Então

(5) E= /ji?eq= /7'(/?ill/?2 II11/^4)


Uma vez que em (5) já calculamos Ri llf?3 lli?4 = 103,2 ohms, podemos
aplicar a Eq. (7-3) para apenas dois resistores em paralelo, onde um deles é
103,2 ohms e o outro é R2 = 180 ohms. Isto resulta

(6) ^eq = iOyXJM = 65,59 ohms


103,2 + 180
13S
Circuitos paralelos

Substituindo a Eq. (6) na Eq. (5) resulta

(7) E= (0,2 amp) (65,59 ohms) =13,12 volts |


Na solução anterior aplicamos a relação do divisor de corrente para um
caso onde mais de dois resistores estavam envolvidos, para ilustrar a aplicação
geral. Realmente, quando mais de dois resistores paralelos estão considerados, é
sempre mais simples computar o Rgq através do qual a corrente Ij flui para
obter a voltagem que aparece através dos resistores. A corrente em
qualquer braço do circuito é então igual à voltagem dividida pela resistência do
braço desejado. O leitor deve "checar" as soluções anteriores usando esta última
informação.

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES

PS 7-1 Três resistores de 20, 30 e 60 ohms estão conectados em paralelo. Qual é


a resistência equivalente?
SOLUÇÃO
1 ^ +-J_ +J- = 0,05+0,0333+0,01667
Req 20 30 60

= 0,09999 mho

R-n = mho = 10,00 ohms


0,09999

PS7-2 Dois resistores. Ri e R^, devem ser escolhidos de maneira que quando
eles estejam em paralelo em uma linha de 120 volts, as potências dissipadas por
eles sejam, respectivamente, 8 e 24 watts. Quais são os valores das resistências?
SOLUÇÃO Desde que P =Ê^/R, podemos resolver para R, para obter

(1) R=

Portanto,
120^
(2) Ri = = 1.800 ohms
^ ^ 8

120^
(3) /?2 = = 600 ohms
^ 24
136 Análise de Circuitos CC

PS7-3 Dois resistores, Ri e R2, estão conectados em paralelo através de uma


fonte de 120 volts e drenam urna corrente Ij^= 1,8 amp. O resistor R2 dissipa
duas vezes mais potência que /?i. Quais são os resistores?
SOLUÇÃO
r. 120 volts ,
(1) ^eq = = 66,67 ohms
1,8 amp

Uma vez que R2 dissipa duas vezes mais potência que e a mesma
voltagem existe através de cada resistor, devido à conexão paralela, conclui-se que
a corrente sobre R2 deve ser duas vezes maior que em/?i, desde que/'=£'/. Se
/2 =2/1 e é a mesma, isso ocorre porque R2 = Ri/2 = 0,5 Ri. Matematica
mente, isto pode ser rigorosamente mostrado, como segue.
A potência dissipada em 1é

(2) P. =I
Da mesma forma
£•2
(3) P2 = — ...r
R2

Das condições do problema tiramos queP2 - 2Pi, ou, em outras palavras,

(4) ^ =2

Substituindo as Eqs. (2) e (3) em (4) resulta

(5) ^ =2
"" n_

Simplificando e resolvendo para R2 resulta em <2}

(6) /?2=0,57?i
o que prova que nossa solução intuitiva estava correta. Agora, em geral,

(7) TJeq =
/?! + R2

e substituindo as Eqs. (1) e (6) em (7)

(8) 66 67 = _ 0,5/?!^ _ Ri
Ri+0,5Ri l,5Ri ~ 3
Resolvendo para Ri,
Circuitos paralelos 137

(9) Ri = 3(66,67) = 200 ohms

e da Eq, (6)

(10) R2 = 0,5(200) = 100 ohms

PS 7-4 Determine na figura PS 7-4.

/?i > 6 ohms /?3 S 9ohms

FIG. PS 7-4

/?, <3 ohms Ra <9 ohms

SOLUÇÃO Para determinar Ex devemos encontrar algumas voltagens conhecidas


em um percurso desde o pé, até a ponta da flecha Ex- Uma possibiUdade é
determinar as voltagens através de R2 e R^ como segue;
18 volts
(1) ÍA = = 2 amp
6 ohms + 3 ohms

A amplitude da voltagem através de R2 é então I

(2) ^R2~ (^ ohms) (2 amp) =6 volts


e o lado de baixo de R2 é negativo em relação ao lado de cima. Da mesma forma
18 volts
(3) Ia = = 1 amp
9 ohms + 9 ohms

A amplitude da voltagem através de R^ é então


(4) ~ (9 ohms)(1 amp) = 9 volts

e o lado de baixo de R^ é negativo em relação ao lado de cima. Assim, partindo


do pé da flecha Ex e caminhando para a cabeça, nós decrescemos £"^2 ®
crescemos 4 volts. Então

(5) Ex = -6 volts +9 volts = 3 volts

PS 7-5 Um determinado medidor de movimento tem uma resistência de bobina


Rj^f de 1.200 ohms. O ponteiro do medidor assumirá uma deflexão de plena
138 Análise de Circuitos CG

escala quando uma corrente de 0,05 mA passar através do enrolamento da


bobina. Deseja-se usar este medidor para corrente acima de 1mA. Para que isso
seja possível, sem danificação do aparelho, um resistor estará em paralelo
(shunt) com para desviar o excesso de corrente, que é a diferença entre a
corrente que queremos medir através dos terminais Afí e a corrente máxima
requerida através de RJ^f, para uma deflexão àplena escala. Determine R^.

FIG. PS 7-5

SOLUÇÃO Acorrente que deve ser shuntada nos extremos de Rj^ é


--Oi/= 1'OOOmA-0,050 mA = 0,950 mA
A máxima voltagem que deve ser aplicada aos terminais AB é
aquela que resulta em uma leitura à plena escala de através de e isto

^/15(FS) ~ ^ (1.200 ohmsX0,05 mA) = 60mV.


Portanto

(3) RcS = = 60mV ,


= 63,16 ohms
0,950 mA

PS 7-6 Resolva o problema PS7-5 usando a relação de divisor de corrente.


SOLUÇÃO De uma maneira semelhante, podemos admitir que a determinação
da resistência shunt do medidor é um problema de divisor de corrente, onde
^AB~ ^T~ ^ (corrente total de entrada de plena escala para o divisor) e é
uma corrente do braço do circuito igual à corrente de plena escala do medidor.
Um dos resistores do divisor de corrente, através do qual conhecemos a corrente,
® ~1.200 ohms. O problema é então, simplesmente, solucionar para Rq.
Substituindo na Eq. (7-4), temos

(1) Rs
-

Rs'^Rm
O"

(2) 0,05 mA = Rs
(1 mA)
+ 1,2 quilohms

Resolvendo paraR^, obtemos


139
Circuitos paralelos

P 0,05 mA(1.2 quilohms) _


^ 1 mA - 0,05 mA

PS 7-7 Como você projetaria a resistência shunt necessária ao medidor do


problema PS 7-6? ...
SOLUÇÃO Para minimizar erros devidos à variação de temperatura a resistência
shunt deveria ser enrolada com um condutor possuindo um pequeno coeficiente
de temperatura de resistência. Desejamos também que a resistividade do condutor
seja alta, de forma que o comprimento do enrolamento de não seja muito
longo Da tabela 5-1 poderíamos decidir entre fio de níquel-cromo tendo uma
resistência específica de 109,7.10"® Í2,cm a 20OC e um coeficiente de
temperatura ot.io= 0,00044. Substituindo na Eq. (5-5),.

(1) " =

63,16 = 109,7.10"® l/A

podemos resolver para a relação l/A para obter


(2) l/A = 63,16/109,7 X10"® =0,577 X10® cm"^
Em seguida vamos procurar um calibre de fio de diâmetro estandardizado
que não seja muito fino, de forma que oshunt seja frágü, egrosseiro, para enrolai;
onde apenas um comprimento bastante curto é necessário. Neste caso o
comprimento deve ser precisamente medido e cortado cuidadosamente, para
evitar erros. É óbvio que o diâmetro não deve ser muito grosso, pois, do
contrário, um comprimento muito grande seria necessário para perfazer a
resistência requerida. Como um compromisso razoável para nossa primeira
experiência, vamos escolher o fio n9 20, tendo uma área da seção transversal de
0,00517 cm^.
Substituindo na Eq. (2)e resolvendo para / resulta
/ = 0,577 X 10® X0,00517 = 2.972cm

que, para nossa surpresa, é comprido demais para ser enrolado. Vamos tentar
novamente, mas com um fio mais fino, para termos um comprimento menor. Se
escolhermos o n9 30, tendo um diâmetro de 0,254 mm, a área da seção
transversal é 0,0507 mm^, e o comprimento resultante será 291,8 cm, que é
razoável para ser enrolado como um shunt

PS 7-8 Projete um divisor de corrente com três resistores tal que a potência
dissipada em Rz sqa duas vezes a dissipada em ^2, e que a potência dissipada
em R2 seja três vezes aquela dissipada em R^. A potência total fornecida por
uma linha de 120 volts é 60 watts.
140
Análise de Circuitos CO

SOLUÇÃO

(1) 60 watts = +/2 +/*3


(2) ^2 = 3P,
(3) = 2^2

Substituindo a Eq. (2) em (3), obtemos

(4) P3 =2(3Pi) =6A •

Agora que P2 e P^ estão expressos em termos de Py, podemos substituir as


Eqs.(2)e (4) na Eq. (1) como segue:

(5) 60 watts =P, +2Pi +6Pi =lOi',

Resolvendo paraA, -^2 e -^3, temos


p 60 watts
°i = = 6 watts
10

(2) P2 = 3^1 =18 watts

P3 - 6Pi = 36 watts

Em geral,
£-2
(9) /> =
ou

(10) /? = ^
p

Portanto,

(11) R, =-f-
A
= 6
=2.400 ohms
(12) ''í =-|^=
A 18
=SOOohms
(13) «3 =^ =400 ohms
^^3 36
141
Circuitos paralelos

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PR 7-1 Dois resistores de 800 e 900 ohms, respectivamente, estão conectados


em paralelo. Qual é a resistência equivalente?
RESPOSTA 424 ohms

PR 7-2 Quatro resistores de 3, 6, 9 e 12 ohms estão conectados em paralelo.


Qual é a resistência equivalente?
RESPOSTA 1,44 ohms
149
Análise de Circuitos CC

PR 7-3 Existem N resistores idênticos em paralelo, cada um tendo uma


resistência de R ohms. O que pode ser dito a respeito de
RESPOSTA _

^ N

PR 7-4 Um resistor com uma condutância de 0,025 mho está conectado em


paralelo com um outro de 60 ohms. Qual é a resistência equivalente?
RESPOSTA /?eq =24 ohms
143
Circuitos paralelos

PR 7-5 Dois resistores Ri e R2 devem ser escolhidos de maneira que quando


conectados em paralelo, a corrente através de Ri seja duas vezes a corrente em
R2 e a resistência equivalente seja 240 ohms. Quais são os resistores?
RESPOSTA 360 ohms
R2 = 720 ohms

PR 7-6 Um resistor linear de 12 quilohms está conectado em paralelo com um


resistor não-linear. As características do resistor não-linear são tais que quando a
voltagem é aplicada, a resistência estática no ponto quiescente de operação é 16
quilohms e a resistência dinâmica e 4 quilohms. Qual e a resistência estatica
equivalente R^c e a resistência dinâmica equivalente Rq^ da combinação?
RESPOSTA Rcc = 6,86 quilohms
Rcsi = 3 quilohms
Análise de Circuitos CC

PR 7-7 Um amperímetro tem uma resistência de enrolamento de 0,25 ohm e


uma leitura à plena escala de 1amp. Deseja-se aumentar a faixa de medidas para
5 amp. Qual a resistência shunt necessária?
RESPOSTA = 0,0625 ohms

PR 7-8 Projete o shunt para o problema PR 7-7 usando fio m'quel-cromo n9 20.
Suponha a operação a 20^C.
RESPOSTA / = 1,164 pol. = 2,96 cm
Circuitos paralelos I45

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P7-1 Se um certo número de resistores diferentes são conectados em paralelo, a


resistência equivalente será menor ou maior do que a resistência do menor
resistor?

P7-2 Quantos resistores de 120ohms devem ser conectados em paralelo para


fornecerem uma /?eq ~ 30 ohms?
146 Análise de Circuitos CC

P 7-3 Duas condutâncias de 0,004 e 0,006 estão conectadas em série. Qual é a


resistência equivalente?

P7-4 Três resistores de 6,8 e 12 ohms estão conectados em paralelo. Qual é a


^eq?
Circuitos paralelos

P7-5 Em uma conexão paralelo o resistor que dissipa mais potência é o menor
ou o maior?

P 7-6 As condutâncias de 0,004 e 0,006 estão conectadas em paralelo. Qual é a


Análise de Circuitos CC

P 7-7 Um divisor de corrente consistindo de dois resistores. Ri e R2, conectados


em paralelo, deve dissipar uma potência total de 8 watts. A corrente da linha
Ij' = 6 amp. A potência dissipada em é Pi =3 watts. Determine Ri e R2.

P7-8 Um resistor shunt possuindo um coeficiente de temperatura da resistência


negativo igual ao coeficiente de temperatura da resistência positivo no
enrolamento de um medidor de ampères seria desejável para minimizar erros de
temperatura? Suponha que qualquer outro erro devido à presença do medidor e
shunt no circuito seja desprezível.
Circuitos paralelos 149

P 7-9 Um medidor de 1 mA de plena escala deve ser aumentado para medir


10 mA. Se a resistência do medidor é 45 ohms, que resistência de shunt é
necessária?

P 7-10 Determine /?i na figura P 7-10 de forma que R^q = 300 ohms.

30on
150 Análise de Circuitos CG

P 7-11 Determine E q na figura P 7-11.


If = 20mA

rr-r—
I 3 mA|
^ < <R^
6,8K 2,4K

P 7-12 Determine E, Rx c R^ na figura P 7-12.


9A
^2A
X Ri R2 •s p
3A
8 c/rcur/os
série-paralelo

A maioria dos circuitos elétricos é formada de várias combinações de


elementos de circuito conectados em série e paralelo. A análise desses circuitos é
melhor entendida pela solução de problemas e, assim, após uma breve revisão de
circuitos série e paralelo, trataremos de circuitos série-paralelo e de problemas
ilustrativos.

8-1 O circuito série

A figura 8-1 mostra um circuito série possível. A característica notável dos


circuitos série é que a mesma corrente / flui através de todos os elementos do
circuito.
Para determinarmos 1 na figura 8-1, aplicamos a lei de Ohm e
raciocinamos como segue. A fonte de 12 volts força a passagem de / no sentido
de referência indicado, enquanto que a fonte de 6 volts força a passagem da
152 Análise de Circuitos CG

4 ohms
AAAr-

FIG. 8-1 6V-^ —12V

8 ohms
-AAAr-

corrente no sentido oposto. Assim, a fonte de 6 volts está se opondo à fonte de


12 volts, e a voltagem resultante disponível para forçar / no sentido indicado é
12 volts - 6 volts = 6 volts, A corrente portanto é dada por
12 volts - 6 volts 6 volts
/ = = 0,5 amp
4 ohms + 8 ohms 12 ohms

8-2 O circuito paralelo

A figura 8-2 mostra dois resistores conectados em paralelo.


h

FIG. 8-2 ^ A *R\ Rz

As características notáveis dos circuitos paralelo são que a mesma voltagem existe
através dos elementos conectados em paralelo e que a corrente total da linha Ij é
igual à soma das conentes dos braços Ii e I2.
Suponhamos na figura 8-2 que ^=12 volts, /?i =6 ohms e /íj =3ohms.
Determinaremos Ii, I2 e Ij.
Para resolver este circuito paralelo simples poderíamos simplesmente
raciocinar como segue;
12 volts
(1) h = - = 2 amp
Ri 6 ohms
•:n oi'
E 12 volts
(2) h = = 4 amp
Ro 3 ohms

(3) = /i + /j = 2 amp + 4 amp = 6 amp

Poderíamos também determinar Ij encontrando a resistência equivalente


como segue:
Circuitos série-paralelo 153

R1R2 ^ 6X3
^eq ~ = 2 ohms
/?! +/?2 6+3
Assim

E 12 volts
Ij - = 6 amp
R eq 2 ohms

o que confirma nossos cálculos anteriores.

8-3 O circuito série-paralelo

O circuito da figura 8-3a é um circuito série-paralelo porque R1 está em


série com a combinação paralela de e R3. Acorrente através de que é Ij,
deve ser a soma das correntes através de /?2 q R3. As voltagens E2 e E^ somadas
devem totalizar a voltagem aplicada E^. Isto é, E^ =Ex +£"2.

h-h'^h p
rr—

FIG. 8-3 Ez\\E3

V
(a)

PROBLEMA Para ilustrar a maneira pela qual o circuito deve ser analisado
suponhamos Es =240 volts, /?, =6 quüohms, £2=8 quüohms e£3 = 5 quüohms.
Determine Ij, I2,13, E2 q E^.
SOLUÇÃO Para encontrarmos o circuito deve ser simplificado de forma que
possamos determinar a resistência aparente (equivalente) apresentada pelo circuito
total a Es- Como primeiro passo, na simplificação, a combinação paralela de R2
e /?3 é simplificada para uma resistência equivalente £2 3 dada por
RoR'.
(1) R 23 =
R2 +£3

= 8quüohms (5 quüohms) ^ 303 quüohms


8 quilohms +
+ 5
5 quilohms
auilohms

A resistência £23 aparecerá então em série com /?i, como mostrado na


figura 8-3 b. A corrente total Ij' é então
Análise de Circuitos CC

(2) Ij = Es
Kl +^23

9d.n vr»ltc
= 26,4 mA
6 quilohms + 3,08 quilohms

(3) £*1 = RxIt quilohms) (26,4 mA) = 159 volts

Da mesma forma

(4) E2 = R23/7 = (3,08 quilohms) (26,4 mA)= 81,3 volts

Alternativamente, poderíamos ter determinado E2 de

(5) E2 = Eg - Ei = 240 volts —159 volts = 81 volts

Os 0,3 volts de diferença nos métodos usados em (4) e (5) são devidos a erros de
aproximação.
Como outra alternativa, E2 poderia ter sido determinada a partir da relação
do divisor de voltagem. Então

(6) E, = Es
t\2 3+^1

3.08quüohms (240 volts)


3,08 quilohms + 6 quilohms

= 81,4 volts

Uma vez determinado E2, temos da figura 8-3fl 'i / '


, E2 81,3 volts .
(7) I2 = —^ . = 10,2 mA
8 quilohms

íQ\
(8) T = E2
U = 81,3
—TT-,volts ^
= 16,3 mA
R^ 5 quilohms

Nota-se que I2 + /3 = 26,4 mA, que confirma a Eq. (2).


O leitor deve estudar os problemas com soluções, seguintes, cuidadosa
mente, porque alguns pontos teóricos estão apresentados em partes apropriadas.
Circuitos série-paraieio 155

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES


PS 8-1 Determine Ij, /i e/2 na figura PS 8-Ia.
SOLUÇÃO
(a) Converta a combinação paralela de 3 a 4 kilohms para uma resistência
equivalente

3quiloluns«4quUohms= 3quUohms (4 quUohms) ^


3 quilohms + 4 quilohms

(b) Da mesma forma, com a combinação paralela de 4 e 6 quilohms

4quilohms II6 quilohms = 4quUohms (6 quüohms)


4 quilohms + 6 quilohms
= 2,40 quilohms

/r
0.8 K
AAA.

120V

0.2 K
-wv
(o)
O^K + 0,2K
- M,OK 2K
•AAAr

FIG. PS 8-1
!4K||6K !3K|14K
120V • = 2,4K .=1,71K

iò)

1,0 K 1,0 K
AAAr

1
/< <1,46K
^20V '<2,4K ^3,7iK 120V

Kd)
156 Análise de Circuitos CC

(c) Uma vez que Ij é &mesma corrente em ambos os resistores de 0,8 a


0,2 quilohm, estes elementos estão em série e podem ser considerados como um
resistor simples de 0,8 + 0,2 = 1 quilohm.
Os passos (a) e (c) permitem-nos esboçar a figura 8-Ih, que é
consideravelmente simplificada.
(d) Os resistores de 2 e 1,71 quilohms na figura PS 8-1^ estão em série e
assim podem ser adicionados para resultar o resistor de 3,71 quilohms da
figura PS 8-1c.
(e) Os resistores de 2,4 e 3,71 kilohms da figura PS 8-lc estão em paralelo
e eqüivalem a

2,4 quilohms 113,71 quilohms


2,4 quilohms (3,71 quilohms)
= 1,46 quilohms
2,4 quilohms + 3,71 quilohms

Com a ajuda do passo (e), podemos construir a figura PS 8-1í/, da qual

/-A r 120volts o ^
v) "''•=77;—TT—TTTT T7— = 48,8 mA
1,0 quilohm + 1,46 quilohms

Assim

(g) £"1 =(1,46 quilohms) (48,8 mA) = 71,3 volts

Agora que Ei é conhecida na figura PS 8-ld, podemos voltar à


figura PS 8-lc e calcular

fi,\ T A 71,3 volts


^ 3,71 quilohms 3,71 quilohms '

Com /j agora conhecida, podemos voltar à figura PS 8-Ih e encontrar a


voltagem através do resistor de 1,71 quilohms como

(/) E2 =(1,71 quilohms)/i


= (1,71 quilohms) (19,2 mA) = 32,9 volts

Uma vez que o resistor de 1,71 quilohms é composto dos resistores de


3 e 4 quilohms, em paralelo, tem-se que aparecerá como mostrado na
figura PS 8-Ifl. Assim

r/i T_ ^2 _ 32,9 volts


^ 4 quilohms 4 quilohms '
Circuitos série-paralelo 157

Para confirmar /j deveríamos aplicar a relação do divisor de corrente, uma


vez que li foi determinado no passo {h). Então
^ 3quilohms
^ 3 quilohms +4 quilohms ^
3 quilohms
(19,2 mA) = 8,22 mA
3 quilohms + 4 quilohms

que confirma o passo (/).

PS 8-2 Determine Rx e Ij na figura PS 8-2.

FIG. PS 8-2
60V "SK

t20V^

SOLUÇÃO Com 60 volts através dos resistores em paralelo e uma fonte de 120
volts, a voltagem através do resistor de 2 quilohms é 120
volts - 60 volts =60 volts. Assim a corrente Ij através do resistor de 2 quilohms é
pela lei de Ohm, '

r 60 volts ^
h = = 30 mA
2 quilohms

Com 60 volts através do resistor de6 quilohms, a corrente através do


referido resistor será (60 volts)/(6 quilohms) =10 mA. Uma vez que a corrente/j^
através de Rx e a corrente através do resistor de 6 quilohms deve totalizar Ij-,
tem-se que

Ix = It- 10 mA = 30 mA - 10 mA = 20 mA

Agora que conhecemos a tensão e a corrente em Ry, podemos escrever


pela lei de Ohm

o 60 volts 60 volts o .
Kx = : = — = 3 quilohms
Ix 20 mA

PS 8-3 A voltagem Kqc e a resistência /?th na figura PS 8-3 representam o


circuito equivalente de uma fonte de voltagem. A voltagem Fqc é a voltagem a
158 Análise de Circuitos CG

circuito aberto (sem carga) que aparece nos terminais de saída quando a corrente
de carga Ii é zero (R^ infinitamente grande). A resistência ®^ resistência
inerente interna da fonte de voltagem. Uma quantidade de interesse, quando
tratamos com fontes de voltagem (ou fontes de potência, como elas são
comumente chamadas), é a regulação de voltagem (VR) expressa como uma
percentagem e definida como

(VR) = ^RL
X 100 (8-1)
Vrl

onde 1^0 0 = voltagem a circuito aberto {Eq quando Ii= 0)


Vri = Eq para uma determinada corrente de carga

f^th
•AAAr

FIG. PS 8-3
'OC

Fisicamente, a regulação de voltagem de uma fonte é uma medida de


variação da voltagem de saída entre uma condição de corrente sem carga e uma
determinada corrente de carga. Por exemplo, suponhamos Fqc = 48 volts, ~^
ohms e alguma corrente nominal de carga //, = 1,2 amp. Determine a regulação
de voltagem.
SOLUÇÃO Para usarmos a Eq. (8-1) precisamos determinar Vjn, que é a
voltagem de saída Eq, para um? corrente de carga de 1,2 amp. Obviamente

(1) ^RL ~ l^oc


= 48 volts —(8 ohms) (1,2 amp)
= 38,4 volts

Substituindo a Eq. (1) e os valores previamente dados na Eq. (8-1) resulta

(2) VR =-Í1l_2^21_ X 100 = 25%


38,4

PS 8-4 A voltagem a circuito aberto de uma fonte é 180 volts. Quando essa
fonte está fornecendo uma corrente de carga //, de 20 mA, a voltagem Eq nos
terminais da fonte é 172 volts. Qual é a resistência interna i?th fonte?
SÕLUÇÃO Uma vez que as condições do circuito descritas são basicamente da
mesma natureza que as da figura PS 8-3 podemos escrever
Circuitos série-paralelo 159

(1) ~ ^oc ~ ^th-^Z,


Substituindo valores, temos

172 volts= 180 volts - (20 mA)

Resolvendo para /?th resulta

180 volts — 172 volts


^th = = 400 ohms
20 mA

PS 8-5 Suponhamos na figura PS 8-5 que Foc =64 volts, /?th=12 ohms,
/?i - 68 ohms e que R2 varie desde um valor mínimo de R2 (min) - 47 ohms até
um valor máximo R2 (max)~26 ohms. Determine a variação AEq em Eq de
vida à variação em /?2.

Rth
r^VW^

FIG. PS 8-5 R.
^oc

SOLUÇÃO Existem vários caminhos para resolvermos este problema, mas o


método mais objetivo, agora, é calcular Eq para os dois valores diferentes de /?2
e então tomar a diferença entre os valores de Eq, para obter AEq. Então, para o
caso de R2 (min), temos

(1) "^2 (min) - =27,79 ohms

Uma vez que a resistência equivalente anterior está em série com temos um
divisor de voltagem. Assim

27,79
(2) 'o(min) -
/?th+27,79

27,79
(64 volts) = 44,69 volts
12 + 27,79
Usamos um índice min para Eq na Eq. (2) porque R2 (min) causará a maior
corrente através de e a queda de voltagem resultante, através de /?th. será
subtraída de Vqq, para resultar Eq (min)-
160
Análise de Circuitos 00

Quando R2 è máxima, temos

68X76
(3) "^2(max.) = 35,89 ohms
68 + 76

Outra vez, considerando a resistência anterior como um divisor de voltagem


com /?th» temos
35,89
- (64 volts) = 47,96 volts

Assim

(5) . A£'o ^o(max) (min)


= 47,96 volts - 44,69 volts = 3,27 volts

PS 8-6 Um medidor tendo uma resistência de enrolamento - 44 ohms e uma


corrente à plena escala de 1 mA deve ser usado para medir correntes até 50 mA e
voltagens até 150 volts. Um circuito apropriado está mostrado na figura PS8-6.

VW

FIG. PS 8-6
o—PVW

Para medir corrente, os terminais A q C são usados e a chave seletora está


conectada para a posição superior, de maneira que Ri shunta R^ e desvia o
excesso de corrente que o medidor não pode receber. Para determinarmos Ri
procedemos como segue. Se 50 mA devem fluir pelo terminal A e apenas 1mA é
permitido em Rm, temos que Ri deve desviar 49 mA. Uma vez que i?^/ =44
ohms, a voltagem através dela com uma deflexão à plena escala de 1 mA é 44 mV
e esta é também a voltagem através de /?i = (44 mV)/(49 mA) = 0,8979 ohms.
Para medirmos uma voltagem maior do que a especificada para uma
deflexão à plena escala do medidor, devemos inserir um resistor de queda
(resistor multiplicador) em série com o medidor. Isso é possível comutando-se a
chave seletora para a posição inferior e usando os terminais V e C. Para
calcularmos^2 procedemos da seguinte maneira.
Uma deflexão completa de plena escala é obtida com 0,044 volts e 1 mA
através do medidor. Para medirmos até 150 volts, de forma que este valor
corresponda à plena escala do medidor, devemos proporcionar uma queda de
Circuitos série-paraleío 161

tensão em R2 de 150-0,044 volts- 149,96 volts. Uma vez que 1 mA deve fluir
através de R2 para uma deflexão à plena escala, temos R2 = (149 96
volts)/(l mA)«= 149.960 ohms.

PS 8-7 Suponhamos que o medidor do problema anterior tem 100% de precisão,


mas /?2 foi escolhida acidentalmente 10% maior do que o valor anteriormente
calculado. Se os terminais do voltímetro forem conectados a uma fonte de tensão
precisa de 150 volts, que voltagem deverá o medidor acusar erroneamente?
SOLUÇÃO No problema PS 8-6, calculamos R2 =149.960 ohms. Portanto, um
valor 10% maior de R2 é 164.960 ohms. A corrente do medidor neste caso é
j 150 volts
~ 164.960
,^ + 44 ohms
= 0,909 mA

Se 1mA pelo medidor corresponde a 150 volts, 0,909 deveria corresponder


a 0,909 (150 volts) =136,4 volts. Isto poderia ser formalizado como uma
proporção
1 mA 0,909 mA
150 volts

Resolvendo para X, obtemos


(0,909 mA) (150 volts)
X = = 136,4 volts
1 mA

PS 8-8 Deseja-se conectar os filamentos de três válvulas a vácuo, T^, T2 e T^,


em série com uma linha de 120 volts. Os três filamentos, para operação correta,
devem ter as seguintes voltagens e correntes especificadas:

Válvula Voltagem de filamento Corrente de filamento


(volts) (ampères)

Tr 6,3 0,3
T2 6,3 0,3
Ts 24,0 0,15

Projete um circuito correspondente.


SOLUÇÃO Uma vez que a voltagem dos três filamentos totaliza
6,3 + 6,3 +24= 36,6 volts e que queremos usar uma fonte de 120 volts, é
evidente que um resistor de queda de voltagem R^ deve ser inserido no circuito,
como mostrado na figura PS 8-8. Temos também um problema com a corrente
requerida através de que é menor do que aquela requerida por e T2.
Assim, se os tubos devem ser conectados em série, um resistor shunt R2 deve ser
Análise de Circuitos CG
162

FIG. PS 8-8

120V

adicionado em paralelo com o filamento de para desviar o excesso de


corrente.
Para calcularmos R\ raciocinamos como segue. A corrente que deve fluir
através de q Q também da combinação paralela de Ta e o resistor shunt
R2 é 0,3 amp. Assim, esta é também a corrente através de Ri. A voltagem
através de Ri deve perfazer a queda entre a voltagem aplicada 120 volts e a
voltagem previamente calculada 36,6 volts, que será aplicada aos tubos
eletrônicos (válvulas). Assim, a voltagem através de /?i é 120-36,6 volts = 83,4
volts. Agora, visto que conhecemos a voltagem em /?i e a corrente através dela,
temos pela lei de Ohm

(1) R, = 278ohms
0,3 amp

Apotência a ser dissipada em Ri será (83,4 volts) (0,3 amp) - 25 watts. ^


Para calcular R2 procedemos conforme segue. A voltagem através de R2
deve, para operação correta de T3, ser 24 volts. Uma vez que a corrente através
de T2 é 0,3 amp, mas apenas 0,15 amp são necessários para T^, temos que ^2
deve shuntar a diferença entre 0,3 e 0,15 amp. Desta forma, R2 deverá desviar
uma corrente de 0,3-0,15=0,15 amp. Com os valores de voltagem e corrente
através de /?2> temos, pela lei de Ohm,
24 volts
(2) R. = = 160 ohms
0,15 amp

PS 8-9 É dada a figura PS 8-9 a com as seguintes características. O potenciòme-


tro R2 permite o ajuste de voltagem nos extremos da carga Rj^ desde 160 até
200 volts e também quando uma corrente máxima está sendo drenada da fonte; a
potência total retirada da fonte de voltagem é 21,6 watts. Determinar os valores
necessários de Ri, R2 ^ Ri-
SOLUÇÃO Com o potenciòmetro ajustado para uma voltagem na carga de
= 200 volts, temos o circuito da figura PS 8-9 b. Uma vez que a carga de 10
quilohms nesta posição shunta totalmente os resistores R2 e i?3, a resistência
total apresentada à fonte de 360 volts é mínima e uma corrente maxima
//.(max) flui desde a fonte de potência. Uma vez que a voltagem é fbca e a
corrente é máxima, a dissipação de potência é 21,6 watts. Assim àe P =EI temos
Circuitos série-paraieio 163

p 21,6 watts
_ ^max _
(1) '7(max) = 0,06 amp
360 volts

Agora que conhecemos a corrente através de e a voltagem através dela, 360


volts - 200 volts, podemos escrever
360 volts — 200 volts
(2) /?, = = 2.667 ohms
0,06 amp

A corrente através do resistor de 10 quilohms é

(3) ^Z,(max) ~ 200 volts/10 quilohms = 0,02 amp


A corrente através de /?2 (e /?3) sob estas condições é

(4) h = -^Hmax) ~ ^l(max) ~ ~ =0,04amp

360V

200V >10K

FIG. PS 8-9

360V

/?3<: 160V <10K


16^ Análise de Circuitos CC

Assim

r» . r> 200 volts ^ ,


(5) R2 + Ri = ——— = 5.000 ohms
0,04 amp

A determinação de R2 QR3 não é tão óbvia. Da figura PS 8-9 c podemos


escrever as seguintes equações,

(1) 160 volts = 360 volts


- (2,667 quilohms +7?2)/7Xinin.)

n\
(2) T
^r(min) 1/r A +—
= 16mA 160 volts
/<3

(3) /?2 +/?3 ~ 5 quilohms

A Eq. (3) foi previamente extraída da análise da figura PS 8-9 b. Mas

(4) / rtmin) - 360 volts


2,667 —160 volts
quilohms +/?2

Substituindo a Eq. (4) em (2)

(c\
(5)
200 volts = 16 mA +
160 volts
2,667 quilohms +/?2 R^

Resolvendo a Eq. (3) para R^, substituindo em (5) e simplificando, resulta

(6) (16mA)R2^-(397,3volts)R2
= 739,9 (volts) (quilohms) = O

Resolvendo a Eq. (6) pela fórmula da raiz quadrada

.7^ ^ -(-397,3 volts) ± volts)"- 4(16 mA)[739,9(volts)(quilohms)j


2 (16 mA)

397,3 volts ± 332,4 volts


16 mA

Se usarmos a raiz positiva, R2 = 22,79 quilohms.


Uma vez que R2 deve obviamente ser menor do que 5 quilohms esta raiz é
Circuitos série-paraleío 165

desprezada. Se a raiz negativa for usada, R2 = 2,028 quilohms, o que é,


fisicamente, possível neste problema. Também:

(8) R3 = 5 quilohms —R2- 2,972 quilohms

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PR 8-1 Suponha na figura PR 8-1 que £* = 180 volts. Ri =4 quilohms, R2 =6


quilohms, R3 =3 quilohms. Determine ^o-

RESPOSTA £•« = 60 volts

PR 8-2 Suponha na figura PR 8-2 que £" = 24 volts, R1 = /?2 = 1 quilohom, R3 =2


quilohms, R4 = R5 =3 quilohms e Rg = 6 quilohms. DetermineEq.

"3 "4
(I—vW—t—VW^'

To
I
X
RESPOSTA Eo=- 0,988 volt
166 Análise de Circuitos CG

PR 8-3 Suponha na figura PR 8-3 que =80 volts, E2 =60 volts, Ri =0,2
quilohm,= 0,3 quilohm,R^ = 0,3 quilohm,R4 = 0,1 quilohm. DetermineI2.

RESPOSTA l2=- 30,8 mA

PR 8-4 Determine Ri e R2 na figura PR 8-4.

26 mA

18 mA
^I20V

64 V

RESPOSTA Ri = 2,15quilohms
/?2 ~ 8 quilohms • "9-

.';a ? :y\ê:Á:A
Circuitos série-paralelo 167

PR 8-5 Determine Ri, R2 e R^ na figura PR 8-5.

10 mA

320V 20 mA
180V

40 mA 96V

RESPOSTA 1 = 2 quilohms
/?2 = 1,4 quilohms
R^ =2,4 quilohms
168 Análise de Circuitos CG

PR 8-6 Suponha E =240 volts, Ri =2 quilohms, Rj = 3 quilohms, R3 =6


quilohms, R^ =3 quilohms, Rs =S quilohms e R^ =6 quilohms na figura PR 8-6.
Determine I3.

/?p

1
h <^3

RESPOSTA I3 = 12,1 mA
Circuitos série-paraielo 169

PR 8-7 As válvulas eletrônicas Ti, e T3 na figura PR 8-7 têm as seguintes


voltagens Ef e correntes : Ef^ =6,3 volts, Ifi =0,3- amp, Ef2 = 12,6 volts,
If2 =0,15 amp, Ef-i =24 volts, If^ =0,3 amp. A voltagem de alimentação E é
115 volts. Determine os valores necessários de R2 e /?i para a operação correta
das válvulas.

UaaJ

—wv

RESPOSTA R1 - 240 ohms


R2 - 84 ohms

PR 8-8 As lâmpadas LBl e LB2 são fabricadas para 60 watts/120 volts e LB3 é
fabricada para 100 watts/120 volts. Determine Rj e Rj na figura PR 8-8 de
forma que operem em suas características normais de fabricação.
LB\ LB2

@ 0
LBi
©
360 V
-o o-

RESPOSTA Ri = 144 ohms


R2 = 90 ohms
170 Análise de Circuitos CC

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P8-1 Na figura PR 8-1 determine a corrente em /?2- Suponha £"=80 volts,


Ri =3 quilohms, R2-3 quilohms e R3 = 2 quilohms.

P8-2 Na figura PR 8-2 determine a corrente através de Rg. Suponha £"=360


volts, Ri =R2 =1 quilohm, R3 =2 quilohms, R4 = Rs =3 quilohms e Rg = 2
quilohms.
Circuitos série-paralelo 171

P8-3 Na figura PR 8-3 determine o valor da voltagem através de /?4. Suponha


El = 20 volts,£'2 = 64 volts,/?i =0,2 quilohm,/?2 = 0,3 quilohm,7^3=0,3 quilohom ,
/?4 =0,1 quilohm.

P 8-4 Determine os valores necessários de Ri e R2 na figura PR 8-4 se a


voltagem na carga permanece em 64 volts, mas a corrente de cqrga é reduzida
para 6 mA.
'•72 Análise de Circuitos CC

P8-5 Determine Ri, R2 e R^ na figura PR 8-5 se a voltagem fornecida é


reduzida para 200 volts e as mesmas condições de carga são mantidas.

P8-6 Determine a corrente através de R^ na figtiraPR8-6 se E = 86 volts,


/?i = 1 quilohm, R2 = R4 - ^,5 quilohms, R3 = Rf, = 3 quilohms e /?s = 4 quilohms.
Circuitos série-paralelo 173

P8-7 As voltagens e correntes de filamento de alguns tubos que devem ser


conectados em uma linha de alimentação de 120 volts estão especificados
conforme segue; Tj, 6,3 volts/0,3 amp; Tj, 50 volts/0,1 amp; T^, 50 volts/0,1
amp; 50 volts/0,1 amp; 24 volts/0,15 amp; Tg, 6,3 volts/0,3 amp; T-j,
6,3 volts/0,3 amp. Projete o circuito correspondente usando resistores shunt e
série, se necessário. Existe mais de uma solução para este problema, portanto,
tente encontrar a mais econômica.

P8-8 Avalie a relação Eq/Eqj^ no circuito da figura? 8-8. Sugestão: Se existem


dois resistores em paralelo e um deles é 10 vezes maior do que o outro, qual é a
resistência equivalente desta combinação?
R \0R 100/?
o-WW-^WW-AAAr
t
F „ >/? >10/? >100/?
< < <
174 Análise de Circuitos CG

P 8-9 Determine /?3 se ^ é igual a 5 mA no circuito da figura P 8-9.

'hV''lii i a.-,, \ •-/> . .


í>,iH0í / - -a o ^.íb • ^ r / ."i.-kir ' ^
I - ',!• • i!' a » ; ' / ; . t . ' ,

•' v% -

.. i
9 o teorema
da superposição

Freqüentemente encontramos circuitos que têm mais de uma fonte de


voltt^em. A corrente resultante que flui em determinada parte do circuito está
todavia relacionada com (isto é, é uma função) essas fontes de voltagem.^ Por
exemplo, consideremos a figura 9-1 a. Suponhamos que queremos determinar/a.
A solução não é óbvia. Nós não podemos ter certeza de que fluirá no sentido

—Wv

FIG. 9-lfl

Como veremos adiante, isto também inclui fontes de corrente.


176 Análise de Circuitos 00

suposto. Tudo o que podemos dizer é que /a deve estar relacionada com E\, Ej .e
com a localização e valores dos resistores. É para problemas dessa natureza, onde
mais de uma fonte estão presentes, que o teorema da superposição se apresenta
de muita utilidade. Não é necessário que as fontes sejam sempre baterias. Em
estudos mais avançados veremos que uma das fontes, por exemplo, pode ser uma
voltagem que varia de uma determinada maneira com o tempo.
O teorema da superposição estabelece que em qualquer sistema linear
bilateral contendo uma ou mais fontes de voltagem (e/ou corrente), a corrente
em qualquer ponto do sistema é a soma algébrica das correntes que seriam
causadas por cada fonte individualmente, estando as demais substituídas por suas
respectivas resistências internas.
Observamos duas restrições neste teorema. O sistema deve ser linear e
bilateral. Por linear, entendemos que todas as resistências são lineares. As suas
características volt-ampère não são curvas, de forma que a corrente é sempre
proporcional à voltagem. É possível, entretanto, aplicar o teorema da
superposição a um dispositivo não linear, se as condições do circuito forem tais
que o dispositivo seja operado em uma parte razoavelmente linear de sua
característica volt-ampère (curva v-í).
Um elemento de circuito bilateral é aquele pelo qual passa uma mesma
corrente, independente da polaridade dá voltagem aplicada. Por exemplo, um
resistor comum não faz distinção de polaridade em seus terminais. Muitos
dispositivos eletrônicos (diodos, válvulas, transistores) não deixam entretanto
passar corrente, igualmente, em ambos os sentidos. Tais dispositivos são
chamados de unilaterais. Por enquanto, estas duas restrições não nos interessam,
mas elas devem ficar na memória.

/?j =2Í2 R2^ - 3íi

FIG. 9-1 b
^3 /iJa
6Í2 2íl

Para mostrar a aplicação do teorema da superposição, vamos voltar à


figura 9-1 fl. Se consideramos apenas E^ e substituímos E^ pela sua resistência
interna Rii - 2 ohms, chegamos ao circuito da figura 9-1 b. Uma vez que a
corrente (fluxo de elétrons) tende a fluir do negativo para o positivo, a corrente
através de devida a £"1, designada como /31, fluirá conforme mostrado. Para
determinarmos esta corrente /31, devemos resolver o circuito série-paralelo da
figura 9-Ih. Como primeiro passo, determinaremos ^eq P^ra a combinação
paralelo de R3 com a combinação série de R2 e Rí2 . Então

/?eq
^
=R3HR2 +Rí2) = R3^'(^^
+R2 +Rí2
=66(3+2)
+3+2
^ 2,73ohms
o teorema da superposição 177

A resistência total apresentada a^"! é então

~ Rf = Rii +Ri + /?gq = 1 + 2 + 2,73 = 5,73 ohms


Portanto, a corrente que flui para fora de na figura 9-16 é
Ei 12 volts
/li = = 2,09 amp
Rj^ 5,73 ohms

Usando a relaçao do divisor de corrente desenvolvida no capítulo 7, podemos


escrever

hi = Al = (2,09 amp) = 0,952 amp


R^ +/?2 +R 12 6 + 3+2

/?2 -3íi
^WV

FIG. 9-1 c
^24V

Na figura9-1 c procuramos a corrente 1^2, flue representa a contribuição de


E2 para /a. A fonte £"1 é substituída pela sua resistência interna Rn =1 ohm.
Outra vez, usando um método similar, encontramos primeiro

/?eq^ =Rz I {Rii +i?i) =R3^3(^/1 +^1) ^ 66(1+1+2


+Rii +Ri
+2) ^ 2ohms
e então

Rj^ - ^eq +^2 + Rí2 = 2 + 3 + 2 = 7 ohms


Portanto

24 volts
I22 - h = 3,43 amp
R-, 7 ohms

Usando novamente a relaçã^o do divisor de corrente


R(i + Ri , 1+2
/32 - I22 - (3,43 amp) =1,14 amp
/?3 +/?/! +/?i 6 + 1+2

A corrente resultante I3, como mostrado na figura 9-1 d, é então a soma


algébrica (superposição) àe I^i e /a 2.
180 Análise de Circuitos CG

A forma de onda total de saída consistirá então de (cc) (ca)»


como mostra a figura 9-2 /. Nota-se que a saída Cq consiste de uma componente
cc (- 3,2 volts) com uma componente ca(0,8 volt de valor de pico) superposta à
primeira. Outras formas de onda similares a esta são comumente encontradas em
circuitos eletrônicos contendo válvulas, transistores etc. As baterias em um rádio
transistorizado fornecem a componente cc, enquanto que o sinal captado pela
antena e subseqüentemente amplificado fornece a componente ca.

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES

PS9-1 Determine I usando o teorema da superposição na figura PS 9-1 a.

^WV-

FIG. PS 9-1

6V 8V 6V 8V

io) {t>) (c) {d)

SOLUÇÃO A figura PS 9-1 b mostra que a contribuição da fonte de 6 volts é


Ii = (6 volts)/(4 ohms)= 1,5 amp no sentido oposto àquele admitido para /. A
figura PS 9-1 c mostra que a fonte de 8 volts contribui com =(8 volts)/(4
ohms) = 2 amp no mesmo sentido admitido para /. Assim, da figura PS 9-1 íf
I=-Ii +12 = -1,5 amp + 2 amp = 0,5 amp.
Este resultado é o mesmo que obteríamos considerando a voltagem
resultante 8 volts - 6 volts = 2 volts. Uma vez que as fontes estão em oposição e,
uma vez que a fonte de 8 volts é maior, esta tenderá a forçar a corrente no
mesmo sentido de referência assumido para /. Então, / terá um valor positivo de
(+0,5 amp). A corrente deve ser, pela lei de Ohm, /=(8 volts - 6 volts)/(4
ohms) = 0,5 amp, que confirma o resultado anterior.

PS9-2 Determine I usando- o teorema da superposição na figura PS 9-2a.

FIG. PS 9-2

6V 8V 6V 8V

[O) {ò) {C} {d)


o teorema da superposição 181

SOLUÇÃO A figura PS9-2 b mostra a contribuição da fonte de 6 volts para /,


que é /i = (6 volts)/(4 ohms)= 1,5 amp, no mesmo sentido assumido para /. A
figura PS 9-2 c mostra a contribuição da fonte de 8 volts I2 = (8 volts)/(4
ohms) = 2 amp, no mesmo sentido de /. A figura PS 9-2 d mostra que as
correntes Ii e /j são aditivas (fluem no mesmo sentido de referência). Assim,
I = Ii +I2 = 1,5 amp + 2 amp = 3,5 amp.

PS 9-3 Determine / na figura PS 9-3 a.

+ 24V

• 6K
24V-4^ ^24V 6K<
2K 2K
AAA^ A/W
j:
'3K - Ia
^12V

FIG. PS 9-3
[ò) \C)

Ib <
<.
I—^—w\ f
L ''2K ! _L 7^ 2K ^ I
12V~
"i ^
Kd) ie)

SOLUÇÃO O circuito completo da figura PS 9-3 fl está mostrado na


figura PS 9-3 è. Os terminais marcados com +24 volts e -12 volts na
figura PS 9-3 a são, respectivamente, mantidos nestes potenciais pelas duas fontes
de voltagem que possuem um terminal comum, denominado massa (terra). A
maioria dos diagramas esquemáticos de circuitos aparecem como mostra a
figura PS 9-3 a. A configuração mostrada na figura PS 9-3 apresenta o circuito
completo, facilitando a compreensão. A contribuição da fonte de 24 volts para /
está mostrada na figura PS 9-3 c. A resistência interna da fonte de 12 volts é
considerada desprezível, em relação ao resistor de 3 quilohms, em série com a
mesma. Da figura PS 9-3 c a resistência total apresentada à fonte de 24 volts é

Rjg = 6 quilohms + (3 quilohms I 2 quilohms)


3 quilohms X 2 quilohms
= 6 quilohms +
3 quilohms + 2 quilohms
= 7,2 quilohms
Análise de Circuitos CC

SOLUÇÃO Antes que qualquer análise detalhada seja feita, podemos intuitivar
mente ver que tende a tornar a cabeça da flecha de positiva e E2 tende,
ao contrário, a torná-la negativa. Analiticamente, podemos raciocinar como segue:
para £"3=0 devemos ter /a = O e se /a = O, deve ser igual a Podemos agora
escrever

E\ —Ryly —O

Portanto,

j
1\ =
Ex = óvolts
;
_
= 2 mA
.
R1 3 quilohms

Da mesma forma, partindo do pé da flecha E2 (nós não conhecemos a polaridade


de E2 até então),

E2 + R2^2 ~ O

Uma vez que I2 = h quando £"3 = O

E2 + (2 quilohms) (2 mA) = O
ou

£"2 = - 4 volts

Nota-se que E2 é negativo, o que está em acordo com nossa intuição. Quais são
outros métodos (caminhos) para solução deste problema?

PS 9-6 Determine a forma de onda na figura PS 9-6 a. Existem três fontes de


voltagem neste circuito: ej, que é um sinal dente de serra linear partindo de zero
volt no instante zero e terminando no valor de pico de 12 volts, apôs 2s; £"2,
uma fonte de voltagem cc; e e^, que é um sinal retangular negativo de 12 volts,
partindo no instante zero e permanecendo por 0,5 s.
SOLUÇÃO Com três fontes, precisaremos de trés circuitos equivalentes, um para
cada uma. A figura PS 9-6 b refere-se a ej e sua contribuição para a saída, O
valor de pico de j é obtido a partir da relação do divisor de voltagem. Então
3 quilohms II 6 quilohms ^ „
Coi = — Cl = 2,18 volts de pico
9 quilohms + (3 quilohms II 6 quilohms)

A contribuição da fonte cc E2 está considerada na figura PS 9-6 c.


6 quilohms II 9 quilohms
to2 = -—T-; ; ;; " volts = 3,27 volts
3 quilohms + (6 quilohms II 9 quilohms)

A contribuição de está considerada na figuraPS 9-6 d. A saída de pico


negativa é
o teorema da superposição 185

f '2V--3I I

yiJ' -12V

3K <r 6K g = . 2,18V
Cq2 ~ 3^7V
O 2 S

'03 = -3^7V

FIG. PS 9-6
Volts * O

10 -
((f)
9 -

8 -

7 -

6 -

S -

4 3^2 —
3^7
3 -

2 - --f 2,18
1 - 0,545
1 1 1
0,b 1 1,5 2 t(s)
-1

-2 -

-3 p _ _ _l 3,27
-4 -

-5 -

-6 -

-7 -

-8 -

_g

-10 -

[e]

3 quilohms II 9 quilohins
'O 3 - C-12 volts) = -3,27 volts
6 quilohms + (3 quilohms II 9 quilohms)

As três componentes de e^, estão superpostas (adicionadas algebricamente)


como mostra a figura PS 9-6 e, para obtermos a forma de onda No instante
188
Análise de Circuitos CG

PR 9-4 Represente a forma de onda para a figura PP 9-4 a.

^9V

RESPOSTA Veja a figura PR 9-4 b

A-

PR 9-5 Que voltagem Ex é necessária entre os terminais >15 na figura PR 9-5 para
Eo= O volt?

4K
•AAAr

3K. 6K,
(o Cj
36V

RESPOSTA £'^=-27volts
o teorema da superposição 189

PR 9-6 áepresente Cq para o circuito da figura PR 9-6 a.

o T,

o
no i;57-,

(o)

i-«í > 3,67

Ty T Tempo

(b)

RESPOSTA Veja a figura PR 9-6 b

I
--1-

T, 1,
192
Análise de Circuitos CG

P 9-5 Determine Eq na figura P 9-5.

WV

P 9-6 Que Ex é necessária para/ =O na figura P 9-6?

3lf> 6K.

2K.

•12V
193
o teorema da superposição

P 9-7 Determine na figura P 9-7.

'ZK >3K >6K

"6V "6V

P9-8 Determine o sinal de saída (ca) ®o nível de saída cc na figura P 9-8.


Represente a forma de onda total e^.
196 Análise de Circuitos CC

FIG. 10-1 b

Este teorema significa que podemos tomar dois pontos a q b para nossos
pontos de referência do sistema contido na caixa da figura 10-1 a e, olhando para
trás a partir dos dois terminais, no sentido da caixa, veremos o sistema da mesma
substituído por uma fonte de voltagem V^ç. em série com a resistência
equivalente como mostra a figura 10-1 b.
Se Fqc e /?th estiverem relacionadas adequadamente com o circuito da
figura 10-1 a, qualquer carga conectada ao sistema ou ao circuito equivalente
de Thévenin verá, exatamente, através dela, a mesma voltagem e corrente. Em
outras palavras, a figura 10-1 Z) é um circuito equivalente através do qual vê
precisamente o mesmo que o sistema da caixa, na figura 10-1 c. O problema
consiste então em relacionarmos Vqç e corretamente com o sistema elétrico
original. Isto quer dizer que é a voltagem que deveria ser medida entre os
terminais ab do sistema elétrico com a carga removida. Por este motivo,
chamamos de voltagem a circuito aberto. A resistênciath na figura 10-1 ô
é chamada de resistência equivalente de Thévenin e deve ser igual à resistência
vista, olhando a partir dos terminais ab da figura 10-1 a com a carga Rr
removida.

FIG. 10-1 c, d t e

-AAA/ WV
1,33Í2

ie)
Teorema de Thévenin 197

Vários métodos são usados para a determinação das componentes do


circuito equivalente de Thévenin. Um dos métodos consiste, por exemplo, em
medir a voltagem Voo com a carga removida, através de um voltímetro
conectado entre os terminais ab na figura 10-1 a. O voltímetro lê então Vqç.. Se
não existem fontes de voltagem ou corrente no sistema da figura 10-1 a e
somente resistências, podemos medir /?th colocando simplesmente um Ohmíme-
tro, ou outro instrumento disponível para medida de resistência, entre os
terminais ab com Ri removida. O Ohmímetro não poderia ser usado no caso de
existirem fontes de voltagem ou corrente no circuito, as quais iriam danificá-lo.
Se os elementos constituintes do circuito elétrico são conhecidos, é possível
calcular as componentes do circuito equivalente de Thévenin. Por exemplo,
suponhamos que o circuito elétrico da figura 10-1 út consiste no circuito simples
mostrado na figura 10-1 c. Empregando a relação do divisor de voltagem
podemos, por observação, escrever

(1) ^oc =—^ oluTis—(12 volts) =8volts


4 + 2ohms

Para determinarmos substituímos a fonte de 12 volts por sua resistência


interna, que é considerada desprezível ou englobada com o resistor de 2 ohms e
obtemos o circuito equivalente da figura 10-1 d. Olhando a partir dos terminais
ab, fica claro que a resistência que veremos consiste na combinação em paralelo
dos resistores de 2 e 4 ohms. Assim

(2) /?th = = 1,33 ohms


2+4

O circuito equivalente de Thévenin aparecerá como mostrado na figura 10-1 e.


Uma terceira aproximação para avaliação do circuito equivalente de
Thévenin, implica em cálculo ou medição, se os componentes do sistema são
conhecidos, como segue. Primeiro, medimos ou calculamos Vq(>; em seguida,
efetuamos física ou mentalmente um curto-circuito nos terminais ab e
calculamos, ou medimos, a corrente de curto-circuito que deveria fluir. Isto
resulta que com um curto-circuito nos terminais ab (veja figura 10-1 b), a
corrente de curto-circuito deve ser dada por

V,o c
(3) /,c =
^th

Para demonstrarmos que este método permite-nos a obtenção de /?th> vamos


olhar novamente a figura 10-1 c. Se colocássemos em curto os terminais a e b, o
resistor de 4 ohms seria curto-circuitado e a corrente de curto-circuito pelos
terminais a e b seria

íá\
W r = 12 volts = o, amp
Ac
2 ohms
200 Análise de Circuitos CG

FIG. 10-3

iò)

modo de dizer que = ej/íj. Uma palavra de alerta, entretanto: é importante,


quando este método é usado, que o sentido assumido para concorde com
aquele no qual tenta impulsionar i^.
A figura 10-3 a mostra a maneira correta de escolha de ij em concordância
com Cg. A figura 10-3 b mostra o caminho errado para a escolha de ig com
relação a e^. Deveria ser entendido que uma vez que pode variar em
polaridade, tanto quanto em amplitude com o tempo, os sentidos indicados de
referência para e representam sentidos de referência e um determinado
instante arbitrário de tempo. Aqui escolhemos para ser uma quantidade
positiva através da colocação dos sinais + e - para e^, no instante em que
queremos examinar o ij correspondente. Para vermos por que a figura 10-3 b está
errada, vamos primeiro analisar o método correto, como mostra a figura 10-3ú!.Pela
aphcação do nosso método, que" consiste claramente no fornecimento de uma
voltagem e na observação de como /j polariza podemos escrever

(1)

Resolvendo para r®sulta

(2) ^th =

Agora, na figura 10-3 b, polariza o lado superior de Rth, negativamente, com


respeito ao lado inferior, para a condição instantânea assumida. Neste caso,
escrevemos

(3) e» = —R th's
Teorema de Thévenin 201

Resolvendo a Eq. (3) para resulta

(4) ^th = - ^

Aparentemente, a Eq. (4) poderia resultar em um valor negativo para Rth» onde
não existe na verdade resistência negativa dentro da caixa.
Uma vez que é possível criar um circuito, o qual sintetiza uma resistência
negativa (que tem propriedades peculiares), é muito mais confuso cometer um
erro inicial e concluir que temos uma resistência negativa em uma caixa onde não
existe nenhuma, na verdade. Isto nos leva^^a ver, como veremos mais tarde, que
uma resistência negativa tem a propriedade de entregar potência a uma carga, ao
invés de absorvê-la, como uma resistência positiva comum o faria. O leitor deve
pensar nisto, através da substituição na equação P = RP, com R sendo
considerado como quantidade negativa e positiva respectivamente.
Agora vamos apresentar alguns problemas ilustrativos envolvendo aplicações
do teorema de Thévenin. Considere o circuito da figura 10-4 o. Para
determinarmos a corrente /, deveremos estar seguros de que entendemos a
implicação das fontes de 36 volts (positiva) e 24 volts (negativa). Se o circuito é
redesenhado, ele aparece como na figura 10-4Z?. Evidentemente, a corrente / é a
corrente que flui pelo resistor de 2 quilohms e pela fonte de 12 volts. Assim,
vamos supor que o resistor de 2 quilohms e a fonte de 12 volts constituem uma

FIG. 10-4fl e b

36V "ír
I
I

TVoe

1
(^1
204 Análise de Circuitos CG

Substituindo a fonte de 48 volts por sua resistência interna (suposta ser de zero
ohms), a resistência equivalente vista a partir dos terminais a t b consistirá de 6
quilohms em paralelo coin 4 quilohms. Então
„ (6 quilohms) (4 quilohms)
= 6quilohm.f 4quilohms =
O circuito equivalente de Thévenin está mostrado na figura PS 10-16.

PS 10-2 Desenvolva o circuito equivalente de Thévenin olhando a partir dos


terminais da figura PS 10-2úr.

FIG. PS 10-2

(6)

SOLUÇÃO Pela relação do divisor de voltagem


6 quilohms
'V oc (-36 volts) = -24 volts
3 quilohms + 6 quilohms

Curto-circuitando a fonte de 36 volts para determinar obtemos =6


quilohms II 3 quilohms = 2 quilohms.

PS 10-3 Thévenize olhando a partir dos terminais de saída da figura PS 10-3a.

-h36V

2K
6K, ::^36v 6K' 39.9V

FIG. 10-3 vqc


t/ ¥^4V
3K,
L 1^
1 3K, -rtr

-24

(o) {Ó) (c)


Teorema de Thévenin 205

SOLUÇÃO Para clarear a análise, o circuito completo que apresenta a relação


das fontes de potência com a massa (terminal inferior de saída), está mostrado na
figura PS lO-3b. O circuito visto consiste de duas fontes de potência conectadas
em série. Para determinarmos V^c precisaremos de qualquer maneira determinar
as voltagens ao longo de um percurso completo, desde o pé até a ponta da flecha
Voe- Então, a voltagem através dos resistores de 6 ou 3quilohins deve ser
determinada. Notamos que as fontes de 36 e 24 volts são série-aditivas e a
corrente do divisor é
36 volts + 24 volts
= 6,667 mA
6 quilohms + 3 quilohmes

A queda de voltagem através do resistor de 6 quilohms é então (6 quilohrhs) (7)


volts = (6 quilohms)(6,667 mA) = 39,99 volts. Assim, partindo do péda flecha Fqc
e prosseguindo até a ponta, através da fonte de 36 volts e do resistor de 6
quilohms, obtemos

Vqc - +36 volts 39,99 volts = -4 volts

O mesmo resultado poderia ter sido obtido partindo do pé da flecha Vqq, indo
24 volts para baixo, através da fonte de 24 volts e subindo (3 quilohms) (/) = 20
volts para obter a voltagem resultante de

Vqc = -24 volts + 20 volts = -4 volts

Para determinarmos 7?th vamos imaginar ambas as fontes de voltagem


substituídas por suas resistências internas (supostas igual a zero). Portanto,
olhando para os terminais Vqq, vemos os resistores de 6 e 3 quilolims em paralelo.
Assim, /?th ~ 6 quilohms II 3 quilohms = 2 quilohms.

PS 10-4 Determine / na figuraPS 10-4fl com a ajuda do teorema de Thévenin.


Compare seu resultado com o do problema P 9-4, onde este circuito foi resolvido
por superposição.

fíff,=i,2K
-AAA/ r-AAA^ ^

FIG. PS 10-4 ^
9.6 V

{b)

SOLUÇÃO Queremos encontrar /, a corrente através da fonte de 8 volts e do


resistor de 6 quilohms; portanto, vamos cortar o circuito nos pontos marcados
208 Análise de Circuitos CG

O sinal negativo é porque V^ç força / a circular no sentido oposto àquele


assumido.

PS 10-7 Desenvolva o circuito equivalente de Thévenin visto, olhando a partir


dos terminais ah na figura PS 10-7a

FIG. PS 10-7
-AAA,

[b] [c)
SOLUÇÃO Este problema deve ser resolvido por sucessivas aplicações do
teorema de Thévenin. Por exemplo, vamos inicialmente "thévenizar" a parte à
esquerda dos terminais XX na figura PS 10-7a. A corrente através dos resistores
de 2 e 3 quilohms é /i = (6 volts + 6 volts)/(2 quilohms + 3 quilohms) =2,4 mA e a
voltagem através do resistor de 3 quilohms é (3 quilohms)/i = 7,2 volts. Então

^oci ~ volts + 7,2 volts =1,2 volts

= 2 quilohms I 3 quilohms = 1,2 quilohms

Agora vamos atacar o resto do circuito, com vistas ao equivalente de Thévenin,


como mostrado na figura PS 10-7c, onde

/?th2 ~ ^thi II 6 quilohms


= 1,2 quilohms II 6 quilohms = 1 quilohms

6 volts + 1,2 volts


Eoc2 = -6 volts + 6 quilohms
1,2 quilohms + 6 quilohms
= O volt
Teorema de Thévenin
209

Una vez que Foc2 =O, a resistência efetivamente vista apartir dos terminais a e
6seja/?th2.

PS 10-8 Thévenize olhando a partir dos terminais a e h da figura PS 10-8a.

r—OÒ -ob
120V <
^ >30K
20V >
FIG. PS 10-8
60K> _4í.40\/
-oo

io) (b)

SOLUÇÃO Partindo do terminal a e olhando para um percurso de voltagens


conhecidas para atingir 9 terminal b, de maneira a obtermos temos

^oc = -40 volts + 20 volts + 120 volts = 100 volts


Omesmo percurso através destas fontes resulta em /?th =0.

PS 10-9 Avolt^em de saída de uma fonte de potência é 320 volts quando a


carga e igual a 2,8 quilohms e está conectada através dos terminais de saída
como mostra a figura PS 10-9. Se for alterada para 3,3 quilohms,
aumentara para 326 volts. Determine a resistência de saída da fonte de potência.
/o

FIG. PS 10-9

SOLUÇÃO Aresistência de saída da fonte de potência é vista olhando a


partir dos terminais de saída. Uma vez que =^Eo/Mo, vamos determinar
os valores correspondentes de E^ e 4, de forma que suas variações respectivas
possam ser avaliadas. Então quando
-Ê'o=-Ê'oi = 320 volts
temos

T -- 'oi
I -- TZi^20 volts
r— =114,3 mA
2,8 quilohms
Análise de Circuitos 00
210

e quando

Eo = Eo2 - 326 volts

temos

326 volts
Iq ~ ^02 = 98,79 mA
3,3 quilohms
Todavia

AEo =Eo2 -Eoi= 326 volts - 320 volts = 6 volts

^ A/o =/o2-4i= 98,79 mA-114,3 mA =-15,5rmA


O sinal negativo para AIq é devido ao fato de que um ^aumento na
corrente de carga causa uma diminuição na voltagem de saída. Assim,
usaremos apenas o valor de A/o. Portanto, a resistência Rq é
6 volts
= 386 ohms
/ÍO = ^th = —
A/o 15,51 mA

PS 10-10 A característica volt-ampère de saída de uma fonte de potência está


mostrada na figura PS 10-10. Determine a resistência de saída na faixa de Oa 1
amp.

FIG. PS 10-10

SOLUÇÃO Na faixa de Oa i amp, ou A/o =1 amp, a tensão Eo cai 5 volts, ou


AEo =S volts. Então Ro =AEolA Io =(5 volts)/(l amp) =5 ohms.

PS10-11 Determine /j, h, h, h e h na figura PS 10-1 Ia.


SOLUÇÃO Um circuito desordenado como este deve ser explorado por
sucessivas aplicações do teorema de Thévenin, embora outros métodos, como o
teorema de Millman, sejam possíveis. Como ponto de partida, os resistores de 3 e
6 quilohms e as fontes de potência associadas são thévenizados, como mostra a
Teorema de Thévenin 211

+ 240V +60V + 240V 2K


rVW-o
6K> t/5 2K> f/2 6K'

h t 1•

-120V 1 -=^ -120V


(4) [b)

+ 60V

HG. PS 10-11
' 1
2K 1K
r-A/W r-AAAr

T 30V ''4K

(C)

figura PS 10-1 lí). Nota-se que embora Fqc seja zero, neste caso, devemos ainda
manter /?th = 2 quilohms.
Em seguida, inserimos este /?th na fonte de 60 volts e seu resistor de 2
quilohms, como mostrado na figura PS 10-1 Ic, e thévenizamos novamente para
obter Vqq = 30 volts e Rth = 1 quilohm. Este é o circuito equivalente de Thévenin
completo que o resistor de 4 quilohms vê e assim Ii pode ser calculado como
Ii = (30 volts)/(4 quilohms + 1 quilohm) = 6 mA.
Agora podemos trabalhar nosso caminho de volta e calcular as demais
correntes. De/, calculamos Ei = (4 quilohmsX/i) = (4 quilohms)(6 mA) = 24 volts.
Com El conhecida, da figura PS 10-11a determinamos

, 60 volts —24 volts ,o .


h =— = 18 mA
2 quilohms

Í3 = I1-I2- 6 mA - 18 mA = -12 mA

O sinal negativo indica que flui no sentido oposto àquele suposto.


, 24 volts —(-120 volts)
is = ^ = 48 mA
3 quilohms
212 Análise de Circuitos CG

Nota-se que as fontes de +24 volts Qm Ex e -120 volts são série-aditivas


com relação à tendência de forçar a corrente através do resistor de 3 quilohms.
240 volts — 24 volts
= 36 mA
6 quilohms

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PR 10-1 Determine os elementos do circuito equivalente de Thévenin olhando a


partir dos terminais ab da figura PR 10-1.
-20V

RESPOSTA RtYx = 2,4 quilohms


Vqc = -12 volts

PR 10-2 Usando o teorema de Thévenin, determine na figura PR 10-2.

AAA/

:^24V

RESPOSTA /a = 0,19 amp

i-)
Teorema de Thévenín
213

PR 10-3 Determine / na figura PR 10-3.


>+24V

6k/

3K<' ^2K

-12V

RESPOSTA 7=0

PR 10-4 Thévenize olhando a partir dos terminais ab da figura PR 10-4.


•ob

RESPOSTA ^oc(flZ)) 10,8volts


Rth ~ quilohms
214 Análise de Circuitos CG

PR 10-5 Thévenize olhando a partir dos terminais ab na figuraPR 10-5.


-ob

-£2
[l^EOV
60K,

<•—AAAr-
20K

30K,
'60V
i: -oa

RESPOSTA Vociab) = ISOvolts


Rth =0

PR 10-6 Determine / na figura PR 10-6.


>+l20V -USOVC

•60 K P>30K

->w\^
60K

'30K <^20K ^30K


-240\/ -240V(:

RESPOSTA I = 0,353 mA
Teorema de Thévenin 215

PR 10-7 Determine a variação em / devida à mudança de E na figura PR 10-7.


6íi
rAAAr-f—o-

6V

6V

L
RESPOSTA AI- AE/R^^ onde ~ 2,4 ohms

PR 10-8 A figura PR 10-8 representa a voltagem de saída de uma fonte


experimental de potência em função da corrente de carga e temperatura. Qual a
voltagem de saída para 60 mA e 75°C?

/gímA)

RESPOSTA Eo = O volt
216 Análise de Circuitos CG

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 10-1 Thévenize olhando a partir dos terminais ab na figura P 10-1.

3K b
—V\A/— °

6K,
12V '

P10-2 Com a chave aberta na figura? 10-2, £*0 = 64 volts. Com a chave
fechada, /<> = 12 mA. Qual é o circuito equivalente de Thévenin para os
componentes da caixa?

n
Teorema de Thévenin
217

P 10-3 Quando Ri=\ quilohm,na figura P 10-3, Eq = -9 volts, e quando Ri = A


quilohms, Eq =-72 volts. Supondo elementos de circuito lineares na caixa,
determine o circuito equivalente de Thévenin.

P 10-4 Quando E= AQ volts na figura P 10-4, /= 8,5 ihA, e quando E=A2 volts,
/= 8,0 mA. Qual é a resistência de saída da caixa?
218 Análise de Circuitos CG

P 10-5 Determine / na figura? 10-5 com a ajuda do teorema de Thévenin.

3K 2K
r-AAAr -VWn

•6K
12V 8V

P 10-6 Determine E na figura P 10-6 com a ajuda do teorema de Thévenin.

+20 3K 2K -6V
o-AAAr7t^VSAr-o
/ J
^ ^6K
1
-36V
Teorema de Thévenin 219

P 10-7 Determine necessária para forçar uma corrente /y —6 mA no circuito


da figura P 10-7.
+ 18V

'6K

^3K

_L

P 10-8 Uma fonte de potência tem uma característica de saída como a mostrada
na figura? 10-8. Desenvolva um circuito equivalente de Thévenin válido desde O
até 200 mA de variação da corrente de carga.

•^o(mA)
200 280
220
Análise de Circuitos CG

P 10-9 Determine Eab na figura P 10-9.

+ 80V

'3K 6K

3K
AAAr b

12V

.6K ^4K

-40V

P 10-10 Use o teorema de Thévenin para determinar na figura? 10-10, se


/a = 5 mA.

/?4
4K
wv

/?2
—vw- AAA/—
2K

«1
1K 1,5K

120V -r
11 teorema
de Norton e teorema
de Miliman

Os teoremas de Norton e de Millman são ferramentas muito úteis da análise


de circuitos. Em combinação com o teorema de Thévenin ou o da superposição,
eles facilitam, de forma rápida, a análise de circuitos bastante complexos.
Para o entendimento completo do teorema de Norton é necessário,
primeiramente, entender o conceito de uma fonte de corrente.

11-1 O conceito de fonte de corrente

Em primeiro lugar, voltamos a considerar o conceito de uma fonte de


voltagem Uma fonte de voltagem foi descrita como uma caixa tendo dois
terminais, entre os quais uma força eletromotriz ou voltagem constante é
mantida. Em uma fonte de voltagem ideal, onde a resistência interna é zero, a
voltagem mantida entre os terminais de saída será constante, independente da
corrente de carga. Agora desejamos postular alguma coisa chamada de fonte de
corrente constante. Uma fonte de corrente constante pode ser considerada como
222 Análise de Circuitos CG

sendo uma caixa tendo dois terminais e B, como mostrado na figura 11-1. Esta
caixa tem como propriedade particular a tendência de forçar uma corrente
constante / através de qualquer valor da resistência de carga Ri conectada aos
terminais de saída. Deve ser entendido que em uma fonte de corrente ideal a
corrente I que flui através da carga é independente da mesma. Em outras
palavras, a corrente / fluirá, através de Ri, com a mesma intensidade,
independente do valor de Ri ser igual a zero ohms, ou a um milhão de ohms, ou
outro valor qualquer.

FIG. 11-1 £

O símbolo que utilizamos neste livro para uma fonte de corrente constante
é um círculo cofti uma flecha inscrita, como mostrado na figura 11-1. Nota-se
que se a corrente / é fixada, a voltagem E desenvolvida nos terminais de saída
dependerá apenas do valor de Ri, conforme dado pela lei de Ohm, E = RiL
Assim, para qualquer valor dado de /, quanto maior fizermos Ri, maior será E*.
Por esta razão, pode ser perigosa para o equipamento e o pessoal técnico a
remoção da resistência de carga de um circuito eletrônico que simula uma fonte
de corrente constante.

FIG. 11-2

/3

Da mesma forma que não existe fonte de voltagem constante ideal, não
existe fonte de corrente constante ideal. Uma fonte de corrente prática ou não
ideal está mostrada na figura 11-2. A parcela de corrente suprida pela fonte de
corrente é designada como I^q e a sua resistência interna finita /?th ®stá colocada
Teorema de Norton e teorema de Miliman 223

em paralelo com a fonte de corrente.' Assim, uma fonte de corrente, na prática,


consistirá de uma fonte de corrente ideal com alguma resistência shunt
ver como esta fonte prática de corrente opera, vamos considerar os seguintes
extremos. Se um curto-circuito é colocado nos terminais AB, na figura 11-2, a
corrente que fluirá durante o curto-circuito é a máxima corrente possível
que pode ser retirada da fonte de corrente. Se uma carga finita Ri é colocada
nos terminais AB na figura 11-2, a corrente /sc dividir-se-á entre Ri e a
resistência interna acordo com a relação do divisor de corrente. Se Ri
for muito menor que então, para todos os fins práticos, a corrente que
fluirá pelo terminal A, através da carga e de volta ao terminal B será igual a /gc-
Quando Ri aumenta de valor, a corrente /sc tende a ser desviada mais e mais
para a sua própria resistência interna /?th> 6 quando Ri = ^ corrente na
carga será igual à metade de I^q. À medida que Ri vai se tornando cada vez
maior, digamos infinita, a voltagem através dos terminais AB ficará limitada por
um valor finito igual a Voc~ ^thhc Assim, vemos que em uma fonte de
corrente, na prática, existe uma corrènte máxima de curto-circuito (quando
Ri = 0) e uma tensão terminal máxima (quando Ri = infinito) Vqç.
f^th
AAAr-

FIG. 11-3

^OC-=F >R,

Uma fonte de corrente pode ser simulada pOr uma fonte de voltagem Fqc
em série com uma resistência R^y^, que é muito maior, em relação ao maior valor
admitido para a carga Ri, com um circuito conforme mostrado na figura 11-3.
Suponhamos, por exemplo, que Ri é uma resistência que pode variar, de alguma
maneira, entre O e 100 ohms e que queremos que a corrente através de Ri seja
essencialmente constante em 1 mA. Poderíamos então raciocinar como segue. Se
queremos que a corrente através de Ri seja essencialmente independente de Ri,
vamos escolher um valor de seja muito maior que Ri, digamos 100
vezes maior, em que, para todos os fins práticos, a corrente / seja essencialmente
determinada por e /?th. do que Ri. Desde que o máximo valor de
Ri é 100 ohms, vamos escolher /?th igual a 100 vezes 100 ohms, ou seja, 10
quilohms. Então, a voltagem através de Ri será desprezível em relação à voltagem
através de /?th- Portanto, o valor necessário de será dado por
Vqq ^RxyJ= (10 quilohms)(l mA) = 10 volts. Obviamente, então, quando = O,
í^oc/^th~00 volts)/(10 quilohms) =1mA, e quando Ri =100 ohms =0,1
quilohm, /= (10 volts)/(10,l quikohms) ~1 mA. Nota-se que através da escolhade
/?th> tanto maior em relação a Ri quanto desejarmos, podemos obter qualquer
grau de simulação de uma fonte de corrente, independentemente do valor de Ri.

Uma fonte de corrente ideal tem resistência interna infinita.


224 Análise de Circuitos CG

11-2 Teorema de Norton

O teorema de Norton estabelece que qualquer sistema linear deresistências e


fontes de voltagem ou corrente, visto a partir de dois pontos quaisquer do
sistema, pode ser substituído por uma fonte de corrente e uma resistência
•'^th equivalentes, estando em paralelo com a fonte de corrente, como
mostrado na figura 11-2. A fonte de corrente determina a máxima corrente
possível, que poderia fluir por um curto-circuito aplicado aos terminais AB, e a
resistência é a resistência equivalente de Thévenin, olhando o sistema a partir
dos terminais AB. Portanto, no circuito equivalente de Norton, R^l^ aparece em
paralelo com a fonte de corrente e não em série com a fonte de voltagem, como
no circuito equivalente de Thévenin. A ponta da flecha no símbolo da fonte de
corrente, neste livro, representa o sentido do fluxo de elétrons.
Para vermos como o teorema de Norton pode ser aplicado, vamos
considerar a figura 1\-Aa, na qual desejamos desenvolver o circuito equivalente
de Norton, olhando o sistema a partir dos terminais AB. Assim, devemos
determinar /^c e Se consideramos um curto-circuito nos terminais AB, na
figura 1l-4úr, a corrente que vai fluir através do curto-circuito, no sentido de A
para B, será dada por —(24 volts)/(6 quilohms) =4 mA. O circuito equivalente
de Norton apresentado na figura 1\-Ab mostrará uma fonte de corrente de 4 mA,
com a flecha orientada para baixo, de forma que um curto-circuito, estabelecido
nos terminais AB, provocará um fluxo de corrente do terminal A para o terminal
B. Isto acontece porque, na figura 1l-4a a bateria de 24 volts forçará uma
corrente de A para B, através do curto-circuito. A resistência vista a partir dos
terminais AB na figura 1l-4út determina Obviamente, se a fonte de 24 volts
for substituída pela sua resistência interna (suposta igual a zero), o valor de
será de 6 quilohms emparalelo com3 quilohms = 2 quilohms.

4 mA
24V-=

FIG. 11-4

vw
Jir,-
Teorema de Norton e teorema de Miliman 225

Seria interessante, neste ponto, desenvolvermos o circuito equivalente de


Thévenin da figura 11-4a, que está mostrado na figura 11-4c. Ao invés de
desenvolvermos o circuito equivalente de Thévenin da figura ll-4c, diretamente,
da figura 1l-4a, poderíamos também desenvolvé-lo a partir do circuito
equivalente de Norton da figura WAb. A voltagem Fqc entre os terminais AB,
na figura 11-4Zj, é simplesmente = (4 mA)(2 quilohms) = 8 volts. Isto
determina então para a figura 1l-4c. A resistência vista a partir dos
terminais AB da figura ll-4b é simplesmente 2 kilohms. Assim, /?th no circuito
equivalente de Thévenin da figura 11-4c é também 2 quilohms. Em geral,
convertendo um circuito equivalente de Norton para um circuito equivalente de
Thévenin Foc= /?th/sc-
Usualmente, é mais fácil desenvolver o circuito equivalente de Thévenin de
qualquer sistema. Algumas vezes, entretanto, é mais conveniente o uso da
representação de Norton. O problema consiste em converter, nestes casos, o
circuito equivalente de Thévenin, na figura 11-5, para um circuito equivalente de
Norton. Isto pode ser facilmente executado, colocando um curto nos terminais
AB na representação de Thévenin e considerando que = í^oc/^th- A
resistência em paralelo com na representação de Norton, é simplesmente a
/?th do circuito equivalente de Thévenin.*

•AAAr

FIG. 11-5
~^oc "^th
-

PROBLEMA Determine a corrente / na figura 1l-6a usando o teorema de


Norton.

SOLUÇÃO Consideraremos a fonte de 8 volts e o resistor de 6 quilohms como


uma caiga. Interrompemos o circuito nos terminais XX e removemos
temporariamente a carga. Agora, colocamos um curto-circuito nos terminais XX,
como mostrado na fi^ra 11-66, e computámos a corrente de curto-circuito
O sentido de referência para Ig^ foi escolhido, arbitrariamente, no mesmo sentido
que a corrente desconhecida /. Pela superposição, podemos escrever para a
figura 11-66

16 volts 14 volts
•^sc ~
2 quilohms 3 quilohms

= 8,00 mA —4,67 iiiA = 3,33 mA


226 Análise de Circuitos CG

2K
•AAA/ rAAAr ^^-3,33 mA
1)-
•3K

-=-16V :i6v

=-14V —14V

ia)

/- =0,555 mA
n^'
— 8V

FIG. 11-6
(ptss ICzK i
I mA <
®3^m^1.2K
1 N
•6K

ic) (d)

7^=1,11 mA i.2K /=-0,556 mA


! VW
f^th
—8V ^8V

1,2K,
3,996V

Ke) if)

Removendo o curto-circiiito dos terminais XX, vemos que Rth = 2 quilohms


em paralelo com 3 quilohms =1,2 quilohms. Assim, o circuito equivalente de
Norton aparecerá como na figura 1l-6c. Conectamos também a carga total aos
terminais XX.

A corrente / na figura 1l-6c é determinada pela fonte de corrente e


pela fonte de 8 volts que é parte da carga. Então, para determinarmos /,
deveremos aplicar o teorema da superposição e considerar apenas uma fonte de
cada vez. Por exemplo, na figura 1l-6d consideraremos apenas a contribuição da
fonte de corrente para /. Esta contribuição, designada Ig, é, pela relação do
divisor de corrente.

1,2 quilohms
X,= (3,33 mA) = 0,55 mA
6 quilohms + 1,2 quilohms

Na figura 1l-6e consideramos a contribuição da fonte de 8 volts para a


corrente /. Esta contribuição, designada Ib, fluirá claramente em sentido oposto
Teorema de Norton e teorema de Miliman 227

àquele indicado para 1. Nota-se que a fonte de corrente é retirada do circuito,


conforme a figura ll-6e . Pela lei de Ohm

8 volts
Ib = •= 1,111 mA
1,2 quilohms + 6 quilohms

Entretanto

I = Ia-Ib= 0,555 mA - 1,111 mA = 0,556 mA

Como comprovação de nossa aplicação do teorema de Norton, vamos


aplicar o teorema de Thévenin à figura 1l-6a e determinar / usando um circuito
equivalente de Thévenin. Isto resulta na figura 11-6/, que nos leva ao mesmo
resultado para /.

11-3 Teorema de Miliman

O teorema de Millman, que é melhor explicado através de exemplos,


descreve um meio conveniente de determinação da voltagem entre dois
terminais A q B, em um sistema, da forma mostrada na figura 1l-7a. O teorema
é aplicável, se existem mãis de três braços e a fonte de voltagem existente no
braço de circuito, se houver, pode ter qualquer polaridade arbitrária.

-o8

FIG. ll-7a
/?, Kaff

-OÂ

Especificamente, o teorema de Millman estabelece que para um sistema da


forma mostrada na figura 1l-7ú!

V - - ^2/^2 01^3 (11-1)


1//?, +l//?2 +l//?3

Uma maneira conveniente de memorizar o teorema de Millman é notar que


o numerador contém cada voltagem do braço de circuito dividida pela resistência
do braço e que o sinal (-t ou -) que aparece nos termos do numerador depende
apenas da tendência da voltagem do braço de circuito em fazer uma
228 Análise de Circuitos 00

quantidade positiva ou negativa. Por exemplo, tende a fazer uiria


quantidade positiva; portanto, ela aparece no numerador com um sinal positivo,
que está subentendido à sua frente. Por outro lado, tende a fazer V^b
negativa, e assim o termo EijRi é prècedido de sinal negativo. O braço não
contém fonte de voltagem, e então temos 0/^3 ou, simplesmente, podemos
omitir aquele termo. O denominador da expressão para Vj^b contém as
recíprocas das resistências de cada braço e isso é verdadeiro se o braço de circuito
contém ou não uma fonte de voltagem. Nota-se também que todas as resistências
no denominador são positivas, embora em um dado braço particular a fonte de
voltagem possa estar contribuindo para Vy\^B ser negativa. Apenas, em situações
muito raras, poderemos encontrar uma resistência negativa no braço de circuito,
caso em que o sinal negativo seria usado.
A voltagem que o teorema de Millman nos permite determinar
poderia facilmente ser a voltagem Fqc de um circuito mais complicado que
desejássemos thévenizar. Além do mais, o denominador da expressão do teorema
de Millman é IjRi + l//?2 +l//?3 =l/^eq> onde R^ç^ é a resistência equivalente
dos três braços em paralelo. Assim, R^q é também vista a partir dos
terminais AB. Então

1
(1) ^th - (11-2)
l/Ri + I/R2 + IIR3

que, você deve lembrar, é a fórmula para resistores em paralelo.


Podemos facilmente provar o teorema de Millman pela utilização do
teorema de Norton. Por exemplo, se isolamos o braço Ei-Ri do resto do
circuito, e convertemos esta fonte de voltagem com suas resistências em série
para uma fonte de corrente correspondente, com resistência em paralelo, obtemos

{ó)

FIG. 11-7 b e c

/?, /?2 w ./?,||/?2||/?3

.6.-
ic)
o-

v,-íí'i ntô ^
Teorema de Norton e teorema de Miliman 229

4c e a resistência em paralelo Ri, conforme mostrado na figura 11-7 b.


Em seguida, isolamos o braço E2/R2 e o convertemos para um circuito
equivalente de Norton. E, finalmente, o mesmo para o braço R^, que não
contém fonte de voltagem e, portanto, não conterá fonte de corrente de
curto-circuito em paralelo com R^. Uma vez que todos os trés braços estão em
paralelo, como mostrado na figura 11-7 a, temos que o circuito equivalente de
Norton deve também estar em paralelo, como mostrado na figura 11-7 b. O
próximo passo é simplificar a figura 11-7 b para a figura 11-7 c. Os três resistores
{Ri, R2 QR3, que estão em paralelo) podem ser combinados em uma única
resistência equivalente 7?^^ = /?! Il7?2 Il7?3. A corrente resultante através de
será igual à diferença entre as duas fontes de corrente, uma vez que elas estão
tentando forçar a corrente através de 7?th sentidos opostos. Então, a corrente
de curto-circuito resultante através de e

(2)
Ri R

A fonte de corrente Ei/Ri possui sinal positivo, porque tem a tendência de


tomar positiva, enquanto que a fonte de corrente E2/R2 possui sinal
negativo, porque tem a tendência de tornar negativa.
Inspecionando a figura 11-7 c, podemos escrever

(3) V^g = =(«. IIIIR,) (^ _^ )


Ri R2

Substituindo a Eq. (1) na Eq. (3), temos

(4) Vab = EJR^-EiIR,


l/«, + \IR2 + IIR,

que é a expressão do teorema de Millman.


PROBLEMA Determinar Ii, I2 e /a na figura 11-8 com a ajuda do teorema de
Millman.

Í+240V

^21 SlOK

FIG. 11-8
/,! J>16K

>-120V -60V

SOLUÇÃO Se pudermos determinar a voltagem Vx na figura 11-8, a diferença


de voltagem através de cada resistor poderá ser conhecida; e desde que os valores
são conhecidos poderemos, pela lei de Ohm, determinar as correntes
correspondentes. A voltagem Vx, pelo teorema de Millman, é
230 Análise de Circuitos CG

240 volts 120 volts 60 volts


10 quilohms 16 quilohms 6,8 quilohms
=

10 quilohms 16 quilohms 6,8 quilohms

24 mA —7,5 mA —8,82 mA
0,1 +0,0625 +0,147
quilohms

7,68 mA
= 24,8 volts
0,309/quilohms

Lembremos que kilohms significa 10^ ohms e que miliampères significa 10 ^


amp.
A corrente Ii através do resistor de 16 quilohms será igual à diferença de
voltagem através do mesmo resistor, dividida pelo seu valor. A diferença de
voltagem através do resistor é igual à voltagem na ponta da flecha de /i, menos a
voltagem no pé da flecha /i. Estas voltagens podem ser quantidades positivas ou
negativas. Então

j _ -(-120 volts) 24,8 volts +120 volts


^ 16 quilohms 16 quilohms

= 9,05 mA

Da mesma forma, a corrente I2 será dada pela voltagem na ponta da flecha


I2, menos a voltagem no pé da flecha /j, dividida pelo valor da resistência,
através da qual estas voltagens aparecem. Então

240 volts —Vx _ 240 volts —24,8 volts


h =
10 quilohms 10 quilohms

= 21,5 mÁ

Da mesma forma

r _ Vx ~ (-60 volts) _ 24,8 volts + 60 volts


h -
6,8 quilohms 6,8 quilohms

= 12,5 mA
Teorema de Norton e teorema de Miliman 231

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES

PS 11-1 Nortonize o circuito equivalente de Thévenin da figura PS 11-1 a

2íi
—V\A/ oB

FIG. PS 11-1
i2v:^ ^•^6omp ^2íi
-oA -oA

ia) iò)

SOLUÇÃO

hc{AB) = 12 volts/2 ohms = 6 amp


/?th ~ 2 ohms

O circuito equivalente completo de Norton está mostrado na figura PS 11-1 à

PS 11-2 Thévenize o circuito equivalente de Norton da figura PS 11-2a:

—oB AAA^ OB
9Í1
1 amp
9V
FIG. PS 11-2
(D •9Í1

-OA -OA

ia) (/>)

SOLUÇÃO

^ocCAB) = -9 volts
i?th ~ 9 ohms

O circuito equivalente de Thévenin completo está mostrado na figura PS 11-2 b.

PS 11-3 Determine / na figura PS 11-3 a com a ajuda do teorema de Norton.


SOLUÇÃO O resistor de 2 quilohms é considerado como uma carga e o circuito
equivalente de Norton é desenvolvido olhando à esquerda do resistor de 2
quilohms. Se retiramos o resistor de 2 quilohms e colocamos um curto-circuito em
232 Análise de Circuitos CG

6K

I2V
2mA /=TmA)

FIG. PS 11-3
•3K *2K
© '2K '2K

seu lugar, a corrente de curto-circuito será (12 volts/6 quilohms) = 2 mA. A


resistência /?th vista pelo resistor de 2 quilohms consiste de um resistor de 6
quilohms em paralelo com um resistor de 3 quilohms, ou seja, um resistor
equivalente de 2 quilohms. Então, o circuito equivalente de Norton aparecerá
conforme mostrado na figura PS 11-3 b. Usando a relação do divisor de corrente,
obtemos 1=1 mA.

PS 11-4 Determine Vq^ na figura PS 11-4 a.

12mA

=:i2v

FIG. PS 11-4
12mA

(T) 3K^ 6K> iÍ7<ri =-24V 3K 1^2 "4V


=.I2V

(Z.) ic)

SOLUÇÃO Uma vez que a fonte de corrente de 12mA e a bateria de 12 volts


constituem duas fontes separadas neste circuito, pode ser determinada pela
superposição das contribuições individuais de cada fonte. Na figura PS 11-4 b
consideramos apenas a contribuição da fonte de 12 mA. A fonte de voltagem de
12 volts foi substituída pela sua resistência interna, suposta igual a zero, que se
encontra em série com o resistor de 6quilohms. Assim, = (-12 mA)(2
quilohms) = -24 volts.Na figura PS 11-4c consideramos apenas a contribuição da
fonte de 12 volts. A fonte de corrente de 12 mA foi substituída pela sua
resistência interna, que é um circuito aberto. Aplicando a relação do divisor de
voltagem à figura PS ll-4c, obtemos volts. Portanto, pela superposição,
^oc ~ ^oci ^oc2 ~ "24 volts + 4 volts = -20 volts.
Teorema de Norton e teorema de Miliman 233

PS 11-5 Determine a corrente I na figura PS 11-5a.

10K
rAAA^
6,32mA
I2mA

FIG. PS 11-5
5,68mA

SOLUÇÃO Vamos, inicialmente, gerar um circuito equivalente de Norton à


esquerda dos terminais XX. Assim, /sc = (120 volts)/(10 quilohms)= 12 mA e
/?th = 10 quilohms. Agora, vamos conectar o restante deste circuito, removendo,
entretanto, o resistor de 4 quilohms, de forma a obtermos o circuito da
figura PS 11-5 b. Esta figura indica-nos que os braços contendo os resistores de 6
e 4 ohms e de 3 e 6 ohms, respectivamente, estão em paralelo e, assim, a
resistência equivalente será muito menor que o resistor de 10 quilohms. Desta
forma, a fonte de corrente de 12mA pode ser considerada como fomecendo
corrente apenas aos dois braços formados pelos resistores de 6 e 4 ohms, e de 3 e
6 ohms, respectivamente. Usando a relação do divisor de corrente, a corrente no
braço dos resistores de 6 e 4 ohms é
3 + 6 ohms
/i = (12 mA) = 5,68 mA
3 + 6 + 6 + 4 ohms

e a corrente no braço dos resistoresde 3 e 6 ohms é


6 + 4 ohms
h = (12 mA) = 6,32 mA
3+6 + 6 + 4 ohms

Assim Fqc, na figura PS 11-5 b, é dada (partindo do pé da flecha V^ç. em direção


à sua ponta) por

Vqc = -(6 ohms) (6,32 mA) + (4 ohms) (5,68 mA) = -15,2 mV


A resistência Rm vista pelo resistor de 4 quilohms consiste da associação em
série dos resistores inferiores de 6 e 4 quilohms, os quais encontram-se em paralelo
com a associação em série dos resistores superiores de 6 e 3 quilohms, conforme
visto na figura PS 11-5 b, ou

/?th ~ (4 ohms + 6 ohms) II (6 ohms + 3 ohms) = 4,74 ohms


Uma vez que ^th ® muito menor que o resistor de carga de 4 quilohms, para
todos os fins, na prática, podemos dizer que /=-(15,2 mV)/(4 quilohms) = -
-3,8 /i A. A corrente I é negativa porque a polaridade de Voe é tal que tende a
234 Análise de Circuitos CG

fazer / circular no sentido oposto ao assumido inicialmente. O resistor de 10


(juilolims e desprezado no cálculo de devido ao fato de seu valor ser muito
superior aos demais resistores em paralelo com ele.

PS 11-6 A figura PS 11-6 mostra o circuito equivalente de uma fonte de corrente


de uma válvula a vácuo, também aplicável a um transistor de efeito de campo.
Estes conceitos serão melhor considerados em estudos futuros; entretanto, no
momento, vamos apenas reconhecer a existência de uma fonte de corrente gm^gi
cuja corrente está dividida entre a resistência e a resistência de carga R^.
Nosso objetivo é determinar a voltagem de saída Cq que se encontra disponível,
por efeito da introdução de um sinal Cg. Em outras palavras, estamos procurando
o ganho de voltagem A que é a relação O parâmetrog^ é chamado de
transcondutâncm do dispositivo (válvula ou transistor) e é medida em mhos.
Desta forma, multiplicando mhos por Cg volts obtemos uma carga gm^g' Além
do mais, uma vez que Cg é uma voltagem entre os terminais K e G, vemos que a
fonte de corrente g^^Cgé o que poderia ser descrito como uma fonte de corrente
dependente da voltagem. Agora, vamos resolver o problema.

FIG. PS 11-6

SOLUÇÃO

(1) Cn - -RíL'p
i

Pela relação do divisor de corrente

(2) Itt — (jSm^g)

Substituindo a Eq. (2) na Eq. (1) e dividindo ambos os lados por Cg para
obtermos o ganho de voltagem, vem

(3) A = — =
eg rp+Ri
A quantidade gf^^rp é um parâmetro das válvulas a vácuo chamado n. Isto é,
Sm''p ~ M• Substituindo na Eq. (3) obtemos
(4) Al/ = -

rp +Rl
Teorema de Norton e teorema de Miliman 235

PS 11-7 Determinar a corrente I na figura PS 11-7, usando o teorema de


Millman.

+ 60V

•5K

20K
FIG. PS 11-7 -40VO VW

'A
'10K

1
-120V

SOLUÇÃO Se pudermos determinar a voltagem Vx pelo teorema de Millman, a


corrente I será facilmente obtida. Pelo teorema de Millman podemos escrever
60 volts 120 volts 40 volts
5 quilòhms lOquilohms 20quilohms
F. =
1 1 1

5 quilòhms 10 quilòhms 20 quilòhms 4 quilòhms

-2 mA
= -3,333 volts
0,6 X 10"^ mho

Uma vez que Vx é uma quantidade negativa, isto significa que a ponta da flecha
Vx é negativa com respeito à sua outra extremidade. Portanto, a corrente através
do resistor de 4 quilòhms fluirá no sentido oposto àquele suposto inicialmente.
Assim, podemos escrever

/ = - 3,333 volts ^ gg2 mA


4 quilòhms

PS 11-8 Determinar a corrente I na figura PS 11-8 a.


SOLUÇÃO Consideremos o resistor de 2 quilòhms como uma carga e o
removemos, temporariamente, do circuito. Em seguida, geramos um circuito
equivalente de Thévenin entre os pontos A e terra; e, um outro circuito
equivalente, entre os pontos B e terra. Agora usamos o teorema de Millman para
determinar e Então

360volts 60 volts 120 volts


8 quilòhms 3 quilòhms 4 quilòhms
(1) FqcA ""
8 quilòhms 3 quilòhms 4 quilòhms
236 Análise de Circuitos CG

35 mA
0,708 X 10"^ mho

(1,41 quilohms) (35 mA) = 49,4 volts

+ 360V

FIG. PS 11-8
-120V +60V -120V

1,41 K B 1,82K
AAAr
2K

^OC/I ^OCB
49.4 ZZIM

1
{à)

O termo igual a 1,41 quilohms na Eq. (1) é a recíproca do denominador e


representa a impedância equivalente de Thévenin vista a partir dos
terminais A e terra. Então

(2) ^th>l ~
1 1 1
8 quilohms 3 quilohms 4 quilohms

= 1,41 quilohms

Da mesma forma, temos

360 volts 60 volts 120 volts


+
y ^ quilohms 5quilohms 4quilohms
10 quilohms ^5quilohms ^ 4quilohms
Teorema de Norton e teorema de Miliman 237

18 mA
0,55 X 10"^ mho
=(1,82 quilohms)(l8 mA) = 32,7 volts

O termo l,82quilohmsna Eq. (3) é a impedánda equivalente de Thévenin


vista a partir dos terminais B e terra. Isto é,

(4) ^thí=- 1
'
1 1
lOquilohms 5 quilohms 4 quilohms

= 1,82 quilohms

Nota-se que não é necessário repetir os itens (2) e (4) uma vez que essas
quantidades foram determinadas em cálculos nos itens (1) e (3). Os items (2)e
(4) foram incluídos aqui para tomar clara ao leitor a compreensão da origem de
^tk4 ®^th5*
O circuito equivalente de Thévenin completo aparecerá então como mostra
a figuraPS 11-8h. Uma vez que Kqc/I é maior que VocB^ temos que a corrente /
fluirá no sentido oposto àquele anteriormente suposto. Então escrevemos

j _ 49,4 volts —32,7 volts


1,41 quilohms + 2 quilohms + 1,82 quilohms

= -3,19 mA

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PR 11-1 Desenvolver o circuito equivalente de Norton para o circuito da


figura PR 11-1.

^12V

RESPOSTA hc{,BA) ~ 4mA


/?th ~ ^ quilohms
238 Análise de Circuitos 00

PR 11-2 Thevenize o circuito da figura PR 11-2.

>'«tf f O
0 3mA <f5K

RESPOSTA Vqc(AB) ~ ISvolts


Rff^ = Squilohms

o.' •iíKí- '•

t .xríp U.
:.v' í< f Kií. • . í\

'V' .-a'- J ; )r;


,.<p •;t- •

PR 11-3 Nortonize o circuito da figura PR 11-3.

-A/VV i' i-n ' i

120V ^8K

RESPOSTA hc{AB)= 20mA


.- í ;-í'I
Rx\^ = 3,43 quilohms

• ^

A f ^ 'V ^;\nv
Teorema de Norton e teorema de Miliman 239

PR 11-4 Determine I na figura PR 11-4 com a ajuda do teorema de Norton.


•+24V

3K,^

3K. •1.5K

RESPOSTA /=2mA

PR 11-5 Estimar / na figura PR 11-5.

10K
^AAr

— 100V >60ÍÍ >30íi

RESPOSTA I ^ 6,67 mA
240 Análise de Circuitos CG

PR 11-6 Determinar E na figuraPR 11-6.

^18V

RESPOSTA £•=-5,33 volts

PR 11-7 Determine Ey^g na figura PR 11-7.

<,

RESPOSTA E^g = -2,4volts


Teorema de Norton e teorema de Millman
241

PR 11-8 Determinará' na figura PR 11-8 pelo teorema de Millman.


+ 80

6,8K.

12K> 4

-40

RESPOSTA E= 17,6volts

PR 11-9 A figura PR 11-9 representa o circuito equivalente de um transistor. A


enUada é alimentada por uma fonte de corrente e internamente ao transistor
existe uma fonte de corrente dependente oãg. Isto é, qualquer que seja o valor de
ig na entrada, esta fonte dependente de corrente gera a (alfa) vezes esta
quantidade de corrente. O parâmetro (alfa) é apenas um fator escalar (número
puro). Se ig- 1mA, Tg - 0,03 quüohm, rj, =0,5 quüohm, =980 quüohms,
Rl 12 qmlohnis e «-0,98, determinar e^. Sugestão: Tente o teorema da
superposição e procure algumas aproximações úteis.
aig

WV

RESPOSTA Co = -ll,7volts
242 Análise de Circuitos CG

PR 11-10 Determinar / na figura PR 11-10.

+40V +60\/

5K c^SK

RESPOSTA I = 0,24 mA.

PR 11-11 Thévenize olhando a partir dos terminais AB da figura PR 11-11.

-oB

4mA
0 6K,

12V —

l -oA

RESPOSTA Voc(AB) = 24 volts


/?th ~ 6 quilohms
Teorema de Norton e teorema de Miliman 243

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 11-1 Thévenizar o circuito da figura P ] 1-1.

•—VW——Ofl
3K

^3mA í
— OA

P 11-2 Nortonizar o circuito da figura P 11-2.

-wv———o»
2K
Análise de Circuitos 00
244

P 11-3 Determinar / na figura P 11-3.

0.3K

^2amp ^ • 0.1K *• 0,2K J

P 11-4 Determinar na figura? 11-4.

>4mA

r®i
-*—Wv—*
6K
OB

2mA

^3K <|9K

> O»
Teorema de Norton e teorema de Miliman
245

P 11-5 Determinar / na figura P 11-5.

5mA\
d)

P 11-6 Determinar / na figura P 11-6.

6,8K<

4,7K P /I ^ 3;}K
O -8V O -6V
246 Análise de Circuitos CG

P 11-7 Determinar na figura? 11-7.


OB

O I 5mA

P 11-8 Determinar na figura? 11-8.

-OB

\ J ^lOK ^6K
f3mA
r
18V.

\ J 3mA
Teorema de Norton e teorema de Miliman
247

P 11-9 Determinar V^b na figura P 11-9.


t

4K
-vw-

8K
-VA-
12 teoremas
da compensação,
da máxima transferencia
de energia
e da reciprocidade

12-1 O teorema da compensação


O teorema da compensação estabelece que qualquer resistor R (figu
ra 12-1 á) percorrido por uma corrente inicial /,• em um sistema pode ser
substituído por uma fonte ideal de voltagem (resistência zero) E cuja voltagem
terminal seja igual à voltagem desenvolvida através de R pela corrente /,•
(figura 12-1 b). Note que a polaridade de E na figura 12-16 é a mesma que
aquela que // polariza R, isto é, negativa na extremidade do resistor por onde /,•
entra.
Esta maneira de apresentar o teorema da compensação não é de muita
utilidade. Em geral, estamos interessados na determinação da variação de uma
corrente em determinada parte de um circuito, devido a uma variação em uma
resistência do braço correspondente. Pela combinação dos teoremas da
compensação e da superposição obtemos uma forma modificada do teorema da
compensação, conforme segue.
250 Análise de Circuitos CG

•^^E=I,{àR)
FIG. 12-1

JA£=-/,(A/P)

Se uma resistência R em um braço de circuito de um sistema elétrico varia


de uma quantidade Ai?, as variações da corrente resultante dentro do sistema
podem ser determinadas pela inserção no braço em questão de uma fonte de
voltagem AE = Ii AR, onde // é a corrente inicial do braço de circuito
considerado. O sentido de referência admitido para AE é Xú que ele simula uma
fonte que se opõe ao fluxo de Por exemplo, na figura 12-1 c a fonte AE
aparece de forma a contrariar o fluxo de corrente //. Se R aumenta, AR é uma
quantidade positiva q AE tem de fato a polaridade mostrada na figura 12-1 c.
Entretanto, se R diminui, AR vem a ser uma quantidade negativa, como
mostrado na figura 12-1 d, de forma que A £" = /,• (-A/?) = -// A R. Para evitarmos
trabalhar com AE negativo, como na figura 12-1 <i, precisamos apenas inverter a
polaridade de A1? de forma a chegarmos à figura 12-1 e.
Uma vez que a inserção da fonte A E apenas compensa a mudança A // na
corrente, devida a uma mudança em R, temos do teorema da superposição que se
todas as outras fontes de voltagem e corrente no sistema forem substituídas por
suas resistências internas, as variações resultantes de corrente causadas por uma
fonte AE podem ser determinadas. Uma vez que a fonte AE é devida a AR,
estamos realmente determinando as variações de corrente devidas a A/i'
Para provar e mostrar o teorema da compensação, vamos considerar a
figura 12-2 a, Podemos raciocinar que a resistência R, cujo valor iremos variar, vê
um determinado circuito equivalente de Thévenin. Assim, existe alguma corrente
inicial /,• através de R que é dada por

(1) li =
/?th
Agora se R varia de uma quantidade A R, como na figura 12-2b, haverá um valor
final de corrente If dado por
Teoremas da compensação, da máxima transferência de energia e da reciprocidade 251

(2) If =

onde A^ pode ser positivo (aumento de R) ou negativo (diminuição de R).


(3) A/ = If-Ii = lOÇ Loç_
/?th+^+A/?

(4) ^oc(^th+^)-^oc(/?th + ^ + A/g)


(/?th+/^)(^th+/^ + A/?)

Multiplicando e subtraindo como indica o numerador da Eq. (4),


(5) A/ =
(/?th+/?)(/?th+^ + Ai?)

Mas da Eq. (1) vemos que VqJ{R^^ +R\ que é parte da Eq. (5), é igual a L.
Então, substituindo a Eq. (1) em (5) resulta
//A/?
(6) A/ = -
/?th + ^ + A /?

Rh

W~\
^oc~^ W -

LR

FIG. 12-2 (Í7)


Rfh
—Ayw-o-

'li
•LR

-~LE =/,(LR)

(C)

A Eq. (6) pode ter uma interpretação física. O numerador /,• AR tem
dimensão de uma voltagem e pode ser representado por uma fonte de voltagem
AE". O sinal negativo indica o sentido (polaridade) desta fonte de voltagem, para
um AR positivo, em que A/ tenderia a fluir em sentido oposto ao assumido
para //. Isto é razoável, uma vez que um aumento em (AR positivo)
252
Análise de Circuitos CG

provocaria uma diminuição em /,• pela existência de um fluxo AI em oposição à


corrente final I f que é menor do que Isto é mostrado na figura 12-2 c. Para
uma diminuição em /?, AI seria uma quantidade positiva e a fonte AE teria a
sua polaridade invertida. Isto provocaria um AI no mesmo sentido de
tornando If maior do que Isto seria obviamente esperado, uma vez que uma
diminuição de R aumentaria o fluxo de corrente.
Como uma ilustração e prova do teorema da compensação vamos considerar
a figura 12-3 a, que representa as condições iniciais do circuito. É óbvio que
/j = (12 volts)/(9 ohms)= 1,33 amp. Agora, se aumenta de 3 ohms, temos o
circuito da figura 12-3 ó. Para determinar AI pelo teorema da compensação
modificado, substituímos a fonte de 12 volts pela sua resistência interna, suposta
igual a zero, e introduzimos no circuito uma fonte de voltagem AE =I^ AR. A
polaridade da fonte é de tal forma que tende a criar um fluxo de corrente
oposto a //. Se AR fosse negativo, esta polaridade seria inversa, mas uma vez que
AR = + 3 ohms, a polaridade permanece constante. O sentido de referência para
AI foi escolhido arbitrariamente a fim de concordar com o sentido da corrente
A/ criada por AE através do circuito. Obviamente, da figura 12-3 c,
liARi
AI =
Ri +/?2 + AR2

(l,333 amp)(3ohms)^ =0,333 amp


3 + 6 + 3 ohms

/?^ =3íi = 3Í2

AAA. AAA^
/?, =6íi

12V

A/?2-

FIG. 12-3 M = 3fí

/?o = 6ÍÍ

A/?2~3X1

A5 =/, (A/?)
T '

[O

Para provar a determinação de AI deveríamos voltar atrás, à figura 12-3 b,


e calcular //= (12 volts)/(12 ohms)= 1 amp. Assim,
AI = If-Ii= 1 amp —1,333 amp = -0,333 amp
Teoremas da compensação, da máxima transferência de energia e da reciprocidade 253

que está de acordo com nosso resultado anterior. Não havia sinal negativo em
nosso cálculo de A / pelo teorema da compensação, porque escolhemos A / no
mesmo sentido da corrente que a fonte A E está imprimindo ao circuito, ao invés
de tomá-lo no mesmo sentido de /,.

12-2 Teorema da máxima transferência de energia

Um problema freqüente consiste em determinarmos o valor ótimo de uma


resistência de carga Ri a ser conectada através dos terminais de saída de uma
fonte (ou circuito mais complexo) de maneira que uma potência máxima seja
dissipada na referida carga. Uma vez que qualquer circuito ou fonte pode ser
representado por um circuito equivalente de Thévenin, como mostrado na
figura 12-4, o problema consiste em determinar Ri para uma potência máxima
na carga

WV

FIG. 12-4 ^

A potência na carga é dada por P/, =EiIi. Quando Ri é muito menor que
Pfhj aproxima-se de um valor máximo que tende a aumentar Ii. Entretanto,
um valor muito pequeno de Ri significa que Ej^ será pequeno, e para Pjr, = O
fica claro que embora seja máxima. Pi- O porque Ej^ = 0. Em outro extremo,
para um Ri máximo, digamos, um circuito aberto de = infinito, Ej^ é um
máximo mas 1^=0 e outra vez P^ = 0. Assim, deve haver algum valor ótimo de
Ri entre O e infinito no qual Pi seja máxima. Isto pode ser mostrado por
métodos de cálculo de forma que quando = P^j^ a potência na carga é
máxima. Este é o teorema da máxima transferência de energia. Em outras
palavras, ele estabelece que se uma quantidade máxima de energia deve ser
transferida de uma fonte para uma carga, a resistência de carga deve igualar a
resistência da fonte.

12-3 Teorema da reciprocidade

Se uma voltagem E é aplicada entre dois terminais quaisquer de um


circuito, consistindo de resistências lineares bilaterais e uma corrente / é medida
em qualquer braço do circuito, a relação E/I, chamada resistência de
transferência, é a mesma se as posições de E e I são trocadas, entre sL A
254 Análise de Circuitos CG

resistência de transferência é independente de quaisquer fontes de voltagem ou


corrente no circuito. Isto é, depende apenas das resistências internas e de outros
resistores do circuito. Fisicamente, o que isso significa é que se aplicamos uma
voltagem E z xxm par de terminais, como mostra a figura 12-5 a e medimos a
corrente / através de um outro par de terminais, a troca das posições de e /,
como mostrado na figura 12-5 b, causará o mesmo fluxo de corrente I na nova
localização.

FIG. 12-5 Sistema Sistema

[a) {•ó:

Uma resistência linear bilateral é um elemento de circuito no qual a


corrente é sempre proporcional à voltagem aplicada (característica volt-ampère
linear) e pelo qual passa corrente igualmente nos dois sentidos, dependendo da
polaridade da voltagem aplicada. Determinados dispositivos chamados diodos e a
maioria dos dispositivos amplificadores, tais como válvulas a vácuo, transistores
etc., não satisfazem esses requisitos e não podem ser usados com este teorema.

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES

PS 12-1 Determinar a corrente / na figura PS 12-1 a se o resistor de carga Ri é


substituído por um curto-circuito em seus terminais. Usar o teorema da
compensação.
SOLUÇÃO Para determinar a corrente inicial // através de Ri simplificamos
primeiro o circuito visto por Aplicando o teorema de Thévenin à
figura PS 12-1 fl resulta a figura PS 12-1 b. Thévenizando novamente a figu
ra PS 12-1 b e reconectando Ri, obtemos a figuraPS 12-1 c, da qual determi
namos facilmente // = 2 mA. Uma vez que Ri é substituída por um
curto-circuito, ou seja, uma resistência de zero ohms, temos que Ri deve ter
decrescido 2 quiíohms, ou A/?£ = -2 quilohms. Substituindo a fonte de 8 volts da
figura PS 12-1 c por sua resistência interna e introduzindo uma fonte A^",
obtemos a figura PS 12-1 cf. A polaridade de A^" na figura PS 12-1 d é tal que,
em geral, tende a se opor a /,-. Todavia, uma vez que àR i = -2 quilohms, temos
Afi" = /,• A = (2 mA)-(-2 quilohms) = -4 volts. Para evitarmos trabalhar com
um à.È que é negativo, podemos inverter a polaridade de AiS" e considerá-lo
igual a +4 volts, como mostrado na figura 12-1 e. Podemos agora escolher
também A/, de acordo com o sentido de fluxo a ser imprimido por A^l
Teoremas da compensação, da máxima transferência de energia e da reciprocidade 255

3K
r^WV

12V -=- 8mA^ ^ •6K 7^


.2K

{O)
2K
r-AAA/ ——o-

ÍaV
I,- =2 mA
— 12V
\f^L
B\/:= .2K

FIG. PS 12-1

2K
r-AAA^—o wv

A/P^ =-2K

— Ar=4V
= -4V

(tf) (e)

.Nota-se que AI está no mesmo sentido que /j, o que significa que
a corrente de curto-circuito ~0)j ©maior do que a corrente para Rt.= 2
quilohms. Isto era esperado. Da figura PS 12-le obtemos
4 volts
AI = = 2 mA
2 quilohms + 2 quilohms - 2 quilohms

Aplicando este resultado à figura PS 12-1 c, temos a corrente final // dada por
/y =//+/= 2 mA + 2 mA = 4 mA
quando R^ é reduzida a zero ohm.

PS 12-2 Determine a variação em na figura PS 12-2 a se R^ aumenta de 6


para 8 quilohms. Use o teorema da compensação.
SOLUÇÃO A corrente inicial através do resistor de 6 quilohms (R^) é//= (36
volts)/(6 quilohms +12 quilohms) =2 mA. Substituindo afonte de 36 volts pela sua
resistência interna (suposta igual a zero), inserindo AR^ = 2 quilohms e
256 Análise de Circuitos CG

A£'=//A/?3 = (2 mA) (2 quilohms) = 4 volts no braço de circuito alterado,


obtemos a figura PS 12-2 Z>. O A/ devido sl AE é dado por
AE
AI =
/?3 + A i?3 + /?4
4 volts
= 0,2 mA
6 quilohms + 2 quilohms + 12 quilohms

Uma vez que a resistência zero da fonte de 36 volts shunta Ri q R^, nenhuma
parcela de AI fluirá através do braço Ri-R^. Desta forma, não existe variação
de voltagem através de /?i om R^. A voltagem desenvolvida através de /?4 devida
a A / é 2,4 volts, com a polaridade mostrada. Partindo do pé da flecha A Eq na
figura PS 12-2 6 e indo através de R^ no sentido da ponta da flecha, não existe
voltagem através de R2. Entretanto, através de /?4, decrescemos em 2,4 volts.
Assim, AEo = -2,4 volts.

+ 36V

d
:^3
.6K

R. ^4
'12K

FIG. PS 12-2

/P, =6K
A/=0,2mA

A/?, =2K

±://(A/?3)=4V=Aif
Teoremas da compensação, da máxima transferência de energia e da reciprocidade 257

O sinal negativo em A£'o implica que Eq na figura PS \2-2a, diminuiu em


potencial. Isto está em acordo com a análise quantitativa do circuito da
figura PS 12-2 a, uma vez que um aumento em tenderia a tornar a ponta da
flecha Eq menos positiva, pela maior isolação desta, em relação à fonte de + 36
volts.

PS 12-3 A figura PS 12-3 a mostra como um tipo de microfone a carvão é usado


em um circuito para desenvolver uma voltagem relacionada com o som (variações
da pressão do ar entregue ao microfone ou pressão acústica). O microfone tem
uma resistência, em ausência de som externo, deRj^ =2 quilohms. Se uma pressão
acústica de pico provoca uma variação de pico em de = 0,25 quilohm,
determinar a variação na voltagem de saída âJEo, devida a esta pressão acústica
de pico.

M =2K

FIG. PS 12-3
0.25K

(o)

SOLUÇÃO Em primeiro lugar, determinamos na figura PS 12-3 a, para obter


h~ ~ volts)/(2 quilohms + 2 quilohms) = 1,5 mA. Em seguida,
substituímos a fonte Ejji) pela sua resistência interna, inserimos Ai?^ em série
com Rj^ e inserimos, também, AE= li ARj^= (l,5mA)(0,25 quilohm) = 0,375
volt, com uma fonte no braço alterado e uma polaridade tal, que se oponha a /j-,
para obter a figura PS 12-3 ú. Uma vez que A/?^ é tomado como positivo
(correspondendo a um pico decrescente na pressão acústica), nenhuma fonte de
polaridade inversa é necessária. O sentido de A/é também escolhido conforme
está mostrado. Assim, pela relação do divisor de voltagem.

Rl
AEo = AE
Rl Rm ^ Rm
2 quilohms
(0,375 volt)
2 quilohms + 2 quilohms + 0,25 quilohm

= 0,176 volt
258 Análise de Circuitos CG

PS 12-4 Que valor de deveria ser conectado ao circuito da figura 12-4 a para
uma dissipação máxima de potência em /?£?
SOLUÇÃO Em primeiro lugar, determinamos o circuito equivalente de Thévenin
visto por Com uma simplificação preliminar, obtemos a figura PS 12-4 b e
com uma simplificação maior, obtemos a figura PS 12-4 c, da qual vemos que
^th ^^lohms. Assim, de acordo com o teorema da máxima transferência de
energia poderíamos escolher Rj^ = /?th = 6 quilohms.
A potência dissipada na carga é

Pl = ílPl = (
^th
60 volts
= ( ) 6 quilohms =150 mW
6 quilohms + 6 quilohms
6K 4K
-^ysA/—o-

60v:^ 3K, 140 mA

FIG. PS 12-4

40mA i ^oc
60V

<s'-^
(ò) :<r)

PS 12-5 É dada a figura t*S 12-5 a, de cujo circuito apresentado desejamos


construir um gráfico (curva) de versus de forma a obter o valor
particular de Içq para = 120 volts. Descrever o procedimento para conseguir
isso, sem necessidade de construir o circuito, nem efetuar medidas.
SOLUÇÃO O procedimento mais simples seria determinar a resistência de
transferência entre E^^ e Matematicamente a resistência de transferência é

R TR - —
_ Ej^b
iCD

e uma vez que o sistema é linear, R^r ^ uma constante. Uma vez que Iqq para
Eab~ volts é desejada, poderíamos obter Rjr usando esses valores.
Aplicando o teorema de Thévenin à figura PS 12-5 a, de maneira a simplificá-la e
determinar obtemos a figuraPS 12-5 b, que, a seguir, é simplificada para a
figura PS 12-5 c, da qual obtemos Lçq = {AQ volts)/(6 quilohms) = 6,67 mA.
Teoremas da compensação, da máxima transferência de energia e da reciprocidade 259

I.CD .3k
-é-
i20v:^ EAB
AAAr

2K

G
A -rtr
Ka)
FIG. ps 12-5
/Pjl/?2 IcD ^CD
-£-ÃÃA, c rrt" D
-o-A/vV—o-
2K /?5=2K /?5=2K
=40V
K)C[GC)
^OC(GO) ^QOV
4K ''OV
—'WS/—l|l|—
Kb) (í*)

Portanto

D 120volts ,
/<TR = , = ——= 18 quilohms
•^CZ) 6,67 mA

Assim, podemos determinar Iqq para qualquer valor de dividindo o valor


desejado de por 18 quilohms. Uma representação de versus
passaria -pela origem,
r '
uma
. ,
vez. que com ^CD 0.
" Se I CD for
— "cx/
representada no eixo vertical, a inclinação da curva, que é uma linha reta, será
~ - 0,0556 mmho. Isto significa que para
cada volt aplicado de a corrente variará de 0,0556mA.

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PR 12-1 A corrente E medida por um amperímetro em série com R2 na


figura PR 12-1 é 1,359 amp. Se o amperímetro tem uma resistência interna de
0,12 ohm, qual é o valor verdadeiro de/j antes do amperímetro ser conectado?
Usar o teorema da compensação.
260 Análise de Circuitos CG

/?1 =4ÍÍ ffz =zsi


AAA^

6V^ — 8V
1ÍÍS'

1,429 amp

PR 12-2 Um resistor fotossensitivo tem a característica de resistência Rp versus


intensidade luminosa em pé-candela (footcandles - ft-c){*) mostrada na figu
ra PR 12-2 a. Se o fotorresistor é usado no circuito da figura PR 12-2 b,
determinar a variação em Eq devida a um aumento de 10 ft-c na intensidade
luminosa, se a intensidade luminosa inicial é 40 ft-c. Usar o teorema da
compensação.

-fSOV

120K

80 K

•ft-c
100

{O) {Ó)

RESPOSTA 0,588 volt

(*) N.T. - No Brasil, a unidade mais comum é o lux, que eqüivale a 1/10,764 ft-c.
Teoremasda compensação, da máxima transferência de energia e da reciprocidade 261

PR 12-3 Determinar Ri para uma potência máxima na carga no circuito da


figura PR12-3. Qual é a potência na carga com esse valor de Ri1

:=:40v 18V

47K<
'6.8K
I )20mA

RESPOSTA Ri = 2,78 quilohms


Pi = 0,295 watt
262 Análise de Circuitos CG

PB 12-4 É dado o circuito da figura PR 12-4 a com os valores de voltagem e


corrente indicados. Se uma fonte de 18 volts E2 for colocada em série com R4,
como mostrado na figura PR 12-4 b, determinar a corrente /. Sugestão: Usar os
teoremas da reciprocidade e superposição.

WV
12mA

48V-^

Wv VW

RESPOSTA /=13,5mA
Teoremas da compensação, da máxima transferência de energia e da reciprocidade 263

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 12-1 Se R^, na figura? 12-1, tem um valor inicial de 10 ohms e em seguida


decresce para zero ohm, determinar os valores inicial e final de e /i, usando o
teorema da compensação.
3Í2 4Í2
r-A/W AAA/—|||h^

I8v;3EI ^|^2amps Rl_ = lon

P 12-2 Qual é o valor máximo de Rj^ na figura? 12-1 para uma dissipação
máxima de potência em R^}

P 12-3 Determinar a resistência de transferência na figura? 12-1 entre a fonte de


18 volts e /^. Sugestão: Substitua todas as outras fontes pelas respectivas
resistêncais internas.
264 Análise de Circuitos CG

P 12-4 Se a fonte de 6 volts é removida e substituída por um curto-circuito na


figuraP 12-1, determinar a variação em /j.

P 12-5 Usando o teorema da compensação, deduzir uma expressão para


devida a um A/?i na figura? 12-5.

A B

P 12-6 Determinar AEq na figura? 12-5 se

'en
= 9 volts

/?3 = = 47 quilohms
/?2 =56 quilohms
Ri = 100 quilohms
A Ri = -50 quilohms
13 lei das voltagens
de Kírchhoff

Essa lei propicia uma maneira geral e sistemática de análise de circuitos


complexos contendo uma ou mais fontes de tensão elétrica, ou corrente.*
Matematicamente, este método de análise resulta em um número de equações
simultâneas, nas quais as quantidades desconhecidas são as correntes em várias
partes do circuito. Para resolver essas equações simultâneas, temos três
ferramentas matemáticas da álgebra à nossa disposição: substituição, determinan
tes e matrizes.
A solução de equações simultâneas por substituição é relativamente simples
(embora cansativa) e requer apenas conhecimento de álgebra. O método de
determinantes (veja o Apêndice) pode também ser utilizado com a ajuda das
ferramentas da álgebra. Substituição e determinantes são os dois métodos que
iremos usar neste livro. A aproximação matricial, que é muito ampla e eficiente,
é o método usado pela maioria dos modernos computadores eletrônicos, mas
infelizmente está fora do escopo deste livro.

As fontes de corrente podem ser thévenizadas para fontes de voltagem.


266 Análise de Circuitos CC

A lei das voltagens de Kirchhoff pode ser usada para determinar as várias
correntes em um circuito elétrico. Uma vez que as correntes são determinadas,
toma-se uma simples tarefa calcular as várias voltagens do circuito, se for de
interesse. A lei das voltagens pode ser enunciada como segue: a soma algébrica
das voltagens em um circuito fechado (ou percurso fechado, conforme se
costuma chamar) é sempre zero.
Vamos considerar a figura 13-1 a, para verificarmos como a lei das voltagens
de Kirchhoff é apUcada, onde está mostrado um percurso fechado envolvendo
vários elementos de circuito, cuja natureza está fora de cogitação, no momento.
Poderá haver, provavelmente, mas não necessariamente, alguma corrente chamada
corrente do circuito fluindo pelo percurso fechado ou loop.(*) Embora o sentido
horário (CW) ou anti-horário (CCW), seja desconhecido para nós, até o momento,
devemos arbitrar um sentido para a corrente do percurso.(*?') Por exemplo, vamos
considerar a corrente do percurso igual a / e supor que ela flui no sentido CCW,
como mostra a figura 13-1 ó. Se o sentido arbitrado para / estiver errado,
descobriremos isso mais tarde.

FIG. 13-1 a, b Q c 0^' &

•fi -
(o) [ò] (í-)

A lei das voltagens de Kirchhoff está relacionada com as voltagens em um


percurso fechado. Assim, usando nossa notação de voltagem, vamos anotar as
voltagens através dos vários elementos de circuito, mostrados na figura 13-1 c. As
voltagens de referência tiveram o seu sentido escolhido de maneira que a ponta
de uma flecha coincida com o pé da outra. Isso não é necessário, mas geralmente
é conveniente. Não é necessário que as flechas de voltagem tenham todas o
sentido CCW. Elas poderiam ter sido colocadas, todas, no sentido CW.
Por conveniência escolhemos esses sentidos (CCW) coincidindo com o da
corrente. Muito breve teremos condições para aplicar a lei das voltagens. O
próximo passo é expressar matematicamente o fato de que a soma algébrica das
voltagens em um percurso fechado é zero. Isso é feito partindo de algum ponto
arbitrário, digamos, o pé da flecha E^, indo para cima volts até a ponta da
flecha respectiva, entrando, em seguida, pelo pé da flecha E2 e aumentando E2
volts até a sua ponta, entrando pelo pé da flecha E^ etc., até sairmos pela ponta
de E'4, que é nosso ponto de partida, ou seja, o pé de £'1. Assim, realizamos uma
volta completa pelo percurso e podemos escrever

(*) N.T. —o termo loop é comumente chamado "malha".

(**) N.T. - CWé a abreviação de clokwise.


CCWé a abreviação de counterdockwise.
267
Lei das voltagens de Kirchhoff

(1) 0 = Ei + E2 + E3 + E4

como a expressão da lei das voltagens de Kirchhoff. Essas voltagens poderão ser
negativas, porque um dos elementos do circuito pode ser uma fonte de voltagem
que mantém a ponta de uma flecha de voltagem negativa, em relação ao seu pé.-
Entretanto, até o momento, desconhecemos isso e não é necessário conhecer a
natureza dos elementos do circuito para expressar a lei de Kirchhoff para
voltagens, em sua forma geral.
Agora suponhamos que o circuito da figura 13-1 a seja formado dos
elementos de circuito mostrados na figura 13-1 d. Com os sentidos admitidos para
a corrente e tensão, na figura 13-1 ò e c, inclusive, conforme mostrado na
figura 13-1 e, podemos iniciar a análise. Partindo do pé da flecha Ei (na
figura 13-1 e) e notando como o sentido admitido para I polariza o resistor de 36
ohms, vemos Ei — 361 volts. Obviamente E^ ~ 32 volts, uma vez que a ponta
da flecha E2 é mantida 32 volts positiva, em relação ao seu pé, pela fonte de 32
volts. Nota-se que a voltagem desta fonte ideal não depende da corrente através
dela. Por um raciocínio semelhante £3 =+12/ e £"4 = - 8 volts. Substituindo
esses valores na Eq. (1), que e a expressão matematica da lei das voltagens, temos
(2) O= (+36/) + (+32 volts) + (+12/)+ (-8 volts)
Simplificando e resolvendo para /,
(3) -24 volts = 48/
, -24 volts f. ç
(4) / = = -0,5 amp
48 ohms

Nota-se que a solução para / tem um sinal negativo. O significado do sinal


negativo é simplesmente que o sentido de referência admitido para / estava
errado e que, na verdade, / flui no sentido oposto (CHO- Podemos intuitivamente
ver isso na figura 13-1 e, onde a fonte de 32 volts, sendo maior do que a fonte de
8 volts, deve evidentemente forçar a corrente no sentido oposto a /.

_ t
FIG. 13-1 dee

Agora vamos considerar o sistema de dois percursos da figura 13-2 a.


Queremos conhecer as correntes nos percursos fechados, Ii q I2, e a corrente nos
braços /^, Ig e As correntes dos braços são as correntes que fluem
268
Análise de Circuitos CG

efetivamente no circuito, enquanto que as correntes dos percursos são, em geral,


fictícias. Portanto, as correntes dos braços estão claramente relacionadas com as
correntes dos percursos, como veremos. Para aplicarmos a lei das voltagens de
Kirchhoff, necessitamos somar as voltagens em um percurso fechado e uma vez
que no sistema existem dois percursos fechados (um para/j e outro para I2),
devemos somar algebricamente as voltagens em cada percurso individual e igualar
a soma a zero. Assim, para um circuito com dois percursos temos duas equações
simultâneas; para trés percursos fechados temos três equações simultâneas; e
assim por diante.

WV

18íi

FIG. 13-2

VW
1 8Í2 I k+ 24V

U-
[b)

Arbitrariamente, escolhemos, para cada percurso, sentidos de referência


para as voltagens, em cada elemento de circuito, obtendo a figura 13-2h, As
voltagens e são comuns a ambos os percursos. Partindo do pé da flecha de
£*1 e indo CW pelo percurso 1, escrevemos

(1) O-El + E2 +E2 +£*4

onde El +6 volts e £"2 - +8/j volts. Também E^ - +14 volts. Adeterminação


de £*3, no entanto, é menos óbvia, porque a corrente efetiva através do resistor
de 12 ohms não é apenas Ii mas também o efeito combinado de Ii e /j. Isto é
verdadeiro porque as correntes /j q I2 contribuem para a corrente resultante
neste braço. O meio para expressar £"3 é considerarmos a contribuição de Ii e I2
para £3 individualmente e então somar algebricamente (sobrepor) essas
contribuição. Então /j tende a tomar £"3 positivo (12 ohms) (/,) volts, enquanto
que I2 tende a fazer £"3 negativo (-12 ohms) (73) volts. Isso é evidente se
examinamos como estas duas correntes polarizam a ponta da flecha £'3 em
relação ao seu pé, na figura 13-20. Então, podemos escrever £"3 = 12/j - 12/3.
Substituindo na Eq. (1), obtemos
Lei das voitagens de Kirchhoff 269

(2) 0 = 6 volts +8/1+12/1-12/2 + 14volts


Agora caminhando pelo percurso 2 em sentido CW e partindo do pé da
flecha £3, temos

(3) O=£$ "^^6 " ^4 ^3

O sinal negativo antes de £4 e £3 na Eq. (3) é devido ao fato de que


supondo as voitagens no percurso 2, no sentido CW, vamos através das flechas £4
e £3 em sentido contrário.
Substituindo diretamente na Eq. (3) e lembrando que £"3 = 12/1-12/2,
obtemos

(4) O= 24 volts + 18 /2 —14 volts - (12 /i —12 /2)

Simplificando as Eqs. (2) e (4), respectivamente, e levando os termos


desconhecidos para o lado esquerdo resulta

(5) -20 volts = 20/1 - 12/2

(6) —10 volts = —12/1 + 30/2

As Eqs. (5) e (6) são equações simultâneas com duas incógnitas, I\ e I2. Para
ilustrar o método da substituição podemos, por exemplo, resolver a Eq. (5) para
/i, para obter
j _ -20 volts +(12 ohms) I2
^ 20 ohms
-1 volt
+ (0,6 ohm)/2
ohm

Substituindo a Eq. (7) em (6) resulta

(8) -10volts =-12ohms [-1 volt/ohm +(0,6 ohmX2 ] +(30 ohmsV2


Resolvendo para I2 resulta

-10 volts = 12 volts - (7,2 ohms) I2 + (30 ohms) I2


ou

(9) r =
U -22 volts n o/: c amp
= -0,965
^^ 22,8 ohms

Substituindo a Eq. (9) em (5) e resolvendo para Ix resulta

-20 volts = 20/1-12 (-0,965)


270 Análise de Circuitos CG

-20volts- 12(0,965) ,
(10) h = — = -1,579 amp

Poderíamos também ter avaliado pela substituição de /j, das Eqs. (9) e (7).
Para conferir nossa solução, vamos substituir os valores de e I2 das
Eqs. (9) e (10) na Eq. (6), por exemplo, para ver se temos verdadeiramente uma
condição de igualdade. Então

-10 volts = (-12 ohms) (-1,579 amp) + (30 ohms) (-0,965 amp)

-10 volts = -10 volts


o que confere.
Se as Eqs. (5) e (6) forem resolvidas por determinantes,^ escrevemos

-20 -12
-10 30 -20(30)-(-10)(-12)
h =
20 -12 20(30)-(-12)(-12)
-12 30

720
= —1,579 amp
456

20 -20
-12 -10
h = = 20(-10)-(-12)(-20)
20 -12 D
-12 30

440
= -0,965
456

o que confere com nossas soluções anteriores.


Agora que as correntes dos percursos foram verificadas, sem sombra de
dúvida, vamos avaliar as correntes dos braços e /^, na figura 13-2a.
Obviamente, a corrente do percurso é idêntica a /^. Então, =/i =- 1,579
amp. Este sinal negativo significa que flui em sentido oposto à flecha /^. Da
mesma forma, vemos que /2 flui em sentido oposto a Ig, através da fonte de 24
volts. Então, Ig=-l2 =-(-0,965 amp) =0,965 amp. Uma vez que Ig é uma
quantidade positiva, ela flui no sentido realmente mostrado. A corrente é
resultante da composição (superposição) de /j e /j. Uma vez que I2 flui no

Weja o Apêndice a respeito do método dos determinantes.


Lei das voltagens de Kirchhoff 271

mesmo sentido que Iç, enquanto que /i contraria Iç, podemos escrever
=/2-/j = -0,965 -(-1,579) = 0,614 amp. Portanto, também Iç flui no sentido
indicado.
Suponhamos que quiséssemos resolver um circuito com três percursos
fechados, para determinar as correntes dos percursos, conforme mostrado na
figura 13-3. Vamos escolher arbitrariamente alguns sentidos de referência das
correntes de percurso, por exemplo, como na figura 13-3. Embora seja um bom
hábito escolher todos os sentidos CW ou CCW, temos, para melhor ilustração, Ii
e /a em sentido CW e I2 CChi Circulando atrayés do percurso 1 e somando as
voltagens, temos

(1) O = £"1+£"2 + £"3+^4+-£'5


(2) Fi = Rili
E2 = Ea
E^ ~ 7^2/1 —^2^3
£*4 = R3Í1 R3I2
Es = -E^

Nota-se que E^ consiste de um termo /i e outro Isto é porque a corrente


resultante sobre £"3 é a superposição de duas correntes de percurso, Ii e I3. Uma
vez que Ii polariza R2 de maneira a tomar £"3 uma quantidade positiva, o termo
R2I1 é positivo. Entretanto, tende a polarizar R2 de maneira a tomar £"3 uma
quantidade negativa e, por isso, ele está precedido de um sinal negativo.

VW

Wv |l|l—Wv—'
FIG. 13-3 /P4

No caso de £"4, It e I2 fluem atrave's de R^ no mesmo sentido e também


tendem a tomar £"4 uma quantidade positiva. Assim, os termos R-^Ix e R^l2 são
positivos.
Substituindo a Eq. (2) em (1), temos

(3) O- R\I\ + £'y4 + 7?2-7i —7^2^3 Rz^i 7^3/2 —£5


272
Análise de Circuitos CC

Como as voltagens serão usualmente conhecidas, enquanto que as correntes serão


incógnitas, colocaremos os termos conhecidos do lado esquerdo da equação e os
termos desconhecidos (incógnitas), após alguma simplificação, do lado direito,
para obter

(4) +/?2 +/?3) A +^3^2 - ^2^3

De maneira análoga, indo pelo percurso 2 e supondo as voltagens no


sentido CW, temos

(5) O= —£*5 —£*4 +£*6 + £*7 + £*8 + £*9

onde.

Fs = -Eg
£*4 = Rzl\ + ^3-^2
(6) ^6 ^
£*7 ^4^2 ~
£*8 = -R5I2
£"9 = -Ec

Substituindo ^ Eq. (6) em (5) resulta

(7) O= -í-Eb) - (/?3/i + ^3/2) + Í-Ed)


+ {-R,h - R^h) + i-Rsh) + {-Ec)

Simplificando, obtemos

(8) Ed Ec - Eb = -^3^1 - (^3 +^4 ^ Rs)l2 - R^h

Circulando pelo percurso 3, digamos, em sentido CCW, podemos escrever

(9) 0 = £'3+£"6+£"7+£*10+£"11

onde

E-i ~ R2l\ —R2^3


E^=-Ed
(10) £7 = -R4I2 - £4/3
£*10 = -Ee
£"11= —Reis

Substituindo a Eq, (10) em (9) e simplificando resulta

(11) Ej) + Ee = £2-^1 ~ R4I2 —(.R2 £4 Re) I3


Lei das voltagens de Kirchhoff
273

As três equações finais (4), (8) e (11) podem entãoser reescritas como

(12) Eb-Ea =(Ri +R2 +R3M1 +R3I2 -R2h


(13) Ed+Ec- Eb -R^h - (/?3 +^5)/2 -^4/3
(14) Ed+Ee =R2Ii- R^h - {R2-^Ra+R6)Ií
Para uma solução por determinantes poderíamos escrever
(15) I, =
Eb-Ea R3 -R2
Ed+Ec-Eb - (Rs+R^+Rs) -R4
Ed+Ee -R^ _
D

(16) I2 =
/?i+/?2+/?3 Eb-Ea -R2
—R3 Ee+Ec —Eb -Ra
R2 Ee +Ee (i?2 +^4 +^6)
D

(17) h =
/?i+/?2+/?3 ^3 Eb-Ea
-R3 -(/?3+/?4+/?5) Ee^Ec-Eb
Ri —Ra Ee +Ee
D

onde

(18) D =
R2 R3 R3 —R2
-Rs -(R3+Ra+Rs) -R4
R2 —Ra —(R2 +/?4 +^0)

Resumiremos, a seguir, o processo para escrever as equações de loop


(percurso fechado):
1. Adote um sentido de referência para as correntes, em cada percurso do
sistema.
2. Determine a soma algébrica das voltagens, em cada percurso fechado e
274 Análise de Circuitos CG

iguale a soma algébrica a zero. Para a determinação das voltagens em qualquer


percurso fechado é conveniente somá-las no mesmo sentido adotado para a
corrente do percurso. Adotaremos sempre esse procedimento, a partir de agora.
Se um circuito contém mais do que três equações de circuito, os métodos
de solução aconselhados são: substituição, determinantes e matrizes. Uma
discussão detalhada sobre determinantes maiores que os de terceira ordem (três
incógnitas), está fora do escopo deste livro. Entretanto, o circuito pode ser
simplificado através de algum teorema de circuito, para reduzir a sua
complexidade, ou através de alguma substituição, para reduzi-lo a um sistema de
três equações a três incógnitas.

Etft'E\\\Rz
5 E,
FIG. 13-4 S/?4

^Rz P \ li
^oc R^^R^ '
XI-
(ò)

A figura 13-4 mostra como o teorema de Thévenin é utilizado para


converter um sistema de quatro percursos para um sistema de três percursos.

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES

PS 13-1 Expressar E em termos de /?, / e na figura PS 13-1.

ma PS 13-1 Sistema

SOLUÇÃO Partindo do pé da flecha de E* e indo para a sua ponta, podemos


escrever

E^Ea-RI
275
Leidas voltagens de Kirchhoff

PS 13-2 Expressar EeIa em termos de /i, /j, e/?, na figura PS 13-2.

Sistema
FIG. PS 13-2 Sistema

SOLUÇÃO
+A)
E = -R(Ir +I2)

PS 13-3 Expressar EeIa em termos áeli, h eRn^ figura PS 13-3.

li
FIG. PS 13-3

SOLUÇÃO
Ia = h - I\
Nota-h tem sinal positivo na equação anterior porque eia flui no mesmo sentido
que Ia, enquanto que h tem sinal negativo, porque ela se opoe
E = RIi -RI2

Otermo RIi tem sinal positivo porque h tende a ^


seja positivo. Otermo RI2 tem sinal negativo, porque h polanza/?, de forma
tornar E negativo.

PS 13-4 Expressar Ia ^Eem termos de Ii, l2,R ^^A PS 13-4.

FIG. PS 13-4
276
Análise de Circuitos CG

SOLUÇÃO
^^=-(A+/2)
E = RI

PS 13-5 Escreva a equação de percurso (Joop) para o circuito da figura PS 13-5.


Some as voltagens no mesmo sentido que as correntes.

-V\Ar-|

FIG. PS 13-5 ^ /

•SOLUÇÃO
0 = /?2/ + -Ê'2 +RxI~Ei

PS 13-6 Escreva a equação de percurso para o circuito da figura PS 13-6 e


resolva para 1.

/?1 =12Í2

FIG. PS 13-6

/?2-6í1

SOLUÇÃO
O = 44 volts + 12/ - 9 volts + 61
—44 volts + 9 volts = 12/ + 6/
I- —1,94 amp

PS 13-7 Escreva as equações para o circuito da figura PS 13-7. Determine /,, ^


e /^. Use determinantes e comprove a solução pelo método de substituição.
Compare também o resultado com o teorema de Thévenin.

-AA/V WV-

FIG. PS 13-7 120V


Lei das voltagens de Kirchhoff
277

SOLUÇÃO Somando as voltagens no mesmo sentido que as correntes do


percurso,

(O O= 120 volts +(3 quilohms) ly


+(2 quilohms) ly (2 quilohms) I2 para loop 1
(2) O=240 volts +(2 quilohms)
+(6 quilohms) /2 - (2 quilohms) ly para hop 2

M^ipulando as equações (1) e (2), para facilitar asolução por determinantes ou


substituição, resulta

(3) -120 volts =(5 quilohms) ly - (2 quilohms) /j


(4) -240volts =(-2 quüohms)/i +(8quilohms)/2

—120 —2 quilohms
—240 8 quilohms.
(5) h =
5 quilohms —2 quilohms |
I-2 quilohms 8quilohms I

-120(8 quüohms) - (-240)(-2 quilohms)


(5 quilohms) (8 quilohms) - (-2quilohms) (-2quilohms)

—1.440 (volts) (quilohms)


36 (quilohms)^

= —40 mA

5 quilohms —120
-2 quilohms —240
(6) h =
36 (quilohms)

_ 3quilohms (—240) —(—2 quilohms) ( —120)


36 (quilohms)^

—1.440 (volts) (quilohms)


36 (quilohms)^

= —40 mA
Análise de Circuitos CG
278

Aparentemente ly ~I2 neste problema particular. Assim,


- 1^= -40 mA - (-40 mA) =O

Éfácil provar que =0 thévenizando o circuito com o resistor de 2quilohms


considerado como carga.
Se for usado o método de substituição para resolver as Eqs. (3) e f4j,
podemos primeiro resolver a Eq. (3) para , para obter
_ -120 volts +(2 quilohms)/2
5 quilohms

= —24 mA + 0,412

Substituindo a Eq. (7) em (4) resulta


(g) -240 volts =(-2 quilohms) (-24 mA +0,4/2 ) +(8 quilohms)/2
Portanto,

(9) I2 = -40 mA
Substituindo a Eq. (9) em (7) resulta Ii - —40 mA, que confere.

PS 13-8 Escreva as equações de percurso para o circuito da figura PS 13-8.


Resolva para Ii e h por determinantes, ou substituição, e confira o resultado
com os conceitos principais da análise de circuitos.

—A^vv

FIG. PS 13-8

SOLUÇÃO Somando as voltagens no mesmo sentido que as correntes.


(1) O= -120 volts + (6 quilohms) Ii
+(6 quilohms) I2 "*• (3 quilohms) /1 para loop 1
(2) O= (6 quilohms) I2 +(Ã quilohms) I2
+(6 quilohms) Ii para loop 2

Rearranjando essas equações, obtemos, respectivamente,


Lei das voltagens de Kirchhoff
279

(3) 120 volts - (9 quilohms) /i +(6 quilohms)/2


(4) O=(6 quilohms) /j +(10 quilohms) /j

1120 volts 6 quilohms


|0 10 quilohms
h =
9 quilohms 6 quilohms
6 quilohms 10 quilohms

(120 volts) (10 quilohms) - 0(6 quüohms)


(9 quüohms) (10 quÜohms) - (6 quilohms) (6 quüohms)
_ 1.200 (volts)(quüohms)
= 22,22 mA
54 (quüohms)^

19 quüohms 120 volts j


_ 16 quüohms O
54 (quüohms)^

= (9 quüohms) (0) - (6quüohms) (120 volts)


54 (quüohms)^

= —13,33 mA

PS 13-9 Escreva as equações de percurso para o circuito da figura PS 13-9 e


determine a corrente no resistor de 8 quüohms. Use determinantes ou
substituição.

120V 2K

•AAAr

FIG. PS 13-9 —W\/—f—'WV-

360 V

SOLUÇÃO Acorrente através do resistor de 8 quüohms é idêntica à corrente de


hop li. Assim, vamos solucionar para /j.
23q Análise deCircuitos CG

(1) O=-240 volts - 360 volts +(4 quilohms)/i


—(4 quilohms) I2 (3 quilohms) I\ —3(quilohms) para loop 1
(2) O=360 volts +(8 quilohms) I2 +(6 quilohms) /3
+(4 quilohms) I2 - (4 quilohms) - (6 quilohms) 13 para loop 2
(3) 0=120 volts +(3 quilohms) h - (3 quilohms) /1
+(6quilohms) h - (6 quilohms) h +(2 quilohms) /3 para loop 3
Simplificando essas equações resulta, respectivamente,
(4) 600 volts =(7 quilohms) h - (4 quilohms) h - O quilohms) 13
(5) -360 volts =- (4 quilohms) /i +(18 quilohms) I2 - (6 quilohms)
(6) -120 volts =(-3 quilohms) /i - (6 quilohms) I2 +(11 quilohms)/3
Usando o método da substituição e resolvendo a Eq. (4) para /i resulta
600 volts + (4 quilghms) I2 + (3 quilohms) 4

= 85,71 mA +0,571/2 +0,429/3

Substituindo a Eq. (7) em (5) resulta

(8) -360 volts = -4 quilohms (85,71 mA +0,57112


+0,429/3) +(18 quilohms) I2 - (6 quilohms) /3
Simplificando,

(9) -17,2 volts =(15,71 quilohms) I2 - (7,716 quilohms) I3


Resolvendo a Eq. (9) para I3 resulta
_ -17,2 volts - (15,71 quilohms)/2
^ -7,716 quilohms

= 2,229 mA + 2,03/2

Substituindo a Eq. (10) em ^7), obtemos


(11) /i =85,71 mA +0,571/2 +0,429 (2,229 mA +2,037/2)
(12) /i = 86,67 mA + 1,445/2
Substituindo as Eqs. (10) e (12) em (6)
Lei das voltagens de Kirchhoff 281

(13) —120 volts =(—3 quilohms) (86,67 mA


+1,445/2) - (6 quüohms)/2 +(11 quilohms) (2,229 mA +2,037/2)
Simplificando

115,5 volts = (12,08 quilohms)/2


Portanto,

(14) /2=9,56mA
Se fosse usado o método de determinantes, o leitor poderia comparar as
Eqs. (4) ate (6) com as Eqs. (1) até (3), na Seção A-2 do Apêndice e notaria que
y e análogo a /2 e que, da mesma forma,

kl = 600 volts
^2 = —360 volts
^3 =—120 volts
Am = 7 quilohms 1
^2 1 ~ —4 quilohms
O31 = —3 quilohms
fli2 - —4 quilohms
^2 2 ~ 18 quilohms
^32 - —6 quilohms
O13 = —3 quilohms
^23 = —6 quilohms
«33= 11 quilohms

Por substituição na Eq. (8) da Seção A-2 do Apêndice, obtemos Acomo segue
A = (7 quilohms) (18 quilohms) (11 quilohms)
- 4 quilohms (-6 quilohms) (-3 quilohms) - 3 quilohms
(—4 quilohms) (—6 quilohms) —[(—3 quilohms)
(18 quilohms) (-3 quilohms) - 6 quilohms (-6 quilohms)
7 quilohms +(11 quilohms) ( —4 quilohms) (—4 quilohms)]
Portanto,
A = 652 (quilohms)^
Substituindo na Eq. (10) da Seção A-2 do Apêndice,
y = (7 quüohms) (-30 volts) (11 quilohms) +(600 volts)
(-6 quilohms) (-3 quilohms) +(-3 quilohms) (-120 volts)
(-4 quilohms) - [(-3 quilohms) (-360 volts)
(-3 quilohms) +(-120 volts) (-6 quilohms) (7 quilohms)
+(11 quilohms) (600 volts) (-4 quilohms)]
Análise de Circuitos CG
282

_ 6240 (volts) (quilohms)^ ^ 6240 (volts) (quüohms)^


A 652 (quilohms)^

= 9,57 mA

que confirma a solução obtida anteriormente por substituição.

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PR 13-1 Determine E na figura PR 13-1.

,3K

ImA E 6mA

80V

I
RESPOSTA /^ = 5mA
E = 6S volts 6,= ?-

PR 13-2 Escreva a equação de percurso para a figura PR 13-2.

A/W

A/w
Ri

RESPOSTA O= £•, +/? i/ + íFj + Rj/


ií>

n-'.-K
Lei das voltagens de Kirchhoff 283

PR 13-3 Escreva as equações de percurso para a figura PR 13-3.


4K
rAAAr

12V / ^ \ 18V
6K

RESPOSTA O—12 volts +(4 quilohms +6 quilohms) /j +(6 quüohms) /j


0 = 18 volts + (6 quilohms)I2 + (6 quilohms)/|

PR 13-4 Usando a lei das voltagens de Kirchhoff, determinar / na figu-


fa PR 13-4. ._ , ., . -T-
(o3-Ui ~
^ /
3 i, —3 Qq =-^
240V

120V
>4K -3X1 3-7X^+^1^0-0
'3K

V7) ^ ®
- 3
RESPOSTA /= -33,3 mA -7 -X/o
7 3-3
5"M Pi&O
"•^ÍGo .
*703 ^ *3/1
284 Análise de Circuitos CG

PR 13-5 Determinar I na figura PR 13-5 usando as equações de percurso.


3íl
•AAÃ 1
wli-t
6Í2
fAAAr-fAAAr-^'
4íl Oli 11^4
—\2y

RESPOSTA /= 2amp
(p C) 1]^ ^ o
j - •o O o 13 o H
H H o -t, H fo 4 N
\c> •3
A'

PR 13-6 Determinar/;c e na figura PR 13-6.

-^vw

2K 12pV/ < )jXi+


240V

RESPOSTA Ix - —18 mA lg^4>0 Aijo


Ex = 84 volts

aI3 =-X'0 fcy^-iC+Uo iS II


Tx--f^V n 3
r i .r :^ -Kx\
Lei das voltagens de Kirchhoff
285

PR 13-7 Escreva as equações de percurso para o circuito equivalente de


transistor da figura PR 13-7. Sugestão: Thévenize a fonte de corrente.

WV

RESPOSTA Q-+eg+{Rg +/"e +


O=-^b +ooTc) ig +{rjj +rc+ R^) ig

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 13-1 Determine E* na figura? 13-1.

-^ 4 ~'Mi/

jn
286 Análise de Circuitos CG

P13-2 Determine I pela lei das voltagens de Kirchhoff, na figura P 13-2.


3Í1
r^SAA^ 1 = o, iic/\

20V 6V

4ÍÍ
r-

P 13-3 Determinar /i e h pela lei das voltagens de Kirchhoff, na figura? 13-3.

i20v:^ /, )<2Ê^jÍ-H

1 '

o,i
Lei das voltagens de Kirchhoff 287

P 13-4 Determinar e pela lei das voltagens de Kirchhoff, na figura? 13-4.

6íi 4Í1
—t 'SAA/—

•8ÍÍ a
18V^ ^8V

:^i2v

P 13-5 Determine /j na figura? 13-5 pela lei das voltagens.


288 Análise de Circuitos CG

P13-6 Determinar /i, I2 Q h pela lei das voltagens de Kirchhoff, na


figura P 13-6. Escreva as equações de percurso, somando as voltagens no mesmo
sentido que as correntes. Qual é a resistência que o circuito ponte apresenta à
fonte de voltagem?

vw
240V

P 13-7 Se na figura? 13-7 es = 0,01 volt, = 4quilohms, /i/g = 1 quilohm,


=0,5 quilohm, hfg =80, =5 X10"^ mho e =5quilohms,determinar
no circuito equivalente de um amplificador transistorizado. Escreva as equações de
percurso baseado nas correntes de percurso zj e /g. Note que existe uma fonte de
corrente no percurso de ig, que é dependente da corrente de percurso z^. Essas
fontes dependentes são características dos dispositivos amplificadores.
Lei das voltagens de Kirchhoff 289

P13-8 Determinar a corrente / na figura P 13-8 pela aplicação da lei das


voltagens de Kirchhoff.

6Sl
-WVr

6^ 1 Si;, ^ iJ?
^ O l to
'd íp O ~o2 J(o
I

-víor^

2 -2 3(, 2.
o \o ^ 0
• O (ç U -^

^lOj 65"^

I O ^ :2 O
o lã -ã à
^\y-\5iaí\
14 lei das correntes
de Kirchhoff
(análise çodai)

Uma junção onde duas ou mais correntes coexistem é chamada de nó. Por
exemplo, na figura 14-1 o ponto de junção das correntes Ix a /s é um nó. A
voltagem existente em um nó, relativa a outro nò (chamado nó de referência), é
chamada voltagem do nó. A voltagem do nò depende das correntes que entram e
saem desse nò e também do circuito conectado a ele. Em seqüência, veremos
como a lei das correntes de Kirchhoff permite-nos analisar um circuito para as
voltagens dos nòs. Isso está em contraste com a lei das voltagens de Kirchhoff,
que apenas foi usada para analisar um circuito, para as correntes de percurso.

FIG. 14-1
292 Análise de Circuitos CG

A lei das correntes de Kirchhoff estabelece que a soma algébrica das


conentes entrando em um nó é igual a zero. Essa é uma maneira diferente de
dizer que a soma das correntes que entram em um nó é igual à soma das
correntes que deixam este nó. Em forma de equação, escrevemos

(1) O= soma das correntes entrando —soma das correntes saindo

Para desenvolver um procedimento que permita escrever a Eq. (1)


admitiremos, arbitrariamente, que todas as correntes entrando em um nó são
positivas e todas as correntes que saem do nó são negativas. Então, na
figura 14-1, poderíamos escrever

(2) O —/i ~ I2 ^3 -^4 ~ fs

OU

(3) 0 = (/i+/3+/4)-(/2+/5)

Observe que o fato de chamarmos as correntes que entram de positivas e as que


saem de negativas é puramente arbitrário. Poderíamos, da mesma forma,
considerar as correntes que entram como negativas e as que saem como positivas.
Entretanto, já que fizemos nossa escolha, vamos considerá-la a partir de agora.

FIG. 14-2

O próximo passo consite em descrever uma corrente, propriamente. Por


exemplo, consideremos a figura 14-2. Queremos expressar / em termos áe E e R.
Aplicando a lei de Ohm, a única questão que poderia surgir é se escreveremos
I = E/R ou I=-EIR. Isto é facilmente resolvido, levando em conta que o pé da
flecha E é polarizado negativamente, com respeito à sua ponta, devido ao sentido
admitido para /. ApUcando o nosso princípio de notação de voltagem,
poderíamos escrever E = + RI. Se a flecha de E estivesse invertida, escreveríamos
E = -RI ou /= -E/R. A regra para expressar / é que se / é positiva no sentido de
referência, a voltagem no extremo do resistor por onde a corrente sai deve ser
positiva, em relação ao outro extremo (por onde a corrente entra). Para ilustrar
melhor esse ponto, consideremos a figura 14-3. Aqui temos uma corrente /
/

FIG. 14-3
N6
de ^
referência/
Lei das correntes Kirchhoff (Análise nodal) 293

fluindo em um sentido de referência, suposto positivo, através de um resistor R.


Os detalhes extemos ao circuito não estão mostrados, exceto um ponto do
circuito denominado nó de referência. Gostaríamos de expressarI em termos das
voltagens dos nós e E^. Escreveríamos /= (Ej^-Eg)/R ou /= (E^ -E^)IR1
Se a corrente / é positiva, no sentido suposto de referência, então a
voltagem Ey^ deve ser mais positiva que E^. Assim, poderíamos escrever
i^A vamos resolver alguns problemas ilustrativos.
PROBLEMA Usando o método descrito anteriormente, determinar / na
figura 14-4.

•AAA^
/?=3Í2
FIO. 14-4 Nõ I2V
de
referência ^2 ^
6V I

i
SOLUÇÃO Para / circular no sentido positivo de referência adotado,
depreende-se que E2, conforme indicado, é mais positivo que E^. As voltagens
El e E2 estão sendo consideradas em sentido geral e podem vir a ser positivas,
ou negativas, em uma outra situação específica. Assim, para a figura 14-4
poderíamos escrever
El
(1) / =
R

onde El - 6 volts e £2 = 12 volts. Portanto,


12 volts — 6 volts
(2) 1 = = 2 amp
3 ohms

PROBLEMA Determinar I na figura 14-5.

R--m
FIO. 14-5
12V
^ Ei ^2 ^
6V

SOLUÇÃO Para / fluir no sentido de referência positivo adotado, é preciso que


a voltagem Ei seja mais positiva que a voltagem E2. Assim escrevemos
294 Análise de Circuitos CO

- Ej
(1) / =
R
onde £*1 = -6 volts e £"2 = +12 volts. Portanto,
,. / ^ -6 volts —(+12 volts) = —6 amp
3 ohms

O sinal negativo de I indica que esta corrente flui no sentido oposto ao adotado
inicialmente.
PROBLEMA Determinar a voltagem do nó Ej na figura 14^6.

FIG. 14-6 A' /3

3K

^2—I8V

SOLUÇÃO Aplicando a lei das correntes de Kirchhoff e supondo que as


correntes que estão entrando no nó A são positivas e as correntes que estão
saindo deste nó são negativas, podemos escrever

(1) O = /i + /2 + /a

Sabemos que uma ou mais das correntes devem estar deixando a junção. Isto não
significa, entretanto, que não podemos iniciar a análise com a suposição arbitrária
de que todas elas estejam entrando no nó. Uma vez avaliada Ej, estaremos
prontos a dizer, se necessário, quais as correntes que estão saindo.
O nó B, neste problema, é o nó de referência com respeito ao qual a
voltagem nò A está sendo determinada.
Para expressar as correntes da Eq. (1) em termos das voltagens do circuito
escrevemos

Ej-E, Ej —6 vòlts
(2) /i =
2 quilohms 2 quilohms
Ej - E2 Ej —(—18 volts)
(3) h = . ' . . —^
6 quilohms 6 quilohms

Ej + IS volts
6 quilphms

Ej-0
(4) h =
3 quilohms 3 quilohms
Lei das correntes Kirchhoff (Análise nodal) 295

Substituindo as Eqs. (2) a (4) em (1), temos


Ei — 6 voits £/ + 18 volts Ei
(5) O= ^
2 quiiohms 6 quüohms 3 quilohms

Simplificando a Eq. (5)e resolvendo para Ej, temos

6 volts 18 volts 1 1 1
= ^/(
2 quilohms 6 quilohms 2 quilohms 6 quilohms 3 quilohms )

13 mA-
K 3-y mA
K = Ej
IP —
0,5+0,1667+0,333
^^
quilohms

(6) 0 = Ei

Nota-se que se este problema fosse resolvido usando equações de percurso,


teríamos duas correntes desconhecidas para resolver, em comparação a apenas
uma voltagem de nó desconhecida, quando escrevemos as equações nodais.
Embora existam regras formais para determinarmos se existirá um número menor
de incógnitas com análise nodal ou de percurso em um dado circuito, o método
preferido é, usualmente, determinado intuitivamente.
PROBLEMA Determinar as voltagens de nós Ex e Ey no circuito da
figura 14-7a. Suponha /^ =40 mA, £"1 = 18 volts, E2 =-48 volts, = 8quilohm^
R2 - 12 quilohms, =, 24 quilohms e /?4 = 18 quilohms.

WV

FIG. 14-7

VW

SOLUÇÃO Uma vez que existem duas voltagens de nó desconhecidas, Ex eEy^


a lei das correntes de Kirchhoff terá de ser aplicada duas vezes, uma para o nó ^4
296 Análise de Circuitos CC

e outra para o nó 5. O nó de referência é a linha comum situada no pé das


flechas Ex e Ey. Podemos iniciar adotando arbitrariamente alguns sentidos para
as correntes nos nós A e B, como mostrado na figura 14-7Ó. Supondo todas as
correntes que entram em um nó como positivas e as que saem do nò como
negativas, podemos escrever para o nò ^

(1) 0 = -/^+/i+/3
e para o nò ^

(2) 0 = -/3+/2+/4

Expressando estas correntes dos braços em termos das voltagens

(3) r = —
Ii ^x- = — —18 volts
R1 8 quilohms

(4) /g = ~ =—Êjlt
24 quilohms

(5) /j = ^ (-48 volts)


/?2 12 quilohms
Ey + 48 volts
12 quilohms

(6) h = ^
18 quilohms

Substituindo as Eqs. (3) a (6) nas Eqs. (1) e (2),

(7) 0 = -/^ +
8 quilohms 24 quilohms

(8) o- ^x-Ey I 48 volts ^ Ey


24 quüohms 12 quilohms 18 quilohms

Substituindo o valor de na Eq. (7) e separando os termos conhecidos à


esquerda e os termos desconhecidos à direita, obtemos, respectivamente.
18 volts ,1 1 M7 1
= ( + )Ex —.
8 quilohms 8 quilohms 24 quilohms 24 quilohms

í\f\\
(10) -48 volts _—— -1 r. ^ / 1 ^1^ 1 )^v
12 quilohms 24 quilohms 24 quilohms 12 quilohms 18 quilohms

Simplificando as Eqs. (9) e (10) obtemos, respectivamente.


Lei das correntes Kirchhoff (Análise nodal) 297

(11) 42,3 mA= (0,167 X 10"^mho)£';f - (0,0417 X 10"^

(12) -4 mA =-(0,0417 X10"^mho)£'x +(0,181 X10"^mho)£'j,


Resolvendo as Eqs. (11) e (12) por determinantes, temos
42,3 mA -0,0417 X 10"^mho
—4 mA 0,181 X 10"3mho
(13) = = 263 volts
0,167 X 10"^mho -0,0417 X 10"^mho
-0,0417 X 10'^mho 0,181 X 10"^mho
0,167X10'^ mho 42,3 mA
-0,0417 X 10"^mho -4 mA
(14) = 38,6 volts
I0,0284 X 10"^ mho^ 1
Nota-se que, neste problema, temos apenas duas incógnitas (voltagens de nós)
para resolver. Uma vez que é dada, haveria também duas correntes de
percurso désconhecidas, embora existam três percursos.
O leitor poderia verificar a solução deste problema aplicando alguns
teoremas de circuitos adequados, vistos anteriormente.

PROBLEMAS COM SOLUÇOES

PS 14-1 Expressar a lei das correntes de Kirchhoff para o circuito da


figura PS 14-1.

FIG. PS 14-1

SOLUÇÃO Supondo que todas as correntes que entram são positivas e todas as
que saem são negativas, temos O= /i +74-/2-/3.

PS 14-2 Qual é a relação entre /i e I2 na figura PS 14-2?

FIG. PS 14-2

SOLUÇÃO Uma vez que Ii está em sentido oposto a I2 temos que Ii =-l2-
298 Análise de Circuitos CG

PS 14-3 Expressar / primeiro em termos de £"1 eR e depois em termos de e


R.

FIG. PS 14-3
'fí

SOLUÇÃO Uma vez que / polariza o pé da flecha negativamente, em relação


à sua ponta, será positiva. Assim, Ex =RI, ou I =Ex/R. Uma vez que I
polariza a ponta da flecha E2 negativamente em relação ao seu pé (ponto de
referência), E2 será negativa. Assim E2 = - RI, ou I =- E2/R

PS 14-4 Escrever uma expressão para/ na figura PS 14-4.

AAAr
/?

HG. PS 14-4

SOLUÇÃO Para / fluir no sentido adotado como referência é preciso que E^


seja mais positivo que E2. Assim, poderíamos escrever/ =(£"1-.£2)//?.

PS 14-5 Determinar a voltagem E na figuraPS 14-5d através da análise nodal.

2omp I2

•3Í2
FIG. PS 14-5

2 omp — SV 2 omp
a í ~ 8V

J
(b)

SOLUÇÃO Adotamos alguns sentidos de referência para as correntes, como


mostra a figura PS 14-5h. A escolha é arbitrária, e no caso, admitimos que todas
as correntes estão entrando no nó, embora possamos admitir que algumas
correntes, na verdade, possam estar saindo do nó. Não é necessário, entretanto.
Lei das correntes Kirchhoff (Análise nodal) 299

conhecermos a priori que corrente, ou correntes, estão saindo. Assim, podemos


escrever
(1) 0 = 2amp + /i+/2
ou

(2) - 2 amp = /1 -y I2

Expressando as correntes em termos das voltagens e resistências dos braços


temos, reescrevendo a Eq.(2) como

— 8 volts
(3) —2 amp =
6 ohms 3 ohms

(4) E = 1,33 volts

PS14-6 Suponha na figura PS 14-6a que Xl ~ 12 mA, Ig = 18 mA, Rx = 8 qui-


lohms, R2 = 6 quilohms, ^3 = 4 quilohms. Determinar através da análise nodal as
voltagens Ei c E2 e a. corrente em cada resistor.

/j ^
^wv- AAA.
\ ./
>\ I^
FIG. PS 14-6 :^i ^2<
0 '0 /i1 ©
(<7) {t>)

SOLUÇÃO Podemos admitir alguns sentidos de correntes nos nós A e B,


digamos, como a figura PS 14-6h. No nò A podemos ver (supondo positivas as
correntes que entram e negativas as que saem)

(1) 0 = -Ia
e no nò B

(2) 0 = Ib - h

Nota-se que uma vez que o sentido de foi admitido como entrando no nò A,
ela é determinada como deixando o nò B,
As correntes individuais são dadas por

(3) /i = A
Rx
«íftí- Análise de Circuitos CC

IH -_ ^2
R2

Rj —^2
h =

Reescrevendo as Eqs. (1) e (2) e substituindo os termos apropriados da Eq. (3)


obtemos, respectivamente,

(4) = (J_ +^)£- _j_£-


R, R3 % R^ ' ' R. '

(5) = Lf,+( J_ +
R, R, R, ^ R, «3

Substituindo valores numéricos nas Eqs. (4) e (5), obtemos, respectivamente,

(6) 12mA =( 8 quilohms


! +4 quilohms
! )Ei--4 quilohms
! E.

= (0,375 mmho)E'i —(0,25 mmho)£'2

(7) -18 mA =- 4—-L—Et


quilohms
+( 6 quilohms
! +4 quilohms )E2

= —(0,25 mmho)E'i + (0,417 mmho)E'2

As Eqs. (6) e (7) são simultâneas em Et e E^. Resolvendo por determinantes,


temos

12 mA —0,25 mmho
-18 mA 0,417 mmho
(8) £. =
0,375 mmho —0,25 mmho |
—0,25 mmho 0,417 mmho I

0,499 (mA) (mmho)


0,0939 mmho^

= 5,33 volts
Lei das correntes Kirchhoff (Análise nodal) 301

Da mesma forma obtemos para E2


0,375 mmho 12 mA
0,25 mmho —18 mA
(9) =

0,0939 mmho^
Substituindo os valores resultantes de voltagem da Eq. (3) temos
, 5,33 volts _..
(10) /i = —: = 0,667 mA
8 quilohms

j 39,9 volts ^
h = —T rr-; =~ mA
6 quilohms

/, = 5.33 volts-(-39,9 volts) ^ jj 3^^


4 quilohms
Nota-se que I2 é negativa, o que significa que ela, na verdade, flui em sentido
oposto ao admitido inicialmertte, na figura PS 14-6Ô.

PS 14-7 Usando o circuito da figura PS 14-7, deduzir o teorema de Millman


através da análise nodal.

1 0

FIG. PS 14-7
fí.

-^Eo
V. I
SOLUÇÃO

(1) O - /i + /2 + /a

(2)
Q^ E-E, ^E-(-E2) ^ E
R, R'.

Resolvendo para E,
El E2 =£"(—
_L__^ \ +—1 + —)
1
(3)
R2 Ri R2 R3
ou

EilRi -E2IR2
(4) E =
1/Ri +1/7?2 +I/R3
que é o teorema de Millman.
302 Análise de Circuitos CC

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PR 14-1 Expressar a lei das correntes de Kirchhoff para o nó mostrado na


figura PR 14-1.
I\ /?

-.t;

RESPOSTA 0 = /i-/2

PR 14-2 Expressar a lei das correntes de Kirchhoff para o nó mostrado na


figura PR 14-2,

h
Iz h

RESPOSTA 0 = /

!„ í: )í ^
Lei das correntes Kirchhoff (Análise nodal) 303

PR 14-3 Determinar / na figura PR 14-3.

TSV ^ 4V~r
I í-J
RESPOSTA I = - 6 amp

PR 14-4 Determinar Ex usando a análise nodal no circuito da figura PR 14-4.

4mA

RESPOSTA Ex = 26,4volts

th
304
Análise de Circuitos CG

f m i n a r as voltagens dos nós


iigura FR 14-5.
e E^b t í corrente / na
8mA

e-
•^w
6K

• 4K

0 4mA
/: •3K

:^18V
J
n:

RESPOSTA ^GA ~ ~6 volts


~ 6 volts
I\ = - 2 mA

PR 14-6 Usando a análise nodal, determinar a corrente I^a através do resistor


de 10 quilohms no circuito da figura PR 14-6.
4 » . » B
—wv
\r- •A/\A—
10K 40K

''40K •20K -^240V

120V—

RESPOSTA - 4,4 mA
Lei das correntes Kirchhoff (Análise nodal) 305

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P14-1 Expressar a lei das correntes de Kirchhoff para o nó mostrado na


figura P 14-1.

P 14-2 Determinar I na figura P 14-2através de análise nodal.


/?

í?

-
306 Análise de Circuitos CC

P 14-3 Expressar / em termos de e na figura P 14-3,


I

AAAr
R f [E^i "i
' "h . . 'íT '''

P 14-4 Expressar / em termos de ^ m figura P 14-4.

A/W
R
X^-Ln-[-tbj
" K
REF
]>-EA +Bh_
"itr
Leidas correntes Kirchhoff (Análise nodai)
307

P 14-5 Determinar E usando análise nodal na figura P 14-5.

t =R,( rv-iA)- E

P 14-6 Determinar por análise nodal na figura P 14-6.

3K. L &A •-= i-i ^


(P
6mA
24v:^ 6K> í +
308 Análise dé Circuitos CG

P 14-7 Determinar / por análise nodal na figuraP 14-7.

lOmA
8V

3K

4K< •f/
^ .^6K
24V

12'

P 14-8 Determinar as voltagens dos nós E\ e E2 no circuito da figura P 14-8.

9K. •2K

120V 4K
AAAr-
Ei - 30jEE V
6t<<>
^ "•'/<
£2 <^10K
Lei das correntes Kirchhoff (Análise nodal) 309

P 14-9 Determinar I na figura P 14-9 pela aplicação da lei das correntes de


Kirchhoff.

-WV-
1 Í2

2Í2 2 Í2

6Í2
-r 36V AAAr

2Í2 4n
15 circuitos
equivalentes

Um problema muito comum em eletrônica é o desenvolvimento de circuitos


equivalentes, que são fictícios, mas de grande utilidade para a representação de
um dispositivo ou circuito. Algumas vezes os circuitos equivalentes são baseados
nos conhecimentos da física de um dado dispositivo. Em outras ocasiões,
podemos ter uma descrição matemática de um dispositivo, ou circuito, e o
problema consiste em desenvolver um circuito equivalente coerente com a
matemática. Um circuito equivalente é sempre mais significativo que uma
descrição matemática pura. Ocasionalmente, podemos ter um circuito equivalente
em uma forma e desejamos transformá-lo em outra, que facilite a sua análise. Nos
capítulos anteriores pudemos ter algumas experiências com circuitos equivalentes,
na aplicação dos teoremas da superposição, Thévenin e Norton. Agora vamos
verificar esse assunto com maior profundidade.
312 Análise de Circuitos 00

15-1 Circuitos equivalentes derivados de princípios físicos


A figura 15-la mostra uma caixa contendo um dado circuito elétrico
desconhecido.

t 2K
^oc
^en
FIG. 15-1

ia) iò)

O sistema tem um par de terminais de entrada, A e B. Estes terminais de


entrada poderiam, sem dúvida, ser considerados terminais de saída; entretanto,
convencionamo-los, para o caso presente, com a designação de terminais de
entrada. O comportamento físico do sistema é tal que nenhuma voltagem Fqc é
medida entre os terminais AB. Assim, Vq^ = 0. Se a resistência, olhando a partir
dos terminais AB, for medida com um ohmímetro, obtemos uma leitura para
i?en 2quilohms. O circuito equivalente pode então ser resumido como segue.
Visualizando um circuito equivalente de Thévenin, no qual Kqc = O e jRth ~ 2
quilohms, chegamos ao circuito equivalente da figura 15-16.
Agora vamos resolver um outro problema. Consideremos o sistema contido
na caixa da figura 15-2ú!. Podemos determinar através de medida que Vqc(^aB) ~ 6
volts; ^AB ~ 3 mA com os terminais AB em curto. Outra vez podemos considerar
um circuito equivalente de Thévenin, que represente um sistema, no qual,
olhando a partir dos terminais AB, temos ~ 6 volts e /?th ~ ^oJhc ~
volts)/(3mA) = 2 quilohms.Veja a figura 15-26.

FIG. 15-2 6v:=

(a)

Agora vamos verificar uma situação mais complicada, como mostra a


figura 15-3a. Aqui temos um sistema com um par de terminais AB de entrada e
um par de terminais CD de saída. Para descrevermos as correntes e voltagens nos
respectivos terminais, temos que admitir alguns sentidos de referência, como
mostrado na figura 15-3a. Uma das medidas feitas no sistema indica que se Rj^
foi infinita (circuito sem carga), a voltagem através dos terminais de saída será
Circuitos equivalentes 313

igual à metade da voltagem que aparece nos terminais de entrada. Isto é,


E2 =0,5 El. Baseados nesta medição poderíamos nos inclinar a pensar que o
sistema situado dentro da caixa consiste de um divisor de voltagem com dois
resistores Ri e R2, como mostra a figura 15-36. Da relação do divisor de
voltagem podemos escrever

(1) 05=
El ' R1+R2
de onde obtemos

Ri - R2

B ...
-o—VW

)] E,

(01 [b)
FIG. 15-3
r^AA/WAAA.-^^-
/?. D. »
^-AAA. AAA—o
0,667/?2

0 •/?2

Uma outra medida efetuada no sistema indica que se uma dada corrente li
existe nos terminais de entrada, uma corrente I2 =0,6 Ii aparecerá nos terminais
de saída CD, se os mesmos estiverem curto-circuitados. Uma vez que I2 é menor
do que Ii, sabemos que o circuito simples da figura 15-36 não está completo.
Quando os terminais CD estão em curto, não existe corrente através de R2 e
toda a corrente de entrada Ii aparecerá através dos terminais CD, o que exige
que Ii =l2. Assim, somos levados a pensar que o circuito deveria aparecer como
na figura 15-3c, na qual uma resistência adicional R^ faz com que /j seja maior
do que /j. Usando a relação do divisor de corrente, podemos escrever

(2) A = 0,6 =—
fl R2 + R3
de onde obtemos

R3 = 0,667
314 Análise de CircüTlõrCC

Estes resultados estão resumidos na figura IS-Sí/ onde todos os valores estão
expressos em termos de R2.
Se uma terceira medida for feita, notaremos que a resistência vista a partir
dos terminais AB com os terminais CD abertos é, digamos, 4 quilohms, donde

(3) ^en ~ 4 quilohms = +^2 ~ ^^2


da figura \S-3d. Resolvendo a Eq, (3) para R2 resulta R2 = 2quilohms. Assim
Ri-2 quilohms e R3- 0,667 (2 quilohms) = 1,333 quilohms.
Algumas vezes, o comportamento físico de um circuito, como o contido na
caixa da figura 15-4^, é descrito de forma gráfica, como mostra a figura l5-4b.
Vamos admitir, por enquanto, que o circuito seja descrito graficamente pela
curva 1 da figura 15-40. Designamos arbitrariamente alguns sentidos de referência
para as correntes e voltagens, na figura \5-Aa, para indicar os sentidos referentes
aos eixos de JF e /, na figura 15-40.

/(amps)

/ B
— o—

(volts)

FIG. 15-4
io)

ffo- 0O-

Q,667n'
0 5omp

Âo- ÃO-

(c)

Para encontrarmos um circuito equivalente que resulte na característica


volt-ampère da curva 1 podemos raciocinar como segue. Uma vez que a curva 1 é
uma Unha reta, o sistema é linear. A curva 1 passa pela origem quando os
terminais AB estão abertos, de forma que / = O e £" = O, o que significa que
olhando a partir dos terminais AB, não existe voltagem Fqc ^ curva 1. A
inclinação da curva indica que se a tensão é aumentada para 6 volts, a corrente
sofrerá um aumento de 4 amp. Assim podemos concluir que a resistência vista a
Circuitos equivalentes 315

partir dos terminais AB é dada por /?enM5) =A£/A/ =(6 volts/4 amp)=l 5
ohms (veja a figura 15-4c).
Suponhamos, entretanto, que a característica volt-ampère do sistema fosse
como mostra a curva 2. Neste caso poderíamos figurar nosso circuito equivalente,
conforme segue: quando £" =O, / =-5 amp. Isto significa que quando os terminais
AB estão em curto, uma corrente de 5 amp flui em sentido oposto ao de
referência, indicado para /. Em termos de um circuito equivalente de Norton isto
significa '

Ac ~ 5 amp = -/
A fonte de corrente I^ç. poderia ser então representada como mostra a
figura 15-4í/. Aresistência eni paralelo com esta fonte de corrente pode ser
determinada a partir da inclinação da curva 2. Vemos que para uma voltagem
variando de Oa 6 volts, a corrente sofre uma variação de -5 a 4 amp^ Assim,
^th = AF/àl = 6 volts/9 amp = 0,667 ohm

15-2 Circuitos equivalentes derivados de descrições matemáticas


Freqüentemente, encontramos situações onde a operação de um circuito é
descrita em termos matemáticos eprecisamos criar um circuito equivalente capaz
de satisf^er a descrição matemática. Por exemplo, suponhamos que a condição
matemática para a figura IS-Sa fosse Ei =-E^ +RIi. Esta equação nos fala que

FIG. 15-5

ia)
(â)

partindo do pé da flecha Ei e indo em sentido à ponta da mesma, estaremos


decrescendo Eji volts em potencial. Assim, poderíamos desenhar uma fonte de
voltagem de E^ volts polarizada como mostra a figura 15-5Zj, no sentido do pé
para a ponta da flecha Ei. O segundo termo desta equação, Ríi, indica que a
corrente Ii que flui saindo dos terminais deve ter passado por uma resistência R,
e uma vez que existe um sinal positivo em frente de RIi, temos que o resistor R
é polarizado pela corrente Ii de maneira tal que, indo do pé para a ponta da
flecha El estaremos crescendo em potencial. Um resistor de R ohms colocado
em série com o terminal pelo qual sai, provocará uma queda de RIi volts,
como requer a equação. O circuito completo apareceria então conforme mostra a
316 Análise de Circuitos CG

figura 15-5Z>. Como comprovação, basta sair do pé da flecha seguir no sentido


da sua ponta e verificar se estamos satisfazendo a equação original, o que, sem
dúvida, acontecerá.

FIG. 15-6

Suponhamos que temos um sistema a dois terminais conectado como


mostra a figura 15-6ú! e que a sua descrição matemática é

Para encontrarmos um circuito equivalente para esta equação, poderíamos


raciocinar primeiramente que indo do pé da flecha E até a sua ponta, crescemos
E]ç volts. Isto implica em uma fonte de voltagem, como mostra a figura \5-6b.
Em segundo lugar, poderíamos raciocinar que as correntes e I2 fluem através
de um resistor comum R, no circuito, também mostrado na figura 15-6b.

FIG. 15-7

Para uma melhor ilustração, suponhamos que temos uma caixa cujo
conteúdo é desconhecido, e que os sentidos de corrente e voltagem estejam
mostrados como na figura 15-7. A expressão matemática para o comportamento
da caixa é

R ^

Nesta forma a equação é uma afirmação da lei das correntes de Kirchhoff. Ela
nos diz que a corrente total / proveniente dos terminais de saída, no sentido de
referência mostrado, é composta de duas outras correntes, denominadas EjR e
A corrente -/^ pode ser representada por uma fonte de corrente com
sentido de fluxo contrário a I. Em outras palavras, não contribui para I e.
Circuitos equivalentes
317

mais do que isso, é subtraída dela. A corrente £'/R representa uma corrente que
contribui para a corrente /, porque existe um sinal positivo à sua frente. A
voltagem E existe através dos terminais de entrada; então, colocando uma
resistência R entre esses terminais, uma corrente E/R fluirá no mesmo sentido
que /, quando E for positivo. Assim esta equação pode ser representada por um
circuito equivalente de Norton, como mostrado na figura 15-7.

15-3 Circuitos equivalentes T ou pi

3uponhamos que temos uma caixa com um par de terminais de entrada e


outro de saída (sistema a quatro terminais, também chamado de sistema a duas
portas). Os circuitos equivalentes T ou pi são relacionados a um teorema que
estabelece que se o sistema da figura 15-8a é linear e bilateral, ele pode ser
reduzido a um sistema equivalente T ou pi, conforme mostram as figuras 15-8Zj e
c, respectivamente. Uma vez que qualquer sistema que atenda os requisitos da
figura 15-8úf pode ser reduzido a uma seção equivalente T ou pi, temos que as
seções T ou pi da figura 15-8Z? e c estão inter-relacionadas. A habilidade de
conversão de uma seção T para pi, ou vice-versa, é muito útil para a simplificação
de alguns sistemas, como será demonstrado mais adiante.

Sistema
Entrada linear Saída
bilateral

FIG. 15-8

[b]

Suponhamos que temos um sistema a quatro terminais (figura 15-8a) cujos


componentes são desconhecidos e desejamos determinar os valores de R nas
seções T ou pi. Uma vez que existem três resistores desconhecidos, serão
necessárias três medições na caixa. Poderíamos, por exemplo, medir:
^ii(oc) ~ ^ resistência medida olhando a partir dos terminais de entrada,
com os terminais de saída 2-2 abertos.
^ii(sc) ~ ^ resistência medida olhando a partji dos terminais de entrada,
com os terminais de saída em curto.
Análise de Circuitos CC

^22(oc) —^ resistência olhando a partir dos terminais de saída, com os


terminais de entrada abertos.
^22(sc) ~ ^ resistência medida olhando a partir dos terminais de saída,
com os terminais de entrada em curto-circuito.
Apenas três das medições acima são necessárias. Para mostrarmos como qualquer
das três delas resulta em valores de R, digamos, o sistema T da figura 15-8Ò,
escrevemos

(1) ^ii(oc) ~ ^1 •'•^3


R2R3
(2) ^11 (sc) = ^1 +
Ri ^3

(3) Riiioc) ~ ^2 "'"^3

A solução simultânea das três equações, que é deixada como um exercício para o
leitor, resulta

(4) R3 —V-^2 2(oc) (^1 i(oc) 1(sc)) (15-1)


Uma vez que R^ é avaliado, temos

(5) Ri-RiHoc)-^3 (15-2)


e

(6) Ri =" -^22(00)" ^3 (15-3)


De uma maneira similar isto pode ser feito para um sistema pi

(7) Ra = ^^Usc)^2 2(oc) (15.4)


^2 2(oc)~^3
e

(8) R = ^ll(sc)^22(oc) (15.5)


e

(9) Rc = ^^Msc)^^2(oc) (15.6)


1(oc) ^3

onde /?3 nas Eqs. (7) a (9) é retirado da Eq. (15-1).


PROBLEMA Determinar os elementos das seções equivalentes 7* e pi para o
circuito da figura 15-9a.
SOLUÇÃO Uma vez que não podemos, de fato, efetuar essas medidas no
circuito da figura 15-9fl, calculamos teoricamente em que as várias medidas com
circuito aberto e fechado poderiam resultar. Por exemplo, suponhamos que
Circuitos equivalentes 319

WV WV

FIG. l5-9a

avaliamos /?ii(oc)* Isto significa que queremos a resistência vista, olhando para
os terminais de entrada, com os terminais (2-2) de saída abertos. Então

(1) ^11 (oc) ~ 8 quilohms


+ [4 quilohms I (2 quilohms + 3 quilohms)]
= 10,22 quilohms

Para avaliarmos Ri i(sc) imaginamos que os terminais de saída estão em curto, de


forma que olhando para os terminais de entrada, veríamos (1) os resistores de 6 e
3 quilohms em paralelo na saída; (2) esta combinação anterior em série com o
resistor de 2quilohms e(3)todos estes em paralelo com o resistor de 4 quilohms,
os quais também estão em série com o resistor de 8 quilohms. Então

(2) 1(sc) = {[(6 quilohms I 3 quilohms)


+ 2 quilohms] I 4 quilohms} + 8 quilohms
= 10 quilohms

Para avaliarmos /?2 2(oc) olhamos para os terminais 2-2 com os terminais 1-1 em
aberto e determinamos

(3) ^22(oc) ~ ^ quilohms + (3 quilohms II6 quilohms)


= 8 quilohms

Substituindo os resultados obtidos nas Eqs. (1) a (3) na Eq. (15-1), para o
sistema T, obtemos

(4) Rz - V (8 quilohms) (10,22 quilohms —10 quilohms)


= 1,33 quilohms

Substituindo as Eqs. (1) e (4) na Eq. (15-2) resulta

(5) jRi = 10,22 quilohms —1,33 quilohms


= 8,89 quilohms

Substituindo os resultados das Eqs. (3) e (4) na Eq. (15-3) resulta

(6) R2 - S quilohms —1,33 quilohms = 6,67 quilohms


J20
Análise de Circuitos CG

O sistema T resultante aparecerá então comona figura 15-96.

^ 8,89K 6,67K ^ 60,15 K


0-NAA^-pvyv-© vw

lt99K
FIG. 15-96 e c

0 0
[b) (c)

Se escolhêssemos para desenvolver o circuito equivalente do sistema pi, por


substituição das Eqs. (2) a (4) nas Eqs. (15-4) a (15-6), poderíamos obter
(10quÜohms)(8quUohms) ^ jj,99 quüohms
(7) 8 quilohms - 1,33 quilohms
Substituindo as Eqs. (2) a (4) na Eq, (15-5) temos
^ ^ (10 quilohms) (Squilohms) ^
(8) 1,33 quilohms

Substituindo as Eqs. (1) a (4) na Eq. (15-6), obtemos


^ (10 quttohms) (8 quilohms) ^ g quUohms
10,22quilohms-1,33 quilohms

Osistema pi resultante está mostrado na figura 15-9c.


Para a determinação dos elementos dos circuitos equivalentes T ou pi
deparamos, algumas vezes, com valores negativos de resistência. Uma vez que
valores negativos de resistência não podem ser avaliados, tais circuitos
equivalentes T ou pi não são fisicamente realizáveis. Entretanto, isto não nos
impede de proceder a umaanálise de lápis e papel.
Algumas vezes, torna-se interessante e útil a conversão de circuitos
equivalentes T para pi e vice-versa. Para vermos como estes circuitos equivalentes
estão relacionados, podemos raciocinar como segue. Olhando para os terminais de
entrada do sistema T da figura 15-86 com os terminais de saída abertos, podemos
ver +^3- Olhando para os terminais de entrada do circuito pi da figura 15-8c
com os terminais de saída em curto, vemos em paralelo com a combinação
série de Rg e Rq Como os circuitos f e pi devem ser equivalentes, então
^11 (oc) para o sistema T deve ser a mesma que para o sistema pi. Assim
podemos escrever

(1) R = 7? +7? ^ RaíRb-^Rç)


^^ ^ ^ Ra-^Rb-^í^c

Por raciocínio similar escrevemos


Circuitos equivalentes
321

(2) p Dl ^2^3
^11 (SC) = t<\ +——é- =—
1^2 +/^3 +Rs
e

(3) ^22(oc) = R2 +«3 = +^g)


Ra + ^5 +

Se as Eqs. (1) a (3) forem resolvidas simultaneamente para os elementos T, em


termos dos elementos pi, obteremos após algum trabalho

(4) RaRb
Ri = (15-7)
Ra^Rb"^ Rc

(5) R', = RbRc


(15-8)
Ra'^Rb'^ Rc

(6) RaRc
=
(15-9)
Ra + + Rc
Se as Eqs. (1) a (3) forem resolvidas para os elementos pi em termos dos
elementos T, o resultado é

(7) p _ R1R2 RiR^ R2R3


(15-10)
^ R2
(8) D — R1R2
(15-11)

(9) p _ -^1^2 RiRz '^•^27^3


(15-12)
" R,

FIG. 15-10

Como ajuda para melhor memorização da conversão T para pi e vice-versa,


consideremos a figura 15-10. Podemos notar como os elementos T e pi nas
Eqs. (15-7) a (15-9) estão relacionados nessa figura; a resistência desejada na
conexão T é igual ao produto das resistências adjacentes, dividido pela soma das
resistências na conexão pi. Considerando as Eqs. (15-10) a (15-12), juntamente
com a figura 15-10, vemos que a resistência desejada no sistema pi é a soma dos
322 Análise de Circuitos CG

produtos das resistências na conexão T, tomadas duas a duas e divididas pela


resistência oposta na conexão T. O leitor deve verificar essas equações,
aplicando-as às figuras 15-96 e c.
PROBLEMA Determine as correntes Ii e /j na figura 15-1Ia .

>6íi >3íi

<ò fíX y/?2


FIG. 15-llae6 Í,143Í2V j^2,286íi
^4ÍÍ
/?3 >0,5714 a

yo-

SOLUÇÃO Este circuito, chamado circuito ponte poderia, sem dúvida, ser
solucionado pelas equações de percurso, mas nós não queremos, por
conveniência, aplicar os teoremas.de Norton ou Thévenin, devido ao resistor de 3
ohms que se encontra isolando a fonte de 36 volts do sistema ponte,
propriamente dito. Reconhecemos, entretanto, que a parte inferior do circuito
ponte, consistindo dos resistores de 2, 8 e 4 ohms, constitui um circuito pi. Se
este circuito pi é convertido para um circuito equivalente T, chegamos à
figura 15-116, na qual
(2 ohms) (8 ohms) = 1,143 ohms
Ri =
2 ohms + 8 ohms + 4 ohms

De uma maneira similar

= 2,286 ohms
2 + 8+4

2(4)
R, = = 0,5714 ohm
2 + 8 + 4

Estes valores de Ri, R2 e R^ foram obtidos por substituição direta nas


Eqs. (15-7) a (15-9). Agora os resistores série na figura 15-116 podem ser
somados entre si, para resultar a figura 15-1 Ic. Combinando as resistências em
paralelo da figura 15-1 Ic e conectando com o restante do circuito, obtemos a
figura 15-11(7. Pela lei de Ohm podemos facilmente determinar/i = 5,447 amp na
figura 15-llí7. Da figura 15-11(7 e da relação do divisor de voltagem vemos que a
voltagem aplicada ao sistema ponte (entre os terminais j>£7) é 19,66 volts. Para
encontrarmos I2 precisamos de alguma maneira determinar a voltagem entre os
terminais ab. Se esta voltagem é conhecida, precisamos apenas dividi-la por 8
ohms, para determinar/j.
Circuitos equivalentes
323

/j =5,447 omp

7,143í2<f <>5,286fí 3,038Í2


c
36V^ i9,66\/
'0,5714íi "0,571411

ic)
FIG. \5-nc,dQe

1,5Í2 a 8ÍL ^ 1,714íl


AAA/ o W\/

/2 =0,5634 omp
— 4,915 V ^11,23V

(5)

Da figura 15-llí/ podemos escrever


3,038 ohms
Vcx = 36 volts - 16,55 volts
0,5714 + 3,038 + 3 ohms

Voltando à figura 15-1 Ib podemos agora escrever


6 ohms
^ax - ^cx = 13,90 volts
6 ohms + 1,143 ohms
Da mesma forma

3 ohms
Vbx = Kcx = 9,393 volts
3 ohms + 2,286 ohms
Uma vez que

^ab ^ax "*• ^xb


= Vax -
= 13,90-9,393 = 4,507 volts

podemos determinar pela lei de Ohm

A = = 0,5634 amp
8 ohms
lí.í
324 Análise de Circuitos CC

O mesmo resultado poderia ter sido encontrado tomando a voltagem entre dois
pontos y e X, uma vez que eles sejam determinados e thévenizados entre y e a q
y e b para desenvolver o circuito equivalente da figura 15-lie. Com a carga de 8
ohms inserida," chegamos à mesma solução para /j.

15-4 Análise de sistemas a quatro terminais (duas portas)


No item 15-3 discutimos que qualquer sisteiha linear bilateral a quatro
terminais pode ser reduzido para uma seção T ou pi. A restrição bilateral implica
que o teorema da reciprocidade seja válido. Alguns sistemas, chamados passivos,
não contém dispositivos ampÜficadores. Se o sistepia a quatro terminais não
contém um dispositivo amplificador, o teorema da reciprocidade, em geral, não é
válido, e, assim, o sistema não pode ser reduzido a uma seção T ou pi. Embora
até o presente momento não tenhamos discutido dispositivos ou sistemas que
podem amplificar (chamados sistemas ativos), discutiremos uma forma mais útil
para o desenvolvimento de circuitos equivalentes. Com esta forma, chamada
análise de sistemas a quatro terminais, ou duas portas, o sistema não precisa ser
bilateral; ele precisa apenas ser linear.^ Mesmo que o sistema não seja linear, este
método pode ser apUcado, se a análise ficar restrita a uma pequena porção linear
da característica não-Ünear.

15-6 Os parâmetros R

Suponhamos que temos o sistema a quatro terminais ou duas portas da


figura 15-12a para considerar. Os componentes da caixa são, por enquanto,
desconhecidos e o nosso problema consiste em determinar, por meio de medidas
sobre a caixa, o circuito equivalente. Uma vez que estaremos medindo voltagens e
correntes, vamos escolher arbitrariamente alguns sentidos de referência para
correntes' e voltagens (figura 15-12a). Uma vez determinados esses sentidos,
passaremos a considerá-los. Precisamos lembrar, entretanto, que estes são apenas
sentidos de referência. Não sabemos em que sentidos as correntes fluirão,
digamos, quando as voltagens forem conectadas aos diversos terminais. Na
maioria dos casos poderíamos raciocinar que as voltagens nos terminais são
funções das correntes I\ e /2, que fluem dos terminais de entrada ou saída,
respectivamente. Por exemplo, se conectamos uma fonte de corrente aos
terminais de entrada, esperamos que Ei seja afetado por ly. Entretanto, é
também possível que Ey seja afetado por I2, devido a alguma
realimentação dentro da caixa. Suponhamos que a caixa tenha um sistema T
dentro dela, como mostrado na figura 15-120. Vamos admitir que colocamos
algumas fontes de corrente ly e I2 rios terminais de entrada e saída,
respectivamente. Se, aplicando o teorema da superposição, substituirmos I2 por

^ Nesta discussão, os sistemas a duas portas são considerados como não contendo,
internamente, fontes de voltagem, ou corrente, independentes.
Circuitos equivalentes 325

um circuito aberto, que é a sua resistência interna, e considerarmos apenas o


efeito de sobre veremos que devido a/j é dado por jE*!
Agora se substituirmos /, por sua resistência interna, um circuito aberto, e
considerarmos apenas o efeito de I2 sobre E^, veremos que £"1 =/?3/2. O E^
resultante devido a ambas as fontes agindo simultaneamente e'

~ (^1 E2I2

Em geral, podemos dizer

(1) E, = MM
que é uma forma abreviada para dizer que E^ é alguma função /i de correntes /j
e I2', isto é, em geral, verdadeiro para qualquer sistema a quatro terminais. Da
mesma forma

(2) Et = ftiJM

A Eq. (2) estabelece que E2 é alguma outra função das correntes e I2. A
relação funcional exata entre E^ e as correntes e, também, entre £"3 e as
correntes é desconhecida até o momento.

FIGS. 15-12fl e Z)

Deforma mais específica podemos escrever

(2) El — +í?i 2^2 (15-13)

onde Rii é a resistência que representa apenas a contribuição de para E^ e


^12 é a resistência que representa apenas a contribuição de I2 para E^. AEq. (3)
é essencialmente uma afirmação do teorema da superposição. De maneira similar
(4) Et ^21A +^22-^2 (15-14)
onde R21 é a resistência que representa a contribuição apenas de /j para E2 e
í?22 é a resistência que representa apenas a contribuição de I2 para £'2. Em um
sistema passivo (sem amplificação) R12 é geralmente igual a/?2i, e isto agora
será verdade, na maior parte do nosso trabalho. Quando tratamos com
326 Análise de Circuitos CG

dispositivos ampliflcadores, R12 não é geralmente igual a R21', neste caso o


sistema não é bilateral e o teorema da reciprocidade não se aplica.
Agora vamos desenhar um circuito equivalente para satisfazer as Eqs. (3) e
(4), conforme mostra a figura 15-12c. Para satisfazer a Eq. (3) raciocinamos que a
voltagem E^, entre os terminais 1-1, no sentido indicado de referência, é formada
por duas voltagens, Riih e R12^2- 'Jnia vez que /i é a corrente proveniente do
terminal superior, precisamos apenas colocar a resistência 11 no caminho desta
corrente, para produzir uma queda de voltagem no sentido de E'i. Para conseguir
o efeito de I2 sobre Ei, como indicado pelo termo Ri2h, podemos inserir uma
fonte de voltagem de Ri2h volts em série com Rn e de polaridade tal que
tenda a tornar a ponta da flecha E^ positiva, com respeito ao seu pé. Isto é
indicado pelo sinal positivo, em frente do termo R\2h Eq. (3). Um raciocínio
similar aplicado à Eq. (4) leva-nos ao circuito equivalente para o lado 2-2.

FIG. 15-12c

I ^12•^2"^ -^^21A
O—^ ^—©
Para tornar tudo isto mais significativo, precisamos encontrar algüm
caminho para a determinação dos parâmetros u ^12» ^2 1 e ^22- A técnica
para a avaliação dos parâmetros R pode ser desenvolvida por meio de uma
inspeção matemática das Eqs. (3) e (4). Por exemplo, suponhamos que queremos
medir Rn. Se /a é tornada igual a zero com os terminais de saída abertos, o
termo Ri2h será eliminado da Eq. (3) e apenas Ei =RnIi permanecerá, de
onde podemos escrever Rn = Ei/Ii, com I2 - 0. Matematicamente,

(5) R 11 -
A (15-15)
h /2 = o

Vemos que para medir Rn é necessário apenas abrir o circuito nos terminais de
saída, introduzir alguma corrente nos terminais de entrada e medir a voltagem
resultante, que aparece através dos terminais de entrada. Sem dúvida, poderíamos
ter aplicado uma voltagem nos terminais de entrada e medir a corrente de
entrada com os terminais de saída abertos. Por raciocínio similar escrevemos
E,
(6) Ri2 - (15-16)
InO

Aplicando o mesmo raciocínio à Eq. (4), temos

^ A transição dos parâmetros R para Z é feita após a introdução do conceito de impedância.


Circuitos equivalentes 327

(7) 7?ai (15-17)


h l2=0
e

(8) (15-18)
/i =0 ^ ^

Os parâmetros R são algumas vezes chamados de parâmetros de circuito aberto,


porque os terminais de entrada e saída ficam abertos, quando as medições são
efetuadas. Para medirmos R12, por exemplo, introduziríamos uma corrente de
uma fonte de corrente aos terminais de saída, no sentido de referência indicado,
e mediríamos o resultante como feito na Eq. (15-16). Isto deve ser feito conl
os terminais 1-1 abertos, para que /j = 0.
A medida dos parâmetros R pode ser conseguida por meio de uma análise
do circuito equivalente implícito da figura 15-12c. Por exemplo, se quisermos
medir Rn, colocamos a fonte de voltagem Ri2^2í do lado de entrada, igual a
zero e fazemos I2 - O, abrindo os terminais 2-2. Afonte de voltagem12/j, no
lado de entrada, na figura 15-12c, significa que este circuito equivalente de
parâmetro R verifica-se para os efeitos de I2 sobre Ei. Para medirmos R12
poderíamos raciocinar como segue. Se fizermos A =O, na figura 15-12c, a
voltagem Ei deverá ser igual à da fonte /?i2'^2' Assim, forçando alguma corrente
I2 para os terminais de saída, enquanto os terminais de entrada estão abertos, a
voltagem Ei será igual a Ri2h} 6 uma vez que I2 é conhecida, porque estamos
introduzindo um valor conhecido de corrente aos terminais de saída, e uma vez
que E'i pode ser medido, poderemos calcular Ri 2 como na Eq. (15-16).
Raciocínio similar é aplicado para ^21 QR22, lado de saída. Nota-se que do
ponto de vista de dimensão, os parâmetros R têm unidades de resistência (ohms).
Um ponto importante é que os parâmetros R podem também ser expressos como
uma variação de voltagem AE dividida pela variação de corrente correspondente
(AT). Por exemplo, Rn =A£'i/A/i com A/2 =0, significa que I2 é mantida
constante, mas não necessariamente zero.
PROBLEMA Construir um circuito equivalente de parâmetro R, para satisfazer o
sistema a quatro terminais da figura 15-13fl.

SOLUÇÃO Para determinarmos 11 pela Eq. (15-15) imaginamos acorrente/2


igual a zero, deixando abertos os terminais 2-2 e supomos uma fonte de corrente
Ii conectada aos terminais de entrada (figura 15-13h). Obviamente, £"1 =(6
quilohms +4 quilohms) /j. Substituindo na Eq. (15-15),
rn
ti; D
Kii (6 quilohms + 4 quilohms)/í = 10 quilohms
— =—
Ãí
P^a determinarmos Ri2 vemos da Eq. (15-16) que precisamos encontrar
El devido a um I2 com /i =0, que daria o circuito mostrado na figura 15-13c.
Claramente, Ei =(4quilohms)/2. Substituindo na Eq. (15-16), obtemos
(2) Rr, =4^= (4quilohms)/; ^ ^
328 Análise de Circuitos CG

Q wv

FIG. 15-13

KÍ>^íiM-© ©-WM-<Dn
f l t t i t
/i
0 /fl 4K> fz £'i 4K^ fz
0^
ki> •0 G> <0
[ò) (c)

Para medirmos/?21 vemos, da Eq. (15-17), que devemos determinar £*2 do


lado de saída, devido à corrente Ii no lado de entrada, com os terminais de saída
abertos. O circuito da figura 15-136 pode ser usado, excetuando-se que, agora,
desejamos a voltagem £"2. Claramente £"2 = (4quilohmsXi. Substituindo este
resultado na Eq. (15-17) resulta
£*2 (4 quilohms)')f^ = 4 quilohms
(3) R 21 -

Uma inspeção da Eq. (15-18) indica que para determinarmos R22 devemos
medir a voltagem £2, devida à corrente I2, forçada nos terminais 2-2 e com os
terminais de entrada abertos (/i =0). O circuito da figura 15-13c aplica-se.
Nota-se que £2 = (4 quilohms) I2. Substituindo na Eq. (15-18), temos
^ ,(4 quilohms)^ ^ 4quüohms
(4) R 22 -
I2 \
Nota-se que neste sistema passivo, £12 =£21» como era esperado.
Para verificarmos o circuito equivalente de parâmetro £, vamos considerar
o circuito da figura 15-14fl, contendo o sistema original da figura 15-13fl com a
fonte, tendo uma resistência interna de 2 quilohms, ligada do lado de entrada e
uma carga de8 quilohms, do lado de saída. Solucionamos para a corrente I2 neste
circuito (por qualquer método com o qual estejamos familiarizados), tomamos a
mesma fonte de 64 volts com sua resistência interna, uma carga de 8 quilohms e
conectamos estes elementos ao circuito equivalente da figura 15-146, para
verificar se obteremos o mesmo valor de I2. Para a figura 15-14a escrevemos
64 volts
= —6 mA
(1)
2 quilohms + 6 quilohms + (4 quilohms II 8 quilohms)
= -
Circuitos equivalentes 329

V\A/

64V

FIG. 15-14
(o)

64V^
-=!^4K/, ^
_J x_

U)

Com Ii conhecida, aplicamos agora a relação do divisor de corrente e escrevemos


4 quilohms
(2) /, = - h
4 quilohms + 8 quilohms
4 quilohms
(—6 mA)
4 quilohms + 8 quilohms

= 2 mA

Para solucionarmos para I2, na figura 15-14Ò, podemos usar a lei das voltagens de
Kirchhoff. Para o percurso no sentido de Ii escrevemos

(3) O= 64 volts + (2 quilohms)/i + (10 quilohms) A + (4 quilohms)/j

que simplifica para

(4) —64 volts = (12 quilohms)Ii + (4 quilohms) I2

Percorrendo o circuito 2 do lado de saída, escrevemos

(5) O= (4 quilohms) Ii +(12 quilohms) I2

As Eqs. (4) e (5) são simultâneas em /i e /j e podem ser resolvidas para I2 por
substituição ou determinantes. Para uma solução abreviada para I2 multiplicamos
a Eq. (5) por -3, obtendo

(6) O= (—12 quilohms)/i —(36 quilohms)/2


^0 Análisede Circuitos CC

Se a Eq. (6) for somada à Eq. (4), os termos em A serão cancelados e teremos

(7) —64 volts = —(32 quilohms) A

Resolvendo a Eq. (7) para A» obtemos A ~ 2 mA, que confirma a solução obtida
na Eq. (2).Então a validade dos parâmetros R está devidamente demonstrada.

15-6 Os parâmetros G

Os parâmetros R que acabamos de discutir foram desenvolvidos


considerando as voltagens terminais Ex e como função das correntes terminais
Ix e A • Isto é, supomos as correntes para as fontes existentes, e as voltagens nos
terminais são determinadas por essas fontes de corrente. Podemos raciocinar que
se as fontes de voltagem Ex e E2 (figura 15-15a) estão conectadas aos terminais
de entrada e saída, respectivamente, as correntes A e A serão funções das
voltagens aplicadas. Nota-se que agora estamos considerando as fontes de
voltagem como elementos independentes, variáveis e causadores de corrente no
circuito. Poderíamos raciocinar que em geral a corrente A é uma função áQ Ex e
Ej. Obviamente, se existir alguma realimentação interna dentro da caixa, a
voltagem E2 pode afetar a corrente Ix. Em notação funcional escrevemos

(1) Ix = fx{Ex,E2)
Da mesma forma podemos raciocinar que a corrente A é uma função de Ex e E2
e em notação funcional escrevemos

(2) h^hiExM
Em seguida, aplicamos o conceito da superposição novamente. Se E2 for
substituído por sua impedância interna, um curto-circuito, a corrente A será
determinada somente por Ex. Chamando Gu a condutância que relaciona Ix a
Ex, poderíamos escrever A ~^\\Ex. Até o momento não temos idéia sobre o
significado de Gxx, mas veremos em breve uma maneira de medi-lo-. Tudo o que
necessitamos saber agora é que Gj 1 é a condutância representando a contribuição
de Ex para A- Por raciocínio similar chamamos Gj2 a condutância representando
a contribuição de E2 para A apenas quando Ex é substituída por sua resistência
interna, um curto-circuito. Por superposição expressamos então a corrente total
Ix como

(3) A =Gii£'i+Gi2E'2 (15-19)


Voltando nossa atenção para A> vemos que ela é dependente de duas fontes de
voltagem Ex e E2. Se substituirmos E2 por sua resistência interna e
considerarmos apenas a contribuição de Ex para A, escrevemos A ~G2\Ex, onde
G21 é a condutância que relaciona A com Ex (condutância de transferência). Em
seguida, se Ex for substituída por sua resistência interna e considerarmos apenas
Circuitos equivalentes 331

Iz

^2 ^

Ka)

FIG. 15-15
G>
G\zEz

Es Gss'
0 0
(i>

a contribuição de E2 para I2, poderemos escrever I2 =<^22^25 onde G22 é a


condutância que representa a contribuição de E2 para I2. Aplicando o conceito
da superposição, escrevemos
(4) /2 =G2i£'i +G2 2^2 (15-20)

Vamos agora tentar encontrar um circuito equivalente de parâmetro G, para


satisfazer as Eqs. (3) e (4).^ Estas equações satisfazem a lei das correntes de
Kirchhoff. Por exemplo, a Eq. (3) poderia ser interpretada para mostrar que a
corrente total /i, que debca o terminal superior 1-1, no lado de entrada, é
composta de duas correntes — a primeira representada pelo termo G^^Ex e a
segunda pelo termo Gi2^2- Ambos os termos devem ser aditivos à corrente Ii,
uma vez que eles têm sinais positivos à sua frente. Uma vez que a voltagémE"!
existe entre os terminais 1-1, poderíamos raciocinar que a condutância Gn
diretamente através destes terminais (figura 15-15b) satisfaria o primeiro termo da
Eq. (3). O termo G12E2 implica na Eq. (3) em uma fonte de corrente que é
função da voltagem aplicada entre os terminais de saída e o sentido desta fonte
de corrente, devido ao sinal positivo em frente do termo G12E2, deve ser tal que
ela contribua para Ii diretamente. Assim, podemos desenhar a fonte de corrente
G12E2 mostrada na figura 15-15b. Raciocínio similar aplicado à Eq. (4) resulta
na fonte de corrente G12E1 e na condutância paralela G22 através dos terminais
de saída. Nota-se que os parâmetros G resultam em um circuito equivalente de
Norton, enquanto que os parâmetros R resultam em um circuito equivalente de
Thévenin.

A relação entre os parâmetros G t y ficará clara quando forem vistos os conceitos de


admitância.
332 Análise de Circuitos.CC

O próximo passo é determinar algum modo de medir os valores dos


parâmetros G: Gi i, G12, G21 e G22. Do ponto de vista matemático poderíamos
considerar a Eq. (3) e notar que se o termo G12E2 puder ser eliminado, ficaremos
com Ii =GiiEi. Assim, se medimos apenas Ii devida à voltagem aplicada Ei,
podemos medir Gn. Para forçar o termo G12E2 para zero, devemos fazer E2
igual a zero. Fisicamente, isto é feito curto-circuitando os terminais 2-2.
Matematicamente,

h
(5) Gii= (15-21)
£•2=0

Por raciocínio similar.

(6) G„ = A (15-22)
E2 £•1=0

(7) G,, = A (15-23)


El £•2=0
e

(8) G22 = A (15-24)


E2 £"1=0

Uma vez que os parâmetros G estão avaliados fazendo uma ou outra voltagem
terminal igual a zero, os parâmetros G são também chamados de parâmetros de
curto-circuito. ^
A interpretação física das Eqs. (5) até (8) provém da figura 15-15ó. Por
exemplo, para medir Gn, de acordo com a Eq. (5), colocamos em curto os
terminais 2-2. Assim E2 é igualada a zero, o que força a fonte de corrente
G12E2 zero no lado de entrada. A fonte de corrente tem resistência interna
infinita, ou condutância zero. Portanto, a condutância resultante vista olhando
para os terminais de entrada deve ser Gn. Para medirmos G12, conforme
indicado pela Eq. (6), colocamos em curto os terminais de entrada, forçando Ei
para zero. Isto significa que nenhuma corrente fluirá por Gu, uma vez que não
existe voltagem através dela e a corrente total Ii através dos terminais 1-1 em
curto é determinada somente pela fonte de corrente G12 ^2- Assim, se aplicamos
um E2 conhecido e medimos a Corrente Ii através do curto-circuito nos terminais
1-1, podemos avaliar Gi2- Raciocínio similar pode ser aplicado às Eqs. (7) e (8),
para obter uma interpretação física das medidas de G2 i e G22. Nota-se que Gi 1
não é recíproca de 1 no circuito equivalente de parâmetro R, como não estão
inter-relacionados os demais valores de G e /?. A razão pela qual Gj j, por
exemplo, não é recíproca de é que G^ é a relação Ei/Ii com os terminais
2-2 em curto, enquanto que /?i 1 é a relação Ei/Ii com os terminais 2-2 abertos.

' Os parâmetros G podem também ser expressos como qualquer A/ dividido por seu
correspondente A^, com a outra voltagem constante. Então, Gii = A/i/A£i, com
A£*2 = O, significando que £"2 é mantida constante, mas não necessariamente igual a zero.
Circuitos equivalentes 333

Para adquirirmos alguma familiarização com os parâmetros G vamos


considerar o circuito da figura 15-13fl, para o qual desenvolvemos previamente os
parâmetros R. Para calcularmos i para este circuito, deveríamos usar a
Eq. (15-21), para determinar /j para uma voltagem aplicada E^, com E2 igual a
zero. Assim, curto-circuitaríamos os terminais de saída e aplicaríamos uma
voltagem E^ aos terminais de entrada, como mostrado na figura 15-16a.
Obviamente

ír~0——r-0-^

-0—
[b)
FIG. 15-16 /i h

0 <D
!
E, 0,167
,0,417 í
mmhos
(D
(-0,167
Q) (-0,167
mmhos 4 2

mmhos) mmhos)£,

(c)

<D
•0,417
mmhos
0 0 (0,167
•mmhos
Ez.

mmhos) mmhos)

<D
(C)
334 Análise de Circuitos CG

/i = £*1 (6 quilohms). Substituindo na Eq. (15-21),


h _ ^1 /(6 quilohms)
(1) ^^11 =

1
= 0,167 mmho
6 quilohms
Para medirmos Gia, poderíamos, conforme feito para a Eq. (15-22), colocar em
curto os terminais de entrada e determinar a corrente de curto-circuito através
dos terminais 1-1, quando a voltagem E2 é aplicada aos terminais de saída. Um
circuito que toma possível essas medições está mostrado na figura 15-1 óh.
Obviamente =-£"2/(6 quilohms), onde o sinal menos representa o fato de que
£2 forçará uma corrente pelos terminais 1-1 em sentido oposto àquele assumido
como de referência para /j. Substituindo na Eq. (15-22), temos
/j £2 /(6 quilohms)
(2) ri2 -
E2 £2.
1
= —0,167 mmho
6 quilohms

Para determinarmos G21 como indicado pela Eq. (15-23), colocamos em curto os
terminais de saída, aplicamos uma voltagem £1 através dos terminais de entrada e
determinamos a corrente »que flui pelos terminais de saída em curto, usando a
figura 15-16a. Obviamente I2 = -Ei 1(6 quilohms). Substituindo na Eq. (15-23),
I2 —£1/(6 quilohms)
(3) T2\ -
£1

1
= —0,167 mmho
6 quilohms)

Nota-se que neste sistema passivo G12 =G2i, como poderia ser esperado. Para
determinarmos G22 devemos, como indicado pela Eq. (15-24), colocar em curto
os terminais e determinar I2 devida a £2 aplicada através dos terminais de saída.
O circuito da figura 15-166 pode ser usado para este caso. Obviamente I2 =£2/(6
quilohms II4 quilohms) =£2/(2,4quilohms). Substituindo na Eq. (15-24), obtemos

(4)
h E21(2,4 quilohms)
'2 2 -
£2

1
= 0,417 mmho
2,4 quilohms

O circuito equivalente de parâmetro G aparecerá então como na


figura 15-16c. Invertendo os sentidos das fontes de corrente, os valores negativos
de Gi2 e G21 poderão ser evitados, como mostra na figura 15-16<i.
Circuitos equivalentes 335

64V:=

FIG. 15-17

32mA

Para vermos como os parâmetros G são aplicados, analisaremos o circuito


da figura 15-14a outra vez, agora em termos dos parâmetros G. O circuito
aparecerá como mostra a figura 15-17a. Para simplificar a análise, tomamos a
fonte de 64 volts e o resistor em série de 2quilohms e, usando o teorema de
Norton, convertemos a fonte para uma fonte de corrente de 32 mA, com
resistência del/2 quilohm em paralelo = 0,5 mmho de condutância paralela
(figura 15-17ò). Denominamos todas as correntes que entram pelo terminal de
entrada superior como positivas e aquelas que deixam este terminal como
negativas. Podemos escrever a seguinte equação nodal somando algebricamente as
correntes neste terminal:

(1) O= 32 mA + (—0,167 mmho)^2 + (0,5 mmho +0,167 mmho)£'i

Simplificando e reescrevendo, temos

(2) —32 mA = + (0,667 minho).É'i —(0,167 mmho)£'2

Repetindo o mesmo procedimento para o terminal superior de saída, escrevemos

(3) O= + (—0,167 mmho)^i + (0,417 mmho +0,125 mmho)£'2

ou

(4) O = —(0,167 mmho)£'i + (0,542 mmho)£'2

Usando as Eqs. (2) e (4) para resolver E2 por determinantes, temos ,


336 Análise de Circuitos CG

0,667 -32
;=
-0,167 O -5,34(mA)(mmho) ,
0,667 -0,167 0,334 mmho
-0,167 0,542
Assim

/2 = (0,125 mmho) (-16 volts) = —2 mA

que confirma com a solução para /j obtida com o circuito equivalente de


parâmetro R. O leitor poderia examinar a figura 15-176 e tentar descobrir outros
métodos para encontrar /j, além daquele que utiliza a lei das correntes de
Kirchhoff.

15-7 Os parâmetros h

Ao discutirmos os parâmetros R, assumimos que os terminais de entrada e


saída do sistema a quatro terminais estavam alimentados por fontes de correntes
Ii e I2, onde as voltagens resultantes Ei e E2 eram expressas como funções das
correntes circulantes. Ao desenvolvermos o circuito equivalente de parâmetro G,
assumimos que os terminais de entrada e saída do sistema a quatro terminais
estavam alimentados por fontes de voltagem, onde as correntes resultantes nos
terminais estavam expressas como funções das voltagens de excitação. Realmente,
não é necessário, para os terminais de entrada ou saída, serem excitados pelo
mesmo tipo de fonte. No circuito da figura 15-18a, por exemplo, temos um
sistema a quatro'terminais no qual os terminais de entrada estão excitados por
uma fonte de corrente Ii e os terminais de saída estão excitados por uma fonte
de voltagem E2. Com Ii e E2 como fontes excitadoras, para o sistema a quatro
terminais, iniciamos o estudo dos parâmetros h. Poderíamos raciocinar que a.
voltagem terminal de entrada Ei é uma função da corrente de alimentação Ii e
da voltagem E2 aplicada aos terminais de saída, podendo ser escrita em notação
funcional, como

(1) El =fi(JuE2)

FIG 15-18a
£"2 -^^2
Circuitos equivalentes 237

A expressão acima mostra que depende de e também de E2, mas iremos


desenvolver um circuito geral equivalente, conhecido como circuito ccjuivalente
de ^mmetros h, o qual pode ser aplicado a qualquer caixa, uma vez que os
parâmetros h são determinados por medidas adequadas. No lado de saída,
poderíamos raciocinar que a corrente de saída é uma função da corrente de
entrada /j e da voltagem E2 aplicada aos terminais de saída. Em forma de
notação de função podemos escrever

(2) I2 =/2(/l.^2)
Usando novamente o conceito da superposição, dizemos que se na Eq. (1)
fizermos E2 igud a zero, então Ex dependerá apenas de /,. Para relacionarmos
Ex com /j precisamos de alguma coisa com dimensão de uma resistência, uma
vez que a resistência multiplicada por corrente resulta em voltagem. Vamos
chamar esta resistência de hxx- Sendo Ex =hx 1/1, devemos lembrar que hx 1tem
as dimensões de resistência (ohms). Não podemos utilizar osímbolo 1, porque
nos parâmetros h não ê o mesmo que Rxx nos parâmetros R. Se fizermos
A-O na Eq. (1) e considerarmos apenas a contribuição de E2 para Ex,
poderemos escrever Ex -hx2E2, onde hx2 deve ser um número puro (um
numerai). Em outras palavras, uma vez que hx2 relaciona voltagem com
voltagem, ele não deve possuir, de fato, dimensão. Avoltagem resultante Ex,
devida a qE2, agindo simultaneamente é expressa, por superposição, como
(3) Ex^hxxh +hx2E2 (15-25)
Aplicando raciocínio idêntico à Eq. (2) poderíamos fazer E2 =O e
considerar apenas a contribuição de /x para À• Se chamarmos de /ij 1 o fator
escalar ou numerai que relaciona A a A, poderemos escrever A Uma
vez que estamos relacionando uma corrente com uma corrente, /zj 1 é também
uma quantidade adimensional, algumas vezes chamada ganho. Em seguida, se
fizermos A igual a zero e considerarmos apenas a contribuição de E2 para A
podereinos escrever A =^22-^2 onde h2 2 deve ter a dimensão de uma
condutância, uma vez que ele relaciona corrente com voltagem. Como veremos,
não podemos expressar h2 2 como Gj 2 porque isso iria nos confundir com os
parâmetros G, e /122 não ê igual a G2 2- O/z,nos parâmetros h, deriva da palavra
híbrida Eles são conhecidos como os parâmetros híbridos porque encontramos
dimensões de resistência, condutância e numerais (ganho), todas elas envolvidas
nos parâmetros h. Com estas considerações, podemos então escrever com respeito
à Eq. (2)

A = ^2 1A +/i2 2^2 (15^26)


Agora vamos procurar um circuito equivalente para satisfazer as Eqs. (3) e
(4). Inspecionando a Eq. (3) podemos raciocinar que a voltagem Ex que aparece
entre os terminais 1-1 é igual à corrente Ix fluindo através de alguma resistência
/iii em seu caminho, mais alguma voltagem adicional, que é /ii2^2. Otermo
/li 2^2 representa a possibilidade de realimentação, pela qual avoltagem de saída
338 Análise de Circuitos CG

pode contribuir para a voltagem de entrada. A figura 15-18Z> mostra como a


Eq. (3) pode ser mecanizada. O leitor pode verificar isto partindo do pé da flecha
El e seguindo até a sua ponta. A Eq. (4) nos diz que a corrente total /j, no
sentido de referencia, deixando os terminais 2-2 é igual a duas conentes. A
primeira conente, /iji/i, pode ser representada por uma fonte de corrente
(figura 15-18Ô). Uma vez que a voltagem E2 aparece diretamente nos terminais
de saída, uma condutância /122 através destes terminais mecanizará o segundo
termo da Eq. (4). Nota-se que neste circuito equivalente de parâmetros h, o lado
de entrada do sistema a quatro terminais tem a forma de um circuito equivalente
de Thévenin, enquanto que o lado de saída tem a forma de um circuito
equivalente de Norton.

/2

FIG. 15-18h

12^2

O próximo passo é determinar como os parâmetros h podem ser calculados


através de medições feitas sobre os sistemas a quatro terminais. Uma inspeção da
Eq. (3) indica que se fizermos E2 = O, poderemos escrever

h
^1 (15-27)
(5) 11-
h £2=0

Fisicamente, a Eq. (5) diz-nos que hn é a. resistência vista a partir dos terminais
de entrada quando os terminais de saída estão em curto. Por raciocínio similar,
El
(6) hi2 -
(15-28)

Evidentemente hi2 representa a voltagem que aparecerá nos terminais de entrada


quando uma voltagem é aplicada aos terminais de saída, estando os terminais de
entrada abertos. Algumas vezes /112 é descrito como o ganho de voltagem reversa.
Por inspeção da Eq. (4) temos.

(7) h21 -
£2=0 (15-29)

Evidentemente /12 1 representa uma corrente fluindo para fora dos terminais de
saída (quando estes estão em curto) em função de uma corrente introduzida nos
terminais de entrada, constituindo, portanto, um ganho.
Circuitos equivalentes
339

(8) h22--^
/,= o (15-30)
Oparâmetro /I22 representa a condutância vista olhando a partir dos terminais de
saída quando os terminais de entrada estão abertos.^
Para mostrar como os parâmetros h são medidos, vamos considerar o
circuito da figura 15-19a, que é o mesmo circuito que utilizamos com os
parânietros R e G. Para medirmos hn, precisamos colocar em curto os terminais
de saída, conforme visto para a Eq, (5) e determinar a voltagem resultante Ei.
Obviamente Ei =(6 quilohms)/i Substituindo este resultado na Eq. (5), temos
h - _(6 quilohms)^ ^ .
"i 1 z = 6 quilohms
Ji ^
Para medirmos hi 2 usamos o circuito dafigura 15-19h.

FIG. 15-19 4K,

(Eh 0- <0
ò)

A voltagem E2 deve ser aplicada através dos terminais de saída, com os terminais
de entrada abertos, de forma que /i =0. A voltagem Ei é então medida e, na
figura 15-19h, e claramente igual a E2, uma vez que nenhuma corrente flui
através do resistor de 6 quilohms quando os terminais de entrada estão abertos.
Então, podemos escrever £*1 =£2, e substituindo este resultado na Eq. (6) resulta

Para medirmos /121 podemos usar o circuito da figurai5-19fl outra vez,


excetuando-se que, de acordo com a Eq. (7), devemos determinar I2 como uma
função de Ii. Com o resistor de 4quilohms em curto, temos que I2 será igual a
Ii, mas uma vez que /j forçará uma corrente oposta ao sentido de referência de
•^2) segue que/2 Ii. Assim, substituindo na Eq. (7), podemos escrever
/121 -

Para medirmos /?2 2 mecanizamos o circuito da figura 15-19h -e determinamos aI2


devida a £2 • Obviamente

r
Os parâmetros h podem também ser expressos como a razão de variação entre as variáveis
dependente e independente, mantendo a outra variável independente constante. Então por
exemplo, A2i=A/2/A/i com AE'2 = 0.
240 Análise de Circuitos CC

E
/, = ^ = (0,25 mmho) E2
4 quilohms
Substituindo na Eq. (8) temos,

mmho
Ei ^

Para conferirmos a validade deste circuito equivalente de parâmetro h


vamos calcular novamente I2 no circuito da figura 15-14fl, que foi utilizado para
os parâmetros R e G. Agora, porém, utilizamos o circuito equivalente dt
parâmetro h (figura 15-20).
Vários métodos de resolução para I2 são possíveis. Um deles é escrever uma
equação de percurso para o lado de entrada e uma equação dos nós para o lado
de saída e, então, resolver para/2, por substituição ou determinantes. Então
O= \E2 + (6 quilohms)/i + (2 qmlohms)/i +64 volts

FIG. 15-20 Y T i -'A r


64\/"=" ' -=-

[a) ià)
ou

(1) —64 volts = (8 quilohms)/i + 1£"2


e do lado de saída

O= + (—l/l) + (0,25 mmho)£'2 + (0,125 mmho)Ê'2

(2) O= -1 /i + (0,375 mmho)E2


Resolvendo paraIi a Eq. (2), obternos

(3) /i = (0,375 mmho)É'2


Substituindo (3) em (1),

(4) —64 volts =(8 quilohms) (0,375 mmho) E2 + IE2


Resolvendo (4) para £2 resulta
- 64 volts . - 64 volts . .
Í51 El = — '= = —16 volts
1 + (8 quilohms) (0,375 mmho) 4
Circuitos equivalentes 341

Portanto

(6) /,= ^ irJI6^_2mA


8 quilohms 8 quilohms

que confirma nossa solução anterior para o mesmo circuito, usando os


parâmetros R e G.
Qualquer conjunto de parâmetros usados para desenvolver um circuito
equivalente para qualquer caixa (sistema a quatro terminais) depende em larga
escala das características da caixa. Se ela tiver uma alta resistência de entrada e
uma alta resistência de saída, é conveniente medir em termos de parâmetros G.
uma vez que é mais fácil colocar em curto uma alta resistência. De outra
maneira, se a resistência tanto de entrada como de saída é baixa, é mais
conveniente alimentar a caixa com fontes de corrente e medir as voltagens
resultantes, uma vez que é mais fácil forçar uma corrente por uma resistência
baixa. Isto resulta nos parâmetros R. Se a caixa, finalmente, apresentar uma
resistência de entrada relativamente baixa e uma resistência alta de saída, os
parâmetros h são mais convenientes.

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES


PS 15-1 Desenvolver um circuito equivalente para o sistema a dois terminais da
figura PS 15-Ia, para satisfazer a equação Ri =RiIi- (E^ +^c)-

FIG. PS 15-1

[o]

SOLUÇÃO Uma resistência Ri em série com /j "mecanizará" o primeiro termo,


enquanto que a quantidade entre parênteses é a representação de duas fontes
de voltagem, de forma que elas sejam série-aditivas, mas de tal forma polarizadas
com respeito a Ei que elas estão tentando tomar a ponta da flecha Ei negativa,
em relação ao seu pé (veja a figura PS 15-lí?).

PS15-2 Desenvolver um circuito equivalente para o sistema a dois terminais da


figura PS 15-2a que satisfaça a equação I2~'GE2-Ii, onde G é uma
condutância.
Análise de Circuitos CG
342

FIG. 15-2

[o] [b)

SOLUÇÃO O termo -GE^ representa a corrente fluindo através de uma


condutância G em sentido oposto a I2• Para o sentido de referência de ,
através da condutância G, a corrente tenderá a fluir desde o lado de baixo até o
lado de cima de G, quando E^ é uma quantidade positiva. Uma vez que este
sentido é oposto ao sentido suposto para I2, teremos uma componente de
corrente -GE2. Otermo-/i pode ser representado como uma fonte de corrente
de sentido oposto ao de referência adotado para/j, conforme a figura 15-2Z>.

PS 15-3 As seguintes medidas foram feitas sobre um sistema linear bilateral:


^11(0 0) =8 quilohms,i?i, (sc) =6quilohms,i?2 2(oc) = 12 quilohms. Determinar os
elementos do circuito pi equivalente.
/?5=14,7K

FIG. PS 15-3 •/S=10.1K >/?c=23,2K

O- <D
SOLUÇÃO Das Eqs. (15-1) e (15-4) até (15-6) temos
R^ =>/(12 quilohms) (Squilohms - 6 quilohms)
= 4,89 quilohms
(6 quilohms) (12 quilohms) ^ j
•raív 12 quilohms - 4,89 quilohms
;.Of '

^ (6 quilohms) (12 quilohn^) ^


4, 89 quilohms

(6 quilohms) (12 quilohms)


Rc = 8 quilohms —4,89 quilohms = 23,2 quilohms

O circuito pi resultante está mostrado, na figura PS 15-3.


Circuitosequivalentes 343

PS 15-4 Determinar o sistema T equivalente para o circuito da figura PS 15-3.

©-AAA^-j-AAA^J)
3,09K 7,11 K

FIG. PS 15-4
4,88 K

O i ©
SOLUÇÃO Com a ajuda das Eqs. (15-7) até (15-9) podemos escrever
^ ^ 10,1 quilohms (14,7 quilohms)
10,1 quilohms + 14,7 quilohms + 23,2 quilohms
148,5 quilohms^
= 3,09 quilohms
48 quilohms
(14,7 quilohms) (23,2 quilohms) „ .. ,
^2 = = 7,11 quilohms
48 quilohms

P (10,1 quilohms) (23,2 quilohms) . ,


^3 = ^ = 4,88 quilohms
48 quilohms

O sistema T resultante estámostrado na figura PS 15-4.

PS 15-5 Determinar a dissipação de potência na fonte de 36 volts na


figura PS_15-5fl. Determinar também a corrente /.
SOLUÇÃO Embora as equações de percurso possam ser usadas para solucionar
este problema, vamos usar as equações de transformação de sistemas pi para
^(15*7) (15-9). Isto resulta na figura PS 15-56. Adicionando os resistores em
série teremos a figura PS 15-5c, e combinando os resistores de 3 e 4 ohms em
paralelo teremos a figura PS 15-5úf. Simplificando a figura PS 15-5í^, obteremos a
figura PS 15-5c, onde podemos escrever, pela lei de Ohm, /s =(36 volts)/3,38
ohms)= 10,6 amp. A potência dissipada na fonte de 36 volts é,então, P=(36
volts) (10,6 amp) = 383 watts.
Para determinarmos a corrente / precisamos determinar a voltagem entre os
terminais 6 e c na figura PS 15-5^. Retrocedendo pelo circuito, podemos escrever
para a figura PS 15-Sd.

Cn V - 1>71 ohms , -
——— (36 volts)
1 + 1,71 + 0,667 ohm

= 18,2 volts
344 Análise de Circuitos CG

-o-AAA/
©ifi ©
-o-AAArt O'
X

0,667

FIG. PS 15-5
©ifl
r"0—VW—t
© 1
^v©J iü
1,71íi /s =10,6Qnnp

0.667ÍÍ
0667ÍÍ

Com VfD conhecida, podemos agora ir até a figura PS 15-50 e determinar Vbd e
VcD pela relação do divisor de voltagem. Então
2 ohms
(2) BD
(18,2volts)= 12,1 volts
2 + 1 ohms

2 ohms
(3) VCD = - (18,2 volts) =9,10 volts
2 + 2 ohms

Agora podemos escrever (lembrando que o primeiro índice é o ponto de


referencia)

(4) VbC = ^BD + ^DC

e como Vdc =-^CD^ podemos, através de substituições nas equações (2),(3) e


(4), obter
Circuitos equivalentes 245

(5) 12,1 volts +(—9,10 volts) = 3 volts


Portanto

(6) I =—?jSÇ_
6 ohms
= 0,5 amp
PS 15-6 Quais são os parâmetros R no sistema pi mostrado na figura PS 15-3?
SOLUÇÃO Usando os sentidos de referência para corrente e voltagem da
figura 15-12fl, podemos escrever para a figura PS 15-3

Al
R 1 -
/2=0 ^

_ 10,1 quilohms (14,7 quilohms +23,2 quilohms)


10,1 quilohms + 14,7 quilohms + 23,2 quilohms
= 7,97 quilohms
Rc
n _ -^1
^12 —
,. =0 ^ —

_ 10,1 quilohms (23,2 quilohms)


10,1 quilohms + 14,7 quilohms + 23,2 quilohms

= 4,88 quilohms

Uma vez que o sistema é puramente passivo e bilateral, visto que só contém
resistores, podemos escrever /?2 1 = 2 = 4,88 quilohms.

^2 2 -
_ {Rç 11/?^
/.=o - ^1
_ 23,2 quilohms (14,7 quilohms + 10,1 quilohms)
23,2 quilohms + 14,7 quilohms + 10,1 quilohms

= 11,97 quilohms

PS 15-7 Para verificarmos a transformação de pi para T da figura PS 15-3 para


PS 15-4 poderíamos raciocinar como segue. No problema PS 15-6 obtivemos os
parâmetros R para o sistema pi da figura 15-3. Se o sistema T da figura PS 15-4
for equivalente a este sistema pi, então obteremos os parâmetros R da
346 Análise de Circuitos CG

figura PS 15-4, os quais serão idênticos aos parâmetros R obtidos para a


figura PS 15-3.' Assim, vamos obter os parâmetros Rpara afigura PS 15-4.
SOLUÇÃO O parâmetro é a resistência de entrada com os terminais de
saída abertos. Para a figuraPS 15-4 vemos claramente que,
11 =/? 1-1-3 = 7,97 quilohms

O parâmetro R^^ representa a voltagem que aparece através dos terminais de


saída, quando eles estão abertos, devido auma corrente aplicada aos terminais de
entrada. Obviamente, a voltagem através dos terminais de saída será igual a i?3
vezes esta corrente de entrada. Assim R\2- 4,88quilohms e uma vez que o
sistema é linear e bilateral, 1 também é igual a 4,88 quilohms. O parâmetro
R22 ^ ^ resistência vista olhando para os terminais de saída, quando os terminais
de entrada estão abertos. Assim

7^22 = +/?3 = 11,99 quilohms

Comparando estes resultados com os parâmetros Robtidos no problema PS 15-16,


vemos que as soluções são essencialmente idênticas. Assim os dois sistemas são
equivalentes.

PS 15-8 Quais são os parâmetros R para os sistemas a quatro terminais


mostrados na figura PS 15-8a? Sob que condições I2 será igual a zero para todos
os valores de resistência de carga, através dos terminais, quando alguma voltagem
El é aplicada?

FIG. PS 15-Saeb

»Tt
Circuitos equivalentes 347

SOLUÇÃO Para determinarmos R^i podemos imaginar uma fonte de corrente


/i através dos terminais 1-1, com os terminais 2-2 abertos. O parâmetro 11 é a
resistência vista olhando para os terminais de entrada, sob estas condições.
Obviamente

(1) = (/?!+^2) ll(/?3 +^4) (15-31)

Para determinarmos R12 devemos abrir os terminais e injetar a corrente I2 aos


terminais de saída, como mostra a figura PS 15-80. A voltagem E1 depende das
correntes Ix através áe Ri e ly através de R2. Uma vez que Ei devida a I2 deve
ser determinada, vamos expressar estas correntes em termos de I2 com o auxílio
da relação do divisor de corrente, conforme segue:

(2) /;C = h
-H/^2 +^3 +^4

(3) /,,= /, =
Ri -t/?2 +^3 +JR4 Rj

Uma vez que ^


(4) El =-R2ly'^ RÃx ~ *

pela substituição das Eqs. (2) a (4) em

(5) =^
Obtemos após alguma simplificação

(6) Ri2 = (15.32)


Rf
onde Rjé igual

(7) Rj'= Ri + R2 +R3 + R4

Uma vez que o sistema é linear e bilateral, temos que R12 -R2i- Assim, não
precisamos ter o trabalho de determinar R21, mas escrever por inspeção da
Eq. (6),
/-o\ r> R1R4 —R2E2
(8) R21 = \ Kf (15-33)
Para determinarmos R2 2 precisamos apenas calcular E2 desenvolvida através dos
terminais 2-2, devida à corrente I2 quando os terminais 1-1 estão abertos. Da
figura PS 15-8Ó vemos que a resistência equivalente sobre a qual a fonte de
348
Análise de Circuitos CC

corrente 4 está forçando a corrente consiste da combinação série de +/?3 , e


R2 +/?4, em paralelo. Portanto

(9) R22 = (/^i +/?3) 11(^2 + ^4) (15-34)


Para determinarmos sob que condições /j será sempre igual a zero,
independente da carga através dos terminais 2-2, vamos desenhar o circuito
equivalente de parâmetros R, como mostra a figura PS 15-8c. Obviamente, I2 será
igual a zero, enquanto a fonte de voltagem R21/1 for igual a zero. Uma vez que
exista alguma voltagem aplicada aos terminais de entrada, o caso onde Ii for
igual a zero não precisa ser considerado, uma vez que alguma corrente /j estará
fluindo. Entretanto, R^ 1 pode ser igual a zero, se na Eq. (8) fizermos o
numerador da expressão paraR21 igual a zero. Isto é.

R^R^ —R2R2 —O

de onde obtemos

Ri R2
R2 R4
Se a relação de R1/R2 for igual a R^/R^, o circuito ponte é dito estar
balanceado, com nenhuma corrente fluindo através dos terminais de saída e a
voltagem E2 será, sem dúvida, igual a zero. Para todos os fins práticos, quaisquer
elementos de circuito conectados através dos terminais de saída não afetarão as
condições dos terminais ,de entrada, de maneira alguma, se a ponte está
balanceada. Isto e verdade, ainda que uma fonte de voltagem seja colocada aos
terminais 2-2. Por exemplo, imagine uma fonte de voltagem através dos terminais
2-2 na figura PS 15-8c, e também uma fonte de voltagem conectada através dos
terminais 1-1. Deverá haver alguma corrente I2 fluindo devido à presença de E2 e
esta corrente será dada por I2 ~E2IR22Í quando a ponte é balanceada e /íji é
Igual a zero. Se R21 for igual a zero, ^12 também será igual a zero. Isto significa
que o fluxo I2 não realimenta ou acopla, de maneira alguma, uma voltagem
no circuito de entrada. Assim, a fonte de voltagem R12I2 ®igual a zero, no lado
de entrada e /j será dada simplesmente por =£'i//i. De fato, então, embora
os circuitos estejam diretamente conectados entre si, as entradas e saídas estão
eletricamente isoladas, quando a ponte é balanceada.
Uma maneira simples de determinação das equações para balanceamento da
ponte é considerar o circuito da figura PS 15-8í/. Vemos que a ponte estará
balanceada, isto é, E2 =0, quando Vqca ~ ^OCB- Então podemos escrever

•^1 "1" R2 R2 "i" R4


A simplificação da equação acima nos dá o resultado anterior.

_ R-
Ri Ri
Circuitos equivalentes 349

/?11 /?22
FIG. PS 15-8çe íí £<
/?2</i
'ÍJCA
i__0
PS 15-9 Usando as equações de parâmetros R de um circuito ponte, conforme
desenvolvimento do problema.. anterior, verificar que a corrente / na
figura PS 15-5a é igual a 0,5 amp, conforme calculado no problema PS 15-5.
Naquela ocasião, usamos a conversão pi para T para analisarmos o circuito. Agora
usaremos os parâmetros /t

36V

FIG. PS 15-9
(a)

H h

<i> <i>
Míi I '2,4Í1 <^2,4íi
Ez ea
(Q4íi)4

IZLq T 0
iò)

SOLUÇÃO Redesenhando o circuito da figura PS 15-5a conforme a figura


PS 15-9a e aplicando as Eqs. (15-31) a (15-34), temos

(1) /? 11 = 2+2 ohms II2 + 4 ohms = 2,4 ohms

^ 2(4) - 2(2) ^
(2)
2+2+2+4
350 Análise de Circuitos 00

(3) \ - ^\2 - 0,4ohms

(4) 2 - (2 + 2) II (2 + 4) = 2,4 ohms


Podemos agora desenhar o circuito equivalente de parâmetros R, da
figura PS 15-96. Usando as equações de percurso para resolvermos para /j,
podemos, após alguma simplificação, escrever

(5) 36 volts= (3,4 ohmsXi + (0,4 ohms)/2

(6) O= (0,4 ohms)/i + (8,4 ohms)/2

Resolvendo as Eqs. (5) e (6) para I2, por determinantes obtemos,

3,4 36 volts
0,4 O
(7) h =
3,4 0,4
0,4 8,4

(—36 volts) (0,4 ohm)


3,4 (8,4)-0,4 (0,4) ohm^

= —0,507 amp

que é essencialmente o mesmo resultado, obtido anteriormente. O sinal de I2 é


negativo nesta solução, em oposição à solução verificada no problema PS 15-5,
porque o sentido de referência de I2 para o nosso sistema a quatro terminais é
contrário ao sentido assumido para I, na figura PS 15-5a. A ligeira diferença entre
o valor das duas soluções (menos de 1% de erro) é devida a arredondamentos.

PS 15-10 A figura PS 15-10a mostra um circuito contendo uma fonte de 120


volts, com uma resistência intema de 7 quilohms, que alimenta uma carga de 3
quilohms. Entre a fonte e a carga existem dois sistemas a quatro terminais, A eB.
O sistema A é descrito em termos de seus parâmetros h. Se os parâmetros R do
sistema A forem Rn = 5 quilohms, Ri2 = 4 quilohms,R2 1 = 4 quilohms, R22 ~ 8
quilohms e os parâmetros h do sistema B forem 611 =10 quilohms, hi2 =0,1,
^21 = 0,1, e 622 = 1/6 quilohm, determinar a correnteI2B na carga.
SOLUÇÃO O circuito que é compatível com os parâmetros R e h deveria ser
como mostrado na figura PS 15-106. Optamos para representar 622, que é uma
admitância em termos de sua resistência equivalente, que é 6 quilohms. Para a
figura PS 15-106 podemos escrever as seguintes equações. Caminhando pelo
circuito de entrada.

(1) 120 volts = (7 quilohms + 5 quilohms)/i^ + (4 quilohms) 62^


Circuitos equivalentes 351

7K Sistema Sistema
^3K

(o)

FIG. PS 15-10

:^4K/,

(Ò)

Caminhando pelo circuito de junção entre os dois sistemas, podemos escrever as


seguintes equações:

(2) O- (4 quilohms) /i^ + (8 quilohms + 10 quilohms)/2^ —0,1£"2^

e no lado de saída podemos escrever asseguintes equações nodais:


1 1
(3) O= 0,1/15+(
6 quilohms 3 quilohms
Também

^5 = -hA

Reescrevendo as Eqs. (1) a (3)e substituindo a Eq. (4) em (3), temos da Eq. (1)
(5) 120 volts =(12 quilohms) Iia +(4 quilohms) I2 a
Da Eq. (2)

(6) O (4 quilohms)/i^ + (18 quilohms)./2^ —0,1£"25


e da Eq. (3) após substituir a Eq. (4) em (3)

(^) O=-0,1/2A (0.5 mmho) E2B


Usando o método de, substituição com alguns refinamentos algébricos, para
352 Análise de Circuitos CG

simplificar o trabalho, multiplicamos a Eq. (6) por -3 e adicionamos à equação


(5) para obter

(8) 120 volts =(—50 quilohms)/2^ +0,3£*25

Eliminamos desta maneira o termo Resolvendo a Eq. (8) para obtemos


120 volts —0,3E2B
(9) hA -
—50 quilohms

= 2,4 mA + (0,006 mmho)£'25

Substituindo a Eq. (9) em (7) e resolvendo para E^b vem, apôs uma
simplificação

(10) 0,481 volt

Assim

E 2B
(11) hB - -
3 quilohms
—0,481 volt
= 0,160 mA
3 quilohrns

PS 15-11 Suponhamos que temos como dados os parâmetros h de um sistema a


quatro terminais. Seria possível deduzir os parâmetros G a partir dos parâmetros
conhecidos?

h
o — • 0

k'J i<^22 ^í12


•^^12^2
FIG. PS 15-11
Ka)

-o—

'11 h /

J^^12^2 3 :>^22 "= =

Kb\
Circuitos equivalentes 353

SOLUÇÃO Conhecendo os parâmetros h, poderemos desenhar o circuito


equivalente de parâmetros h da figura PS 15-11a. Agora vamos imaginar as
medidas dos parâmetros G sendo feitas por meio deste circuito equivalente, de tal
forma que os parâmetros G resultantes fossem determinados pelos parâmetros h
do sistema da figura PS 15-11a. Uma vez que os parâmetros G são baseados no
fato de haver voltagens como fontes de alimentação nos terminais de entrada e
saída, vamos redesenhar o circuito da figura PS 15-1 Ia, como mostrado na
figuraPS 15-11h.

Para determinarmos Gi i deste sistema de parâmetros h, deveríamos colocar


em curto os terminais de saída, de maneira que E2 fosse levado a zero e
determinar Ii devida a Ei. Obviamente, da figuraPS 15-11 h, fazendo E2 = O,
temos que a fonte /ii2^2 será igual a zero, também. Assim /i é determinada
somente por Ei Qhn, que tem as dimensões de ohms. Assim, podemos escrever

Gii = A_ ^ E^lhii (15-35)


Ex E2 =^0 h 11

Para determinarmos G12 colocamos em curto os terminais de entrada, de


forma que Ei iguale a zero, e determinamos Ii, que flui através do curto-circuito
devido à voltagem E2 aplicada aos terminais de saída. Com Ei substituída por
um curto-circuito, Ii é determinada somente pela fonte de voltagem hi2E2, no
lado de entrada. Então podemos escrever
h -hi2^/hi I -hu (15-36)
Gi2 =
E2 Ei = 0 hi

Não podemos dizer que G21 será igual a G12, neste caso, porque nos
parâmetros h, hi2 e h2i não são a mesma coisa, embora sejam numerais puros.
Portanto, calculando G21 podemos escrever
_ ^21^1 _ ^2 1(^/^11) _ ^2 1 (15-37)
G21 =
E2=0 El hii

O parâmetro G22 é a admitância vista olhando para os terminais de saída,


quando os terminais de entrada estão em curto. Assim, fazendo £"1 igual a zero,
podemos escrever
^2 lA + /»22^2
r2 2 -
Ei=0 E.

mas com Ei = O, /i = -/ii2^2/''i 1.Substituindo na expressão anterior para G2 2e


simplificando, obtemos
-/Ii2^21 +. h2
£. 2 -_ h\\^22 ~ ^12^21 (15-38)
'2 2 -
hi hi
354
Análise de Circuitos CG

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PR 15-1 Dado o sistema a dois terminais da figura PR 15-Ia, com os sentidos de


referência indicados para corrente e tensão, encontrar um sistema equivalente
para satisfazer a equação.

E\ ~ I\R\

I 1
(i>
í ^1

>/P,

G> I I

[b)

RESPOSTA Veja a figura PR 15-1ô.

PR 15-2 Usando os sentidos de referência indicados no sistema a dois terminais


da figura PR 15-Ia, encontrar um circuito equivalente para satisfazer a equação
El E2

(í>
t
•érE^
ir
O- L_ I

RESPOSTA Veja a figura PR 15-2 .

:f;cíq: L» - ,3 ^mJ
Circuitos equivalentes 355

PR 15-3 Encontrar um circuito equivalente para satisfazer o sistema a dois


terminais da figura PR 15-Ia, que está baseado na equação

0-
t
R^

G>

RESPOSTA Veja a figuraPR 15-3.

PR 15-4 Dado o sistema a dois terminais da figura PR 15-4a, com os sentidos de


referência indicados para corrente e voltagens, encontrar um circuito equivalente
para satisfazer a equação

Cp M

'p 'p

p.eg\r\j

•i vi:
RESPOSTA Veja a figura PR 1S-Ab.
356 Análise de Circuitos CG

PR 15-5 Usando o sistema a dois terminais e os sentidos de referência da


figura PR 15-4a, encontrar um circuito equivalente para satisfazer a equação
^TJ
'p ~ Sm^g +

RESPOSTA Veja a figura PR 15-5.

PR 15-6 A figura PR 15-6a mostra graficamente a característica volt-ampère de


um sistema a dois terminais, mostrado na figura PR 15-66. Encontre um circuito
equivalente para este sistema.

/(mA)

8mA
t >3K
E
-E -fívolts)
0
— 24V
o

-I

{o) (p) ic)

RESPOSTA Veja a figura PR 15-6c.


Circuitos equivalentes 357

/ PR 15-7 Dado o sistema pi da fígura PR 15-7, determinar os elementos do


sistema T equivalente.
fino. ifi:^fi.a inqio.

5.45 íi

(í7)
©
^
©
^ (Zí)

RESPOSTA Veja a figura PR 15-76.

y PR 15-8 Ó sistema da figura PR 15-8fl pode ser considerado linear e bilateral.


^ Medições efetuadas neste circuito, resultaram nos seguintes valores:
^11 (oc) ~ 80 ohms
^11 (sc) = 40 ohms
^2 2(oc) ~ 90 ohms
Determinar o sistema T equivalente.

on n •*n n

/?,^60íi

-© ©
(6)

RESPOSTA Veja a figura PR 15-86.


358 Análise de Circuitos CG

PR 15-9 Determinar os parâmetros R do sistema mostrado na figura PR 15-9.


Suponha Ri = 20 quilohms, R2 = 30 quilohms, R3 = 60 quilohms e R4 = 50 qui-
lohms. Este sistema é comumente chamado de ponte T. Sugestão: Explorar a
possibihdade de uma transformação pi para T.

WV

RESPOSTA Ri I =76 quilohms


Ri2 = R21 =66 quilohms
R22 ~ 81 quilohms

PR 15-10 Determinar £23 no circuito da figura PR 15-10. O sistema A é


caracterizado pelos seguintes parâmetros G: Gn =8 mhos, G12 = G21 = I mho,
G22 =3 mhos. O sistema B é caracterizado pelos seguintes parâmetros h:
hi 1 = 2,4 ohms, hi2= 0,6, /121 = Oj8 e /122 - 6 mhos.

Ab íZB

Sistema Sistema
12 dmps

RESPOSTA E2B = 3,12volts


Circuitos equivalentes 359

PR 15-11 Expressar os parâmetros G de um sistema a quatro terminais em


termos dos parâmetros R.

^2 2 -^2 1
RESPOSTA Gxx = G21 =
D D

Rii
0x2 = ^2 2 -
D D

onde

D - R11R22 "^12^21

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 15-1 Se I2 =-Ii QE2 = El no sistema a quatro terminais, da figura? 15-1, o


que deverá o sistema conter? Desenhe o circuito. O sistema é suposto ser linear
e bilateral.

/2,
GD
t t

O
350 Análise de Circuitos CG

P 15-2 Desenvolver o circuito equivalente para satisfazer as equações do sistema


a quatro terminais /i =fci i-Ê*! +^12/2 e £"2 =^2 +^22^2,* Usar o sentido de
referência para a tensão e corrente, conforme a figura P 15-1. Quais são as
dimensões de kn, ^12, ^21 e ^22?

y P15-3 Medições realizadas sobre um sistema a quatro terminais resultaram nos


seguintes dados: i?11 (oc) ~6quilohms, R11 (sc) ~ ^ quilohms, R22 (oc) ~4,5
quilohms. Determinar o sistema pi equivalente.
Circuitos equivalentes 361

P 15-4 Determinar A/i na figura P 15-4, se E2 varia de 12 para 20 volts.

-AAA/

6v3:£,

P 15-5 Desenvolver os parâmetros R para o sistema a quatro terminais da


figura P 15-5.

/i h
4K 9K 8K

t t
•3K >6K

0- <D

' 'K I
362 Análise de Circuitos 00

P15-6 Determinar os parâmetros R para o sistema a quatro terminais da


figura? 15-6.

VW

P15-7 Determinar os parâmetros h para o sistema a quatro terminais da


figura? 15-7, com a chave (SW) aberta, e depois com a chave fechada.
Circuitos equivalentes 363

P 15-8 Determinar os parâmetros G do sistema ponte mostrado na figura P 15-8.

(í>

./?2

P 15-9 Expressar os parâmetros h em termos dos parâmetros usando os


sentidos de referência para a corrente e voltagem, vistos na figura? 15-1.
364 Análise de Circuitos CG

P 15-10 Dois sistemas a quatro terminais A q B estão conectados em paralelo,


como mostrado na figura? 15-10. O sistema Aé descrito em termos de seus
parâmetros G, que são Gii=0,02 mho, Gi2=0,06 mho, Gji =0,06 mho,
G22 =0,1 mho. O sistema B é descrito por seus parâmetros R, que são 1 =40
ohms, Ri2 =60 ohms, /?2 1 = 60 ohms, R22 = 20 ohms. Determinar a voltagem
E2 através do resistor de carga de 10 ohms, se os terminais de entrada estiverem
alimentados por uma fonte de 80 volts, com resistência interna de 4 ohms.

Sistema
7?/=10íl

4íl

VZB

Sistema
. ..'Í-;V ••
" .'' ..-UiJòí.í' '>•-
t,.
•J

i
-rovis- u
•••i • •
'•t-;

>-•-
16 métodos gráficos
para análise de circuitos

Neste capítulo aprenderemos como analisar circuitos graficamente. O


princípio fundamental destes métodos gráficos é trabalhar com elementos
não-lineares de circuito. A equação algébrica que descreve um elemento não-linear
é, quase sempre, desconhecida, mas a curva que descreve a sua característica de
corrente versus voltagem (chamada curva E-f) e' usualmente conhecida A curva
E-I é, na verdade, uma representação da equação não-linear que descreve o
dispositivo. Embora seja possível deduzir ou aproximar a equação correspondente
a alguma curva E-I nãolinear, é mais fácil trabalhar com a curva diretamente.
Os problemas seguintes mostrarão, inicialmente, como as curvas E-I
relacionadas a um circuito são simplesmente a representação de equações de
circuito e, em seguida, demonstrarão como as equações de circuito simultâneas
são resolvidas, graficamente. Em um sentido mais amplo, iremos plotar e resolver
equações algébricas com técnicas gráficas.
366 Análise de Circuitos CG

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES


PS 16-1 Dado o circuito da figura PS 16-Ia com os sentidos de referência
assumidos para E-I, esboçar a característica volt-ampère (curva E-I) com a
voltagem ao longo do eixo horizontal (abscissa) e a corrente ao longo do ebco
vertical (ordenada).

0 6V
FIG. PS 16-1 '

-I
ia) (ó)

SOLUÇÃO A equação que descreve este circuito é simplesmente 15* =+6 volts e
isto é verdadeiro, para todos os valores de I (positivos e negativos). Assim, a
curva E-I será uma linha vertical em £"= + 6 volts, como mostra a
figura PS 16-1ô.

PS 16-2 Represente a curva E-I para o circuito da figura PS 16-2j

-6V 0
FIG. PS 16-2

-I
(o) ià)

SOLUÇÃO A equação de circuito na figura PS 16-2a é simplesmente E =-6


volts, para todos os valores de /. Assim a curva E-I aparecerá como mostra a
figura rê 16-26.

PS 16-3 Represente a curva E-I para o circuito da figura PS 16-3a.

SOLUÇÃO A equação de circuito na figura PS 16-3a é simplesmente / = + 2 mA,


para todos os valores de E. O valor de E depende da carga conectada aos
terminais da fonte de corrente. Mas não interessa o valor da resistência de carga,
pois a corrente que flui do terminal superior será sempre igual a 2 mA. Assim, a
curva E-I aparecerá como na figura PS 16-36.
Métodos gráficos para análise de circuitos 367

2 mA

FIG. PS 16-3
0) 2 mA
0

-/
io) ib)

PS 16-4 Represente a curva E-I para o circuito da figura PS 16-4<i,

0
FIG. PS 16-4 ^2mA
-2 mA

-I
{o) [b)

SOLUÇÃO A equação de circuito é obviamente / = -^2mA. A curva E-I


aparecerá como mostra a figura PS 16-4b.

PS 16-5 Usando métodos gráficos, determinar E e I para o circuito da


figura PS 16-5a.

7
o-

Ir

FIG. PS 16-5 © f ií. 0

0
Ea

-I
(a) (b) í -í

SOLUÇÃO As equações de circuito para a figura PS 16-5a são

(1) I=Ic

(2) E = Ea

Nota-se, neste circuito, que o valor de / é independente da fonte de voltagem


Ea . A voltagem E é determinada apenas por Ea e independe da corrente 1. As
Eqs. (1) e (2) podem então ser plotadas, como mostra a figura PS 16-5ft. A
368 Análise de Circuitos 00

equação (1) é a linha horizontal que corta o eixo de corrente no ponto de valor
Iq, e a equação (2) é uma linha vertical que corta o eixo de voltagens em um
valor E =Ey{, O ponto Q, onde estas duas equações se interceptam, é o ponto de
operação do circuito. As coordenadas do ponto Q representam os valores de i? e
/ que satisfazem a equação de circuito. Isto é, o ponto Q representa a solução
das equações simultâneas que descrevem o circuito. As coordenadas do ponto Q
são £ / - Ic, o que era esperado pela natureza física do circuito.

PS 16-6 Representar a carxterística E-I do resistor da figura PS 16-6a,

/ /?,

>R
FIG. PS 16-6

[o) b)

SOLUÇÃO A característica E-I do resistor pode ser convenientemente


representada supondo alguns valores de jE" e calculando os valores de /
correspondentes. Por conveniência, um dos valores de E deve ser E = 0. Quando
E = Q, não pode haver nenhuma corrente através do resistor e portanto / = O, pela
lei de Ohm. Em conseqüência, um ponto da curva E-I deve ser a origem sobre o
ebío E-I. Em seguida, assumindo qualquer outro valor de E, digamos, positivo, a
corrente / deverá ser positiva, porque um E positivo significa que a ponta da
flecha E é positiva, em relação ao seu pé. Assim, I deve fluir através do resistor
no sentido mostrado e, desse modo, está de acordo com o sentido de referência
positivo para /, o que significa que / é uma quantidade positiva para / positivo.
Da mesma maneira, se E for negativo, I deverá ser uma quantidade negativa A
característica E-I para qualquer valor arbitrário de R, digamos, R=Ri, estará
então no primeiro e terceiro quadrantes do sistema de coordenadas E-I, mostrado
na figura PS \6-6b. A curva designada por Ri representa um valor de resistência
menor do que aquele representado pela curva R2. Isto pode ser compreendido,
uma vez que na curva Ri, uma variação em E (indicada como AE) produz uma
grande variação em I (indicada como A-O, maior do que a variação verificada na
curva /?2* Õe um outro ponto de vista, podemos dizer simplesmente que a
incUnação da curva Ri, que representa a variação em / devida a uma variação em
E, é mais íngreme, ou maior, do que a inclinação da curva R2. A equação de
circuito que está plotada na figura PS l6-6b é
Métodos gráficos para análise de circuitos 369

1
/ = E=GE
R R
A inclinação da curva é realmente a condutância G, e é dada por
1 A/
(2) G =
R AE

Nota-se que a curva característica E-I de um resistor poderia ser plotada


convenientemente se conhecêssemos apenas um ponto da curva E-I e a inclinação.

PS 16-7 Representar a curva E-I para o circuito da figura PS í6-7a, usando os


sentidos de referência indicados para E q I.

FIG. PS 16-7

(o)

SOLUÇÃO A equação de circuito neste caso (devida ao sentido positivo de


referência para I) é

(1) /= —^E = GE
R

Podemos deduzir que G será uma quantidade negativa, neste caso, pelo método
desenvolvido para escrever equações nodais, ou então observando que neste
circuito E = -RI, e se resolvermos pam I, obteremos a Eq. (1). Se E for igual a
zero, / será obviamente igual a zero, e portanto a curva passará pela origem,
conforme mostra a figura PS 16-7Z>. A inclinação da curva, entretanto, deve
ser negativa, uma vez que um aumento em E, ou seja, fazendo E mais positivo,
implicaria em diminuição de /. A inclinação da Eq. (1) é
AI
(2) Inclinação = = -G
AE

O fato de que a inclinação é negativa, significa que um aumento em E causa uma


diminuição em /.
370 Análise de Circuitos CG

É aconselhável que ao analisarmos as condições vistas a partir de um par de


terminais, fixemos os sentidos de referência, conforme mostra a figura PS 16-6a,
ao invés da maneira mostrada na figura PS 16-7a. A explicação é que na
figura PS 16-6fl temos uma resistência positiva, com inclinação também positiva
para curva E-I. Na figura PS 16-7a temos ainda a mesma resistência positiva, mas
apenas mudamos o sentido de referência de I e, em conseqüência, a curva E-I
mostrada na figura PS \6-lb tem uma inclinação negativa, o que implicaria, para
alguém não familiarizado com a nossa escolha para os sentidos de referência, que
teríamos uma resistência negativa. Isto não e realmente o caso. Assim,-nossa
escolha dos sentidos de referência leva-nos a pensar que temos uma resistência
negativa, quando a resistência real é positiva. Existem situações onde
encontramos resistência negativa; portanto, se os sentidos de referência de
voltagem e corrente da figura PS 16-6a fossem inicialmente fixados, e a curva ou
algum outro método de análise indicasse que a curva E-I tinha uma inclinação
negativa, então saberíamos que realmente tínhamos uma resistência negativa. Em
outras palavras, suponhamos os sentidos de referência E e I, tais que um
aumento em E tendesse'a causar um aumento em /; se, entretanto, a análise
mostrasse um decréscimo de I, saberíamos que uma resistência negativa estaria
envolvida.

PS 16-8 Determinar graficamente o fí, ou ponto de operação, do circuito


mostrado na figura PS 16-8c.

I omps
Bateria

Resistor
c

FIG. PS 16-8
ey

[a] (/»

SOLUÇÃO

(1) E= —6 volts

1
(2) / =
R 3 ohms

As Eqs. (1) e (2) estão plotadas como mostrado na figura PS 16-8Ô . A Eq. (1) é
simplesmente uma linha vertical para E =-6 volts. A Eq. (2) é plotada
convenientemente, assumindo alguns valores para E e calculando os /
Mótodos gráficos para análise de circuitos 371

correspondentes. Por exemplo, com igual a O volts, / = 0 e assim a corrente


passará pela origem. Para E = 6 volts, 1=2 amp. Conectando estes dois pontos
por uma linha reta e estendendo a linha até que ela intercepte a curva da (1),
encontramos um ponto Q, que representa a solução para ambas as equações
simultâneas. Nota-se que no ponto Q, I=-2 amp. Obviamente, isto é o que
poderíamos esperar pela aplicação da lei de Ohm à figura PS 16-8a

PS 16-9 Usando o processo gráfico, determinar o ponto Q, isto é, os valores de


e /, no circuito da figura PS 16-9aL

/(mA)
7 = 12 mA

© 12 mA
>/?=2K

FIG. PS 16-9
7'{volts)
10 20 24

(o)
/? = 2K

SOLUÇÃO As equações de citcuito são


(1) /=12mA

(2) E - {2 quilohms) /
A Eq. (1), quando plotada no eixo E-I da figura PS 16-9b, aparece como uma
linha horizontal para /=12mA. A Eq. (2), representando as características do
resistor, passará pela origem, uma vez que para 7 =0, E=Q. Para plotarmos a
Eq. (2)precisamos de outro ponto. Poderíamos, por exemplo, escolher 7= 5 mA
e notar que o valor correspondente de E'pela Eq. (2) é E=\Q volts. Desenhando
uma linha reta pela origem e através do ponto £"=10 volts, 7= + 5mA, e
estendendo esta linha até que intercepte a curva da Eq. (1), localizamos o ponto
Q, que tem coordenadas E =24 volts, 7= 12 mA Oponto Q representa a solução
para as Eqs. (1) e (2) simultâneas. As coordenadas do ponto Q satisfazem as
equações (1) e (2), simultaneamente, e uma vez que ambas as equações
descrevem o circuito, os valores de £ e7 no ponto Q representam asolução para o
circuito da figura PS 16-9ú!. Sem dúvida, o mesmo resultado poderia ser obtido
pela aplicação da lei de Ohm à figuraPS 16-9a
372 Análise de Circuitos CO

PS 16-10 Suponhamos o circuito da figura PS 16-lOfl, com sentidos de referência


indicados para E q1. Analisar graficamente o circuito, determinando em primeiro
lugar as características volt-ampère de e /?2, individualmente, e então
determinar a característica combinada volt-ampère, olhando para os terminais do
circuito.

I (amps)

FIG. PS 16-10

Ré +/f2

£•^0115)

SOLUÇÃO Vamos, inicialmente, representar a característica volt-ampère do


resistor Rx, que aparecerá como a curva designada por Rx na figura PS 16-lOZ).
Isto pode ser feito facilmente reconhecendo-se que com zero volts através de Rx
a corrente através de Rx será zero, e, assim, a característica terá de passar pela
origem. Se assumirmos algum valor de voltagem através de digamos, 8 volts,
a corrente correspondente será 1-2 amp =(8 volts)/(4 ohms). Estes dois pontos
podem então ser conectados por uma linha reta que é também estendida além da
faixa destes dois pontos. De maneira análoga, a curva para passará pela
origem, e se assumirmos alguma voltagem pelo resistor R2, digamos, £*2=2 volts,
obteremos 1=2 amp = (2 volts)/(l ohm). A característica £2 aparecerá então
conforme mostrado na figura PS 16-lOè. Em essência, o que teríamos que fazer é
plotar as seguintes equações:

(1) Ex = (4 ohms)/

(2) E2 = (1 ohm)/
Métodos gráficos para análise de circuitos
373

Para determinarmos a curva E-I da resistência equivalente =


poderemos raciocinar como segue. A equação de circuito é
(3) E = E^ ^E^
Uma vez que este é um circuito série, a mesma corrente passará através de ambos
os resistores. Assim, vamos supor algum valor de corrente, digamos, 2 amp, e
notar os valores correspondentes de voltagem, que devem existir através de /?| e
/?2- Por exemplo, a linha 1-2 amp intercepta a característica R2 para E2-2
volts e a característica R\ para Ei=S volts. Poderíamos então, graficamente,
adicionar Ey e E2 com um par de divisores, colocando a amplitude, ou
comprimento, de E2 sobre o comprimento de E^ para obter o valor Ei +É2 de
10 volts. Uma vez que a corrente através desta resistência composta é ainda 2
amp, segue que o ponto E —\0 volts, 1=2 amp é um ponto da característica
^eq* Uma vez que precisamos de um outro ponto para plotar a característica
i?eq, poderíamos, por conveniência, escolher / =O, para a qual Ei=Q e£'2 =0.
Portanto, Ei +E2 também é igual a zero. Acaracterística /?eq passará também
pela origem. Isto era esperado. Conectando o ponto 10 volts, 2 amp com o
ponto (0,0) na origem, por uma linha reta, teremos acurva /?eq = +/?2•

PS16-11 Constmir graficamente a característica de resistência equivalente


olhando para os terminais do circuito da figura PS 16-1 Ia. Construir primeiro as
características individuais para Ri q R2. Combinar então, de forma adequada,
estas duas características, para obter a resistência equivalente da combinação
paralela usando métodos gráficos.

FIG. PS 16-11 /(omps)

•^(volts)
10 12
374 Análise de Circuitos CG

SOLUÇÃO Em primeiro lugar, plotamos a característica/?i, como mostrado na


figura PS 16-116. Isto é facilmente feito, notando que a curva deve passar pela
origem, o que nos dá um ponto, e também para uma determinada voltagem,
digamos, E= 6 volts, /i =(6 voltsV(6 ohms) = 1 amp. A característica pode
ser determinada analogamente, e se supusermos E=6 volts, /a =(6 volts)/(3
ohms) =2 amp. A equação de circuito para determinar a característica composta
é

(1) / = A +/a

Uma vez que para £" =O, /i th serão iguais a zero; segue que um dos pontos da
característica composta é a origem. O segundo ponto sobre a característica
composta pode ser determinado supondo algum valor de E, digamos £*= 6 volts,
e notando a interseção da curva Ii para Ii - 1 amp e a curva I2 para I2 -2 amp.
Uma vez que para qualquer valor de voltagem, incluindo o valor suposto E = 6
volts, a corrente total I =Ii +I2, podemos com um par de divisores adicionar
graficamente Ii com h, para obter A +/2 =3 amp. Assim, um ponto sobre a
característica composta dá-nos a característica àe Ri em paralelo comi?2» como
mostra a figura PS 16-116.

PS 16-12 Analisar graficamente o circuito, olhando para os terminais da


figura PS 16-12a. Usar os sentidos de' referência indicados para voltagem e
corrente.

J_ I
o

^oc
-E- -E

FIG. PS 16-12
/"•^^ndinação
~hc

-I
{O)

SOLUÇÃO Uma forma da equação de circuito descrever as condições nos


terminais do sistema é

(1) E = Kqc +

Para plotarmos esta equação linear, precisamos apenas determinar dois pontos.
Vamos supor, por conveniência, na Eq. (1) que 7=0. Portanto, £*= Vqq. Isto
fornece um ponto designado sobre o eixo de voltagens, na figura PS 16-126.
Para obtermos outro ponto, vamos, por conveniência, supor que E=0, de forma
Métodos gráficos para análise de circuitos
375

que o valor correspondente de / será dado por /= (-/sc) =-Koc//?th. Nota-se que
Isc será uma quantidade negativa, uma vez que a voltagem Vq^ força a corrente
em sentido oposto ao sentido positivo de referência, adotado para /. Estes dois
pontos podem ser conectados por uma linha reta, como mostra a figu
ra PS 16-126. Nota-se que se a Eq. (1) fosse resolvida para / de maneira a
obtermos

(2) /- ^-Vqc _ 1
R th
(^- ^^oc)
''^th

a condutância ou inclinação seria positiva e igual a l/i?th- Ainclinação é também


dada pela inspeção da Eq, (2)como
AI
(3) Inclinação =
AE

e uma vez que a inclinação é determinada pela variação em /, devida a uma


vai^ção em E, uma quantidade fixa tal como Vqq de maneira alguma determina
a inclinação. A inclinação depende somente da resistência vista olhando os
terminais do sistema e os sentidos de referência supostos para E qI.

PS 16-13 Representar a curva E-I para o circuito da figura PS 16-13a:

^sc N^^IncMi^ão=
FIG. PS 16-13 -£ £
^oc

-I
[O] (à)

SOLUÇÃO A equação de circuito é

Éuma equação linear e assim pode ser piotada peia determinação de apenas dois
pontos. Um dos pontos é determinado fazendo 7=0, que resulta e= Isto
nos dá um ponto designado por na figura PS 16-136. Em seguida podemos,
convenientemente, fazer £"=0 na Eq. (1) e resolver para o / correspondente, o
que resulta 7= V^JR^Yí 'hc- Conectando esses dois pontos com uma linha reta,
teremos a característica E-I da figura PS 16-136. Esta linha terá uma inclinação
igual a -1/Rth- Esta inclinação negativa para Rth pode ser deduzida facilmente,
resolvendo a Eq. (1) para 7 e obtendo
376
Análise de Circuitos CG

(2) /= - (^-^oc)
^th
Nota-se que o coeficiente do termo voltagem é A inclinação negativa
poderia ser deduzida a partir de uma análise física do circuito mostrado na
figura PS 16-13a. Se £" aumenta, significando que a ponta da flecha E estaria mais
positiva que o seu pé, segue que mais corrente iria fluir pelo terminal inferior e
sair pelo terminal superior, em sentido oposto ao sentido positivo de referência
de I. Entretanto, a corrente resultante / deveria diminuir, o que significa que um
aumento de E causa uma diminuição de I. Isto implica em uma inclinação
negativa da característica E-I.

PS 16-14 Determinar graficamente o ponto Q (valores E^, Ix) o circuito da


figura PS 16-14a.

R2

FIG. PS 16-14

8 10

Ex

SOLUÇÃO Uma aproximação consiste em representar a característica de /?i, a


característica de e então a característica "'•^2' conforme mostra a
figura PS 16-14è. A característica combinada Aeq é obtida supondo alguma
corrente, digamos, 1mA, que deverá ser a mesma, através de /?i e ÍÍÍ2- A
interseção desta corrente com a curva R\ resulta a voltagem E^ -1 volts, como a
Métodos gráficos para análise decircuitos ' 377

Voltagem através de Ri com a corrente suposta. Da mesma maneira, ainterseção


desta correntes suposta com a característica R2 resulta na voltagem £2=4volts,
aríavés de R2. Adicionando graficamente Ei e E2 através da contagem de
divisões ou uso de cohipassos, obteremos um ponto £"1 +£"2 =6 volts sobre a
cu^a /?eq +^2. Assim, as coordenadas de um ponto sobre acurva/^eq slo
E- 6 volts,/ =1mA. Um outro ponto sobre a curva Rgq é a origem (^£'=0,
/-O). Uma linha reta por estes dois pontos nos dá acurvaRgq. Uma vez que a
cum Rgq é a resistência total apresentada a =6 volts, podemos verificar
onde uma linha reta vertical em =6volts intercepta acaracterística Rg„
e determinar acorrente do circuito 4 =1mA (o fato da corrente 4 ser a mesma
que o valor admitido na constmção da curva /?eq é apenas coincidência). Para
determinarmos E^, que é a voltagem através de R2, verificamos a interseção de
- 1 mA com a curva R2 para obterE^ = 4 volts.
Uma altemativa e uma aproximação mais simples para a determinação do
ponto Q pode ser conseguida pela solução gráfica das seguintes equações de
circuito:

(1) Ex=Ei,t-RJ^
(2) £•,=«24
£ (O pode ser ploteds coino 3cuivã Ans figure PS 16-14c, notãndo que com
4 =0, £, =Í-Ji, =6 volts, e com £';, =0, Ix =Ei,b/Ri =(6 volts)/(2
ohms) - 3mA. Estes dois pontos estão conectados com uma linha reta (curva A).
AEq. (2) e simplesmente a característica volt-ampère de ,/?2> que é plotada como
a curva B. O ponto onde as duas curvas se interceptam é o ponto Q, cujas
coordenadas são Ex =4 volts, Ix 1mA, que está de acordo com nossa outra
solução. Nota-se que ainclinação da curva ,4 é -1/Ri e da curva Bé I/R2.
Quando as características de uma fonte tais como E^t e uma resistência
associada Ri são plotadas como a curva yí sobre a característica de alguma outra
resistência R2, a curva Aé chamada de linha de carga e a Eq. (1) é a equação da
linha de carga.

PS 16-15 Uma resistência não-linear /?nl está conectada no circuito da


figura PS 16-15ú!. A característica E-I de /?nl está mostrada na curva <1^
figura PS 16-15Z). A característica E-I do resistor de carga Ri^ está também
mostrada na figura PS 16-15h. Encontre uma técnica gráfica para determinar o
ponto Q deste circuito.
1

SOLUÇÃO Uma aproximação consiste em combinar as características /?nl e


Rl para obter a resistência equivalente representada pela curva R^i^+Rl, na
figura PS 16-15h. Isto pode ser conseguido supondo algum valor de corrente e
projetando as curvas í?nl e para obter voltagens correspondentes e
Para esta suposta corrente I a voltagem através dos dois resistores será somada e
assim através da soma de E'nl eEi para oI adotado, obteremos um ponto sobre
a característica da resistência equivalente Rgq =í?nl ^L- Uma vez que /?nl
378
Análise de Circuitos CG

•Rnl

<NL

ia) (à)

FIG. PS 16-15

é não-linear, teremos de fazer isso para diversos valores diferentes de I,


gerar a curva composta ^ ^ ®f6Íto do resistor linear Ri, é endireitar
a curva tanto quanto depender da resistência equivalente. Uma vez
gerada a característica composta, precisamos apenas estender nosso valor de
Etb, verticalmente, até interceptar acurva /?nl+ Rl e obter acorrente quiescente
Iq. a interceptação de Iq com as curvas Rl eR^^xesultã na voltagem quiescente
Elq, através do resistor de carga e E^j^Q a voltagem quiescente através do
resistor não-linear.
Uma aproximação alternativa, que é mais simples, é construir uma linha de
carga sobre a característica conio mostrado na figura PS 16-15c. A linha de
carga é baseada na equação

^NL ~ ^bb -

A Eq. (1) pode ser convenientemente plotada supondo, primeiramente, /=0, em


cujo caso E =E^L=Ebb- Em outro ponto sobre a linha de carga, podemos fazer
= cujo caso Conectando estes dois pontos, resulta a
linha de carga mostrada na figura PS 16-15c. A interseção da linha de carga com
a característica /?nl é o ponto Q, cujas coordenadas são tais que tanto a Eq. (1),
quanto qualquer equação de í?nl serão satisfeitas, simultaneamente. Nota-se que
não tivemos que conhecer a equação de í?nl. ^ curva de í?nl expressa
graficamente esta equação.
Métodos gráficos para análise de circuitos 379

PS 16-16 Dois resistores não-lineares idênticos í?nli ®^NLa ®stão conectados


em série, como mostra a figura PS 16-1óa. Sem nos restringirmos a valores
específicos, como poderia o ponto Q do circuito ser determinado? As
características idênticas de /?nli e /?nL2 estão mostradas na figura PS 16-16Ò.
SOLUÇÃO Uma aproximação'consiste em desenvolver a característica composta
^e ^NLi e /?nL2> como mostra a figura PS 16-166. Isto pode ser conseguido
supondo algum valor de corrente e notando a interseção com as características
^NLi e ^nL2' Projetando para baixo, poderíamos determinar a voltagem
correspondente. Uma vez que as características são idênticas, precisamos apenas
dobrar esta voltagem para obter, para esta corirente, um ponto sobre a
característica composta •'^^nL2)* Este procedimento pode ser repetido
para vários pontos, até que a característica composta possa ser representada com
a desejada precisão. Uma vez que a curva composta foi gerada, precisamos apenas
projetar o valor de nesta curva e determinar a corrente quiescente Iq. A
interseção de Iq com as curvas /?nli ®^NL2 resulta na voltagem quiescènte
através do resistor não-linear.

•/vu

^/VLO
-NLO ^bb
(o) ib)

FIG. PS 16-16

— NL\

/<?
✓ l\.
X 1 X
/ 1 \
/ t \
/ ' \
/ í \
/ t \
/ 1 \
1 ' \
1 \
1 1

^NL\ ^NLZ-L'bb~
{C)

Uma aproximação alternativa é representar a característica /?nL2 como


uma linha de carga sobre a característica ^nli» conforme mostra a
figura PS 16-16c. A interseção das duas curvas é o ponto Q, a partir do qual a
corrente quiescente pode ser lida. A linha de carga não-linear ^nL2 pode ser
representada convenientemente com a ajuda de um compasso. Em primeiro lugar.
380 Análise de Circuitos CG

vamos supor alguma corrente e notar a interseção desta corrente com a


característica Neste ponto de interseção leia ou meça com um par de
divisores a voltagem correspondente -ê'nli* Ao longo desta linha com as
correntes supostas, subtraia graficamente (de preferência com um compasso)
^NH de para obter um ponto na curva /?nL2- Repetir este procedimento
várias vezes, com valores diferentes de corrente, até que a linha de carga
não-linear seja representada com a precisão desejada.

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PR 16-1 Determinar graficamenteI na figura PR 16-Ia.

1/1K

I ^ >1K
^12V
'3K
3 .91012
volts

ia)

RESPOSTA Veja a figura PR 16-1Ô.

/=3mA

/ '

L_; .j T"

'c. ,
j:;' ?'
;i . oínoq .o r.?
;/'• : Oííií i>flüv íh A . . •1 ''
Métodos gráficos para análise de circuitos 381

PR 16-2 Determinar graficamente Ix, I2 e / na figura PR 16-2.


/

V. t
6V^ f
6 10

(o)

RESPOSTA Veja a figura PR 16-2Z).

/i = 1 mA
/2 = 2 mA
1 = 2 mA

PR 16-3 Representar a característica E-I olhando para os terminais de saída da


figura PR 16-3a

2K
AAAr

^oc
6V

(a]

RESPOSTA Veja a figura PR \6-2b.


382 Análise de Circuitos CG

PR 16-4 Represente a característica E-I olhando para os terminais de saída da


figura PR 16-4a.

2K
-wv
1/2K

6V
^oc

io) {6)

RESPOSTA Veja a figuraPR l6-4b.

PR 16-5 Determinar graficamente o ponto quiescente (ponto Q) para as


correntes Ii q I2 e voltagem E no circuito da figuraPR 16-5fl. Fazer isto por dois
métodos diferentes.

'cc

RESPOSTA Veja a figuraPR 16-56 e c.


Métodos gráficos para análise de circuitos 383

PR 16-6 Determinar os valores quiescentes (ponto 0 de e / no circuito da


figura PR 16-6a, considerando que Rnl ^ característica E-I da
figura PR 16-66.

/(mA)

•0,3K

j 1,5K

1,5 (volts)
(a]

RESPOSTA
Iq = 2,1 mA

Eq = 0,84 volt

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 16-1 Determinar graficamente /nl no circuito da figuraP 16-ld, se /?nl


a característica volt-ampère da figura P 16-16.
2n
vs/v

(a)

{ò)
384 Análise de Circuitos CG

P 16-2 Determinar £* e / no circuito da figura P 16-2fl. Supor que /?nl ^


curva da figura P \6-2b.

^' +360V /(mA)

3K^ /

•6K

-120V

20 40 60 80 100 120 140 160 (volts)


(a) (b)

P16-3 Dois resistores não-lineares idênticos tendo a característica E-I da


figuraP 16-26 estão conectados ao circuito da figuraP 16-3. Determinar Ey, /i,
E2 6 Í2 •
+ 100V
Métodos gráficos para análise de circuitos 385

P16-4 Plotar graficamente e resolver as equações simultâneas y = 2x -3 e


y = -0,5jc + 2.

P16-5 Acorrente drenada Iq de um transistor por efeito de campo é dada por


(1) h =^DSS ( 1- )
Vp
se

(2) Vsg=-RsId
Determinar graficamente os valores de Iq e que satisfazem a ambas as
equações. Suponha Iqss ~ 10 Vp =-8 volts e /?§ =1,8 quilohms. Sugestão: A
faixa de valores de VgQ a serem considerados está entre Oe -8 volts.
ít-a

v'' ív v;.íj1- i I .(-Dí •,


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A determinantes

A-1 Solução de determinantes de segunda ordem


Consideremos simultaneamente asequações da forma

(1) ki=anx+ai2y
(2) ki = «2 ix + «2 2y
onde os s e os â s sao constantes conhecidas, que podem ser positivas, negativas
ou zero, e x esão quantidades desconhecidas (incógnitas). A solução parax ey
pode ser obtida escrevendo os seguintes arranjos

kl ai2
(3) X =
^2 ^2 2
^11 ^12
«2 1 <*2 2
333 Análise de Circuitos CG

an kl
(4) ^21 k2
y =
ai 1 012
02 1 022

Observemos a forma desses arranjos (determinantes). O denominador do


arranjo para jc e é o mesmo, e é formado copiando os coeficientes dos termos
desconhecidos, exatamente, na mesma ordem em que eles aparecem nas Eqs. (l)e
(2). O arranjo do numerador é formado exatamente da mesma maneira que o
denominador, exceto que se é para x que estamos resolvendo [Eq. (3)], os
coeficientes dos termos jc são substituídos pelos k's na mesma ordem em que eles
aparecem nas Eqs. (1) e (2) e se estamos resolvendo para y [Eq. (4)], os
coeficientes dos termos y são substituídos pelos correspondentes k's. Lembre-se
que os k*s e a's guardam seus próprios sinais (positivo ou negativo).
Uma vez que os arranjos estejam escritos, eles podem ser calculados, para
determinarmos x e y, conforme segue. Como ponto de partida, calcularemos o
arranjo do denominador,em primeiro lugar, considerando que este aparece em
ambos os casos. Multiplicamos o termo an em cima à esquerda por «22 embaixo
à direita. Em seguida, multiplicamos o termo 02 1 embaixo à esquerda pelo termo
ai2 em cima à direita e subtraímos esse produto (que pode ser positivo ou
negativo) do produto obtido anteriormente de 11^22» Então, o denominador é
calculado em geral, como ai 1^22 - ^212- Os arranjos no numerador podem ser
calculados de uma maneira análoga. A forma geral é: em cima à
esquerda Xembaixo à direita —embaixo à esquerda Xem cima à direita. Então a
solução para a Eq. (3) é
^1^22 ^2^12
(5) x=-
ai ia22 ~'a2 iai2
E para a Eq. (4)
^11^2 —^21^1
(6) y =
ai ia22 ~ 02gai2

Notarse novamente que o sinal negativo nas Eqs. (5) e (6) é inteiramente
independente dos sinais levados pelosa's e k's.

A-2 Solução de determinantes de terceira ordem


Consideremos três equações simultâneas da forma

(1) ki=aiix +ai2y +ai3Z

(2) k2=a2ix + a22y+a2 3Z

(3) ^3 =a3ix + a32>' +a332


Determinantes 389

onde X, y e z são as incógnitas e os A:'s e ú!'s podem ser positivos, negativos ou


zero. A solução para x, }' e z é obtida, primeiramente, escrevendo os seguintes
arranjos:

kl ai2 ^13
^2 flj 2 ^2 3
ÚI32 ^^33
(4a) X =

aii kl ai3
021 k2 ã2 3
^31 k^ 023
(4b) y =

Oii ai2 kl
O21 O22 k2
O21 O22 k^
(4c) z = . . .'í £>

onde

Oii O12 Oi3


(5) A = 021 022 023
^3 1 O32 O33

Usamos um símbolo especial Apara o denominador porque este é igual para a


solução de jc, ^ e 2. O determinante A do denominador é formado listando os
coeficientes das variáveis por linhas e colunas, como eles aparecem nas equações
originais (1) e (3).
Para calcularmos qualquer determinante de terceira ordem, digamos, A
recopiamos as duas primeiras colunas em seguida à terceira coluna, como
mostrado em (6):

^2
(6)

Em se^ida, desenhamos flechas diagonais como em (6) desde a parte superior


esquerda até a parte inferior direita. Multiplicamos os coeficientes ao longo de
cada flecha e então formamos a soma 2|

(7) ^1 ~«1 1^22^33 +^ir«23^31 +«13a2l''3;


390 Análise de Circuitos CG

Agora, desenhamos flechas diagonais desde a parte inferior esquerda até a parte
superior direita, também conforme mostrado pelas flechas pontilhadas em (6).
Multiplicamos os coeficientes ao longo de cada flecha e formamos a soma Sa. '
2a = ^3 1<Í2 2^1 3 + Út32^2 3^1 1 ^3 3^2 1^12

Então, de maneira análoga a um determinante de segunda ordem

(8) A = 2i-22
=(fli ia22<Í33 +^^12^2 3^31 +«1 3^2 1<Í'32 ) " (^3 1^2 2ÚÍ1 3+<^32^2 3«1 l+fl33a2l«12)
De maneira semelhante, a expansão do arranjo do numerador parax resultaria

/Q\ X
_ (^lfl22Ú'3 3+fll2<Í2 3^3+<^13ÍÍ'32^2)-(^3<í'2 2fll 3+<^32<Í2 3^1+<*3 3^12^2)
- -

Da mesma forma
, . _ (gj ife2a3 3+^1^2 3^3 l'^gl3^3<^'2 l)~ (^31^2^1 3+^3^2 3^1 1"^3 3^lg2 1)
^ A

-X
(11) (fll lg22^3+<'l2^2<''3 l'^^l''32^2 l)~0''31^22^1+^32^2<''l l"^^3^12^2—l)

f^20i
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B notaçao
de corrente

A notação usada neste livro para representar uma corrente elétrica está
baseada nas seguintes considerações:
1) O fluxo de corrente elétrica é designado com um/, maiúsculo ou minúsculo,
com índice apropriado, se necessário.
2) O sentido positivo de referência adotado para o fluxo de corrente é indicado
com uma flecha, como mostrado na figura5-1.

FIG. 5-1
-VSAr
392 Análise de Circuitos CG

3) O fluxo de corrente neste livro será, em geral, representativo do fluxo de


elétrons ou carga negativa. Então, a corrente / fluindo através de um resistor
R polariza negativamente o terminal por onde ela entr^ com relação ao
terminal por onde ela sai. Isto está mostrado na figura 2.

FIG. B-2
-VW-

Se o leitor estiver acostumado com o fluxo de corrente convencional que


considera o fluxo de corrente como deslocamento de carga positiva, basta apenas
inverter a flecha associada a / neste livro e proceder com o desenvolvimento
apresentado, ou com qualquer problema que venha a resolver. Como o leitor
poderá ver na figuraiB-3 a polaridade resultante da voltagem desenvolvida através
de uma impedância é ainda a mesma, uma vez que a extremidade da impedância
por onde a corrente entra inicialmente é polarizada, positivamente, com respeito
à outra extremidade, por onde ela sal
Como material de referência adicional, relativo à notação usada neste livro,
o leitor poderá verificar o capítulo 1, volume 1, do Uvro Electronic Grcuit
Analysis, Phillip Cutler, publicado pela McGraw-Hill.
^ Fluxo
convencional
de corrente

^ ^

FIG. 5-3

Fluxo
de elétrons
cde voltagem
notaçao

A notação usada neste livro para descrever voltagem (tensão elétrica) tem a
intenção de evitar a confusão que algumas vezes aparece na mente dos
estudantes, com respeito à queda ou aumento de voltagem. Ao invés disso, este
livro apenas faz referência à voltagem, que é descrita rigorosamente de acordo
com as seguintes convenções:
1) A voltagem entre um par de terminais é descrita pelo símbolo E ou V,
associado com uma flecha ou índice duplo, para indicar os terminais entre os
quais a voltagem existe.
2) Será convencionado que o ponto de partida ou de referência da voltagem é o
pé da flecha, ou o primeiro índice, no caso de notação de índice duplo.
3) Para avaliar E ou Vpartimos do pé da flecha (ou primeiro índice) e seguimos
um percurso através do circuito tomando nota dos vários potenciais elétricos
encontrados, até chegarmos à ponta da mesma flecha (ou segundo índice). O
valor resultante da expressão para E ou V resultará na voltagem na ponta da
flecha (ou segundo índice) em relação ao ponto de partida (referência).
394 Análise de Circuitos CG

4) Ao avaliar (ou expressar) E on V pelo processo acima, encontraremos vários


elementos de circuito. Ao atravessar por uma parte do circuito, se entramos
por um elemento, em um terminal, e saímos por outro, com um potencial
mais positivo que o ponto de entrada, isto significa que estamos crescendo em
potencial (sentido positivo), que será indicado por um sinal positivo. Por
outro lado, se saímos em um potencial mais negativo do que o ponto de
entrada, isto significa que estamos decrescendo em potencial (sentido
negativo), que será representado por um sinal negativo.

FIG. C-1

f = -12 V - [6 K(1 mA)] + 8 V


= -10 V

Alguns exemplos ilustrativos estão mostrados nas figuras C-1 e C-2.


Leiríbremos, as flechas de corrente indicam fluxo de elétrons e, assim, a
extremidade do resistor por onde a corrente entra é polarizada negativamentecom
relação à outra extremidade, por onde ela sai.
Como material adicional de referência relativo a esta notação de voltagem,
veja o capítulo 1 do volume 1 do livro Electronic Circuit Analysis, Phillip
Cutler, McGraw-Hill.

FIG. C-2

= -fíj.
•Ilil

índice analítico

Ampère —1 de Thévenin - 195


Ampère-hora - 128 de válvula a vácuo — 234
Amperímetro, 13 dinâmico — 178
Análise de circmto - 365 pi - 317
Análise gráfica, do circuito paralelo —373 Circuito equivalente de fonte de corrente
do circuito série — 372 à válvula — 234
linha de carga —377 voltagem de filamento - 173
transcondutânda — 234
Característica volt-ampère - 366 Circuito equivalente de transistor —241,
Circuito - 12 285
aberto — 17 parâmetro h —336
elétrico —12,17 Circuito ponte —201, 288, 322, 348
fechado — 17 resistência de transferência do —253,348
paralelo - 127, 129,152 Qrcular mil — 81
ponte —201, 288, 322, 344 Circular-mil-pé - 82
série - 105, 151 Coeficiente de temperatura de
série paralelo - 151,153 resistência —59, 85
Circuito equivalente —157, 311 Coqceito de fonte de corrente - 221
ca- 178 Condutância — 14
de parâmetro G - 330 dinâmica — 65
de parâmetro híbrido —337 estática - 64 j
de parâmetro R —324, 326 incrementai — 64
de parâmetro T —317 Condutores — 13
396 Análise de Circuitos CG

Conexão, paialelo —15 Lei das correntes de Kirchhoff - 291 .


série — 14 Lei das voltagens de Kirchhoff (equação
série-paralelo - 15 de percurso) —266
Conversão, de parâmetros R para G - 359 Linha de carga —377
híbrida para parâmetro G —353
pi para T - 320 Medida de fio condutor — 84
T para pi - 320 Métodos gráficos de análise de circuitos -365
Corrente — 12 Microfone — 257
alternada (ca) - 178 Mü- 80
do percurso - 266
dos braços - 267 Nó - 21
elétrica — 12 de referência — 291
fluxo de elétrons — 17 Notação, de corrente —16, 391
Coulomb - 1,13 de voltagem - 15, 393
Curto-circiüto — 17 Números de bitolas de fio — 84
Curva de seno — 178
Ohm - 1,14, 57
Densidade de corrente - 18 lei de - 38
Determinantes - 270, 387
de segunda ordem —387 Parâmetros de circuito aberto
de terceira ordem - 387 {Ver Parâmetros R)
Kferença de potencial —11 Parâmetros da curto-drcuito — 332
(Ver também Voltagen^ parâmetros G - 332, 333
Diodo — 254 Parâmetros G — 330
Divisor de corrente - 132 circuito equivalente de —331
Divisor de voltagem - 108 em termos de parâmetros híbridos —353
relação do - 109 em termos de parâmetros R —359
Parâmetros híbridos {h) - 336
Eficiência — 41 Parâmetros/? - 324
Elemento de circuito, bilateral - 176 de circuito aberto - 327
não-linear — 365 Piezoeletricidade — 12
unilateral - 176 Ponto quiescente de operação
Elétron volt — 43 (ponto0 —62, 367-369
Potência - 39
Fatores de conversão — 2 conservação da —41
(Ver também Unidades) conversão elétrica para mecânica —42
Fonte de corrente, constante, 221 média - 41
dependente - 241 Potencial - 11
dependente da voltagem, - 234 {Ver também Voltagem)
Fonte de voltagem —16
primária - 2,12 Queda de voltagem - 14
Força eletromotriz —11 Quilograma-metro —42
{Ver também Voltagem) Quilowatt.hora - 44
Forma de onda dente de serra — 182
Fotoeletricidade - 12 Relação do divisor de voltagem - 178
Resistência —13, 57, 83
Horsepower (HP) —42 ca - 61
coeficiente de temperatiira da - 85
fon — 24 de condutor elétrico - 79
Isolante - 13 de transferência — 25 3
diferencial - 61
Joule - 42 dinâmica — 61
índice Analítico 397

estática (ca) - 60 Teorema, da compensação —249


fotossensitiva - 260 da máxima transferência de
incrementai - 62 energia - 253
linear - 58 da reciprocidade - 253, 324
não-linear - 58, 377 da superposição - 176
negativa - 62, 201, 320, 370 de Norton - 221, 224
Resistência equivalente, de circuito de Thévenin - 195
paralelo —129 Teorema de Millman —221, 227
de Thévenin - 196 derivação do - 301
Resistência específica - 83 Termistor - 59
(Ver também Resistividade) Termoeletricidade - 12
Resistividade — 83 Thirita - 59
Resistor fotossensitivo - 260 Trabalho — 42
Semicondutores — 80 Transcondutância - 234
Sistema, a duas portas - 324 Transdutor — 42
a quatro terminais - 324
ativo - 324 Unidades — 1
passivo - 324 1
Solução de equações simultâneas —265 Volt - 1 M
Square mil - 80 Voltagem - 11, 38
do nó - 291
Tabela, American Wire Gauge - 88 nó de - 291
de bitola de fios - 83 notação de - 15,'393
de coeficientes de temperatura —83
de resistência específica - 86 Watt - 39
N

Impressão e Acabamento

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