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ANALISE
DE CIRCUITOS CA

Phíllip Cutler
Education Research Associates e Orange Coast College
Costa Mesa, Califórnia

Tradutor

Adalton Pereira de Toledo

Engenheiro Eletricista Mecânico


Professor do instituto Nacional de Telecomunicações,
da Associação Joseense de Ensino na Escola
de Engenharia industriai de São José dos Campos,
do instituto Tecnológico de Aeronáutica
e da Faculdade de Engenharia da Fundação Vaieparaibana de Ensino.

McGRAW-HILL

São Pauto • Rio de Janeiro • Lisboa • Porto • Bogotá • Buenos Aires • Guatemaia
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New Delhi • Paris • Singapore • Sydney • Tokyo • Toronto
Do original
AC Circuit Analysis with illustrative problems
Copyright © 1974 by McGraw-Hill, Inc.
,1^.

Copyright © 1976 da Editora McGraw-Hill do Brasil Ltda.


Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, guardada pelo sistema
"retrieval" ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, seja
este eletrônico, mecânico, de fotocópia, de gravação, ou outros, sem prévia
autorização por escrito da Editora.

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FICHA CATALOGRÂFICA
(Preparada pelo Centro de Catalogação-na-Fonte,
Câmara Brasileira do Livro, SP)

Cutler, Phillip.
C993a Análise de circuitos CA; tradutor: Adalton Pereira de Toledo.
São Paulo, McGraw-Hill do Brasil, 1976.
p. ilust.

1. Circuitos elétricos 2. Correntes elétricas alternadas I. Título.

76-0449 CDD-621.31913
-621.3192

índice para catálogo sistemático:


1. Circuitos elétricos: Egenharia 621.3192
2. Correntes alternadas: Engenharia elétrica 621.31913
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Sumário

PREFÁCIO À EDIÇÃO BRASILEIRA IX


PREFÁCIO XI

CAPÍTULO 1 A SENÓIDE 1
1.1. Parâmetros de forma de onda 2
1.2. O valor médio 5
1.3. O valor eficaz (rms) ; 6
1.4. Potência 9
1.5. A senóide 11

CAPÍTULO 2 NOTAÇÃO DE VOLTAGEM E CORRENTE 39


2.1. Notação de voltagem 39
2.2. Notação de corrente . 43

CAPÍTULO 3 POTÊNCIA NO CIRCUITO RESISTIVO PURO 51


3.1. Notação em análise de potência 51
3.2. Resistência com excitação senoidal 53
3.3. Circuito resistivo com fontes idênticas múltiplas de freqüência . . 54
3.4. Efeito Skin 62
VI ANALISE DE CIRCUITOS CA

CAPÍTULO 4 CAPACITÂNCIA 77
4.1. Capacitância 77
4.2. Carga e descarga do capacitor 79
4.3. Energia armazenada pelo capacitor 82
4.4. Geometria do capacitor 83
4.5. Voltagem de trabalho do capacitor 86
4.6. Coeficiente de temperatura da capacitância 87
4.7. Capacitores em paralelo. 87
4.8. Capacitores em série . . 88
4.9. Corrente do capacitor 89
4.10. O capacitor com excitação senoidal. . 90
4.11. Susceptância capacitiva 92
4.12., Reatância capacitiva . .' 94
4.13. Potência no circuito capacitivo puro 95

CAPITULO 5 INDUTÂNCIA 105


5.1. Indutância . 105
5.2. Voltagem induzida ' 106
5.3. Corrente do indutor
5.4. Armazenamento de energia no indutor 112
5.5. Geometria do indutor 112
5.6. Indutores em série 114
5.7. Indutores em paralelo 115
5.8. Indutores com alimentação senoidal 116
5.9. Reatância indutiva . 118
5.10. Susceptância indutiva 119
5.11. Potência em circuitos puramente indutivos 119

CAPfrULO 6 CIRCUITOS RLC 133


6.1. Lei de Om para circuitos ca 133
6.2. O conceito de impedância 134
6.3. O circuito RLC série 138
6.4. Admitância e o circuito RLC paralelo 138
6.5. Potência no circuito RLC 141
6.6. Máxima transferência de energia 144

CAPÍTULO 7 Q E CONVERSÕES SÉRIE-PARALELO 163


7.1. Q 163
7.2./Conversões paralelo para série 164
7.3. Conversões série para paralelo 166
7.4. Indutor Q 168

CAPÍTULO 8 FENÔMENO DA RESSONÂNOA . . 1, 179


8.1. Ressonância série 179
8.2. Largura de faixa de um estímulo de um circuito ressonante série. 181
8.3. Análise com Q não-constante 186
r

I ÍNDICE VII
8.4. A curva universal de ressonância. . 188
\ 8.5. Aumento de voltagem ressonante 191
f 8,6. Anti-ressonância paralela 193
> 8.7. Um circuito anti-ressonante prático 197
8.8. Impedância de entrada na ressonância 198
1 8.9. Seletividade de um circuito anti-ressonante 200
8.10. Curva universal de ressonância para o circuito anti-ressonante . . . 204
í
CAPÍTULO 9 SISTEMAS TERMINAIS (DUAS PORTAS) 233
9.1. Os jparâmetros z 233
f 9.2. Os parâmetros y 235
9.3. Conversões de parâmetros 236
. 9.4. Conversões pi-T 237

^ CAPÍTULO 10 OTRANSFORMADOR 255


[ 10.1. Ação do transformador 255
' 10.2. O transformador 255
^ 10.3. A representação do ponto 258
1 10.4. O transformador como uma rede de quatro terminais 263
> 10.5. Análise de circuito do transformador 265
L 10.6. Thevenizando o transformador 268
10.7. Acoplamento indutivo-condutivo' • • • • 269
10.8. Medida da indutância mútua 271
10.9. O transformador ideal 272
10.10. Transformador de impedância com transformador ideal 275

CAPÍTULO 11 A CURVA DE BODE 293

11.1. A função de transferência 293


11.2. O filtro passa-baixa 294
11.3. O filtro passa-alta 296
11.4. O decibel 297
11.5. A curva de Bode 300
11.6. Formas básicas 300
11.7. Construção da curva de Bode 314

APÊNDICES 345
A —Notação de corrente 345
B —Notação de voltagem . . 347

ÍNDICE ANALÍTICO . . ; 349


Prefácio à edição
brasileira

A oportunidade de traduzir uma série de livros, como esta do professor


Phillip Cutler, se por um lado parece fascinante, pelas qualidades de conteúdo,
apresentação equilibrada e precisão didática, não deixa de ser também de grande
responsabilidade para o tradutor, constituindo um caminhocrítico entre o compro
misso de não deixar de expressar a idéia do autor em cada palavra e a possibi
lidade de escorregar para uma redundância exagerada de termos repetidos que,
certamente, prejudicariam a elegância do material traduzido.
Como engenheiro e professor de cursos técnicos e superiores, procurei ser
fiel a ambos.
Quando lembro que, por inúmeras vezes, vi o nosso estudante às voltas com
os livros desta série, digladiando-se com os percalços de um idioma estrangeiro,
sinto-me duplamente satisfeito por traduzir uma obra bastante procurada no
mercado e pela oportunidade de dar ao estudante de hoje e de amanhã uma
ferramenta mais apropriada ao nosso idioma.
A vasta gama de temas abordados em cada texto, com um tratamento
didático claro e objetivo, associado a uma série de aplicações, esgotam, pratica
mente, os assuntos nas diversas áreas.
E é desta maneira que eu gostaria que o leitor descobrisse esta série, com
a mesma qualidade que a tradução pretendeu não degradar.
EngÇ Adalton Pereira de Toledo
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Prefácio

Este é o segundo livro de uma série de quatro volumes sobre análise de


circuitos com o objetivo de fundamentar cursos de eletrônica tecnológica. Estes
volumes fornecem uma seqüência completamente integrada de ensinamentos que
começam ao nível cc no primeiro, nível ca no segundo, dispositivos a estado
sólido no terceiro e teoria de circuito e aplicações no quarto volume.
Introduzindo conceitos teóricos específicos em pontos apropriados e
garantindo a compreensão através de exercícios adequados de grande signi
ficado, uma sólida linha de continuidade é conservada em toda a série. Isto
proporciona uma grande vantagem nos cursos mais avançados, evitando repetição
da matéria que poderia ter sido transmitida em cursos anteriores. De forma mais
significante, isto permite uma mais ampla e profunda apresentação dos modernos
dispositivos e circuitos eletrônicos nos cursos posteriores — uma apresentação
que também proporciona fundamentos para a compreensão de cursos especia
lizados. Por exemplo, o estudante fica tão familiarizado com o teorema de Thévenin
no primeiro volume, que esta ferramenta inestimável para a análise de circuitos
não precisa ser revista em detalhes quando ele estiver avaliando o circuito equiva
lente, a partir dos terminais de saída de um transformador, no segundo volume,
de um amplificador FET, no terceiro volume, ou de um regulador de voltagem, no
quarto volume.
Como outro exemplo, temos as curvas de Bode introduzidas no segundo
volume, seguidas por exercícios suficientes para garantirem a sua compreensão.
Esta ferramenta analítica é utilizada para investigar as características de resposta
de freqüência de dispositivos e configurações básicas do amplificador no terceiro
e quarto volumes. Ela dá também uma introdução —o que não é infelizmente
considerado na maioria dos cursos de natureza similar —à estabilidade dos ampli-
ficadores realimentados, no quarto volume.
XII ANÁLISE DE CIRCUITOS CA

O cap. 1 deste livro apresenta a forma de onda senoidal. Em particular,


dá ênfase ao significado e à teoria sobre os conceitos de valor médio e eficaz,
de maneira que o leitor pode aplicá-las, no futuro, para formas de onda não-senoi-
dais. Não é de todo necessário conhecer cálculo integral para seguir o material
contido no livro. O cap. 2 explica como a notação de voltagem e corrente desen
volvida no volume cc pode ser aplicada a fontes ca. O cap. 3 explora largamente o
conceito de potência no circuito resistivo com excitação senoidal. Este material
será de muita utilidade, no futuro, em análise de amplificadores de potência.
Os cap. 4 e 5 introduzem, de maneira prática, os conceitos de capacitáncia
e indutância. As propriedades de circuito destes elementos, em particular, com
relação a uma voltagem ou corrente variando no tempo, são acentuadas de forma
que o leitor adquira uma compreensão intuitiva do efeito destes parâmetros. Os
conceitos de reatância e susceptância são introduzidos e aplicados à análise de
configurações série e paralelo. Alguns problemas práticos sobre L e C distribuídos
foram introduzidos para que o leitor possa sentir por que alguns centímetros de
fio podem significar a diferença entre o sucesso ou a falha de um circuito, na reali
dade.
O cap. 6 introduz o conceito de impedáncia e trata da análise de circuitos
RLC, enquanto o cap. 7 introduz o conceito de Q e conversões série-paralelo,
que são de grande utüidade na simpHficação de circuitos e transformação de
impedáncia.
O cap. 8 apresenta uma discussão não muito detalhada, mas prática, do
fenômeno da ressonância e suas implicações em casos de anti-ressonância série e
paralelo. A relação entre Q e largura de faixa foi salientada como introdução ás
propriedades dos circuitos sintonizados. O cap. 9 explora, sob condições de exci
tação senoidal, as propriedades dos circuitos a quatro terminais introduzidas no
primeiro volume.
O cap. 10 desenvolve a análise de circuitos indutivamente acoplados com
um mínimo de teoria dos circuitos magnéticos. Embora o significado físico da
ação do transformador seja considerado, a discussão apenas considera o transfor
mador como um circuito a quatro terminais, do qual alguns circuitos adequados
podem ser derivados e apUcados. A transição do transformador não ideal para o
ideal é cuidadosamente feita, de maneira que o estudante conheça sob que con
dições um transformador pode ser considerado ideal.
O cap. 11 introduz o conceito de função de transferência. Ao mesmo tempo
que isto parece formidável, o assunto requer apenas que o estudante esteja apto
a utilizar o operador /. É mostrada ao leitor a construção das curvas de Bode
através das quais podem ser vistas as respostas de freqüência de vários circuitos
RC, RL e RLC. O conteúdo deste capítulo fornece a base para a verificação da
resposta de freqüência de várias configurações de dispositivos e ampHficadores do
estado sólido no terceiro volume, e, no quarto volume, as curvas de Bode são
utilizadas novamente para o estudo de ampliadores operacionais e estabilidade
dos sistemas realimentados.
PREFÁCIO XIII

Foi preparado material audiovisual para suplementar os assuntos contidos


neste volume e nos outros, que pode ser conseguido através do — Education
Research Associates, 3290 Turlock Drive, Costa Mesa, Califórnia, 92626.
O autor deseja externar os seus agradecimentos ao Professor Brinton Mitchell
do East Los Angeles College, ao Professor Robert C. Carter, Southern Technical
Institute em Marietta, Geórgia, e ao senhor Robert Decker pela revisão dos manus
critos e apresentação de sugestões muito úteis. Em particular, eu estou uma vez
mais em débito com o sr. Decker pela sua capacidade incomum de localizar
erros com incrível velocidade.
Meus agradecimentos também ao Professor Edward L. (Roy) France, cuja
dedicação e habilidade administrativa contribuiu forçosamente para o sucesso da
feira anual da Universidade do Estado de Utah, onde muitos dos materiais contidos
nesses volumes foram testados. Estou também muito grato ao Professor Don
James e seu magnífico time do Utah Technical College, em Provo, pela sua orien
tação à filosofia imprimida a esses volumes e pela visão demonstrada de que
ensinamentos teóricos e práticos podem coexistir em um ótimo curriculum. E,
outra vez, minha admiração a Ted Hoffman, do Orange Coast College, pela sua
excelente técnica suprindo-me com uma inestimável realimentação.
Finalmente, mas não menos, eu agradeço a Bertha Rapaport pela sua amizade
e beleza espiritual; a meus estimados pais, aos quais eu devo muito; e a Betty,
minha querida esposa, quem não apenas datilografou este manuscrito, mas fê-lo
valer a pena.

Phillip Cutler
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/ A senóide

É conveniente iniciar este texto sobre análise de circuitos ca com uma obser
vação introdutória pertinente ao objetivo principal deste livro. Pretendemos apre
sentar o curso em forma e nível comparáveis com o nosso estudo anterior desta
série, sobre análise de circuito cc.^ A notação estabelecida para descrever corrente
e voltagem, leis de Kirchhoff, e, todos os teoremas sobre malhas é ainda aplicável.
Vocês observarão, todavia, que, enquanto conceitos algébricos bastante simples são
suficientes para uma exploração analítica dos circuitos cc, conceitos matemáticos
mais avançados são necessários para a análise dos circuitos ca.
A razão pela qual necessitamos de conceitos matemáticos mais sofisticados
deve-se ao fato de que as correntes e tensões noscircuitos ca variam como tempo,
e isso envolve outros parâmetros adicionais de circuito além da resistência. Quando
as fontes de tensão e/ou corrente eram estipuladas em amplitude e polaridade,
como nos circuitos cc, a única oposição oferecida ao fluxo de corrente era devida
à resistência do circuito (i?).
Entretanto, se a tensão e/ou corrente variarem com o tempo, veremos que
qualquer circuito elétrico, embora simples como uma espira, apresentará o seguinte
comportamento:
1. Uma oposição ao fluxo de corrente (resistência, R);
2. Uma oposição à variação da corrente (indutáncia, L), e
3. Uma oposição à variação de tensão (capacitáncia, C)

Phülip Cutler, "Análise de Circuitos CC com Problemas ilustrativos' McGraw-Hill


do Brasil, Ltda., 1976.
ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 1

A oposição ao fluxo de corrente, no primeiro caso, é simplesmente devida


à resistência ôhmica {R) e sua influência existe sempre sobre a tensão ou corrente,
independente de que elas variem ou não.
A oposição à variação de corrente (caso 2) é devida a um parâmetro chamado
indutância, cujo símbolo éL.
A oposição apresentada à variação de tensão (caso 3) é devida a um parâ
metro chamado capacitância, cujo símbolo é C.
Estes parâmetros de circuitos serão examinados mais detalhadamente a
seguir. Por enquanto, lembraremos que não apenas resistência, mas indutância e
capacitância, devem ser consideradas quando existe uma variação de tensão ou
corrente com o tempo.

1.1 Parâmetros de forma de onda

Uma representação gráfica de tensão ou corrente em função do tempo é


chamada forma de onda. A fig. l-la, por exemplo, é uma representação gráfica
de uma tensão cc e em função do tempo í. Como você vê, e tem valor constante.
Se a polaridade desta fonte de tensão cc é invertida, temos o resultado mostrado
na fig. \-\b.
Se a forma de onda inverte sua polaridade periodicamente, ela é considerada
como sendo uma corrente ou tensão alternada. É prática comum o uso da abre
viação CA, ou ca, para corrente alternada e também o uso da abreviação como
um adjetivo, de fôrma que falamos de uma corrente ca ou de uma tensão ca.
O circuito da fig. 1-2^ poderia gerar a forma de onda de tensão ca da fig. \-2b
se a chave fosse comutada periodicamente entre as posições A e B.

e(volts) -O e(volts)

6 v-±-
+6
6 V.
1 t.

(a) (b)

Fig. 1-1

+ 6 V
6 V- ~

^
A
n
1 2 3 4

4 V- - B

-4 V

(a) (b)

Fig. 1-2
CAP. 1] A SENÓIDE

Uma enorme variedade de formas de onda pode ser gerada por circuitos
apropriados; algumas das mais comumente encontradassão ondas de pulso, quadra
da, retangular, triangular, dente de serra (sweep) e senoidal da fig. 1-3.

Pulso,

Quadrada

Retangular
n

Triangular

Dente de serra

Senoidal

Fig. 1-3

Em geral, nosso interesse sobre determinada forma de onda de corrente ou


tensão reside nos seguintes parâmetros:
ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [cap: 1

1. Amplitude do pico positivo;


2. Amplitude do pico negativo;
3. Amplitude pico a pico;
4. Período;
5. Freqüência;
6. Valor médio (componente cc), e
7. Valor eficaz (rms).
Admitiremos que todas as formas de onda sob estudo são periódicas, o que
significa que se repetem no tempo.
Para entendermos o significado desses parâmetros de forma de onda, consi
deraremos o exemplo ilustrativo mostrado na fig. 1-4. A amplitude do pico posi
tivo, valor mais positivo da forma de onda, +50 volts neste caso.
É possível a amplitude do pico positivo de uma forma de onda ter umvalor
negativo se a forma de onda completa está situada abaixo do eixo zero.
A amplitude do pico negativo é o valor mais negativo da forma de onda,
—60 volts na fig. 1-4. Se determinada forma de onda for de tal natureza que toda
ela exista acima do eixo zero, a amplitude do pico negativo poderá serum número
positivo.
Aamplitude pico apico éovalor absoluto de amplitude entre as amplitudes dos
picos positivo e negativo. Então, para a fig. 14 a amplitude pico a pico (abreviada
p-p ou pc-pc é medida de —60 volts a +50 volts para um total de llO volts.
O período (símbolo: T) de uma forma de onda é o espaço de tempo entre
dois pontos correspondentes ou, em outras palavras, o tempo que ela leva para
voltar ao estado inicial. Assim, na fig. 14 o período T = 10 ps.
A freqüência (símbolo: f) representa o número de vezes que a forma de
onda se repete em um dado intervalo de tempo. Se esse intervalo de tempo é
igual ao período, dizemos que a forma de onda completou um ciclo completo
ou um ciclo limitado. Então, freqüência e período sao quantidades recíprocas
relacionadas por
1
/ = (1-lfl)

T = — (l-ló)
f
e (volts)

f (ms)

Fig. 1-4
CAP. 1] A SENÓIDE 5

A freqüência é medida em uma unidade chamada Hertz (Hz), onde


1 ciclo
1 Hz = (1-2)
segundo

Em conseqüência, ao invés de descrevermos uma freqüência dizendo


20.000 ciclos/s ou 20 kilociclos/s, dizemos 20.000 Hertz ou 20 kilohertz (20 kHz).

1-2 O valor médio

O valor médio de qualquer forma de onda periódica é o seu valor médio deter
minado em um intervalo de tempo igual ao período T. O valor médio é a compo
nente dc de uma forma de onda e representa aquilo que um voltímetro dc mediria
se fosse alimentado por esta forma de onda.
Para encontrarmos o valor médio de uma função, digamos y = f(x), em
um intervalo de tempo, digamos X2 - Xi como mostrado na fig. 1-5, é necessário
primeiro determinar a área envolvida pela curva (área hachurada) durante este
intervalo e então dividir esta área pelo comprimento do intervalo (jC2 - ati). Isto
exprime o valor médio. Na flg. 1-5, parte da área é positiva e parte, negativa.
Para encontrarmos a área resultante, devemos subtrair a área negativa da área
positiva. Sendo a área negativa maior do que a área positiva, o valor médio
resultará negativo.^

Fig. 1-5

Matematicamente, o valor médio de uma forma de onda é expresso por


'h
Valor médio =
—r f(t)dt (1-3)

Para maiores detalhes sobre uma discussão todavia elementar do conceito de valor
médio, ver Sec. 2-25 em Phillip Cutler, "Electronic Circuit Analysis —Passive Networks",
McGraw-Hill Book Company, New York, 1967.
6 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 1

onde {t2 - ti)é o intervalo de tempo no qual medimos o valor médio, usualmente
igual ao período, e
h

í fit) dt

é o simbolismo matemático usado para designar a área sob a curva (no caso a
representação de f{t) significando função do tempo) em um intervalo Í2
Não se impressione se o sinal de integral (/) e a Eq. (1.3) parecem estranhos.
Você deve ter em mente

área resultante entre a forma de onda e o eixo do


tempo (f) durante um dado intervalo
Valor me io —^ intervalo dado de tempo
que é idêntico à Eq. (1.3).
Assim, para calcular o valor médio da forma de onda da fig. 1-4 (repetida
na fig. \-6a), determinamos a área sob a curva no período (10 ps). Primeiramente,
observamos que a área positiva sob a curva durante o intervalo de Oa 3/xs pode
ser determinada desmembrando-a em umretângulo e umtriângulo, como mostrado
na fig. l-6b. Aárea do retângulo (^i) é a base Xaltura, enquanto a do triângulo
(^42) é (base X altura)/2. Então a área positiva resultante A* é 135 V^ts.
A área negativa conforme determinado pela fig. l-6c é ^ ~= —210 V/xs.
Em conseqüência, a área resultante dentro de um período completo é
A = A* + A--= 135Wps + (-210V/XS) = -75 Vjus
O valor médio ou tensão cc dessa forma de onde é

p -7,5 V
T lOps

1.3 O valor eficaz ou valor médio quadrático (rms)


O valor médio quadrático ou valor eficaz de uma forma de onda está rela
cionado com a potência que ela pode desenvolver. Por exemplo, suponha que
apliquemos uma determinada forma de onda de tensão periódica a um resistor.
O resistor aquecerá e dissipará calor. Isto acontecerá ainda que o valor médio
de tensão (ou corrente) seja zero, porque não importa em que sentido a corrente
esteja passando pelo resistor. O simples fato de que a corrente passe através
dele motiva uma perda de energia. '
Agora, por definição, o valor rms ou eficaz de uma forma de onda de
tensão ou corrente é o valor que provoca uma potência média dissipada em um
resistor tanto quanto uma tensão cc. Ou, em outras palavras, a tensão cc (corrente
cc) que produz uma certa quantidade de calor em um resistor, equivalente a uma
determinada forma de onda, é igual à tensão (corrente eficaz) dessa forma
de onda.
CAP. 1] A SENÓIDE

t (ms)

-60

50 V ^

40 V

13
10V = 50V-40V
3 MS 3ms

A*=A^->rA^ A, =40VX3ms Aj=-(3ms)10V

= 135Vms = 120Vms = 15Vms


(6)

10 MS

A' [(10 -3) ms](-60V)

= —210Vms
-60 V

Fig. l-é

Para determinarmos o valor rms de uma forma de onda, digamos, de tensão,


devemos investigar o seguinte. A potência instantânea em um dado momento no
tempo é dada por

1) P =• (1-5)
R

onde e é Si tensão instantânea através do resistor R.


Note que os símbolos minúsculos são usados para os valores instantâneos.
Para encontrarmos a potência média (P) em determinado intervalo de tempo
(Í2 — fi), devemos plotar uma curva de p em função de t durante esse intervalo
e então determinar o valor médio (P) da curva p durante o mesmo intervalo.
8 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 1

Isso nos fornece o valor médio de potência da forma de onda no intervalo em


questão (usualmente o período T). Então
área sob a curva p
2) P„ ^ (1-6)
Lembremos que a área sob a curva p é considerada no intervalo íj ~ ty.
Substituindo (1) em (2),

area sob a curva ^


K

3) Pm ~
h ~

ou

_ 1 área sob a curva


4) Pm - h - ti
Igualando a forma de onda da potência média em R com sua potência cc equiva
lente,

5) Pcc —Pm
ou

Err 1 área sob a curva


6) -^=R^ 77^,
Multiplicando ambos os lados por R e resolvendo para o nossa
definição é o valor eficaz E'rmsj obtemos

^ área sob a curva ^


7) =y — —
Para os mais inclinados à matemática, a Eq. (7) pode ser expressa como

8) ^rms = /-rrr-r \ (i-®)

Se usarmos corrente em lugar de tensão nas Eqs. (1-7) ou (1-8), obtemos/j-ms-


O significado do valor rms é que, uma vez determinado para qualquer forma
de onda de corrente ou tensão periódica, a potência correspondente desenvolvida
em um resistor pode ser determinada a partir de
p = E.m^lP 1 ... (l-9«)
(1-96)
P—•^'rms-^rmsj' algumas vezes válida (l-9c)
A exceção verificada com a Eq. (l-9c) é devida ao fato de que, em geral,
o produto de dois valores médios (e o valor rms é um tipo especial de média)
CAP. 1] A SENÓIDE 9

não é o mesmo que a média dos seus produtos. Como último exemplo, considere
um interruptor aberto com uma determinada forma de onda de tensão em seus
terminais. Esta forma de onda de tensão terá algum valor rms, mas evidentemente
nenhuma potência é dissipada no interruptor aberto, uma vez que a corrente é
zero. Agora, se o interruptor é fechado, alguma forma de onda de corrente, que
possui determinado valor rms, passará através dele. Entretanto, a dissipação de
potência pelo interruptor é ainda zero, uma vez que não existe tensão desenvol
vida através de um interruptor fechado. Em conseqüência, a potência dissipada
no interruptor deve ser zero. Todavia, o uso às cegas da Eq. (l-9c) produziria
um valor definido de potência.

1.4 Potência

Este é um bom momento para introduzir alguns comentários sobre cálculos


de potência. Existem dois tipos de potência nos quais estamos interessados —
potênciainstantânea (p) e potência média (F). A potênciainstantânea para qualquer
forma de onda de tensão e qualquer forma de onda correspondente de corrente
é dada por

p = ei (1-10)
onde p = potência instantânea
e = tensão instantânea
i = corrente instantânea

As formas de ondas de corrente e tensão podem não ser iguais e em muitos


circuitos eletrônicos isso é verdade.^
Para determinarmos a potência média em qualquer situação e com quaisquer
formas de onda de e e /, o procedimento mais seguro a usar é a geração da curvap
através da Eq. (1-10) e, em seguida, determinar o valor médio da curva p de
maneira similar à utilizada para a determinação da tensão ou corrente médias,
conforme visto anteriormente. Assim, para uma forma de onda de período T,
_ área sob a curva p durante o intervalo T ....

ou, para os mais chegados ao cálculo,

j_ j_ r
T I ^pdt=^\
T) {ei)dt (1-12)

Retomaremos o assunto potência nos capítulos seguintes.


Em geral, os valores médio e rms de uma forma de onda não serão os
mesmos. Dessa forma, utüizaremos mais o valor rms do que o valor médio de
tensão ou corrente quando determinarmos potência.
3 ^
Por exemplo, a placa de uma valvula pentodo deve ser alimentada com um pulso
retangular de tensão constante enquanto a grade é alimentada com tensão dente de serra,
causando uma corrente de placa dente de serra.
10 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. I

Agora, para fins de ilustração, vamos determinar o valor eficaz da forma de


onda da fig. 1-4, repetida aqui na fig. \-la. Se procurarmos alguns valores de e
na fig. \-la e elevarmos esses valores ao quadrado, obteremos a fig, \-lb. Como
você vê, toda a área sob a curva é positiva, uma vez que o quadrado de um
número negativo é sempre positivo. Também, a curva possui uma desconfortável
falta de semelhança com a curva e, mas deixemos as coisas ficarem onde estão.
A seguir, por qualquer meio, tentaremos aproximar a área sob a curva. Se você
contar os quadrados ou fizer algumas aproximações geométricas com a área,
obterá valores próximos de 12.000 V^/is a 18.000 /ns, dependendo de sua
precisão. O valor rms é então

^rms
i T = 10/xs

t (ms)

3500

cada quadrado
3000
= (lOOVP (0,5 ms)
= 50 MS
l
2500 1

i
f
> 2000 f •ü -.t.
1
f
/
1500

1000

500

O 1.5 3 6.5 10
(ms)
(6)

Fig. 1-7
CAP. 1] A SENÓIDE 11

e para A = 12.000 ns, erms = 34,6 V


A = 18.000 /Lts, erms = 42,4 V
Se o cálculo for empregado para encontrar uma solução exata (deixo como
um exercício para o leitor mais familiarizado com o cálculo), obteremos
^rms ~ 38,1 V como o valor correto. Assim, com razoável cuidado, podemos
esperar 10 por cento ou melhor precisão na maioria das aproximações gráficas.
Felizmente, a maioria do nosso trabalho nesse livro será com uma forma
de onda particular, de modo que procuraremos amenizar o tédio desse tipo de
problema.
Agora, trabalhe com os problemas PS 1-1, PS 1-2, e PS 1-3.

1.5 A senóide

A forma mais comum de potência elétrica disponível no mundo é produzida


por geradores que convertem energia mecânica em elétrica. A maioria desses
geradores fornece uma tensão alternada cuja forma de onda é muito semelhante
à mostrada na fig. 1-8. Este tipo de forma de onda é comumente chamado uma
onda de seno ou senóide. Ela é chamada de senóide, porque a equação que a
descreve é dependente da função trigonométrica chamada seno.

Forma de onda senoidal

Fig. 1-8

É necessário dizer que a senóide é de grande interesse para nós, não apenas
por ser a forma de onda de tensão das linhas de alimentação (usualmente 117volts,
60 Hz), mas também porque é inerentemente produzida em circuitos eletrônicos
.chamados osciladores, que constituem a base da maioria dos sistemas de comuni
cação por fio (rádio, TV). Além do mais, a senóide é relacionada a consideráveis
fenômenos naturais e tem certas propriedades matemáticas que a tornam muito
utilizada.'^
Por exemplo, ela pode ser mostrada por uma técnica matemática chamada
análise de Fourier, onde as ondas não senoidais, conforme discutimos anteriormente,
4
Por exemplo, ela pode ser diferenciada ou integrada e ainda fornece um resultado
senoidal. Também, a superposição de senóides de mesma freqüência resulta numa senóide de
freqüência idêntica.
ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 1
12

podem ser resolvidas com uma combinação de ondas senoidais especificamente


rôlâcioriâíiâs
Para melhor compreensão da senóide, considere a fig. 1-9. Aqui temos um
sistema de coordenadas retangulares definido pelo eixo xy e dividido nos quatro
quadrantes usuais, I, II, III, e IV. Temos também um raio vetor rotativo (ou
fasor, como é chamado algumas vezes) r que gera o ângulo 6 quando gira no
sentido anti-horário (direção AH). O vetor r, independente de qual quadrante
esteja, é sempre positivo, e o sentido AH de rotação é tomado como o sentido
positivo de referência. Então, se r gira AH, ele gera valores positivos de d.
Se r gira no sentido horário (DH), ele gera ângulos negativos. Na fig. 1-9, r gira
AH. O vetor r deve ser decomposto em uma componente horizontal H, que
sempre pertence ao eixo x, e uma componente vertical V, que pertence ao
eixo y. Assim, seno Q—Vir —yjr, e
y = K = r sen I (1-13)
1)
Desta forma, (1) representa a projeção vertical (eixo y) de r para vários
valores do ângulo 0. A representação da equação (1) constitui a onda seno mos
trada na fig. 1-9. Note que aforma de onda se repete acada 360 (correspondendo
a uma revolução de r), que ela é simétrica, e que a amplitude de pico é r.

Onda seno

y — r sen 6

Onda co-seno

I X = f COS

a;

360° h

'•'bílí

Fig. 1-9
CAP. 1] A SENÓIDE 13

Como COS 0 = Hfr = x/r, temos


2) X= H= r COS 6 (1-14)
Vemos que a Eq. (2) representa a projeção horizontal (eixo x) de r. A
representação da Eq. (2) constitui a onda co-seno da fig. 1-9, Note que a onda
co-seno também se repete a cada 360° com uma amplitude de pico r. Todavia,
a amplitude da onda co-seno tem um máximo a 0° enquanto a amplitude da onda
seii^o neste ponto é zero. Em essência, a onda co-seno é uma onda seno defasada de
90 .
Não obstante a amplitude da onda seno da fig. 1-9 estar plotada em função
do ângulo d em graus, poderíamos tê-la expressado em função do ângulo d
em radianos. Você recordará que 2ir rad = 360°, ou tt rad = 180°. Dessa forma,
convertendo graus para radianos, multiplicamos o número de graus pelo fator de
conversão nrad/180°. Inversamente, para converter radianos em graus, multipli
camos radianos pelo fator de conversão 180°/;: rad. Por exemplo,

78° =78° X-^= 1,361 rad


1 00°
0,32 rad = 0,32 rad X = 18,33°
TT rad

Agora trabalhe com o problema PS 1-4.


As funções seno e co-seno poderiam também ser plotadas como funções
do tempo (t) ao invés de 0. A relaçao entre d e t pode ser desenvolvida como
segue. Se a freqüência (f) da onda senoidal é o número de ciclos (revoluções
completas de r) por segundo e existem 2it rad/ciclo, depreende-se que o número
de radianos r explorados por segundo é 2-nf. Isso define a velocidade angular (co)
do vetor de rotação. Então

CO rad/s = (271 rad)(/Hz) = 27r/ (1-15)


onde/ é dado em Hz. Embora escrevamos ciclos como se isso fosse uma dimensão
por conveniência, essa é uma quantidade sem dimensão, de forma que a freqüência
tem a dimensão de l/s (f = l/s = s~^).
Considerando que a freqüência é o número de ciclos por unidade de tempo
e o período (7) é o tempo por cada ciclo, f eT estão reciprocamente relacionados
por

f =Y (l-16fl)

(l-16b)

Assim, a Eq. (1-15) poderia ser escrita

CO =277/=-^ (1.17)
ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 1
14

Desde que o ângulo de varredura em um dado tempo é dado por


27r
0 = (o; rad/s)(í s) = coí = 271ft — t (1-18)

Se existe um defasameiito angular (p, chamado ângulo de fase no instante


zero (ou zero graus), o ângulo resultante d no instante t é dado por
0 = cof + 0 (1-19)

Então, a onda de co-seno que está avançada da onde de seno de um ângulo de fase
de 90° é de fato equivalente a uma onda de seno defasada 90 ou 7r/2 rad. Por
exemplo, a fig. 1-10 ilustra dois vetores rotativos AH vistos no instante zero.
Note que o vetor está avançado de (no sentido de referência positivo de
rotação) de 90°. Conseqüentemente, no instante zero, faz um ângulo zero^com
a nossa linha de partida sobre o eixo x, enquanto faz um ângulo de 90 . Se
colocássemos em marcha esses vetores rotativos e plotássemos o seno desses
ângulos respectivos, obteríamos as curvas da fig. 1-10. Obviamente, a forma de
onda Tb é idêntica à onda de co-seno da fig. 1-9, o que prova que uma onda
de co-seno é uma onda seno atraso de fase de 90°. Ambas as formas de onda
periódicas que estão 90° fora de fase são consideradas estar em quadratura.

Fig. l-IO

Agora trabalhe com os problemas PS 1-5, PS 1-6, PS 1-7, PS 1-8, e PS 1-9.


Visto que uma onda de seno ou co-seno é simétrica com respeito ao seu
eixo horizontal, os valores positivos e negativos de pico são os mesmos. Em

pc — pc

Fig. 1-11
CAP. 1] A SENÓIDE 15

conseqüência, é comum falar igualmente de valor de pico ou valor máximo de


tensão, no caso. O valor pico a pico de tensão na fig. 1-11 é então

•^pc-pc ~ ^-^pc (1"20)


Obviamente, devido a sua simetria em relação ao eixo zero, uma curva de
seno ou co-seno tem um valor médio nulo. Entretanto, é comum falar do valor
médio de uma curva seno com sua parte negativa situada acima do eixo zero,
como mostrado na fig. 1-12. Pode ser demonstrado que o valor médio dessa forma
de onda (algumas vezes chamada de onda completa retificada senoidal) é®

=-^pc = 0,631 E,p c (1-21)

Trabalhe com o problema PS 1-10.

Em = 0.637 f pc

Fig. 1-12

Pode também ser demonstrado que o valor rms ou valor eficaz de uma
tensão ou corrente senoidal (onda de seno ou,co-seno) é dado por^

^•.ms =£•=•%= 0,707 £-pe (1-22)

como mostrado na fig. 1-13.


Agora trabalhe com o problema PS 1-11.

2 I 2

1
^1 E'pc sene í/0 pc

^1 (£"00 sen0)®íí0 =—^


ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 1
16

= 0,707 E

Fig. 1-13

Uma senóide, como acabamos de ver, deve ser expressa sob a forma
1) y = Asen(wí + 0) (1-23)
onde = a amplitude de pico
0 = ângulo de fase constante (relativo a 0°)
iút = ângulo explorado no intervalo t
Agora deve ser mostrado que uma senóide pode também ser expressa na
forma

y = B COS coí + C sen cút (l-24z)


2)
B = A sen 0 (l-24b)
onde
C = A COS 0 (l-24c)

Aequação {l-24a) explica-nos a senóide da Eq. (1-23), que tem uma ampli
tude A e um ângulo de fase 0, e é atualmente equivalente à soma de uma onda
de co-seno de amplitude B e ângulo de fase zero e uma de seno de ampütude C,
com ângulo de fase também nulo. As equações (1-24Ó) e (l-24c) relacionam as
amplitudes das ondas de seno e co-seno com aquela de amplitude A.
O equivalente das Eqs. (1-23) e (1-24) é sempre útü, e desde que a prova
é muito simples e ajudará a sua compreensão, vamos conhecê-lo. Existe .uma
identidade trigonométrica que indica
3) sen(jc + y) = senx cos>; + sen 7 cosx (1-25)
Então a Eq. (1-23) pode ser escrita como
4^ y = A[sen cof cos 0 + cos cot sen 0]
Efetuando a multiplicação por A e reconhecendo que 0 éuma constante, podemos
reescrever (4) como
3^ y = A sen 0^ cos cot -P A c^s 0^ sen cot
C
CAP. 1] A SENÓIDE 17

Admitindo

6) 5 = A sen 0
7) C = A COS <j>
podemos escrever a expressão (5) como
8) y = B COS ojt + C sen cot
que completa a prova.
Para demonstrar a equivalência das Eqs. (1-23) e (1-24) mais convincente
mente, vamos usar um exemplo numérico e também trabalhar o problema anterior.
Vamos admitir que temos uma onda de co-seno de amplitude de pico B —5 e
uma onda de seno de amplitude C = 8, ambas com uma velocidade angular co.
Então, as ondas de seno e co-seno poderiam ser representadas como as curvasb ec
da fig. 1-14, onde

b = B COS cút = 5 COS coí


c = C sen wí = 8 sen ojt

Agora dadas as duas formas de onda, vamos adicioná-las grafícamente, ponto


por ponto, com um par de compassos a fim de obter a forma de onda resultante
mostrada com a curva A curva a parece mostrar um valor de picoA = 9,4 e
0 = 32°. Isto, a princípio, mostra que a soma de uma onda co-seno e uma onda
de seno de freqüências idênticas ainda fornece uma senóide de freqüência similar,
mas com uma defasagem.
Para avançarmos um passo a mais e verificar quanto B e C são relacionados
com A, vamos tomar as amplitudes de pico das curvas a e b, como mostrado
em cima, à direita da fig. 1-14, e construir dois círculos concêntricos tendo raios
B Q C iguais a essas amplitudes de pico. Esqueçamos o círculo de raio vetor A
no momento. Agora, no instante zero a onda de co-seno de raio vetor B estará
vertical, ao passo que a onda de seno de raio vetor C é horizontal. Desta forma,
temos um rápido panorama de nossos vetores rotativos parados no tempo, no
instante í = 0.
Se adicionarmos os vetores B q C por adição de vetores, o resultado é A,
que graficamente parece ter cerca de 9,4 unidades de comprimento, ou módulo.
Agora, usando o comprimento de A como raio, construímos um terceiro círculo
concêntrico e o projetamos para a curva b, à esquerda da fig. 1-14, com algumas
linhas pontilhadas, conforme mostrado para as curvas b e c. Note que, felizmente,
o raio vetor A tem uma amplitude de pico similar àquela da curva a.
Podemos, analiticamente, melhor do que graficamente, determinar >1 e 0
observando nosso triângulo de vetores e escrevendo que
A = yfWTÕ = V5^ + 8^ = 9,43
^ Se o leitor é familiarizado com o cálculo, pode fazer várias coisas interessantes
para esboçar a curva a a partir da função y = cos fl + 8 sen Q, onde d = coí. Por exemplo,
esta equação pode ser diferenciada para determinar 0pc no valor de pico da curva a, e pela
substituição de em /(â) determinar A = Cpc- Também, fazendo = O, determinaríamos
<t>-
18 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 1

9.434

a = A sen (wf + </>)= 9,434 sen (tjf + 32 )


b = B COS wf =5 COS u>f
c = C sen coí =8 sen ojt

A sen {u)t + ({>)= B cos u)f + C sen wf

Fig. 1-14

que comprova (tolerando os erros do método gráfico), e


0=tan"^^= tan"^ 5/8 =32°
Desta forma, mostramos até aqui como converter a somatória de uma onda
co-seno e uma onda seno em uma senóide resultante. Aqui está o que mostramos
5 cosccí + 8 sencjf = 9,43 sen(üíí + 32°)
Agora vamos considerar o problema inverso, que é de igual interesse e nosso
objetivo original. Vamos supor que temos uma dada senóide
a = A sen(coí + 0) = 9,43 (cot + 32°)
e desejamos determinar as ondas correspondentes de co-seno e seno. Vimos ante
riormente da fig. 1-14 que a curva resultante a é a soma das ondas de seno e co-seno.
O problema é então expressá-las analiticamente. Claramente, a inspeção do raio
vetor A na fig. 1-14 mostra que ele pode ser resolvido em suas componentes
verticais e horizontais, respectivamente:
C = A COS 0 = 9,43 COS 32° = 8
B = A sen 0 = 9,43 sen 32° = 5
que comprova e também indica o significado físico das Eqs. (1-240) e (l-24c).
Agora estude os problemas PS 1-12 e PS 1-13.
CAP. 1] A SENÓIDE 19

A tabela seguinte (Tabela 1-1) contém algumas identidades trigonométricas


que são sempre úteis na dedução de outras relações trigonométricas semelhantes
às vistas entre as Eqs. (1-23) e (1-24). Como outro exemplo, trabalhe com o
PS 1-14.

Tabela 1-1 identidades úteis

sen jc
(1) tãnx =
cosx

(2) sen3 X +
^ cos x^ =
_ l

(3) sen (x ± y) = senx cos;' ± cosx sen^y


(4) COS (x ± ;') = cosx cosj' + senx sen;»
tanx ± tanv
(5) tan (x + y) = -j——
1 + tanx tan;'

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES


PS 1-1 Determine o pico positivo, pico negativo, e amplitude pico a pico da
forma de onda mostrada na fíg. PS l-la. Determine, também, o período, fre
qüência, valores cc e rms.
SOLUÇÃO
tensão positiva de pico = + 8 V
tensão negativa de pico = —4 V
tensão pico a pico = + 12 V

r = 2 s

f = Y= 0,5 Hz
Para determinar a componente cc ou tensão média, notamos na fig. PS \-\a
que a área positiva compreendida no período de 2 s é

A- = 8 V(1 s) = 8 Vs
e a área negativa é

^-=-4 V(1 s) = -4Vs


Entretanto

A=A^+A-=8 + (-4) = 4 Vs
e a tensão média é

r 2s
20 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 1

Para determinar a tensão rms, geramos a curva ê da fig. \-\b elevando ao


quadrado cada valor e (ver flg. 1-la) e notamos que a área sob a curva durante
o período de 2 s é
yá = 16 (1 s) + 64 (1 s) = 80 s

+8

(a)
o f (s)

-4

64

2
(b)

16

Fig. PS 1-1

O valor eficaz é então

'80 s
•^rms ~ ' ^ = 6,23 V
2s

PS 1-2 Determine as amplitudes de pico, período, valores médios e rms da forma


de onda da fig. PS l-2a.
SOLUÇÃO A forma de onda da fig. PS l-2a tem uma amplitude de pico posi
tivo de 12 volts, uma amplitude de pico negativo de zero volts, e uma amplitude
pico a pico de 12 volts. O período é 3 s.
Para encontrarmos a tensão média ou tensão cc, procuramos a área A sob a
curva e, como segue:

^ =-^(ls)12V-f (2s- ls)12V + 0= 18 Vs


e obtemos o valor médio como

F -—E
^cc =—=
j 3^s ^ = 6 V
Para obtermos o valor eficaz, geramos a curva como mostrado na fig.
PS \-2b. Observando a área sob a curva e^, vemos que ela pode ser resolvida
CAP. 1] A SENÓIDE 21

12

e (volts)

3
t |s)

(a)

140

120

Área do ei [(1-0,3) s](144VM


triângulo
100 = 50,4 V' s
Area do = [(2-1)s](144V^)
retângulo = 144V^s
80 Área total = 194,4V's
194,4V^ s
Média de =
3s
60 = 64,8V^
•rms = V64,8V'
= 8,05V
40

20

0.3 . 1 ! 3
t

(b)

Fig. PS 1-2

através de um retângulo e de um triângulo aproximado. O lado inclinado do


triângulo está traçado de tal forma, que tentamos compensar as áreas excedentes
acima e abaixo do ponto de interseção da linha pontilhada com a curva original.
A área do triângulo é cerca de 50,4 s, a do retângulo é 144 s, e a área
total é cerca de 194,4 s. Dividindo a área total pelo período, encontramos o valor
médio de como 64,8 volts e, tomando a raiz quadrada, encontramos = 8,05
volts. O valor exato determinado por métodos de cálculo (integração) é exata
mente 8 volts.
22 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 1

PS 1-3 Uma malha de quatro terminais (fig. PS \-3d) tem as seguintes carac
terísticas: Se uma forma de onda triangular de tensão ei é aplicada aos terminais
de entrada (1-1), uma forma de onda triangular de corrente íj aparece nos termi
nais de saída (2-2). Se um retângulo de tensão ej é simultaneamente assinalado
de forma que as formas de onda instantâneas Í2 e 62 apareçam como mostrado
na fig. PS \-2>b, que expressão geral determina a potência dissipada na carga
situada nos terminais 2-2?

(a)

^pc^pc

Fig. PS 1-3

SOLUÇÃO Para definir uma expressão para a potência, primeiramente, multi


plicamos as formas de onda Cj e Í2 ponto por ponto para obter a fig. PS l-3c.
Como 62 é zero desde í = Oaté í = 7'/2, p = 0. Para t = Tl2 a potência instan
tânea salta para um valor de pico p = /pc £'pc- De 7/2 a Tainclinação da corrente
é multiplicada por uma tensão constante de forma que o aspecto da forma de
onda p é também uma inclinação que se anula para t = T.
A potência média é a área sob a curva p dividida pelo período. Como a
área de um triângulo é 1/2 (base X altura), temos

p=y-Y[j(r
^pc ^pc
p =
CAP, 1] A SENÓIDE 23

PS 1-4 Determine o cos 2.300° e a tan 2300 rad.


SOLUÇÃO
2300° =2300° X'35Q°° ~ ciclos de revoluções completas
Então o raio vetor rotativo completou 6 mais 0,389 revoluções. Como as
funções trigonométricas se repetem a cada 360°, não precisamos nos preocupar
com as 6 revoluções, mas apenas com os 0,389 de uma revolução. Então
2300° é equivalente a 0,389 (360°) = 140°
e 140° é equivalente a 180° —140° = 40° no segundo quadrante (ver fíg. PS 1-4).
Como o co-seno é negativo no segundo quadrante, temos
COS 2300° = COS 140° = - cos40° = - 0,766

140°
40° X , \
180'

Fig. PS 1-4

Para determinar a tan 2300 rad, vamos primeiro converter para graus.

2300 rad = 2300 rad = 131.780°


\ TT rad /

Dividindo por 360 para determinar o número de revoluções completas e alguma


fração restante, temos

131.780 _ ciclos ou revoluções


360"
e

0,056 X 360° = 20,160°


A tangente no primeiro quadrante é positiva. Em conseqüência
tan 2300 rad = tan 131.780° = tan 20,160° = 0,36977

PS 1-5 Expresse 30°, 45°, 60°, 90°, e 180° em radianos.


SOLUÇÃO

30° = 30° X = j= 0,524 rad


45° = 45° X =-^ = 0,785 rad
24 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 1

O
O
60° = 60° X = 1,047 rad 00

90° = 90° X^ =^= 1,57 rad


180° = 180° X = 7r = 3,14 rad

PS 1-6 Desenhe as curvas >' = sen0, = sen (0 + 90°), e >' = ±cos0 para
incrementos de 30° desde 0° até 270°.
SOLUÇÃO
0° 30° 60° 90° 120° 150°
e
sen d 0 0,5 0,866 1 0,866 0,5 0
COS d 1 0,866 0,5 0 -0,5 - 0,866 -1

e + 90° 90° 120 150 180 210 240 270°


sen (0 + 90°) 1 0,866 0,5 0 - 0,5 - 0,866 -1

Veja a fig. PS 1-6 para as curvas resultantes. Note que Y= cos d eY = sen (0 + 90°)
são curvas idênticas, que confirmam que uma curva de co-seno é uma curva
seno avançada 90°. Também note que a curva —cos0 é similar à curva + cos0
mas deslocada 180®. Multiplicando qualquer curva senoidal por —1, deslocamo-la
180°.

= —COS d
— sen {& — 90°)

/ = COS d
= sen {6 + 90°)
Fig. PS 1-6

PS 1-7 Dada a função y = 24 sen 3770í, determine a amplitude de pico,


freqüência, período, e valor de t quando y = 12.
SOLUÇÃO A amplitude de pico é 24. Para determinar a freqüência/, que é o
número de ciclos por segundo, devemos comparar diretamente a função

1) 24 sen 3770í

com a forma geral

2) y = A sen cot = A sen l-nft


CAP. 1] A SENÓIDE 25

A comparação de 2 com 1 indica


3) CO = lirf = 3770 rad
ou

3770
4) / = = 600 Hz = 600 Hz
' - L-n

Então

5) r =l =^= 1,667 X10-'s


Para determinar t para y — 12, obtemos de 1

6) sen 37701 =^ =0.5


Se fizermos 3770í = O, estaremos realmente perguntando: qual é o ângulo d
cujo seno é 0,5? Em forma de equação
7) e = sen'^ 0,5 = 30° = 0,5236 rad
ou

8) (3770 rad/s)í = 0,5236 rad

da qual

9) t = 0,5236/3770 = 0,1389 ms

PS 1-8 A equação geral de uma senóide é y = A sen (coí ± 0). Qual é o efeito
proveniente da variação de A, co, e 0 sobre a curva?
SOLUÇÃO Variando a amplitude >1, muda o valor de pico apenas. Variando co
muda apenas a freqüência ou o número de ciclos por unidade de tempo, digamos
1 s. Isso, é claro, também muda o período. Variando o ângulo de fase 0, muda
apenas o valor inicial de y para í = O e graficamente tem o efeito de escorregar
a curva para a direita (ângulo de defasagem) ou para a esquerda (ângulo principal).
O sinal de 0 é negativo para ângulos complementares e positivo para ângulos
principais.

PS 1-9 A fonte de entrada (^en) da fig. PS 1-9, cjue é uma senóide expressa
como = 12 sen 5 X lO^í, é usada para alimentar duas malhas separadas.
A primeira é um deslocador de fase que retarda a fase do sinal de entrada de
forma que a saída ei está defasada de e^^^ de 60°. A segunda malha é uma linha
de retardo que tem a propriedade de produzir na saída um retardo em relação
à entrada de 0,1 /Lts para cada polegada de linha de retardo. Quantas polegadas
de linha são necessárias para garantir que ex e Cj estão em fase?
SOLUÇÃO Primeiro encontre o tempo necessário para deslocar o sinal 60°.
Convertendo 60° para radianos, temos 60° X rad/180° = 1,0472 rad. Como
26 ANALISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 1

Deslocador
de fase 60°
1

Linha de
retardo
>1
1
Fig. PS 1-9

CO = 5 X 10®, podemos colocar a expressão geral para o ângulo gerado igual a 60*^
convertido em radianos como segue:

coí = (5 X 10® rad/s)í = 1,0472 rad


ou

t = 0,2094 jus

O comprimento necessário de linha é então

1 pol
comprimento da linha = X 0,2094 Ats = 2,094 pol
0,1 jus

PS 1-10 Dada a função senoidal^* = 120 cos (157í —30), determinar o seguinte:
amplitude, período, ângulo de fase e esboço da forma de onda.

y = 120cos(157f- 30°)
-120

-^30°!-^
iy = 120 COS 157f

3bi'^í'r';

Fig. PS 1-10

SOLUÇÃO Amplitude A = 120.


Para encontrarmos o período T, devemos escrever

CO rad/s = Inf = = 157 rad/s


CAP. 1] A SENOIDE 27

ou

27r rad
T = 0,04 s
157 rad/s

O ângulo de fase 0 = —30°.


Note que na expressão y = 120 cos (157í —30°), o ângulo total envolvido
é 157í —30°. É interessante notar que o termo 157í ou coí é dado em radianos
enquanto os 30° estão em graus; em conseqüência, as unidades não são consis
tentes. Embora fosse melhor escrever 30° como tt/ó rad, é prática comum misturar
graus e radianos nesse tipo de expressão, e é bom ter isso sempre em mente.

PS 1-11 Estime por meios gráficos o valor médio de uma onda completa reti
ficada senoidal.
SOLUÇÃO Construa uma meia onda ou mesmo um quarto de onda senoidal.
Na fig. PS 1-11 mostramos um ciclo completo de uma onda completa retificada
senoidal de amplitude unitária, mas determinaremos a área de apenas uma quarta
parte dela, de Oa 90°, e multiplicar por quatro para a área de umciclo completo.

1,0 s
0,8
/ \
>
\ / \ /

V i V /
0,4 -í \
l
f \
i
f
0,2 V
f >r
90 180° 360°

Cada divisão vertical = 0,1 unidade


Cada divisão horizontal = 18°
A sobre 90° = 18° (0,2 + 0,4 + 0,8 + 0,9 + 1) = 18° (3,3 unidades) = 59,4° unidades
A sobre 360° = 4(59,4° unidades) = 237,6° unidades
237,6° unidades „ .. . l-f
Valor médio = = 0,66 unidades
360°

Fig. PS 1-11

Uma variedade de caminhos pode ser usada para estimar a área sob interesse.
A aproximação que utilizaremos é a que considera a soma das áreas de pequenos
retângulos tendo bases iguais (180°) e alturas judiciosamente escolhidas com
auxílio da escala vertical dividida em partes de 0,1 unidades. Então a área para
4 de ciclo é

^(90°) = 18° (0,2) + 18° (0,4) + 18° (0,8) + 18° (0,9) + 18° (1) =
= 59,4° unidades
28 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 1

E para um ciclo completo

^(360°) = 4 (59,4° unidades) = 237,6° unidades


O valor médio da altura é

V _ 237,6° unidades „ ,
J^av ^77^5 = 0,66 unidades
joU

o qual é razoavelmente próximo do valor correto de 0,6366.

PS 1-12 Graficamente, estime o valor rms de uma senóide.

9"/div

Fig. PS 1-12

SOLUÇÃO Vamos escolher uma senóide unitária, digamos y = sen0, O valor


rms é

271

^rms I sen^ d dd
-o

o que em termos menos sofisticados significa

1 área sob a curva sen^ 6


Y =
•' rms
360' de O a 360°

Desta forma podemos iniciar plotando a curva 7 = sen^ d (ver fig. PS 1-12)
para vários valores de 6, digamos, em intervalos de 18°. Por exemplo, alguns
pontos da curva são
CAP. 1] A SENÓIDE 29

0
0
00
d 0 36° 72° 90°
sen 9 0 0,5878 0,9511 1 0
sen^ 9 0 0,3455 0,9045 1 0

Construindo a curva sen^ d, e examínando-a com o objetivo de encontrar


a área sob ela, depreendemos que uma linha direta traçada da origem até o pico
em 90° perderá uma parte da área dentro da curva entre os valores de =y
e >* = 1 da mesma forma que uma parte da área externa à curva será compensada
para valores de y = Oey=\. Em conseqüência, a área compreendida pela parte
pontilhada da curva é

A = Y (base)(altura) = y (180°)(1) = 90° unidades


e, em um período completo,

A = 2(90° unidades) = 180° unidades


Então

^rms ~ ^ (180° unidades) =v /—2 =V 2 =0,707


360

que curiosamente é o valor correto.

PS 1-13 Expresse >' = 18 sen(6/ + 50°) em termos de suas curvas compo


nentes de seno e co-seno.

SOLUÇÃO
jp = 18 sen (6t + 50°) = B cos 6t + C sen 6/
onde, pelas Eqs. (1-240) e (l-24c), obtemos

5=18 sen 50° = 13,79


C = 18 COS 50° = 11,57
y — 13,79 cosóí -I- 11,57 senóf

PS 1-14 Determine a magnitude e fase da tensão resultante devidas às conexões


séries das tensões senoidais na fig. PS l-14fl. Note que 62 é uma forma de onda
de co-seno enquanto Ci é uma curva de seno.
SOLUÇÃO Uma vez que a soma de duas senóides é, em geral, uma senóide
de freqüência similar mas com alguma diferença em amplitude e fase, podemos
escrever

63 = £"3 sen (coí + 0)

Esboçando um diagrama vetorial de amplitudes de pico para, digamos, tempo


zero, temos fig. PS 1-140, da qual obtemos
30 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 1

^ •
'\j) e, =4 COS wf
-y
ev-" 1
. ^) e, =6 sen cof 03 I
•y

(a) (6)
Fig. PS 1-14

£•3 = +^2'
£•3 = + 42 = 7,21

e o ângulo de fase de 63 é

03^ = tan-^4=
6 33,69°
Então a tensão resultante é

^3 = 7,21 sen(coí + 33,69°)

PS 1-15 Prove que

sen^ ^ ~ T ~ COS 26
SOLUÇÃO Se em (4) da Tabela 1-1 fizermos :v = ^ = 0 e usarmos a forma da
soma, podemos escrever
1) cos(x + y) — cosjc cos^* — sen;c sen^*
ou

2) COS 20 = cos^ 0 —sen^ 0


De (2) da Tabela 1-1, obtemos •

3) cos^ 0 = 1— sen^ 0
Substituindo (3) em (2) e simplificando, obtemos primeiramente
4) COS 20 = 1 —2 sen^ 0
Resolvendo (4) para sen^ 0 encontramos
2^ 1 — COS 20 1 1
5) sen^ 0 = = —— — COS 20

o que completa a prova.


CAP. 1] A SENÓIDE 31

1/2

COS 20

COS 20

COS 20
2

COS 20 = sen

sen 0

Fig. PS 1-15

Este é um resuUado muito útil. Aparentemente, a forma de onda sen^ 0


consiste em uma componente de valor médio ou cc igual a y (primeiro termo),
da qual é subtraída uma curva co-seno de amplitude y (valor de pico) e freqüência
dupla da senóide original. Se plotamos essas componentes da forma de onda
original e as somamos, como mostrado na fig. PS 1-15fl, vemos que a forma de
onda resultante é uma senóide de freqüência dupla que varia em torno de um
valor médio de y. A fig. PS 1-15Z> compara 7 = sen 0 versus j = sen^ d grafica-
mente para ajudá-lo a lembrar isso.

PS 1-16 Usando os resultados do problema PS 1-15, prove que o valor eficaz


de uma senóide é 0,707 vezes o valor de pico.
32 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [cap: 1

SOLUÇÃO Se consideramos uma senóide da forma


1) y =A d
o valor rms poderia ser dado por

2)

que realmente representa o mesmo que


/ 1 r área sob um ciclo completo ~|
3) ^rms ~ V 271 L da curva y'^ J
Agora, em geral, a área sob um ciclo completo de uma curva periódica é igual
ao seu valor médio (7,^) multiplicado por T ou Ití. Uma inspeção da fig. PS 1-I5b
indica claramente que 7^ para acurva sen^ éJ•Então, elevando ao quadrado
a expressão (1) e substituindo em (3), temos

4)

am

=^ 4=71= O'™'

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PA 1-1 Determine as voltagens de pico positiva e negativa, o período, a fre


qüência, e as voltagens cc e rms para a forma de onda da fig. PA 1-1.

30 V

10 V
L, (s)

RESPOSTA = 8V, = 14,14 V


= 30V,£'pc- = O, ^-pc-pc = 30V
/=is, r=5s
CAP, 1] A SENÓIDE 33

PA 1-2 A voltagem aplicada à corrente que circula através de um dispositivo


é dada pelas formas de onda da Fig. PA 1-2. Determine a potência dissipada no
dispositivo.

vl-

10-

/
RESPOSTA P = 0,3 W

PA 1-3 Qual é a freqüência de um vetor que gira 120n rad/s?


RESPOSTA 60 ciclos/s = 60 Hz

PA 1-4 Determine o seno de 540° e co-seno de 12 rad.


RESPOSTA sen 540° = O, cos 12 rad = 0,844

PA 1-5 Desenhe a função y = sen 20 f.


RESPOSTA Ver fig. PA 1-5.

r = 0,314

PA 1-6 Que relação funcional está expressada pelas curvas da fig. PA 1-6?
34 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 1

Qescala = 22,5/div

RESPOSTA Yx= A sen d, Y2 = A sen (0 —45°)

PA 1-7 Determine a amplitude e fase de e© na fig. PA 1-7. •í A

•'•'V

r\y )fij = 9 sen (u)f —90°)


eo

gj = 12 sen cjf

RESPOSTA eo = 15 sen(coí —36,9°)

PA 1-8 A caixa designada "multiplicador" na fig. PA l-8a tem a única proprie


dade de produzir uma saída e© 9ne é o produto de duas entradas Cj e €2-
Considerando e^ = \ sen toí e ~ ^ (íoí 4- 90 ), tente deduzir uma
expressão para e© usando atabela de identidades neste capítulo. Desenhe, também,
a curva e©.

Multiplicador

60 =e^e2

ia)
CAP. 1] A SENÓIDE 35

sen d

(/>)

RESPOSTA Veja a fig. PA 1-8Z?.

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 1-1 Determine os valores médio e rms da forma de onda mostrada na fig. P 1-1.

100 V

/\0,1250,rio,375
257- i\o,5r
rj
t/
f
\I '
-40 V
7

P 1-2 Determine a potência em um dispositivo se a voltagem aplicada e a


corrente que circula por ele têm as formas de onda mostradas na fig. P 1-2.

/• (amps)
64

^ f (s)
CM

e (volts)
4 V

P 1-3 Qual é a freqüência em ciclos por segundo, Hertz, e radianos por segundo
de um vetor que gira a 3800 rpm?

P 1-4 Qual é a amplitude e a freqüência em Hertz de uma senóide Y =


0,05 sen4000í?

P 1-5 Represente as senóides T = sen 0 , - sen 0, >; = cos 0, e - cos 0.


36 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 1

P 1-6 Represente as senóides Y = sen (6 + 90°), y = sen(0 —90 ).


P 1-7 Qual é a amplitude, freqüência, período, e ângulo de fase de uma senóide
y —1 sen (48í —60°)?
P 1-8 Avalie y no problema P 1-7 para t = 0,1 s.

P 1-9 Qual é a amplitude, freqüência, período e ângulo de fase da senóide


y = —1 sen (48 í —60°)?
P 1-10 Qual é o valor médio e o valor rms da senóide 7 = 32 cos (18í + 30°)?
P 1-11 A voltagem eficaz de uma senóide é 117 volts. Qual é o valor de pico?
P 1-12 Resolva a senóide y = 19 sen (coí + 55°) em suas curvas equivalentes
de seno e co-seno.

P 1-13 A caixa designada "multiplicador" na fig. P 1-13 tem a propriedade úni


ca de que a saída Cq é o produto de duas entradas ei e 62. Se Cj =3 sen cot e
gj = 4 volts, determine a voltagem cc aplicada ao resistor e a potência dissipada
nele.

Multiplicador

fli. = 6 kíl

P 1-14 A tensão pico a pico de uma onda seno é 296 volts. Qual é o valor
eficaz? Qual é o valor médio?

P 1-15 Uma fonte senoidal de 8 volts é conectada em série com uma bateria
de 14volts. Represente a forma de onda resultante e determine o valor pico a pico.
P 1-16 A voltagem de pico de senóide de 60 Hz é 36volts. Supondo um ângulo
de fase zero, determine o valor instantâneo para 30°, 45°, 60°, 90°, 140°, 250° e
300°.

P 1-17 Qual é o período de uma senóide de 27 MHz?

P 1-18 Um determinado circuito eletrônico pode mudar o seu processo de


operação em 8 nanossegundos. Quando poderia se deslocar um raio de luz no
mesmo intervalo se ã velocidade da luz é de 186.000 milhas por segundo?
1] A SENÓIDE 37

^
período de 2,4 microssegundosvoltagem senoidalpico
euma amplitude comapico
um oscüoscópio indica um
de 18 volts. Determine
a equaçao da senóide e seu valor eficaz.

P 1-20 Uma curva seno de corrente atinge a sua amplitude de pico de 89 mili-
amperes em 0,4 milissegundos. Qual é a freqüência e o valor eficaz desta forma
de onda de corrente? Considere zero o ângulo de fase.
P 1-21 Uma senóide tem uma velocidade angular de 35 X 10^ radianos por
segundo. Determine a freqüência.

equação é e =

e'' = 24sen (159 X


° 10^)í? ®^ freqüência de uma senóide cuia equação
^ ^ é
com respeito a forma de onda de voltagem?

P 1-24 Uma senóide particular é dada por f = - 12 sen coí. Uma outra senóide
ada por e - 24 cos cor. Qual é o ângulo de fase da forma de onda da corrente
com respeito a forma de onda de voltagem?
<• •I 1 ^

-T, •

.i-i: . . '•' • ; .• ' Mi>" lú' í,i í. •


Ci ..'n I, Jr:.Jjí : '.ü
, . w /u-q ,•

2 Notação de voltagem
e corrente

2.1 Notação de voltagem


Pelo fato de uma voltagem ca estar constantemente mudando de polaridade,
o estudante pode estar confuso sobre qual voltagem deve ser representada. Você
recairá no texto anterior Análise de Circuitos CC com Problemas Ilustrativos",
onde a voltagem foi representada pelo símbolo ou F e uma flecha ou duas
letras, como mostrado na fig. 2-1. Estávamos também de acordo que a extre
midade da flecha, ou a primeira letra, seria sempre o ponto de referência com o
qual o potencial na cabeça da flecha seria comparado. Ou, em outras palavras,
iniciamos no ponto de reftrência e seguimos cada passo de potenciais conhecidos
ou representados até atingirmos a cabeça da flecha ou a segunda letra. Nos passos
seguintes, seguimos um roteiro através dos potenciais altos e baixos do circuito,
e a voltagem em questão é a soma algebrica de todos esses altos e baixos em
potencial. Você recordará que, se nos passos seguintes, desde a extremidade até a
cabeça (ou da primeira até a segunda letra) você entra pela extremidade de cada
elemento de circuito e sai pela extremidade positiva, você elevou-se em potencial,
e isso é caracterizado com um sinal positivo. Ao contrário, se você primeiro entra

Fig. 2-1
40 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 2

por uma extremidade positiva de um elemento de circuito e sai pela sua extremi
dade negativa, você caminhou no sentido de diminuir ou perder potencial. Assim,
na fig. 2-2, E = —6V-1-4V = —2V. Isto é idêntico ao método usado no texto
anterior desta série e deveria ser familiar para você.

4 v"T

£ = -6 V + 4 V
= -2 V

6 Vji

Fig. 2-2 Fig. 2-3

Agora, se estamos falando sobre fontes de voltagens ca como mostrado na


fig. 2-3, é claro que Vmudará de polaridade a cada meio período e, desta forma,
pode ser positivo ou negativo á cada momento. Isso provoca um razoável distúrbio.
Desta forma, trabalhando estritamente com circuitos ca senoidais, estaremos de
acordo que um símbolo maiúsculo Vo\x E representa sempre o valor eficaz (rms)
o qual é independente de polaridade..
Se são utilizados os símbolos alfabéticos, como é necessário quando traba
lhamos com fontes mistas, o valor eficaz é designado com uma letra minúscula
para diferenciar de uma componente de tensão cc, que é também designada com
uma letra maiúscula. Então Eq é uma voltagem eficaz (rms) enquanto E^ é uma
voltagem cc. Esta diferenciação é necessária uma vez que uma letra maiúscula E
ou V pode significar uma voltagem ca ou cc.
Se uma componente ca e uma componente cc (ou uma outra combinação
de fontes) estão superpostas, o valor instantâneo total é designado com uma letra
minúscula e ou v e com índices maiúsculos, tais como em cab ou vp. Se desejamos
considerar apenas o valor instantâneo da componente ca neste caso, usamos um

^pc

© ^rms ~ ^ab
^cc - ^AB ^abt — ca
instan
Total tâneo
instantâneo = bab

ia) (ó)

Fig. 2-4
CAP. 2] NOTAÇÃO DE VOLTAGEM E CORRENTE 41

índice minúsculo, como em Cab ou Vf. Por exemplo, considerar a fig. 2-4fl e
2Ab. Note que Cab é a componente instantânea referente ao eixo médio ou eixo
Ecc- Se, por um motivo qualquer, essa componente cc fosse removida de tal
forma que a onda estivesse alternando em torno do nível médio de tensão zero,
^AB ® ^ab seriam idênticos.
Se houver algum problema em diferenciação entre o valor de pico da forma
de onda total ou apenas o valor de pico da componente ca, usaremos e
^pc(ca). respectivamente.
Agora, trabalhe com os problemas PS 2-1 e PS 2-2.
Para complicar um pouco mais o assunto sobre notação de voltagens em
circuitos ca, devemos considerar a possibilidade de fontes senoidais em série as
quais podem ser diferentes ou iguais em freqüência. Se elas diferirem em fre
qüência, teremos um considerável problema, e a forma de onda resultante será em
gerat não-senoidal. Este caso será considerado futuramente.
Se elas forem de freqüência igual, como usualmente é verdade, deveremos
considerar a possibilidade de diferenças de fase entre as fontes. Por exemplo, em,
digamos, tempo zero, os vetores rotativos (fasores) os quais em efeito geram as
ondas senoidais não devem ter amplitudes diferentes, mas podem diferir em fase
como mostrado na fig. 2-5. Aqui E2 está adiantado de Ei de 90° e assim £"2 e
El geram as ondas de co-seno e seno, respectivamente.

Fig. 2-5

O que acontece se o ângulo de fase é diferente de 90°? E como se faz


para encontrar a resultante de duas amplitudes diferentes, senoidais e fora de fase?
Para explorar essas questões, torna-se necessário, primeiro, considerar o vetor
referência ao qual os outros serão comparados. Este é, usualmente, um vetor uni
tário a zero graus. Por exemplo, na fig. 2-5 poderíamos considerar Ei como o
vetor referência com o qual £2 é comparado. Um caminho conveniente para fazer
isso é utilizar a forma polar de notação de vetores de tal forma, que Ei =£1/ 0°
e £2 = £2/ 90°. Ou, se a álgebra de números complexos é usada, £1 = £1 + /O
e £2 = O + /£2. Lembre-se, a menos que seja indicado, todas as voltagens estão
em valores eficazes.^ Agora, todas as ferramentas da análise vetorial, incluindo
números complexos, pode ser utilizada. Então, vetores podem ser graficamente

^ Quando necessário, as quantidades vetoriais (fasoriais) são indicadas com tipo especial
de letra, pontilhadas, ou com uma ponta de flecha sobre a letra (£"2).
42 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 2

adicionados ou subtraídos pelo processo do paralelogramo ou usando o método da


cabeça para a extremidade do polígono. Ou, ainda melhor, resolvendo-os em suas
componentes horizontal (real) e vertical (imaginária). A multiplicação e divisão
de vetores é melhor conseguida através das formas polar e exponencial. Os detalhes
dessas técnicas deveriam ser familiares a você a partir de agora.^
Agora, trabalhe com o problema PS 2-3.
Há pouco utilizamos flechas ou letras duplas para indicar pontos entre os
quais desejávamos indicar voltagem, e a extremidade da flecha ou primeira letra é o
ponto de referência em relação ao qual partimos computando voltagem. Ocasio
nalmente, é desejável, para maior clareza, usarmos a flecha e letras duplas simulta
neamente. Se este procedimento for usado, é absolutamente imperativo que a extre
midade da flecha fique no ponto correspondente à primeira letra ou então as
duas formas de notação estariam em conflito. Veja a fig. 2-6, por exemplo.

f..
J
Correto I ncorreto

Fig. 2-6

É também prática comum usar sinais positivos e negativos para indicar


direções de referência com fontes ac e também cc. Isso, usualmente, desorienta o
estudante, porque ele tem dificuldade em separar o conceito de notação da pola
ridade atual da fonte ca a qual está mudando com o tempo. Quando você vê
os sinais + e — em torno de uma fonte ca, isso simula apenas os terminais + e —
respectivamente, que correspondem á extremidade e ponta de uma flecha de volta
gem (ver fig. 2-7).

Formas equivalentes de notação de voltagem

Fig. 2-7

^ A maioria dos textos sobre álgebra, ou eletrônica, como N. M. Cooke e H. R. F.


Adams, "Basic Math for Eletronics," terceira edição, McGraw-Hill Book Company, New
York, 1970, tratam de elementos de vetores planos e álgebra vetorial.
CAP. 2] NOTAÇÃO DE VOLTAGEM E CORRENTE 43

Como nosso ponto final, você deve lembrar que, movendo através de um
elemento de circuito em uma direção oposta à direção indicada de referência,
a voltagem resultante é negativa, em relação à obtida movendo-se na direção indi
cada de referência. Em outras palavras, se você obtém —4 volts ou, digamos,
Exy volts no caminhamento desde a extremidade até a ponta de uma flecha, você
obteria + 4 volts ou —Exy caminhando na direção oposta.
Agora, trabalhe com os problemas PS 2-4 e PS 2-5.

2.2 Notação de corrente


Uma vez que uma corrente senoidal da mesma forma que a voltagem varia
em amphtude e sentido em um circuito ca, temos um problema de representação
algo similar àquele visto para a representação da voltagem.
O primeiro ponto a esclarecer é que corrente neste livro, como no anterior
e em outros livros desta série, compreende um fluxo de elétrons de preferência
ao também chamado fluxo de corrente convencional. Isto significa, quando você
vê uma flecha ou alguma outra referência para uma corrente, que existe uma
transferência de carga negativa no sentido da flecha. Se você necessitar trabalhar
com fluxo de corrente convencional, basta mudar o sentido da flecha e tudo
estará resolvido. A representação anterior de voltagem é ainda válida.
O símbolo / ou I e letras apropriadas, se necessárias, serão usados para
designar corrente. Se uma flecha é traçada ao lado de um símbolo de corrente,
esta flecha representa o sentido de referência positiva adotado para o fluxo de
corrente (elétrons). Dizemos "adotado", porque nós não sabemos na verdade qual
0 caminho que está sendo seguido pela corrente, se o circuito está todo desarru
mado. Assim, fazemos uma suposição a respeito. Dizemos "sentido de referência
positiva" para termos alguma forma de analisar a corrente ou escrevermos as
equações do circuito. Se uma análise detalhada de circuito revela ser a corrente
uma quantidade positiva (embora ela possa ter amplitude e sentido num circuito
ca), isso apenas significa que o nosso sentido de referência adotada estava correto.
Por exemplo, I = 6/ 30° ampères, no sentido da flecha indica que a corrente
1 flui no sentido positivo de referência adotada. No entanto, /= -6/ 30° significa
que a corrente realmente flui no sentido oposto à referência adotada de /. O fato
de que a multiplicação por —1 é equivalente a uma rotação de fase de 180° não
deve causar confusão, adotando-se sentidos de referência e analisando o circuito
em questão. Em outras palavras, você pode interpretar, digamos, / = —6 / 30°
como / = 6/ 30° ± 180° = 6/ 210° ou como / = 6 /—150°, sem mudança
alguma no significado.
Da mesma forma que na representação de voltagem, o símbolo maiúsculo
usado só ou com outro índice numérico, em geral, significa o valor eficaz. Todavia,
se for necessário diferenciarmos entre valores cc, rms, instantâneo etc., usaremos
duplo índice. Com duplo índice, o primeiro representa a extremidade e o segundo,
a ponta da flecha, na representação de corrente com flecha. E de uma maneira
similar à representação de voltagem (supondo que uma componente cc pode estar
superposta sobre a ca),

Iab — componente de corrente cc, se existir, de A para B


44 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 2

hb — valor rms (eficaz)


Iabípc) ~ valor total de pico
/45(pc)ca ou labipc) —valor de pico da componente ca
íab — valor total instantâneo
iab — valor instantâneo da componente ca apenas
Como comentário final, devemos considerar que pode ser necessário dife
renciar entre uma fonte cc e uma fonte ca em diagrama esquemático. Usualmente,
a designação de corrente, digamos, e i^d ou I^d deveria ser indicativo sufi
ciente do que seja uma cc ou uma fonte ca. No entanto, se aparecer uma situação
onde um melhor esclarecimento seja necessário, concordaremos em usar as repre
sentações da fig. 2-8.

ô d: Íiiítuy-i.

Símbolos esquemáticos para fontes de


corrente cc e ca

Fig. 2-8

Desde que correntes e voltagens são, em geral, quantidades vetoriais (faso-


riais) na análise de circuitos ca, podemos encontrar um ponto, tipo em negrito,
ou uma pequena flecha (^) para indicar um vetor, se necessário. Usualmente, o
contexto é suficientemente claro para evitar esta notação.
Agora, trabalhe com os problemas PS 2-6 e PS '2-7.

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES

PS 2-1 Como poderia você designar as voltagens cc, rms e instantânea de uma
fonte, digamos BI
SOLUÇÃO Em se tratando de voltagem, vamos especificar; usamos E ou V,
e letra maiúscula B para a voltagem cc {Eg)- O valor instantâneo total é e^.
O valor rms é escrito como

PS 2-2. Designar a voltagem rms e determinar as voltagens cc, valor de pico


positivo, valor de pico negativo, valor pico a pico, valor instantâneo e voltagem
instantânea ca de uma determinada fonte A no tempo í j quando a forma de onda
é a mostrada na fig. PS 2-2. Não tente calcular o valor rms. Designe-o apenas.
CAP. 2] NOTAÇAO DE VOLTAGEM E CORRENTE 45

Fig. PS 2-2

SOLUÇÃO = E,
•^^(pc-pc) = 22 - (- 2) = - 24 V = 16 V
(pc)"*" = 22 V
^^(pc)ca = 22 - 10 = 12 V = 16 - 10 = 6 V
^^(pc)-=-2V
PS 2-3 Determine graficamente se Ei = 18/ 20° e £2 = 12 /-30° na
fig. PS 2-3út. Depois de completada a solução gráfica, analise-a analiticamente.

E, = 18/120

Fig. PS 2-3

SOLUÇÃO Primeiro coloque os vetores Ei e Ej em um diagrama de vetores


construído conforme a fig. PS 2-3b. Então, graficamente adicione-os, deslocando
Ej de tal forma, que a sua extremidade fique localizada na ponta de Ei. Construa
o vetor resultante desde a extremidade de Ei até a nova localização da ponta de
Ej para obter o vetor soma Eat = 27/ 0°.
Para uma solução analítica, reduziremos Ei e E2 em suas componentes
horizontal e vertical. Assim,
46 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 2
El = 18 COS 20° + / 18 sen 20° = 16,9 + /6,16
£2 = 12 COS (-30°) + / 12 sen (-30°) = 10,4 -/6,00
Somando as componentes horizontais e verticais, resulta
Eab = 27,3 +/0,16
ou, na forma polar,

E.J =V(27.3)^ +(0,16)Vtan-|^^ 27,3/0^


que está em estreito acordo com a solução gráfica.
PS 2-4 Analiticamente, determine E^b na fig. PS 24.

r\j) Ez = 18Z.20 El = 12Z.-30

Fig. PS 24

SOLUÇÃO 1) Eflè = £2 - El
Note que £1 está precedido do sinal negativo, porque, caminhando desde aextre
midade da flecha £2 até a sua ponta, entramos através de £1 pela contraria,
ou seja, da ponta para a sua extremidade. Substituindo valores em 1,
2) = 18/^ - 12/-30°
= (18 COS 20° +/• 18 sen 20°) - [12 cos (-30°) +/ 12 sen (- 30°)]
= 16,91 + / 6,156 - [10,39-/6]
3) Eab = 6,52 +/ 12,16 = 13,8/61,8° V
PS 2-5 Determine Eab na fig. PS 2-5.
E2
i+

E, =6Z.120°V
Ez = 5/190° V
Ea =9Z.-20°V
Eai, =?

Fig. PS 2-5
CAP. 2] NOTAÇÃO DE VOLTAGEM E CORRENTE 47

SOLUÇÃO
1) ^ab ~ El + E2 E3
= -(6/120°) + (5/90°) - (9/-20°)
= -[-3 +/5,2] + [O +/5] - [8,46 - /3,08]
= 3 -/5,2 +/5 - 8,46 + /3,08
Eflô = -5,46 -/2,88 = 6,1?/-152°
ou, alternativamente, temos o mesmo resultado expressado como
Eflô = -(5,46 +/2,88) = 6,17/27,8° + 180°
= 6,17/208°
PS 2-6 Expresse a lei de Kirchhoff para correntes se todas as correntes que
concorrem para o nó ÃT na fíg. PS 2-6 são consideradas positivas e todas aquelas
que o deixam são negativas.

I, = 5ii-90° A
I2 = 12/1210° A
13= 12Z.-21Ó° A
I4 = 8Z.70° A
U = 26.6Z.28° A

Fig. PS 2-6

SOLUÇÃO
o —II —I2 —I3 + I4 —I5
o = -5/-90° - 12/210° - 12/-210° -f S[JQ^ - 26,6/28°
O= -(-/ 5) - (- 10,4 - f 6) - (- 10,4 4-/6) 4- (2,74 4- / 7,52)
- (23,5 4-/ 12,5)
0 = 0

PS 2-7 O ganho de corrente de um dado sistema amplificador de corrente de


quadro terminais como mostrado na fig. PS 2-7 é Ai = Supondo-se
/j - 1 + jO e I2 = —(40 —/8) na freqüência de 100 kHz. Que conclusões
você pode tirar?
48 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 2

Fig. PS 2-7

SOLUÇÃO
-(40 -/8) -(40,8/-11,3°)
~ 1 +/0 1^0!
^, = -(40,8/11,3°)

Uma inspeção daexpressão acima para Ai leva-nos a concluir que A, como indicado
pelo sinal negativo, flui atualmente através de Ri no sentido oposto ao mostrado
na fig. PS 2-la, e aquela está adiantada 11,3° de A. Alternativamente, poderíamos
dizer

Ai = -40,8/-11,3° = 40,8/-11,3° ± 180°

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PA 2-1 Duas fontes de voltagem, Eg = 50/ 70° e Eij = 80 /l 10°, são conec
tadas em série. Determine o valor pico a pico da voltagem resultante.
RESPOSTA 346,2 V

PA 2-2 Determine E^ na fig. PA 2-2 se Ei = 12/270° e E2 = 15/— 180°.

£1 = 12£270°
£, = 15Z.-180°

RESPOSTA 19,2/218,7° V

PA\2-3 Determine Egi, na fig. PA 2-3 se Ei = 12 /120° e £"2 = 9/ —200


CAP. 2] NOTAÇÃO DE VOLTAGEM E CORRENTE 49

•<2)—o
fi = 12Z.120°
r. £2 = 9^-200°
£.6= ?

RESPOSTA 7,7/251° V

PA 2-4 Expresse na fig. PA 2-4 em termos das voitagens do circuito.


d

RESPOSTA Ey = -£•4 -E^+E^-E,

PA 2-5 Determine /, na fig. PA 2-5 se /j = 0,8/-40° e /j = 0,5/-20°.

t/2 =0. 5Z.-20°

0,373/113'

PA ^6 Determine o ganho de voltagem A^ do sistema de quatro terminais


na fig. PA 2-6 se = -(10/l2°) -1-8/^ quando = 7/V. Note que
Ay ©O /

t «en =7^6°
''en
®o eo =-(10^12°-1-8^9°)
I
-O-

RESPOSTA 2,51
50 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 2

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 2-1 Duas fontes de voltagem, e €2, são conectadas em série. Se ei é dada


por Cl = 68 V e 62 = 85 cos 0, determine as voltagens cc, pico positivo, pico
negativo, pico a pico e voltagem de pico ca da forma de onda resultante (63).
Encontre, também, as voltagens instantâneas e ca para d = tt/S rad.

P 2-2 Expresse Eab na fig. P 2-2.

P 2-3 Expresse Ex na fig. P 2-3.

P 2-4 Determine Eab na fig- P 2-2 se £"1 = 48/ 65" e E2 ——60/180°.

Stt
P2-5 Determine Eab na fig. P 2-3 se £*1 = , E2 ——'ij -^>
£*3 = 4 COS coí -I- sen cjt, e E4 = —2 -1- / 1,5.

P 2-6 Determine Iq na fig. P 2-6 se Ii = —2/—180° e I2 = 1,6 / 28° .

' to, .W iS
3yPotência no círciito
resístívo puro

A determinação da potência instantânea ou média dissipada em algum dispo


sitivo ou circuito é um cálculo muito importante. Por exemplo, é necessário
conhecer a potência dissipada em um resistor, transistor ou qualquer outra coisa
se não desejamos reduzi-la a cinzas. Podemos, talvez, estar interessados na potência
que algumas baterias possam fornecer a fim de especificar seu tamanho e confi
guração. Ou podemos estar preocupados com a potência que um amplificador
fornece a um alto-falante, num sistema de som de alta fidelidade, ou a potência
que um amplificador pode ceder a um motor que ele controla como parte de um
sistema de controle. Conseqüentemente, vamos construir sobre as bases colocadas
no cap. 1, onde os conceitos de voltagem e corrente eficazes e potência média
e instantânea foram introduzidos.
A notação do cap. 2 provará também a sua utilidade na exploração do
objetivo proposto.

3.1 Notação em análise de potência


Suponha que queremos analisar algum circuito em relação à potência dissi
pada (ou talvez gerada) em um elemento de circuito determinado ou subcircuito
que é caracterizado por um par de terminais, como mostrado na fig. 3-lfl. Para
determinar a potência instantânea como uma função do tempo, deveríamos ali
mentar os terminais de entrada com uma fonte de voltagem para desenvolver a
voltagem terminal e e então medir (ou calcular) a corrente i resultante. Alterna
tivamente, poderíamos alimentar a entrada com uma fonte de corrente i e medir
(ou calcular) a voltagem resultante e. A escolha geralmente depende do que está
52 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 3

Correto Incorreto

(a) ib) (O

Fig. 3-1

na caixa, mas — independentemente de uma fonte de corrente ou voltagem ser


usada —o ponto importante é que as direções de referência àe eei sejam correta
mente escolhidas.
Na análise de circuitos, como quando escrevemos as equações do circuito de
Kirchhoff, a escolha dos sentidos de referência de e eié completamente arbitrária.
Isto não é verdade quando tratamos da análise de potência. Se você deseja
determinar a potência dissipada em um par de terminais, estabeleça os sentidos de
referência de e e / como mostrado na ílg. 3-16. Note que i está de tal forma
dirigido quando e é uma quantidade positiva, que i flui na direção de referência
da corrente.^ Se no final da análise p vem a ser positivo com esses sentidos de
referência, a caixa está absorvendo (dissipando) potência. De outra forma, se p
vem a ser negativo, isto significa que a caixa não está absorvendo, mas, ao contrário,
está gerando potência.
A fig. 3-lc mostra a escolha incorreta dos sentidos de referência para análise
de potência. Note que i fluirá no sentido oposto ao de e positivo.
Qualquer circuito pelo qual passe corrente pode no final da análise ser
reduzido a uma fonte de potência (gerador) e um consumidor de potência (carga),
como mostrado na fig. 3-2. Normalmente, como com uma carga puramente resis-
tiva, o fluxo de potência é sempre de uma fonte para um consumidor; todavia,
sem entrar em detalhes, é suficiente dizer que sob certas condições o conjunto de
fonte e consumidor pode ser cambiado. Isso usualmente envolve alguma coisa na
carga que é capaz de armazenar energia. Exploraremos este fenômeno mais tarde.
Agora, estude os problemas PS 3-1 e PS 3-2, profundamente, antes de prosseguir.

Fonte de Consunnidor de
potência potência

Fig. 3-2

Os mesmos sentidos de referência de e e / da fig. 3-1Ò podem ser conservados quando


determinamos a resistência ou impedância de entrada. Por outro lado, resultados negativos
de R ou Z e se houvesse realmente um R (ou Z) negativo, a escolha errônea dos sentidos
de referência faria o resultado parecer positivo.
CAP. 3] POTÊNCIA NO CIRCUITO RESISTIVO PURO 53

3.2 Resistência com excitaçâo senoidai


Em um circuito resistivo puro, como mostrado na fíg. 3-3fl, as formas de
onda de corrente e tensão estão sempre em fase como mostrado na flg. 3-3Ô,
e a lei de Ohm verifica-se independentemente de que sejam usados os valores
instantâneos, de pico ou rms. As senóides e e zda fig. 3-3^? podem ser consideradas
como as projeções verticais dos vetores rotativos de comprimentose /p^,, respec
tivamente, como mostrado na fig. 3-3c. A relação, neste caso.

1) R = — =:
(3-1)
pc

(a)

(b)
(c)

Fig. 3-3

é sempre verdadeira. Uma vez que o valor eficaz de uma senóide é igual ao valor
de pico dividido por podemos também escrever

2) R
_ -^pc/V^ ^ rms
E
(3-2)
•fpc/v' 2 'rms I

Então, os símbolos de corrente e voltagem da fig. 3-3a poderiam ser expressos


como valores eficazes mostrados na fig. 3Aa e pelos vetores rotativos da fig. 3Ab.

(a) (6)

Fig. 3A

A potência média dissipada em é dada por


3) P = EI (3-3a)
54 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 3

4) P = 1'^R (3-3Z>)

5) P = E''IR (3-3c)

que é idêntica ao caso dos circuitos cc exceto que agora usamos osvalores eficazes
das senóides.
Agora, trabalhe com o problema PS 3-3 e PS 3-4.

3.3 Circuito resistivo com fontes idênticas múltiplas de freqüência


Freqüentemente encontramos situações onde qualquer uma das seguintes
fontes de alimentação múltiplas podem existir;
(fl) fontes ca de mesma freqüência.
(h) fontes ca de diferentes freqüências.
O caso (ú) pode incluir fontes cc também, desde que uma fonte cc possa ser
considerada como uma fonte ca de freqüência zero.
Deveria também ser mencionada neste ponto que forma de onda senoidal
pode ser mostrada como a superposição de duas ou mais senóides tendo várias
amplitudes e relações de fases entre elas que dependem da forma de onda. Um
estudo detalhado deste assunto provém da anáUse de Fourier, o que não é nosso
objetivo atualmente. O ponto a considerar é que desde que uma forma de onda
não-senoidal pode ser resolvida em diferentes freqüências (incluindo uma compo
nente cc), isto resulta no caso {b). Sem dúvida, poderíamos ter primeiro que
conhecer como encontrar essas freqüências, o que não faremos ainda.
Se consideramos o caso (o) primeiro, poderíamos supor a situação geral
como mostrado na fig. 3-5fl. Claramente, as duas fontes (ou mais se fosse o caso)
somam vetorialmente para resultar a voltagem equivalente Eq^, como mostrado
na fig. 3-5Ú. Agora,

1) El = Exx +

Fig. 3-5
CAP. 3] POTÊNCIA NO CIRCUITO RESISTIVO PURO 55

onde os símbolos :)!: e jp indicam as componentes jc e 7 do vetor. O módulo de Eié

2) lEll = £'ltms = Ví-l/ +£1/


Estamos supondo os comprimentos dos vetores na fig. PS 3-56 representando
valores rms. Similarmente,

3) Ej —E2X •!" j E^y


4) IEj I = -^2 rms ~ 'ly

Desde que Egq por adição de vetores é


ÍÍJ.

5) Eeq = El + E2
ou

6) Eeq ~ "l" E!2x) "b Í^\y "b •E'2^) (3-4í)


e

7) iEgq I —-É^eqírms) (3-46)

= Ví^lX + E^xf + (E,y +


Tivemos bastante prática de adição de vetores de senóides no cap. 2.
A potência dissipada em R na fig, 3-5a é então

eq(rms)
P = (3-5)
~R

Não cometa o erro de pensar que podemos determinar a potência Py que


apenas E^ desenvolve em e adicionar a ela a potência P2 que E2 desenvolve
sobre R. Você não pode usar a superposição nesse sentido para determinar
potência.

_(fi +^2)'
c 2 p 2
P¥=^
R
+%-
R

Fig. 3-6
56 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA (CAP. 3

Para se satisfazer a si mesmo, nesse ponto, considere a fig. 3-6. Obviamente,

1)
R R

Mas se considerarmos as contribuições individuais de potência por superposição,

2) P = P,+P,=.
R R R

Claramente, a forma final de (2) é diferente de (1), que é a correta.


Se é com fontes de corrente paralelas que você está trabalhando, siga apenas
um procedimento similar para determinar/eq^(rms) Por adição de vetores e então
use a relação

'eq (rnis)-'^ (3-6)

Em resumo, então, para voltagem múltipla ou fontes de corrente de mesma


freqüência mas diferentes em fase, determine a fonte equivalente eficaz por adição
de vetores e então determine a potência.
Agora, trabalhe com o problema PS 3-5.
Outro problema a considerar nesse caso (a) é a situação mostrada na fig.
3-7, onde temos fontes de voltagem e corrente que em geral podem ter ângulos
de fase diferentes com respeito a um sentido arbitrário de referência. Como trata
mos essa situação se procuramos a potência em algum resistor?

Fig. 3-7

Podemos, naturalmente, usar o teorema de superposição para esboçar a forma


de onda da voltagem e da corrente no resistor de ganho, multipUcá-los juntos pela
forma de onda p, e então determinar o valor médio P. Todavia, uma aproximação
mais fácil consiste em converter as fontes de corrente (circuitos equivalentes de
Norton) em suas fontes de voltagem (de Thévenin) equivalentes, usando qualquer
técnica de análise de circuito que você imaginar para determinar a voltagem efetiva
através do resistor de ganho. Alternativamente, todas as fontes de voltagem podem
ser convertidas em fontes de corrente. Sobretudo, não se esqueça de que, em geral,
você está tratando com quantidades vetoriais.
Agora, trabalhe com os problemas ilustrativos PS 3-6 e PS 3-7.
CAP. 3] POTÊNCIA NO CIRCUITO RESISTIVO PURO 57

Contudo, uma outra aproximação para determinar a potência dissipada em


urn resistor, quando o circuito é induzido (excitado) por fontes de freqüência
mistas mas similares, consiste em desenvolver uma expressão para a voltagem
instantânea e a corrente através do resistor em questão. O produto das formas de
onda e e í é a forma de onda de potência instantânea {p). Isso é similar aotrabalho
realizado no cap. 1.
Apesar dessa aproximação não ser necessariamente a mais simples, é a mais
geral e, portanto, merece um exame profundo. Como ponto inicial, considere
a caixa da fig. 3-8, a qual, incidentalmente, nem sempre necessita conter um
resistor.

Fig. 3-8

Deixando

1) e = £'pc sen(cof + 0^)


2) i = -^pc sen(wf + 0,)
Então

3) p = ei

4) P = -^pc^pc + <l>e) sen (coí -I- 0^)


Deixando

5) X = cjt + <f>e
6) y = Cijt + (f>i
Vemos então que a equação (4) contém o produto senx sen v, para o qual a
identidade

7) senX seny = -j cos(x - y) —-j cos(x + y) (3-7)


pode ser escrita (veja o problema PS 3-8 para a prova).
Substituindo as equações (5), (6), e (7) em (4), resulta
8) p = Fpc /pg [y COS (OJÍ + 0e —CUÍ —0,) —-J COS (coí + 0g -f cuí + 0/)]
o que simplifica para

_ •^pc 7pc
9) P = [cos (0e - 0/) - COS (2coí + 0e + 0/)]
58 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 3

Agora, temos de encontrar a área sob a curva p sobre todo o período. Aqueles
que estão familiarizados com o cálculo integral podem facilmente fazer isso, mas
para os que não estão, podemos chegar ao mesmo resultado pela simples resolução
da equação (9) na forma
10) P = k COS 01 —ÁCOS (2coí + 02)
onde

k = 0^ _ 0.^ 02 = 0e + 0/

Agora, a rede da área sob a curva p será, geralmente, devida à área auxiliada pelo
primeiro termo em (10) mais a área sob o segundo termo. Estas áreas podem,
naturalmente, ser positivas ou negativas. Evidentemente, o primeiro termo é uma
constante desde que é independente do tempo (í) e desde que sua contribuição
para a área sob p durante o radial 2 é
11) Al = 2 vrfc COS01
Osegundo termo na equação (10.) é uma dupla freqüência senoidal, que significa
simplesmente que ela vibra através de dois ciclos (positivo e negativo) no intervalo
2TT. Já que as áreas sob as alternações positiva e negativa são iguais, a área média
sob esta senóide é zero, independentemente do ângulo de fase 02. Então
12) A2 = O
e a potência média, P, é

13)

Substituindo (11) em (13), obtemos


14) P = k COS 01
Ou, da substituição em (10),

15) (3-8)
Desde que 2 = (y/l) i\/l) e rms = pico/V^, podemos reescrever (15) como
16) ^~ COS (0^ 0/) (3-9)
17) P = £•/COS (0e - 0í)
Trabalhe agora com PS 3-9.
•tsq
CAP. 3] POTÊNCIA NO CIRCUITO RESISTIVO PURO 59

3.4 Circuito resisíivo com diferentes fontes de freqüência


O próximo caso que consideraremos é a determinação da potência num
resistor quando as fontes de direção são de diferentes freqüências. Em párticular,
estamos interessados no caso em que estão envolvidas uma fonte de freqüência
de cc ou zero e uma fonte de ca, porque isso é análogo às condições efetivas do
circuito sob as quais operam muitos dispositivos eletrônicos e suas cargas.
Por exemplo, considere a fíg. 3-9fl, que representa um sistema de dois
terminais cujo terminal de voltagem e corrente é ilustrado t>elas formas de onda
da fíg. 3-9b.

i.

(a) ib)

Fig. 3-9

Deixando

^ - Ecc + ^pc sen (coí + 0^)


onde E'pc é o valor de pico do componente senoidal apenas, e similarmente,
2) ' ~ -^cc -^pc sen (coí + 0/)
Em conseqüência, a potência instantânea é

3) p = ei
ou, substituindo (1) e (2) em (3) e multiplicando
4) p = Ecclcc 4" Iqq Epç. sen (coí 4* 0g) + •£'cc -fpc sen (coí + 0/)
+ JFpc /pc sen (coí + 0e) sen (coí + 0,-)
Para encontrar a potência média, precisamos determinar a área auxiliada
sob a curva p por cada um dos termos em (4). Evidentemente, o primeiro termo
é uma constante e, portanto, auxilia uma área

5) ^1 =
60 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 3

O segundo e terceiro termos são senóides com área resultante zero. Assim
6) Al = A3 = O
Como ela se constitui, a área sob o quarto termo não é óbvia. Entretanto,
se você recordar o resultado do problema PS 3-8, ficará claro porque o quarto
termo pode ser escrito como

^pc 7pc
7) [cos(0e —0,) —cos(2coí + 0e + <Pi)]

Uma inspeção de (7) indica dois termos entre colchetes a serem considerados.
Desde que o segundo termo é um senóide, não obstante seja de dupla freqüência,
a área resultante que ele inclui é zero. Assim, a área compreendida pelo quarto
termo é

8) = COS (0,-0,)

—271 £*^18 7rms COS (0g 0j)


Desde que

9) P=^(Ai +A2+Aí +A4)


zn

obtemos de (5), (6), (7) e (8)


10) P = -^cc/cc -^caírmsl^caínns) COS {(pg 0/) (3-10)

Trabalhe agora com o problema PS 3-10.


É útil também desenvolver uma expressão para o valor eficaz da forma de
onda da voltagem ou corrente na qual fonte de cc ou de ca está superposta, como
na fig. 3-10, por exemplo.
Para determinar analiticamente a voltagem eficaz ou rms da forma de onda
ceq na fig. 3-10, podemos, de uma forma objetiva, escrever
1) ^EQ - ^cc + ^ca

Fig. 3-10
CAP. 3] POTÊNCIA NO CIRCUITO RESISTIVO PURO 61

OU

2) e£Q = Ecc -^pc (coí + 0)


3) = ^cc + 2£'cc-Ê'pc sen {cot + 0) + ,senf (coí + 0)
Temos agora que determinar a área sob a forma de onda . O primeiro
termo em (3) compreende

4) = IttEcc^
O segundo termo -é uma senóide que, de fato, contribui com área resultante zero.
Assim,

5) Ai = O
O terceiro termo não é óbvio, mas se lembrarmos que
6) sen sen^ = y cos (x - }>) - j- cos (x + y)
poderia parecer que quando jc = 7 = 0, a Eq. (6) é reduzida para
7) sen^ 6 = y —-y cos 20
Então, o terceiro termo de (3) pode ser escrito como

8) [y - y cos2(coí + 0)]
Desde que o segundo termo em (8) é uma senóide, ele contribui com área resul
tante zero, enquanto o primeiro termo resulta

9) A, = 2,r

Portanto,

E ^
10) A = Ay + Ai + Ai = 2irEj + O + 27r

Agora (10% é a área sob a curva . Ovalor médio da curva ceq^ no intervalo
de 27r rad é então (a sobrebarra indica valor médio)

E o valor eficaz é

2
E
-^eqtrms) ^ ^— (3-11)
Desde que E^c = •Ê'cc(rms) e Epjy/Y= -£"03(1018)» podemos reescrever (12) como
1^^ ^eq(rms) ~ "vZ-^cc^ (rms) -^ca^ (rms) (3-12)
62 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 3

Embora o índice rms não seja necessário para o termo cc em (13), o incluiremos
como convém à forma da Eq. (3-12). Note que a voltagem equivalente rms não é
a soma das voltagens componentes. Similarmente,
14) -^eqCrms) ~ V^cc^(rms) 4" /ca (rms) (3-13)
Agora, trabalhe com o problema PS 3-11.
Pode ser mostrado que várias fontes diferentes de freqüência são envolvidas,
o valor rms equivalente é

•^eq(rms) ~ \/-^cc^Crms) -^Ica^Crnis) (rms) ^ (3-14)


As freqüências Ei, E2 etc. não necessitam necessariamente ser relacionadas harmo-
nicamente — isto é, em relações inteiras como W3 = 3cOi, = 2coi etc.
É permissível ter, digamos, CO3 = 1,8001,0)3 = l,looi, ou qualquer outra relação.
Entretanto, as componentes de freqüência devem ser todas diferentes.
Agora trabalhe com o problema PS 3-12.
Embora não tenhamos explorado o assunto, deduz-se que uma forma de onda
não-senoidal pode ser resolvida nas componentes cc e freqüências harmonica-
mente relacionadas. Se todas as ampÜtudes dessas freqüências componentes forem
conhecidas, a Eq. (3-14) poderá ser apHcada.

3.5 Efeito Skin (ou efeito pelicular)


Sabe-se que a distribuição da corrente através da área da seção transversal
de um condutor é uma função da freqüência e, quanto mais alta a freqüência,
menor densidade de corrente resulta no centro do condutor. Isso, é claro, significa
que a corrente se ajunta contra a superfície do condutor e, em conseqüência,
a área da seção transversal condutora de corrente diminui. Isto implica aumento
de resistência e perda de potência, que poderia ser desprezível, mas infeliz
mente ocorre. A fig. 3-11 ilustra este fato denominado efeito Skin, ou efeito
pelicular. Esta é a razão pela qual freqüentemente encontramos componentes

(100 kHz)

Fig. 3-11

OU condutores em forma de tubo de cobre para uso em altas freqüências. Um


tubo de cobre pode apresentar maior área externa para a corrente que se ajunta
em altas freqüências. Para as baixas freqüências de rádio, usamos freqüentemente
o fio Litz, que consiste de um condutor feito de fios finos trançados isolados
um do outro.
CAP. 3] POTÊNCIA NO CIRCUITO RESISTIVO PURO 63

Em geral, a relação entre as resistências ca e cc (i?cc) para um fio


de cobre sólido é dada por

Rr
- ^ V/mHz (3-15)
R.

onde / é a freqüência em MHz e k = 6,9, 10,9 e 17,6 para fios bitola 22, 18
e 14, respectivamente.

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES


PS 3-1 Determine a potência média dissipada na caixa da fig. PS 3-Ia se as
formas de onda de e e / são como mostrado na fig. PS 3-lb, Suponha que as
formas de onda são senoidais.

(a)

360" Tf

Fig. PS 3-1
64 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 3

SOLUÇÃO Poderíamos resolver o problema graficamente multiplicando as


formas de onda e e /, ponto por ponto, para gerar a forma de onda p da fig.
PS 3-lc e assim determinar o valor médio de p sobre o intervalo de 0 = O a 27r.
Você pode notar que a forma de onda p dafig. PS 3-1c tem o dobro dafreqüência
das formas de onda de e e í se observarmos que a forma de onda p se desen
volve simetricamente em torno do valor médio (12 W) igual à metade do
pico de potência (24 W). Então a caixa poderia dissipar uma potência média
P = 12 W.
Poderíamos tentar verificar isso analiticamente como segue.
Uma vez que as formas de onda são senoidais, podemos, por inspeção da
fig. PS 3-lb, escrever
1) e = 12 sen ü3t = 12 sen 6
2) / = 2 sen cot = 2 sen6
Note que não há ângulo de fase entre as formas de onda de e e i. Desde que
3) P = ei
temos de (1) e (2)
4) p = (12 sen 6)(2 sen d) = 24 sen^ d
Como foi mostrado no cap. 1 (PS 1-15) que
5) sen^ ^ ~ Y
Substituindo (5) em (4)
6) p = 24[-|-- y cos20]= 12 - 12 cos20
Agora necessitamos encontrar

área sob o p = 12 — 12 cos20 curva


entre d = O e 6 = 2-n
7) P =

que, em linguagem de cálculo integral, é escrita como


2it

8) ^= I pdd = \ (12-12 co&2d)dd


Jo Jo
Uma vez mais, se o simbolismo de (8) provoca indevida sensação de insegurança,
esqueça-o e apenas considere (7). Claramente, se fôssemos plotar (6), obteríamos
a fig. PS 3-lc. Isso pode facilmente ser verificado tomando-se alguns valores de d
e encontrando os valores correspondentes de p. Uma vez que a forma de onda dep
é simétrica ao valor 12 W, o valor médio depél2W,ea área sob a curva para
o intervalo de Oa 277 é 27T (12 W), obtemos - substituindo essa áreano numerador
de (7) -
CAP. 3] POTÊNCIA NO CIRCUITO RESISTIVO PURO 65

9) P 12W
27r

que verifica nossa prévia, mas intuitiva, solução.


Realmente, não é sempre necessário traçar (6) para determinar P, uma vez
que sabemos que o valor médio de qualquer função senoidal sobre um período
completo (277 rad), ou qualquer outro múltiplo desse, é zero e, em conseqüência,
a área compreendida pelo termo 12 cos 20 também é zero. Todavia, este termo
contribui com uma área 12 W X 2n rad.
É útil lembrar que a área em um período completo de uma função estrita
mente senoidal é zero.

PS 3-2 Suponha que a caixa da fig. PS 3-la vê as formas de onda de tensão


terminal e corrente senoidais da flg. PS 3-2a. Determine a potência média que a
caixa dissipa.

12 V

2 A->

Fig. PS 3-2

SOLUÇÃO Multiplicamos novamente as formas de onda de e e í para obter a


forma de onda p. Se esboçarmos cuidadosamente essa forma de onda dando
atenção especial aos sinais de e e i, obteremos a fig. PS 3-20. Temos outra vez
uma curva de potência de freqüência dupla que se alterna em torno do eixo zerOi
Assim, a potência média dissipada é zero, uma vez que as áreas acima e abaixo
do eixo zero são equivalentes. Então P — 0.
66 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 3

Para uma solução mais analítica, deveríamos examinar as senóides da fig. PS


3-2úr e concluir que
1) e = 12 sen d
2) i = 2 sen(6 + 90°) = 2 cos 0
Assim

3) p ei = 24 sen d cos 6

Neste ponto você pode recorrer a um manual que contenha uma tabela completa
de identidade ou, com uma pequena manipulação, poderá usar (3) na tabela de
identidades do cap. 1. Consideramos (3) da tabela, porque, como mostrado aqui,
ela contém um termo senx cos^*, o qual está incomodando-nos em (3). Se (4)
tem solução para sen x cos y com x = >' = O, obtemos

sen (0 + 0) = sen 0 cos 0 + cos 0 sen 0


sen 26—2 sen 0 cos 0

ou

5) sen 0 COS 0 = y sen 20


substituindo (5) em (3),
6) p = 12 sen 20

Uma inspeção de (6) mostra a freqüência dupla da onda de potência da fig, PS 3-2,
e isso mostra-nos ainda que a potência de pico é 12 watts, uma vez que 12 é a
amplitude da forma de onda p.
Sem nenhuma outra dificuldade, podemos determinar a partir de (6) que a
potência média P = 0, uma vez que concluímos previamente que a média de um
período completo de uma senóide é zero.
Note que este problema é idêntico ao PS 3-1 em todos os aspectos e em
mais um que é o avanço de 90° na fase da forma de onda da corrente. O efeito
desse deslocamento na fase da corrente causou uma dissipação nula de potência
na caixa em oposição aos 12 watts quando as formas de onda de e e / estavam
em fase.
As áreas negativas na forma de onda p da fig. PS 2-2b representam potência
gerada pela caixa e fornecida à fonte. Isto não significa, entretanto, que existe um
gerador rotativo dentro da caixa. Isto poderia significar que existe alguma energia
armazenada dentro da caixa que armazena energia quando p é positivo, ou seja,
quando e e i são de mesmo sinal, e que retorna potência quando esses são de
sinais opostos.
PS 3-3 Uma voltagem senoidal, e = 120 sen 377í volts, é aplicada através de
um resistor de 24 obms. Determine a potência dissipada no resistor.
SOLUÇÃO Uma aproximação é determinar
^rms = ^ = 0.707 = 0,707 (120 V) = 84,8 V
CAP. 3] POTÊNCIA NO CIRCUITO RESISTIVO PURO 67

R 24 n

Uma aproximação alternativa é determinar

^rms = =0,707/pc =0,707 =0,707 (^^) =3,54 A


Então

p = Pr = (3,54 a)2 24 í2 = 300 W


Ainda outra (mas afinal desejável) aproximação é determinar

^ = ^rms^rms = EI = 84,8 V (3,54 A) = 300 W


Esta última aproximação é válida apenas com tensão e corrente senoidais e em
fase. Em geral, esse método não é recomendado, porque o produto de médias não
é o mesmo que a média de produtos, e os valores rms são um tipo especial de média.
Se isto não está claro, recorde a discussão que segue a Eq. (l-9c) no cap. 1.
PS 3-4 A chave Si está normalmente fechada na fig. PS 3-4, enquanto ^2 está
normalmente aberta. Em nenhuma hipótese elas são fechadas simultaneamente.
Se Si está aberta, S2 está fechada e vice-versa. Determine de forma que a
potência dissipada em R2 seja a mesma que a obtida com a chave fechada.

35 sen u>t

Fig, PS 3-4

SOLUÇÃO A voltagem eficaz da fonte de ca é


^"rmsíca) = 0,707(35 V) = 24,7 V
A corrente eficaz é

24,7 V
•^rms(ca) ~ ^ ~
Para desenvolver a mesma potência no resistor-de 3 kilohms, acorrente cc/^, forne
cida pela fonte deve ser igual à corrente eficaz (ca). Então Pc = frms(ca) =
8,25 mA. Conseqüentemente,
68 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 3

Ebb = (^1 + ^2)/cc = 9 kfi (8,25 mA) = 74,2 V


Este problema foi escolhido para refrescar a sua memória de que o valor rms
de corrente (ou voltagem) é aquele valor que provoca uma dissipação equivalente
de potência (aquecimento) a uma fonte cc de corrente (ou voltagem).

PS 3-5(a) . Determine a potência dissipada em R no circuito da fíg. PS 3-5


se ex = 70 sen{cot —30°) e 62 = SO sen (coí + 60°).

R
20 Í2

Fig. PS 3-5

SOLUÇÃO Vetorialmente, some ei e 62 como segue


Cl = 70 sen(coí —30°) = 60,6 —j'35,0
+

62 = 80 sen(coí + 60°) = 40,0 + j'69,3


'eq = 101 + /34,3

ou

e^q = 106/ 18,8° V


O valor 106 acima é a voltagem de pico. O ângulo de fase de ggq pode ser
ignorado, pois não é importante para a determinação de E'eq(rms)* Assim,
^eq(rms) 0,707(106) = 75,2 V
Então

P =
^•eqtrms)' (75,2 V)^ = 282 W
R 20 n

Uma coincidência interessante, se tentarmos usar o método incorreto de


superposição de potências, obteremos

P =
T^lrms' ^2rnis' _ (49,5)^ _ (56,6)^ = 282 oj
R R 20 n 20 Q

que é igual à resposta correta de 282 watts, o que é profundamente perturbador.


Para termos certeza, vamos considerar o problema novamente com valores dife
rentes.
CAP. 3] POTÊNCIA NO CIRCUITO RESISTIVO PURO 69

PS 3-5(b) Suponha = 3 \/~2 sen coí e ej = 4 \pTsen (coí + 45°) no circuito


da fig. PS 3-5, Determine a potência desenvolvida em R.
SOLUÇÃO Convertendo e Cj para valores rms, obtemos

El(rms) = 3/_0l =3 + /O
-I-

E2(rms) = 4/ 45° = 2,828 + / 2,828


E'eq(rms) = 5,828 + / 2,828 = 6,478/ 25,89°

Se, erroneamente, usamos a superposição de potências

P = Px+P2

20Í2 20Í2 20 Í2 '

que, felizmente, não confirma o resultado anterior.

PS 3-6 Suponha na fig. PS 3-6a que = 24 sen(a)í + 30°) volts, ig =


2 sen (coí —60°) amps, = 3 ohms e rj = 6 ohms. Determine P^, a potência
em i?2-

(a) (6)

Fig. PS 3-6

SOLUÇÃO Converta e para os seus equivalentes de Norton, como mos


trado na fig. PS 3-6b. Então, na forma polar
24^V „
U(pc)-^_- 3S2 - 8Z30_A
Convertendo para valores rms

Ia = 0,707 (8/ 30° A) = 5,66/30° A


Similarmente

/i - 0,707(2 /-60° A) = 1,414/- 60° A


70 ANALISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 3

Usando a relação do divisor de corrente e o teorema da superposição desenvolvido


no livro anterior, podemos escrever^
Ri
I. =
^ Ri + Ri i. -
Ri + Ri >4 = Ri
„ + Ri a. - li,)

3n
3Í2 + 6Í2
(5,66/^ A - 1,414 /- 60° A)

= T [(4,9 + /2,83) - (0,707 - /1,225)]


= y (4,193 + / 4,055)
ou

= (1,398 +/1,352) A = 1,94/44,03° A ^ ^


A amplitude dessa corrente rms é 1,94 A e, assim.

Pi = li^Ri = (1,94 A)^(6 Í2) = 22,7 W

PS 3-7 Use o teorema de Thévenin para determinar a potência. Pi, dissipada


em Ri - Este problema é idêntico a PS 3-6, excetuando-se que estamos usando uma
outra aproximação.

/?, = 3Í2 /?th 3Í2 ^


VVAr-

^6 ^oc 17.49Z.44 Ri
.6Í2

= 24 sen (u)f -(- 30°)

'B — 2 sen (wf — 60°)


(a) (b)

Fig. PS 3-7

SOLUÇÃO Expressando as fontes de alimentação na forma polar, temos

£U(pc) = 24/_301 = 2/-60°


e convertendo para valores rms

Ea = 16,97/ 30° 4 = 1,414/-60°

Phillip Cutler, "Análise de Circuitos cc com problemas ilustrativos", McGraw-Hill


do Brasil, Ltda.
CAP. 3] POTÊNCIA NO CIRCUITO RESISTIVO PURO 71

A voltagem circuito aberto Vca que ^2 vé para trás é

f^ca = 16,97/ 30° - (3 Í2) (1,414/-60°)


= 16,97/ 30° - 4,243 / - 60°
= (14,69 + / 8,485) - (2,123 - /3,674)
Kca = 12,58 + /12,16 = 17,49/ 44° V
Pela lei de Ohm,

17,49/ 44° V
/ = = 1,94/44° A
3 + 6 Í2

A potência Pj está determinada pela amplitude da corrente rms conforme segue


^2 = /rms'/? = /'/?
P2 = (1,94)^6 = 22,7W
o que confirma o resultado obtido em PS 3-6.

PS 3-8 Usando a pequena tabela de identidades no cap. 1, prove que senx sen^ =
y COS (x—y) —Y COS (jc + y).
SOLUÇÃO Da Eq. (4) na tabela de identidades, repetida aqui como (1) e (2),
1) cos(x —y) = cosx C0S7 -I- senjc sen^
2) COS (a: + >') = cosa: cos^» — sena: sen^'
Subtraindo (2) de (1), resulta, após alguma simplificação,
3) sen:i: senj' = y cos (a: —>;) —-^ cos (a: + y)
que é o resultado desejado.

PS 3-9 Resolva o circuito da fig. PS 3-9 para P2, a potência dissipada em R2.
Use a Eq. (3-9), que está repetida aqui por conveniência, e compare este resul
tado com aquele obtido no problema PS 3-7.
/?i = 3 Í2
—wv •

y
= 24 sen (wf + 30°)
= 2 sen (wf —60°)

Fig. PS 3-9
72 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA (CAP. 3

SOLUÇÃO Vamos primeiro expressar e Í£ na forma polar. Então,


1) Ea = (0,7071) 24/ 30° = 16,97/ 30° V
2) Ib = (0,7071) 2 / - 60° = 1,414/-60° A
Aplicando o teorema da superposição para a fig. PS 3-9, podemos expressar a
voltagem, ej, devida a £"3 e como

RiR:
3) E, = E. -
Ri + R2 " Ri + R2 h
R.
(Ea -i?il6)
Ri + R2
E a corrente I2 como
1 Ri
4) h = Ea - h
Ri + R2 Ri +
1

Avaliando (3), temos

£2 = 1 [16,97/ 30° - 3 (1,414/-60°)]


= f (12,58 + /12,16)
5) E2 = -f- (17,49/ 44,03°) = 11,66/44° V
Avaliando (4), temos,

6) I2 = i (17,49/ 44,03°) = 1,943/ 44° A


Os módulos de E2 e I2 na Eq. (6) são valores rms e também 0^ e 0j, ângulos de
fase da voltagem e corrente, são iguais a 44°. Assim, substituindo na Eq. (3-9),
obtemos

7) P2 = (11,66) (1,943) COS (44°/- 44°) = 22,7 W


que verifica a solução previamente obtida no problema PS 3-7.

PS 3-10 Determine a potência dissipada no resistor R na fig. PS 3-10.

80 sen ujf
,R
. 12Í2

^cc "T" 60
V
Fig. PS 3-10
CAP. 3] POTÊNCIA NO CIRCUITO RESISTIVO PURO 73

SOLUÇÃO Para aplicar a Eq. (3-10), notamos primeiro que


cc = 60 V ^ca(rms) = 0,7071 (80 V) = 56,57 V
60 V . 56,57 V
= 5 A
" 12 Í2 'ca(rms)
Ir — j2 = 4,714 A

<f>e = O 0/ = O
A equação (3-10) indica que

^ ~ ^cc^cc "1" •^ca(rms)-^ca(rms) COS (0g 0/)


= (60) (5) -I- (56,57) (4,714) cosO° = 300 -f 266,7
P = 566,7 W
PS 3-11 Determine com a ajuda da Eq. (3-12) a potência dissipada em R no
circuito da fig. PS 3-10. Confira sua solução contra aquela obtida no problema
PS 3-10.

SOLUÇÃO A voltagem equivalente eficaz aplicada através de é


•^eq(rnis) ~ V^-^cc^(rnis) -^caírms)^
= + [0,7071 (80)]^ = 82,46 V
A potência em R é, então,
FT 2
p _ ^eq (rms)
R

(82,46 V)^
566,7 W
12 n

que verifica o resultado anterior.

PS 3-12 Se, na fig. PS 3-12, = 10 sencoí, = 10 sen(coí + tt), e


R = 5 ohms, determine a potência em R.

Fig. PS 3-12

SOLUÇÃO Se você, afoitamente, penetra no problema e usa a Eq. (3-14),


isto resulta
74 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 3

•^eq(rms) ~ (rms) (rms)


10 ^ / 10^
10 V
W2)

i> =íf^=20W
Esta é uma solução errônea, porque a Eq. (3-14) não pode ser usada para fontes
de freqüências semelhantes. Uma pequena meditação revelará que e eg são
iguais e opostas em todo instante e, assim, a voltagem equivalente será sempre zero.

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PA 3-1 Uma fonte de corrente senoidal, / = 8 cos {3t amp. alimenta


um resistor de 4 kilohms. Determine a potência dissipada no resistor.
RESPOSTA P= 128 kW

PA 3-2 Determine a potência dissipada na caixa da fig. PA 3-2 se a voltagem


terminal e a corrente são, respectivamente, dadas por e = 5 sen (coí + 65 ),
i = 3 sen(coí + 40°) A.

e = 5sen(cjf + 65°)V
/ = 3sen(cof + 40°) A

RESPOSTA P = 6,796 W

PA 3-3 Determine a potência dissipada no resistor de 4 ohms no circuito da


fig. PA 3-3.

6Í2 3 Í2

4Í2

6/0! V(^ ^2í2 (^;)i2/58° V

RESPOSTA P = 5,67 W
CAP. 31 POTÊNCIA NO CIRCUITO RESISTIVO PURO 75

PA 3-4 Determine 3 poténcÍ3 dissipada no resistor de 1 ohm no circuito da


fig. PA 3-4.

3Í2 6 Í2 2n

1 n

ec

= (sj2)Q sen (wf -t- 50°)V


eg = (>/2)4 sen (wf - 20°) V il ,

= 3V

RESPOSTA P = 1,45 W

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS


P 3-1 Sob a forma pela qual a carga e a. voltagem de alimentação V^c estão
concebidas, o amplificador transistorizado da fig. P 3-la é equivalente ao circuito

=_V/r

(3) ib)

da fig. P 3-lZ>. Afonte de corrente será em geral constituída de uma componente


cc e de uma componente ca de maneira que ic é da forma
'c - IcQ + -^c(pc) sen ojt (P3-1)
onde IcQ (a corrente quiescente do coletor) é a componente cc e/^(pc) é ovalor
de pico da componente ca (sinal).
Supondo = 45 volts, determine Rj^ de forma que a fonte dissipe
15 watts (Pecq) quando a componente ca ou de sinal =Oe V^c —Vecq ~
^cc/^'

P 3-2 Usando a informação de P 3-1, determine a potência (Pcc) produzida


pela voltagem Vcc fornecida na fig. P 3-lb sob as condições quiescentes de
^ECQ = Vccl'2- = 22,5 V.
76 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 3

P 3-3 Qual é a dissipação de potência quiescente {Plq)


P3-4 Se uma componente de sinal (ca) da corrente do coletor Íq se manifesta
de forma que

ic - ^CQ + ^c(pc) sencút


onde /c(pc) = ^CQy determine a potência produzida pela voltagem fornecida,
a potência Pi, na carga, e a potência dissipada na fonte de corrente. Determine
também a eficiência de conversão 17 = PL{cã)I^CC' compara a potência ca
ou do sinal na carga com a potência produzida pela voltagem fornecida Vcc-
P 3-5 Determine a potência .dissipada no resistor de 6 ohms na fig. P 3-5 se
= 12/ 160° volts e ig = 6/ 70° amps.

6Í2

)í[r •

P3-6 Repita o problema P3-5 com —Ylypl sen wí volts e 6-v/T


amps (fonte de corrente cc).
P3-7 Repita oproblema P3-5 com = \2\pT sen wí volts e íb —6-\/~2
sen líot amps.

p 3^ Trezentos e três metros de fio bitola 22 têm uma resistência cc de 16,1


ohms. Qual é a resistência aparente de 6 metros deste fio a 12 MHz?
' ,-u.

t4-l|WM|l'>IH«^

"•>

4 Capacitâncía

nnn^ ™" '«'bordara,""entiflcamos


é a propriedade
este deparâmetro
um circuito eiétrico com
de circuito que seo
de ota ° '•«'Pfoco que éacondutância G) eomedimos em unidades
4.1 Capacitâncía
Agora vamos investigar um outro parâmetro de circuito chamado capaci-
S-
farads^ TCapacitancia
' P®'° ^'-"bolo
e a propriedade de umCecircuito
medidoqueemcausa
unidades
asuachamadas
oposição
cLTidemr^T fio tífS'
considerar a flg. '"''h que° a chave 5h/ está iniciaimente
4-lu. Suponhamos vamos primeiro
fechada
feflnH* "ÍP°"''° 9"® há fontes de voitagem ou corrente na caixa vista na
inst t r"S""'
instante como mostrado naOeilg.I 4-lA.
- 0. Aabertura
Agora, deixemos
da chavea chave ser aberta no
força apassagem da
corrente /, devida afonte de corrente, àdireita da figura, através da cLa A^im
a corrente que circula peio circuito é i = /. Se o circuito dentro da caixa for
TnTLT
stantaneo)f'^ 5®. comportar como tai,
na corrente ieinstantaneamente veremos
seguido por que
um um
passopasso (aumentoe
na voitagem
Ofarad é a maior quantidade de capacitâncía, e a maioria dos circuitos nráticos
ir°ÍTlTvF i"rípí"'"''' '"P' Phofalads (müF ou pF) onde 1pF =
ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 4
78

ia)

(O
ib)

Fig. 4-1

como mostrado na fig. 4-1Ô. Se, entretanto, a caixa apresentar propriedades de


uma capacitância pura, veremos que o passo na corrente nao provoca urn passo
correspondente na voltagem, mas sim uma rampa de voltagem como na fig. 4-lc.
Note que acapacitância evita ou se opõe àcorrespondente mudança de voltagem.
Para reiterar - capacitância é a propriedade de um circuito que o leva a opor-se
a capacitor consiste de dois condutores separados por algum
isolante médio chamado dielétrico, como mostrado na fig. 4-2. Os capacitores
podem ser construídos por uma variedade, mas, em essência, oobjetivo ecolocar
duas superfícies condutoras muito próximas eseparadas por um dieletrico. Então
um tipo de capacitor consiste de um sanduíche feito de folhas de ^uminio ou
de metal separadas por papel encerado, enquanto outro tipo consiste de placas
de metal ou cihndros separados por ar. Oúltimo tipo e usualmente ajustavel e
assim chamado capacitei variável.
Era alguns capacitores, um eletrólito (solução de borax, por exemplo) esta
contido em um invólucro de alumínio no qual os eletrodos de alumm.o estão
imersos Oinvólucro chamado de eletrodo negativo faz contato com oeletrohto,
nue é um dos condutores. Os eletrodos imersos são conectados juntos, e formam
o outro condutor. Neste caso, não existe dielétnco. Entretanto, se uma voltagern
cc éaplicada entre oinvólucro (eletrodo negativo) eos eletrodos imersos (eletrodo
positivo) um fino dielétrico molecular de óxido de alumínio e formado sobre a
CAP. 4]
CAPACITÂNCIA
79

Fios terminais

Placas de metal Dielétrico (isoiante)


{condutores)

Fig. 4-2

superfície do eletrodo positivo. Por esse dielétrico delgado ser sensível à polari
dade, torna-se necessário observar apolaridade da voltagem aplicada aesses capa-
citores eletrohticos. Os capaeitores eletrolíticos possibilitam enormes capacitâncias
em volumes relativamente pequenos.
fig representações esquemáticas de capaeitores são mostradas na
Devido a estreita região dielétrica, é necessário limitar a voltagem aplicada
através dos capaeitores avalores inferiores àqueles que poderão causar aruptura
dieletrico. Por essa razão, os capaeitores contêm uma
voltagem de trabalho que nao devena ser excedida sob condições mais desfavo
ráveis de temperatura, umidade etc.

1 ,1. 1 -L

Fixo
T
Eletrolítico
Variável

Variável

Fig. 4-3

4-2 Carga e descarga do capacítor

r 4-4. Se abrimos a chave


íig. algumas propriedades
no instante dos acapaeitores,
zero (to), consideremos
fonte de corrente força osa
eletrons para a placa inferior do capacitor. Cada elétron forçado para a placa
mferior força um eletron correspondente a sair da placa superior (como repulsão
ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 4
80

de cargas) de volta à fonte de corrente. Assim, os elétrons acumulam-se sobre a


placa inferior em relação àplaca superior euma corrente aparente flui pelo circuito,
apesar do meio isolante entre as placas. Ocapacitor sob essas condições esta em
carga.
A carga Q é medida em coulombs e é dada por
1) Ô= íc(Aí) = /(Aí) (4-1)
onde Aí é a duração do intervalo de carga considerado. Agora, sempre que um
excesso de carga existe em um ponto em relação a algum outro ponto, existe
também uma diferença de potencial ou voltagem entre esses mesmos dois pontos.
A amplitude dessa voltagem é relacionada à carga por
E =-^ (4-2)
2) Cc

onde Q = carga em coulombs


C = capacitância em farads
Ec = voltagem em volts
Alternativamente, podemos escrever

(4-3)
3) Ec

que indica que capacitância éuma medida da quanüdade de carga que você pode
armazenar para cada volt aplicado através do capacitor no crrcurto da fig. 4.4a.
Ao contrário, se uma voltagem cc é aplicada através de um. capacitor como mos-
trado na fig. 4-5, avoltagem Ec é determinada por Ec = £"00 eaEq. (3) íornece a
carga armazenada devida à voltagem aplicada.

•< 1 — c
i

sw
.i. -trE,

11
? ec
1
5

Fig. 4-4 Fig. 4-5

Aequação (4-3) define a unidade de capacitância. Especialmente, se 1cou-


lomb de carga armazenada em um capacitor produz 1 volt entre os terminais,
C = 1 farad. Alternativamente, diremos que um capacitor tem a capacitancia de
1 farad se, submetido à voltagem de 1 volt entre os seus terminais, acumu ar a
carga de 1 coulomb. , j •j
Uma maneira mais prática de relacionar capacitancia e deduzida a seguir.
Lembre-se da Eq. (4-2) que
4] CAPACITÃNCIA 31
1) Q= CEc (44)
Agora, considere que a voltagem varia através do capacitor em um intervalo
de tempo Aí devido auma correspondente variação de carga Ag. Então, avariação
média de carga devida a uma variação média de voltagem é

2)
Aí Aí
Mas você deve também lembrar que

3) 7=^

Substituindo (3) em (2), resulta

A\
4 = c— (4.5fl)

OU, em termos de valores instantâneos,

c\
ic = C— (4.sb)
dt

A equaçao (4-5) deve ser interpretada significando que se uma variação de


voltagem de 1volt/s através de um capacitor causa um fluxo de corrente de 1amp,
esse capacitor possui 1 farad de capacitáncia.
Agora, trabalhe com os problemas PS 4-1, PS 4-2, e PS 4-3.
Vamos, novamente, examinar a fig. 4-5 em maiores detalhes. Se supomos
que o capacitor está inicialmente descarregado, a voltagem através dele é zero.
Agora, uma vez que um capacitor se opõe a uma mudança de voltagem aplicada
em seus terminais, vamos de fato admitir que a voltagem através de um capacitor
não pode mudar instantaneamente.^ Todavia, na fig. 4-5, fechando o interruptor,
obviamente forçaríamos a assumir instantaneamente o valor de Ef^j,. Na ver
dade, isso não acontece na prática, porque existe alguma resistência interna na
fonte de voltagem, da mesma forma que existe resistência nos fios de conexão,
de forma que o circuito é melhor representado pela fig. 4-6^. Essa resistência
limita a corrente de carga inicial no capacitor. Assim, para o instante zero (inter
ruptor fechado), a voltagem do capacitor é zero e

. _ ^bb ~ _ Eijh ~ O_ -^66


R R ~~r'
Algum tempo depois, a carga acumula e e^ aumenta até atingir e, em conse
qüência, diminui i^. Após um intervalo suficiente de tempo, e^ =E^fj eocapacitor
Uma exceção para isso é o caso teórico onde uma fonte devoltagem ideal (resistência
zero) é aplicada nos terminais de um capacitor ou o caso em que um capacitor carregado é
comutado para os terminais de outro.
ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 4
82

0 •c
\

'c

cp:
«c

ec

ia) (6)

Fig. 4-6

está completamente carregado (z^ —0), como está rnostrado na íig. 4-6b. Note
que, uma vez que este intervalo de transiente termina, nenhuma corrente flui
através do capacitor, r- /• t i
Se o capacitor é agora desconectado de como mostrado na fig. 4-7, ele
reterá a carga acumulada e assim manterá volts através de seus terminais,
a menos que alguma corrente de fuga ou condução entre as placas permitir uma
equalização. Nestas condições, um capacitor carregado pode ser considerado como
uma bateria.

+ + + -!- + + +

/// . I I I I M
I l.l • M
I I I
J I I Placas de
Campo elétrico metal
M \ i i i i i i i i I
\ \ V '
\

.:àT''

Fig. 4-7

4.3 Energia armazenada pelo capacitor


Podemos, de fato, deduzir que uma vez que E^b movimenta alguma carga
em C na fig. 4-6a, algum trabalho foi feito e alguma energia foi despendida. Essa
energia, entretanto, não é dissipada como perda por aquecimento desde que não
há resistência. Em vez disso, ela é armazenada como tensão no campo elétrico
CAP. 4] CAPACITÂNCIA 83

entre as placas de maneira análoga a uma mola comprimida. Aenergia armazenada


em um capacitor é dada por

y = I CE^ (4-6)
onde C = capacitáncia em farads
Ec = voltagem do capacitor em volts
J = energia em joules (1 joule = 1 watt-segundo)
Se um resistor fosse agora conectado através do capacitor carregado da
fig. 4-7, um pulso de corrente apareceria até que as cargas nas placas fossem equali-
zadas. A energia armazenada no capacitor seria então dissipada como calor no
resistor.
Agora, trabalhe com o problema PS 4-4.

4.4 Geometria do capacitor


Como já mencionamos, a capacitáncia é manifestada por si só quando dois
condutores estão separados por um meio isolante. O valor exato da capacitáncia
depende de fatores, tais como a geometria dos condutores, o espaçamento entre
eles e a constante dielétrica {K) do meio isolante em que os condutores estão
imersos. Valores típicos de K estão listados na tabela seguinte.

Tabela 4-1 Valores típicos da constante dielétrica [K)

Vácuo 1
Ar 1
Vidro 4-7
Mica 7
Plástico (leve) 2-3
Plástico (pesado) 4-12

Normalmente, a detemunação da capácitáncia não é problema, porque as


unidades comercialmente disponíveis possuem um código de cores e marcas para
indicar o valor da sua capacitáncia. E se eles nãoestão marcados, existem aparelhos
de teste que podem ser usados para medição direta da capacitáncia.
Entretanto, situações freqüentes acontecem, onde não é a capacitáncia em
um circuito que nos interessa, mas onde, ao contrário, são outras formas sutis que
apresentam maior significação. Por exemplo, um paciente hospitalizado em uma
unidade de tratamento intensivo pode ser morto por capacitáncias extraviadas
entre os componentes usados para medidas diretas da atividade do coração. Ou
pode ser a capacitáncia de fuga, entre os circuitos de entrada e saída de um amph-
íicador de alto ganho, que provoque distorção na resposta de freqüência ou osci
lações parasitas.
84 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 4

Embora essas capacitâncias de fuga possam ser medidas com equipamentos


de teste, vale a pena, quando projetarmos ou analisarmos circuitos, adquirir alguma
familiarização com as fórmulas para determiná-las.^

Fig. 4-8

Para o caso de placas paralelas, como mostrado na fig. 4-8,

C= 8,82^ (n - \)pF (4-7)

onde C = capacitância em pF
A = área de uma placa em m^
n = número de placas
d = distância em m
d = espaçamento entre placas
Agora, trabalhe com o problema PS 4-5.

Fig. 4-9

' Para uma excelente discussão a respeito de capacitores, sua geometria e uma tabela
de constantes dielétricas, veja F. E. Terman, "Rádio Engineer's Handbook", McGraw-Hill
Book Company, New York, 1943.
CAP. 4] CAPACITÂNCIA 85

Para um fio condutor isolado (veja fig. 4-9) suspenso sobre um chassi de
metal (ou outro plano aterrado), cujas dimensões sejam suficientemente grandes
em relação ao fio condutor, a capacitância por metro é dada por
24,114 pF
C = (4-8)
m

onde C = capacitância em pF/m


h = altura em relação ao centro do fio sobre o plano de terra
d = diâmetro do fio

Agora, trabalhe com o-problema PS 4-6.

Fig. 4-10

A capacitância por metro entre dois fios paralelos situados a uma distância
h sobre um plano de terra e cujo diâmetro é desprezível em comparação com o
comprimento deles, conforme mostrado na fig. 4-10, é dada pela Eq. (4-9).
12,073 PP
C = (4-9)
2D 1 m
log]
d

onde C = capacitância em pF/m


D = distância entre fios
d — diâmetro dos fios
h = altura dos fios sobre o plano de terra
Para uma linha coaxial (concêntrica), como mostrado na fig. 4-11, a capa
citância por metro é dada por

2A,n4K pF
C = (4-10)
log,o(f) m
86 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 4

Fig. 4-11

onde C = capacitância em pF/m


K = constante dielétrica referente ao meio entre os condutores externo e
interno
D = diâmetro interno do condutor externo (malha)
d = diâmetro do condutor interno

4.5 Voltagem de trabalho do capacitor


Se a voltagem aplicada a um capacitor é continuamente aumentada, há um
ponto onde a intensidade do campo elétrico entre as placas ou condutores é
suficiente para romper o dielétricô. Quando isso ocorre, aparece uma faísca oü
descarga entre os condutores.
Em conseqüência, os capacitores possuem uma voltagem limite de trabalho
que não pode ser excedida. Essa voltagem de trabalho, usualmente, diminui com
a freqüência quando são aphcadas formas de onda senoidais ou periódicas.
A voltagem na qual ocorre o rompimento depende da temperatura, da umida
de e do dielétrico usado, tanto quanto da espessura do dielétrico. Infelizmente,
quando tentamos aumentar a voltagem de trabalho pelo uso de dielétricos mais
espessos, resulta uma menor capacitância, uma vez que as placas ficam situadas a
distâncias maiores. A voltagem de trabalho deve ser igual ou exceder o valor de
pico da forma de onda aplicada.
Os capacitores eletrolíticos também têm voltagem limite de trabalho, mas
essa deve ser igual ou maior que a voltagem de pico cc aplicada. Os eletrolíticos
não podem ser utilizados normalmente com voltagens ca, visto que a inversão de
polaridade despolariza a camada dielétrica. Se for necessário utilizar a grande capa-

T
Fig. 4-Í2
CAP. 4] CAPACITÂNCIA 87

citância inerente aos capacitores eletrolíticos com voltagem ca, é possível colocar
dois deles com os terminais negativos ligados entre si, como mostrado na flg. 4-12.
Desta maneira, quando a camada dielétrica despolariza em um, polariza no outro.

4.6 Coeficiente de temperatura da capacitância


Capacitância, como muitos parâmetros de circuito, é sensível à temperatura
e depende do material usado e da maneira pela qual o capacitor é construído.
Para informações específicas, os dados do fabricante devem se consultados.
Um coeficiente de temperatura da capacitância particularmente baixo e está
vel é obtido usando-se mica como dielétrico, com uma camada de metal deposi
tada em cada lado como placas.
Em alguns casos, o uso de capacitores com coeficientes de temperatura posi
tivos e de outros com coeficiente de temperatura negativos resulta em capacitores
equivalentes com coeficiente de temperatura desejado ou quase desprezível.'^

4.7 Capacitores em paralelo


Freqüentemente, os capacitores são conectados em paralelo, como mostrado
na flg. 4-13 (parte esquerda), o que se torna desejável para determinar a capacidade
equivalente da combinação, como mostrado à direita. Intuitivamente, podemos
imaginar que, conectando capacitores emparalelo, formamos simplesmente um capa
citor cuja área das placas é a soma das áreas individuais de cada placa e que, assim,
tem uma capacidade equivalente Ceq igual à soma das capacidades individuais,

Cgq = Cl + C2+ C3+ • • • C/v

. C/u =

Fig. 4-13

Para uma prova mais formal, podemos escrever para a fig. 4-13,
í) ôeq —Qi + Ô2 +03 + ••• + Ôtv
que simplesmente estabelece que a carga total em Cgq deve ser igual à soma das
cargas armazenadas nos capacitores individuais. Como, em geral,
2) Q = CE
4
A capacitância aumenta (diminui) com a temperatura quando o coeficiente de
temperatura é positivo (negativo).
ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 4

podemos reescrever (1) como


3) Ceq^" = C^E + C^E + C^E + •• • + CmE
Dividindo ambos os lados por E, resulta

4) Ceq = Cl + Q + C3 + •• • + Cat (4-11)

Note que capacitores em paralelo combinam de uma maneira análoga a resistores


em série.
Agora, trabalhe com o problema PS 4-7.

4.8 Capacitores em série


É importante também conhecer a capacidade de condensadores conectados
em série (C^q) como mostrado na fig.
ostrado na fig. 4-14. Para determinar
determinai devemos começar
com

1) E = El + £*2 + E^ -f • • • -f Ej\f

Assim

ôeq ...
2) Cn
'eq Cl

Ceq
1
Cl C2
+ C3
I

JjN
y
JLN
y
_i:n
nCi
y

Fig. 4-14

Agora a corrente / que flui através de cada capacitor é a mesma neste circuito série.
Desta forma, sobre qualquer intervalo de tempo í, a carga sobre cada capacitor é
a mesma e igual a / X í. Então podemos reescrever (2) como
It It
3) — + — -I- — -F +
-eq Ci C2 C3 Cn
CAP. 4] CAPACITÃNCIA 89

Dividindo ambos os lados por It resulta

'-'eq *-"2 *^3

Note que capacitores em série combinam de maneira análoga a resistores em


paralelo.
Como exercício, o leitor deve provar que, tomando dois capacitores ligados
em série, a capacitância equivalente deles é

5) Ceq (4-13)

que é análoga à expressão do produto pela soma de dois resistores em para


lelo (/?eq = "b -^l)*
Agora, trabalhe com os problemas PS 4-8 e PS 4-9.

4.9 Corrente do capacitor


Você se lembrará que a carga em um capacitor é dada por

1) Q = CE
Agora, se a voltagem muda de uma quantidade LE em um intervalo Aí, a mudança
correspondente na carga é Ag. Então

2) Ag = CCAA")
A variação média na carga devida à variação média de voltagem E no intervalo Aí
é expressa por

3)' M=cM
Aí Aí
Mas AQjAt é a corrente média que fluiu através do capacitorde maneiraa permitir
a variação de carga. Então, podemos escrever

4) =

Agora, se consideramos os valores instantâneos ao invés de valores médios, usamos


a notação seguinte

5)

para indicar a corrente do capacitor. A equação (4-15) é mais significativa para a


determinação do efeito dos capacitores nos circuitos.
A equação (5) relaciona a corrente no capacitor para uma variação na volta
gem do capacitor. Obviamente, se uma voltagem cc for aplicada através de um
capacitor, não haverá variação de voltagem e assim i = 0. Então, um capacitor não
90 ANALISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 4

permite fluxo de corrente cc. Os capacitores usados para bloquear a passagem de


corrente cc são chamados capacitores de bloqueio, enquanto os capacitores usados
para permitir fluxo de corrente devido a rápidas variações de voltagem são chama
dos capacitores de acoplamento ou bypass, dependendo da função deles.

4.10 O capacitor com exaltação senoidal


Suponha que temos um resistor alimentado por uma fonte de voltagem
senoidal, como mostrado na fig. 4-15út. A corrente é dada por

e as formas de onda resultantes e e / aparecem como na fig. 4-1SZ?.


Note que i em (1) depende apenas do valor de e e não da suà relação de
variação, e que as formas de onda de e e z estão em fase como na fig. 4-15Zz.
O correspondente diagrama de vetores está mostrado na fig. 4-15c.
Agora, vamos substituir o resistor por um capacitor conforme mostra a
fig. 4-16fl. Estamos tentando determinar a relação entre corrente e voltagem em.
um circuito capacitivo puro. A forma de onda de voltagem através de C deve ser
aproximadamente a mesma que a da fonte de alimentação (o gerador senoidal),

(a) (b)

ttílj -y.

180°

Fig. 4-15
CAP. 4] CAPACITÃNCIA 91

í I

(a) ib)

90°

'pci
0

\ , Fig. 4-16
^pc

(c)

e assim aparecerá como a forma de onda e na fig, 4-16Z). ,Ç que, entretanto, faz a
forma de onda de i aparecer como tal? Para determinar isso, vamos voltar aos
fundamentos [Eq, (4-15)] e lembrar que a corrente instantânea através de um
capacitor é dada por

1) i = c—
dt

onde deldt é a relação instantânea de variação da voltagem em função do tempo.


Em outras palavras, quanto mais rápida é a variação de e com o tempo (a curva
de e é mais íngreme) maior é a corrente instantânea. Note que é a amplitude da
variação de voltagem e não a amplitude propriamente que determina i. Desde que
uma rápida variação de voltagem produz uma grande corrente, poderíamos suspeitar
que a oposição que um capacitor apresenta a uma voltagem ca poderia diminuir
com o aumento da freqüência. A freqüência da voltagem aplicada é uma medida
da rapidez de variação de e com o tempo, e, desta forma, a relação instantânea
de variação da voltagem com respeito ao tempo é proporcional à velocidade angular
cü. Podemos ver também em (2) que i é proporcional a C.
Para analisar especificamente o formato da curva i no circuito da fig. 4-16a,
vamos utilizar a forma de onda e da fig. 4-16Ò e aplicaremos (2) nela. Vamos
iniciar considerando o tempo quando a forma de onda e passa por zero. Em
í = O, a inclinação de/dt da curva e assume o seu valor máximo, e em decorrência
i será máximo, como mostrado no ponto a. Note que, embora e = O, ainda temos
92 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 4

algum i, de fato o maior valor de Ê® À medida que a curva e cresce em amplitude,


sua inclinação (declividade) diminui até dejdt = Opara um tempo correspondente
a 7r/2 rad. Este ponto é o pico da curva e. Se dejdt = O, í = O, então a curva
/ passa pelo ponto b. Entre 7r/2 e vr rad a curva é negativa. Fisicamente, isso
significa que enquanto e está decrescendo na fig. 4-16a, i é negativo. Assim que
a curva e corta o eixo zero, ela mostra a sua declividade negativa; assim i em seu
pico negativo está no ponto c.
Raciocínio análogo localiza os demais pontos máximos, mínimos e cruza
mentos do eixo zero para o restante dacurva i. Os pontos intermediários poderiam
ser determinados através da inclinação da curva e, mas não iremos nos preocupar
com isso. No momento, admita apenas que a curva i será, realmente, uma curva
de co-seno.^ Isto é facilmente aceitável, uma vez que a curva i parece ser uma
curva seno deslocada de 90°. Este deslocamento de fase de 90° pode sermostrado
com nossos vetores rotativos (fasores) como na fig. 4-16c. Note que a corrente
está adiantada da voltagem de 90° todo o tempo, e isto, obviamente, é verdade se
consideramos valores rms, de pico ou instantâneos. Então os vetores de corrente
e voltagem da fig. 4-16c poderiam representar valores rms dei eE, respectivamente.

4.11 Susceptância capacítiva


Agora a lei de Ohm usada para circuitos ca e cc ou com qualquer outra
forma de onda. Todavia, ela deve ser modificada quando o circuito não é pura
mente resistivo. Para um circuito resistivo puro com voltagem ca aplicada,

onde G, você recordará, é a condutância (recíproca da resistência). O parâmetro


G na Eq. (1) é dado em dimensão de mhos, e isto representa quanta corrente
resulta para um dado E em um circuito, tal como o da fig. 4-15a. A condutância
é a medida de quão prontamente um resistor permite fluxo de corrente.
A situação análoga existe na fig. 4-16a excetuando-se apenas que o circuito é
puramente capacitivo. Como poderemos relacionar I e El Evidentemente, neces
sitamos de algum parâmetro análogo à condutância com a dimensão de mhos que
dará a medida de quão prontamente um capacitor permite fluxo de corrente.^
® Isto, é claro, não é necessariamente verdade no instante em que o circuito é ligado.
Todavia, uma vez terminado o transiente inicial após a ligação, as formas de onda assumem as
formas da fig. 4-16ò no estado de equilíbrio. Então, o que escolhemos para chamar instante
zero é um momento conveniente do estado de equilíbrio.
^ A prova de que a forma de onda i é uma curva de co-seno é rigorosamente mostrado
como segue:
de diEnc sen u>í)
i = C—=
dt
C P dt
, = wCE-pc
^
COS cuf
Deveria ficar claro que, quando falamos em corrente fluindo através do capacitor,
isso não significa um movimento de elétrons através do dielétrico isolante. Deve ser entendido,
propriamente, que o fluxo equivalente de elétrons é devido ao movimento dos elétrons para
uma placa, sendo repelidos pela outra. Assim, quando a voltagem varia e a carga é movimentada
para uma placa (chegando ousaindo), o capacitor aparenta permitir fluxo de corrente através dele.
CAP. 4] CAPACITÃNCIA 93

Vamos chamar esse parâmetro de susceptância capacitiva e dar a ele o símbolo


Bq. Que fatores determinam 5^? Bem, como em um capacitor

2) , =cf
vemos que quando C aumenta, i aumenta na mesma proporção direta. Além do
mais, para a maior relação dejdt obteremos o maior i, também em proporção
direta. Agora dejdt é relação de variação da forma de onda de voltagem, e intuiti
vamente podemos suspeitar que dejdt é dependente da velocidade angular co.
Isto mostra que

3) l^cl = wC (4-16úr)
Utilizamos o símbolo de módulo sobre Bc porque Bc é uma quantidade dirigida
(vetor). Lembre-se que / está adiantada de E de 90° em um capacitor. Assim, a
susceptância {Bc) deve ter a propriedade de causar uma rotação de fase de 90°
quando ela multiplica a voltagem. Podemos, matematicamente, produzir uma
rotação de fase escrevendo

4) ^c= Bcl_9^=ÍBc (4-16Ô)


O operador / é uma notação muito apropriada aqui, uma vez que a multiplicação
por / representa uma rotação de fase de 90°.
Agora, podemos escrever ajuntando os conceitos

5) I = {BcL^) E = ijBc) E (4-17)


Afastaremos um bom obstáculo por enquanto se conseguirmos compreender
que I e E são vetores defasados em quadratura. Parece intuitivamente plausível
que a corrente se adiante em relação à voltagem em um capacitor, uma vez que a
voltagem depende da carga acumulada, mas a corrente deve circular primeiro para
que haja acúmulo de carga.
Um diagrama vetorial que representa a susceptância ao longo do eixo /
(imaginário) e a condutância ao longo do eixo horizontal é chamado diagrama de

Diagrama de admitância
+iB

-íb

Fig. 4-17
94 ANALISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 4

admitância. Normalmente, um diagrama de admitância, como na fig. 4-17, é usado


para mostrar mais do que susceptância capacitiva apenas.
Agora, trabalhe com o problema PS 4-10.

4.12 Reatância capacitiva


Assim como a resistência é a recíproca da condutância, a reatância é a
recíproca da susceptância. A reatância capacitiva, que é dada pelo símbolo tem
as unidades de ohms e é uma medida da oposição que um capacitor apresenta ao
fluxo de corrente. Matematicamente,

1
1) Xc = (4-18)

como

2) ®c ~
1 . 1
3) Xc = -/ l^cl (4-19)
/coC ^ coC
De (3) vemos que

4) =•
(4-20)
ojC

Um diagrama vetorial no qual a reatância é colocada ao longo do eixo dos


imaginários, eixo (/'), e a resistência ao longo do eixo do número reais (horizontal) é
chamado diagrama de impedância. Da Eq. (4-19) vemos que seria representada
como mostra a fig. 4-18.

Diagrama de impedância
+/"x

-R-

-/•*

Fig. 4-18

Agora, trabalhe com o problema PS 4-11.


CAP. 4] CAPACITÃNCIA 95

4.13 Potência em um circuito capacitivo puro


Um capacitor puro não pode dissipar nenhuma potência. Para visualizar isso
mais claramente, considere a fíg. 4-19, onde as formas de onda de corrente e
voltagem de um capacitor estão representadas na parte superior da figura e a
forma de onda da potência instantânea, na parte inferior. A forma de onda p,
como previmos, é gerada ponto por ponto pela multiplicação das formas de onda
e e i.

Fig. 4-19

Obviamente, para í = O, p = O uma vez que e = O, e isto também é verdade


para 90, 180, 270 e 360°. Também, o produto ei é positivo de O a 90° (e e i
são ambos positivos) e de 180 a 270° (e e i são ambos negativos). No intervalo
de 90 a 180° e 270 a 360°, see ou / é negativo, a potência é negativa. Depreende-se,
então, que a forma de onda p tem freqüência dupla e para um circuito capacitivo
puro é simétrica em relação ao eixo zero. Fisicamente, o capacitor está armaze
nando energia quando p é positivo, e esta retorna à fonte quando p é negativo.
Agora, trabalhe com o problema PS 4-12.
96 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 4

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES

PS 4-1 Uma fonte de corrente constante alimenta um capacitor de 0,2-)uF


durante 0,03 s. Qual é a carga armazenada no capacitor e a voltagem até aquele
instante?

SOLUÇÃO
Q = /(Aí) = 0,5 mA(0,03 s) = 0,015 X 10"^ coul
g - Q- ^ coui_
coul 0,2 X 10"® F
PS 4-2 A voltagem através de capacitor de 0,05-)uF varia como mostrado na
fig. PS 4-2a. Esquematize a curva correspondente da corrente.
ec(volts)

f (ms)

ic (amps)

0.125 — 0.12

t (ms)

-0.275 -

Fig. PS 4-2

SOLUÇÃO
der Acc , oÜiíUí';p i.
lioíj !Üf;df?ií
CAP. 4] CAPACITÂNCIA 97

De í = O para í = /xs

5 V - OV
ic = 0,05 X 10"^ F 0,125 A
2 X 10"® s - Os

De f = 2/xs â t = 5 ns
5 V - 5 V
ic = 0,05 X 10"^ F = O A
5 X 10"^ s - 2 X 10"® s

De í = 5 a f = 7/xs

ic = 0,05 X 10"® F( = -0,275 A


^ ^ 2 X 10-^ s
De í = 7 a í = 9,5 jus

6 V
ic = 0,05 juF = 0,12 A
2,5 jus

A forma de onda resultante está mostrada na fig. PS 4-2b.


PS 4-3 A corrente através de um capacitor de 0,005 (jlF é dada pela forma de
onda da fig. PS 4-3a. Esquematize a forma de onda correspondente.

ic (mA)

t (jus),

ec (volts)

t (jus)

-2.5-

Fig. PS 4-3
SOLUÇAO
> _Q _ iciAt)
1) ec ç Q
98 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 4

De í = O a r = l ns, i(. = O e assim = 0.


De f = 1 a í = 2 /is, Aí = 1 ^ts temos = —25 mA. Então jg = —25 mA(l jus)
= —25 X 10"' coulomb. Assim, para í = 2 /rs,
^-25X 10-'^_
' 0,05 X 10"'
Esta corrente de carga constante produz uma inclinação na curva de voltagem.
Isto está matematicamente indicado na Eq. (1).
Deí = 2aí = 4)USO capacitor absorve uma carga dada por Q ——50 mA
(2 /rs) = —100 X 10"' coulomb. Assim, a voltagem sofre um aumento de

Ag..-100 X 10-' ,
' C 0,05 X 10-'
A voltagem resultante no capacitor é agora = —0,5 + (— 2,0) = —2,5 V.
Deí = 4aí = 5/iSO incremento de carga é AQ = 80 mA(l /rs) = 80 X 10"'
coulomb. Assim, Ae^ = AQ/C = 1,6 V. Então a voltagem resultante do capacitor
para í = 5 /rs é ~ 2,5 V 4- 1,6 V = —0,9 V. Se permanece em OmA, o
capacitor manterá esta voltagem (ver fig. PS 4-3b).

PS 4-4 Um soldador a ponto pequeno e de precisão usa a energia armazenada


em um capacitor para depositar a solda na junção a ser soldada. Se ele necessita
2,6 joules para formar a solda, determine a voltagem cc necessária para carregar
um capacitor a óleo de 4/rF até o nível desejado.
SOLUÇÃO
/ =I
/ 2(2,6)
Er = V/ ^C VL 4 X
à 10" 1,140 V

PS 4-5 Duas placas idênticas quadradas de metal são separadas por 0,003175 m
no ar. Se cada placa tem 0,03048 m de lado, determine a capacitância formada por
elas.

SOLUÇÃO Pela Eq. (4-7),

Ca 8,82-í^(« - l)pF

„„„ (1)(0,03048),
- 0,003175

PS 4-6 Seis polegadas de fio bitola 18, tendo um diâmetro de aproximadamente


1,02 mm, estão suportadas a uma altura aproximada de 2,54 mm. Estime a capaci
tância entre o fio e o plano de terra.
CAP. 4] CAPACITÂNCIA 99

SOLUÇÃO Esta configuração corresponde à fig. 4-9 e necessita a aplicação


da Eq. (4-8). Então

24,114
C =
m

+y'-(W)]
24,114 24,114
= 24,22 pF/m
logio [ 9,899] 0,9956

PS 4-7 Três capacitores, 1 juF, 0,7 juF e 1,2 juF são conectados em paralelo.
Determine a capacitância equivalente.
SOLUÇÃO Ceq = Cl + Ci + C3
= 1 iuF + 0,7 iuF + 1,2 juF = 2,9 juF

PS 4-8 Determine a capacitância equivalente se os capacitores do problema ante


rior são conectados em série.

1 111
SOLUÇÃO
'eq Cl Cj C3

1 juF
' +0,7^)uF+ '
1,2 juF

resolvendo para ^eq resulta


Ceq = 0,307/íF

PS 4-9 Determine Cgq na fig. PS 4-9.

Cl
0.01 íiF

—1^^ (>
Lcj
0.05 mF
Lc4
0.03 ÍiF
-C3
•^0.04mF
0— >

Fig. PS 4-9

SOLUÇÃO Primeiro determine a capacitância equivalente das combinações


série de C2 e C3. Então
100 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 4

C2 C3 (0,05) (0,04)
C23 — = 0,0222 iuF
C2 + C3 0,05 + 0,04

Tomando a combinação paralelo de C23 e C4, resulta

C234 — ^23 "b ^4 ~ 0,0522 juP


Tomando a combinação série de C234 e Ci, resultí

C1C234 (0,01)(0,0522)
= 0,00839 /uF
Cl + C234 0,01 4- 0,0522

PS 4-10 Qual é a corrente rms através de um capacitor de 5 pF se uma fonte de


voltagem senoidal de amplitude de pico de 15 volts e freqüência de 28 MHz
foi aplicada em seus terminais?
SOLC/ÇÃO
\Bc\ = coC = 2tifC = 27r(28 MHz) 5"pF
= 27r(28 X 10^ Hz)(5 X 10"^^ F)
= 8,796 X 10-"^ mhos
I = {jBc)E
= (8,796 X lO-y 90° mhos) 15/_0^ V = 13,2/90° mA

PS 4-11 Determine a corrente I no circuito da fíg. PS 4-11 se £" = 120 V a


60 Hz, Cl = 0,1 juF, C2 = 0,2 /rF, C3 = 0,3 /xF e C4 = 0,4 juF.
C3 = 0.3 /IF

120 X _JL_C
eoHzl W ^ 4/iF 0.1 /iF
C2
0.2/iF

Fig. PS 4-11

SOLUÇÃO Primeiro determinamos Cgq visto pela fonte. Então


C12 = Cl + C2 — 0,3 /xF
Q Q2
^23 — C, -f c = 0,15 juF
12

Qq = C4 + Ci23 = 0,55 juF


1 1
\Xc\ = = 4,82 kí2
wC 27:(60)(0,55 X 10"^
CAP. 4] CAPACITÂNCIA 101

Conseqüentemente, tomando E para um ângulo de referência de zero grau.


^_ £•/ 0° _ El{f _ 120 V
~ -jXc ~ Xc 1-90° ~ 4,82 kí2 /- 90^
= 24,9 mA/ 90°

PS 4-12 Prove que a potência média dissipada em um capacitor puro é zero.


SOLUÇÃO
1) p = ei
2) p = (£'pc sen coí)(fpc cos coí)
3)* p = £'pc/pcsen coí cos coí
Recordando que

4) sen (jc -I- ^) = sen a: cos y + cos x sen y


e fazendo

5) X= y = 6
permite-nos escrever como

6) sen (20) = 2 sen 0 COS 0


Todavia, de (6)

7) sen 0 COS 0 = sen 20

Fazendo 0 = cot, temos, por analogia com (3),

8)

Evidentemente, se a equação (8) fosse esboçada, seria representada por uma curva
de seno com freqüência dupla das curvas e ou / e valor de pico igual a Epç.Ipj2.
Uma vez que o valor médio de qualquer senóide é zero, não necessitamos esque-
mãtizar (8), mas podemos imediatamente concluir que a potência média P = 0.

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PA 4-1 O bulbo de neon ou válvula a gás GT na fig. PA 4-1 é um dispositivo


que se comporta como um circuito aberto até que a voltagem em seus terminais
se iguala a uma voltagem Ej chamada potencial de ignição. Uma vez atingido Ei,
o gás no bulbo ioniza-se e fica luminoso. Se Ei = 108 volts e C = 0,5 pF, determine
a corrente que a fonte de corrente / deve fomecer se o dispositivo GT deve entrar
em ignição 0,2 s após a chave .SIV ser aberta. Não se preocupe com o que acontece
apôs o dispositivo entrar em ignição.
102 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 4

RESPOSTA 270/1A

PA 4-2 Um capacitor de 0,05 /iF deve armazenar 1,2 joules de energia em uma
aplicação determinada. Qual é a mínima voltagem permissível de trabalho?
RESPOSTA 6,93 kV

PA 4-3 Determine a capacitância de uma seção de 3 pés de linha coaxial cons


truída com um dielétrico de plástico de constante A = 3 e cujas dimensões são
D = 0,2 pol (diâmetro intemo da malha externa) e d = 0,04 pol (diâmetro do
condutor intemo).
RESPOSTA 94,6 pF

PA 4-4 Determine a capacitância equivalente do sistema mostrado na fig. PA 4-4.


0.01 mF

,0.5pF

0.01 pF

0.03 pF ;0.04pF

Hf-
RESPOSTA 0,00647 /xF

PA 4-5 Que voltagem é desenvolvida através de um capacitor de 22 pF quando


é ahmentado por uma fonte de corrente de 0,1 mA e 15 kHz? Desenhe um
diagrama vetorial com a corrente a um ângulo de referência de zero grau.

/ = 0.1 mA

^0°f '

' E = 48.2 V

RESPOSTA Veja fig. PA 4-5.


CAP. 4] CAPACITÃNCIA
103

PA 4-6 Determine a voltagem através de Cj na fig. PA 4-6.

C, = 2/íF

120 V
60 Hz

RESPOSTA E2 = 80 V/^ ^
PA 4-7 Determine a corrente através de C5 na fig. PA 4-7.

0.1 íiF 0.06 uF


0.01 uF
40 V
200 Hz

C4
0.02/íF 0.008/íF

RESPOSTA Is = 39,6/90° juA

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 4-1 A corrente em um capacitor de 0,5 fxF é dada pela forma de onda da


fig. P 4-1. Determine a voltagem do capacitor em 1,5 e 2 s.

/ (amps) 0.5
104 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 4

P 4-2 Um capacitor de 2-juF deve ser carregado de maneira a armazenar 3joules


em 5 s. Determine a corrente de carga média e a mínima voltagem de trabalho.
P 4-3 Dois discos circulares de metal tendo um diâmetro de 2 pol são separados
por 0,05 pol de ar. Qual é a carga no capacitor se ele está conectado através de
uma fonte de 50 volts cc? Qual é a voltagem através dele?

P 4-4 Suponha que desconectamos a fonte de 50-volts do capacitor no problema


anterior e separamos as placas para cerca de 2 pol. Suponha que fizemos isso
sem permitir nenhuma perda de carga. O que acontece?
P 4-5 Que capacitância deve ser conectada em série com um capacitor de 4-^F
para resultar em uma capacitância equivalente de 2,5 ^F?
P 4-6 Qual é a reatância de um capacitor de 180-pF em 10,7 MHz?
P 4-7 Que capacitância énecessária em 20 kHz para uma reatância de 500 ohms?
P 4-8 Que capacitor deve ser usado através de uma fonte 120-yolts 120-Hz de
forma a drenar uma corrente de 3 A?

P 4-9 Determine a corrente em C3 na fig. P 4-9.

C, = 3 íxF

120 V
60 Hz
5 Indutâncía

• Vimos anteriormente que a resistência é a propriedade de um circuito que


causa uma oposição ao fluxo de corrente, enquanto a capacitância é uma proprie
dade do circuito que causa uma oposição à mudança de voltagem.

5.1 Indutâncía

Agora vamos investigar um terceiro parâmetro de circuito chamado indu-


tância. A indutância, dada pelo símbolo L, é medida em uma unidade chamada
henry e é a propriedade de um circuito que causa uma oposição à mudança de
corrente (variação). Ou, em outras palavras, a corrente através de um indutor não
pode mudar instantaneamente.
Para ilustrar o efeito da indutância do circuito, primeiro considere a fig. 5-ia.
Se a chave é fechada em tQ, e = E, q st z. caixa contém uma resistência pura,
a corrente cresce imediatamente com a voltagem para um valor máximo deter
minado pela lei de Ohm. Isto está mostrado na ílg. 5-1 ô. Entretanto, se a caixa,
ao contrário, contiver um indutor, a corrente não crescerá imediatamente para o
valor máximo como acorítece com o resistor, mas, ao invés disso, aumentará grada-
tivamente como mostrado na fíg. 5-lc. Em teoria, ela continuaria subindo sem
limites e com a mesmainclinação. Entretanto, na prática, uma inevitável resistência
interna de fonte de voltagem e dos fios de conexão leva a corrente a se aproximar
de um valor limite.
Fisicamente, qualquer comprimento de condutor possui alguma indutância
associada. Se o condutor está enrolado formando uma bobina, a indutância é
intensamente aumentada. Isto é devido ao fato de esse parâmetro estar relacionado
106 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 5

ia)

(b) (O

Fig. 5-1

com o campo magnético no condutor, e, enrolando-o sob a forma de bobina,


concentra-se o fluxo em seu interior, aumentando assim a indutância,^ A indu-
tância é aumentada ainda mais colocando-se um núcleo de ferro dentro da bobina,
o que contribui para uma maior concentração do fluxo magnético.
O símbolo para a indutância é L, e algumas representações esquemáticas
estão mostradas na fig. 5-2.

Núcleo Variável Núcleo


de ar de ferro

Fig. 5-2

5.2 Voltagem induzida


A voltagem que é desenvolvida através de um indutor depende da variação
do campo e fluxo magnético que o envolve. Por exemplo, na fig. 5-3, se seguramos
o ímã na posição fixa mostrada em relação à bobina, o voltímetro marca zero.

^ O campo magnético é imaginado como um conjunto de linhas de fluxo que saem de


um pólo norte e chegam a um pólo sul.
CAP. 5] INDUTÃNCIA 107

/ v\// -X

' Í.Jl-í:

Fig. 5-3

Isso deve-se ao fato de que a bobina é influenciada pelo fluxo magnético que,
por convenção, é suposto como saindo de um pólo norte (N) e terminando em
um pólo sul (S). Ele marca zero, porque o fluxo não está em movimento em
relação à bobina.^
Agora, se empurrarmos repentinamente o ímã em direção á bobina (ou a
bobina em direção ao ímã), resultará em uma deflexão momentânea do voltímetro,
que cessa quando pára o movimento, Se movimentarmos o ímã para trás afas
tando-o da bobina, o voltímetro novamente deflectará, mas em direção oposta,
O ponto mais interessante desta experiência é que, apenas quando houve uma
variação de campo magnético, verificamos uma voltagem desenvolvida (ou
induzida) através da bobina,
O campo magnético não necessita provir de um ímã permanente. Ao contrá
rio, poderíamos utilizar o princípio de que qualquer bobina percorrida por uma
corrente possui um campo magnético em tomo dela. Então, na fig, 5-4 temos Li
e L2 rigidamente acopladas, de forma que, quando fechamos a chave e a corrente
começa a fluir em L2, o crescimento do fluxo magnético em L2 influencia Li.
Desde que o campo esteja crescendo (em movimento), uma voltagem é induzida
em Li - Quando a corrente em L2 finalmente atinge seu valor máximo, o campo
torna-se fixo (invariável) e nenhuma voltagem é induzida em Li, de forma que a
leitura do voltímetro volta a zero, Se a chave é reaberta, o campo sobre Zj é

Fig. 54

Isto está grosseiramente simplificado, mas desejamos evitaros detalhes da lei de Lenz,
conceitos de fluxos concatenados etc,, nesta discussão.
108 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 5

interrompido e, ao diminuir rapidamente até zero, influencia novamente L^. Isto


induz novamente uma voltagem em Lx, embora de polaridade oposta.
Quando a voltagem através da bobina é devida ao fluxo variável produzido
pela variação de corrente na própria bobina apenas, dizemos que a voltagem que
aparece é auto-induzida (ou força contra eletromotriz —fcem), e a indutância
é chamada de auto-indutância. Quando a voltagem da bobina em questão é devida
à variação de corrente em uma bobina diferente, falamos de indutância mútua.
Isto será explorado mais tarde no capítulo sobre circuitos acoplados.
Depreende-se que a voltagem através de um indutor é dada por

1) . = (5-1.)

onde e, a voltagem instantânea auto-induzida, está em volts; Z, é a indutância


em henries; e dijdt é variação instantânea da corrente com o tempo em ampères/se-
gundo.
Se, ao invés de valores instantâneos, escolhemos para considerar valores
médios de variação de corrente em relação ao tempo (Az/Aí), a voltagem e vem a
ser a voltagem média desenvolvida durante um intervalo Aí, e a Eq. (1) pode ser
reescrita como

2) (5-li)

A significação da Eq. 5-lh (ou 5-lfl) é dupla. Primeiro, ela mostra clara
mente que a voltagem do indutor existe somente quando a corrente do indutor
está variando. Uma corrente em equiliT)rio, não importa quão grande, resulta em
nenhuma voltagem através de um indutor ideal (resistência nula). Segundo, não
tão obviamente, implica que a corrente em um indutor não pode mudar instanta
neamente. Istose torna mais evidente se resolvemos (2) para Az, obtendo^

3) Ai=j-(At)
A equação (3) diz-nos que se Aí = O, Az = O, o que significa que nenhuma
variação de corrente ocorre sem que algum tempo tenha passado.
De um ponto de vista físico, isso não se verifica devido ao fato de que um
indutor se opõe a uma mudança de corrente através dele, e o faz desenvolvendo
uma voltagem auto-induzida que é de polaridade tal, que se opõe à mudança de
corrente. Para apreciar a mecânica disso, considere a fig. 5-5a, onde temos repre
sentados alguns sentidos de voltagem e corrente nos terminais do indutor. Se / é
constante, então i = I é também constante e e = 0.
Agora vamos considerar a fig. 5-5b, onde a possibilidade de uma mudança
em z é devida à componente ± Az na fonte de corrente considerada. Um Az
positivo significa um aumento de z, que está indicado por uma flecha de corrente

^ Para o leitor familiarizado com cálculo, i = t I {e)dt.


CAP. 5] INDUTÂNCIA 109

+ A/

/=/

—o—

0 e = 0
/ ± Ai

(a) (6)

A/ Ai

e = +

/ + A
©'-^'

(O (í/)

Fig. 5-5

enquanto um decréscuno de corrente fornecida pela fonte é indicado por


um Ai negativo e uma flecha - A/ oposta ao sentido de /. Assim, ±Ai representa
simplesmente alguma variação sobre o valor médio de I. Em determinado instante,
temos uma variação i Ai, e encontraremos uma voltagem induzida na bobina,
que pode ser representada por uma fonte de voltagem incluída no circuito da
mesma. Assim, na fig. 5-5b temos o indutor separado em duas partes de forma a
inserirmos nossa fonte fictícia de voltagem auto-induzida.
Agora vamos ver como determinamos a polaridade da voltagem auto-induzida.
Considere a fig. 5-5c, onde supomos que existiu um Ai positivo. Um Aí positivo
significa que, em adição a /, uma outra componente de corrente. Ai, está tentando
ser estabelecida na bobina. A bobina tentará se opor a esse Ai desenvolvendo
uma voltagem de polaridade tal, que esta force uma corrente na direção oposta a
Aí. Este sentido de corrente está indicado pela linha pontilhada na fig. 5-5c. Para
a fonte de voltagem auto-induzida forçar a corrente nessa direção, ela deve desen
volver a polaridade mostrada, e assim e oscila positivamente por L(AijAt) volts.
Em seguida, considere a diminuição na corrente forçada pela fonte de
corrente. Isto está indicado na fig, 5-5d pela flecha Aiindo em oposição ;à flecha
110 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 5

I. Uma vez que isto significa que a corrente do indutor i está diminuindo, a
voltagem auto-induzida assumirá uma polaridade tal, que forçará uma corrente
na direção da flecha pontilhada. A flecha pontilhada de corrente representa a
componente de corrente Ai e, assim, tenta impedir a corrente i de variar. Para
uma corrente na direção da flecha pontilhada, o indutor deve desenvolver a pola
ridade indicada através da fonte de voltagem auto-induzida. Note que, neste inter
valo, e é negativo. Você notará que, nesses exemplos, é apenas a direção de Ai
que determina ei. A direção da componente no estado de equilíbrio (7) é sem
conseqüência.
Agora, trabalhe com os problemas PS 5-1, PS 5-2 e PS 5-3.

5.3 A corrente do indutor

Em algumas ocasiões, podemos estar interessados na corrente através do


indutor. Se a voltagem através de um indutor permanece constante, como na
fig. 5-6a, a corrente resultante tem uma forma de onda como uma rampa, cuja
inchnação é facilmente verificada na Eq. (5-lZ>) resolvida para Aí/Aí. Então
Aí ^bb
(5-3)
1) Ã7 L

e a corrente em qualquer instante é

2) í = {-j^]At + Io (54)

ia)

Fig. 5-6

Você pode reconhecer que a expressão acima apresenta a forma de uma equação
da linha reta, Y = mx + b, onde b = Iq, que representa uma corrente inicial
anterior ao início de At. Na fig. 5-6a, Iq = 0.
Suponha que a voltagem aplicada ao indutor não seja constante. O que
acontece? Essa situação pode aparecer se um resistor é conectado em série com
CAP. 5] INDUTÂNCIA 111

Oindutor, como na fíg. S-la. Ainda que seja uma constante, a voltagem
através de L não precisa ser, uma vez que ela iguala E^b menos a voltagem
através de R. Para analisar este circuito, vamos começar no instante íq quando a
chave fecha, conforme mostra a fig. 5-lb.

1
1
1
1
1 'max
1
1

(b)

Fig. 5-7

Uma vez que a corrente do indutor era zero antes de fechar a chave e
desde que ela não pode mudar instantaneamente, segue que / = Ono momento após
o fechamento da chave (to). Com / = O, c/j = Oe = Ebb - sr = Ebb-
Podemos ainda determinar a inclinação inicial do aumento de corrente neste
circuito a partir das leis de Kirchhoff, como segue:
1) ^bb -

2) ^bb =L^ +Rí (5-5)

Desde que para t — , i —O, podemos resolver (2) para di/dt, para obter

3)
di _^bb
dt L (5-6)
como a inclinação inicial da corrente dada pela curva da fig. 5-lb.
Como a corrente cresce, a queda de voltagem aparece através de R e assim
menos voltagem é deixada para a bobina. A natureza exata dessa situação não nos
interessa aqui.'* É suficiente dizer que, em algum tempo, a corrente se aproximará
de um valor limite Ebb/R-
Uma ampla consideração sobre circuitos envolvendo formas de onda arbi
trárias e indutores, indutores e resistores, e/ou capacitores está fora do escopo
deste livro, que é fundamentalmente dirigido para a resposta desses parâmetros
de circuito com excitação (alimentação) senoidal.
Agora, trabalhe com o problema PS 54.
^ Ver qualquer livro dedicado à análise de transitórios ou cap. 3 de Cutler "Electronic
Circuit Analysis - Passive Networks", McGraw-Hill Book Company, New York, 1960.
112 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 5

5.4 Armazenamento de energia no indutor


Um indutor armazena energia em seu campo magnético conforme dado pela
relação
J = VlI^ (5-7)
onde J = energia em joules
L = indutância em henries
/ = corrente do indutor em ampères.

Um indutor ideal ou sem perdas (sem resistência) é similar a um capacitor


no sentido de que este não pode dissipar energia em forma de calor. Quando A/
é positivo, o campo magnético da bobina cresce. Quando i é constante, o campo
é constante com uma energia armazenada dada pela Eq. (5-7). Se Az é negativo,
de forma que a corrente do indutor esteja decrescendo, o campo diminui e a
energia armazenada é devolvida à fonte que estabeleceu a corrente. Em nenhum
caso a energia é perdida em forma de calor devida a uma perda RI em uma
indutância pura.®
Agora, trabalhe com o problema PS 5-5.

5.5 Geometria do indutor

A auto-indutância de um condutor ou bobina é sempre de interesse. Em


geral, a indutância de uma bobina é dada pelos dados do fabricante ou, se neces
sário, podemos medir L com um equipamento apropriado de teste. Se nenhum
desses meios for possível, podemos encontrar informações relativas à bobina ou
indutância do condutor para vários formatos de bobina, materiais de núcleo,
número de espiras etc. em manuais.® Este tipo de informação de manual é,
na maioria das vezes, disponível se temos de projetar uma bobina ou estimar
indutâncias parasitas nos fios de alguns circuitos eletrônicos. Normalmente, aindu
tância de fios curtos não nos preocupa particularmente, mas muitos circuitos
eletrônicos modernos operam em velocidades tremendas, e variações de corrente de,
digamos, 15 mA em 0,5 jus são muito comuns. Veja que 15 mA/0,5 /^s éum Az/Af
de 30.000 amps/s! Sob essas circunstâncias, voltagens relativamente grandes podem
aparecer ao longo dos fios de conexão devido à sua indutância. Isso pode, em
alguns casos, interromper completamente a própria operação de um circuito de
alta velocidade. Assim, é de algum interesse examinar a indutância de algumas
configurações se quisermos considerar as amplitudes envolvidas.
Todas as equações nas discussões a seguir dão a indutância de baixa fre
qüência aproximada para a configuração em questão. Aindutância de alta fre
qüência tende a ser algo menor devido ao efeito Skin.

Estamos supondo perda desprezível devida à radiação eletromagnética quando o


campo varia.
raria.
® F-E.
F,E Terman, "Radio Engineer's Handbook", McGraw-Hill Book Company, New
York, 1943.
CAP. 5] INDUTÂNCIA 113

A fig. 5-8 ilustra um comprimento de um condutor circular isolado. A


indutância deste fio em )uH é dada por

£=0,2/ [( 2,303 logio -j)- 0,75] mH (5-8)

com l Q d em metros.

s
Fig. 5-8

Para dois condutores idênticos conduzindo correntes em sentidos opostos


(mostrados na fíg. 5-9) e separados por uma distância D que é muito grande
comparada com os seus diâmetros, a indutância equivalente de ambos é dada por

L=QM [( 2,303 log.o - y],.H (5-9)

onde l Q d estão em metros.

i
a
Fig. 5-9

A equação (5-9) não funciona para uma espira conectada nos extremos. Se
o link está perpendicular aos dois condutores, a indutância do link deve ser
calculada pela Eq. (5-8) e a indutância, adicionada àquela dada pela Eq. (5-9).
A fig. 5-10 mostra uma bobina de simples camada (solenóide). A indutância
(em mH) é dada pela equação seguinte com 1% de precisão se l > 0,8r.
r^N'^
L ^ 39,37 /iH (5-10)
9r + 10/
114 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 5

onde N = número de espiras


r = raio em metros
l = comprimento do enrolamento

Fig. 5-10

Esta é uma configuração muito comum e freqüentemente desejamos saber


quantas espiras (TV) devem ser usadas para obtermos um dado L com um raio r
suposto e / (usualmente determinado por alguma forma de bobina disponível).
Nestes casos, podemos resolver a Eq. (5) paraN, para obter
L{9r + 100
N = (5-11)

Agora trabalhe com os problemas PS 5-6 e PS 5-7.

5.6 Indutores em série

Se indutores são conectados em série como mostrado na fig. 5-11 e se


nenhum acoplamento existe entre seus campos magnéticos (indutáncias mútuas
= 0), a indutância equivalente é dada por
= Li + L2 + ^-3 + ••• + Li\f (5-12)
1) 'eq

Note que indutores em série são análogos a resistores em série.


Ly Z.2 ^/V

° Z.eq = Z.1 + t2+ - •

Fig. 5-11

Podemos provar a Eq. (5-12) com a ajuda da fig. 5-12. Claramente, para a
figura da esquerda.

2) £ = ^1+62+63
CAP. 5] INDUTÃNCIA 115

3) « A+^2 dt +^2 - (il +ij +ij)-^

A E e-

'y
A
[ e-

y
ly
I ®
y
Fig. 5-12

E para a parte direita da figura,

, di
4)
« - •^•eq dt
Se os circuitos forem equivalentes conforme estão supostas as condições terminais
tem-se '

5) L — —I — 4- / 4. r
"'dt

Dividindo por di/dt, resulta a Eq. (5-12).

5.7 Indutores em paraleio


Quando indutores são conectados em paralelo, como na fig. 5-13, e sem
acoplamento magnético entre eles, a indutância equivalente é dada por

^=y+y+y+...+^
'eq Ln
(5-13)

Note a semelhança entre a Eq. (5-13) e a referente a resistores em paralelo.


Para verificar aEq. (5-13), podemos escrever para aparte esquerda da fig. 5-14
1) h + Í2 + /a
Conseqüentemente, a relaçao pela qual i varia com o tempo é a soma das relações
individuais. Então
ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 5
116

_L = J_ + JL +J L
^eq 1-1 ^2 1-3

Fig. 5-13

di _ dii ^ dÍ3
2) dt dt dt dt

Agora, em geral, e = Lidijdt), da qual


di _ e
3) dt~ L

e ii /, ^23 '2 L3< = ^ ^

Fig. 5-14

Uma vez que em um circuito paralelo e é o mesmo através de todos os indutores,


ou através do indutor equivalente mostrado na parte direita da fig. 5-14, podemos
substituir (3) em (2) para obter

4) Li Lj L3
'eq

Dividindo a equação (4) por e, resulta a Eq. (5-13).


Agora, trabalhe com os problemas PS 5-10 e PS 5-11.

5.8 Indutores com alimentação senoidal


Para estudar a resposta de um indutor para alimentação senoidal, vamos
supor que o indutor da fig. 5-15fl está sendo alimentado por uma corrente senoidal
i =/pc sen coí. Aforma de onda de i está representada na fig. 5-15Zj. Oproblema
é determinar e, a voltagem da, bobina.
CAP. 5] INDUTÂNCIA 117

i —^pc
0 L< e=L^
/

ia)

f'
/

(c)

Fig. 5-15

Uma vez que e = Lidijdt) e dijdt é a inclinação da curva i, vamos examinar


a inclinação da curva i e tentar deduzir a curva de e. ^ Então, para a origem,
a inclinação da curva i é máxima e, por isso, e é máximo, enquanto para 90° a
inclinação da curva i é zero embora i seja máximo. Para 180°, a inclinação da
curva i é um máximo e negativa. Assim, a curva e é máxima e negativa. Para
270°, a curva / tem inclinação zero novamente, o que significa e = 0. Para 360°, a
inclinação da curva i é novamente máxima e positiva como na origem, de maneira
que e é novamente positivo e máximo.
Pode ser rigorosamente mostrado por métodos de cálculo que a curva e
será um co-senóide - que é uma curva de seno deslocada de 90° - e os pontos
da curva e previamente determinada estão certamente provando isto.
Note que a forma de onda e está avançada da forma de onda i de 90°; isto,
é o inesmo que dizer que a forma de onda i está atrasada da forma de onda è
de 90°. Isto está refletido no diagrama vetorial da fig. 5-15c, onde E e I são os
valores rms.

O estudante que conhece bem cálculo pode imediatamente proceder à diferenciação


de i = /pg sen ceí para obter di/dt —cj/pc cos cj/. Portanto, e —Lto/pc cos wí —
wZ,/pc sen (ují -f 90°), onde loL é o valor da reatância indutiva.
118 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 5

5.9 Reatâncía indutiva

Pela lei de Ohm, sabemos que a voltagem de um indutor em um diagrama


vetorial conforme 5-15c é dada por

1) E = {XlÍ^)1
onde aquantidade (Xr / 90°) deve ser as dimensões de ohms se for para resultar volts
quando multiplicada pela corrente. Esta quantidade, que representa a oposição
de um indutor para uma corrente senoidal, é chamada reatância indutiva, Xi.
Intuitivamente, podemos suspeitar que, desde que a voltagem noindutor é propor
cional a L e à relação da variação de corrente e desde que a variação de corrente
depende de cc, Xi deveria ser proporcional ?l co e L, o que de fato é verdade.
Especificamente,
1X^1 = coL = InfL (5-14)
2)
Todavia, existe mais a respeito disto. Note que na fig. 5-l5cE está avançado
de / de 90°. Isto significa que, multiplicando I pela reatância indutiva, devemos
ter também o efeito dado na parte direita da Eq. (1), um deslocamento de fase de
-l- 90° de forma a resultar E a 0°. Uma vez que a multiplicação pelo operador /
•efetua uma rotação de fase de 90°, a descrição completa de uma reatância indutiva é
Xi =/Xi =XlL9^ (5-15)
3)
Então

E = OXi)l = (Jr/./90°)l (5-16)


4)
e para a fig. 5-15c,
5) E= g/ 0° = (X,. 190°)(/ /- 90°) = XlII 0°
Um diagrama vetorial que representa a reatância indutiva ao longo de um
eixo (imaginário) "fy e a resistência ao longo do eixo real e chamado um diü^attia
de impedânciã. Isto está mostrado na fig. 5-16ú!. Desde que a reatância capacitiva
foi plotada ao longo do eixo podemos usar os eixos imaginários de forma que
as reatâncias apareçam como na fig. S-\6b.
Diagrama de impedáncia Diagrama de impedáncia

+/X -f/Xi.

i ,

-R-

-IX -ixc

(a) (à). •jjíi- íf:riii.:íí j, iJ


Fig. 5-16 iníí<| o i .'j!- 'iq •
'ÍK:' V ,,: r,
Agora, trabalhe com o problema PS 5-12.
CAP. 51 INDUTÂNCIA 119

5.10 Susceptância indutiva


A recíproca da reatância indutiva é a susceptância indutiva. Então
1 1
Bz = = B,,/-90° = -ÍBl (5-17)
jXi XjJ90'
onde Bi está em mhos, desde que Xi esteja em ohms.
A susceptância indutiva pode ser representada em um diagrama de admi-
tâncias, como mostrado na fig. 5-17. Uma vez que a susceptância capacitiva foi
escrita com -\-jBc e a susceptância indutiva é —jBi, é conveniente marcar os eixos
imaginários +jBc e —]'Bi, como mostrado. O eixo horizontal ou dos números
reais, é novamente condutância G = IjR.
Agora, trabalhe com o problema PS 5-13.
Diagrama de admitáncia
i^c

-G-

-ÍBl

Fig. 5-17

5.11 Potência em circuitos puramente indutivos


Um indutor puro não pode dissipar potência. Para ver isso mais claramente,
considere a fig. 5-18, onde as formas de onda de voltagem e corrente de um
indutor estão esboçadas na parte superior da figura e a forma de onda dapotência
instantânea, na parte inferior. Note que í está atrasada de e 90°, conforme é
característica de um indutor. A forma de onda p é novamente gerada ponto por
ponto pela multiplicação das curvas e e i.
Claramente para t = O, p = O desde que e = O, e isto é também verdadeiro
para 180° e 360°. O produto ei também pode ser zero para 90 e 270°, quando a
curva i cruza o eixo zero. Então a curva p tem pontos nulos para O, 90, 180, 270
e 360°, o que está indicado pela freqüência dupla da curva p da fig. 5-18. Note
que a curva p é simétrica ao eixo zero e portanto tem valor médio igual a zero.
Isto significa que uma indutância pura não dissipa potência. De um ponto de vista
físico, o indutor absorve potência quando p é negativa, mas retorna esta energia
armazenada quando p se torna negativa.
Para uma prova formal de que a curva p é uma senóide de freqüência dupla,
trabalhe com o problema PS 5-14.
120 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 5

Fig. 5-18

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES

PS 5-1 Que voltagem será desenvolvida através de um indutor de 6 mH se a


corrente através dele varia 45 mA em 30/rs?
SOLUÇÃO Ai
e = L
At

PS 5-2 Qual é a indutância da bobina, se fechando a chave na fig. PS 5-2a,


obtemos a forma de onda de corrente da fig. 5-2bl

4 mA —

0,1 ms

(a)

Fig. PS 5-2
CAP. 5] INDUTÂNCIA 121

SOLUÇÃO
di
1)

Resolvendo para Z,,

12 V
2) L = = 0,3 H
di/dt 4 X 10-^/0,1 X 10"^ s

PS 5-3 Determine a voltagem do indutor na fig. PS 5-3a se a corrente do indutor


tem a forma de onda i da flg. PS S-3b1
SOLUÇÃO De í = Os até í = 1 s, di/dt = O e então e = 0. De í = 1 s até
t = 2 s, di/dt = —4A/1 s. Então

e=£f=0,2H(-^)=-0.8V

0.2 H

Em direção
f oo

(b)

Fig. PS 5-3

De í = 2 s até t = 3 s, di/dt = O e então a = 0. Para í = 3 s, di/dt = 4- °o, desde


que a inclinação é vertical. Então, e saltaria, pelo menos em teoria, para infinito.
Na prática, a capacitância inevitável do circuito impede uma variação instantânea
de voltagem e, ao contrário, veremos uma grande ponta. A forma de onda resul
tante de e está plotada abaixo da forma de onda de i na flg. PS 5-3.

PS 5-4 Determine a corrente em um indutor de 0,8 henry 3 s após uma fonte


de 24 volt cc ser conectada através dele. Suponha uma corrente inicial do indutor
igual a zero.
122 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 5

SOLUÇÃO C
- JLir AL
At

Portanto

Ai =-f Ar
24 V

Desde que existe uma corrente inicial nula, i = Ai = 90 amps.

PS 5-5 Uma bateria de 12 volts está conectada através de um indutor de


10 henry sem perdas. Quanta energia estará armazenada no indutor no final de 4 s?
SOLUÇÃO
i = Ai = Y (Aí)
12 V

J = = f (10)(4,8^) = 115 J
PS 5-6 Determine a indutância de um fio reto bitola 18 (diâmetro igual a
1,02 mm) de 10 cm de comprimento.
SOLUÇÃO
í
L= 0,2/ (^2,303 logio ^4/ - 0,75 \j iiH = 0,107 /rH
PS 5-7 Qual é a queda de voltagem através de um fio de comprimento 10 cm
do problema anterior se a corrente através dele varia 15 mA em 0,5 /xs?
SOLUÇÃO
Ai 15 mA
= 30.000 A/s
Aí 0,5 /is

e=L-^= (0,107 X10-^ H)(3 X10^ A/s) =3,21 mV


PS 5-8 Qual é a indutância equivalente dos indutores de 1,8 H, 2 H, 3 H e 5 H
conectados em série?

SOLUÇÃO
Leq = + La + ^3 + Á4 == 1,8 + 2 + 3 + 5 = 11,8 H
PS 5-9 Determine a voltagem através de La na fig. PS 5-9 para í = 0,01, 0,1,
1 e lOs.

SOL UÇÃO Primeiro encontramos


1) Ágq = Lj + La = 0,9 H
CAP. 5] INDUTÃNCIA 123

0.3 H

0.6 H

Fig. PS 5-9

Então de
iCiííO

Ai
2) e ^ L
At

obtemos
ll:JÍ

Ai Ebb 45 V
3) 50 Ah
Aí L Z-eq 0,9 H
Note que AijAt é uma constante e
Ai
4) ^2 = -^2 -^ = 0,6 H(50 A/s) = 30 V
e uma vez que AijAt é uma constante, 62 = 30 V para todos os valores de t.

PS 5-10 Indutores de 2,3 e 6 mH são conectados em paralelo. Determine a


indutância equivalente.
SOLUÇÃO
1
= — -b — -b -^ = ' +3mH
^+ '
'eq Li L2 L3 2mH 6mH

OU

Z/gq —1 mH

PS 5-11 Em Z-o, determine a corrente 20 ms após a chave ser fechada na


fig. PS 5-11.
SOLUÇÃO Uma aproximação é reconhecer que uma vez que o circuito é pura
mente indutivo, a corrente da bateria será uma rampa dada por

^hb ^bb 45 V
1) At ~ L,^eq 'eq
124 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 5

0.2 H

0.6 H 0.3 H

Fig.PSS-ll

onde

L.L
2) ieq = + £3
2^3
0,2 H + 0,2 H = 0,4 H

Substituindo (2) em (1) resulta

^ibb 45 V
3) = 112,5 A/s
Aí ~ 0,4 H
A voltagem através de Lj é

4) ei = Z,] 0,2 H(112,5 A/s) = 22,5 V


^ Aí

Então

5) ea = - ei = 45 - 22,5 = 22,5 V

O aumento de corrente em Z-a é então

A/a ea 22,5 V
6) = 75 A/s
Aí Z-a 0,3 H

Assim, em 20 ms,

7) A/a = 75 A/s(20 X 10"^ s) = 1,5 A


Desde que o instante anterior a /a no fechamento da chave era O,

/a = A/a = 1,5 amp em 20 ms.

PS 5-12 Determine a corrente I5 na fig. PS 5-12a.


SOLUÇÃO Uma aproximação é escrever algumas.equações de circuito. Todavia,
um método mais fácil é apUcar o teorema de Thévenin para remover temporária-
CAP. 5] INDUTÃNCIA 125

60 mH 30 mH

36^° V
f= 2l<Hz

40 mH 60 mH

ia)

^5

(ó) (c)

Fig. PS 5-12

mente Lg e então thevenizar à esquerda e direita dela. Mas primeiro vamos deter
minar CO, como usualmente -fazemos.

1) CO = 27t/= 2it(2 X 10^) = 12,57 X 10^ rad/s

jXi: jcoIi2
2) VoCA =7jXii -1- jXl2 Een •
/wZ-1 + jcoL2 Een ~ Z-i + Z,2 ^èn

40 mH
(36/ 0°) = 14,4/0° V
60 mH -f 40 mH

(/coZ/i)(/coZ/j) . / L1L2
3) XxhA =7777—. .V .f = /<^ L\ 4- L'
jCoLy -|- j(jOLi2

- j-n ^7 ^ in^í mH X 40 mH = /301,7 Í2


^ ^ 60mH-f 40mH
126 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 5

jXr^ Z,4
4) VqCB = IV:—Een =
jXu + 7X4 L, + L,

=60n.Hf3Ô"H (36^V) =24^V


5) = /^Leqi? = /w = /12,57 X 10^(20 mH) = /251,4 Í2

6) ÁT^s = /cols = 7(12,57 X 10^ rad/s)(36 X 10"^ H) = 7452,5 Í2


Reinserindo como mostrado na fig. PS 5-12 resulta

^0C5 ~ Vqca
7) I5 =
iXihA + ÍXls + /-^th5
14,4/0° - 24/0° -9,6/0°
7301,7 + 7452,5 + 7251,4 71006
9,6/180° V ,
= .-_T7T7; _ = 9,55/ -90° mA
1006/ 90 Í2 '
Um diagrama vetorial que ilustra a relação de fase entre •^en ®-^s está mostrado
na fig. PS 5-12c.

PS 5-13 Determine I na fig. PS 5-13 se £" = 120 V 0° e / = 60 Hz, L = 1 H,


Z/2 = 2 H, Z,3 = 3 H, Z,4 = 4 H e Z/5 = 5 H. Use o conceito de susceptância
enquanto parecer apropriado.

Fig. PS 5-13

SOLUÇÃO Primeiro encontre a indutância equivalente do circuito apresentada


à fonte de voltagem. Então

^ _ 1 977 u
^eq345 1 1 1 0,7833
Z7 +z;+i7
CAP. 5] INDUTÂNCIA 127

Adicionando L2 resulta

Leq234s = 2 H + 1,277 H = 3,277 H


A combinação paralelo de Z,i e a anterior é

_ 1H(3,277H)
~ IH + 3,277 H ~
1 1 /-90°
®Z,eq ~~
/wZ-eq 27r (60)(0,7662)
= 3,462 X 10~^/ —90° mhos
Portanto

I = B^eq E = (3,462 X 10"V -90° mhos)(120/0° V) = 0,4155/-90° A


Como poderia ser previsto, a corrente atrasa em relação à voltagem de 90° neste
circuito puramente indutivo.

PS 5-14 Prove que uma indutância pura dissipa potência nula.


SOLUÇÃO Se a voltagem através do indutor é dada por
1) e = sen coí
a corrente, que atrasa da voltagem 90°, deve então ser
2) i = /pc sen (coí —90°) = —/pc cos coí
Lembre-se que, uma curva de co-seno está adiantada em relação a uma onda de
seno de 90°, e assim uma onda de co-seno retardada 180° é equivalente a uma
onda de seno com atraso de fase de (—90°). Então
3) p = ei
temos de (1) e (2)

4) p = —£'pc /pc sen coí cos coí


Encontramos uma forma sen:v cos^' (onde x = y) em (4). Apenas para refrescar
nossa memória, vamos derivar uma forma mais significativa disso a partir da tabela
básica de identidades (Tabela 1-1) do cap. 1. Vamos ver como podemos obter
essa forma. Lembrando que
5) sen (:*: + y) = senjc cos^ + cosa: sen^»
6) sen (a: —y) = sena: cos^ —cosa: sen>'
Adicionando (5) e (6) e fazendo x = y = 6 resulta
7) sen 26=2 sen6 cos6
128 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 5

donde

8) send COS 0 = y sen 2 d


Fazendo 6 = cjt q usando (8) em (4) resulta

9) p — 2 •^pc -^pc 2, Cút


Então a forma de onda da potência é uma onda de seno de freqüência dupla deslo
cada de 180°, como indicado pelo sinal negativo. Desde que esta é uma senóide,
ela deve ser simétrica ao eixo horizontal e tem valor médio zero.

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PA 5-1 Uma fonte de 24 volt cc está comutada através de um indutor de 0,08 H.


Se a máxima corrente a ser retirada da fonte é 3 amps, qual é o tempo máximo
que a chave pode estar fechada?
RESPOSTA t = 0,01 s

PA 5-2 Represente a curva de voltagem versus tempo se um indutor de 1 H


é alimentado por uma fonte de corrente com a forma de onda da íig. PA S-2a.

-1 (s)

1".

RESPOSTA Ver a fíg. PA 5-20.


CAP. 5] INDUTÃNCIA 129

PA 5-3 A chave da fig. PA 5-3 está fechada durante 45 ms e em seguida é


aberta instantaneamente. Qual é a voltagem de pico desenvolvida através do
resistor?

28 V 12 Í2 0.6 H

RESPOSTA [.É-pcl = 25,2 V


PA 5-4 Qual é a indutáncia aproximada da configuração mostrada na fig. PA 5-4?

0,5 cm ^ >r—r

3,75 cm

I
I

d n
I
-11,25 cm-

RESPOSTA 0,129 ílíH

PA 5-5 Um enrolamento com 1,25 cm de largura, 2,54 cm de comprimento e


50 espiras possui que indutáncia?
RESPOSTA 12,8 /rs

PA 5-6 Determine Lgq na fig. PA 5-6.

4.5 mH 3 mH 0.8 mH
.rvYV\.

RESPOSTA 8,3 mH

PA 5-7 Determine Lx na fig. PA 5-7 de forma que Z-gq = 2,5 mH.


130 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 5

3mH •<8mH

^BQ 4.5 mH
2.5 mH

6 mH

RESPOSTA Lx = Ivan

PA 5-8 Prove que a relação do divisor de corrente indutivo

ÍLi _ (^ill-^a)
i L2 + (^ill-^a)

pode ser usada para determinar a corrente em L2 na fig. PA 5-8.

PA 5-9 Qual é a reatância e a susceptância de um indutor de 12 mH a 400 kHz?


RESPOSTA Xi = 30,2 kilohm, Bi = 3,32 X 10"^ mhos

PA 5-10 Determine Ex na fig. PA 5-10. Suponha = 18/0° volts,


= 0,06/ 30° amps, = 6H, Lj = 3Heco = 100 rad/s.

L^

-t-

''(D

RESPOSTA 15,9/-40,9° V
CAP. 5] INDUTÂNCIA 131

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 5-1 Que voltagem é desenvolvida através de um indutor de 3 henry se através


dele está variando a uma relação de 1,5 mA/1 ms?

P 5-2 Na fig. P 5-2, determine 2,5 s após o fechamento da chave;

Ebb -±
4 H 3Í2
12 V T

'bb

P 5-3 Quanta energia a bateria do problema anterior entregou até o fim dos
2,5 s? Quanta energia está armazenada no circuito alimentado pela corrente
da bateria?

P 5-4 Uma bobina tem um raio de 0,952 cm e 6,35 cm de comprimento.


Quantas voltas de fio são necessárias para uma indutância de 18 juH?

P 5-5 Os indutores de 1,2 e 3,5 henry estão conectados em série. Qual é a


indutância equivalente?

P 5-6 Determine Lgq na fig. P 5-6.

4 H

^eq—^ -<1.5H 0.2 H


6H KSH •<2H

P 5-7 Prove que no divisor de voltagem indutivo da fig. P 5-7 a relação


^2 7^2
e Li + Lj + 7-3

se verifica para qualquer forma de onda de e ou i.


132 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 5

V
L2 X ^2
V

P 5-8 Determine na fig. P 5-8 dois segundos após o fechamento simultâneo


das chaves.

6 H
12 v _ =
:?"8 V
o A

P 5-9 Qual é a reatância de um indutor de 42 mH a 20 kHz?

P 5-10 Determine a corrente se a voltagem dada por e = 12 sen 377 í volts é


aplicada através de um indutor de 2,1 H.

P 5-11 Qual é a susceptáncia a 60 Hz vista a partir dos terminais da fíg. P 5-6?

P 5-12 Determine na fig. P 5-12.

B 3 H

/ = 24 sen (27r60f)mA X® \!\j) e == -18 sen (27r60f - 30°) V


0
6 Circuitos RLC

Até aqui estudamos a resposta de um circuito contendo sempre resistência,


capacitância ou indutância puras, comexcitação senoidal. Uma vez que os circuitos
mais práticos contêm combinações destes elementos, é necessário desenvolver meios
de analisá-los.

6.1 Lei de Ohm para circuitos ca


Como ponto de partida, a primeira coisa a reconhecer é que a lei de Ohm
em sua forma básica é apUcável tanto para circuitos ca quanto para cc. Isto é,
a corrente é diretamente proporcional à voltagem apUcada e inversamente propor
cional a alguma coisa análoga à resistência que se opõe ao fluxo de corrente.
Em forma de equação,

E
1) I =
(?)
Se o circuito for puramente resistivo, o fator desconhecido (? ) será a resistência;
e se o circuito for puramente capacitivo ou indutivo, esse será a reatância capaci-
tiva {—jXc) ou reatância indutiva C+zX^), respectivamente. Entretanto, no caso
geral onde o circuito de oposição é devido a uma combinaçãoe C, chamamos
o efeito resultante desses elementos de impedância do circuito. A impedância
é representada pelo símbolo Z, é medida em ohms e tem amplitude e direção.
Assim, o denominador de (1) será escrito como Z.

L
134 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA ICAP. 6

6.2 O conceito de impedâncla


Como podemos então determinar a impedância Z do circuito de forma a
podermos utilizar a lei de Ohm nas seguintes relações?

2) (6-la)

3) E = ZI (6-1Ô)

4) (6-lc)

Podemos usar o conceito de impedância em quaisquer das formas da Eq. (6-1) da


mesma forma que podemos usá-lo para aplicar os teoremas de malhas e leis de
Kirchhoff para análise de circuitos ca.
Intuitivamente, sentimos que a impedância para um circuito RLC deve de
alguma forma ser o efeito combinado áQ R, L e C, uma vez que da equação (1) Z
deve ser = i?/0° em um circuito resistivo puro, ou Z = —jX^ = X^/90° em um
circuito puramente capacitivo, ou Z = jXi = Xil90° em um circuito puramente
indutivo. A questão é: como obtermos o efeito de todos eles, ou alguma combi
nação, juntos? A resposta está no chamado diagrama de impedância mostrado
na fig. 6-1. Note que a resistência está plotada ao longo do eixo real (horizontal)
e a reatância ao longo do eixo imaginário (vertical).

+ÍXl

-+R

«is ^

-iXc

Fig. 6-1

Lembre-se que, em um circuito puramente resistivo, / está em fase com E


de forma que se E está em um ângulo de referência de 0°, / está também a O.
Então da Eq. (6-lc)

(6-2úr)

Todavia, em um circuito capacitivo puro, a corrente avança em relação à voltagem


de 90°. Assim, se considerarmos E em um ângulo de referência de zero grau.
CAP. 6] CIRCUITOS RLC 135

tcmoa da Eq. (6-1c)


E10°
Z = Xrl-90° = -/X. (6-2Z>)
1190°
E no circuito indutivo puro onde / atrasa em relação à voltagem E de 90°, temos
£'/_0°
Z = = Xl[^ = jXi (6-2c)
11-90'

Inspecionando a Eq. {6-2a), {6-2b) e (6-2c), vemos que a resistência tem


zero grau associado com ela, enquanto Xc e Xi tem - 90° e + 90°, respectiva
mente. Como essas quantidades têm amplitude e direção, iremos tratá-las como
quantidades vetoriais e plotá-las sobre o diagrama de impedâncias ao longo dos
seus respectivos eixos. Deveria ficar gravado, entretanto, que a impedância (Z)
não é um vetor rotativo similar a E e I.
Desde que o sistema de coordenadas da fig. 6-1 define o plano da impedância,
podemos locar qualquer resistência, reatância ou impedância como um ponto
nesse plano. Por exemplo, suponha que desejamos localizar a impedância 6/ 0°
ohms. Nós simplesmente localizamos 6 unidades ao longo de uma linha de 0°
(que significa o eixo R) e fazemos uma marca em /? = 6. Se fosse desejado
expressar esse ponto em termos de coordenadas retangulares ao invés de coorde
nadas polares, localizaríamos 6 -1-/0, que é, obviamente, idêntico a 6/_^ na
forma polar.
Se tivermos uma reatância capacitiva de —j9 ohms = 9 /— 90° ohms, move
remos simplesmente 9 unidades para baixo no eixo —jXc. Da mesma forma, para
localizar uma reatância indutiva de /4 ohms = 4 /90° ohms, movemos 4 unidades
para cima no eixo jXi. Esses pontos estão localizados na fig. 6-2.
Agora suponha que você, de alguma forma, tivesse que localizar uma dada
impedância Z = 6 -f- /4 ohms. Intuitivamente, deveríamos suspeitar que esta
impedância é de alguma forma relacionada com uma resistência e uma indutância,
J^L

-R-

-9

-ixc

Fig. 6-2
136 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 6

uma vez que contém uma parte real (6 ohms) e uma componente +/ (/4 ohms).
Todavia, esta é apenas uma idéia passageira. O problema consiste em localizar
essa impedância em nosso plano de impedâncias e da maneira como ele é dado
basta mover 6 unidades ao longo do eixo R e então ir até /4 na direção jXi.
Isso está mostrado na fig. 6-3a. O mesmo ponto poderia ser encontrado pela locali
zação de um vetor de 6 [0^ ohms e de outro de 4 /90° ohms e então somando veto-
rialmente como mostrado na fig. 6-3Ò. A ponta da resultante (Z) estaria localizada
no ponto 6 + /4.
iXu
6 -I-/4 6-1-/4
4- f 4
1
1
1
1
j = 33.7^
1 -R -R-
1
6
6

-I^C -iXc
(a) (b)

Fig. 6-3

Se desejamos expressar essa forma polar resultante, aplicamos simplesmente


o teorema de Pitágoras (ver fig. 6-4)
z = (6-3fl)

onde Z = o valor da impedância (ohms)


R = o valor da componente resistiva
X = o valor da componente reativa

para determinar o módulo de Z. O ângulo de fase é dado por

0=tan-^ (6-3Ò)

Z=y/R^+ X^
O = tan

Fig. 6-4
CAP. 6] CIRCUITOS RLC 137

Assim, convertendo Z = 6 + /4 ohms da forma retangular para polar, resulta


Z = >/6^ + 4^ = 7,21

0 = tan"^ 1 = 33,7°
É sempre verdade que você pode converter da forma polar para a forma retan
gular de coordenadas. Então, se você tem Z/ d e deseja resolvê-la em suas compo
nentes resistiva (R) e reativa (X), use as relações (ver fig, 6-5).
R = Z COS d i6-4a)
X = Z sen d (6-4b)

r X = z sen 6

R = z COS d

Fig. 6-5

Então Z = 18 /120° ohins é resolvida como


R = IS COS 120° = 18 (-0,5) = -9Í2 s
X = 18 sen 120° = 18 (0,866) = + 15,6 Í2
Assim, Z = 18/ 120° ohms = —9 + /15,6 ohms.
Note que a componente resistiva de Z estava negativa e a parte reativa
estava positiva, ou seja, de natureza indutiva.
Manipulações envolvendo conversões da forma polar para retangular e vice-
-versa podem ser convenientemente executadas através de uma régua de cálculo
apropriada, e é muito recomendável que o leitor possua uma e fique famiÜarizado
com esse tipo de operação.
Se você conhece a álgebra de vetores (fasores) e pode converter com facili
dade da forma retangular para a forma polar, e vice-versa, tudo bem, porque a
partir de então a maioria das análises de circuito envolvem a ferramenta analítica
do livro anterior. ^ A maior diferença é que você estará trabalhando com fasores
e usando a matemática necessária (álgebra dos números complexos); mas as leis
de Kirchhoff, os teoremas de malhas etc. ainda são válidos.
^ Os termos vetor efasor são usados misturados nesse livro para possibilitar uma tran
sição gradual entre a nomenclatura mais antiga utilizada (vetor) e a mais recente terminologia
(fasor).
138 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 6

Agora, trabalhe cuidadosamente com os problemas PS 6-1 a PS6-8 de forma


a estar seguro que pode prosseguir. Esses problemas revisarão muitos conceitos
de álgebra vetorial.

6.3 Os circuitos RLC série

Na análise de circuitos cc a resistência equivalente de resistores em série


é a soma dos resistores individuais. Em circuitos ca podemos ter uma situação
análoga, exceto que agora falamos de impedâncias conectadas em série, e a impe-
dância equivalente é a soma das impedâncias individuais. Então (ver fig. 6-6)
Zgq = Zi + Zi + Z3 + • • • + Z^r (6-5)

r—
HIE]—

Ze<, = Z,-t-Z2 + Z3+

Fig. 6-6

Algumas das impedâncias podem ser resistências ou impedâncias puras.


Algumas podem ser expressas como números complexos na forma retangular ou
polar. A única coisa com a qual devemos nos preocupar é a determinação de Zgq
através da aplicação correta da adição de vetores. A adição de fasores pode ser
efetuada grafícamente, mas isso é usualmente moroso e sem precisão devido aos
erros de desenho. Uma forma mais desejável é a analítica, na qual todas as impe
dâncias individuais são primeiramente convertidas para a forma retangular. Então,
podemos algebricamente somar todas as partes reais (resistivas) e imaginárias
(reativas). O resultado é um número complexo correspondente a Zgq. Se for
desejável, a forma retangular de Zgq poderá ser facilmente convertida para a forma
polar pela Eq. (6-3) ou por processos adequados através de uma régua de cálculo
apropriada.
Uma vez determinada Zgq, podemos utilizar a eq. (6-1) para aplicar a lei de
Ohm ou o que quer que seja.
Agora, trabalhe com os problemas PS 6-9 a PS 6-12 de forma que todas as
arestas técnicas estejam completamente superadas para você.

6.4 Admítância e o circuito RLC paralelo


O conceito de impedância pode ser usado para resolver tanto circuitos série
como paralelos. Por exemplo, cada duas impedâncias conectadas em paralelo,
digamos Zi e Z2, podem ser simpüficadas para uma impedância equivalente Zgq
CAP. 6] CIRCUITOS RLC 139

dada por

1)
7 _ Zj (6-6)
Zi + Zj

A forma da Eq. (1) é idêntica àquela para resistores cm paralelo.


A equação (1) pode ser sucessivamente aplicada para uma série de resistores
conectados em paralelo, ou podemos escrever

1
2) (6-7)
-eq Z, Zj ^ Z3 Zn
Entretanto, como condutância é a recíproca da resistência, podemos ter
uma quantidade análoga chamada admitância (Y), que é a recíproca da impedância.

3) Y=i
Z

A admitância é também uma quantidade vetorial que, em geral, tem componentes


real (condutância, G) e imaginária (susceptância, B) q é medida em mhos. A
admitância pode ser plotada no sistema de coordenadas da fig. 6-7, que define
o plano de admitância.
+iB

-G-

-íb

Fig. 6-7

Assim, com essa definição de admitância, podemos reescrever (2) como


(ver fig. 6-8)

4) Yeq = Yi -t- ¥2 + ¥3 H- • . . 4- (6-8)

fO"

Ye,

fo- _T
Yeq = Yi-h Y2-^y3 +

Fig. 6-8
140 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 6

Agora, trabalhe com os problemas PS 6-13 a PS 6-16.


Um ponto muito importante a observar é que, em geral, nem a parte real
{Gp) de uma admitância e nem a sua parte imaginária {Bp) são, respectivamente,
recíprocas das partes real e imaginária da impedância série correspondente
{Rg -b jXs)} Também não é verdadeira a relação inversa. Para provar isso, vamos
escrever

1) Y=1
onde

2) Z = Rg + jXg
e vamos deixar Rs e Xs guardar os seus próprios sinais. Em outras palavras. Rs e/ou
Xs podem atualmente ser negativos. Substituindo (2) em (1), resulta

Usando o conjugado complexo do denominador em (3) para possibilitar a divisão


indicada na forma retangular, temos

1 „ - j^s _ ~
^ ~ Rs + jXs ^ Rs -jXs ~ R} +X:i
ou, separando (4) em suas componentes real e imaginária

5) Y = ^(6-9h)

^S -b -^S
X^ Rí +' -^S
-*^5 X^

Uma vez que em geral (onde Gp e Bp também guardam seus próprios sinais)
6) Y = Gp + jBp (6-9c)
Vamos por comparação das partes real e imaginária de (5) e (6) que

O índice "p' e usado para indicar que uma admitancia pode ser considerada com
uma condutância em paralelo com uma susceptância. O índice "s" é usado para indicar que
uma impedância pode ser considerada como uma resistência em série com uma reatância.
CAP. 6] CIRCUITOS RLC 141

Note que Gp =5^ 1//?^ e que Bs l/A^j. Observe também a mudança de sinal na
equação (8).
Agora, trabalhe com o problema PS 6-17.
Enquanto estamos nesse assunto, vamos desenvolver a conversão de uma
admitância para uma impedância. Então

1) z =Y
OU

2) • Rs + jX, = (6-107)

Outra vez, iremos deixar os componentes de Z e 7 guardarem os seus próprios


sinais. Aplicando o conjugado complexo para (2), resulta

3) Rs+iXs = ^ X
i^p Gp jBp

" Gl +Bi " ' Gf^Bf


da qual vemos que
Q

+31

X, = (6-lM)

Outra vez note que ^ \/Gp c que Xg ^/Bp. Também observe a mudança
de sinal em (5). As conversões das Eqs. (6-9c), (6-9í/), (6-lOc) e (ó-lOt/) são úteis
quando passamos de configurações série para paralelo e vice-versa.
Agora, trabalhe com o problema PS 6-18.

6.5 Potência no cjrcuito RLC


Foi demonstrado nos capítulos referentes a capacitores e indutores que
um C ou L puro dissipa potência nula. Em conseqüência, toda potência dissipada
em um circuito RLC deve ser devida à resistência. O que gostaríamos de fazer é
desenvolver alguma relação entre a tensão e a corrente aplicada ou entre a resis
tência e a voltagem ou corrente aplicadas. Em outras palavras, estamos procurando
relações análogas a.P= EJ = jR =I^R que expusemos na análise de circuitoscc.
Uma aproximação é a simples razão de que, quando olhamos a partir dos
terminais de um circuito RLC como na fig. 6-9fl, a potência dissipada na impe
dância Z será dada por

1) (6-11)
142 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 6

Sistema
RLC

(a) (6)

+/X
; u.

ír

R = z COS d

ic)

Fig. 6-9

onde R é ã componente resistiva de Z e / é a amplitude da corrente rms. O


ângulo de fase associado com / não influi na determinação de P em (1) e éignorado.
Agora Z será, em geral, da forma R + jX como mostrado na fig. 6-9b, onde X
pode ser positivo ou negativo dependendo se o circuito tem uma componente
indutiva ou capacitiva de Z. Em qualquer circunstância, estamos deixando X
guardar o seu próprio sinal. A natureza exata do sistema RLC nao e levada em
conta, uma vez que se ele é série, paralelo, série-paralelo, ou qualquer outra
configuração, ele poderá, para uma dada freqüência, ser substituído pela forma
equivalente da íig. 6-9b.
Voltando nossa atenção para o diagrama de impedância dafig. 6-9c, notamos
que

2) R~Z COS

Substituindo (2) em (1), temos


P = PZ COS d (6-12)
3)
onde / e Z são a corrente e a impedância e o fator cos 6 é chamado fator de
potência (FP).
CAP. 6] CIRCUITOS RLC
143

Da equação (2) podemos definir o fator de potência como

4) FP = COS0 =^= ^ (6-13)


Z y/R'^ + X'^
Se Z tem uma componente indutiva, / atrasará em relação a e nesse caso
falamos de um fator de potência atrasado. Ao contrário, se Ztem uma componente
capacitiva, / adiantará em relação 2i E e o fator de potência é dito ser um fator
de potência adiantado.
O fator de potência pode também ser definido como

5) FP — verdadeira
potência aparente
leitura do wattímetro
leitura do voltímetro X leitura do amperímetro
onde a potência verdadeira é a potência lida em wattímetro conectado no cir
cuito da fig. 6-9a, enquanto o denominador de (5) é o produto da voltagem E
lida em um voltímetro ca e a corrente / lida diretamente em um amperímetro ca.
Vamos derivar outras expressões para a potência. Claramente da fig. 6-9b,
podemos escrever '

6)

mas da relação do divisor de voltagem

yjR'^ + .-1
tan-^ A

Desde que (6) apnas envolve o valor de Er examinaremos (7) para determinar
\EjiI= Eji que é evidentemente

Er = —E = —==== E = E COS 6
^

A forma final de (8) é obtida pela substituição de (4). Substituindo (8) em (6)
resulta

„ Eji^ (E COS 0)2


(6-15)
Uma outra forma que podemos deduzir está baseada no fato de que a
potência dissipada em é dada por
10) P = lEji
Substituindo (8) em (10) resulta

11) P = IE COS 6 (6-16)


ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 6
144

Se a componente resistiva (R) da impedância (Z) é conhecida, então éprefe


rível usar a Eq. (6-11), que evita o ângulo do fator de potência.
Agora trabalhe com o problema PS 6-19.

6.6 Máxima transferência de energia


Como você pode ver, em qualquer das expressões que deduzimos para
potência, um FP = l maximiza a potência entregue ao sistema da fig. 6-9úr.
Assim, um fator de potência unitário é geralmente uma condição desejável e
várias modificações de circuito ou adições são procuradas para trazê-lo para próxi
mo da unidade. A tentativa essencial é tornar puramente resistiva a carga vista
pelo gerador ou fonte de voltagem. Nesse caso, 0 = O, FP = 1, e a corrente e a
voltagem do gerador estão em fase.
Para fazer o circuito parecer puramente resistivo, é apenas necessária alguma
coisa para cancelar qualquer componente reativa vista pelo gerador, e isso é facil
mente feito através da adição de uma reatância de oposição em série com o
circuito. Então, se a carga é de natureza indutiva, poderíamos adicionar um capa-
citor em série (ou em paralelo) como ela e mudar esse valor de forma que na
freqüência de operação asua reatância cancele a da carga. Em muitos casos, onde
são usados geradores eletromecânicos, a impedância interna do gerador é de natu
reza indutiva, e pode ser compensada (se necessário) de uma maneira similar.
Se a fonte de .voltagem tem uma componente resistiva também, então,
após conseguir um fator de potência unitário, aresistência do gerador (F^) deveria,
se possível, ser adaptada à resistência da carga (Ri) para uma máxima transfe
rência de potência. Esta é uma extensão do teorema da máxima transferência de
potência que estudamos no livro anterior.
Agora, trabalhe com o problema PS 6-20.

PROBLEMAS COM SOLUÇOES

PS 6-1 Esquematize a impedância Z = 4 —/O ohms no plano de impedâncias.


Expresse na forma polar.
/•*

Z = 4-/0
6
= 4^0°
4

24
-R h
-4 -2
-2

-4

-/*

Fig. PS 6-1
CAP. 6] CIRCUITOS RLC 145

SOLUÇÃO Ver fíg, PS 6-1 para a representação. Convertendo 4 —/O para a


forma polar, temos

IZI = = V(4)2 + (0)2 = 4

d = tan"^ ^R = tan"^ t4 = 0°
PS 6-2 Esquematize a ímpedância Z = 3 -I- / Oohms no plano de impedâncias
(diagramas de impedâncias) e também converta para a forma polar.
+jx

Z = -3 -1- /O
= 31^180°

-3

-/X

Fíg. PS 6-2

SOLUÇÃO Ver a fig. PS 6-2 para o esquema. Convertendo —3 AjO para a


forma polar temos

IZI = V(-3)^ + (0)^ = 3

6 = tan tan"' (—0) = 180°

Pense que (- 0) é igual a O /l80°.

PS 6-3 Represente a impedância Z = 2/ O ohms no plano de impedâncias e


converta-a para a forma retangular.

+y*

z = 2^0°
= 2 + /o

Fig. PS 6-3
146 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 6

SOLUÇÃO Ver a fig. PS 6-3 para o esquema. Para converter 2/ 0° ohms para
a forma retangular,

R = Z COS 6 = 2 COS 0° = 2
X = Z sen d = 2 sen 0° = O Í2

Entretanto 2/ 0° ohms = 2 + /O ohms.


PS 6-4 Represente a impedância Z = 3 —/5 ohms no plano de impedâncias e
converta-a para a forma polar.

+/X r
n
II

ISI

= 5.83Z.-59°

3
1

\ 59°

& í . .
\5.83

^ -5-

Fig. PS 64

SOLUÇÃO Ver a fig. PS 6-4.


IZI = VFTF" = V(3)' + (-5)^ = 5,83
5
= tan -59 ou 30r

PS 6-5 Represente a impedância Z = (4 -/9) + (2 + /5) no plano de impe


dâncias e também converta-a para a forma polar.
SOLUÇÃO Antes de fazermos qualquer representação, vamos primeiro simpli
ficar Z pela adição das componentes reais (resistivas) e das componentes reativas
também.

4 -/9
+
2 + /5
Z = 6-/4
!
CAP. 6] CIRCUITOS RLC 147

+/X

Z = 6 - /4
= 7.21Z.-33.7°

^ \
33.7°
*

Fig. PS 6-5

Convertendo 6-/4 para a forma polar resulta


IZI = y/(6f + (-4)2 = 7,21 Í2
d = ta.n-^-^= -33,7'
Ver a fíg. PS 6-5.

PS 6-6 Usando adição de vetores por métodos gráficos, determine a soma das
impedáncias Z = Zi + Zj onde Zi = 6 / 30° e Z2 = 4 /120°. Confira os seus
resultados convertendo esses vetores para a forma retangular.

Fig. PS 6-6
148 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 6

SOLUÇÃO Asolução gráfica está mostrada na fig. PS 6-6. Primeiro construímos


Zi e Zj. Então transladamos Z2 (linha interrompida) de forma que a sua extremi
dade fique situada na ponta de Zi. Aresultante Z é então construída traçando-se
uma linha da origem até a ponta do vetor transladado (Z2). Medindo o tamanho
e o ângulo da resultante, encontramos Z = 7^64,5° ohms.
Um caminho mais fácü e mais preciso para obter a solução é reconhecer
que temos um problema de adição de vetores. Uma vez que aadição (ou subtração)
de vetores é mais convenientemente executada na forma retangular, some as
componentes respectivas e então faça aconversão de volta para aforma polar afim
de conferir a solução. Então

Zi = 6/ 30° = 6 COS 30° + /6 sen 30° = 5,19 -f/3,00


^Z2 = 4/ 120° = 4 COS 120° + /4 sen 120° = —2,00 -b/3,46
= 3,19 + /6,46 = 7,21 / 63,7°
Nossa solução gráfica conferiu, mas os erros inerentes nesse método são evidentes.
PS 6-7 Multiplique as impedâncias (3 —/5) e (—2 —/4) e expresse o resultado
na forma polar.
SOLUÇÃO O problema deve ser resolvido tanto por multiplicação direta na
forma retangular ou pelo método mais fácil de converter primeiro para a forma
polar e efetuar a multiplicação na forma polar. Você lembrará que, para multipli
cação ou divisão de vetores, a forma polar é geralmente preferida.
Primeiro vamos tentar o método da multiplicação direta na forma retangular.
Então

(3 -/5)(-2 -/4) = -6 -/12 -f/lO +/220


= - 6 - /2 - 20
= -26 -/2 = 26,1/- 176°
Pelo segundo método
3 -/5 = 5,83/-59° e -2 - /4 = 4,47/- 116°
Em conseqüência,
(5,83/-59°)(4,47/-116°) = 26,1/- 176°
o que confere.

PS 6-8 Divida a impedância 3 -/4 por 6 -/5 e expresse o resultado na forma


polar.
SOLUÇÃO Divisão, você lembrará, pode ser efetuada diretamente na forma
retangular, com a ajuda do conjugado complexo, ou mais facÜmente na forma
polar. Usando o primeiro método
3 -/4 3 - /4 6 4- /5 18 -f /15 - /24 - /•^20 _ 38 - /9
6 -/5 " 6 - /5 6 + /5 6^ + 52 61
= 0,623 -/0,148 = 0-64/-13,3°
CAP. 6] CIRCUITOS RLC 149

Usando o segundo método,

3-/4 51-53,1
6-/5 7,81/-39,8° 0,64/_J^
Deixando de lado algum pequeno erro no valor do ângulo, os resultados estão
em concordância. Note como o último método é mais fácil. Conquanto existam
ocasiões onde especificamente preferimos trabalhar com o conjugado complexo,
esteja certo de que você está familiarizado com esse método,

PS 6-9 Determine Zgq para a freqüência / = 60 Hz no circuito da fíg, PS 6-9,

0.8 H

20 n

4.5/íF

Fig, PS 6-9

SOLUÇÃO
CO = l-nf = 377 rad/s
Zi = jXl = jcjL = /377(0,8) = /302
1
z, =-,Xc = - i ~ = -i = /589
coC '377(4,5 X 10"^)
Z3 = R = 60 n
Zeq = Zi + Z2 + Z3 = /302 - /589 + 60
= 60 - /288 n = 294 /-78,2°
Note que a componente reativa resultante é capacitiva evidenciada por (-/288)
ohms,

PS 6-10 Se 120/ 0° volts a 60 Hz são aplicados através dos terminais do circuito


do problema anterior, que corrente circulará?
SOLUÇÃO
E 120/ 0° V
150 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 6

Npte que a corrente está avançada da voltagem de / 78,2° o que era de


esperar, desde que Zeq possuía uma componente capacitiva.

PS 6-11 Determine a voltagem do capacitor Ec na fig. PS 6-11 utilizando a


relação do divisor de voltagem. Compare o valor com a voltagem aplicada £'en-

1.5 H.

120Z.0°V
60 Hz 20 Í2,

4.5/íF
_L\
. fc
y
Fig. PS 6-11

SOLUÇÃO
(*} = lirf = 377 rad/s
= jXi = jcúL = / 565

Zj =-iXc =-i^ =-/589 a


Z3 = = 20
ZjE -7589(120/0° )
=

Zi + Z2 + Z3 /565 /589 + 20
(589/-90°)(120/ 0°) (589/-90°)(120/ 0°)
20 - /23,5 30,9/-49,6°
= 2290/ 40,4° V
Comparando o valor de Ec com E, a voltagem aplicada, encontramos um resultado
esquisito em que Ec é realmente 2,290 volts embora estejamos aplicando apenas
120 volts. Isto não é um erro. É um resultado direto de um fenômeno chamado
ressonância, que exploraremos no cap. 8. Todavia, caso você prefira tratar do
assunto agora, trabalhe com o problema seguinte, que lhe trará alguma luz sobre
o assunto.

PS 6-12 Usando os dados do problema anterior, determine, também através da


relação do divisor de voltagem, Er e Ei. Então confira para ver se a soma dos
vetores das voltagens através de C, R e L é igual à voltagem aplicada E. Construa
um diagrama de vetores para ilustrar a resposta.
CAP. 6] CIRCUITOS RLC 151

4 "-'4:

Fig. PS 6-12

SOLUÇÃO
Z,E (565/ 90°)(120/0°)
Ei = = 2194/ 140° V
Zi + Z2 + Z3 30,9/-49,6°
Z3E (20/_0;^(120/^°)
E/? = 77,7/ 49,6''V
Zi + Z2 + Z3 30,9/-49,6°
e do problema anterior

Ec = 2290 -40,4°V
Conferindo para ver se

E = Ec + E/í + E^
= 2290 /- 40,4° + 77,7/ 49,6° + 2194/140°
= (1744 -/1484) + (50,4 + /59,2) + (- 1681 + /1410)
= 113,6 - /14,75 = 114,6/-7,398°
o que é razoavelmente próximo da voltagem aplicada 120/ 0°. O erro tende a
ser maior quando efetuamos operações envolvendo a diferença entre números
maiores, como foi o nosso caso.
A fig. PS 6-12 é uma representação vetorial das voltagens do circuito.
Se adicionamos esses vetores, digamos, primeiramente Ei com E^, o resultad •
ê um vetor menor com um ângulo negativo, aproximadamente igual a em
valor e oposto a Ei. Você verá que, somando Er com esse vetor, resultará uk:
outro vetor que é essencialmente igual a E. Do ponto de vista físico, vemos qu
reatâncias indutivas e capacitivas, embora bastante grandes, cancelam-se mutua
mente e assim Ei e E^ da mesma forma se cancelam. Entretanto, a impedânci^
equivalente apresentada para E' a 60 Hz não é muito grande. Desta maneira, un, •
corrente substancial fluirá através de reatâncias relativamente grandes, o que resulta
em quedas de voltagem que podem exceder a voltagem aplicada. Discutiremos
esse assunto no cap. 8 que trata do fenômeno da ressonância.

PS 6-13 Converta a impedância Z = 6 + /8 ohms para uma admitância e


represente-a no plano de admitâncias.
152 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA (CAP. 6

SOLUÇÃO
1
y=4Z = 6 = 0,1/-53,1° mhos = 0,0600 - /0,08 mhos
+ /8 10^
Ver a fig. PS 6-13 para a representação polar e retangular de Y.

+iB

0.0600
1

\^53.r

0.0799

-íb

Fig.PS6-13

PS 6-14 Qual é a impedância equivalente de um indutor de 0,8 H em paralelo


com um resistor de 750 ohms a 60 Hz?
SOLUÇÃO
CO = Inf = 377 rad/s
Z^ = jXi = joiL = /301,6 = 301,6/ 90°
. Za = 750/ 0° n
ZiZa (301,6/90°)(750/0°)
~ Zi -I- Za ~ 30í,6/ 90° + 750/ 0°
(301,6/_90_°)(750^°) (301,6/90°)(750/ 0°)
/301,6 + 750 808,4/ 21,91°
= 279,8/ 68,09°g

PS 6-15 Qual é Zgq e Ygq no circuito da fig. PS 6-15?

0.8 H 750 n 4.5/íF


.!:0 ''f;

CKJ tt-il
Fig. PS 6-15
CAP. 6] CIRCUITOS RLC 153

SOLUÇÃO
CO = 377 rad/s
Zi = jcoL = 301,6/ 90° Í2
Z2 = 750 n

z, =-iXr =-Í^ =589,4/-90°n

1 '
301,6^90^ 750^ 589.4/-90
= 0,003316/-90° + 0,001333/_0^ + 0,001697/ 90°
V i \ . ' y
Yi Yj, Yc
ou

Yeq = 0,001333 - /o,001619 = 0,002097/ - 50,53° mhos


Z^n =
Yeq 0,002097/1 - 50,53°5-= 476,8/ 50,53° Q.
^
PS 6-16 Se uma fonte de voltagem 120/60 Hz (Ej) está conectada aos terminais
do circuito do problema anterior, determine a corrente da linha (fonte) Ij e as
correntes nos três ramos do circuito.
SOLUÇÃO

h = YeqEs = (0,002097 /- 50,53°)(120/ 0°) = 0,2517/-50,53° A


Ic = YcEs = (0,001697/ 90°)(120/ 0°) = 0,2036/ 90° A
= Y^Es = (0,001333/ 0°)(120/ 0°) = 0,1600/ 0° A
h = YlEs = (0,003316/-90°)(120/ 0°) = 0,3979/-90° A
Como exercício, o leitor deve verificar que o vetor-soma das correntes dos ramos
do circuito é igual à corrente da linha.

PS 6-17 Determine a condutância e susceptância da admitância olhando a partir


dos terminais AB da fig. PS 6-17a na freqüência de 500 Hz. Use mais de um
método para resolver o problema e esquematize o circuito e componentes da
admitância equivalente.
SOLUÇÃO
(O = 27t(500) rad/s = 3142 rad/s
Xi = coL = 3142(0,5) = 1571 Í2
1) Zab = 470 -f /1571 = 1639/ 73,34°
154 ANALISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 6

470 Í2

5.721 kí2 -<0.5448

(c)

Fig. PS 6-17

2) = 6,098 X IQ-y -73,34 mhos


"^AB
OU

3) ^AB = 1,748 X IQ-^ -/5,842 X 10"^ mhos


w ' /

G B

A equação anterior é a mais óbvia aproximação para encontrar G e B. Uma


alternativa é usar a conversão série para paralela das Eqs. (6-9d) e (6-9e) que
resulta

4) Yab =
R
+ /•
/(-^ 470 1571
-/
(470)^ + (1571)2 (470)2 + (1571)^
470 1571
2,689 X 10^ 2,689 X 10^
ou

5) ^AB = V1,748 X 10"^I -/5,842 X 10"^I mhos


{

G B

Felizmente, chegamos à mesma solução por ambos os métodos.


Para determinar o circuito equivalente paralelo, admitimos que para o caso
geral Yeq = Yi+ Y2+ etc., onde Y^, Y2 etc. são elementos conectados em
paralelo, Eq. (5), que é da mesma forma, mostra que Yi = G = 1,748 X 10"'*
mhos e Y2 = —jB = —/5,842 X 10"* mhos. Assim, o circuito equivalente para
essa situação aparece como mostrado na fig. PS 6-17Ó. Sabemos que como o
ramal G do,circuito não tem ângulo de fase associado com ele, este ramal deve
ser representado por uma condutância pura cuja resistência equivalente é
1 1
R = — = = 5721 ü.
G 1,748 X 10" mhos

O próximo passo é determinar o que significa a susceptância de —/5,842


X 10"* mhos a 500 Hz. Se conseguirmos responder a essa pergunta, poderemos
CAP. 6] CIRCUITOS RLC 155

completar o ramal faltante da configuração paralela. Uma vez que a susceptância


é negativa, ela deve ser de natureza indutiva. Você deveria lembrar isso, do cap. 5,
mas se não, lembre-se apenas que jXi e —jX^ no plano de impedâncias corres
pondem a —jBi e 4- jBc no plano de admitâncias. Assim, vamos procurar um
indutor cuja susceptância é dada por
1 1 -]
-jBi = —75,842 X 10"'* mhos =
jXi /27r(500)L 2ir(500)L
Resolvendo para L, resulta

1
5,842 X 10 -4 _

27r(500)L
1
L = = 0,5448 H
271(500)5,842 X IO"'*
Então o circuito equivalente aparece como mostrado na fig. PS 6-17c.

PS 6-18 Determine os elementos de um circuito série que apresenta uma impe-


dância de entrada a 500 Hz, que é equivalente àquela vista a partir dos terminais
AB do sistema da parte esquerda da fig. PS 6-18.

4 mF 1 H

1 kí2 1 kí2

Fig. PS 6-18

SOLUÇÃO
CO = 27r(500) = 3142 rad/s
A impedância do ramo capacitivo é

= R - 1000 - 7318,3 íl = 1049/-17,66°


cüC

A impedância do ramo indutivo é

Zi = R + juL = 1000 + 73142 = 3297/ 72,34° Í2


156 ANALISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 6

A admitância do ramo capacitivo é


1
= 9,533 X 10"^/ 17,66° mhos
Zc 1049/-17,66
= (9,084 + 72,892)10-^ mhos
A admitância do ramo indutivo é

1
= 3,033 X 10"^/ -72,34 mhos
Zi 3297/ 72,34'
= 9,202 X 10-5 _ y2,890 X 10"^ mhos
A admitância, olhando a partir dos terminais AB é, então,

^AB = Yc +
9,084 X 10-"^ + 72,892 X lO"'^
0,9202 X IO"'* - 72,890 X 10""^

Yab = 10,004 X 10-"^ + 70,002 X lO""^


ou

= 10 X lO-y 0° mhos

1
-AB = 1000/o n
^AB

Assim, não existe componente reativa e o circuito equivalente série consiste so


mente de um resistor de 1 kí2. Como exercício, você deveria resolver esse problema
para diferentes freqüências. Os resultados são surpreendentes.

PS 6-19 Determine a potência dissipada no circuito da fíg. PS 6-19. Use mais


de um método e compare os resultados.

40 n 10 mH

2.5 mH

20 V 1.8 kí2^ 0.2 mF


4 kHz

15 íí

Fig. PS6-19
CAP. 6] CIRCUITOS RLC 157

SOLUÇÃO Primeiro simplificamos o circuito para determinar a impedância


vista pela fonte de voltagem. Inicie com os três ramos paralelos. Para o capaci-
tor de 0,2 juF e usando eu = 25.130 rad/s,

Yi = /coC = /5,027 mmhos

Para o resistor de 1800 ohms,

Yj = ^ = 0,5555 mmhos
Para 2,5 mH, ramo de 15 ohms,

Z3 = 15 + /co(2,5 mH) = 15 + /62,83 n = 64,59/ 76,57° Q.


Todavia

Y3 =4-
^3
= 15,48/-76,57° mmhos = 3,595 - /15,06 mmhos
A admitância equivalente dos três ramos paralelos é então

Y = Yi + Y2 + Y3
= 75,027 + 0,5555 + 3,595 - /15,06 = 4,151 - 710,03 mmhos
Y = 10,85/-67,52° mmhos
A impedância correspondente é

10.85/-67'.52°mnü,os =
Z4 = 35,22 + 785,12

Esta impedância aparecerá em série com aquela de 40 ohms, indutor de 10 mH


cuja impedância é

Z5 = 40 + 7w(10mH) = 40 + 7251,3
A impedância total apresentada para a fonte de voltagem é então
Z = Z4 + Z5 = (35,22 + 785,12) + (40 + 7251,3)
Z = 75,22 + 7336,4 = 344,8/ 77,39°
O fator de potência pela Eq. (6-13) é

FP =COS 0=^= =0,2182 (atrasado)


A corrente da fonte é (tomando a voltagem aplicada em um ângulo de referência
de 0°)
E 20/_0lV
I =—= , o— = 0,0580/-77,39° A
Z 344,8/ 77,39 ^
158 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 6

A dissipação de potência do sistema é, pela Eq. (6-16),


P = EI cose = EliP.F.) = (20 V)(0,580 A)(0,2182) = 0,253 W

Uma solução alternativa é


P = pR = (0,0580)2 75 22 = 0,253 W
que confirma a solução anterior.

PS 6-20 Como você obteria um fator de potência unitário no problema anterior


e qual seria a nova dissipação de potência?
SOLUÇÃO A impedância do sistema apresentada à fonte de voltagem no pro
blema anterior foi determinada como

Z = 75,22 + /336,4 ü.

Isto significa que devemos cancelar o termo j'336,5 ohms para fazer o circuito
puramente resistivo. Para cancelar essa componente indutiva, iremos inserir um
capacitor em série com a fonte de voltagem e o sistema de forma que
-jXc = -/336,4 Í2
Portanto
1 -Pií
Xc = 336,4 n =
27r(4000)C
Resolvendo para C, resulta

^ 27r(4000)336,4
A fonte de voltagem agora vê apenas 75,22 ohms e assim
^^^(20V)2 ^
R 75,22 Í2

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

^ PA 6-1 Expresse a impedância Z= 4 —/8 ohms na forma polar eesquematize


sua localização no plano de impedâncias.
RESPOSTA 8,944/-63,43°

PA 6-2 Expresse a impedância Z = —2 + /4 ohms na forma polar e localize-a


^ no plano de impedâncias.
RESPOSTA AAl! 117°

PA 6-3 Expresse a impedância Z = (3 —/4,5) — (—3 + /6) na forma polar.


Confira a sua solução pelos métodos gráficos.
RESPOSTA 12,1/-60,3°
c
CAP. 6] CIRCUITOS RLC 159

PA 6-4 Expresse a impedância Z = 12 / —120° na forma retangular.


RESPOSTA (-6-/10,4)
(8/ 60°)(3 -/4)
PA 6-5 Avalie Z = + 6/-40'
5/ 20° -/5
RESPOSTA 9,82/ 4,67°

PA 6-6 Duas impedâncias, Zi=5 —/8eZ2 = 9/ 20°, são conectadas em


série. Qual é a impedância equivalente na forma polar?
RESPOSTA 14,3/-20,1°
PA 6-7 Duas impedâncias, Zi = —5 + /3, e Zj = 10/ 30°, são conectadas em
paralelo. Determine a impedância equivalente.
RESPOSTA (-2,65 + /6,07)

PA 6-8 Três impedâncias, Zj = 4 —/12, Zj = 6/ 18°, e Z = 5 + /6 ohms,


são conectadas em paralelo. Determine a impedância equivalente.
3,63/ 15,75°

PA 6-9 Determine Ex na fig. PA 6-9.

60 n
159 H?

RESPOSTA 5,795/-82,6^^

PA 6-10 Determine na fig. PA 6-10.

86 n

120 V
60 Hz

0.5 H 110Í2

RESPOSTA 0,458/ 194° A


160 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 6

PA 6-11 Qual é a admitância equivalente vista à freqüência de 28 MHz


na fig. PA 6-11? Determine as componentes do circuito equivalente paralelo.

12 pF

•1.5 kn

8mH

RESPOSTA Yab = (0,4807 - /0,2989) mmhos, R = 2,08 kn, L = 19 txH

PA 6-12 Determine a potência fornecida à carga na fíg. PA 6-12. Qual é o


fator de potência?

120 V
60 Hz

Fonte

RESPOSTA P = 8,1 mW, FP = 90° atrasado

PA 6-13 Como você poderia modificar o circuito da fig. PA 6-12, de forma a


obter um fator de potência unitário? Especifique completamente cada componente
usado.

RESPOSTA Inclua um capacitor cuja reatância seja 1885 ohms a 60 Hz em


série entre a fonte e a carga, C = 1,41 juF.

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 6-1 Expresse Z = 4 —/3 na forma polar.

P 6-2 Expresse Z = 18/ —75° na forma retangular.


CAP. 6] CIRCUITOS RLC 161

P 6-3 Determine Z = Zi + Zj se Zj = 3 + /4 e Z2 = —ó/ 45°.


P 6-4 Determine Z = Zi —Z2 se Zi = 4/ 30° e Z2 = 5/ —90°.

P 6-5 Determine 1} = Z1Z2 se Zi = 6 —/12 e Z2 = 8/ 50°.

P 6-6 Determine A = Z1/Z2 se Zi = 6 —/12 e Z2 =5-1- /7.

P 6-7 Qual é o conjugado complexo de (—2 + /3)?

P 6-8 Determine as componentes resistiva e reativa de A = Z1/Z2 se Zi = 5 —/8


e Z2 = 4 —/3. Faça a divisão na forma retangular.

P 6-9 Se Z = 12 —/3 ohms, qual é a admitância correspondente?

P 6-10 Se Y = 0,5 —/0,2mhos, qual é a impedância correspondente?

P 6-11 Se Z = 6 -I- /4 ohms a 60 Hz, desenhe o circuito equivalente e determine


as componentes série equivalentes.

P 6-12 Se Y = 0,3 — /0,1 mhos a 60 Hz, desenhe o circuito equivalente e


determine as componentes paralelo equivalentes.

P 6-13 Determine as componentes do circuito série mais simples de forma que


resulte uma impedância de entrada idêntica àquela oferecida pelo circuito paralelo
da fig. P6-3 a 1500 Hz.

0.6 H

,0.2/jF

•40Í2

P 6-14 Determine Ejf na fig. P 6-14.

0.08 H
.inrw\

1 kí2

0.3 nF
.0.2 nF

12 V 0.5 kí2

5 kHz
162 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 6

P 6-15 Qual é a potência fornecida para o resistor de carga de 0,5 kí2 na


fig. P 6-14?

P 6-16 Que elemento de circuito poderia ser introduzido no problema anterior


de maneira que Ri recebesse a máxima potência?

V:-.

")i

"J.: •

-íí.; • 't;.i.
M C-'UC •' ríVi-j;:; i;D;tnÒ'^

- u ^
J...
C h r-

^ i A *^'4

! ^ Hí' n

1 ;

<s.
7 /Q e conversões
séríe-paralelo

7.1 Q

Quando trabalhamos com formas de onda senoidais ou de qualquer outra


forma, o termo Q é•freqüentemente encontrado. O significado de Q pode ser
expresso de várias maneiras, mas a sua interpretação mais conhecida é que ele é
a medida da capacidade de armazenamento de energia de um circuito ou compo
nente. Por exemplo, um indutor ou capacitor puro pode apenas armazenar energia
e assim dissipa potência nula. Qualquer resistência de circuito, todavia, dissipa
energia em forma de calor. Então Q é a. figura de mérito que compara a possibi
lidade de armazenamento de energia de um circuito ou componente com aquela
dissipada em calor. Nesse sentido, Q é a medida da pureza de um indutor ou
capacitor, desde que qualquer perda é devida à componente resistiva do circuito.
Especificamente, para circuitos ca podemos definir Q como

1)
Q _ energia armazenada por ciclo _ potência reativa
energia dissipada por ciclo potência real (7-1)

onde a potência reativa é a potência armazenada na componente reativa resul


tante e a potência real é a potência dissipada na componente resistiva resultante.
Examinaremos o Q novamente no próximo capítulo, mas a definição forne
cida pela Eq. (7-1) será considerada por enquanto.
Para uma dada freqüência, a maioria dos circuitos, partes de circuitos ou
qualquer componente, podem ser representados por uma reatância resultante em
série com uma resistência, como mostrado na fig. 7-1, ou como uma reatância
resultante em paralelo com uma resistência, como mostrado na fig. 7-2. Em geral.
164 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 7

's -

Fig. 7-1 Fig. 7-2

Rg eXgi^Xp. Como as configurações série e paralelo estão inter-relacionadas,


nós as examinaremos resumidamente. No momento, nosso objetivo é desenvolver
expressões para o g de circuitos série e paralelos.
Uma vez que / no circuito série da fig. 7-1 é comum â Rg e Xg, podemos
escrever

potência reativa _ I^Xg _ Xg


Qs = (7-2)
potência real I^Rs Rs
Para o circuito paralelo da fig. 7-2, E é comum e assim
potência reativa
Qv (7-3)
potência real E^IR, X,

É conveniente memorizar as formas finais das Eqs. (7-2) e (7-3).


Uma vez que a reatância Á" é em geral uma função da freqüência, Q variará
também com a freqüência. Entretanto, R pode também variar com a freqüência,
uma vez que pode depender do efeito skin, perdas no núcleo dos indutorese perdas
no dielétrico de capacitores. Então, a maneira como Q varia com a freqüência não é
sempre óbvia. Medidas ou dadosde fabricantes devem ser consultados de forma que
Q na freqüência de interesse seja conhecido.
Agora, trabalhe com osproblemas PS 7-1 e PS 7-2.

7-2 Conversões paralelo para série


Muitas vezes temos a configuração à esquerda da fig. 7-3 e queremos
convertê-la para sua equivalente série, como mostrado à direita a uma freqüência
particular ou faixa de freqüências. A reatância Xp representa a reatância equiva
lente e Rp é ã resistência paralela equivalente.
Se valores numéricos forem especificados para os vários parâmetros de
circuito, você poderá usar a régua de cálculo, calculadora ou qualquer outro meio
e determinar Yp para o circuito paralelo na forma polar.
CAP. 7] Q E CONVERSÕES SÉRIE-PARALELO 165

Fig. 7-3

Então tome a recíproca de Yp e obtenha Zp, ainda na forma polar. Resolva Zp


da forma polar em suas componentes resistiva e reativa como próximo passo.
Agora, se os sistemas série e paralelo são equivalentes, a componente resistiva de
Zp deve igualar e a componente reativa deve igualar Xg. Isto é uma aproximação
e resolvemos esse tipo de problema no capítulo anterior. Trabalhe com os
problemas PS 7-3 e PS 7-4.
Embora tenhamos visto nos problemas PS 7-3 e PS 7-4 que a solução mate
mática para um determinado problema é facilmente encontrada quando são
fornecidos dados suficientes, o que sempre buscamos é a análise geral de algum
circuito envolvendo essas conversões. Assim, vamos desenvolver apenas uma
aproximação geral, como segue:
Para o arranjo paralelo na fig. 7-3, temos

__ RpjjXp)
1) -ABP
i^p
onde é a impedância vista a partir dos terminas AB, Rp é a componente
resistiva em paralelo (shunt) e Xp é a componente reativa equivalente. Deixaremos
Xp guardar o seu próprio sinal, de forma que Xp será positivo para uma reatância
resultante indutiva e negativo para uma reatância resultante capacitiva.
Multiplicando o numerador e o denominador de (1) pelo conjugado complexo
do denominador, resulta, após alguma simplificação.

_ ^pO^p)
"p ^p jXn
2) -ABP
^P j^p ^p jXn
RpXi R^Xp
+ / (7-4)
R'p + Ri + x^
Uma inspeção da equação (2) indica que, com a ajuda do conjugado complexo,
transformados o circuito paralelo para um circuito série equivalente com uma
componente resistiva

RpX^
3) R. = (7-5)
Ri
166 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 7

e uma componente reativa


RlXjj
. .

Desde que não houve mudança de sinal no termo reativo de 7-4, ê Xp são
reatâncias da mesma espécie.
É sempre conveniente expressar (3) e (4) em termos de Qp, que você
lembrará da Eq. (7-3) é dado por

5) âp =-^
Ap

Então, dividindo numerador e denominador de (3) por Xp, obtemos

6) Rs = — (7-7h)

x^ x^ :
E da mesma forma tratando (4) obtemos
R^Xp
Xj QlXp
e^ + 1 i +_
X} xl Qp
Você pode notar que se Qp é grande, digamos Qp ^ 10, Rs vem a ser
muito menor que Rp e Zg = Xp.
Agora, trabalhe com o problema PS 7-5.

7-3 Conversões série para paralelo


Você agora conhece as conversões paralelo para série. Isto é importante
para tomarmos o outro caminho e mudarmos o arranjo série da fíg. 7-4 para seu
equivalente paralelo.
Como ponto de partida no desenvolvimento dessa conversão, devemos admitir que
se os dois sistemas devem ser equivalentes, suas admitâncias nos terminais AB
devem ser idênticas.

1) = Y^p
CAP. 7] Q E CONVERSÕES SÉRIE-PARALELO 167

Fig. 74

Aplicando o conjugado complexo para a parte esquerda de (2)


1 •^s j^s R.
3) -X (7-8)
Rs j^s Rs i^s R} + X} R^ +

Br

Agora a parte real ou termo condutivo puro de (3) deve ser a condutância de
Xabs que» se os sistemas devem ser iguais, deve igualar Gp, a condutância de X^bp-
Então

1 R^ + x!
4) Rp = (7-9)
R.
5 I
Para introduzir

5) Qs ~ (7-10c)
R.

dividimos o numerador e denominadorde (4) por/?s para obter


6) Rp = Rsil + QD (7-lOè)
Da mesma forma a susceptância de Y^5, que é o termo reativo de (3), deve
igualar Bp, a susceptância de X^p. Então, e introduzindo novamente Qg, temos
RI + XI
7) Xr, = — = X. + 1 (7-lOc)
^ Br Ql
A reatância Xp é de mesma natureza que a reatância Xg. Em outras palavras, se
Xg é capacitiva (indutiva), também Xp é capacitiva (indutiva). Isto também foi
verdadeiro para a conversão paralelo para série.
Agora, trabalhe com os problemas PS 7-6 e PS 7-7.
As conversões de série para paralelo e de paralelo para série estão sumarizadas
na Tabela 7-1.
168 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 7

Tabela 7-1

Qf =

7-4 Indutor Q
Veremos no próximo capítulo que a resposta de freqüência dos circuitos
LCR pode, em geral, sobre uma faixa de freqüências, ser altamente dependente
do indutor Q. Uma vez que um indutor pode ser caracterizado pelo circuito equi
valente da fig. 7-5fl, usaremos isto como um ponto de partida para a avaliação
do indutor Q.
Na fig. 7-5a, L é a indutância do enrolamento, incluindo algum efeito do
material do núcleo; Ri é a resistência resultante devida à resistência do enrola
mento, efeito skin e perdas no núcleo se aplicáveis; e C é a capacitância equivalente
através da bobina devida à capacitância entre as várias voltas do enrolamento e
mais uma capacitância de fuga que certamente pode existir devido à maneira pela

>Rl

Ia) (b)

Fig. 7-5
CAP. 7] Q E CONVERSÕES SÉRIE-PARALELO 169

qual o enrolamento é construído. Como primeiro passo, vamos converter a série


L - Ri do primeiro ramo do circuito para a sua equivalente paralela, que está
mostrada em paralelo com C na fig. 7-5b.
O Q do ramo série L - Ri na fig. l-5a é

Xi
1) Qs = —
' Rl
Assim, na fig. 7-5b,

2) Rp = RlíQI + 1)
e

3)

OU

4) lp=L 1 +

A fig. 7-5b pode ser melhor analisada que a fig. 7-5a. A mais interessante
observação é que nós podemos encontrar uma freqüência, chamada de freqüência
própria de ressonância, na qual a susceptância do ramo Lp do circuito será cance
lada pela susceptância do ramo C de forma que a bobina apareça como uma
resistência pura Rp. Na freqüência de ressonância própria, a bobina aparece como
um capacitor "shuntado" por alguma resistência. Todavia, os indutores são
normalmente operados em freqüências próximas abaixo de sua ressonância própria,
de forma que o capacitor C na fíg. 7-5a ou 7-5b pode ser desprezado. Nesse caso, a
Eq. (1) atualmente define o indutor Q como

5) Ql = (7-11)
Rl
Tipicamente, o Q de um indutor pode variar com a freqüência, da maneira
representada na fig. 7-6. Como você pode ver, para essa bobina, pelo menos

Fig. 7-6
170 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 7

Ql é praticamente constante numa faixa de freqüências fi até , e está também


em uma região de máximo. De preferência, esse indutor deveria ser usado entre
essas freqüências.
A razão pela qual Qi é aproximadamente constante entre fi t f2 é que o
efeito skin e outras perdas produzem um aumento da componente resistiva com a
freqüência tão rápida quanto o aumento de Xi. Assim, a relação Qi é relativa
mente constante.

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES

PS 7-1 A uma freqüência de 300 kHz, uma bobina de uma camada tem um
diâmetro de 6,3 cm, comprimento 6,1 cm, e 61 espiras de fio bitola 18 com um
Q de 400. Estime a indutância e a resistência aparentes.
SOLUÇÃO Uma solução exata é impossível, uma vez que não temos dados Z,
nem R aparentes. Todavia, não é errado considerarmos L bastante independente
da freqüência emboraR não o seja. Umavez que temos as especificações da bobina,
podemos usar a fórmula de Wheeler que fornece a indutância aproximada. Então

'

L = ^ /iH = = 413)uH
J6,3
2 j + 10(6,1)
Você lembrará que a relação é precisa, em torno de 1%, se / > 0,8r, o que é
satisfeito aqui. Então

Xs = Xl = 271 300 kHz (413 juH) = 779 Í2


Desde que Q = Qs = 400

779
Rs' Q, ="7:^
400 - 2í2
PS 7-2 Um capacitor real possui perdas de dielétrico e resistência de fuga em
paralelo. Sobre uma vasta gama de freqüências ambos os efeitos podem ser
representados pelo circuito equivalente da fig. PS 7-2 onde G, uma condutância,
representa a perda resistiva resultante e C representa a capacitância aparente. Uma
característica comumente utilizada para capacitores é um fator adimensional
chamado fator de dissipação D, que é dado por

^=f
Valores típicos de variação de Z) de 0,5 X lO"'^ unidades para poliestireno até
0,2 unidades para eletrolíticos. Relate o fator de dissipação para Q e determine os
valores correspondentes de Q para capacitores com poliestireno e capacitores
eletrolíticos.
CAP. 7] Q E CONVERSÕES SÉRIE-PARALELO 171

' Fig.PS7-2
-9

SOLUÇÃO Para um circuito paralelo, Q é dado pela Eq. (7-3) como segue:
Rr,
1) Q = Qp

Desde que

G
2) D =
Bc

3) G =
Rf

4) Bc=4-
podemos substituir (3) e (4) em (2) para obter
l/R p ^ Xp
5) D
l/Xp Rp
Substituindo (5) em (1) resulta o g do capacitor em termos de D. Então
1
6) Q Qp = D

Para capacitores de poliestireno, Q estará nas proximidades de

7) ô = —= T 2 X IO'*
^ D
U 0,5
0,5 X
X 10"'*
lU""

enquanto para eletrolíticos

8) ô = — = — = 5
^ D 0,2
Obviamente, isso é sempre verdade sobre a faixa de freqüências que o circuito
equivalente da fig. PS 7-2 verifica e onde G e C são substancialmente constantes.
172 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 7

PS 7-3 Converta o circuito paralelo à esquerda da fig. PS 7-3 para seu equiva
lente série mostrado à direita.

? 2
I Xc = ?
3 kí2

= ?.
;-/16kí2
A
O

Fig. PS 7-3

SOL UÇÃO Areatância resultante no ramo LCdo circuito paralelo é


Xp = / IO kí2 —/16 kí2 = —/6 kí2
Portanto

1
Bn = — = /0,16667 mmhos
^ X, 76 kí2

Para o ramo resistivo

Gr, = — = 0,3333 mmhos


^ 3kn
Assim

Yp —Gp jBp —0,3333 -f /0,16667 mmhos


= 0,3727/26,57° mmhos

Zp =-—= 2,683/-26,57° kí2 = 2,4 kí2 -/1,200 kí2

Assim se Z^Bp = Z^bs

Rs = 2,4 kí2
Xs = -/1,200 kí2

PS 7-4 Converta o circuito paralelo à esquerda da fig. 7-4 para seu equivalente
série mostrado à direita.
CAP. 7) Q E CONVERSÕES SÉRIE-PARALELO 173

2kí2
Xs = ?

3 kn

/10kí2

Rs = ?>
-/16 kí2

i_T
Fig. PS 74

SOLUÇÃO A impedáncia do ramo RLC é


Zi = 2 kí2 + /IO kn - /16 kn 2 kí2 - /6 kí2
= 6325/ -71.57° kí2

Portanto,

0,1581/ + 71,57° mmhos = 0,05 + /0,15 mmhos

Para o ramo de 3 kí2.

1
Y, = = 0,3333 mmhos
^ 3kí2
Então, olhando a partir dos terminais AB da coníiguração paralela,
^ABP = Yj + Yi = 0,3833 + /0,15 mmhos = 0,4116/ +21,37° mmhos
Em conseqüência,

1
"^ABP = 2,43/ -2137 kí2 = 2,262 kí2 - /0,8853 kí2
^ABP

Equacionando as componentes reativa e resistiva de e Z^p^, resulta


Rs = 2,262 kí2
X5 = -/0,8853
Como uma aproximação alternativa, poderíamos determinar Z^p de
„ _ 3kí2(2kí2-/6kn) ^
3 kí2 + 2 kí2 - /6 kí2
= 2,262 kí2 - /0,8853 kí2

Rs Xs
174 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 7

que é provavelmente um método mais fácil se o circuito paralelo contém apenas


dois ramos.

PS 7-5 Repita o problema PS 7-3 usando a conversão paralela para série e


compare seus resultados com os anteriormente obtidos.
SOLUÇÃO Da fig. PS 7-3, Rp = 3kí2, jX = / IO kí2 - /16 kíí = -76 kí2.
Da Eq. (7-7fl),
Rp _ 3 kf2 _ 1
6kn ~ 2

Da Eq. (7-7Ò),
R„ 3 kÜ
Rq = —= ; = 2,4 kí2
^ Ôp' + 1 (0,5)' + 1
Da Eq. (7-7c),
Xo 6kí2
Xs = p= i - 1,2 kí2
1 1 +
Ôp' (0,5)'
que confere com o resultado anteriormente obtido.
PS 7-6 Uma resistência de /6 ohm é conectada em série com um capacitor cuja
reatância é 96 ohms. Determine os elementos resistivos e reativos do circuito
paralelo equivalente.
SOLUÇÃO Da Eq. (7-1 Da)
Xs 96
1) Qs ^

Da Eq. (7-10Ô)
2) Rp = RsiQs" + 1) = 16(37) = 592
Da Eq. (7-1Oc),

3) =

Os elementos do circuito paralelo consistem de um resistor de 592 ohm "shun-


tado" por um capacitor cuja reatância é 98,7 ohms na freqüência de operação.
PS 7-7 Determine o circuito equivalente série do sistema da fig. l~la. Use a
tabela de conversões série paralelo vista neste capítulo.
SOLUÇÃO Primeiramente, tomaremos o ramo contendo os elementos conec
tados em série e iremos convertê-lo para a sua forma paralela. Então
CAP. 7] Q E CONVERSÕES SÉRIE-PARALELG 175

/62.9 n 63.3 ííX 62.9 n*


16 Í2 234 Í2

ib)

4.18 fi

31.5 Í2 <234Í2
/30.9 Í2

ic) id)

Fig. PS 7-7

1) Xs —96 Í2 —37 Í2 = 59 (capacitivo)


^ Xs 59
2)
Rs 16 ~
Portanto,

3) Rp = 16[1 + (3,69)2] = 234


1
4) Xp = 59 1 + 63,3 Í2
(3,69)^
O sistema é agora equivalente ao da fig. PS 1-lb, que é reduzido ao da fig. 1-1c,
uma vez que

5)
^ _ (63,3)(62,9) „
63,3 + 62,9
Convertendo a fig. PS 1-lc para sua equivalente série da fig. 1-1d, temos
Rr, 234
6) Qv Xp 31,5 ® ~
234
7)
^55 + 1 ^ ^
31,5
8) Xs = 1, IT/cc
+ 1/55
= 30,9 Í2
176 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 7

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PA 7-1 Determine Qs a 1,6 MHz na fíg. PS 7-1.

5pF

1.2 kíí'

RESPOSTA Qs = 16,6

PA 7-2 Determine Qp ã 12 kHz na fig. PA 7-2.

160 0.02 H'

RESPOSTA Qp = 0,106
PA 7-3 Construa o equivalente paralelo do circuito série da fig. PA l-3a para
a freqüência na qual Rs = 0,6 kí2 e Xi = 2,4 kí2.

0.6 kíl

10.2 kí2 •<2.55kí2

2.4 kí2

(a) (b)

RESPOSTA Ver fig. PA 7-3 b.

PA 7-4 Estime a impedância X necessária na fig. PA 7-4a de forma que seja


puramente resistiva a 500 Hz.
CAP. 7] Q E CONVERSÕES SÉRIE-PARALELO 177

•80n

•0.006 mF

1.1 H

RESPOSTA X s -/3,46 kí2

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 7-1 Em que freqüência Q5 = 1 na fig. P 7-1?

160 Í2 >

0,02 mF!

P 7-2 Determine Qs do circuito equivalente série da fig. P 7-2 a 1,6 MHz.

0—( >

^5pF J

0—< > 1

P 7-3 Determine os elementos do circuito equivalente série da fig. P 7-3 a


18 kHz.

C, = 0.006 #iF

60 Í2
1.1 H C2
= 0.001 nF
178 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 7

P 7-4 Expresse na forma retangular para o circuito da fig. P 74. Use as


técnicas de conversão desenvolvidas neste capítulo e depois confira usando algum
outro método.

/40 r—If
-/160ÍÍ

^AB ^ /120Í2 •8Í2


Fenômeno da
ressonância

Nos capítulos anteriores, encontramos, ocasionalmente, problemas com várias


soluções possíveis. Por exemplo, houve um caso no qual a voltagem através de
um elemento reativo em um circuito RLC série era muito maior do que a aplicada
dentro de uma certa faixa de freqüências. Os circuitos que apresentam uma variação
marcante em suas características de resposta sobre uma faixa de freqüência são
chamados circuitos sintonizados, e esse fenômeno é conhecido como ressonância.
Os circuitos sintonizados (ressonantes) são usualmente utilizados em todas
as situações onde existe a necessidade de discriminação entre sinais de diferentes
freqüências. Em seu rádio, ou TV, os circuitos sintonizados são utilizados para
separar os sinais das estações transmissoras (canais).

8.1 Ressonância série

Nessa seção, investigaremos o tão conhecido fenômeno da ressonância série.


No material que será mostrado, a maioria dos conceitos fundamentais introduzidos
na eletrônica básica será expandida.
Considere o circuito série da fig. 8-Ia. A impedância da parte à direita dos
terminais AB é

1
'^AB - + j [ojL — coC (8-ia)

Em uma freqüência angular co^, o termo reativo será igual a zero e a impedância,
puramente resistiva. Esta condição é conhecida como ressonância série, e co;- ou
/,. é a sua freqüência de ressonância.
182 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

Todavia,

/2% = mir^Rt

h 0,707/,

De maneira similar podemos mostrar que para /i,

h 0,707/.
V 2

Agora poderia ser desejável determinar a largura de faixa do circuito sinto


nizado pela inspeção dos parâmetros, ao invés de por medidas diretas em um
circuito real. Podemos facilmente estabelecer as proporções seguintes, uma vez
que temos desenvolvida a relação entre / na freqüência de ressonância e / nas
freqüências de meia potência (/12). O índice 12 é usado para designar um ponto
de meia potência ocorrendo em coi e coa-
1/121 1 _ElyJXyi
\Ir\ ~ y/2 ElRt
1 Rt
yj2 s/Rt^ + X 12
2

1 Ri
(8-7)
2 Rt^ + Xn^
Resolvendo para a relação entre X^, e Rf, obtemos
á:,2 = ±Rt

Notamos que a reatância resultante é igual à resistência resultante nos pontos de


meia potência. Isso também nos mostra que o ângulo de fase é de mais ou menos
45°. Para CO2, o circuito comporta-se como indutivo e o ângulo de fase é45°.
enquanto para coi a reatância resultante é capacitiva e a corrente avança 45° em
relação à tensão. A reatância resultante pode ser expressa em termos de L, C e
O) como segue;

X12 = CO12L —— pr= ±Rf


Cvx2 ^

Un''LC - 1 = ± conRíC

LCíúi/ RfCiO\2 1=0


que é análoga à expressão da raiz quadrada
ax^ + Z)jc 4- c = O
CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 183

cuja solução é
—b ^ yj —Aac
X =
2a ~ 2n

portanto

y/Rt^C^ + 4LC
±RtC ±
2LC

Uma vez que y/R^^C^ + ALC é visivelmente muito maior que RtC, o caso onde
o radical é precedido por um sinal negativo resultará em freqüências negativas.
Uma freqüência negativa é sem importância para nós e esse caso é desconsiderado.
Com apenas o sinal negativo antes do radical, temos duas freqüências possíveis:
±RtC + y/Rt^O + 4jLC
UJi2
2LC

As duas raízes são então

-RfC + y/Rt^C"" + 4LC


2'nfi = coi =
2ZC

+ RtC + y/Rt^C"^ + ALC


27r/2 — CO2 —
2LC

Temos agora três fórmulas desenvolvidas, que nos permitem determinar as


freqüências ressonantes e as freqüências de meia potência, em termos dos parâ
metros do circuito. A faixa de freqüência entre coi e 002 é denominada largura
de faixa, B. O que significa = coi —C02. Uma palavra de atenção nesta oportu
nidade: a quantidade Rt inclui as resistências do gerador e da bobina. A resistência
da bobina varia com a freqüência, devido ao efeito skin etc., o que significa
que Rf devida a Ri também varia com a freqüência. O valor de Ri não será
necessariamente o mesmo em fi, fr, ou/2.
Felizmente, embora a resistência ca da bobina varie com a freqüência, a
relação entre a reatância e a resistência da bobina permanece aproximadamente
constante dentro da largura de faixa, na maioria dos casos. Como Ri aumenta
com a freqüência, da mesma forma que Xi, a relação de Xi para Ri permanece
aproximadamente constante. A quantidade XijRi é conhecida como sendo o

Fig. 8-2
184 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

Q da bobina, ou Qi, e permite-nos analisar de forma conveniente o circuito sinto


nizado. Enquanto os fabricantes de bobinas não têm comumente gráficos de
Ri versus freqüência, as curvas de Qi versus freqüência são facilmente disponíveis
(fig. 8-2).
Mais tarde, iremos desenvolver uma relação entre Qi e as freqüências de
meia potência. Mas, primeiro, vamos ver se podemos relacionar as freqüências de
ressonância e de meia potência diretamente com os parâmetros do circuito. Se
multiplicamos coi e CO2, o resultado é

Rt^C^ + 4LC - Rt^C^ 1


COi CO2 — I z —
4L^C^ LC

mas cúf = l/VLC\ portanto,


CO1CJ2 = (8-8ú!)
ou /1/2 = //. Isto é o mesmo que escrever

(8-80)
fr h
O termo largura da faixa, como temos usado até agora, não nos diz realmente
muito, a menos que a freqüência de ressonância seja especificada. Por exemplo,
se você dissesse que a largura de faixa de um circuito ressonante série é 100 Hz,
poderia assegurar que o circuito é também de característica aguda de sintonia?
Certamente, não. Se fr é 500 Hz, 100 Hz seria uma grande porcentagem de fr,
resultante em uma curva achatada de resposta (baixa seletividade). Se fr fosse
1 MHz, a sintonia seria muito aguda. Portanto, o que realmente necessitamos como
um indicador de mérito, para julgarmos a seletividade de um circuito sintonizado,
é a relação da largura de banda com a freqüência de ressonância. Esta relação é
algumas vezes referida na literatura por unidade de largura de faixa ou apenas por
largura de faixa (B). Podemos, assim, definir
_W2 _ f2 ft^ _ unidade B (8-9fl)
Ctir fr

e 0)2 — oji = Ao) como a largura de faixa.


Portanto, vamos agora desenvolver uma relação simples entre a expressão
anterior e os parâmetros do circuito. Mostramos que

R,C + -jRtC^ + 4iC


(O, = — (8-96)
ILC

-R,c + ^/rJc^TJlc
cji = (8-9c)
2LC

Ur =—f=
s/LC
(8-9Í)
CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 185

Em geral, /j ~ fr ^ fr ~ fi- Ou seja, as freqüências de meia potência não


são igualmente espaçadas em relação à freqüência de ressonância. Se, todavia, o Q
total do circuito {Qf) é 10, o erro é desprezível e as freqüências de meia potência
podem ser consideradas igualmente espaçadas defr. Portanto, se conhecemos o Q
do circuito, podemos escrever, quando Qf 10,

. B
C02 - (^r - CO;. + (8-9e)

B
coi = CO;. —— = CO;. — (8-9/)

, Se o 0 do circuito é cerca de 10 ou mais, a voltagem através de L ou Cserá


também máxima em co;. e apresentará uma curva de resposta de freqüência similar
àquela da corrente. A mesma largura de faixa Q e outras relações podem ser
usadas. Por exemplo, o 0 do circuito pode ser avaliado medindo pontos de vol
tagem igual a 0,707 da voltagem máxima. Algo mais sobre esse assunto será visto
mais tarde.
Vamos sumarizar os resultados de nossos esforços até aqui.
1. A freqüência de ressonância de um circuito série RLC é

2. A corrente na ressonância está em fase com a voltagem aplicada e tem


um valor máximo igual a E/Rf;
3. Definimos duas freqüências de meia potência, coj e coj, nas quais a cor
rente é 70,7% da corrente de ressonância e o ângulo de fase entre a
corrente e a voltagem aplicada é mais ou menos 45°;
4. A freqüência de ressonância está na metade geométrica de coi e CO2.
O que significa

c^r = V CÚ1OJ2 (8-lOè)


5. A largura de faixa, ou espaço, entre as freqüências de meia potên
cia é

B = CJ2 - cji (8-lOc)


6. A largura de faixa por unidade é uma medida da seletividade do circuito,
uma vez que expressa qual a porcentagem da freqüência de ressonância
que é ocupada pela largura de faixa. A largura de faixa por unidade é
relacionada ao Q do circuito por

CO2 ^1 1
Por unidade B = = (8-10c/)
cOr Qt
7. A relação anterior (6) nos fala que, se conhecemos o 0 do circuito e cOf,
podemos determinar a largura de faixa de
186 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

Cúf.
B = OJ2 — COi = —— (8-lOe)

8. Ao contrário, o Q total de um circuito ressonante série pode ser deter


minado através de medidas para avaliar coi, cj;. e .
COr
Qt = (8-10/)
tÚ2

9. Se a fonte que alimenta o circuito ressonante é puramente de natureza


resistiva, o g do circuito pode ser relacionado ao Q da bobina por
1
Qt = (8-1C&)
(V"ri) + 1/fii
10. Se o ô do circuito é conhecido e é desejado avaliar o Q ádi bobina,
podemos resolver para Qi e obter
1
Ql = (8-10/2)
(i/Qt) - {RgM
11. Se o ô do circuito é conhecido e está nas vizinhanças de 10 ou mais, as
freqüências de meia potênciapodemser consideradas igualmente espaçadas
de iOf. O que significa

"2 -_ "r +íÃ.-


2- +I 2Q, (8-102)

B COr
Cúl = CO;. = CO» (8-10/)
2 ' 2Qt
Agora, trabalhe com os problemas PS 8-1, PS 8-2 e PS 8-3.

8.3 Análise com Q não-constante


Até aqui ficamos restritos aos casos em que o Q ê constante sobre uma
faixa defreqüências. Embora este seja o caso usual, às vezes, particularmente quando
tratamos com indutores com núcleo de ferro, em audiofreqüências, Qi varia
consideravelmente com uma pequena mudança de freqüência, como indicado na
fig. 8-3. Para analisar esta situação,vamos retornar aos fundamentos.

Fig. 8-3
CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 187

Em um circuito RLC série, a corrente em qualquer freqüência é dada por

1) 1=— (8-11)
^ R+jX ^ ^
onde

E = voltagem aplicada
R = Rt, a resistência total do circuito
X = Xi — Xc, a reatância resultante
Na ressonância, I = ER,., onde R,. = resistência total do circuito na res
sonância. Portanto,

21 1 _ EI(R + jX) _ Rr
^ Ir E/Rr R + jX
Dividindo numerador e denominador por Rr,

3) '
Ir
'
(R/R,) + j(X/Rr)

Uma vez que desejamos expressar ///;. como função de co, podemos escrever,
para X,

4) x.. = Xl-xc
..
= <^lr 1 _ - 1

mas cor —l/VZc"; entretanto LC = 1/co^^, e C = 1/co^^L. Portanto,


co^{l/cjr) —1 (cofcor)^ —1
5) X =
co/co^^Â (cú/cor)

Substituindo em (3), temos

6^ J_= !
Ir R , . - 1
+ /
Rr (CO/CO;.)/?;./C0;.Z,

Mas Qr — (jôrLjRr, onde Qr ^ o Q total do circuito na ressonância. Assim,


I 1 1
7)
Ir ^ ^ . (co/cOr)^ - 1 A + (co/cOr) - 1
Rr ^ (co/w,)l/(2r Rr '

é-^ÍQr(—
Rr \C0r
^
Algumas vezes, nos deparamos com um problema, no qual uma freqüência
é requerida para fornecer a resposta de corrente específica. Esse é um problema
difícil, uma vez que deve ser resolvido para co na Eq. (8-13), repetida aqui como
Eq. (S-I4a)

1) -p = (8-14<;)
V CJ Qr . f CO
+ ]Qr^
cOf Q \(Or (O

Além do mais, quando co é desconhecido, não podemos determinar Q, uma vez


que ele depende de co. Possivelmente, Q pode ser expresso como uma função
- O iO - 'i.i
• , ííj'^'r',ut. "-h
>'Tiov f •.•;-- '»

U.! ' 1

ttno,,: C^i

2 •¥ k
(8.14e)
1 + A: + jQrk
1 + k

A equação (8-14e) pode ser representada como uma curva universal de


ressonância da seguinte maneira. Suponha valores de Q^k ao longo de um eixo
horizontal de um gráfico e represente os valores correspondentes de I/I^. ao longo
^ Um tratamento excelente de circuitos sintonizados pode ser encontrado em F. E.
Terman, "Electronic and Radio Engineering", 4? edição, McGraw-Hill Book Company, New
York, 1955.
190 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

do eixo vertical. A faixa de valores que Qfk poderia abranger será determinada pelos
valores esperados de Q e pelo desvio em relação à freqüência de ressonância.
Usualmente Q estará entre 10 e 500, de forma que estes dois casos serão conside
rados. Mesmo para o caso onde 2=10, raramente estamos interessados na resposta
de corrente em freqüências 30% mais altas ou mais baixas que co^.. Isto fixa a
faixa de k, que é determinado como segue.
Da Eq. (8-14c) co = tC;.(l + k). Quando co é 30% mais alto que co^
CO = + 0,3 CO;. = 1,3 CO;.

Substituindo na Eq. (8-14í/), resulta


1,3 CO;. — COr
k =-^— ^ = 0,3
CO;.

Quando co é 30% mais baixo que co;.

CO = CO;. 0,3 cOf — 0,7 cüf

e para este caso encontramos o limite mais baixo de k que é


k = -0,3

Uma faixa satisfatória ao longo do eixo horizontal pode ser determinada


tomando-se Qrk igual ao produto do Q mais baixo considerado que é 10, e
k = ±0,3, que é —3 até +3.

Ângulo de fase
avançado 1,0
0=10
0,9-80
0 = 500 0,8 • - 60
/
0,7-40
Ir Valores relativos para
ressonância série ou 0,6-20
Z

^ar
ressonância paralela.
10.5^0
2 0,4 -20
raus
« 0,3--40

2 0,2 -60

CO < COr

—Qrk

Fig. 8-4

• Vamos mostrar, através de uns poucos cálculos ilustrativos, usando a equaçao


(8-14e), como a curva universal de ressonância é esboçada. Se Q^k = —3 e
CAP. 8] FENOMENO DA RESSONÂNCIA 191

Qr = 10, A: = -0,3,

I 1
= 0,137/ 84,5
í /? _ n ^
'' 1 - 0,3 +/10(-0,3)' '
1 - 0,3

Sq k = +0,3, e Qr = 10, Qrk = 3,

I 1 1

1+0.3+/10(0,3) '>3 +'3^1


'
1,3 + /•5,3
'
5.5/ 76.2
= 0.18/-76.2°
Note que a curva é quase simétrica em relação a para os valores de Qrk.
Quanto mais alto é o Q, melhor é a simetria.
Agora suponha Qrk = —3, mas Qr = 500. Isto significa k = —0,006:

I 1

'• 1 - 0,006 +/500(-0,006) 1 - 0,006


1 1 1
= 0,16/ 80,6°
1 -/3(2) 1 -/6 6,1/-80,6'
Se fôssemos continuar o processo e obter pontos em número suficiente para
esboçar duas curvas de ressonância, uma para Q — \Q e outra para Q = 500,
encontraríamos estas, virtualmente, superpostas. A curva para Q = 500 pode ser
usada para valores de Q tendendo para infinito com erro muito pequeno, como
evidenciado na fig. 8-4. Veremos mais tarde que a fig. 8-4 pode também ser
usada para circuitos ressonantes paralelos.
Agora, trabalhe com os problemas PS 8-5, PS 8-6 e PS 8-7.

8.5 Aumento da voltagem ressonante

Um fenômeno interessante e útil relacionado com os circuitos ressonantes


série é o grande aumento de voltagem que ocorre através de Z. e C para o^r
quando Qr é grande. Podemos provar este fato da seguinte maneira.
A amplitude da voltagem através do capacitor é Ec = IXc, mas na resso-
£
nância J = Ir = E/R. Portanto, Ec^ ^

EXl,
Ecr =—— = EQt^ (8-15fl)

Qty é o Q do circuito na ressonância.


192 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

Notavelmente, a voltagem do indutor ou capacitor na ressonância pode ser


Qtr vezes maior do que a voltagem aplicada. Se uma tensão de 10 volts é aplicada
a um circuito ressonante série tendo um Qt^ = 100, a voltagem no indutor ou
capacitor será 1.000 volts. Quando circuitos desse tipo são projetados, a voltagem
de trabalho do capacitor deve ser determinada nessa base. Realmente, cO;. não é
exatamente a freqüência para a qual Ei ou Ec é um máximo, mas a diferença é
pequena, se Qt^ > 10. Afreqüência exata para a qual£'c é ummáximo é

que resulta aproximadamente abaixo de cj/-. Se Qt^ =10, essa freqüência é essen
cialmente a mesma que co;- e a voltagem máxima do capacitor será aproximada
mente igual à voltagem do capacitor na ressonância.
A voltagem através da bobina na ressonância (Ei) é complicada, pelo fato
de que L tem uma resistência (Ri) associada. Portanto, usaremos Zi ao invés
deXi.

Zi = VV + ("i)'
Uma vez que Ri não é usualmente especificada, mas Qi é especificado, podemos
escrever

z, = /(cviy
, (coL)^" = ojL /-^+ 1
(coZ,)^ {(^L) Ql

Elr^lrZlr =f

= EQ,^ + 1 EQ,^ quando Qi^ > 10 (8-16a)

A freqüência exata para a qual a voltagem da bobina é máxima é ligeiramente


superior a co;. e é dada por

CO = . , (S-I6b)
sTT^TftÕT,
Outra vez, se Qtf > 10, a voltagem da bobina pode ser considerada máxima para co;..
Uma nota de alerta —sempre que você fizer qualquer cálculo envolvendo o Q'
da bobina nas proximidades de co/-, esteja certo de usar o valor de Q correspondente
a CO/-. Ql pode variar largamente sobre uma grande faixa de freqüências, e portanto
é melhor medir o Q da bobina para a freqüência de interesse, ou usar os dados do
fabricante, que podem representar Qi versus/.
CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 193

Vamos aplicar o material que temos tratado em alguns problemas ilustrativos.


Em todos os casos, os valores empregados são valores rms de voltagem e corrente,
a menos que seja dada outra indicação. Agora, trabalhe com os problemas PS 8-8
e PS 8-9.

8.6 Anti-ressonância paralela


Investigaremos, em seguida, o fenômeno da ressonância paralela, ou anti-
-ressonância, como ele é algumas vezes chamado. O circuito da fig. 8-5a ilustra
completamente um circuito geral anti-ressonante.

(a)

Iq sen Oq

Or 'l COSOl
M

![_ sen di^

(b) (c)

Fig. 8-5

A impedância vista olhando a partir dos terminais AB pode variar muito, depen
dendo do Q dos circuitos indutivos e capacitivos. Para freqüências abaixo da
freqüência de ressonância, a impedância do ramo indutivo é pequena e uma grande
corrente fluirá através da bobina. A corrente através do ramo capacitivo será
pequena, porque Xc é grande para baixas freqüências. A corrente da linha fluindo
nos terminais é, portanto, grande. Em altas freqüências, o ramo indutivo oferece
194 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

uma alta impedância, mas o ramo capacitivo tem uma baixa impedância. Nova
mente, a corrente da linha é relativamente alta. Para qualquer freqüência interme
diária, a impedância de entrada será maior e a corrente da linha será mínima.
Essa não é necessariamente a mesma freqüência para a qual a corrente está em
fase com a voltagem aplicada. Se Q for baixo, da ordem de 5, mesmo assim, o
erro está em torno de 1% e, portanto, a impedância máxima será considerada
como que ocorren.lo à mesma freqüência, que resulta em um fator de potência
unitário. Então paia uma determinada freqüência que nós definimos como a
freqüência anti-ressonante {far), a impedância vista a partir dos terminais AB é
puramente resistiva. Nosso primeiro objetivo é determinar como esta freqüência
está relacionada com os parâmetros do circuito.
Uma vez que estamos tratando com um circuito paralelo, é mais conveniente
trabalhar com admitâncias.

=-í- = ^ +4 - = r ^ — ^
^en + Í^L ~ f^C

Racionalizando^ cada termo, obtemos

Y _ ~ i^L + Í^C
~ Rc' + V
Separando e então agrupando as componentes resistiva e reativa,

Y = Íí +
+V

+ /'
Jc' + V + Vy
Para ser puramente resistiva, a componente reativa (susceptância) de Yg„ deve
ser zero. Portanto, vamos igualar a susceptância a zero e resolver para aquele valor
de CO, para o qual a afirmação anterior é verdadeira.

Xc Xi
= O
Rr^ -f Xr^ R,^ + X '^

+ X,^) - + JTc2^) =
_
o

'
coC
- uLlRc^ + CO
) =O

^ Outro caminho para expressar a maneira pela qual o numerador e o denominador


estão multiplicados pelo conjugado do denominador.
CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 195

- CO^LC r-^r ^=O


(J^c^

o?C'^Rl^ + - üí^LC{(J^C^Rc^ + 1) = O
Fatorando co^C fora de cada termo, temos
CR/ + co^L^C - LCco^C^i?/ + 1) = O
Expandindo e coletando termos,

co^I^C - (JLC^Rc^ + CR^ -1 = 0


L - CRl^ L - CRl^
L^C- LC^R(? LC(L - CRc^)

^ ^ __J IL - CRl^
"- - VZC VtT^ (8-")
Nota-se que a freqüência anti-ressonante paralela é realmente dependente das
resistências do circuito. Nos circuitos série, a freqüência de ressonância era
independente das resistências do circuito. A equação (8-17) é bastante interessante.
Ela indica que a ressonância pode ser estabelecida não apenas variando co, L ou C,
mas também pelo controle de Ri ou Isso, entretanto, raramente é feito na
prática, visto que Ri e Rc tendem a deteriorar a seletividade do circuito.
Na maioria dos circuitos para comurücações, a resistência no ramo capa-
citivo é desprezível e a do ramo capacitivo é pequena se o ô da bobina é razoa
velmente alto. Então, L será usualmente maior do que Ci?/ ou CR(^, e a Eq.
(8-17) se reduz a coar = l/V LC, que é a mesma do circuito ressonante série.
Se CR/ ou CR/ forem maiores do que L, a quantidade sob o radical será
negativa, o que resulta em um valor imaginário de coar- Isto é alguma coisa que
não podemos gerar fisicamente e^ portanto, não tem outro significado, a não ser o
de que não existirá a condição de ressonância em qualquer freqüência. Se Ri —Rc,
a quantidade sob o radical é igual ale, portanto, i^ar — l/V para este caso.
Se Ri igualar a R^ e também igualar a V LjC , ooar é indeterminado e o circuito
aparece resistivo para todas as freqüências.
Em circuitos anti-ressonantes práticos, a resistência no ramo capacitivo é
usualmente desprezível e a Eq. (8-17) reduz-se a

n 1 r

que pode ser manipulada em

2) Oiar =
1 - ^CR/
y/Tc
.>/!

• ,"rr: -jD • ^*0!':;

•j- v.r t.

•ju- ' :

.> 7'i '

_is

8) ^ar — / ^
V1 + l/e/
Comparando as Eqs. (8-18) e (8-19), vemos que, embora o Q da bobina para oj^
possa diferir daquele para cogr, a freqüência anti-ressonante cogr é ainda essencial- <
mente igual a co,. se Qi está em tomo de 10 ou mais.
Uma interpretação física das condições do circuito para cjgr pode ser obtida 1
da fig. 8-5b. A corrente em cada ramo é determinada pela impedância deste ramo.
A corrente no ramo capacitivo (Lc) adiantará da voltagem aplicada de um ângulo *
dl- Podemos também resolver//, através de uma componente em fase e outra em
quadratura, //, cos 6^ e //, sen di, respectivamente. Para cogr^ as amplitudes e '
os ângulos de fase de Ii e Tc nâo precisam ser as mesmas, uma vez que Ri e Rq
podem ser diferentes. As componentes em quadratura Ic sen dc e //, sen 6i se
cancelam, o que resulta em uma corrente total em fase de Ic cos 6c mais //, i
COS dl. A impedância vista olhando a partir dos terminais AB da fig. 8-5úr para
Rl -jXl 1
+ }
Rl + Xi'

Rl , . Xl
2) ^ + /I .
Rl + Xl' Uc Rj'^
L + X,^
^ ^L

Ri
3) = G + /^ =
^L + Xl'
Rl + XjJ' - XiXr
+ j— 7 (8-20)
XcÍRl' +
198 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

Para Z^n ser puramente resistiva, a componente reativa de deve ser igual a
zero. Isto é,

Râ + xe - XiXç
4) — = ^ = O
Xc(R^ +
A expressão anterior é verdadeira quando o numerador é zero ou

5) «i' + X^ - XiXc = O
Resolvendo para o valor de oj que faz a expressão igual a zero,

6)

1
7)
L''C L" LC

\
8) Oi - ^2
Isto pode ser manipulado na forma da Eq. (8-18) se fazemos novamente
Oir^ = IjLC Q Ql — 0iL/Ri.

9) OJar = J / Wr2
Oif2 La2

Oif

Ql Ql

que verifica a Eq. (8-18).

8.8 Impedância de entrada na ressonância

A impedância para tCa/-, vista olhando a partir dosterminais c e ò da fig. 8-6,


é facilmente determinada examinando-se a Eq. (8-20). Para Oiar^ ^ componente
reativa de Ygn é zero, o que faz a admitância de entrada igual a G. Por outro lado,
^en ~ ^ar — oiid>6 ^-(iT ^ ^ impcdânciâ âiiti~rcssoii3iitc«
Râ + (Râixâ) + 1 _ (1/Gi^) + 1
" rl Rdxâ mai
Todas as reatáncias são tomadas para oiar-

2) Rat =XlQl íl + (8-21a)


CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 199

e se g/, é grande, digamos 10 ou mais,

^ar ^ ^lQl (8-2 lè)


Podemos expressar Rar em termos de Xc resolvendo o passo 5 na seção 8-7
para Xc em termos de Xi e podemos, em conseqüência, obter

«i' + JTi" - XiXc = O


Xi,' + 1+
4) Zc =
Xl l/JTi

= (8-22.)

Da Eq. (8-22fl) vemos que Xc não pode mais igualar Xi em cjar> mas a diferença
é pequena seQi é grande. Resolvendo paraXi a Eq. (8-22a), obtemos

e, substituindo na Eq. (8-2Ic), resulta

6) ^ar = ^cQl (8-2 Ic)


A equação (8-2Ic) pode ser usada para expressar R^r diretamente em termos dos
parâmetros do circuito como segue:

Da Eq. (8-21(7), formas adicionais úteis expressando Rgr podem ser derivadas.
Por exemplo,

XcXl Xc^ Xt^

Se a resistência está presente no ramo capacitivo, ela poderia ser adicionada a Ri


quando determinamos Por exemplo, as Eqs. i8-2ld) e (8-21e) seriam agora

„ _ L XcXi
t<ar —
{Ri + Rc)C Ri + Rc

xâ Xc''
(8-21/)
Rl + Rc Ri + Rc
A equação (8-21/) não é exata, mas é suficientemente precisa quando os j2's do
circuito são em torno de 10 ou mais.
200 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

O Q total do circuito paralelo quando a resistência está presente em ambos


os ramos pode ser tomado como

Xl
Qt= (8-23)
Ri +Rc

quando Qr é 10 ou mais. Uma letra maiúscula (7^ será usada para diferenciar o Q
total do circuito anti-ressonante propriamente dito do Q total do circuito, de
signado Qt- O Q total do circuito, que inclui o efeito da impedância da fonte,
está desenvolvido na seção 8-9.
Com a ajuda das várias expressões para Rar, pode ser mostrado que as
correntes dos ramos são aproximadamente Qj vezes a corrente da linha para (jOar-
Façamos Is igual à corrente da linha forçada por alguma fonte Eg a partir dos
terminaisda fig. 8-6. Podemos escrever as seguintes proporções:

Eg
-r = Ra,
h

Se Qx é alto, portanto.

II Rnr QtXl
(8-24a)
^g Xi Xi

Desde que Xi ^ Xc para G>ar, quando Qx é grande, vemos que

~=Qt (8-246)
^g
Agora, estude o problema PS 8-12 cuidadosamente.

8.9 Seletividade de um circuito anti-ressonante

A seletividade de um circuito ressonante série foi descrita em termos da


largura de faixa relativa à freqüência de ressonância. Isto, entretanto, foi mostrado
ser uma função do Q do circuito, como expresso na equação.

CO2 _ 1
Wr Qt

Seria interessante desenvolver uma relação análoga para a seletividade de um


circuito anti-ressonante.
Nossa primeira consideração será como representar a fonte que alimenta o
circuito anti-ressonante. Isto é, poderá ser usada uma fonte de corrente ou vol-
tagem? O circuito ressonante série tinha que ser alimentado a partir de uma fonte
de voltagem constante ou baixa impedância se o circuito era para ser seletivo. Se o
CAP. 81 FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 201

circuito série fosse alimentado a partir de uma fonte de corrente constante (alta
impedância), a corrente seria independente das condições do circuito sintonizado
e nenhum aumento da corrente ressonante apareceria. Um circuito anti-ressonante,
por outro lado, deveria ser alimentado por uma fonte de corrente constante,
preferencialmente a uma fonte de voltagem constante. Quando o 0 da bobina é
alto, o circuito anti-ressonante apresenta a sua impedância máxima essencialmente
na freqüência de anti-ressonância.^ Se uma fonte de voltagem constante está
conectada através de um circuito anti-ressonante, não haverá mudança detectável
na voltagem através dela, visto que a voltagem é mantida constante. A corrente da
linha, é verdade, cairá para um valor mínimo em coar, mas isso não é perceptível
para um voltímetro ligado aos terminais de entrada do circuito anti-ressonante.
Agora, se uma resistência muito grande for colocada em série com a fonte de
voltagem constante, convertendo-a em uma fonte de corrente constante, a vol
tagem através do circuito anti-ressonante crescerá até um máximo em co^;- devido
à corrente constante fluindo através da impedância máxima/?^;, em 60^;.. Portanto,
podemos concluir que a fonte de corrente é a maneira ideal para alimentar um
circuito anti-ressonante.
Considere a fig. 8-7fl, que ilustra um circuito anti-ressonante sendo alimentado
por uma fonte de corrente tendo uma impedância interna Rg. Vamos tentar
converter este circuito num circuito equivalente série que já aprendemos a
analisar.
A bobina e o seu resistor série podem ser resolvidos em um resistor paralelo
e um indutor, como mostrado na fig. S-7b. Os dois resistores formam um resistor
equivalente

1) R + 1)
Rg + Rl(üi} + 1)
onde Qi - É conveniente também deslocar a posição do capacitor
conforme mostrado na fig. 8-7c. Agora o indutor e o resistor da fig. 8-7c são recon
vertidos para uma combinação série equivalente, como mo.strado na fig. %-ld.
Usando as conversões série paralelo do cap. 7 novamente, temos

2) Rs = R-eq
Qp' + 1
onde

3) Qp = ^eq
wld +

Lp
Ls =
1 + 1/(2/
3
Impedância maxima e fator de potência unitário não são verdadeiramente simultâneos
em mas a diferença é desprezível seQj > 5.
202 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP.

1 0 f 1
A \

B P
i 0—•

(a)

Rl(QI + 1)

(b)

(c)

^l-

Q)
(d) ie)

Fig. 8-7

Com Rg absorvido em Rs, podemos converter a fig. S-7d em um circuito de uma


fonte de voltagem equivalente que alimenta um circuito ressonante série equiva
lente, como mostrado na fig. 8-7e. A seletividade de um circuito ressonante série
é dada por

CO2 coi 1
5)
tOr Qt

onde

6) Qt = OiLsiRs
CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 203

e ÍO2 ~ coi é a largura de faixa entre os pontos de meia potência, e co;. é a


freqüência ressonante série para a fig. 8-7e. Podemos avaliar Qt como segue

7) a =
Rs

<^Ls _ wLp/(l + 1/Qp')


8) Qt =
Rs RegKQp^ + 1)
i^LpQp^HQp^ + 1) _ ioLpQp^
ReqUQp' + 1)
mas

9) Lp=L{\ +-Ít^ ^'


ÔlV • Ql"
e de (1)

RgRLiQi^ + 1)
Rpn —
Rg + RlÍQl^ + 1)
e(3)

Req _ Ql^
Qp =
coLil + l/Qt") cqLiQi^ + 1)
Substituindo para Rgg em Qp acima, resulta

RgRLiQi'' + DQl^
10) Q,
cqUQP + 1)

RgRiQi^
i^L[Rg +Rl(QP + 1)]
Retornando à expressão para Qt, (7), e substituindo para Lp, Rgq e Qp as
equações (8), (1) e (9),

Qi^+ 1 Rg^Ri^Qi'
Ql" o,''L^{Rg+RL{QL^ +1)]
Qt —
RgRdQL" + 1)
Rg + RLiQi' + 1)
RgRiQi^
11)
(^L[Rg + RlÍQl^ + 1)]
206 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES


PS 8-1 Determine a freqüência de ressonância {fr) do circuito mostrado na
fig. PS 8-1. Determine também o g do circuito para fr e as freqüências de
meia potência.

100 íiH

2Í2

200 pF

Fig. PS 8-1

SOLUÇÃO Da Eq. (B-lOa),


1 1
fr =
271 sfLC 27r V(100iuH)(200 pF)
= 1,1254 MHZ

cor = 277/;. = 7,071 X 10^ rad/s


176,8
^ R, A9.
Da Eq. (8-lOe),
fr 1,125 MHz ^ vh.7
B=/. -A ^6.366kHz

Das Eqs. (B-lOi) e (8-10/), desde que Q > 10,


/j ^ fr +y = 1,1286 MHz

/i ^fr -y= 1,1222 MHz

PS 8-2 Determine no circuito de PS 8-2 o seguinte:/;., os valores exatos de/i e


f2,oB exato, Q e o B aproximado.
CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 207

2ÍÍ 0.6 H

28 n

O.IBmF

Fig. PS 8-2

SOLUÇÃO Da Eq. (8-9í/),


1
/r = = 530,52 Hz
27r y/Tc 2tt V (0,6 H)(0,15 mF)
Da Eq. (8-9c),

^ _ -30(0,15 X10-^) ^
2(0,6)(0,15 X 10"®)
+ V(30)^(0,15 X 10-^)^ + 4(0,6)(0,15 X 10"^)
2(0,6)(0,15 X 10"^)
= 3 308,43 rad/s
ou

ft = 526,55 Hz
Similarmente à Eq. (8-90),

CO2 = 3 358,43 rad/s


/2 = 534,51 Hz
Portanto

B =/2 - A = 7,96 HZ
Podemos obter Q de

üifL
(2=—= 66,7

ou alternativamente por

fr
Q = = 66,7
~ A
208 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

PS 8-3 Determine L na fig. PS S-Sc de forma que Ri apareça como em um


circuito ressonante série, e também determine Ri para uma transferência máxima
de energia.

Ci =0.06/iF L = ?

C2
0.03 /íF

l W 7.762 kHz
A
O-

(a)

= J4|R
47 n
= 7.27

I. "vi.

ffp = /?i(1 + Ü|) ^C2


= 683.5 Í2
= 2532 S2 = 348.5 n

(6)
/?p
= 20.86 n
0,-^-10.97 =

1 -I- Qp
1 <> o WNr
B B

-
-Xp = 228.9 Í2
<2532n ^ 230.8 Si

A
> O

(c) (c/)
Fig. PS 8-3

SOLUÇÃO Substituindo a fonte de voltagem pela sua impedáncia interna (i?i)


e olhando para trás para a esquerda dos terminais AB na fig. 8-3fl, vemos a combi
nação série R^Cx em paralelo com Cj. Aplicando aconversão série paralelo, resulta
a fig. PS 8-3b). As reatâncias Xp e Xc^ têm uma reatância paralela equivalente
Xp, como mostrado na fig. PS 8-3c. Convertendo a fig. PS 8-3c para a sua equiva
lente série, resulta PS ^-3d, da qual concluímos que para ressonância série
Xi = Xs
iTtfl = 228,9 Í2
CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 209

Resolvendo para L, resulta


L = 4,69 mH
Para máxima transferência de energia

Ri = Rs — 20,86
PS 8-4 O circuito comando de rádio da fíg. PS 8-4a opera da seguinte maneira.
Quando a entrada Een se aproxima das imediações da ressonância, / aumenta.
Desde que também flui sobre a impedância de entrada do transistor, o aumento da
corrente ressonante será amplificado e em estágios subseqüentes pode ser retificado
e usado para atuar um relé. A resistência vista a partir dos terminais do transistor
cerca de 600 ohms, Agora 7?^ é da ordem de 100 kiloohms, o que é muito
maior que de maneira que qualquer efeito "shunt" devido a pode ser
desprezado. O circuito equivalente ca é o da fig. PS 84Z).
O sistema foi projetado de forma a ter um mínimo de / = 0,180 mA para
um relé ser operado em outra parte. Foi verificado que o gerador de tom usado
para estabelecer a freqüência de Een variará cerca de 10% da freqüência nominal
durante a operação. Os dados do fabricante indicam que o Q da bobina (isto é, Qi)
tem um valor de 40 em 6.400 Hz, de 80 em 7.100 Hz e de 100 em 7.800 Hz.
Poderá o circuito operar com menos 10 por cento de variação da freqüência
nominal?

SOLUÇÃO Primeiro, vamos determinar a freqüência de ressonância.


1
fr = = 7.118Hz
l-n V0,5 X 10"^

>+ Vti

5 í2 ®
le-T-
0.5 H
IT
0.2 V

(a)

0.001 ti?

0.2 V 600 S2

Fig. PS 84
210 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

O gerador de tom varia em relação a /;• de —10 por cento, ou 711,8 Hz. A fre
qüência limite mais baixa {fa) é então
fa = 7.118 - 711,8 = 6.406 Hz
Para ver se o circuito operará em fa, utilizamos a Eq. (8-13). Todavia, Q q Qr m.
Eq. (8-13) são Q's do circuito e não da bobina, propriamente. Em geral, com/?!^
igual di Rs = S ohms mais = 600 ohms, Rg = 605 ohms.

e=
Rg -I- Ri
ou

1 _^g ^ ^ _1_
Q ojL (jjL Qi

Para fa.

1 605 0,025 = 0,0551


Qa 2ir X 6.406 X 0,5 40

Todavia, Qa = 18,16. Similarmente,

J_ ^ + _1_ ^ 605
Qr ÜLr 2n X 7,118 X 10^ X 0,5 80
= 0,0271 -I- 0,0125 = 0,03956

Portanto, = 25,28. Podemos agora entrar na Eq. (8-13)


1
I;. 6.406 ^ 25,28 . ^6.406 7.118 ^
7.118 18,16 ^ ' V7.118 6.406 /
1 1
1,253 -/5,337 5,482/-76,79
= 0,1824/-b 76,79°

Uma vez que

r =
Ir = : ; 0,2 = 0,2261
= —— ^ ^
mA
' Rg + Rlt Rg + {urLIQlr) 884,5
obtemos

/ = (0,1824/76,79°)(0,2261/0° mA) = 0,0412/76,79° mA

Desde que são necessários 180;aA, mas apenas 41,2 juA são disponíveis a menos
10 por cento de variação na freqüência de comando, o relé não atuará. Para maior
CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 211

precisão, poderíamos ter representado Qi versus freqüência a partir dos dados, e


interpolado para maior exatidão os valores de Qi em fa.

PS 8-5 Com ou sem a ajuda da curva universal de ressonância represente a


relação de corrente iY/Y;.l como função da freqüência para R = 400 ohms no
circuito da fig. PS 8-5ú!. '
SOLUÇÃO A curva universal de ressonância representa I/I;-. Esta é idêntica a
uma curva de admitância normalizada, desde que

I YE
1)
Y;.E Yr

R
400 Í2
——O-

0.242 H

•29Í2

;0.1 /nF

(a)

1,0 OU? i

-0,9

-0,8 \ :J
-0,7

X / -0,6
✓ /, 0,5

-0,4

-0,3

-0,2

-0,1

1 1 1 1 1 1 1
0,7 0,8 0,9 1 1.1 1,2 1,3 1,4
kHz

(b)

Fig. PS 8-5
212 ANALISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

Agora, vamos localizar/;. de


1
2) fr = = 1.023 Hz
27r V (0,242 H)(0,l)uF)
O 2 do circuito em fr com R = 400 é
co,i _ 2iK1.023)(0,242) , _
3)
429
Evidentemente, temos um circuito de Q baixo e, uma vez que a curva universal de
ressonância da fig. 184 não inclui a curva para 0 < 10, esta não é de muito valor.
Por outro lado, suporemos alguns valores de co, calcularemos osvalores correspon
dentes de k da Eq. (8-1 4í/), e entãocomQr como determinado em(3), entraremos
na Eq. (8-14e) para determinar I/I,. = Y/Y;-. Entãotemos alguns valores amostrados
1

como na tabela seguinte: II

/(Hz) Y/Yr

800 -0,2181 0,485/60,9°


900 -0,1203 0,731/43,0°
1 000 -0,02257 0,988/9,4°
1023 0,0 1,0 /0°
1030 0,0076 0,999/-2,79°
1 500 0,4662 0,332/-70,6°

PS 8-6 Estime o Q do circuito da curva de ressonância da fig. PS 8-5è e


compare-o com a solução do problema PS 8-5.
SOLUÇÃO Localize as freqüências/i e/2 correspondentes ao valor///;. = 0,707.
Então, retirando da curva, encontramos

/a ^ 1 170 Hz
/i = 895 Hz
/2 -A = 275HZ
fr = 1 025 Hz
Portanto

fr
Q = = 3,72
fi
que está em bom acordo com o valor previamente calculado de 3,62.
CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 213

PS 8-7 Uma fonte de voltagem senoidal de 12 ohms de resistência interna deve


fornecer uma tensão pura de 6 volts de um sinal a 1000 Hz para uma carga de
50 ohms. Infelizmente, o sinal gerado está contaminado com uma harmônica
com 18% da freqüência fundamental. Foi proposta a inclusão de um circuito
ressonante série entre a carga e a fonte de sinal de tal maneira, que a saída
resultante contenha, apenas, nao mais do que 1,5% da segunda harmônica.
Projete um circuito para cumprir este objetivo.
SOLUÇÃO Incluiremos o circuito ressonante série como mostrado na fig.
PS 8-7 que oferece impedância mínima quando sintonizado para a freqüência
fundamental, enquanto o mesmo discrimina contra o sinalde 2 kHz.

R, = 12Í2

fiCc» J 1 kHz

Fig. PS 8-7

A fonte de sinal pode ser representada como mostrado na fig. PS 8-7.


Uma vez que a amplitude de saída do sinal de 1 kHz deve ser 6 volts, temos

1)

a 1 kHz. Para 2 kHz

2) Eo = 1,5% X 6 V = 0,09 V
Portanto á 2 kHz

3) / = 0,0018 A
50

Não estamos interessados em ângulos de fase, visto que somente as ampli


tudes nos interessam. Assim, a princípio, sabemos
/ 0,0018 A
4) = 0,015
Ir 0,12 A
Portanto, se entramos na curva universal para este valor, encontramos que os
214 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

valores correspondentes Qfk estão fora da curva. Isto é ruim, porque poderíamos
retirar Qfk, avaliar k de
, f - fr 2 kHz - 1 kHz _ ,
5) k =—^ = -rrz = 1
fr IkHz

e então resolver para Q. Examinando, numa olhadela, a curva, parece que para
///;. = 0,015, Qrk situa-se entre 5 e 200, uma estima apenas satisfatória. Para
encontrarmos o Q necessário do circuito, podemos tentar sucessivas aproximações
de Q na equação da curva universal

6)
1+fc+/Gífc(Y^)
de forma a satisfazer a condição ///^ = A = 6,015; ou podemos resolvê-la para Q.
Suponha que tomamos a última solução. Então

7) A =

Elevando ambos os lados ao quadrado e resolvendo para Q, resulta


Vi
^ - (1 + kf
8) Q =

HI)I
Substituindo = 0,015 e A: = 1, resulta Q = 44,42. Este é o mínimo Q do circuito
necessário. Entretanto, necessitamos o Q dã bobina, Qi. Portanto, podemos
escrever

Xl
9) Q = 44,42 =
Rs + Ro + Ri

Agora temos duas incógnitas. Ri e Xi. Considerando que um indutor de Qbaixo


é barato em relação a um de Q alto, poderíamos nos inclinar a adotar umi?^ alto.
Todavia, uma bobina de resistência alta (Ri) resulta em maior queda de voltagem
através deRi,o que significa que a fonte de sinal deve ter uma amplitude maior,
para desenvolver a voltagem de saída necessária em fr- Portanto, vamos escolher
Ri de maneira que a fonte de voltagem necessária em fr seja, digamos, duas
vezes £*0 ou 12 volts. Portanto, podemos escrever
10) 2Eo = Ws +Ro + Rl)
12 V = 0,12 A (12 + 50 + Ri)n
Ri = 38 n
CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 215

Substituindo o resultado de (10) em (9) e resolvendo para Xi, temos

11) Xl=Q{Rs+Ro+Rl)
= 44,42 (12 + 50 + 38) = 4442Í2
O Q necessário da bobina é então

12) Qi = 4442Í2/38Í2 = 117


o que não é impraticável. A indutáncia da bobina é determinada por

Xl 4442
13) L = = 0,707 H
iTifr 27r(l 000)

Desde que

14) fr
l-n y/Tc
podemos obter

1
15) C = = 0,03583 iiV
WrfL
que completa o projeto do circuito. Na prática, um valor ligeiramente menor de C
poderia serusado comum pequeno capacitor ajustável (trimmer) em paralelo como
circuito sintonizado, uma vez que os valores exatos áeí eC calculados nem sempre
estarão disponíveis. A seletividade do circuito e o Q do indutor poderiam ser
ajustados para começar com Qi > 117 e "shuntar" um resistor variável através
da bobina (ou capacitor para este fim).

PS 8-8 Na fig. PS 8-8, determine (a) a freqüência de ressonância (fr), (b) o Q


do circuito emfriQtr), (c) a máxima voltagem através da bobina, (d) a largura de
faixa, (e) as freqüências supeVior e inferior de meia potência, (/) as freqüências para
as quais a corrente diminui para a metade da corrente ressonante, (^) o valor da
resistência a ser inserida em série com o resto do circuito para dobrar a largura de
faixa existente.

1 H

0 fen=10^0°V 100 Í2

0.01 mF

Fig. PS 8-8
216 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

SOLUÇÃO
Wr 1 0,159
1) fr =
271 277 s/Tc VKIO"®)

n -
2,r - 6,28(1,59)10^(1)
10= - '00
CO;- = 10^ rad/s
3) Desde que Qf^ é maior do que 10, a voltagem da bobina será considerada
máxima em co;-, onde

^Imax = Qtr^en = 100(10) = 1000 V


4) A largura de faixa é dada por
COr ío^
B = = —r = 100 rad/s, ou 15,92 Hz
firr 10'
5) Desde que Qtr é maior do que 10, as freqüências de meia potência podem ser
consideradas igualmente afastadas de cor- Portanto,
B 15 92
/2 =fr+—= 1591 1599 Hz
J2 jr 2 2

/i =fr -|-= 1583 Hz


6) Para encontrarmos as freqüências para as quais a corrente é metade da corrente
ressonante, usaremos a curva universal de ressonância da fíg. 8-4. Na fig. 8-4, vemos
que a corrente está 50% abaixo da corrente ressonante em Qrk = ±0,85. Desde que
Qr ha fig. PS 8-8 é o 2 total do circuito ou Qtr, temos

k = ±^
100

mas

— (júf

ccv

Portanto

CO = C0;.(1 + Á) = 10^^(1 + 0,0085) e 10^^(1 - 0,0085)


= 10085 rad/s e 9 915 rad/s

que corresponde, respectivamente, a 1 605 Hz e 1 578 Hz.


CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 217

1) O B atual é 15,9 Hz. O dobro dessa quantidade é 31,8 Hz. Desde que
B = oiriQtr, ou Qtr = (^r/B, e estamos fazendo B igual a 31, 8Hz, o novo
Qtr deve ser Qfr = 1590/31,8 = 50, que era esperado, uma vez que QeB são
inversamente proporcionais. Para reduzir o Q por um fator de 2, devemos dobrar a
resistência. Portanto, uma resistência adicional de 100 ohms deve ser inserida
no circuito.

PS 8-9 O circuito da fíg. PS 8-9a é usado como parte de sistema de radiocontrole.


Oprincípio de operação é que, comutando a fonte de sinal entre freqüências
fr\ ^ fr2 ^ quais os ramos do circuito L^Ci e L2C2 estão sintonizados,
podemos, por um circuito adicional, nãomostrado na figura, detectar o aumento da
voltagem ressonante em Ei e E2 através de Lj e Z/2. Este aumento de voltagem
/?th — 1 íí
f—

;Cl = 0.06 /íF ; C2 = 0.02 mF

0 j ^en —1 V
(Z-i =0.1 H
O

Z.2=0.1H t
O

iQii =20 iQ/.2=20 E2

ia)

3 4
Freqüência (kHz)

ib)

Fig. PS 8-9
218 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

pode ser utilizado para atuar relês que controlam luzes, motores, ou qualquer
outra coisa. Nosso objetivo é esquematizar as curvas de resposta qE2 versus
freqüência, de forma a podermos visualizar a separaçao entre os dois canais de
controle.

SOLUÇÃO A freqüência ressonante do ramo LyCi é


1
n L = = 2.055 Hz
l-ns/ LiCi

e a do ramo é

2) = / =5.033 Hz
Um ponto a considerar é se os circuitos sintonizados interagem entre si
devido a que é comum a ambos os ramos. Podemos comprovar isso determi
nando a impedância mínima em cada ramo a qual, obviamente, ocorre em
Então, para o ramo Z-iCi
2-nfj.^Lx
3) Ri= ' = 64,56
fiii
e para o ramo L2C2
2Tifr^L2
4) _ = 158,1 a

Desde que e R2 são muito maiores do que a resistênciafonte, podemos


desprezar e supor, seguramente, que os circuitos ressonantes são alimen
tados a partir de uma fonte de voltagem constante e, portanto, não interagem
entre si.
Um outro ponto a considerar é que sendo Q > 10, as freqüências para as
quais El e E2 estão nos seus respectivos valores máximos são/^^ ^fr2-
Vamos agora proceder à representação das curvas de resposta de freqüências
com o auxílio da Eq. (8-14e) ou da curva universal de ressonância. Se a curva uni
versal de ressonância for usada, vamos localizar ff^ em torno de 2 kHz e
tomo de 5 kHz, uma vez que nunca lemos a curva ou localizamos os pontos com
muita precisão. Então podemos achar valores convenientes de Qj.k (digamos
= —1) para o ramo LiCi e também para o ramo 12^2- Para qualquer Q^k
escolhido, primeiro calculamos k.
(escolhendo Q^k)

~ ^ - 0,05
20
CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 219

Primeiro determinamos

6) / = /^(l+A:)
= 2 kHz (1 - 0,05) = 1,9 kHz
para o ramo L^Ci e onde na tabela>1, ena tabelai. Isto resulta/.
Então encontramos ///^, que é simplesmente o valor da ordenada lido nacurva para
cada valor de abscissa iQfk). Neste exemplo, ///. = 0,43. Agora estamos desejando
EjEir mais do que///.. Essas quantidades podem ser facilmente relacionadas obser
vando-se que como —20,Xi é emgeral muito maior que as resistências Ri ou
• Então, podemos escrever

El ^ _ I wL _ I f
^Lr ^r^Lr ^rL fr
mas da Eq. (6) vemos que

8) / =1+k
Jr
Todavia, somamos 1 a cada valor de k para obter 1 + it, e então de (7) e (8)
obtemos

9) ^Lr h fr
=/(!.,)
= 0,43(1 - 0,05) = 0,409
10) = ôz-^en = 20(1 V) = 20 V
podemos substituir (10) em (9) para obter
11) ~ 20 VX [o resultado de (9)] =
= 20 V (0,409) = 8,2
A equaçao (11) é então plotada como uma função de (6) para resultar finalmente
a fig. PS 8-9Ô.

PS 8-10 Quais são as freqüências ressonantes série e paralelo do circuito da


fig. PS 8-10?

47 pF KlSO/iH

68 Í2 <1200 Í2

Fig. PS 8-10
220 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

SOLUÇÃO A freqüência paralela ou anti-ressonante exata pela Eq. (8-17) é


1 Il-cRl' 1
1) fa
'ar
2n\/~LC V L - CRc^ 2nV (180mH)(47 pF)
/180 /iH-47 pF (1.200)'
' V 180 mH - 47 pF (68)2
= 1,730 MHz (0,7904) = 1,368 MHz

Afreqüência ressonante do circuito tanque (loop formado por LlRl^Rc eC)é

2) fr= = 1.730 MHz


^ 2n^/TC
Como você pode ver, a diferença entre as freqüências ressonantes série e paralelo é
significante. Isso implica em que o g do circuito seja baixo.

PS 8-11 Usando as conversões série-paralelo do cap. 7, determine oQ


olhando-se a partir dos terminais AB da fig. PS 8-10, e a impedância de entrada
7
^ar'
SOLUÇÃO Para o ramo indutivo, para/^^ = 1,368 MHz
Xl 271/^,(180 mH) 1.547
U O = = = 1,289
Rj^ 1.200 Í2 1.200
Convertendo para o equivalente paralelo
2) i?^P= i?5(l +Ô5') = 3.195
(onde Rg —Rj^ ~ 1.200 12)

3) Xip =Xs (^l + ~ ^


(onde Xg —Xp —1.547 12)
Para o ramo capacitivo * '
Xf Q 1
A) Oc = —^ = = 36,4 3
Rc 277/^,(47 pF) (6812)
Convertendo para o circuito equivalente paralelo
5) Rcp = Rsi^ + Ô5') = 90.180 12
(onde = Rc = ^)

6) Xcp =Xcs (1 + ~7.477 12


(onde Xcs = 7.475 12)
CAP. 8] FENOMENO DA RESSONÂNCIA 221

Portanto, olhando a partir dos terminais vemos, em paralelo, Rqp, Xpp, e


Simplificando,"*

7) Rp —Rj^pWRçp —3.085

8)
/(2.478 - 2.477)
= -/6,138 X 10® Í2
Desde que para todos os fms práticos Rp < Xp, Z^j. = R^^. = Rp = 3.085 ohms.
O equivalente Qp = Q^p é
R> 3.085
9) Qp - = 1,24
Xj^p 2.478

PS 8-12 Determine a exata para queE„ possa ser sintonizado para/^g. estar em
fase com E^. Também determine E^p, Ig, e em
/?„ = 470 kí2

Z. = 0.8 H

18 V
0.02 mF
Rl = 36 í2

Fig. PS 8-12

SOLUÇÃO Estabelecendo Rc = O na Eq. (8-17), temos

1 ' 0,8 H - (0,02 iuF)(36)^


1) =

V (0,8 H)(0,02 mF) V 0,8 H - O


= 7.905,7 V0,9997
= 7.905,6 rad/s ou = 1.258,2 Hz

Note que se tentar estimar supondo


1
2) far=fr = 1.258,2 Hz
' '• ' inyJTc
temos, em princípio, para a maioria dos circuitos práticos, o mesmo resultado.
4 V
Este valor de Xp e* uma aproximação grosseira uma vez que depende da diferença
entre dois números grandes de precisão limitada.
222 ANALISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

Isto indica um Q alto do circuito que significa também = Xq. Então


3) Xc = Xi= = 6.324
O ô do circuito tanque é então {Rç = 0)

6.324

Desde que Qx é maior do que 10, podemos perfeitamente aproximar por


5) R^,^QxXx = l,niMQ.
Portanto

^ar

= Q,1Q21 Eg = 12,65/0° V
^AB
7) 7^=-— = 11,39mA
^ar

Desde que Qt> 10, podemos, pela Eq. (8-24a) e (8-24Ò), supor que a corrente cir
culante do tanque é

\lc\ = \h\ = Qrh =


Altem ativamente

^AB
ic = -;r-—=
Xç/- 90° 2,000/90°

^AB
\r = ^ = 2,000/- 90°
XlL^
Note que quando a relação de fase de Iç e é considerada, uma dessas correntes
flui no sentido oposto ao assumido na fíg. PS 8-12. Então, se invertemos, digamos,
7^ e desprezamos qualquer valor pequeno de Ig que escapa do circuito tanque,
poderia parecer que 7^ funde-se com 7^, formando uma corrente circulante do
circuito tanque aproximadamente vezes maior do que a corrente da linha.
Quanto maior, for mais próximas serão |7^| e |7^|. Esta é a razão por detrás
do conceito da corrente circulante no circuito ressonante paralelo.

PS 8-13 No circuito da fig. PS 8-13a, determine War^far ^ar ^o' ^g>


^ar Qv ^ faixa por unidade, e as freqüências superior einferior de meia
potência.
SOLUÇÃO Como um primeiro passo, tlievenize R^, Ri QEg para obter a
fig. PS 8-130. Uma vez que o 2 do circuito anti-ressonante à direita dos terminais
CAP. 8] FENOMENO DA RESSONÂNCIA 223

1 = 50 kí2

\Ql = 20
1 H
2 V
.C 7?2
'0.01 íiF .50 kí2

(a)

Ah = 25 K

(b)

Fig.PS8-13

AB é alto, - 20, a freqüência anti-ressonante será quase igual à freqüência


ressonante série de C e L, "

1
w. = 10^^ rad/s
yJTc V 10-8(1)
portanto.

far = = 1.592 Hz
2ir

A resistência aparente do circuito anti-ressonante para é

Rar ^ ^ar^Ql = 10'^(1)(20) = 200 kí2


Desde que o circuito sintonizado aparece como uma resistência pura, em
^ar determinado pela relação do divisor de voltagem
^oc^^ar) 1(200)
= 7 • » = 225
= 0,889 V
-^th ^ar

A corrente do gerador na fíg. PS 8-1Ba será

g ~ 2,00 - 0,889 V
= 22,2 juA
; 50 kí2
224 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

A corrente do capacitor é

Ic = = 0,889(10^)(10-®) = 0,0889 mA

ou, pela Eq. (8-24ft),

^hhQr -hhQi
onde /th na Fig. PS 8-136 se iguala

Kc~^o 1,00 -0,889 V ,


Lu
th = = 25 kü = 4,44 ^
uA

Portanto, Iç = 4,44 (20) = 88,8 juA, o que confere totalmente. Nota-se que
Ig ®Ah 'tão são as m»smas. O teorema de Thévenin deve ser usado com cautela se
as condições dentro do circuito equivalente devem ser determinadas ao invés da
carga. A corrente no ramo indutivo será essencialmente igual à corrente do
capacitor, desde que não há resistência no ramo capacitivo e é grande. A
largura de faixa por unidade é, pela Eq. (8-25c),
Wj —Wi l _1 _^1 ^ar _ _1 _J_ í200
w, Qt Ql Ql Rg 20 20 V25
onde Rg = Zth
= J_ =0,05 +0,05(8) =0,45
w, Qt
O Q total do circuito é = 1/0,45 = 2,2. A largura de faixa é Aw = W2 —Wi =
= 0,45(w^) = 4.500 rad/s, ou 716 Hz. Como o g do circuito é apenas 2,2, as
freqüências superior e inferior de meia potência não serão simetricamente localiza
dasem relação a Comoprimeira aproximação, entretanto, podemos escrever

h=far+^ = +^ =1-950 Hz.

4/ _ , 716
fi=far-^
2
= 1-592 - — = 1.234 Hz

PS 8-14 O circuito da fig. PS 8-14iz é para ser usado em um sistema de radio-


comando. Os resistores e Rjj são usados para isolar os canaisnúmero 1 e 2, um
do outro, e em conseqüência, evitar interação sobre a fonte comum de impedância
Rg. Isto é, porque uma baixai?^ é desejável. Os resistores7?^ eRb, que são relativa
mente grandes, também servem para converter a fonte de voltagem Eg em mais de
uma fonte de corrente, o que melhora a seletividade dos circuitos anti-ressonantes.
CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 225

Rn
R.

L^]
E^ E
Cl
«1.
#1

ia)

^ o
O
> 4

3 — 70.7%

2 3 4

Freqüência (kHz)
(6)

Fig. PS 8-14

Quando a freqüência de Eg é ajustada para a freqüência anti-ressonante do


canal 1, Ei será máxima. A voltagem^*! poderá em seguida ser amplificada, reti
ficada e usada parã alimentar um relé de controle. O canal 2 será operado de
maneira semelhante.
Com a ajuda da curva universal de ressonância, esquematize em um gráfico
linear os valores de £"1 eEj versus freqüência. Suponha os seguintes parâmeífCS:
Eg = 20 Y Cl = 0,06 /íF
Rg = 100 Í2 Li = 0,1 H
= 100 kf2 C2 = 0,01 juF
Rj, = 100 kí2 I2 = 0,1 H
!2i = Q2 = 20

onde Qi e Q2 são os valores de Q das bobinas.


226 ANALISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

SOLUÇÃO Desde que os Q'^ das bobinas são altos e métodos gráficos são
utilizados, podemos escrever
O

1
fri = 2,055 kHz = 2 kHz
CT\
o'
1
fri = 27r ^ Z/2 6-2 = 5,033 kHz = 5 kHz

= 2-nfr^LxQx = 6,28(2)103(0,1)(20) = 25 kí2


= iTifr.L^Q^ = 6,28(5)10^(0,1)20 ^ 63 kí2
Para/^j

^an^g 25 kí2
= X 20 V = 4,0 V
^ar\ 125 kí2

Para /./•2

ara 63 kí2
=

A tabela 8-1 pode ser compilada para o canal 1 como segue.


Um valor arbitrário de Q^k é encontrado na curva universal de ressonância,
digamos Qik = —2. Com Qi = 20, encontramos k = —3/20 = —0,15. Desde que

Tabela 8-1

Q,k - 3 -2 - 1 -0,5 0
k -0,15 -0,1 - 0,05 - 0,025 0
/kHz 1.7 1,8 1,9 1,95 2
Canal 1
^/^ar 0.15/84° 0,23/80° 0.43/ 65° 0.71/45° 1
Zk 3.7/84° 6,3/80° 10.7/65° 17,7/45° 25
\E,\ 0,7 1,3 2,1 3,16 4

Qik 0,5 1 2 3 0
k 0,025 0,05 0,1 0,15 0
/kHz 2,05 2,1 2,2 2,3 2
Canal 2
^l^ar 0.71/-45° 0.43/-65° 0.25/-73° 1
Zk 17.7/-45° 10.7/-65° 6.3/-73° 4,75/-75° 25
3,16 2,1 1,3 0,91 4
CAP. 8] FENOMENO DA RESSONÂNCIA 227

k = {f —fr)lfr, podemos resolver para fi que resulta / = /;.(! + k) —2 kHz


(1 —0,15) =1,7 kHz. Da curva, vemos que Z/Z^^ = 0,15/+ 84°, ou Z = 25 kí2
(0,15/84°) = 3,7 kí^/84° ^/3,7 kíl.
EgZ 20(3,7zM!) 20(3,7/84°)
E, =
Ra + Z 100 + /3,7 100

|£'il = 0,7 V

Uma tabela similar de valores pode ser construída para o canal 2.


A resposta de ambos os canais está representada na fig. PS 8-146. Vamos
conferir as curvas em relação aos valores calculados para freqüências de meia
potência. Para o canal 1,

fi ~/i 1 1 1 Rc
+
ri Qt Ql Ql
25
= 0,05 + 0,05 = 0,063
100

portanto,

Qt ~ Vo,o63 —16

A -/i = 0,063(2 kHz) = 126 Hz


portanto,/a « 2.063 Hz e/i « 1.940 Hz, o que confere aproximadamente com o
nível de 70,7% do canal 1.

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PA 8-1 Determine a freqüência ressonante série e a largura de faixa do circuito


da fig. PA 8-1.

60 n
500 Í2

1.8 H

'0.02 fiF

RESPOSTA f, = 838,8 Hz, B = 49,5 Hz


228 ANALISE DE CIRCUITOS CA ICAP. 8

PA 8-2 Determine a corrente para no circuito da fig. PA 8-1 se = 15^.0°


volts.

RESPOSTA I, = 0,02679 A

PA 8-3 Qual é a potência dissipada em um resistor de 60 ohms para /. no


circuito da fíg. PA 8-1?
RESPOSTA 0,0431 W

PA 8-4 A freqüência ressonante série de um circuitosintonizado é 27 MHz. Qual


é o 2 do circuito requerido para uma largura de faixa de 3 MHz?

RESPOSTA ô = 9

PA 8-5 Suponha que a freqüência ressonante do problema anterior é aumentada,


mas a mesma largura de f^xa é mantida. O que acontece com o g?
RESPOSTA O Q deve aumentar.

PA 8-6 Que espécie de carga poderia você conectar através dos terminais de
saída da fíg. PA 8-6 para a máxima transferência de potência?
Ci = 2 íiF
= 82S2

r-AAAr-

120^0° V • 1

60 Hz 1.1 H
Zl

RESPOSTA = 78,9 +/1.310Í2

PA 8-7 Qual é a freqüência de ressonânciado circuito da fíg. PA 8-7? Qual é a


corrente para fj.1 Para quais freqüências, aproximadamente, a corrente / é igual
à metade de I/l
Q/ =80

75 mH

^)12V

RESPOSTA

f, = 75,03 kHz,/^ = 24,8 mA,/2 = 75,9 kHz,/i - 74,1 kHz.


CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 229

PA 8-8 O circuito básico de um medidor de Q está mostrado na fig. PA 8-8.


O gerador Eg, com fonte de impedância Rg, fornece corrente de RF, medida pelo
miliamperímetro, através de Ri e através do circuito série RiLC que shuntaRi.
O capacitor C é ajustado até que o ramo R^LC seja ressonante à freqüência do
gerador, Um VTVM de alta impedância mede a voltagem através do capacitor, que
na ressonância é Q vezes a voltagem aplicada ao circuito sintonizado. Esta voltagem
é a mesma que a aplicada através de R i, uma vez que os dois ramos estão em
paralelo. O resistor Ri é deliberadamente escolhido em cerca de 0,04 ohms, de
forma que a impedância da fonte que o circuito ressonante série vê será, em
princípio, 0,04 ohms. O resistor Rg está em torno de 100 ohms. Com Ri mais
baixo, o efeito da carga do circuito sintonizado na ressonância será desprezível,
exceto para os valores mais altos de Q, isto é, valores mais baixos de R^^. Portanto,
a amphtude do gerador pode ser ajustada para fornecer uma corrente conhecida
através de R i, a qual produz uma voltagem de alimentação calculável para o circuito
sintonizado. Essa voltagem não varia significantemente quando C é ajustado.
Se o miliamperímetro está ajustado para 50 mA e o VTVM lê 0,1 volt quando
C está sintonizado para a ressonância, qual é o Q ào circuito?

loon

50 mA

0.04 S2

RESPOSTA Ql= 50

PA 8-9 Dada a fig. PA 8-9 onde = 1mA, 1^ = 100 kiloohm, C= 159 pF,
L = 159 juH, e R^^ = 10 ohms, determine f^^., Ii, a potência dissipada no
circuito tanque, e o Q do circuito para Determine também a largura de faixa.

159 uH

100 kí2 159 pF

RESPOSTA
= 1,0009 MHz, = 5/- 90 mA, = 5/90° mA, R = 25 mW, = 50,
B = 20,02 kHz.
230 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

PA 8-10 Projete o circuito sintonizado da flg. PA 8-10 de forma que em 500 kHz,
Eq = (0,6/0°)£'jn. Suponha = 50 a 500 kHz. Qual é a seletividade resultante?
10kí2
rAAA^

RESPOSTA L = 95,5 )uH, C = 1.061 pF, .6 = 25 kHz

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 8-1 Qual é a faixa de sintonia do circuito da fíg. P 8-1 se o capacitor variável


tem uma capacidade máxima de 330 pF e uma capacidade mínima de 38 pF?

L = 245 aiH
/? = 96íí
C2= lOpF
Cl = 38 pF - 330 pF

P 8-2 Um circuito ressonante série apresenta um Q —150 para/^ = 1 MHz. Qual


é a largura de faixa?

P 8-3 Qual é e para no circuito da fig. P 8-3?

0.1 H 10Í2

'\,J10Z.0° V 0.2 pF
CAP. 8] FENÔMENO DA RESSONÂNCIA 231

P 8-4 Determine L, e C no circuito da fig. P 8-4fl de forma que a resposta


de corrente apareça como mostrado na fíg. P 8-46.

70.7

'Vijiov

1.16 1.2 1.24


kHz

(a) ib)

P 8-5 Represente a função de transferência de voltagemEq /Eq^ versus freqüência


para o circuito da fíg. P 8-5.

/?! = 86 Í2
o—-A/W/—^ (•
0.05 nF

/?2
160 Í2

Rl<
22 Í2<

) é <1 C

P 8-6 Determine se Ri = = L/C na fíg. P 8-6.

P 8-7 Como poderia o circuito da fíg. P 8-7 ser modificado para que a corrente da
linha Ig esteja sempre em fase com a voltagem Eg da linha a despeito da pobre
regulação de voltagem do sistema? Como pode Jg variar com uma variação de
freqüência em Egl
232 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 8

30 Í2
120 V
60 Hz ± 10 Hz

5.8 H

P 8-8 Determine f^^., /„ para f^r, ^ B do circuito da fig. P 8-8.


390 kí2
o •

L = 180 mH
^)32V ^ c
•56 pF IQi =75

P 8-9 Projete um circuito anti-ressonante de forma que este ressòne a 1 MHz e


possua Rar = 60 kiloohms. Considere que o valor de impedância do circuito tanque
é igual a 30 kiloohm em - 10 kHz. Suponha que o circuitoseráalimentado por
uma fonte de impedância de 270 kiloohms.

P 8-10 , Os triângulos assinalados com^l na fig. P 8-10 representam amplificadores


ideais com impedância de entrada infinita e impedância de saída zero. Os circuitos
sintonizados são idênticos. Qual deve ser o ganho do ampliíicador (A) para que
Eg=Ei =E2 = Eq em
fí, =20kí2

159 pF

ISQuH

P 8-11 Represente versus freqüência para o circuito da fig. P 8-11.


Explique a curva resultante.

c, = 0.1 mF c
0.02 íiF

0.6 H
Sistemas a quatro
terminais
(duas portas)

No cap. 15 do livro anterior desta série^ aprendemos algumas técnicas para


desenvolver circuitos equivalentes a partir de dados apresentados na forma gráfica
ou numérica. A maior parte desse capítulo foi dedicada à análise dos circuitos a
quatro terminais ou duas portas e emparticular aos parâmetros/?, G eh que foram
introduzidos. A apresentação, entretanto, foi restrita aos circuitos resistivos puros
até então. Neste capítulo, veremos os fundamentos e investigaremos sistemas a
quatro terminais com excitação ca. Os mesmos conceitos teóricossão válidos aqui.
A única diferença é que os efeitos de Z, e C em conjunto com R devem ser consi
derados. Se o conceito de sistema a quatro portas é novo ou confuso para você,
é muito recomendável que revise o cap. 15 do livro anterior.

9.1 Os parâmetros z
Os parâmetros z são a forma mais geral dos parâmetros R como a impe-
dância, z, também inclui os efeitos L e C. Todavia, os parâmetros z serão depen
dentes da freqüência.
Você lembrará que dado um sistema quatro portas como mostrado na
fíg. 9-1 a, com as direções de referência de corrente e voltagem indicadas, é possível
derivar o parâmetro R do sistema da fig. 9-1 b. O caso mais geral, mas análogo, é o
sistema de parâmetro z da fíg. 9-lc. Como você pode ver, a única mudança apre
sentada é a substituição de z ou /? de forma que a excitação ca tanto quanto a

^ Phillip Cutler, "Análise de Circuitos CG com Problemas Ilustrativos", McGraw-Hill


Book Company, New York, 1974.
234 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 9

Lado de ^ Lado de
entrada saída

E,
R2\I\

Ri2h

(b) ic)

Fig. 9-1

excitãção cc pode ser acomodada. Os parâmetros z (também de uma maneira


análoga aos parâmetros R) são definidos por

h Z12 —
h
^11 ~
ii Í2 = O Í2 h = O
(9-1)
62
Z21 — Z22 —
h Í2 = O h i, = O

Embora os e's e is na Eq. (9-1) sejam tomados como valores instantâneos,


eles poderiam ser valores de pico, pc-pc, ou valores eficazes.
Uma inspeção da fig. 9-1 c indica que as equações descritivas do parâmetro z
que expressam as condições do terminal são
Cl —Ziiii + Z12Í2 (9-2«)
1)
^2 ~ ^2ih "f" ^22 h i9-2b)
2)
Agora, trabalhe com os problemas PS 9-1, PS 9-2 ePS 9-3. Se você encontrar
dificuldade com esses problemas, é porque precisa rever o material necessário de
pré-requisito no cap. 15 do livro anterior.
Os parâmetros z ou de impedância são algumas vezes chamados de parâmetros
de circuito aberto, uma vez que a sua medida envolve abrir umparde terminais,
o que força a corrente terminal a zero.
CAP. 91 SISTEMAS A QUATRO TERMINAIS (DUAS PORTAS) 235

9.2 Os parâmetros y
No livro anterior, estudamos os parâmetros G ou de condutância. Os parâ
metros _y ou de condutância são a forma mais geral dos parâmetros G, de forma
que os efeitos dos elementos reativos sob excitação cc devem ser incluídos. O
circuito equivalente do parâmetro G, como foi desenvolvido no livro anterior, está
mostrado na fig. 9-2a para refrescar a sua memória. Se, por analogia, substituímos
os^ s pelos G's, temos o circuito equivalente do parâmetro y da flg. 9-2b.

® 0
(a)

©. Ki2e2

(6)

Fig. 9-2

Os parâmetros y, também de uma maneira análoga aos parâmetros G, são


definidos pelas seguintes medidas:

7ii = yi2 = —
62 = O 62
(9-3)
^2 h
^21 — 722 = —
62 = O ^2 6i = O

Os parâmetrosy ou de admitância são também conhecidos como parâmetros


de curto-circuito, uma vez que a sua medida envolve curto-circuitar o par de
terminais que força a voltagem terminal a zero.
236 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 9

O circuito equivalente do parâmetro y está baseado sobre as equações


nodais

Í\ =>'11^1 +>'12^2 (9-4iJt)


k =3^21^1 +>'2262 (9-4Ô)
Agora, trabalhe com os problemas PS 9-4, PS 9-5 e PS 9-6.

9.3 Conversões de parâmetros


Ocasionalmente, aparecem situações nas quais temos dados ou podemos
obter facilmente um grupo de parâmetros, mas desejamos usar um grupo diferente.
O problema, então, consiste em tornar possível a conversão de parâmetros z parajp
ou vice-versa. Essas conversões de parâmetros podem ser desenvolvidas como segue:
As equações do parâmetro z são;

1) = ^llíl ^12'2
2) ^2 = Zi\Í\ + Z22Í2
Resolvendo para e Í2 por deteminantes, resulta
ei Z12
o •
62 Z22 222^1 ^12^2
3) ii = (9-5a)
D"

Zii ei

Z21 e2 221^1 4- Ziig2


4) {9-Sb)
jy

onde

5) jy^ —Z11Z22 ^12^21 (9-5c)

As equações do parâmetro y são

6) h =yiiei +yi2e2
7) Í2 =y2iei +722^2
Resolvendo (6) e (7) para e 62» resulta

li y 12

yi2 ynh ynh (9-6a)


8) ei =
oy ~ oy
yii

y2i '2__ _ y2ih ynh {9-6b)


9) e2 =
ny ~ oy
CAP. 9] SISTEMAS A QUATRO TERMINAIS (DUAS PORTAS) 237

onde

10) ~yny22 y\2y2\ (9-6c)


Agora, se comparamos as Eqs. (3) e (4)com (6)e (7), vemos que elas estão na
mesma forma em que estão as variáveis dependentes e independentes. Assim,
podemos comparar os coeficientes das variáveis para obter
^22 Zx2
llúf) yn = 116) yi2 =
If D"
(9-7)
Z21
11c) y^x = l\d) y22 =
D"
Então, expressamos os ^ s em termos dos z's. Para expressar os z's em termos
dos ;;'s, comparamos os coeficientes de (8) e (9) com (1) e (2) para obter
3^22 -yi2
12a) Zix = 12b) Z12
oy ny
(9-8)
y2i
12c) Z21 = m 2,, =
ny

Agora, trabalhe com os problemas PS 9-7 e PS 9-8.

9.4 As conversões pi-T


No cap. 15 do livro anterior, vimos uma introdução aos sistemas pi e T ao
mesmo tempo que as maneiras para converter um em outro. Esses sistemas e as
equações de conversão estão mostradas aqui na fíg. 9-3 com impedâncias, mais do

ZbZç _
Z, -^-Zt,
+ +Zc' +Zb +Zc ' ~ Z, + Zft + Zc
=

Z, +

_ Z1Z2 +Z^Z3 +Z2Z3


Z,Z2 +Z,Z3 + Z2Z3
=

2c =

Fig. 9-3
238 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 9

que resistências. Não obstante o fato dos sistemas pi e Tserem a quatro terminais,
iremos mencioná-los aqui outra vez, porque são de grande utilidade naconversão de
parâmetros ou simplificação de sistemas. A sua utilidade na conversão de parâ
metros provém do fato de que podemos facilmente ver os parâmetros z em um
sistema T e os parâmetros y em um sistema pi. Então, se temos um sistema pimas
queremos seus parâmetros z, poderia ser útil usar as conversões pi para T, primeira
mente, e depois, virtualmente pela inspeção, retirar os parâmetros z.
Agora, trabalhe com o problema PS 9-9.
Existem muitos circuitos equivalentes de sistemas a quatro portas com seus
respectivos parâmetros. Alguns desses são os parâmetros híbridos, os parâmetros
ABCD, os parâmetros dispersos (S) etc. Você aprenderá mais sobre eles em lições
futuras.

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES


PS 9-1 Os parâmetros z obtidos de uma medida a partir de um sistema a quatro
portas auma freqüência particular são Zn = 12 —/6 ohms, Z12 = 8ohms, Z21 = 8
ohms e Z22 = 18 + /15 ohms. Represente o circuito equivalente do parâmetro z
aplicável a essa freqüência.
SOL UÇÃO Veja afig. PS 9-1, que está construída por analogia com afig. 9-lc.

12Í1 18Í2

e\ ;-/6n /i5íí| «2

n)/2 (8í2)/ir\/]

Fig. PS 9-1

PS 9-2 Quais são os parâmetros z do sistema mostrado na fig. PS 9-2a àfreqüên


cia, de 13,26 Hz?
SOLUÇÃO Para 13,26 Hz, = 100 ohms, = 100 ohms e a resistência da
bobina éRi = XilQi = 100/30 = 3,33 ohms. Para determinar Zn eZ21, abrimos
o lado de saída de forma que Z2 ~ Ocomo mostrado na fig. PS 9-2b e prosseguimos
escrevendo uma expressão para em termos de /i. Então, partindo da extremidade
da seta ei e seguindo para a cabeça da mesma, temos
1) 61 = [3,33 + /(lOO 100)]zi —(3,33 í2)zi
CAP. 9] SISTEMAS A QUATRO TERMINAIS (DUAS PORTAS) 239

Ql = 30
h. L =1.2/í
-r T T T
1—
i 1 2"^

ei
120üF 7 e2

1 2
0— < • —— 0

f= 13.26 Hz

(a)

Í2 —O
O—nnnr\_^
3.33 Í2 /100ÍÍ

-/100 n

e, [3.33 n+/(100-100) Í2]/,


^11 = 7- = :• — = 3.33 Í2
'1 '1
02 (—/100í2)/i
^21 =7- = í =-/100í2
'1 '1

(6)

3.33 Í2 /100Í2

-/100Í2

®2 —/IOO/2
^22 = 7-
'2
= —í^
'2
= -/100 n
ei -/100/2
^12 = -7-
'2 = ,•
'2 = -/100 Í2

(c)

Fig. PS 9-2
240 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 9

Uma vez que Zn = ejii (lembre, isto é para Zj = 0). podemos dividir (1) por
ii para obter

gj (3,33 Í2)z,
= 3,33
2) ^11

Raciocínio similar pode ser aplicado para a avaliação de Z21 como mostrado
na fig. PS 9-2b. Os parâmetros Z22 e Z21 são avaliados similarmente na fig. 9-2c
excetuando que ii é agora forçado a zero pela abertura dos terminais de entrada.
PS 9-3 Qual é a impedância de entrada do sistema da fig. 9-3út quando a saída é
terminada em uma resistiva de 24 ohms?
SOLUÇÃO Vários métodos poderiam ser usados. Uma aproximação consiste em
converter a reatância capacitiva (~ /lOO ohms) e a carga de 24ohms para o equiva
lente série por meio das conversões paralelo para série. Então
Rp 24
1) Qp- = 0,24
100

1 3.33 S2 /loon
•O WA/

-/100;

(a)

1 3.33ÍZ /10o Í2
-/5.45 S2

^en"
22.7 £2

(b)

3.33 Í2

' + {-/100£2)/2 24Z.0°£2

'wJ(-/100 £2)/,

Fig. PS 9-3
CAP. 9] SISTEMAS A QUATRO TERMINAIS (DUAS PORTAS) 241

100
2) X. = = 5,45
1 + (1/ôp)' 1 + (1/0,24)^
24
3) 22,7 Í2
Cp
1 +0? 1 + (0,24)^
Todavia efetivamente vê o circuito da fig. PS 9-3Z?, do qual
4) Zg„ = 26 +/94,6Í2
Uma aproximação alternativa é usar os parâmetros z previamente derivados do
problema PS 9-2, que foram baseados no mesmo sistema a quatro terminais.
Poderíamos usá-los então para construir o circuito equivalente da fig, PS 9-3c e
então resolver para

^en = T«1
escrevendo as equações seguintes:
Em torno do circuito de entrada

6) €1 = Ziiii + Z12Í2
Em tomo do circuito de saída

7) O= Z21Í1 "b (Z22 "b Zp)Í2


Resolvendo para ii por determinantes
Cl Zi2

0 (Z22 "b (Z22 + Zj^)ei


8) h =
Zii Z12 ^11 (-^22 "b Z'^)—Z12Z21
Z2I (^22 + Zp)
Todavia,

_ _ ^11(^22 "b Z^) 212Z21


9) ^en i
«1 Z22 + Zj^
Substituindo valores,

3,33/0^ (24 -/lOO) - (-/100)(-/lOO)


10) = 98,l/.74,6°
24 -/lOO
= 26 + /94,6

que confere nossa solução anterior.


Note como o problema foi solucionado facilmente pelo primeiro método.
Esperamos que isso tenha ilustrado, porque é aconselhável ter várias ferramentas
analíticas à nossa disposição.
242 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 9

PS 9-4 Quais são os parâmetros y do sistema pi mostrado na fig. PS 9-4úr?


SOLUÇÃO Curto-circuitando o lado de saída de maneira que ej = Oe aplicando
uma voltagem através dos terminais de entrada como mostrado na fig. PS 9-4Z>,
estamos preparados para determinar jn • Claramente ix é a soma das correntes

:ci

(a)

C2:

ai «1
'1 -/*ci fí+Z^L
K11
ei -/>ci fí+/XL
ei
'2 1
Kzi - fí + /Xl
ei

(ó)

-/XC2 n + J^L
-ÍXc2 "+/*í.

fí+/Xi 1
/? +/X,
: on»
(C)

Fig. PS 94
CAP. 9] SISTEMAS A QUATRO TERMINAIS (DUAS PORTAS) 243

através de Ci e L, que são respectivamente exl{— jX^i) e eil{R + jX^). Então


temos a primeira equação para yn nessa figura. Para avaliar j simplesmente,
expressamos Í2 como uma função de ei, como mostrado na segunda equação, na
fig. PS 9-4b.
Para determinar 722 ^ y21>colocamos em curto o lado de entrada e alimen
tamos o lado de saída com uma fonte de voltagem, como mostrado na fig. PS 9-4c.
Uma análise similar àquela na fig. PS 9-4b resulta >^22

PS 9-5 Usando a informação obtida no problema anterior, determine o ganho de


voltagem = e^le^ para o circuito mostrado na fig. PS 9-5fl.
SOLUÇÃO A aproximação geral que será usada para resolver este problema é
determinar os parâmetros y do sistema de quatro terminais usando os parâmetros
gerais y do sistema desenvolvido no problema anterior. Podemos, então, construir
Qt = 15
Rg = 100 kn L =120/iH
o

& C,
45 pF
C2
30 pF
^2
240 kn
Bg = 1Z.0° V
3.424 MHz

(a)

( >

V21®1
YL =

00p Ki2®2
K22 0.00417
mmho

0.01Z.0" mA mmho

( >—

Ka = 0.5836Z-86.49° mmho Yb = 0.2617^.83.45° mmho


<> ——0

^12^2

0 0sJ
Ya = Yb =

0 0.01 mA
«1
0.0357 +
/0.5825
mmho K21®1
0.0299 +
/0.2600
mmho
«2

< •— —0
Ki2 = K21 " —0.3864^.-86.19° mmho
(1) 0.01 mA=Va®i + Ki2®2
(2) 0=K2iei + V6e2
(c)
Fig. PS 9-5
244 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 9

um circuito equivalente de parâmetro y, mantendo a fonte e a carga na entrada e


saída, respectivamente, e então resolver para 62- Todavia, mudaremos a fonte de
voltagem e^, Rg para uma fonte de corrente de forma que Rg apareça em paralelo
com^iij oi^de precisamos apenas adicionar as suas admitáncias.
Precisaremos dos seguintes dados, baseados na freqüência de alimentação de
3,424 MHz:

/= 3,424 MHz R = XJQ^^ = 172,1


CO = 21,51 X 10^ rad/s Xç^ = 1033 a
Xj^ = 2582 a Xc2 = 1549

Do problema anterior

1) Vn = 1 = 0,0257 + /0,5825 mmhos


^ -/Tci R+jXi^
= 0,5830/.87,47° mmhos

2) yi2 =y2\ =- D! .y =- 0,3864/- 86,19° mmhos


K +

= - 0,02568 + /0,3855

3) V22 =—— 1 = 0,0257 + /0,2600 mmhos


-jXc2
= 0,2613/84,35° mmhos

Convertendo a fonte de voltagem para uma fonte de corrente equivalentee expres


sando R^ como uma admitância, temos a fig. PS 9-5b. Combinando yg com^»!! e
y^^ com y22, obtemos a fig. PS 9-5c, da qual são derivadas as seguintes equações
nodais:

1) 0,01 mA 12^2
2) O = y2iei + yi,e2
Resolvendo as equações simultâneas, abaixo, para 62 e notando que yi2 = y2i,

ya 0,01 mA

y2i 0 12 (0,01 mA)


62
ya >'12

y2i yb
(- 0,3864/- 86,19° mmho)(0,01 mA)
(0,5836/ 86,49°1(0,2617/ 83,45°) mmho^ - (0,3864/- 86,19° mmho)^
(— 0,3864/— 86,19° mmho)(0,01 mA)
0,04654/92,95° mmho^
CAP. 9] SISTEMAS A QUATRO TERMINAIS (DUAS PORTAS) 245

s 0,0831/- 179,1° V

0,0831/- 179,r
^v = 0,0831/- 180°
1/0°

PS 9-6 Faça uma conferência aproximada de sua solução no problema anterior


usando uma aproximação alternativa.
SOLUÇÃO Uma aproximação é tomar Rg e Cj na fig. PS 9-5a e aplicar o
teorema de Thévenin. Portanto, obtemos a fig. PS 9-6a. Desde que Rg >
podemos como uma primeira aproximação supor que a impedância apresentada
para Cg na fig. PS 9-6a é essencialmente Rg. Assim, a corrente é iy = 1/0° V/100
kí2 = 0,01/ 0° mA, e está essencialmente em fase com a voltagem aplicada. Fluin
do através de Q, uma voltagem atrasada = —jX^ii = (1 kí2/—90°)( 0,01/0°
mA) = 0,01/— 90° volts. Desde que \X^^\ Rg, a impedância equivalente de
Thévenin s ~}^ci •

100 kí2
—VW

1 kn/.-90°(1/.0° V) _
~ 100kí2/.0°
%) M.0° V
0.01/.-90° V
-|Xc^
35 1 k«/.-90"

^th — /' kíí s /2.6 kíl

0.172 kS2

=0.0^L-90° V

— /fC2
S -/1.55 kí2

Fig. PS 9-6

No lado de saída, poderíamos notar que \X \ <R^,de forma que podemos


assumir Cj desenvolvida apenas através de C2. Com essas suposições podemos
mantê-los juntos como na fig. PS 9-60.
Uma olhadela na íig. PS 9-6b revela que a reatância capacitiva resultante
iguala a reatância indutiva resultante, de maneira que o circuito é ressonante série.
Nesse caso, a corrente na fig. PS 9-6b é i = 0,01/ —90° V/0,172 kí2 = 0,0581/— 90°
mA. Esta corrente atrasada de 90° fluindo através de Cj desenvolve uma voltagem
246 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 9

que atrasa 90° da corrente de forma que 62 atualmente mantém uma fase de
180° relativa a Cg. Especificamente,
^2 = -/^C2(0 = (1,55 kf2/-90°1(0,0581/-90° mA) =
= 0,0901/— 180° volts,

que está em substancial concordância com a solução previamente encontrada.

PS 9-7 Quais são os parâmetros z do sistema da fig. PS 9-7?

Fig. PS 9-7

SOLUÇÃO Uma aproximação é imaginar que os terminais de entrada ou de


saída estão curto-circuitados como se os parâmetros y estivessem sendo medidos.
Nesse caso, poderíamos obter
1 1
1) yii = — — ==ya +>'6

2) yn =y2\ = -yb

3) y22 =^^b =76 +.yc


4) = yny22 ~yi2y2i

= (ya +yb)(yb +yc)-yb^


= V6 +yayc + Wc
e da Eq. (9-8),

722 _ yb+yç
5) ^11 ~
yayb yaycybyc

y\2 ~yb
6) Zi2 — Z21 —
oy

7n ya-^yb
7) Z22
oy oy
CAP. 9] SISTEMAS A QUATRO TERMINAIS (DUAS PORTAS) 247

PS 9-8 Verifique os resultados do problema anterior usando o sistema da fig.


PS 9-7 para uma avaliação direta dos parâmetros z. Em outras palavras, imagine
circuitos abertos necessários nos terminais de entrada e saída. Poderíamos obter,
após alguma análise,

1) = z^WiZjj + z^) =
+ Za + z.

^12 — , , — Z21

3) Z22 = z^lKz^ + z^) =


z^ -I- z^ + z^

Para verificar os resultados do problema anterior, devemos mostrar que os z's obti
dos aqui são idênticos aos z's obtidos em PS 9-7. Então devemos, por exemplo,
mostrar que da Eq. (1) neste problema é atualmente idêntico a da
Eq. (5) do problema anterior. Se expressamos (1) neste problema, em termos de
admitâncias, poderíamos ter

J_/^1 ^
4) Zii —
ya^\yb yc)
1 1 1
+ — + —
ya yb yc

Multiplicando numerador e denominador por yaVbyc resulta

Wc [- +
Wcl / .
\yb ycJ yb^yc
5)
ybyc + Vc + Vi ytyc + yayc + Vi.
que felizmente é idêntico azn como dado em (6) do problema anterior. As demais
conversões ficam como exercício ao estudante que precisa praticar em álgebra.

PS 9-9 Suponha que na fig. PS 9-9a o sistema pi está operado a uma freqüência
de forma que + X^^, e que não existem perdas resistivas no circuito.
Determine os elementos do sistema T correspondente mostrado na fig. PS 9-9b.
SOLUÇÃO Usando as conversões pi para T da fig. 9-3, temos, por exemplo,
-JXcÃJXl)
= |cx>|
í{Xl -Xc, -Xc^) jO

Claramente Zi, Z2 e Z3 serão infinitas devido ao denominador zero.


Intuitivamente, poderíamos suspeitar que isso é devido a uma condição
anti-ressonante olhando a partir dos terminais 1-1 ou 2-2, mas em segunda
248 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 9

O m nnnr\ ^ q

:c,

2
• O

(a)

HZÍ

(ó)

Ô5
(c)

Fig. PS 9-9

observação poderíamos estranhar de como o circuito poderia aparecer anti-res-


sonante nos terminais 1-1 e 2-2 na mesma freqüência, uma vez que não há estipu-
lação de que Q = Cj. Para explorar isso melhor, vamos expressar a ünpedância de
entrada olhando a partir dos termiiiais 1-1. Então

^en(i-i) ~ ~j^C\ llí/(^Z, ~^C2)1


-íXçAKXl -.fo)!
/(Xi -Xc. -ATo)
Desde que o denominador é zero, infinita paraque causao denomina
dor zero.
CAP. 9] SISTEMAS A QUATRO TERMINAIS (DUAS PORTAS) 249

•Olhando a partir dos terminais 2-2,

í^C2^K^l ~^€2)^
'en(2-2)
~^ci ~^C2)
que novamente indica anti-ressonância nos terminais 2-2 na mesma freqüência /
uma vez que o denominador é o mesmo e igual a zero.
De fato, olhando a partir dos terminais superiores 1-2, vemos

j^C2)
'e«(i-2)
j(^L ~^Cl ~ ^€2)
O denominador está imutável e igual a zero para a mesma
Isto leva-nos a tirar uma conclusão muito significante na qual parece estar
um problema trivial. A conclusão é que se um circuito anti-ressonante aparece
anti-ressonante entre dois terminais, ele aparecerá anti-ressonante na mesma
freqüência entre quaisquer outros dois terminais. Por exemplo, na fig. PS 9-9 c
podemos depreender que se o circuito é anti-ressonante entre quaisquer dois
terminais, digamos 1 e 2, ele também será anti-ressonante entre quaisquer outros
dois terminais, digamos 4 e 5, ou 3 e 5 etc.

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PA 9-1 Determine os parâmetros z, y e h do sistema da fig. PA 9-1. Revise os


parâmetros h no cap. 15 do livro anterior.

RESPOSTA

'11 3 í2, Z12 — 1,5 Í2, Z21 —1,5 Í2, Z22 —2,25 í2
yn = 1/2 mho, 7i2 = — 1/3 mho.
>^21 = — 1/3 mho, ;^22 = 1/1,5 mho
hii = 2 Í2, hi2 = 2/3, h2i = —2/3, /122 = 1/2,25 mho
250 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 9

PA 9-2 Determine 62 no circuito da fig. PA 9-2.

2 kíí
7,1 = 3 kí2

Z21 —10 kí2 Z22 —4 kí2

RESPOSTA

62 = 12 kV

PA 9-3 Determine I2 no circuito da fig. PA 9-3.


/j /j
Vn = ''O'* fnho —O O;
= 1MÍ2

/12 =0 h,,=0

'lOkn

Vjj = 10'* mho 21^11 /J22 = 10"* mho


—o o—
^21 =0,01 mho /ijl = 40

RESPOSTA

Í2 = - 0,198 A

PA 9-4 Quais são os parâmetros z e y áo sistema da fig. PA 9-4 para


w = l/V LC ? Suponha = 00.

_nrvw
L

RESPOSTA
Zi\ = Ri , Z22 —R2, ^12 = 221 —O
yil ~ l/i?i , >*22 ~ l/^2> 3^12 ~ 3^21 ~ O

PA 9-5 Quais são os parâmetros z e do sistema da fig. PA 9-5 para


w = l/V C{Li + L2) ? Suponha o sistema sem perdas.
CAP. 9] SISTEMAS A QUATRO TERMINAIS (DUAS PORTAS) 251

!'
ei •Z.2 02

I1 2I
RESPOSTA

— ^12 ~ ^21 ~ ^22 ~

>*11 ~ ~ yi2 ~ y2i ~ i/z-^c


>^22 = l//(^Z,2 ~ ^c)
PA 9-6 Quais são os parâmetros z do sistema da fig. PA 9-6?

o aAA/ ♦ ^AA/

RESPOSTA

R-Xc^ -jXç -V
Zii = R A ;; Z12 —^21
R-jlXc R -j2Xc
R - V -i^C
Z22
R -jlXc
252 ANALISE DE CIRCUITOS CA (CÀP. 9

PA 9-7 Encontre os parâmetros z do sistema A apenas na fig. PA 9-la e desenhe


o circuito equivalente do parâmetro z.

I 1 n

Entrada • -Saída

-Lq o-*
I I I I
A B
(a)

R + jXL R + ÍXl

{R +/x/_)/,

(/? + jXL)Í2
(R

(b)

RESPOSTA Zii —Zi2 = Z21 = 222 = R + jXi.


Veja também a fig. PA 9-lb.
PA 9-8 Encontre os parâmetros z do sistema B apenas na fig. PA 9-7 e desenhe
o circuito equivalente do parâmetro z.
RESPOSTA Zii = Z12 = Z21 = 222 = ~ jXc
Veja também a fig. PA 9-8.

-JXc -/Xc

«2

i-ÍXc)h
-ixc )h

PA 9-9 Usando os circuitos equivalentes do parâmetro z determinados no


problema PA 9-7 e PA 9-8, encontre os parâmetros z de todo o sistema (entre o
lado de entrada e saída) na fig. PA 9-7.
RESPOSTA Zii —212 ~ 221 = 222 ~ (7^
CAP. 9] SISTEMAS A QUATRO TERMINAIS (DUAS PORTAS) 253

PROBLEMAS SEM RESPOSTA

P 9-1 Determine os parâmetros z q y do sistema da fig. P 9-1.

3n 6Í2
o——^A/V• "AAAr-^

^6 n

I.
P 9-2 Determine a potência dissipada em na fig. P 9-2.

'\J)^ V(rms)

20 kn

P 9-3 Encontre os parâmetros z do circuito da fig. P 9-3.

6 kí2
•AAAr
6 kí2 6 kí2
O é W\r -vw-

.6 kí2

P 9-4 Determine ej na fig. P 9-4.


254 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 9

P 9-5 Determine o circuito equivalente de Thévenin, e olhando a partir


dos terminais do sistema da fig. P 9-5.

' 1
10kí2
/11=0 /n=0 Zj, =300kí2
-O O-
z,2 =40kí2
r =1

/jj =0,01 mmho 2 Zjj = 20 kí2 2


/ji =0,01 mho ^21 =40kí2

P 9-6 Quais são os parâmetros y do sistema da fig. P 9-6 se = 76 ohms,


= 12,3 kí2, = 12,3 kn e R^ = 240 kí2?

3\-

•Rl

J
or}-í <!

• 'jOt;
o transformador

10.1 Ação do transformador


Quando estudamos indutores, ressaltamos que a voltagem auto-induzida em
um indutor era dada por

dl
1)
^ dt
onde £ é a auto-indutância edi/dté a relação de variação da corrente com o tempo,
Uma interpretação mais profunda daEq. (1) pode ser encontrada na lei de Faraday,
que tem a forma

d(f)
2) N (10-ia)
dt

onde TV é o número de espiras em um enrolamento que está sendo cortado pelo


fluxo magnético variando em uma relação d(j)/dt. Não precisamos explorar a Eq. (2)
profundamente. Basta sabermos, através dela, que sempre que uma variação de
fluxo ocorre em relação a um enrolamento (ou condutor), uma voltagem é induzida
nesse enrolamento.
Da teoria dos circuitos magnéticos pode ser demonstrado que

3)
^ _ mmf _ Ni
(10-16)
256 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 10

onde a força magnetomotriz (fmm) equivalente à relação entre os ampères-espiras


(Ni) e a relutância magnética é determinada pelo formato geométrico do enrola-
mento e propriedades magnéticas do material do núcleo. Se (3) for substituída em
(2), resultará

/ N^\ di

Se comparamos (4) com (1), vemos que

5) L=— (10-lc)

Então, estabelecemos a relação entre as Eqs. (2) e (1), que nos leva a concluir que se
existe fluxo magnético, existe também uma indutância relacionada.
Agora, a Èq. (2) simplesmente estabelece que quando uma variação de fluxo
corta uma bobina (indutor), uma voltagem é induzida nessa bobina. O fato não leva
em conta de onde o fluxo provém. Se o fluxo é proveniente da própria corrente do
indutor sob consideração, então a voltagem induzida é chamada uma voltagem de
auto-indução. Por outro lado, se a variação de fluxo é devida à variação de corrente
em uma segunda bobina cujo fluxo magnético influencia a primeira, então a
voltagem nessa primeira bobina é simplesmente chamada de voltagem induzida.
Em essência, esse é o princípio de operação do transformador.

10.2 O transformador

Um transformador na sua forma mais simples consiste de dois indutores que


são acoplados magneticamente, como mostrado na fig. 10-1. Uma vez que nesse
circuito o único acoplamento entre os dois circuitos fechados é através dos seus
campos magnéticos, e uma vez que são apenas mudanças de correntes que induzem
voltagens, deduz-se que a componente cc de voltagem (corrente) em um circuito
não afeta o outro. Issosignifica que não existe transmissão cc em um transformador
o qual é puramente acoplado indutivamente. Apenas ca, ou outras formas de onda
com outro tipo de variação no tempo, podem passar.^

Fig. 10-1

^ As formas de onda não-senoidais podem ser bastante distorcidas.


CAP. 10] O TRANSFORMADOR 257

É necessário definir alguns parâmetros básicos. Considere a fig. 10-1. Acor


rente fluindo através do enrolamento 1-1 cria um campo magnético (fluxo) sobre
esse enrolamento. Uma parte do fluxo, é fluxo defuga que influencia apenas o
enrolamento 1-1. A outra parte, 02i >influencia ambos os enrolamentos 1-1 e 2-2 e,
portanto, é uma componente do fluxo mútuo. Da mesma forma, a corrente no
enrolamento 2-2 produzirá um fluxo sobre o enrolamento 2-2 (fluxo de fuga)
o qual não influencia o enrolamento 1-1, e um fluxo 0i2> flne é um fluxo compo
nente que influencia ambos os enrolamentos. O fluxo resultante (0jj^) é igual a
012 "I" 021 •
Enquanto há fluxo magnético, há indutância. A indutância pode ser de um
pedaço reto de fio de uma bobina de muitas espiras, mas sempre fluxo magnético e
indutância andam juntos. Dizemos, então, que o fluxo de fuga 0jg, que é comum
apenas ao circuito 1. Da mesma forma, 02e ®devido à indutância de fuga
comum apenas ao circuito 2. O fluxo mútuo 0/j/ é devido a uma indutância mútua
M, que é comum a ambos os circuitos. A posição e função dessa indutância podem
talvez ser visualizadas imaginando-se as indutâncias do transformador na forma
de um T, como mostrado na fig. 10-2.

\M

1 I 2
O 4 o
Fig. 10-2

Assim, como a auto-indutância de umabobina depende do número de espiras,


material do núcleo, calibre do fio, e assim por diante, a indutância mútuailí entre
duas bobinas depende de sua configuração (proximidade uma da outra e orien
tação), permeabilidade e da indutância individual de cada bobina.^ O grau de aco-
plamento entre os dois enrolamentos é definido pelo coeficiente de acoplamento.
Uma expressão relacionando o coeficiente de acoplamento k, a indutância mútua e
a auto-indutância é

M
k=—== (10-2)
V ^1^2
Quando o material do núcleo é outro diferente do ar, Af, Z,i e Z,2 podem não ser
constantes. Em vez disso, esses parâmetros dependem das correntes dos enrola
mentos.
Em muitos circuitos de comunicação, o valor de k está em torno de 0,5 ou
pouco menos. Em serviços de potência, onde alta eficiência é importante, k é cerca
de 0,9 ou mais. O valor máximo áQ k é 1.

2 f
Permeabilidade e uma propriedade magnética do meio ambiente onde o indutor está
situado, ou do material do núcleo, no caso de núcleos ferromagnéticos.
258 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 10

Agora sabemos que voltagem induzida em um enrolamento depende da


variação de corrente em outro enrolamento. A relação exata é

^21 = dt ^ At

onde ^21 representa a voltagem induzida na bobina 2 devido a uma mudança de


corrente na bobina l. M é sl indutância mútua entre essas bobinas e dli/dt é a
relação instantânea de variação da corrente em relação ao tempo, verificada na
bobina 1. O significado dos sinais positivo e negativo estará logo entendido. No
momento, ignore-os.
Suponha duas bobinas tão acopladas que M = l henry. Se a corrente em uma
bobina varia em uma razão de 1 amp/s, a voltagem induzida na outra é 1 volt.
Aumentando a freqüência das variações da corrente, aumenta a voltagem induzida.
Por exemplo, quando a corrente variar a uma razão de 1 amp/ms, a voltagem
induzida será 1.000 volts.
Quando a corrente é uma onda senoidal, a voltagem induzida será uma onda
co-senoidal. Quando a onda de seno passa pelo valor zero, está mudando mais
rapidamente. A voltagem induzida atingirá um máximo nesse instante, ou 90° fora
de fase com a corrente que a produziu. Da mesma forma podemos escrever:
dh AU
^±M (10-4)
dt At

onde ^12 é a voltagem induzida na bobina 1 por uma variação de corrente na


bobina 2.

10.3 A representação do ponto


Se pudéssemos escrever equações para um circuito acoplado indutivamente,
as correntes do circuito fechado poderiam ser avaliadas. Uma vez que as correntes
são conhecidas, todas as outras características do sistema podem ser facilmente
determinadas. Para escrever equações dos circuitos fechados, devemos conhecer
alguma coisa sobre a fase dos enrolamentos. Essa informação é necessária para
determinarmos se a voltagem induzida no circuito 1 por uma corrente no circuito 2
ajuda ou contraria o sentido suposto de corrente no circuito 1. Da mesma forma,
devemos determinar o efeito de M dli/dt sobre o sentido suposto para a corrente
secundária.
Para determinar a polaridade da voltagem induzida em um enrolamento
devido a uma variação de corrente em outro, um processo simples é utilizado.
O circuito da fig. 10-3 é usado e o interruptor 5 é fechado. O voltímetro movimen-

Fig. 10-3
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 259

tará o ponteiro instantaneamente no sentido crescente da escala ou em sentido


contrário e então voltará a zero. A corrente ii, percorrendo a bobina 1, deve ter
tornado o lado b da bobina 1 negativo e o lado a positivo. Se o medidor move no
sentido crescente da escala, sabemos que, fazendo o lado a da bobina 1 positivo,
resulta o lado a da bobina 2 positivo.
Da mesma forma, fazendo o lado a da bobina 1 negativo, o que seria devido a
um decréscimo em ii, resulta o lado a da bobina 2 negativo, com respeito ao lado b.
Um caminho conveniente para marcar o sentido do enrolamento é colocar um
ponto naextremidade das bobinas, de tal forma que uma com a outrafique em fase.
Na fig. 10-3 ficou deterrtiinado que, fechando S, o medidor se moveu para
trás, então o ponto do lado a da bobina 2 deveria ser colocado do lado b da bobina
2. Os pontos não têm nada a ver com o circuito ou o sentido admitido para as
correntes. A única coisa que os pontos determinam é a maneira pela qual a bobina
é enrolada.
A localização dos pontos deve ser conhecida antes das equações do circuito
serem escritas. Essa seção apresenta um método, passo a passo, de escrever equações
de circuito para circuitos acoplados indutivamente.
Suponhamos que temos o circuito da fig. 10-4^ para analisar. A localização
dos pontos foi previamente determinada, como está mostrado. Para escrever as
equações de percurso, use o seguinte procedimento:
1. Substitua cada bobina por dois geradores sem polaridade, como na fig.
10-4Z). Um gerador em cada bobina representa a força contra-eletromotriz

dt

(a) (b)

/?2

dt dt
dt dt

dt dt dt

dt
— E i.

dt

(e) if)
Fig. 104
260 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 10

(fcem) devida à auto-indutância do enrolamento e o outro representa a


voltagem induzida devida à corrente no outro eiuolamento;
2. Arbitrariamente, escolha o sentido da corrente no circuito 1, digamos,
sentido anti-horário. Isto determina a polaridade da voltagem através de L i
à medida que assume o seu valor de equilíbrio. A fcem (força contra-
eletromotriz) aparece através de Z,i de tal forma que tende a impedir a
suposta corrente de crescer. Essa fcem {L dii /dt) terá então polaridade
como mostrado na fig. 10-4c.
3. Observe na fig. 10-4c que a voltagem desenvolvida através deZ,i, devido à
sua auto-indutância, é tal, que o lado assinalado da bobina 1 é alimentado
positivamente. Uma vez que as voltagens assinaladas com o ponto estão em
fase, o extremo assinalado de gerador Mdii/dt no circuito 2 deve ser
alimentado positivamente. Até aqui, tudo o que foi dito está representado
pela fig. \QAd.
4. Agora, arbitrariamente, imagine um sentido de corrente para o circuito 2,
e, como no circuito 1, note como o gerador L-i di^ldt está polarizado.
Vamos admitir uma corrente de direção horária no circuito 2, como na
fig. 10-4e, que polariza como mostrado.
5. Na fig. 10-4e, vemos que a voltagem auto-induzidaLjCZ-j dÍ2ldt) alimenta
o extremo assinalado da bobina 2 negativamente. O final assinalado com
ponto do gerador induzido na bobina 1 {MdÍ2 /dt) deve então, também,
ficar negativo. Nesse ponto, nossa análise deve ser verificada através da
fig. 10-4/. Agora estamos em condições de escrever nossas equações
de loop.
di\ dU
1) E= hR,+L,^-M-^
dt dt

dt i
2) 0=-M^
dt
+Í2R2+L2 ^dt
As Eqs. (1) e (2) podem ser resolvidas, pelos métodos de cálculo, para/i ou
Í2 como funções do tempo. Nossa intenção até aqui foi apenas compor as equações
de circuito. Se, todavia, a bateria E fosse substituída por um gerador senoidal,
poderíamos solucionar o problema com nossas ferramentas atuais. Para uma onda
senoidal de corrente, o gerador L di/dt vem a ser I(/X^) e o gerador AíJí/Jí vema
ser \{iXj^j). As equações (1) e (2) poderiam então ser escritas como
3) E =
onde E e I são valores eficazes,

4) O = - I, + I, («, + )

Agora, trabalhe com o problema PS 10-1.


Observa-se que as Eqs. (3) e (4) assim como as outras no problema PS 10-1
estão na forma geral

5) E = I,Z„ + (10-5a)
6) O= + IjZ,, (10-5Í)
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 261

onde

Zn=Ri+ÍXL^
Z22 = R2 +

As quantidades Zn e Z22 representam a auto-indutância dos seus circuitos


respectivos.
Em outras palavras, a auto-indutância de um circuito é simplesmente a
impedância total apresentada a uma determinada corrente de circuito.
A quantidade é chamada de impedância mútua entre oscircuitos 1 e 2 e,
como você pode ver de (5) e (6), ela permite o efeito de influência de uma
corrente de circuito sobre a outra. Em outras palavras, Z^ é o parâmetro que
permite o acoplamento entre os dois circuitos. Assim, se fosse igual a zero, o
termo l2Z^ em (5) seria zero e seria totalmente independente de I2. Raciocínio
idêntico deve ser aplicado para (6).
Desde que Z^ = ± jX^^, devemos estar certos da maneira de determinar o
sinal de Xj^. O procedimento prévio descrito em conjunto com a fig. 10-4 é per
feitamente válido, e auxilia-nos muito na operação dos circuitos magneticamente
acoplados. Todavia, uma ligeira aproximação deve ser feita para escrever as
equações de circuitos acoplados magneticamente (ou de outra forma). Essencial
mente, devemos observar o seguinte:
Não interessa quantos circuitos temos, como encontramos as correntes de
circuito, ou como elas estão conectadas. Asequações de circuito devem serescritas
nas formas a seguir:

1) en = Ziiíi + Z12Í2 + Zizh + ... + (circuito 1)


2) ^22 = X2\i\ + Z22Í2 + •^23^3 + . . . + (circuito 2)
(10-6)
3) ^33 ~ Z31/1 + Z32 Í2 + ^33^3 + . . . + (circuito 3)
^NN ~ ^N2^^ •*" + . .. + (circuito N)
onde, na equação 2 porexemplo, ^22 representa a soma algébrica de todas as fontes
independentes de voltagem (baterias, geradores etc.) através dos quais a corrente
Í2 flui. Uma fonte que está impulsionando Í2 em uma direção suposta é considerada
como uma fonte de ajuda e leva o sinal positivo (+). Uma fonte que está impulsio
nando uma corrente nesse circuito, oposta à direção admitida para , é considerada
uma fonte opositora e é escrita comsinal negativo (—). Então, no circuito mostrado
na flg. 10-5, Cu ~ ^2, C22 ~ C^2 ^3), ^33 = 0.
Note que cada impedância do lado direito é identificada com dois índices.
O primeiro representa o circuito sobre o qual a voltagem foi considerada. O
segundo, a corrente particular do circuito, cuja contribuição para a voltagem do
circuito está sendo considerada. Assim, no circuito 2, Z21 representa a voltagem
acoplada ao circuito 2 devida ao fluxo da corrente ii, apenas. Qualquer impedância
que for responsável pela introdução de uma voltagem em um circuito devido á cor
rente em outro é chamada impedância mútua. Embora, na forma geral da Eq.
262 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP, 10

®2-' ®22 "" ®2


633 = O
^11 +^2; ^22 =•^2 +^3; ^33 +^3 +^4
Z12 —^21 = +^2; ^13 = ^31 ~ ""^1 ' ^23 = ^32 = +^3

Fig. 10-5

(10-5), todas as impedâncias mútuas (e auto-impedâncias) sejam escritas com sinal


positivo (+), a impedância mútua real em um circuito determinado pode ter um
sinal -f ou —associado com ela.^ Uma regra fácÜ de lembrar é que sempre que a
corrente de circuito (íj ) e a voltagem induzindo corrente (/i em Zji) fluem através
da impedância mútua na mesma direção, a impedância mútua é positiva. Se elas
fluem em direções opostas, a impedância mútua é negativa. Assim, na flg. 10-5,por
exemplo, Zji, a impedância comum (mútua) a ambos os circuitos 2 e 1 é
Zji = + Z2, uma vez que ii e fluem através de Z2 na mesma direção.'^ Aimpe
dância mútua Zi3 = —Zi, Z32 = + Z3.
Podemos notar também que em circuitos envolvendo elementos bilaterais,
como neste caso, uma impedância mútua Z^y = Zy^. Então Zx3 = —Zi = Z3x.
Sempre que ambos os índices forem iguais em um termo representando
impedância na Eq. (10-6), digamos Z22, isso significará que estamos fazendo
referência apenas à impedância líquida, olhando por 12 se ela vai em torno do
circuito 2. Assim Z22, a auto-impedância do circuito 2, é dada por Z22 = -^2 + ^3 •
^ A polaridade associada com uma impedância mútua, digamos Zxy, é determinada
dependendo se a voltagem acoplada a um circuito x devido a uma corrente no circuito y
aparece como uma fonte de ajuda ou oposição a ix- Se ela ajuda, Zxy — e se ela
contraria ^xy —'^^M-
Não se confunda pelo fato de íj fluir no sentido contrário ao movimento horário,
enquanto 12 flui no sentido horário. Embora elas estejam em sentidos opostos, o fato é que
fluem através de Z2 no mesmo sentido (para cima).
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 263

Os termos de auto-impedância são sempre positivos, a menos que um elemento de


impedância negativo esteja de alguma maneira sintetizado ou introduzido no
circuito. Geralmente, isso acontece com dispositivos eletrônicos como válvulas,
transistores, diodos túnel, dispositivos especiais etc., que são capazes de produzir
ganho de potência e não precisam ser considerados neste livro.
Um ponto bastante útil a lembrar é que se todas as correntes de circuito
fomm encontradas no mesmo sentido, digamos anti-horário, todas as impedâncias
mútuas serão negativas. Os termos de auto-impedância permanecem positivos.
Agora trabalhe com o problema PS 10-2.
Para o caso de circuitos acoplados indutivamente, o sinal do termo de impe
dância mútua, digamos Z12 = ±jwM, éfacilmente determinado pela seguinte regra.
Se as correntes de dois circuitos, digamos QI2, fluem ambas dentro ou fora dos
extremos assinalados com ponto nos transformadores, o sinal de jwM é positivo.
Todavia, se uma corrente é dirigida para um ponto eaoutra para fora, então/wAíé
negativo. Por exemplo, na fig. 10-6úr, Z^y = + jwM, e na fig. 10-66 e c, =
—/wM.
Agora, trabalhe com o problema PS 10-3.

ia) (c)

Fig. 10-6

10.4 O transformador como uma reda de quatro terminais


O tipo mais simples de transformador deve ser considerado como sendo uma
rede de quatro terminais. Se nao considerarmos nenhuma capacitância em série, ou
entre os enrolamentos, o circuito da fíg. 10-7 poderá ser usado para representar um
transformador.

Fig. 10-7
264 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA (CAP. 10

;Se medimos os parâmetros z do transformador com excitação senoidal,


obtemos

1) ^11
_
(10-7fl)
h Í2 — O
A resistência Ri engloba todas as perdas de potência, olhando para os terminais
1-1 (também chamado entrada ou enrolamento primário), causadas pela resistência
do enrolamento, efeito pelicular, e perdas no núcleo se um núcleo é utilizado,
A indutância Lj é a auto-indutância do primário e em transformadores com núcleo
de aço é algumas vezes chamada de indutância magnetizante, a qual idealmente
é tão grande quanto possível.
62
2) ^21 ~ . jwM (10-7Ô)
«1 Í2 = O

A impedância mútua Zji com Í2 = O determina a voltagem a circuito aberto


desenvolvida através dos terminais 2-2 (também chamado enrolamento de saída ou
secundário) devida à corrente no lado de entrada. O sinal dejwM é positivo' devido
à maneira que colocamos os pontos na fig. 10-7. Note que o estabelecido para a
determinação de Zji pode realmente ser usado para medir a indutância mútua de
um transformador.

3) Zi2 — = jwM (10-7c)


ii =0

A impedância mútua Z12 = Z21 é a medida da voltagem a circuito aberto induzi


da* no primário devido à corrente no secundário.
62
4) Z22 — - R2 jXi, {\0-ld)
h =0

A resistência R2, de maneira análoga ai?i, compreende todas as perdas de


potência do enrolamento secundário com o enrolamento primário aberto. A
indutância L2 é simplesmente a auto-indutância do enrolamento secundário.
O parâmetro geral Z equivalente de circuito do transformador aparecerá
então como mostrado na fig. 10:8. Uma vez que nenhum ponto está incluído na
fig. 10-8, usamos sinais ± para a impedância mútua.

±/-<M'2 V\j) \[\j)

Fig. 10-8
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 265

10.5 Análise de circuito do transformador


O circuito equivalente da fig. 10-8 permite-nos tirar algumas conclusões úteis
à operação do transformador. Primeiramente, vemos que, se o enrolamento secun
dário está sem carga (/j = 0), a corrente primária Zj é determinada por Cj eZ^
apenas, uma vez que a fonte de voltagem —Zj^Í2 é igual a zero quando
Í2 = 0. Em um tipo de transformador com núcleo de ferro de alta qualidade,
^Ri, e Í2 =0, temos (valores eficazes)

El Ri
1) Ii = ^
^Li
Avoltagem do circuito secundário aberto sob qualquer condição é
^2(oc) ~ ^21 Ii = ~- (10-9)
e com (1) substituído em (2),

3) =

(^izO!) (10-10)

Aequação (3) indica, claramente, que, com corrente nula ou desprezível, avoltagem
secundária está em fase ou 180° fora de fase com avoltagem primária, dependendo
da colocação dos sinais.
A interpretação da Eq. (3) com o auxílio da Eq. (10-2) pode ser estendida
ainda mais, como segue,

4)
^2(oc)
—= ± = ±
wM = ±
M
El wLi Li

ky/ L1L2 , rnr

Agora, reveja a Eq. (10-lc) onde a auto-indutância de uma bobina épropor


cional ao quadrado do número de espiras do enrolamento. Então, a equação (4)
pode ser escrita como

E.
'2(oc)

Aquantidade N2IN1 (ou NJNp) representa a relação de espiras, e(5) indica


que em qualquer transformador onde >/?i, a voltagem docircuito secundário
aberto é proporcional a A:, o coeficiente de acoplamento, éà relação de espiras. Em
transformadores que usam núcleos ferromagnéticos, o fluxo é essencialmente
266 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 10

confinado ao núcleo com baixa perda, e assim k = Então em transformadores


desse tipo

^2(OC) ^ ^ (10-13)
6)
El

Agora, vamos investigar o que acontece àcorrente primária se uma carga está
conectada no secundário de forma que 0. Vamos supor que é positivo na
fig. 10-8 e que uma determinada carga está conectada nos terminais 2-2 como
mostrado na fig. 10-9a. Claramente, a fonte de voltagem a cimuito aberto
Zj^li = jXyfli forçará acorrente no enrolamento secundário que está em oposição
a I2. Se I2 inverte o sentido, a fonte de voltagem dependente Z^l2 = jXj^h, no
primário, deve inverter também a polaridade, de tal forma a obtermos a situação
mostrada na fig. 10-9fl. Note que o fluxo da corrente secundária induziu uma
voltagem no lado primário de polaridade tal, que se somou à fonte de voltagem
El responsável pela circulação da corrente li. Isso significa que Ii tenderá a
aumentar. Isto parece, intuitivamente, razoável, uma vez que o fluxo de corrente
no lado secundário provoca dissipação de potência, pelo menos nos componentes
resistivos. Esta potência deve vir da fonte de voltagem, o que mostra que Ii deve
crescer, uma vez que Ei é fixo.
A mesma afirmação é verdadeira se é negativo? Nesse caso, a polaridade
da fonte de tensão Z^Ii na fig. 10-9fl seria invertida e I2 circularia na direção de
referência indicada como mostrado na fig. 10-90. Então I2 é uma quantidade
positiva. Todavia, com negativo, a fonte de voltagem Zj^h no lado primário

ixu '2 f'\/) í'\,) jxu /i f2

Fig. 10-9
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 267

inverte a polaridade e, mesmo assim, ainda ajuda, em série, a fonte de voltagem.


Podemos dessa maneira concluir que o secundário com carga aparentemente
aumenta a corrente do primário, independentemente do sinal de Z^, que apenas
afeta a direção de ^
Até aqui nossa análise tem sido bastante informal. Para uma determinação
exata das correntes no circuito geral da fig. 10-10 devemos escrever, na forma geral,
para um sistema a dois circuitos

1) E, =Z,.l, +Z„I,
2) 0 = Zi2l, +Zm1j
Sendo =^21 ~ podemos escrever
El =ZiiIi + Zj^l2 (10-14a)
^ + Z22h (10-14Z>)
Nenhum sinal está mostrado na fig. 10-10, de forma que pode ser uma quanti
dade positiva ou negativa. As impedâncias Zn e Z22 são as auto-impedâncias dos
circuitos 1 e 2, respectivamente. Então

Zii = Zii = i?i (10-15a)


Z22 —Z22 + Z^ = R2 + -t- Z^ (10-15Z>)

~ ~ - i^M (10-15c)
Resolvendo (3) e (4) em relação a Ii, temos
E1Z22 El
8) Ii = (10-16)
Z11Z22 Zj^^ 7 2
Zu -
-22

Agora a impedância líquida de entrada Zg^ através da qual Ei faz circular Ii deve
ser o denominador da Eq. (8). Então
7 2
9) ^en ^en(i-i) 1l = z„ - (10-17fl)
-22

Fig. 10-10
268 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP! 10

Note que (9) é formada de dois termos: , que é a auto-impedância do primário,


e- /Zji), que é chamada de impedância refletida, porque reflete no circuito 1
os efeitos que acontecem no circuito 2.
Agora Z^ = ±jXj^ e em conseqüência Z^^ = indepen
dente do sinal de Zj^. Assim, se substituirmos esse resultado na Eq. (9), obteremos

10) -^en •>22

X» 2
= Z.. (10-17Í)
^22

Esteja certo de que entendeu que (10) é válida para qualquer sinal de Zj^ e assim é
independente da localização dos sinais.
Agora trabalhe com os problemas PS 10-4, PS 10-5 e PS 10-6.

10.6 Thevenizando o transformador


Para maior facilidade de nossa análise de circuitos acoplados, torna-se útil
desenvolver o circuito equivalente de Thévenin visto a partirda impedância Z^ para
trás, na fig. 10-10. Isto é muito simples, desde que possamos facilmente ver que
com/2 = O na fig. 10-9a ou \Q-9b,
1) (10-18)
Em conseqüência

El _ El
2) ^ ~Z ~Z
^en(i-l) ^en

Pela substituição de (2) em (1), obtemos


^ÃfEi - /-^mEi
3) ,
Z
^11 ^+ —ry
Z-J
•>22

mas, nas condições de circuito aberto, Z22 = °o- Portanto,


i /ÁT^E 1
4) E,.. = '11
(10-19)
A equação (4) está baseada nos sentidos de referência positivos adotados para
o sistema de quatro terminais para correntes e voltagens, mostrado na fig. 10-8.
Esses são os sentidos de referência que temos usado, consistentemente, com
sistemas de quatro terminais neste livro e nos precedentes. Todavia, com freqüência,
o problema proposto às vezes inclui sentidos de referência de corrente e/ou
voltagem que não estão na forma convencional de um sistema a quatro terminais.
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 269

Nesse caso, osinal de £2(0^) em (4) ésimplesmente determinado pela observação da


localização do sinal, e admitindo que as voltagens nos pontos assinalados estão em
fase.
Agora, trabalhe com o problema PS 10-7.
A impedância equivalente de Thévenin olhando para dentro do circuito
a partir dos terminais 2-2, pode ser facilmente deduzida. Todavia, poderia parecer,
intuitivamente, que, olhando para dentro do circuito a partir dos terminais 2-2,'
veríamos Z22 = R2 + em série com um termo de impedância refletida do
primário dado por
. . .

= —— . Oprocedimento é idêntico àquele usado para


expressar •^en(i-i) sxcetuando-se que os terminais 2-2 passam agora a ser os
terminais de entrada. Então

y 2
5) = /?2 +/X^2 +
'11 '11

e olhando-se para o circuito a partir dos terminais 2-2 temos o circuito equivalente
de Thévenin da fig. 10-11.
Agora, trabalhe com os problemas PS 10-8 e PS 10-9.

Z22

Xu
^11

•?th
+
-2(oc)

Fig. 10-11

10.7 Acopiamento indutivo-condutívo


Em circuitos do tipo mostrado na fig. 10-12úi, onde o acopiamento éindutivo
e condutivo, o sinal exato de M deve ser conhecido para evitar sérios erros.
Mostraremos que aindutância equivalente de duas bobinas acopladas como na fig.
10-12âr nao éLy + Z/2, eaindutância Z,g^ depende do sinal de Af. Isso significa, em
problemas desta natureza, que a localização dos sinais (pontos) deve ser conhecida.
O inelhor procedimento a aplicar em circuitos desse tipo é desenhar as fontes de
tensão auto-induzidas e externamente induzidas em lugar de cada bobina. Aapli
cação da regra do ponto é válida, mas pode causar confusão nesse tipo de circuito
quando existem circuitos múltiplos com várias indutâncias entre os circuitos.
Suponha que os pontos foram colocados como na fig. \0-l2b. Seguindo as
instruções previamente definidas, temos a fig. 10-12c como o equivalente da
fig. \0-\2b. A voltagem desenvolvida através do gerador Mdi/dt é de mesma
270 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 10

—^AA/
R

\ L,
M

\%)í i-

(a)

VVAr
R

ic)

©rr. M

^ Lo
—vw-
R

(b)

^^ I I.. di
—WAr
R
© V-,
®(7- M

\ L, '\j)M

(d) (e)

Fig. 10-12

polaridade que Lx dijdt. Isso é o mesmo que se fosse aumentada paiaLi +M.
Da mesma forma, L2 aparece como se fosse aumentada para L2+M. A indutância
equivalente do circuito é então
£ cft/ =Z,i +M + Á2 +^ = ^1 +^2 + 2M (10-21fl)
Se um qualquer dos pontos é invertido, como na fig. 10-12<i, M será
negativo. Ocircuito equivalente, nesse caso, está nafig. 10-12e. Observe que agora a
voltagem induzida em Li, devido a mesma corrente em Z/2 j tende a contrariar a
voltagem induzida em Li. Isto é o mesmo que se Li fosse diminuída paraZ/^ —M.
Da mesma forma, L2 aparece como se fosse diminuída para L2 ÁZ Aindutância
equivalente nesse circuito é, portanto,
=Li -M + L2 -M = Li +Z/2 -2M (10-2IÔ)
Se o acoplamento é cerrado, fazendo K grande, a diferença na indutância
equivalente dependerá acentuadamente do sinal de M.
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 271

10.8 Medida da Indutância mútua


Um método para determinar aindutância mútua entre duas bobinas acopladas
é o seguinte. Conecte dois terminais do transformador da fig. 10-13a como na
fig. 10-136.

(a) (6)

Fig. 10-13

Meça a impedância pura entre os terminais A q D com uma ponte de


impedância (medidor de L). Chame essa indutância equivalente de L'^ . Agora
inverta uma bobina em relação à outra, digamos, como na fig. 10-13c,^e meça a
indutância pura entre os terminais A e C. Chame essa indutância equivalente de
^eq- ^B^ra, se émaior ou menor que L'^ ou vice-versa. Vamos supor que L'g é
maior. Como um exercício, o leitor pode então deduzir as seguintes relações: ^
1) =Li +L2 +2M
2) L'J^ +L2 -2M
Resolvendo para Mem termos de e encontramos, da Eq. (2),
Li + L2 = L'^ + 2M
Substituindo -f 2Af para Li -F L2 na Eq. (1), temos
I' —r"
^eq ^eq
^'eq = il^ea
'eq + ^M) + 2M ou M=
A auto-indutância de cada enrolamento deve sermedida com um medidor de
L deixando os demais enrolamentos abertos. Supõe-se que a freqüência do medidor
de L seja suficientemente baixa para tornar o efeito da capacitância dos enrola
mentos e entre enrolamentos desprezível.
272 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP.'. 10

Em circuitos onde existe acoplamento indutivo e capacitivo, a localização


dos pontos deve ser conhecida.
Agora trabalhe com o problema PS 10-10.

10.9 O transformador ideal

Até agora a nossa discussão sobre o transformador tem sido apenas de ordem
geral. Não temos feito restrições a respeito da intensidade do acoplamento,
eficiência da transferência de energia, ou grandeza das impedâncias da fonte e
carga. Não consideramos ainda nada sobre a relação de espiras dos enrolamentos.
Por exemplo, a relação de voltagem entre secundário e primário é igual à relação
entre espiras do secundário e primário. Freqüentemente, o estudante perde de vista
o fato de que a análise da relação de espiras é baseada em um transformadorideal.
Como veremos breve, toda iniciativa para determinar a relação de voltagem em
termos da relação de espiras poderia resultar em sério erro quando o transformador
não é ideal. Todavia, a maioria dos transformadores do tipo núcleo de ferro usados
em força ou áudio trabalham aproximadamente como transformadores ideais e
assim a discussão desse assunto vem a propósito.
Em primeiro lugar, o que entendemos por um transformador ideal? Um
transformador ideal possui 100% de acoplamento. Em outras palavras, k= 1, e a
indutância e o fluxo de fuga são desprezíveis. Um transformador ideal não tem
perdas. Isto significa que os enrolamentos têm resistência cc desprezível. Significa,
também, uma resistência ca nos enrolamentos e perdas no núcleo desprezíveis na
freqüência de trabalho. Se o transformador ideal nãotem perdas, depreende-se que
toda a potência introduzida na entrada será totalmente dissipada na carga .
O transformador ideal também tem indutância infinita dos enrolamentos, o
que implica em > Zc, e ^ Isso poderia parecer des-
concertante, uma vez que daria a impressão que com uma reatância do enrolamento
primário infinita nenhuma corrente ou potência poderia ser entregue pelo transfor
mador. Entretanto, esta suposição ignora que uma corrente infinitamente pequena
e uma indutância infinitamente grande podem ainda fornecer um fluxo flnito, de
forma que a ação do transformador pode ocorrer. Matematicamente, devemos ter
cuidado quando trabalhamos com situações onde divisão ou multiplicação com zero
ou infinito estão envolvidas. Desta maneira, vamos investigar analiticamente a
impedância de entrada (Zg„) vista por e Z^ quando olhamos para dentro do
circuito, a partir dos terminais 1-1 na fig. 10-140. Em geral

1) 2=n = •2» + 722£j'

Y ^
= R, +
+ R2 +/-^Z,2

Com resistência de enrolamentos desprezível, Eq. (1) é reduzida para


Xm'
2) Ze„
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 273

(a)

(a"', fâ'. -^th

là} (c)

Fig. 10-14

Racionalizando o segundo membro em (2), obtemos

3) •^en 72
V +^12'
Manipulando (3) de forma a termos um denominador comum e simplificando,
temos

4) 2en =

Agora, vamos fazer a aproximação de forma que


Xm'Z^ -Vm')
5) ^en = y 2
^L2
274 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 10
Desde que

6) = wk y/ L1L2 ^j
e Á = 1 no transformador ideal, temos

7) Xj^'^ = w^LiLi = WL1WL2 - Xi^X^^


Substituindo (7) em (5) e lembrando que a indutância é proporcional ao quadrado
do número de espiras, obtemos

onde Ni e N2 são o número de espiras dos enrolamentos primário e secundário,


respectivamente. A equação (8) indica que no transformador ideal a impedância de
entrada é apenas a impedância da carga no secundário refletida para trás, como se
essa fosse multiplicada pelo quadrado da relação de espiras • De maneira
similar, isso poderia ser mostrado olhando para trás, para dentro do enrolamento
secundário, onde veríamos da fig. 10-1% transformada Essas
conclusões estão sumarizadas na fíg. 10-14Z? e c.
Admitindo um transformador ideal (baixa perda), a potência Pi introduzida
no lado de entrada é toda dissipada como potência de carga Pi, e podemos
escrever

9) Px = Pl

ou

10)
El' E2'
^en
Substituindo (8) em (10) obtemos, após algumas transformações,

11) A =A
El Ni
Note que a relação de voltagens primária para secundária é igual à relação de espiras
do primário para o secundário. Se a potência em (10)fosse expressa com PZ e um
tratamento igual fosse dispensado, obteríamos

12) A =A
Ii N2
Note que a relação de espiras neste caso é o inverso daquela vista em (11).
Em resumo, então, para o transformador ideal

A -Pl (10-23úr)
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 275

( N,
(10-23Ò)
^en
E2 N2
(10-23c)
El Ni

h Ni
(10-23íí)
Ii N2

10.10 Transformação de impedância com transformador ideal


Uma inspeção da fig. 10-14tí, ô e c revela que o transformador ideal pode ser
usado como um dispositivo adaptador de impedância (de transformação). Por
exemplo, suponha que na fig. \0-\Aa desejamos aparecendo como Zgj^ de
um valor específico. Pela escolha de um transformador com características aproxi
madas de um transformador ideal e com uma relação de espiras apropriada,
podemos selecionar Z^ para fornecer o valor desejado Raciocinando ao
contrário, se desejamos fixar Z^ e queremos a carga aparecendo como um valor
Z^j^, devemos novamente selecionar uma relação correta de espiras conforme mostra
a fig. 10-14c.
Freqüentemente encontramos circuitos nos quais um transformador ideal
alimenta cargas múltiplas, como na fig. 10-15a. Como poderemos analisar um
circuito dessa natureza? Intuitivamente, sentimos que a impedância refletida por

'.L2 Eo

E,

•3 f.

(a)

/V21 = /V2//V,
/V31 = /V3//V,

^2 ^3
2 2
N 21 N 31

(6)

Fig. 10-15
276 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 10

Z3 no primário deveria aparecer em paralelo com a impedância refletida de Zj. A


razão em que fundamentamos nossa intuição é que quanto mais cargas oferecemos
ao transformador, mais corrente circula pelo primário, o que mostra que a
impedância total refletida está diminuindo. A intuição, entretanto, pode, às vezes,
levar-nos a um mau caminho. Por conseguinte, vamos desenvolver uma análise
rigorosa do circuito.
A potência (produto volt-ampère) introduzida no primário do transformador
é £'i2/Zi.i . Uma vez que o transformador é ideal, a potência primária deve serigual
à soma das potências das cargas (produtos volt-ampère). Podemos então escrever

-f-

Podemos expressar E2 e para Ei em termos de relações de espiras. Fazendo


N21 =N2/Ni eN^i = A^3/A^i ; então

Zi-i Z2 Z3
El_ ^ Ei'N2i' ^ Ei^N.i^
Zi-i Z2 Z3

ziT " Zi/N,,'


A equação (10-23) está na mesma forma que a conhecida para dois resistores em
paralelo:

1 1 1
+
^eq ^1 ^2
onde Ri é análoga a Zj/A^ai^ e R2 a. Z^/N^^. O circuito equivalente para a fíg.
10-15úr é, então, o visto na fig. 10-15Ò.
Agora, trabalhe com os problemas PS 10-11 e PS 10-12.

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES


PS 10-1 Escreva as equações de circuito para o circuito da fig. PS 10-ia,
SOLUÇÃO Cada bobina é substituída porum gerador de voltagem auto-induzida
e um gerador de voltagem induzida, como mostrado na fig. PS lO-lò. Umavez que
as direções positivas de corrente estão previamente definidas na fig. PS 10-Ia,
a polaridade dos geradores de auto-indução aparecerá como na fig. PS lO-lô. O
gerador de auto-indução do circuito 1 alimenta o lado do ponto positivamente,
quando ii aumenta. Com o extremo assinalado de estando positivo devido a íi, o
extremo assinalado do gerador induzido no circuito 2 está alimentado
positivamente. Da mesma forma, íj está desenvolvendo uma voltagem através de
L2, que alimenta o extremo assinalado no circuito 2 positivamente. A voltagem
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 277.

-WVr

- (O; L^•

(a)

Fig. PS 10-1

induzida no circuito 1 por está então alimentando o extremo assinalado do


gerador M dÍ2ldt no circuito 1, positivamente. As equações de circuito serão então
di\ dU
1) e = +-^1 — + Aí
dt dt

2) 0=M ^dt +R2Í2


^^
+L2^ —
dt
Se a fonte de alimentação for senoidal, poderemos escrever em termos de valores
rms

E = (/?i + ijXj^\2

0=Wl+(^ +/^Z,l)l2
PS 10-2 Usando o método da Eq. (10-6), escreva as equações para o circuito da
fig. PS 10-2.
SOLUÇÃO Temos três circuitos e, em conseqüência, teremos três equações que
terão a forma geral

Ia) Exi —Zii li + •^1212 A ^33^3


278 ANALISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 10

Fig. PS 10-2

2a) E22 Z21I1 + "^2212 "1" ^23^3


3a) E33 —•^31^1 + •^32l2 + -^3313
Todavia, agora que aprendemos a identificar E's e Z's, podemos escrever direta
mente

Ib) -El = {Ri +R2 +/(X^^ -^ci)íli -/^Cil2 +JÍ2I3


2b) - E2 = -j'Xc,h + [R3 +KXi, - Xc^)]h +jXi,h
3b) E3 - E2 = R2li + jXjr^h + (R2 + ÍXl^)h

PS 10-3 Trabalhe novamente o problema PS 10-1, usando as simplificações


desenvolvidas para escrever as equações de circuito. Suponha uma fonte de
voltagem senoidal.
SOLUÇÃO Inspecionando a fig. PS 10-la, observamos o seguinte: Existem dois
circuitos, de forma que teremos duas equações de circuito da forma geral

Eu = + Z12I2

E22 ~ ^21 II ^22^2


A voltagem Eu = + e uma vez que e aparece como uma fonte de ajuda para ii.
A voltagem E22 = O uma vez que não há fontes independentes no circuito 2.
A auto-impedância devida ao circuito 1 é Zu = Ri + jXi^. A auto-impedância
devida ao circuito 2 é Z22 = 7^2 + JX^ . Os circuitos estão magneticamente acopla
dos através da indutância mútua M. Assim, haverá uma impedância mútua
(reatância) entre os circuitos dados por Z^ = Z21 + jXj^. Sabemos que Z^ = -^21
em sistemas passivos com elementos bilaterais, e sabemos ainda que o sinal da
impedância mútua é positivo, uma vez que /'i e I2 são ambos dirigidos para fora dos
extremos assinalados no circuito.
As operações seguintes poderão ser feitas mentalmente, de maneira que
poderemos, pela simples observação da fig. 10-la, escrever (supondo valores
eficazes)
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 279

E = (Ri +jXi^)li + jXj^h


0=/Z^Ii +(i?2 +jXL2^h
Estas equações são idênticas àquelas anteriormente encontradas em PS 10-1.

PS 10-4 Qual é a impedância nos terminais 1-1 quando os terminais 2-2 da


fig. PS 10-4 são curto-circuitados?

Fig. PS 104

SOLUÇÃO A expressão geral para conforme visto na Eq. (10-17Z>) é

1) -^611(1-1)- -^11 7
^22

A equação (1) para a fig. PS 10-4 pode ser reescrita como

2) ^en(i-i) 11
Zii + Z22+Z^
Com os terminais 2-2 em curto, = 0. Assim

3)

Se > Ri e ^ ^2^ como comumente acontece,

4) 2enO..) =/-fLi + ^
M' (.k^/Tj:r f
= jwL 1 —jw —— = jwL I —]w

= jw{Li -k'^Li)
ou

5)
280 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 10

A equação (5) indica que, curto-circuitando o secundário, a impedância relativa ao


primário diminui. Para os transformadores fortemente acoplados, tais como os do
tipo com núcleos ferromagnéticos, k = \ q assim a impedância de entrada torna
muito, muito baixa. Este é o motivo pelo qual curto-circuitando o secundário de
um transformador de força poderemos queimar fusíveis no circuito primário.

PS 10-5 Suponha que na fig. PS 10-4 é uma capacitância pura C. Qual o


efeito que aparecerá sobre a impedância de entrada? Qual o efeito que aparecerá,
considerando como uma indutância pura?
SOLUÇÃO Podemos iniciar a análise conforme (2) do problema anterior. Então

~jXc

O efeito de C é o de introduzir uma reatância Xq que tende a cancelar X^^ no


denominador do segundo (impedância refletida) termo, assim a impedância refletida
aumenta até atingir um máximo quando Xç ressona com ^. Se > Xi^,Z22 é
de natureza capacitiva de forma que o ângulo de fase do denominador é
— 90° < 0 < 0°. Uma vez que um ângulo negativo no denominador se torna
positivo no numerador, o efeito de uma carga capacitiva é tender fazer a impe
dância refletida indutiva. Ao contrário, uma carga indutiva tende a fazer a impe
dância refletida parecer capacitiva.

PS 10-6 Um transformador tem as seguintes características:


Li =3 henries L2 = 0,05 henry « 1
Ri = 20 ohms R2 = 0,08 ohm £" = 115 volts, 60 Hz

A impedância da fonte geradora é desprezível, e a resistência da carga secundária


(Rj^) é 42 ohms. Qual é a corrente primária na fig. lO-óa?
SOLUÇÃO
w = lirf = 377 rad/s
M^kyJ LyL2 =v^Õã5~ = 0,387 H
Z12 jwM = /146 -

^11 = /?! + /wLi = 20 + (/377 f2) (3 H)


= 20+/1.131f2
Z22 = 42,08 + (/377 Í2)(0,05 H)
= 42,08 -1-/18,85 = 46,1/24,1° Í2 '
^^ ^ (3.77)- . 10- X(0,387)^ ^ ^ ^ ^
Z22 46.1/24.1°

Note que a impedância indutiva do circuito secundário é refletida no primário como


uma impedância capacitiva, tendo uma componente reativa de — /189 ohms.
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 281

ff 1 = 20 Í2 A?2 = 0.08 Í2
-O—WS/— O-

115 L^ 1-7 f^L


3 H 0.05 H 42 Í2
60 Hz

ia)

20 n /ii3in

422 Í2

115 V

-/189Í2

(b)

Fig. PS 10-6

A impedância refletida aparece em série com a auto-impedância do circuito


primário. O circuito equivalente que o gerador vê está mostrado na fig. PS \0-6b.
A impedância de entrada é
Zen = z„ + = 20 +/1.131 + 422 -/192
= 441 + /942 = 1.040/64,9°

e a corrente rms de entrada é

115/0° V
= 111 mA/- 64,9°
1,04/ 64,9° kn

PS 10-7 A voltagem secundária com circuito aberto em um transformador con


forme dado pela Eq. (10-19) é E2(^.a) = ±/%Ei/Zij. Determine se o sinal + ou -
deve ser usado em cada um dos casos da fig. PS 10-7.
SOLUÇÃO Uma vez que os potenciais nos extremos assinalados estão em fase,
a voltagem na cabeça da seta de £2(00) à sua outra extremidade seguirá a voltagem
na cabeça da seta Ei relativa à sua outra extremidade, na fig. 10-7a e b. Assim,
^2(oc) ~ /Zyi/Ei/Zii em cada um destes casos. Na fig. PS 10-7c ed acabeça da
seta El está em um extremo marcado, enquanto a extremidade de E2(oc)
sobre o outro extremo marcado. Desta maneira, aquelas voltagens estarão fora de
fase para as direções de referência escolhidas, e portanto E2(oc) ~ ~/Zyi/Ei/Zii
nestes casos.
282 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 10

t • • f *
El D C e 2<°c)

(a) {b)

t •

id)

Fig. PS 10-7

PS 10-8 Determine I2 no problema PS 10-6.


SOLUÇÃO Uma vez que os potenciais nos extremos marcados tendem a seguir
em fase,

.. 'Tm
1) = E.
•^11

onde (usando os dados de PS 10-6)

Xj^ = wM= 377(0,387) = 146 ü


Zn =20+ /1.131 Í2 = 1.131^_^ Í2
E = El =115/^ V para 60 Hz
Todavia, utilizando esses valores em (1) resulta

2) Ei(oc) = 14,8alV
Da fig. 10-11 vemos que

(146)^
3) Z,. = R2 +/X,, + —— = 0,08 + /T8,85 + -2^ —
^ Zii ' ' 1.131/89°
= 0,409 + /0,01 Í2 = 0,409/1,4°

Portanto é dada por

E-ioci 14,8/1° V
4) I, = s 0,349/1° A '
' Z^+/?^ 42,4+/0,01
PS 10-9 Determine /j e I2 na fig. PS 10-9úr.
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 283

k = 0.1
1 kí2 0.4 kí2
•O —o-

li

0 100 V
159.2 Hz
1 H •4 H '0.6 kS2

0.402 kí2 + /3.98 kí2

^th

'2
+

/>Afli = 14.2/^45.3° V 0.6 kS2

(6)

Fig. PS 10-9

SOLUÇÃO
1) M = 0,1 V(1 H)(4 H) = 0,2 H
2) w = 27r(159,2 Hz) = 1.000 rad/s
3) Z22 = 0,6 kí2 + 0,4 kí2 4-/w(4 H)
= 1 kS2 + /4 kí2 = 4,12/ 76° kí2

4) Zii = 1 kíí + /w(l H)


= 1 kí2 + /I kn = 1,41/4^ kí2

5) = {wMf = (0,2 kí2)2 = 0,04 kíí^


100 V 100 V
6) Ii =
0,04 kn^
Zii + 1 kí2 + /I kí2 +
Z22 4,12/76° k^"
71/-44,7° mA

Thevenizando e olhando para o enrolamento secundário, vemos o circuito equiva


lente da fig. 10-96 onde
284 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 10

7) ^(oc) ~
= /(0,2 kí2)(71/-44,7° mA) = 14,2/45,3° V

8) -^th ~ ^^22 +
0,04 kn^
= 0,4 ka + jw(4 H) +
1,41/45° kü.
= 0,420 kn + /3,98 kfi

"2 (OC) 14,2/45,3° V


9) I, =
+ 0,6 kí2 4,11/75,6° k^

= 3,45/- 30,3° mA

Então a corrente no enrolamento secundário está atrasada da voltagem aplicada


(entrada) de 30,3°.

PS 10-10 Encontre a corrente do circuito na fig. PS lO-lOü, se/?i =1 kiloohm,


R2 = 1 kiloohm. Li = l henry,l2 = 2 henries,Á/= 0,5 henry,E' = 100 \^s/lÕO
Hz. Qual é o coeficiente de acoplamento entre as duas bobinas?
SOLUÇÃO Substitua Li por dois geradores —um para voltagem auto-induzida
devido a /"i em e outro para a voltagem induzida em Li pela mesma corrente
0.5 H

100 V
100 Hz

(a)

'^)M~

(b)

Fig. PS 10-10
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 285

/'i na bobina . Da mesma forma, L2 é substituída por dois geradores. Pela obser
vação da maneira como as auto-indutâncias são polarizadas, podemos determinar a
polaridade dos geradores induzidos através das marcas. Isso encontra-se na fig.
lO-lOÍJ.
A equação de circuito é então

. ^ , dix dii dit dii


E —I1R2 + L2 —— ~ M —— —M —— + Li —— + iiRi
dt dt dt dt .,

= +iJ,) + (L. + I, - 2Jtí)


dt

Aplicando a regra do ponto, vemos que a corrente vai para um ponto e deixa o
outro. Portanto, os termos de auto e mútua voltagem induzida têm sinais opostos,
e M será negativo.
Desde que E é um gerador senoidal, podemos escrever

E = (/?i + + /w(Li + L2 - 2M)li


= [i?i +R2 + jw{Li +L2 - 2M)]li = Zli
onde E e Ii são valores eficazes

z = 2 + j2nlOO{2 H)
= 2,36/32,1° kí2

E/ 0° 100 V
1 = = 42,3 mA/- 32,1°
2,36/32,1° m

M 0,5 0,5
k = = 0,354 ou 35,4%
V L1L2 y/ \ X 2 1,41

PS 10-11 A relação de espiras do transformador da fig. PS 10-11 foi escolhida


para máxima transferência de energia. Encontre a relação de espiras N, ,
El, I2, E2 e a potência desenvolvida no alto-falante (P^).
10 kSÍ 1
-VW—O-

20 V
0^" 8 Í2

Fig. PS 10-11

SOLUÇÃO Para encontrarmos N, faremos uso do fato de que essa relação de


espiras foi escolhida para máxima transferência de energia. Isso significa que a
286 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 10

impedância refletida da carga como ela aparece entre os terminais 1-1 deve acoplar
(igualar) a impedância de 10 kiloohms. Portanto,

—T = 10 m
JSr

ou

^
10.000

Portanto
. •

N-i. \r^
iV = —^ = , = 2,83 X10-2
Nx V 10.000
ou

Ny-.N-i = 35: 1

Zg„ = 10 k + = 10 k + 10 k = 20 kí2

20 V
I\ — ^ = 1 mA
20 kí2

Ex = h = 1 mA X 10 kí2 = 10 V

Ix 1 mA
^2 =— ""
= 2,83 X 10"
77^ = 35,4 mA

E2 = ExN = 10 V X 2,83 x 10"^ = 0,283 V


Pi = E^h = 0,283 V X 35,4 mA = 10 mW = .£"1/1 *
= 10 V X 1 mA = 10 mW

PS 10-12 Um transformador de saída de audiofreqüência deve fornecer 4 watts


para uma carga de 8 ohms e 6 watts para uma carga de 4 ohms, como está mostra
do na fig. PS 10-12. A impedância vista olhando para o primário é 120 ohms.
Determine as relações necessárias de espiras e voltagem que deverão ser desenvolvi
das através do enrolamento primário {Nx). Suponha que o transformador é ideal.
Nenhum ponto está mostrado porque não temos interesse em relações de fase.

* Realmente, Pj^ = cos0, mas desde que a carga seja considerada puramente
resistiva na faixa de freqüência de interesse, o fator de potência será 0° e, em decorrência,
o COS 0 = 1.
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 287

P2 =4 IV
= 8 Í2

/?! —
120 Í2

Pg =6 W
•/V3 /?3 =4Í2

Fig. PS 10-12

SOLUÇÃO
Px=P2+ P3
Pi = 4W + 6W=10W

Como em geral P = EP-/R,


E, =^^p;R[ V 10(120) = 34,6 V
E2 = V P2P2 = V4^ = 5,66 V
P3 = V P3R3 = = 4,899 V

A^2 E2 5,66 1
= 0,164 s
JVi El 34,6

N, E3 4,899 1
= 0,142 ^ —
Ni El 34,6 7

Aparentemente o transformador deveria ser construído com 6,1 espiras para


cada espira á.Q N2, e para cada 7 espiras de é requerida uma espira de Se
Ni fosse 10.000 espiras para fazer > 120 ohms para aproximarmos de um
transformador ideal, precisaríamos cerca de 1.640 espiras em N2 e 1.420 espiras
em N3.

PROBLEMAS COM RESPOSTAS

PA 10-1 Um transformador com núcleo de ar tem uma indutância do enrola-


mento primárioA1 de 12 mH, indutância do enrolamento secundário Z2 de 60 mH,
Qi do enrolamento primário igual a 48 de 500 kHz a 800 kHz, Q2 do enrolamento
secundário igual a 32 de 500 a 800 kHz e um coeficiente de acoplamento k = 0,47.
Qual é a indutância mútua entre os enrolamentos para essa parte do espectro de
freqüências?
RESPOSTA M= 12,6 mH
288 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 10

PA 10-2 Escreva as equações de circuito para o circuito da fig. PA 10-2.

-M-

RESPOSTA

—El = (Ri + jXi j )Ii —jX^l^


O= -jX^h + (R2 'riXj^^)h

PA 10-3 Determine Zn, Z12 Z21, Z22, , no circuito da fig. PA 10-3


e escreva as equações de circuito.

RESPOSTA

El =Ziiii +Z12I2 Zii =/?i +/(Ár^j -Xc)


—£2 =Z2iIi + Z22l2 ^22 —Rt ''"/(^Z,2 ~
Z12 = Z21 = —j(X^ + Xç)

PA 10-4 Quais são os parâmetros Z do transformador com tapes (autotrans-


formador) mostrado na fig. 10-4?
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 289

RESPOSTA

211 =Ri
212 =^21 = + /^M'
Z22 = + i?2 + ^^Af)

PA 10-5 Determine Ij na fig. PA 10-5 pela aplicação do teorema de Thévenin.

48 mH 68 mH
120^0° V
300 Hz 00^45° V

RESPOSTA

PA 10-6 Determine I2 na fig. PA 10-5 pela aplicação do teorema de Thévenin.


RESPOSTA li = 1,37/-57,04° A

PA 10-7 Determine I na fig. PA 10-7.


I -

Z.1 = 3 H
Z.2 = 1.5 H
k = 0.75
/?, = 18Í2
/?2 = 12Í2
f = 60 Hz
E = 120V

RESPOSTA I = 0,213/- 88,6° A

PA 10-8 Determine a relação necessária de espiras na fig. PA 10-8 de forma que a


impedáncia vista, olhando-se paraNi, acople a fonte E^ de resistência interna R^.

0.5 W
Rs = 3.6 kí2
0.2 kí2
Ro

0.1 W
18 kí7
290 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 10

A potência emR2 e R3 é, respectivamente, 0,5 e 0,1 watts. Suponha um transfor


mador ideal.

RESPOSTA N1/N2 = 1,095, N1/N2 = 4,65

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 10-1 A indutância mútua de dois fios paralelos e iguais é dada por

M=0,00508/ (2,303 logio


onde M está em )uH, £ é o comprimento em metros e D é a distância entre os fios
em metros. Qualé a voltagem induzida para um pedaço de fio de 3 metros espaçado
de 0,002 m de um pedaço de fio similar, paralelo, percorrido por uma corrente de
50 mA a 456 mHz?

P 10-2 Qual é a freqüência de ressonância e o j2 do circuito na fig. P 10-2?

0.1 kí2

0.1 H

M= •
0.04 H

0.4 H
0.001 mF

P 10-3 Deduza uma expressão para a impedância vista a partir dos terminais 1-1.
Haverá apenas uma corrente quando Ej é aplicada?

P 10-4 Determine C de forma que seja puramente resistiva em 1 MHz na


fig. P 10-4.
CAP. 10] O TRANSFORMADOR 291

C f= 1 MHz
/r = 0.1

•M-

0.2 mH 0.02 mH 0.1 kí2

P 10-5 Represente o ganho de voltagem EjEgversus freqüência para uns poucos


pontos que são indicativos de seletividade olhando para o enrolamento secundário
da fig. P 10-5.

200 pF
k = 0.4
—-AAA/ If-
36 Í2

L-p ks
1 mH 0.6 mH

P 10-6 Determine I2 na fig. P 10-6.

100 Í2
AA/\—I

/•*M /6.3 Í2^ /45


vic Í2
o

50 Í2
%)iov
5 Í2

P 10-7 Qual a relação de espiras necessária para acoplar uma fonte de resistência
300 ohms com uma carga de 52 ohms?

P 10-8 Qual é a potência dissipada pela fonte de 120 volts na fig. P 10-8? Su
ponha um transformador ideal.
292 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 10

60 n
20 V
60 Hz

18/iF

P 10-9 No problema anterior, estime um valor de para aproximar o trans


formador de um transformador ideal.

.) t.
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// A curva de
Bode

Freqüentemente, necessitamos examinar a resposta de freqüência (amplitude


e fase) de um circuito ou amplificador. Isto é particularmente verdade nos cursos
mais avançados, onde a atenção estávoltada para a performance dos amplificadores
realimentados e sistemas de controle. Assim, torna-se aconselhável introduzir o
assunto em um nível elementar, de forma que estaremos com uma base firme nos
estudos futuros.

11.1 A função de transferência


A maioria dos circuitos ou sistemas que poderíamos considerar possuem
determinado tipo de entrada e saída. Geralmente, estamos interessados em voltagem
de saída versus voltagem de entrada ouganho de voltagem em função da freqüência,
mas essa necessidade não é o caso. Poderíamos estar apenas interessados emganho
de corrente ou voltagem de saída versus corrente de entrada, e assim por diante.
Quando tratamos com sistemas de controle poderíamos estar interessados em
velocidade do motor versus voltagem da armadura,^ ou peso do líquido em um
tanque versus indicação escalar de um potenciômetro etc. Em qualquer evento, a
relação entre a saída e a entrada como uma função da freqüência é, para nossos
propósitos, chamada de função de transferência. As funções de transferência em
sua maioria são de natureza elétrica e geralmente um ganho de voltagem.
Existem alguns métodos diferentes de representação das funções de trans
ferência versus freqüência. Um dos mais simples e mais úteis é chamado de curva

O termo armadura significa o induzido ou rotor nas máquinas rotativas elétricas (N.T.).
294 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

de Bode, devido a um famoso cientista que dedicou suas pesquisas à teoria da


realimentação. Ele mostra que construindo convenientemente uma curva de Bode,
•a função de transferência é melhor expressada em certas formas algébricas que são
facilmente convertidas por exemplo.

11.2 O filtro passa-baixa


O primeiro circuito para o qual vamos desenvolver a função de transferência
é o filtro passa-baixa da fig. 11-1. Queremos o ganho de voltagemyl„ = Ej/Ei como
uma função da freqüência. Temos claramente aqui um divisor de voltagem e,
portanto.

'ÍXc 1IjwC
1) A =-^
E. R —jXç
R +
JwC

O ' > o

Cp
El E: 1
h =
RC

O ' > 0
Filtro passa-baixa
Fig. 11-1

Lembre-se, podemos transferir / do numerador para o denominador e vice-versa


simplesmente trocando o seu sinal, uma vez que corresponde à transferência
similar de um ângulo na forma polar.
Encontrando um denominador comum e simplificando (1), obtemos
1 1
2) Av = 1 + jwRC 1 +7

onde

3) Tf, = RC
Agora vemos que o produto RC é chamado de constante de tempo e tem as
dimensão de segundos, uma vez que^
V carga A — s
— s
4) V~

^ De maneira similar, a constante de tempo L/R em um circuito indutivo tem as


V
. L H A/s _
dimensões em segundo, poisv/Ã "
CAP. 11] A CURVA DE BODE
295

Agora éconveniente explicar que aconstante de tempo tf, éoperíodo correspon


dente a uma fictícia freqüência em radianos Wf, de forma que
1
Wu =

Ou

6) ,
Wf,

O uso do índice h será justificado mais tarde. Substituindo (6) em (2), resulta
para o filtro passa-baixa,

71 A — ^2 1 1
' 1+/—
—r
1+/^
fh
Nota-se a simplicidade desta expressão e, em particular, nota-se a sua forma. Na
forma polar, poderíamos expressar (7) como

8) A,. = =
' V ' + (///«)'/tan"' ///;,

^V1 +'(//A)^ (1Mi)


Por razões que aparecerão oportunamente, afreqüência/^ échamada freqüência de
curva ou de corte e é extremamente importante na construção das curvas de Bode.
Seria interessante relacionar a forma matemática de ll-la (ou \ \-\b) com a
análise qualitativa do circuito. Nas freqüências baixas, Xc émuito maior queí? de
maneira que a amplitude de E2 = Ex. Correspondentemente, em (ll-la) para/
tendendo para zero, ou de forma mais significante para/^A, otermo / aproxima-
-se de zero e s 1^.
Quando f aumenta, verificamos que Aj, diminui e apresenta algum atraso de
íase, uma vez que Ej étomado apartir de um capacitor eavoltagem do capacitor
atrasa em relação à corrente do capacitor de um ângulo de 90°. Uma inspecção da
Eq. (II-IZ)} [ou Eq. (11-la)] indica que quando / a freqüência ou o sinal de
entrada a mesma que ff,, a quantidade //4 = 1 e assim a amplitude de
Av - l/v 2 = 0,707 e o ângulo de fase é d = —tan"^ 1 = ~ 45°.
Quando / se torna muito grande, e em particular para/>/^, o termo / na
Eq. (11-lfl) tende para infinito, de forma que ^ I//00 =- /O, que significa que o
valor do ganho tende a zero e a fase do ganho é —90°. Isso era esperado, aima vez
que para altas freqüências R, de forma que a impedância do circuito para
El é essencialmente resistiva, e assim a corrente tende para estar em fase com
El. Portanto, esse ângulo de fase de aproximadamente zero graus é adicionado ao
avanço de fase de 90° (- 90°) do capacitor para resultar a fase de E2. Assim,
296 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

E2 está atrasado de Ei de aproximadamente 90° para/>/jij. Sem dúvida, com


Xc tendendo a zero no espectro de radiofreqüência {f>fh), Xc<Rq, portanto, a
amplitude de E2 tende a zero.
Agora, trabalhe com osproblemas PS 11-1, PS 11-2 e PS 11-3.

11.3 O filtro passa-alta


Outro circuito comumente encontrado é o filtro passa-alta da fig. 11-2.
Este circuito é comumente usado com um sistema acoplador em muitos amplifica-
dores onde Ei contém uma componente cc e uma componente ca. Usualmente de
sejamos que apenas a componente ca apareça na saída. Ocapacitor C, também cha
mado capacitor de bloqueio, assegura isso, uma vez que apenas avoltagem variável
no tempo pode causar o fluxo de corrente pelo capacitor.^
Podemos desenvolver a função de transferência da voltagem pela relação do
divisor de voltagem e escrevendo
R 1 1
1) Av = R-JXc £ç
1 -/ wCR
R

1+/T-

Filtro passa-alta

Fig. 11-2

Se temos

2) Wi =
CR

podemos reescrever (1) como


1 1
in-2a)
3)
1-/^ 1-/4
W J

Agora a Eq. (3) é perfeitamente válida, mas é mais desejável (também por razões
que aparecerão mais tarde) eliminar o termo negativo do denominador. Isso pode
dec
^ Lembre-se que
dt
CAP. 11] A CURVA DE BODE 297

ser feito multiplicando o numerador e o denominador de (3) por Se você faz


isso e rearranja os termos, resulta

4) K,= (11-2Í)

que pode também ser escrito como

Embora (4) pareça mais complicada do que (3), ela é mais fácil para a curva
de Bode que, afinal de contas, é o nosso objetivo.
Para relacionar (5) com uma análise quantitativa da fig. 11-2, podemos agir
como segue. No espectro das freqüências baixas, digamos para/<^/g, o numerador
tem amplitude = Oe o denominador tem amplitude = 1. Assim para/<^/g,
\Ay I = 0. Fisicamente, poderíamos esperar isso, pois X(^> R para as freqüências
baixas. A questão é o que constitui baixas freqüências. A resposta é que /g no
filtro passa-alta ou no filtro passa-baixa formam uma região conveniente para
separar o espectro de freqüência alto e baixo.
Uma vez que em freqüências baixas Xq > jR, a corrente avança em relação a
El de aproximadamente 90°; assün a voltagem de saída que é tomada de um
resistor deveria estar em fase com a corrente. Uma inspeção da porção relativa
à fase de (5) indica que para/^/g a tangente está ^ 0° e assim o ângulo resultante
é 90° - 0° ou ^ 90°.
Para / =/g onde/g é a freqüência de corte ou de curva, \AJ = l/\/T e a fase
é 90°-45° = 45°.
No espectro de alta freqüência (/>/g) vemos da Eq. (4) que o termo reativo
no denominador é predominante e assim A^ se aproxima de l/_çr. Isto está em
acordo com os fatos físicos, para Xq < R, jEj | = iEi |. Além do mais, a corrente
nesse caso é essencialmente determinada por R e assim está quase em fase com
El. Uma vez que E2 é tomado de um resistor que não tem ângulo de fase associado
com ele, depreende-se que E2 está essencialmente em fase com Ei.
Agora, trabalhe com os problemas PS 11-4, PS 11-5 e PS 11-6.
Note que, em todos os problemas, tentamos expressar a função de trans
ferência de forma que ela contenha termos da forma jx e/ou 1 -I- jx. Isso será
possível ainda quando tratarmos com circuitos contendo um simples elemento de
armazenamento de energia tal como um capacitor ou indutor.

11.4 O decibel

As funções de transferência encontradas na prática conterão, em geral,


fatores no numerador e denominador. Portanto, a avaliação da função de trans
ferência para uma freqüência particular requer o processo de multiplicação e/ou
divisão, nenhum dos quais é convenientemente executado pormeios gráficos. Uma
vez que um resultado gráfico da função de transferência é nosso objetivo, tenta
remos uma aproximação alternativa.
298 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

Você lembrará que com a ajuda de logaritmos, as operações de multiplicação


e divisão são convertidas para adiçãoe subtração, desde que
1) log ab = log fl + log b (1 l-3úf)

2) log 4-
b
= log a —log b (11-36)
e um número elevado a uma potência é convertido por multiplicação
3) log = Xlog a (1 l-3c)
Agora a adição e subtração gráfica não é problema, uma vez que precisamos
apenas contar as divisões ou retirar as distâncias com um compasso de ponta seca.
Por essa razão, entre outras, a escala vertical emnosso gráfico demonstrativo estará
expressa em uma unidade logaritmica chamada decibel, abreviada para dB. O
decibel é formalmente definido como uma unidade de ganho de potência dada por

4) ^
=10 log-^^
"i
dB (ll-4fl)
Aequação (1 \-Ad) é lida como, "oganho de potênciaexpresso em dB, é igual a
10 vezes o logaritmo da relação de potência Pj/^i "• Ünia forma mais comum de
expressar a Eq. (11-4ü) está mostrada na Eq. (11-46).

5) ^p(dB) =

Embora a Eq. (11 4r) esteja em sua melhor forma matemática, a Eq. (11-46),
que é lida e interpretada da mesma maneira, e mais utilizada e assim ambas as
formas serão usadas aqui.
Outros símbolos além de A são utilizados comumente para designar o ganho
ou relação entre duas quantidades. Por exemplo, osímbolo KowGé sempre usado,
e para um maior refinamento o símbolo Gé usado se Pj > Pi» ou se Pj < P\.
Utilizaremos, entretanto, o símbolo A independentemente deP2 ouPi ser o
maior número.
Uma vez que a potência elétrica é dada por P = ErjR ou PR, podemos
expressar a Eq. (4) como

6) .4p =10 1og^dB =101og^^ dB


= 10 log dB

f E-y \2 Ri
=10 1og(-^j dB-f 10 log — dB
= 20 log — dB 4- 10 log dB
El R2
CAP. 11] A CURVA DE BODE 299

Similarmente

7) A = lOlog-^ dB = lOlog dB
Pi ~ """ iMi

= 10 7^2 dB
dB + 10 log^

= 20 log ^/ dB + 10 log R
dB
/i

As equações (6) e (7) são particularmente úteis se desejamos determinar o


ganho de potência (ou perda) pela medida de £" e i?, ou / e i?, que usualmente
é mais fácil fazer do que uma medida direta de potência. Todavia, muitos
circuitos eletrônicos são desenhados inicialmente de um ponto de partida de
ganho de voltagem ou corrente e assim desprezamos os termos resistivos em
(5) e (6), de forma que as definições de ganho de voltagem ou corrente são,
respectivamente.

8) = 20 log dB = 20 log \Ay \ dB (ll-5úr)


El

9) Aj = 20 log dB = 20 log Mil dB (ll-5Zi)


h
A relação de saída sobre a entrada é corretamente chamada de ganho quando
as duas quantidades são de mesma unidade. Entretanto, é prática comum referir-se
à relação saída/entrada como um ganho ou ganho do sistema mesmo quando essas
estão dimensionadas diferentemente. Por exemplo, poderíamos considerar o ganho
de um sistema ótico como sendo a intensidade de luz de saída de uma lâm
pada versus a voltagem aplicada. Um outro ponto bastante claro é que o ganho
pode ser um número maior ou menor do que a unidade. Se o ganho é menor
do que a unidade isso representa uma atenuação ou perda dentro do circuito ou
sistema.
Note que se o ganho é menor do que a unidade, o ganho expresso em dB será
negativo, uma vez que o logaritmo de uma fração é negativo. Por exemplo,

^ = 20 log I dB = 20 (log 1 - log 2)dB


Uma vez que o logaritmo de 1 em qualquer base é zero, a expressão acima é
reduzida para

A = 20 (O - log 2) dB = - 20 log 2 dB
= - 20(0,301) dB = - 6,02 dB

Agora, trabalhe com os problemas PS 11-7, PS 11-8 e PS 11-9.


300 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

11.5 A curva de Bode

Um método muito útil de representação da amplitude e resposta de fase de


um circuito, ou sistema, é plotar o valor(amplitude de resposta) em decibéis versus
freqüência como uma curva e a fase versus freqüência como uma curva separada.
O mesmo eixo de freqüência é usado para ambas as curvas, e um papel para gráfico
logarítmico (semilog) é usado, de forma que umalarga faixa de freqüência possa ser
representada. As curvas com esse tipo de representação são conhecidas comocurvas
de Bode, e são muito úteis em eletrônica e análise de sistemas de controle.
Para ficarmos familiarizados com as curvas de Bode, primeiramente cons
truiremos as curvas de Bode de alguns fatores básicos de função de transferência.
Agora, não estamos preocupados como essas funções estão existindo fisicamente,
ainda que possam existir. Queremos apenas aprender o mecanismo de construção
delas. Uma vez que essas formas básicas tenham sido dominadas, poderemos passar
para outras formas mais complicadas que são, essencialmente, combinações das
formas básicas.
Bode também mostrou que as respostas de fase e amplitude para maioria das
funções de transferência são unicamente relacionadas e que as inclinações da
resposta de amplitude são indicativas da resposta de fase. Uma vez que é muito mais
fácil medir amplitude ao invés de fase, é interessante verificar como podemos
predizer o deslocamento de fase pela observação da resposta de amplitude.

11.6 Formas básicas

A primeira função de transferência (fator) que consideraremos é a da forma


A = k onde ^ é o símbolo geral que estamos usando para significar uma função de
transferência q k é uma constante arbitrária, um número que é independente da
freqüência. Então, se = 100, temos A em dB dado porA = 20 log 100dB = 40
dB. Similarmente seyl = 0,2, temos A = 20 log 0,2 dB = - 14 dB. Essas funções de
Bode são representadas como Unhas retas, como mostrado na fig. 11-3. Note que
não há mudança de fase quando a resposta de amplitude é plana (A = constante).
Em seguida, suponha uma função de transferência da forma

1) A= / (ll-6fl)

onde é uma constante arbitrária a que nos referiremos como sendo a freqüência
de corte, e n é um expoente 1, 2, 3, 4, .. . , n^. Para representar essa função pelo
processo de Bode, vamos considerar primeiro n = 1. Neste caso, a função é simpli
ficada

w
2) A=/

Claramente, o / indica o deslocamento de fase constante de 90° independente da


relação w/w^. Assim, a resposta de fase é representada como uma linha reta
(pontilhada) a 90° como mostrado na fig. 11-4 para n = l.
3
Uma função dessaforma é algumas vezeschamada de função derivativa.
J 4 5 6 7 8 9 1 3 4 5 6 7 8 9 1 3 4 5 6 7 8 9 10

A = 100 ou 40 dB

n
c
po
<
>
O
m
A = 0,2 ou s -14 dB
CO
O
D
m

OJ
Curva de Bode de uma constante o
A = k

Fig. 11-3
302 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA ICAP. 11

A única maneira que podemos representar o valor (em dB) deA é supor vários
valores de w relativos ao nosso arbitrário . Construindo a tabela de valores, temos

OilcJc 0,1 0,5 1 2 5 10

dB = 201og(w/a;c) -20 -6,02 0 6,02 13,98 20

d yu '

Esses valores são plotados para « = 1 na curva da fig. 11-4, com linha
pontilhada para fase e linha cheia para a amplitude.
Note e memorize o seguinte, como evidenciado na fig. 114: para uma função
de transferência da forma da Eq. (1) com n = 1, a inclinação da curva de Bode é
positiva e uma constante igual a 20 dB/década = 6 dB/oitava, onde uma década é a
relação de freqüência de 10 e uma oitava é uma extensão de freqüência de 2.
A representação corta o dB para w = O ângulo de fase associado com esta
inclinação é 90°.
Agora, vamos fazer n = 2 na Eq. (1) de forma que a função com a qual
estamos trabalhando seja

w W \2 W \2
3) A= / =f' = -1 /180°
W.

Claramente, o ângulo de fase neste caso é umaconstante igual a 180°. A amplitude


e fase de (3) pode ser também tabelada de forma a representar a curva de Bode.
Então obtemos

wlWc 0,1 0,5 1 2 5 10

dB = 40 log (w/w^) -40 - 12,04 1 12,04 27,96 40

180°

Note que devido aovalor considerado, a função de transferência é o quadrado


da função anterior e a inclinação é exatamente o dobro, assim como o ângulo de
fase, que é duplo. Portanto, para « = 2 e para uma função de transferência da forma
dada pela Eq. (1), você poderia pensar em termos de uma inclinação positiva de
40 dB/dec. ou cerca de 12 dB/oit. e associada a um ângulo de fase de 180° com
essa inclinação. Esses resultados estão também mostrados na fig. 11-4.
Uma curva de Bode para n = 3 é mostrada na fig. 11-4. Como poderia se
esperar, esta curva também passa por OdB para w= Wç com uma inclinação positiva
igual a 60 dB/dec. ou, aproximadamente, 18 dB/oit. e o ângulo de fase associado
é 270°.
Como você pode ver da fig. 11-4, a inclinação em geral é dada por
inclinação = «(20 dB/dec.) = «(6 dB/oit.) {ll-6b)
Amplitude

60 dB/dec
Inclinação
18dB/olt
H

40 dB/dec
Inclinação =
12 dB/oit

20dB/dêc
inclinação =
6 dB/oit O
c

>
D
W
w
o
a
w

-35
_ /7(20 dB/dec)
Inclinação
I I I I I II n (6 dB/oit)
é= nQO

u>
o
U)

Fig. 114
304 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

e a fase é dada por


<j> = n90° (ll-6c)
Outra forma comumente encontrada para o termo dafunção de transferência

1) A=^-V
W \n
(ll-7a)

Uma inspeção de (1) revela-nos que um aumento de wcausa um aumento do


denominador, uma vez que é algum valor fixo e assim isso causa a diminuição
de A. Portanto, a resposta de amplitude deveria ter uma inclinação negativa.
Vemos ainda que para qualquer valor de n, aamplitude deve ser OdB para w—w^.
Desde que / representa 90° de fase no denominador de A, o ângulo de fase resul
tante no denominador deve ser n 90°. Conseqüentemente, a fase resultante de .4
deve ser — n 90°.
Embora não tomemos tempo em derivar os dados para representar A, os
resultados são dados na fig. 11-5. A resposta de amplitude de (1) é, como segue:
1
2) A=

3) ^dB =20[logl-nlog-^]
Uma vez que log 1 para qualquer base é zero, temos

4) =

Uma inspeção da fig. 11-5 indica que, excetuando o fato da inclinação


negativa, as inclinações efases para vários valores de nsão idênticas com afig. 11-4.
Portanto, para uma função da forma de (1),
inclinação = —ai(20 dB/déc.) ou ai(6 dB/oit.) (11-7Z))
0 = -/j9O° (11-7c)
Agora, trabalhe com os problemas PS 11-10 e PS 11-11.
Apróxima forma de um fator de função de transferência com aqual devemos
nos familiarizar é
/ w \n
1)

^ Esta função de transferência éalgumas vezes mencionada como função integral.


lllllUililllll
Amplitude

—n(20dB/dec)
inclinação =
—n(6dB/oit)
0 = -n 90

dB O

—20 dB/dec
Inclinação =
—6dB/oit

40 dB/dec
—60 dB/dec
Inclinação = -225
Inclinação — 12dB/oit
—18dB/oit
B —270 u)

Fig. 11-5
306 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

Vamos considerar o caso onde « = 1 e calcular a amplitude e a fase. Isto


resulta os dados da tabela seguinte:

w/w^ 0,1 0,5 1 2 5 10

0 5,71° 26,6° 45° 63,4° • 78,7° 84,3°

A 1,00 1,12 1,414 2,24 5,1 10,0

0,043 0,969 3,01 6,99 14,1 20,0

Uma curva de Bode dos dados anteriores está nas linhas cheias da fig. 11-6.
A fig. 11-6 mostra ainda linhas pontilhadas, as quais representam linhas retas de
aproximação com as curvas atuais. A beleza da curva de Bode (entre outras coisas)
reside na facilidade com a qual as linhas retas de aproximações com as caracterís
ticas atuais podem ser construídas. Por exemplo, considere a amplitude da curva de
resposta. Note que ela pode ser aproximada pelas duas linhas pontilhadas retas que
se interceptam em w^. Chamamos de freqüência de corte, joelho, ou freqüência-
-limite devido à mudança brusca de inclinação verificada por essas linhas em w^.
Para w < a resposta de amplitude aproximada para essafunção de transferência
é plana. Para uma década abaixo de ou w = 0,1 o erro nessa aproximação é
desprezível, uma vez que a tabela de valores indica um valor atual de apenas
0,043 dB. Na figura inferior a aproximação da linha pontilhada para a curva de
fase é apenas de 6° abaixo do valor verdadeiro.
Para uma oitava abaixo de ou w = 0,5 w^, o erro entre as curvas atual e
de amplitude aproximada é apenas de 1 dB aproximadamente e o erro de fase é
apenas 6°, que é essencialmente o maior erro de fase em qualquer ponto.
Para temos o maior erro de amplitude, que é apenas 3 dB, e o erro de fase
é zero, uma vez que representamos a curva de aproximação de fase (linha pontilha
da), de forma que ela intercepta 0° para w^/10 e 90° para 10 w^. Uma linha reta
conectando esses dois pontos interceptará o ponto (w/w^ = 1,0 = 45°).
Para a aproximação para a resposta de amplitude muda a inclinação
abruptamente de O dB/dec. para 20 dB/dec. ou 6 dB/oit. Para uma oitava acima
de Wc, ou 2 Wc, o erro de amplitude é tal, que a verdadeira resposta é apenascerca
de 1 dB mais alta e o erro de fase é cerca de 6° mais abaixo.
Para w > a linha reta aproximação e curva atual de amplitude unem-se
para todos os fins práticos e o erro de fase é outra vez cerca de 6°. Como você pode
ver, a amplitude e —para algo de menor extensão —a resposta de fase podem ser
facilmente aproximadas traçando-se simplesmente linhas retas com inclinações bem
definidas. Se uma maior precisão é desejada, podemos usar os fatores de correção de
amplitude, facilmente lembrados, da tabela seguinte:

w/w^ 0,1 0,5 1 2 10

dB 0 1 3 1 0

0 6 6 0 6 6
dB
Amplitude 15

n
c
po
<
>
O
tn
05
O
o
m

0
Ângulo de
adiantamento 45

u>
o

Fig. 11-6
308 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

Os fatores de correção anteriorese a forma geraldas curvas de fase e amplitu


de devem ser de preferência memorizados.
Agora, vamos considerar outros valores de n na função

1) A=

que tem uma amplitude dada por


2). A^=n 20 log V 1+ (1 l-8i)
e um ângulo de fase
w
3) é —n tan'^ (ll-8c)

De (2) vemos que a amplitude em dB e a fase em graus será n vezes os valores que
obtivemos há pouco da fig. 11-6. Portanto, os valores de correção na tabela anterior
devem ser multiplicados por n.
Uma curva de Bode de linhas retas de aproximações para (1) para diferentes
valores de n está mostrada na fig. 11-7. Uma vez que a inclinação para w <>4;^ foi
zero, ela ainda será zero para qualquer valor de n. Entretanto, para w > a
inclinação deve ser multiplicada pelo valor apropriado de n. Então para « = 3, a
inclinação para w > é 3(20 dB/dec.) = 60 dB/dec. ou 18 dB/oit. A fase corres
pondente aproxima assintoticamente 3(90°) = 270°. Para n = 3 emw = w^, a fase
é n(45°) = 135° e a amplitude de erro é n(3 dB) = 9 dB.
Agora, trabalhe com o problema PS 11-12.
Uma forma comumente encontrada de função de transferência é

' 1) A /
! w \n
(n-9«)

Você notará que essa expressão e a recíproca da Eq. (ll-8fl), que acabamos
de estudar. A resposta de amplitude é dada por
2) = - n 20 log V 1 + (W^c)^
A resposta de fase é dada por

<f> = —n tan"' (ll-9c)

Uma curva de Bode para n = l está mostrada na fig. 11-8 e, como você pode ver, a
única diferença na resposta de amplitude nesse caso e no da fig. 11-6 é que para
w> o ganho diminui. As inclinações para w > na Eq. (1l-9a) para qualquer
valor de n são simplesmente o negativo das inclinações da Eq. (1l-8fl). Os fatores
de correção são também idênticos em amplitude, exceto que agora eles estão
I I I I I I I 1 1 1

Amplitude

6 = n tan ^ —

AdB = n 20 logv 1 +

0° 40
Adiantamento
n
315 a
50
<
>
270
o
w
W
225 O
o
w

180-

135

90

45

O
u>
o
vo

Fig. 11-7
310 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

Atraso de fase (graus) Magnitude (dB)

A 1 I

>

4-

/
\ fv
o

£
n

OI y
i 1 //
a'
m CJi

£
TI
«•
s / ^
1— jé
4^
CD -

o
o

\j a ^ M

O
£

Oi

V- \ Ã
-

V
£

CAP. 11] A CURVA DE BODE 311

0.=2
1

Amplitude (dB)
I
P è

e 0.=5
1

>>

^ 1^
O" Ir
IV

O? Oo

II II

II

•D
dq-
Deslocamento de fase (em graus)

10
1

900
1
312 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

abaixo da linha reta de aproximações. A característica de fase e seus fatores de


correção para qualquer vídor de n é também idêntica, com a única exceção que
temos agora mais atraso que adiantamento de fase. Então para w> = l,o
ângulo de fase aproxima-se de —90°.
Agora, trabalhe com o problema PS 11-13.
As funções de transferência possuem ocasionalmente fatores da forma
/ W \2 W
1) A = (/ ) +/2Ô -1-1
\ WcJ
/ \2 W
= l-( ] -h/25 (IMOfl)
\ w^J

ou " :•'

1
2) A =
W \2 W
/ ) -h /2Ô -h 1

1
(11-105)
/ W \2 w
1-(—)
\w^/
+/2Ô —
Essas formas são chamadas de fatores quadráticos e geralmente aparecem devido à
interação entre dois elementos armazenadores de energia em um circuito ou
sistema.® Se o circuito contém indutância e capacitância, de forma que ocorra
algum tipo de fenômeno de ressonância, podemos esperar encontrar fatores
quadráticos em sua análise. Desde que a forma do denominador da Eq. (2) é mais
comum, discutiremos esta primeiro.
Uma inspeção de (2) indica que, para w < ou (w/wc)<l,a amplitude de
A se aproxima de O dB e a fase se aproxima de 0°. Para w > o termo real sendo
elevado ao quadrado encobrirá o termo imaginário, de forma que

3) A= !
/ W \2
=- —
/W Y
=— V /180°
\W^J
Assim, o ângulo de fase aproxima 180° e a amplitude aproxima-se de zero. Em geral,
para w > w^, a amplitude é dada por

4) ^ dB = 20 log° —
/ vv \2 = - 40 log —

® Os elementos de armazenamento de energia podem ser dois capacitores, dois indu


tores ou um indutor e um capacitor.
CAP. 11] A CURVA DE BODE 313

Se temos w/w^ - 1 na Eq. (4), temos = Oe para w/w^ = 2 obtemos


^dB ~ Então a inclinação na região de w ^ tende a aproximar-se de
12 dB/oit., que e essencialmente o mesmo que —40 dB/dec. Exatamente as
mesmas conclusões podem ser tiradas para (1), exceto que a resposta de amplitude
cresce e a fase adianta quando w aumenta, enquanto em (2) a amplitude diminui
e a fase atrasa. Em ambos os casos a fase aproxima-se assintoticamente de 180°,
ainda que de diferentes direções.
Agora, o que acontece para w = em (2)? Claramente a função reduz-se
para

1
5) A =
~J2Ô = 4:r
2ô ^
/-90°
Então a fase para w=w^é-90° em (2) ou + 90° em (1). Aamplitude correspon
dente em (2) é

6) = — 20 log 28 (11-lOc)
Uma inspeção de (6) indicf que se ô —1/2, log 25 = log 1 = O, de forma que
^dB = 0. Se Ô< 1/2, digamos 8 = 1/5, por exemplo, log 28 será o log de um
número menor que 1 o qual é uma quantidade negativa, e nesse caso

'dB
- 20 log 2(j ) = - 20(- 0,3979) - -f- 7,96 dB
Então vemos que a resposta de amplitude atualmente cresce acima de OdB para
^ (2). Para 8 > 1/2, digamos ô = 1,o log é positivo e assim o número de
dB é agora negativo. A fase e a amplitude de (1) e (2) dependem intensamente do
valor de 8 nas vizinhanças de w = w^, e é provavelmente melhor plotar alguns
poucos pontos para uma representação mais precisa. Portanto, com a ajuda dos
fatores quadráticos no denominador, temos a fig. 11-9. Note que quando 8 (algu
mas vezes chamado fator de amortecimento) aumenta, o pico ouponto ressonante
desloca-se abaixo de w^.
As mesmas curvas podem ser usadas para fatores quadráticos do numerador,
se você lembrar que para w ^ a curva da amplitude se inclina para cima e

180°

s = 0.1
Inclinação
+ 40 dB/dec 90°

5 = 0.1 5 = 0.05

0.1 1 10
ô = 0.05

log — I ^
log —
'09^
OJc

(a) (b)
Fig. 11-10
314 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

40 dB/dec.; e para w^, ao invés de um aumento ressonante, podemos ver uma


caída ressonante {dip) como mostrado na flg. 11-lOff. A respostade fase é também
similar excetuando que ela aproxima a 180° de atraso de fase para w > A fig.
ll-lOô ilustra a resposta de fase nesse caso.
Agora, trabalhe com o problema PS 11_-14.

11.7 Construção da Curva de Bode


Em geral, a função de transferência conterá vários fatores no numerador e
denominador, os quais consistem de formas básicas que aprendemos a plotar.
Podemos usar essa experiência para construir as curvas de Bode das funçõès de
transferência de circuitos práticos. Existem vários caminhos para fazermos isso,
todos ilustrados melhor através de exemplos.
Suponha que pretendemos desenvolver uma curva de Bode da função de
transferência do ganho de voltagem do circuito de retardo da fig. 11-1 lar. Primeiro,
vamos desenvolver a função de transferência e inspecioná-la para as constantes de
tempo (produto RC ou relação L/R) cujas recíprocas significam freqüências de
corte. Se diversas constantes de tempo aparecem na análise, podemos esperar,
correspondentemente, em ter várias freqüências de corte a considerar.
Partindo com a relação do divisor de voltagem, podemos derivar
i?2 -/^C2 ^2 + I//WC2
Een Ri+R2-jXc2 Ri+R2 + ^lj^C2
UWC2R2 + l)(l//wC2)
[jwC2ÍRl +R2)+ U{lljwC2)
1 -I- /wC2/?2
1 -I- /WC2 (Ri + R2)

Vamos igualar

Ti = C2(Ri +-^2) ~ 1/^1. T2 ~ C2R2 ~ 1/^2»


W2 = lOwi

Eq ^ 1 +/w/W2
Eg„ 1 +/w/wi
A equação (1) pode ser resolvida em dois fatores
Eo / w \ 1
2) = —) —
Ee„ ^
W,

o primeiro fator foi estudado em conjunto com a Eq. (11-8) e o segundo com a
Eq. (11-9). Uma curva de Bode da amplitude de resposta do primeiro fator (nume
rador) está mostrada através da curva N na fig. 11-llZ?. A resposta da amplitude
CAP. 11] A CURVA DE BODE 315

3 S
.60
b
316 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

do segundo fator está mostrada através da curva D. Uma vez que a escala da ampli
tude desses fatores é equivalente à adição. Assim, a amplitude composta é obtida
simplesmente pela adição ponto por ponto das curvas N qD como mostrada pela
curva = N + D. Um par de divisores é mais útil nesse caso. Osfatores de cor
reção podem ser inseridos de forma que uma curva discreta pode ser obtida, mas
geralmente as linhas retas de aproximações são adequadas.
As fases do primeiro e segundo fatores foram aproximadas com segmentos
de linha reta, tais como ^ 4>D> respectivamente. Os ângulos de fase podem tam
bém ser adicionados algebricamente com um par de divisores ou por avaliação dos
quadrados de uma maneira similar à resposta de amplitude.
Com uma pequena prática você estará apto, na maioria dos casos, a construir
a resposta de amplitude de A sem recorrer à construção dos fatores individuais.
Por exemplo, com Wj > Wj em (1), sabemos que o primeiro corte (joelho) ocorre
para Wi quando vamos da faixa de freqüências baixas para altas. Uma vez que
Wi está no denominador, cortará abaixo de Wi com uma inclinação de 20
dB/dec. e decréscimo contínuo até CO2, onde o numerador começa a subir
até 20 dB/dec. Então, a inclinação do numerador positivo cancela a incli
nação do denominador negativo, de forma que a inclinação de nivela para
O dB/dec.
Embora seja um tanto sutil, a resposta de fase pode ser similarmente
explicada. Para uma primeira aproximação, a fase do denominador corta para
0,1 Wi e diminui paracerca de 45°/dec. Então paraWj o ângulo do denominador é
45°, mas note que a fase do numerador está entrando no jogo, desde que
= 0,1 W2 e a fase do numerador está aumentando para 45°/dec. Então para
Wi as inclinações de fase do numerador e denominador se cancelam, de maneira que
a fase permanece constante para o nível —45°/dec. obtido para Wj. Isso é verda
deiro até W2, em cujo ponto a fase do denominador assume o seu deslocamento
máximo de —90°, de forma que a inclinação do ângulo de fase do denominador é
zero. A inclinação da fase do numerador, todavia, continua a decrescer até
45°/dec. para uma década acima deW2. Isso empurra a inclinação de fase resultante
(0) para cima até 45°/dec. acima de até 10 W2, em cujo ponto o numerador
atingiu o seu valor máximo, possível de deslocamento de fase de ± 90°. Então para
w > W2 as inclinações de fase do numerador e denominador sãonulas e a inclinação
de fase resultante nivela-se para 0°, devido ao - 90° no denominador cancelando
o -f- 90° do numerador.
Do ponto de vista físico, podemos admitir na fig. ll-lla que, para asbaixas
freqüências, C2 se comporta como um circuito aberto e assim Eq = Egn ou^dB = O-
Como w aumenta, C2 entra no jogo, de forma que ele começa a carregar R^, que
diminui Eq. Isso acontece para o corte em Wi. Como waumenta mais, C2 eventual
mente comporta-se como um curto e E^ = Een^2/(^i +^2)- ^sso acontece para
W2, onde C2 sai de cena.
Agora, trabalhe com os problemas PS 11-15, PS 11-16 e PS 11-17.
CAP. 11] A CURVA DE BODE 317

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES 0

PS 11-1 Qual é a freqüência de corte do filtro passa-baixa da fig. PS0011-1? Qual


é afunção de transferência do ganho de voltagem para afreqüência de corte epara
1

1/10, 1/2, duas vezes e 10 vezes a freqüência de corte?

10 kí2

^en
100 V
0.01 mF

Fig. PS 11-1

SOLUÇÃO A constante de tempo é


1) t^=RC= 10 kí2 (0,01 = 1 X 10-^ s
A freqüência de corte correspondente em radianos é

2) = = 10^ rad/s
'^h

A freqüência de corte correspondente é

w
3) fh = ~ = 1.592 Hz
2-n

A expressão geral para a função de transferência pela Eq. (11-1) é


E. 1
4) = —

1+/^
fh
Usando os valores de//4 + 0,1; 0,5; 1; 2; e 10 em (4), temos

flfh 0,1 0,5 1 2 10

Mvl 0,995 0,894 0,707 0,447 0,0995

lÂ. -5,71° - 26,6° -45° - 63,4°


318 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

PS 11-2 Prove que a freqüência de corte de um filtro passa-baixa como mostrado


na fig. 11-1 é a freqüência para = R.
SOLUÇÃO Aplicando a relação do divisor de voltagem para a fig. 11-1, temos
_ ~j^C
E. ~R-iXc
Dividindo numerador e denominador por —lÁT^ e rearranjando os termos, temos
1 1
2) R R
1 - 1 +j
-jXc

Se fizermos R = Xç na Eq, (2)

3) A.. = = 0,707/ - 45'


sfT z4^
que é precisamente o que mostramos no problema anterior quando fizemos
/ = fh-
PS 11-3 Qual seria a freqüência de corte do circuito da fig. 11-3?

Fig. PS 11-3

SOLUÇÃO Por inspeção, vemos que Ri e R2 podem ser thevenizados com a


fonte de voltagem para simplificar o circuito equivalente que o capacitor vê. Então,
por analogia com a fig. 11-1, intuição, ou ambas, = Rt^C = (Ri||R2)^- A
fteqüência de corte em radianos é então = I/t;,.
PS 11-4 Qual é a freqüência de corte do filtro passa-alta na fig. PS 11-4? Qual
é a função de transferência do ganho de voltagem para a freqüência de corte e para
1/10, 1/2, duas vezes e 10 vezes a freqüência de corte?
SOLUÇÃO A constante de tempo da Eq. (11-2) é
1) r/ = RC = 1 kí2 (25 /iF) = 25 x 10"' s
CAP. 11] A CURVA DE BODE
319

100 v('\,)e

Fig.PS 114

A freqüência de cprte correspondente em radianos é ^ 10 í

2) W/ —— = 40 rad/s

E a freqüência de corte correspondente é


w,
3) // = ^ZTT = 6,37 Hz
Aexpressão geral para afunção de transferência da voltagem pela Eq. (11-26)

4) A.=-
'i
1 +
//
Fazendo///) igual a 0,1; 0,5; 1; 2; e 10 resultam os seguintes valores

flfl 0,1 0,5 1 2 10

\A,\ 0,9950 0,447 0,707 0,894 0,995

lL 84,3° 63,4° 45° 26,6° 5,71°

Determine a^nção de transferência da voltagem do circuito de acopla-


u^ alimentando
uma fonte de voltagem ^ ^ um filtro passa-alta.
6análogo à resistência de saída de
SOLUÇÃO Aplicando arelação do divisor de voltagem
1) k =
A ^ ^ -- ^2
E, - Rx +R2 -jXc
ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11
320

/?2.

Fig.PSll-5

Dividindo numerador e denominador por Ri + -Ra» resulta


Rz
Ri + R2
2) Av = R1+R2
-J
Ri +R2 Ri +R2
L
Ri +R2 1
1 -/
wC{Ri +R2)

Se admitimos a freqüência de corte como sendo


1
3) C(R>

podemos reescrever (2) como


Ri
4) A„ =
" R1+R2 W/
1 -/
w

Multiplicando numerador edenominador de (4) por/w/wi eintroduzindo/, resulta


. /

5) ^1+^2 i+/£_
V/
Note que para f > fi vemos apenas Ri, divisor de voltagem R2, uma vez que

PS 11-6 Prove que a freqüência de corte ou joelho é a freqüência para aqual


Xq= Ri + Ri na fig. PS 11-5.
CAP. 11] A CURVA DE BODE 321

SOLUÇÃO Se dividimos numerador e denominadoí da Eq. (1) por /?, na


solução do problema anterior, obtemos

R. 1
A,. =
" +/?2 Xr
1 -/
R\ +
Quando Xq = R\ + , a equação acima reduz-se para
A ^2 ^ R2
^= X7^ =0.707 R\ + /?2
/45^

Isto é exatamente o mesmo resultado que havíamos obtido fazendo / =/i em (5)
do problema anterior. Então quando f = Xç = R^ + /?2 •
PS 11-7 Expresse o ganho de voltagem do circuito da fig. PS 11-7 em dB para
f = ff, a freqüência de ressonância.

270 Í2 39 mH
-AjW

© 40 pF

Fig. PS 11-7

SOLUÇÃO
1
1) = 127,4 kHz
l-nsfLC
2) yjf = 800,6 X 10^ rad/s

3) Xi^ = = 31,22 kí2

31,22 kí2
4) í2 = = 115,6
0,27 kí2

5) ~ Q^en

6) A = = Ô
322 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

Portanto

7) = 20 log —- dB = 20 log 115,6 dB

= 20(2,0631) dB = 41,26 dB

PS 11-8 Expresse o ganho de voltagem do circuito da fig. PS 11-8 em dB.


18 kíl
O VW

12 kí2

í; V

Fig. PS 11-8

SOLUÇÃO
Eq 12 m
= 20 log dB - 20 log dB

= 20 log (0,4) dB = 20(- 0,3979) dB


= - 7,9588 dB

PS 11-9 O ganho de voltagem em dB do circuito a quatro terminais da fig.


PS 11-9 é = - 5,67 dB. Qual é a relação do ganho de voltagem

-5.67

dBA^ = —5.67

Fig. PS 11-9

SOLUÇÃO
•Ã
1) A, = 20 log-J- dB
El

2) - 5,67 dB = 20 log-^ dB
El
CAP. 11] A CURVA DE BODE 323

3) ^ =log' (—|f^)= log"' (- 0,2835)


Entretanto, queremos o número que representa a relação £*2/Ê*! e cujo logaritmo
é —0,2835 (a notação log'^ significa antilog). Você lembrará que em tábuas de
logaritmos apenas os valores positivos de mantissa são usualmente tabulados, e
assim para obter uma mantissa positiva adicionamos e subtraímos 1, de forma que

4) -^ =log-i (1 - 0,2835 - 1) =log-^ (0,7165 - 1)


-^1

Olhando a tábua de logaritmos (ou uma régua de cálculos) para o número corres
pondente a 0,7165, temos 5,206 e com a característica — 1.*

5) = 0,5206
El

PS 11-10 Construa a curva de Bode para a resposta de amplitude para cada uma
das funções de transferência:

1) A= 3.200 3) A=/ ^
50

1
2) A = 0,004 4)A =

Determine a resposta de fase em cada caso pela inspeção das funções de trans
ferência acima.
SOLUÇÃO
1) A =20 log 3.200 = 70,1 dB
O ângulo de fase é sempre zero, desde que A seja uma constante. Lembre-se que
uma resposta de amplitude constante implica em deslocamento de fase nulo.
2) A =20 log 0,004 ^ - 48 dB
O ângulo de fase é novamente zero para toda a faixa de w.
3) A freqüência de corte ou joelho éw^= 50 rad/s. Desde que « = 1, estacurva de
Bode terá uma inclinação positiva de 20 dB/dec. (ou 6 dB/oit.) e passa por OdB
para w = w^. O deslocamento de fase é constante e igual a 90°.
4) A freqüência de corte oujoelho é = 300 rad/s. Assim, a curva de Bode passará
por O dB para = 300. Uma vez que o termo w está no denominador e n = 2, a

* Mantissas negativas para logaritmos negativos podem ser avaliadas convenientemente


em uma régua de cálculos com as escalas L e Cl.
324 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

2
.â>
b
CAP. 11] A CURVA DE BODE 325

inclinação será negativa e igual a - 40 dB/dec. (ou - 12 dB/oit.). Para n = 2


0 = - «90 = - 2(90°) - - 180°.
As curvas resultantes estão desenhadas na fig. PS 11-10.

PS 11-11 Qual é a função de transferência correspondente às respostas de ampli


tude representadas pelas curvas com as letras a, b, c, d na fig. PS 11-11?
SOLUÇÃO ' A curva a cruza OdB para afreqüência de corte= 4.000 Hz e com
uma inclinação positiva = 6 dB/oit. Desde que 6 dB/oit. de inclinação implica em
deslocamento de fase de 90°,

A curva b é constante para —43 dB. Portanto

—43 dB = 20 log Aj
, . / 43 dB \
Aj=log' —J= 0,00708
Acurva c tem fc —200 Hz e uma inclinação positiva de 18 dB/oit. Assim, o desloca-
mento de fase é 3(90°) para « = 3. Portanto

" O'm)
A curva d tem/^ = 3.000 Hz e uma inclinação negativa de 24 dB/oit. Portanto
1
-

! tLI
PS 11-12 Construa a curva de Bode para a função

A=(1+/ — Y
V ' 500 Hz/
Primeiro mostre as aproximações de linha reta para a resposta de amplitude e fase
e então introduza os fatores de correção, de forma que uma curva contínua possa
ser construída.

SOLUÇÃO Aresposta de amplitude será plana de / =OHz até/ =/^ =500 Hz.
Para/>/^, a inclinação atinge 40 dB/dec. ou 12 dB/oit. Desde que « = 2, os
fatores de correção de amplitude são 2,6, e 2 dB para 0,5 /^, e 2/^, respectiva
mente. As correções de fase são aproximadamente + 12° e —12° para 0,1/ e
10/^, respectivamente e - 12° e+ 12° para 0,5/^ e2/^, respectivamente. Acuíva
de fase atingirá 90° para /^ e aproximará de 0° e 180° assintoticamente para
/ ^ /c ® ^ /c> respectivamente. Acurva resultante está mostrada na fig. PS 11-12.
326 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11
2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1

500 Hz

Inclinação = 40 dB/dec

n
G
50

>
D
M
W
O
O
w

u>
to
-o

Fig. PS 11-12
328 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

PS 11-13 Construa a curva de Bode da função de transferência

1
A =

(i +/ f
500 Hz

SOLUÇÃO A resposta de amplitude aproximada será plana para f>fc até/^.


Para a inclinação muda de zero para —60 dB/dec. Os fatores de correção para
representação da resposta atual são 3,9 e 3 dB para 0,5/^, e 2/^, respectivamente,
e + 18° e —18° para 0,5 e 2/^, respectivamente. A curvade fase atingirá —135°
parafc e aproximará de 0° e —270° assintoticamente para/<^/c respectiva
mente. A curva resultante está mostrada na flg. PS 11-13.

PS 11-14 Determine a função de transferência do ganho de voltagem e construa a


curva de Bode para o circuito da fig. PS ll-14úr.
SOLUÇÃO Primeiro devemos desenvolver a função de transferência. Então

Eq jXç
1) A, =
Een R+KXi^-Xc)

1//WC

R•¥ j [wL —wC

jwCR + tiw^LC - 1)

Agora, a manobra consiste em algebricamente lutar para colocar a forma de (1) na


forma quadrática da Eq. (11-lOh), repetida aqui como (2),
1
2) A= —
1- +/2Ô--

Se admitimos

3) =J_= 83 333 X10^ (rad/s)^ ou w=9.129


rad/s e, portanto, obtemos

4) C=
CAP. 11] A CURVA DE BODE 329
330 ANALISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

R L
470 n 0,6 H

C J_
0,02 mF'

+ 21,3d8
+ 20
1
+ 10 \Amplitude ^ + / 2(0,04: >c
)129j n: 9
dB O

-10

-20

-30

-40

O'

-45'

-90'
\ Fase
-135'

- 180'

0,1 0,5 0,8 1,0 10

ib)

Fig. PS 11-14

e então substituindo (3) em (4), temos

1
5)
wR
- 1
Wc^L

1
, W \2 R w
1-í—) +/—7 X—

Desde que

WqL
6) Q = = 11,65
^ R
CAP. 11] A CURVA DE BODE 331

podemos substituir (6) em (5) para obter

1
7) A, =
/ W \2 1 w

A equação (7) está na mesma forma que (2), com

8) 25 = —
Q
ou

9) Ô= — = 0,0429 0,043

Construindo a curva de Bode, sabemos que teremos para w uma linha


reta desde O dB até onde, nesse ponto, ela corta descendentemente com uma
inclinação de —40 dB/dec. para w > . A resposta nas proximidades dew^ está
determinada pelo fator de absorção, Voltando para a fig. 11-9, vemos que para
S = 0,043 estamos fora da curva. Assim voltamos para a Eq, (11-lOc),
10) dB pico = - 20 log 25 = 21,3 dB

que resulta na altura do pico ressonante para w^, Para uma representação mais
precisa, poderíamos ainda avaliar a função de transferência. Então temos
1
11) A =
w 2 W
-I- /2(0,0429)
9,129 9,129

w
1 - -b 7(9,399 X 10'® )w
83,33 X 10^
e, substituindo os vários valores de w, resulta a seguinte tabela de dados, que está
plotada na fig, PD \l-\4b\

0,1 — = 0,5 0,8 1,5 4wc 10

w rad/s 912,9 4,564 7,303 9,129 18,258 36,516 91,290

0 - 0,497° - 3,27° - 10,8° -90° - 174° - 177° - 178,7° - 179,5°

^dB 0,087 2,48 8,72 21,3 - 1,98 -9,56 - 23,5 - 39,9


332 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

PS 11-15 Desenvolva a função de transferência e construa a curva de Bode da


respostade amplitude do circuito mostrada na fig. PS 11-1 Sa. SuponhaRi = Ri.

@+©
I MM

©+®+©

CDl CÚ2

Fig. PS 11-15

SOLUÇÃO
1. Primeiro desenvolva a função de transferência,
E. R,
1)
Rii-iXci)
Ri +
Ri -jXci
Ri
R^ 1
Ri 4-
/wCi Ri + l//wCi
R2

Ri +
jRi 1

jwCi {iwRiCi + iV/wCi


Ri
Ri
Ri +
1 -I- jwRiCi

Ri
Ri + jwRiRiCi + Ri
1 + jwR I Cl
Ri(l +jwRiCi)
Ri + Ri +jwRiRiCi
CAP. 11] A CURVA DE BODE ' 333

Dividindo numerador e denominador por Ri + R2, resulta

_ R2 1 + jwR 1Cl
~ Ri +R2 1+jwR^Ci
onde

R1R2
=

^ Ri +R2
Agora, fazendo/?iCi = Ti = 1/wi e iígqCi = = l/wj;
_ R2 1 + /w/wi
2)
Egn Ri +R2 1 +/w/w2

2. Analise a função de transferência para assegurar quais as contribuições que os


vários fatores trarão para a curva de Bode. A equação (2) que é a função de trans
ferência tem a forma

o b
= a

^en ^
onde a = R2l(Ri + R2), b = 1 + fw/wi, e c = 1 + /vv/wa- Portanto
dB = 20 (log a + \ogb —log c)
O termo log a contribuirá com uma componente que é independente da freqüência,
enquanto os termos b e c são dependentes da freqüência. Mostramos nos exemplos
anteriores que o termo b cortará para Wi e inclinará para cima até 20 dB/década,
enquanto o termo c corta para W2 e inclina para baixo até 20 dB/década. Uma
inspeção do circuito indica que para as freqüências baixas, onde é muito
grande comparado comi?, a saídaigualará a [i?2/(^1 + Ri )]Een- Paraas freqüências
onde é pequeno comparado com i?2, a saída aproximará da entrada.
3. Construa a curva de Bode. Para fins de representação, vamos supor que i?2 = i^i •
Então i?2/(i?i +i?2) = 1/2, ou —6 dB. Isso fixa os raios de Ti e 72 :
ri=RiCi

Zl. — =2—
72 0,5i?iCi Wi

A curva de Bode está representada na fig. PS 11-156.


334 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

PS 11-16 Transforme em uma curva de Bode a função de transferência

SOLUÇÃO Para os espectros das freqüências baixas ou para w aproximando-se


de zero, vemos que A = 10, ou 20 dB. Isso significa que temos um circuito capaz
de fornecer uma amplificação de 10 vezes para cc ou freqüência zero, como mostra
do na fig. PS 11-16, Os amplificadores eletrônicos podem fazer isto. Quando w
aumenta, o primeiro corte ocorre para w = 5 rad/s, e uma vez que ele está no deno
minador, o ganho (amplitude) vai a —20 dB/dec. a partir do nível de 20 dB. O
próximo corte para w = 20 rad/s está no numerador, o que empurra A para cima
até + 20 dB/dec. Entretanto, isto é cancelado pela inclinação anterior de
—20 dB/dec., de forma que a inclinação resultante é agora zero e esta permanecerá
até w = 100, para a qual ela corta em sentido descendente até —20 dB/dec. e
permanece também. Se os fatores de correção são introduzidos ou se é atual
mente computado, isto resulta em uma curva distribuída de resposta de amplitude.
A resposta de fase é aproximada pelas linhas limitando mais ou menos
45°/dec., dependendo se o termo está no numerador ou denominador. As aproxi
mações de fase partem de 0° para 0,1 w^, e vão até 45° para w^, terminando em
± 90° para 10w^. A aproximação de fase resultante está ilustrada pela curva de fase
em degraus. Para maior precisão, os vários fatores de correção podem ser inseridos
ou o ângulo de fase atual de A pode ser computado para resultar a curva de fase
distribuída da fig. PS 11-16.

PS 11-17 Represente a curva de Bode da função de transferência

^ Wi
1) A=
/, W \ 2
(l
\
+/ )
Wi/

SOLUÇÃO A função de transferência em questão pode ser reescrita como


w

^ Wi 1
2) A=—
w w
14-/ — 1 +/
Wi Wi

Uma inspeção de (2) indicaque o primeiro fator é o de um filtro passa-alta tipo RC


e o segundo fator de um filtro passa-baixa com idênticas freqüências de corte.
Portanto, para a faixa de freqüências onde w < Wi, temos a resposta passa-baixa
subindo para 20 dB/dec. enquanto a resposta passa-alta está plana para OdB. Para
w = Wi, a resposta passa-alta corta para inclinação zero enquanto a resposta passa-
CAP. 11] A CURVA DE BODE 335

2 3

.2P
b
w
ON

0 Passa-alta

Aproximado é >
Fase real
>>

CO
0 Passa-baixa
tn

o
m

AdB real n
53
n
c
H
-150 O
dB passa-alta dB passa-baixa 1/5

n
>

-250

Fig.PS 11-17
CAP. 11] A CURVA DE BODE 337

-baixa corta para baixo para —20 dB/dec. Isto resulta na resposta de amplitude
aproximada da fig. PS 11-17,
A resposta de fase aproximada pode ser representada esquematizando-se
primeiro a resposta de fase do filtro passa-alta com uma linha partindo de
w/wi = 0,1, inclinando para baixo 45°/dec. desde + 90° até 0° para w/wj = 10, e
esquematizando a fase do filtro passa-baixa com a mesma inclinação e valores de w,
mas partindo de 0° e terminando em —90°. A resposta aproximada de fase pode ser
então representada por adição algébrica das curvas de fase passa-alta e passa-baixa.
Se uma precisão maior for requerida, os fatores de correção podem ser inseridos ou
os valores atuais computados em (2). A fase real e amplitude estão também mostra
das na fig. PS 11-17.

PROBLEMAS COM SOLUÇÕES


PA 11-1 Desenvolva a função de transferência e a curva de Bode da resposta de
amplitude do circuito da fig. PA 11-Ia.

0-

-dB 20dB
dec

(a) ib)

RESPOSTA Ver fig. PS W-lb

PA 11-2 Desenvolva a função de transferência e represente em curva de Bode a


resposta de amplitude do circuito na fig. PA ll-2a.

60 kS2
o—VVAr
50
"T"
•30 kí2
-9.54 -20dB
dec
1 /íF -dB

(a) (b)

RESPOSTA Ver a fig. PA \ l-2b.


338 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

PA 11-3 Desenvolva a função de transferência e represente a curva de Bode da


resposta de amplitude do circuito da fig. PA 11-3a.

o
O 0,5 (jJc
A R
\
IdBX I
20dB
1
-6,02 — dec ;c Nl
-dB

(a) ib)

RESPOSTA Ver a fig. PA 11-36.

PA 11-4 Desenvolva a função de transferência e represente em curva de Bode a


resposta de amplitude do circuito da fig. PA 1l-4a.

u)r 2a)-

-6

-dB

ia) (6)

RESPOSTA Ver a fig. PA 11-46.

PA 11-5 Desenvolva a função de transferência e represente a curva de Bode da


resposta de amplitude do circuito da fig. PA 11-5a.

o—♦ o

40dB
Eo

ia)

RESPOSTA Ver a fig. PA 11-56.

PA 11-6 Desenvolva a função de transferência e represente a curva de Bode da


resposta de amplitude do circuito da fig. PA 11-6a.
CAP. 11] A CURVA DE BODE 339

O—1^—•—AAAr
-9.54

(a) (b)

RESPOSTA Ver a fig. PA 11-6Ô.

PA 11-7 Avaliar A paraw = seS = 1/2 nasseguintes funções de transferência:

(1+/-) 100
/ w \2

A =

1+/•——Y
/ L \
+/2S —1J

RESPOSTA 43 dB/-45°

1
PA 11-8 Represente em curva de Bode A . Mostre a fase
L1 +/w(0,5 X 10"®)J
e amplitude.

1 + y w0,5 X 10"*

10 100
w X 10®

RESPOSTA Ver a fig. PA 11-8.


340 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

PA 11-9 Estime a função de transferência aplicável à fig. PA 11-9.

+40

RESPOSTA
H" w
1 +/
0,01 100
A = 10
w /, . vv \ . vv

PA 11-10 Represente a curva de Bode ,

1(i+'t)('+'"5T
w \ / w

A = -
CAP. 11] A CURVA DE BODE 341

60 dB/dec
(/Í£.)3 (1 + / _ííí_)
' 1 ' loo'

40 dB/dec
-90

20 dB/dec

dBO - 180

-270

60 dB/dec

-360

- 120

0,01 100 1000

RESPOSTA Ver a flg. PA 11-10.

PROBLEMAS SEM RESPOSTAS

P 11-1 Represente a curva de Bode para a função de transferência A = 28.000,


P 11-2 Qual é a freqüência de corte de uma função de transferência expressa
como 1 + jwT onde T é uma constante de tempo?

P11-3 Represente a curva de Bode da função de transferência A=/w/vv^.


P 11-4 Represente a curva de Bode da função de transferência A= Of/fcf-

P 11-5 Represente a curva de Bode da função de transferência A =


{jw/Wcf
P 11-6 Represente a curva de Bode da função de transferência A = 1 + / —
' 5 kHz '
P 11-7 Represente a curva de Bode da função de transferência
1
A =

(i+/ 80 kHz
/
342 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

P 11-8 Desenvolva a função de transferência e construa a curva de Bode para o


circuito da fig. P 11-8.

93kí2
o—VW

7 kí2
Een
1
O-

P 11-9 Construa a curva de Bode para o circuito da fig. P 11-9.

1 kíí
O—VW t o

1
Len 1 mF,
__ t
O-

P 11-10 Construa a curva de Bode para o circuito da fig. P 11-10.

1 mF

Eqm 100
1
o

P 11-11 Desenvolva a função de transferência e construa a curva de Bode para o


circuito da fig. P 11-11.

10 mH

, rf";- . " ;..>í

1 kí2'

P 11-12 Desenvolva a função de transferência e construa a curva de Bode para o


circuito da fig. P 11-12.
CAP. 11] A CURVA DE BODE 343

3Í2
O—A/vV"

Een
4*^3^
Ar = 0.5tL M
'H y

P 11-13 Esquematize a curva de Bode para o circuito da fig. P 11-13.

100 kí2
1—VW—i

F>^
1 kí2

c
1 a-f
/?3
1 kíí'

P 11-14 Com relação à função de transferência


100(1 + /wl)
A =
(1 +/w5)^(/wl)
preencha os espaços em branco.
d) O fator 100 no numerador representa -dB de ganho.
b) O fator 1 + /wl cortará para w = e inclinação
dB/dec. ou dB/oit. Ele contribuirá com -graus de fase
na freqüência de corte.
c) O fator (1 +/w5)^ corta para w = . e inclina
dB/dec. Ele contribui com. -graus de fase. -para
a freqüência de corte e a resposta correspondente de amplitude é
d) O fator/wl contribui com graus de fase -e inclina
344 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

P 11-15 Estime a função de transferência da curva de Bode da fig. P 11-15.

40 dB

P 11-16 Estime a função de transferência da curva de Bode da fig. P 11-16.

>,e--58dB

40 dB
Apêndices

3 /Notação de
corrente

A notação usada neste livro para representar uma corrente elétrica está
baseada nas seguintes considerações;
1) O fluxo de corrente elétrica é designado com um símbolo maiúsculo ou minús
culo / e um índice apropriado se necessário,
2) A direção suposta de referência do fluxo de corrente é indicada com uma flecha,
como mostrado na fig. A-1.

—'1-

Fig. A-1

3) O fluxo de corrente neste livro, em geral, implica em fluxo de elétrons ou carga


negativa. Então, a corrente I, fluindo através de um resistor R, polariza negativa-
346 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

-WSr

Fig. A-2

mente o terminal por onde ela entra, em relação ao terminal por onde sai. Isto
é ilustrado na fig. A-2.
Se o seu aprendizado anterior é de tal forma que você achamais confortável
tratar o chamado fluxo convencional de corrente, que implica na transferência de
carga positiva mais do que negativa, precisa apenas inverter a flecha associada com
/ neste livro e proceder com o desenvolvimento apresentado. Como você pode ver
da fig. A-3, a polaridade resultante da voltagem desenvolvida através de umaimpe-
dância é ainda a mesma, uma vez que a extremidade da impedância por onde a
corrente convencional entra é polarizada positivamente com respeito à extremidade
por onde ela sai.

Fluxo convencional
de corrente

Mc. /
1 •AAAr

Fluxo dos
elétrons

Fig. A-3

Para material de referência adicional sobre a notação usada neste livro, o


leitor pode se referir a Phillip Cutler, "Eletronic Circuit Analysis," vol. 1, Cap. 1,
McGraw-Hill Book Company, New York, 1960.

=qíri( !Tií) ,• U 'li Ó vb 0.^UÍ1 5


. ..oria-l
•íí>"ni0«>

b Notação de
voltagem

Anotação usada neste livro para descrever uma voltagem édirigida de forma
aevitar aconfusão que às vezes aparece na mente do estudante, com respeito auma
queda ou aumento de voltagem. Ao invés disso, este livro apenas se refere a uma
voltagem que é rigorosamente descrita de acordo com as seguintes convenções:
1) A voltagem entre um par de terminais é descrita pelo símbolo .É' ou F em
associação com uma flecha ou índice duplo para indicar os terminais entre os quais
a voltagem existe;

re.enda e a extremidade da^ referência ou ponto de partida ao qual a voltagem está


flecha na notação desse tipo ou o primeiro índice da
notaçao de duplo índice;
3) Para avaliar Vo\x E você inicia da extremidade da flecha (ou primeiro índice)
e segue alguns passos através do circuito, tomando nota dos diversos potenciais
encontrados, até chegar à cabeça da flecha (ou segundo índice). Ovalor resultante
da expressão para Vo\x E resultará a voltagem na cabeça da flecha (ou segundo
índice) relativa ao ponto de referência (partida).
4) Avaliando (ou expressando) Vou E como você procedeu, desde o ponto de
referência até o ponto em quêstãó, encontrará vários elementos de circuito. Se,
percorrendo este caminho, entrar por um elemento de circuito em um terminal e'
sair por outro com um potencial mais positivo do que o ponto de entrada, você
foi na direção positiva ou cresceu em potencial, e isto é indicado com um sinal
positivo. Por outro lado, se você sai em um potencial mais negativo do que o ponto
de entrada, decresceu em potencial e isto é indicado com um sinal negativo.
348 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA [CAP. 11

1 mA

5 = -12 V-[6K(1 mA)] + 8V


= -10V

Fig. B-1

Vab— £2 + ^2/2

Fig. B-2

Alguns exemplos ilustrativos estão mostrados nas figs. B-l q B-2. Lembre-se
que as flechas de corrente indicam fluxo de elétron, e assim o fim de um resistor
onde a corrente primeiro entra está polarizado negativamente com respeito ao
extremo pelo qual ela sai.
Para material de referência adicional a respeito desta forma de notação de
voltagem, veja Phillip Cutler, "Eletronic Circuit Analysis," vol. 1, Cap. 1,
McGraw-Hill Book Company, New York, 1960.
s.',

. '•'(L. /I •'M

íí -VIM

• •tí'8 »

'w

o), ?
• •

índice analítico

Acoplamento:
propriedades de, 79
indutivo, 255, 256
voltagem de trabalho, 79, 86
indutivo-condutivo, 269 Capacitorde bloqueio, 296
(k) coeficiente de, 257
Capacitores:
Admitância: 138
com excitação senoidal, 90
diagrama, 93
bloqueio, 296
plano, 139
em paralelo, 87
Ampère-espiras, 256 em série, 88
Amplitude;
Carga, 80
pico a pico, 4
do capacitor, 79
pico negativo, 4
Circuitoanti-ressonante, 248
pico positivo, 4
Circuitos magnéticos, 255
Análise de circuito do transformador, 265 Circuitos sintonizados (ver Ressonância)
Análise de Fourier, 11, 54
Coeficiente de acomplamento (k), 257
Anti-ressonância, 193 Conjugado complexo, 165
Anti-ressonância paralela, 193 Constante dielétrica, 83
Armazenamento deenergia no indutor, 112 Constante de tempo, 294
Auto-indutância, 108, 264 Conversões:
Capacitância, 1, 77
sériepara paralelo, 166
coeficiente de temperatura, 87
sistema a quatro terminais, 238
definição de, 80
Conversões série-paralelo, 164
350 ANÁLISE DE CIRCUITOS CA

em paralelo, 115
Corrente do capacitor, 79
em série, 114
Curva de Bode, 293
construção, 314 Lei de Faraday, 255
fator quadrático, 312 Lei de Ohm, 133
filtro:
Linha de retardo, 25
formas básicas, 300 Máxima transferência de energia, 114
passa-alta, 296 Multiplicador, 36
passa-baixa, 294 Notação:
corrente, 43, 345
Curvauniversal de ressonância, 188, 204
em potência, 51
Decibel, 297
voltagem, 39, 347
Descarga do capacitor, 79
Onda co-senoidal, 13
Efeito Skin, 62
Onda senoidal (ver Senoidal)
Energia armazenada pelo capacitor, 82 Operador /, 41, 93
Fase:
Parâmetros y, 235
ângulo, 14
Parâmetros z, 233
deslocador, 25
Período, 4
Fator de amortecimento, 313
Potência, 6, 9, 51
Fator de dissipação (D), 170
aparente, 143
Fator de potência, 142
em circuito puramente capacitivo, 95
Fator quadrático, 312
Filtros: 294
em circuito puramente indutivo, 119
passa-alta, 296 em circuito puramente resistivo, 53
passa-baixa, 294 em circuito RLC, 141
Fio Litz, 62
máxima transferência de potência, 144
notação, 51
Fluxo de fuga, 257
verdadeira, 143
Fluxo magnético, 255
Fluxo mútuo, 257 • Q, 163
circuito anti-ressonante, 200
Forçamagnetomotriz, 256
Formas de onda, 2 Radianos, 13
parâmetros, 2, 3 Reatância capacitiva, 94
Reatância indutiva, 118
Freqüência, 4
parâmetros G, 233, 235 Relação de espiros, 265
parâmetros/i, 233 RLC circuitos, 133
Função de transferência, 293 . .• paralelo, 138
Geometria do capacitor, 83 V potência em, 141
Geometria do indutor, 112 u jüí, rms valor (médio quadrático), 4, 6
série, 118
Henry, 108 '
Relutância, 256
Hertz, 5
Identidades trigonométricas, 19 Ressonância, 179, 312
anti-ressonância, 193
Impedância, 134,198 i>
plano, 139 largura de faixa, 181
seletividade, 181
transformação, 275
série, 179
Impedância mútua, 261
Ressonância paralela, 193
bobina, 186
Resistência:
indutor, 168
ca, 63
Indutância, 1,105, 256
cc, 63
cálculo da, 113
Senoidal, 3, 11
Indutância de fuga, 257
ângulo de fase, 14
Indutância magnetizante, 264
potência, 9
Indutância mútua, 108, 257
valor eficaz, 6
medida da, 271
valor médio, 5,15
Indutores:
valor rms, 6
com alimentação senoidal, 116
ÍNDICE ANALÍTICO
351

Sistemas a quatro teiWiinais, 22, 233 mútua, 271


conversões, 238 notação do ponto, 258
parâmetros/?, G, h, 233 perdas, 264
parâmetros y, 235 relação de espiros, 265
sistema pi, 238 sistema a quatro terminais, represen
sistema T, 238 tação, 263
transformador, 263 Transformador ideal, 272
Sistema pi, 238, 242, 247 Valor eficaz, 6
Sistema T, 238 Valor médio, 4, 5, 15
Susceptância, 139 »' Velocidade angular (oj), 13
capacitiva, 92 Vetor, 12
indutiva, 119 Voltagem:
Transformador, 255 depressão, 87
aços, 255 de trabalho, 79, 86
equivalente de Thévenin, 268 notação, 39, 347
ideal, 272
ressonante, 191
impedância refletida, 274 Voltagem auto-induzida, 108, 255
indutância, 264 Voltagem de corte, 79, 86
auto-, 108, 264
Voltagem de trabalho, 79, 86
magnetizante, 264 Voltagem induzida, 106

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