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ECONÔMICO
DE ENERGIA
EDIÇÃO Nº 1 – 2017
1º Edição: 2017
Impressão em São Paulo/SP
CDD 621.3
Lista de figuras
igura 1.1: Representação de N unidades térmicas
F
conectadas a uma única barra............................................ 23
Figura 1.2: Condição de mínimo custo de operação
quando nenhum limite de geração é atingido................... 26
Figura 1.3: Valores relativos dos custos incrementais
quando o gerador 1 atinge seu limite superior.................. 27
Figura 1.4: Valores relativos dos custos incrementais
quando o gerador 2 atinge seu limite inferior.................... 27
Figura 1.5: Condições de otimalidade para várias
unidades geradoras................................................................ 29
Figura 1.7: Aproximação linear por partes de
função-custo (acima) e da função de custo incremental
correspondente (abaixo)........................................................ 32
Figura 1.8: Projeção de um novo λ a partir dos dois
últimos valores calculados................................................... 35
Figura 1.9: Interpretação gráfica da condição de folga
complementar e sua relaxação
através do parâmetro μ.......................................................... 40
Figura 1.10: Duas maneiras distintas de se considerar as
perdas de transmissão: a) Representação da rede
elétrica em detalhes, b) Extensão do despacho
econômico clássico................................................................ 46
Figura 1.11: Despachos obtidos na ausência e na presen-
ça de perdas de transmissão para uma situação com
penalidade................................................................................ 49
Figura 1.12: Características de custos incrementais
constantes por partes de duas unidades térmicas.......... 63
Figura 1.13: Sistema de 2 barras com perdas de
transmissão............................................................................. 67
Figura 2.1: Exemplo e grafo correspondente à
matriz A (6 x 6)......................................................................... 77
igura 2.2: Matriz esparsa diagonal e grafo
F
correspondente à matriz esparsa bloco-diagonal........... 78
Figura 2.3: Ilustração do enchimento na fatoração LU..90
Figura 2.4: Acesso às colunas de l durante
substituição direta.................................................................. 92
Figura 2.5: Sistema de potência para exemplificar
a ordenação............................................................................. 94
Figura 2.6: Estrutura da matriz a e grafo associado para:
(a1, b1) ordenação natural e (a2, b2)
ordenação {4, 1, 3, 5, 6, 2}...................................................... 94
Figura 2.7: Interpretação do enchimento usando
sequência de grafos reduzidos............................................ 96
Figura 2.8: Enchimento total e grafo correspondente
para o exemplo 2.11................................................................ 96
Figura 2.9: Ilustração do método de Tinney-II................. 98
Figura 3.1: Estados de operação de um sistema
de potência.............................................................................. 139
Figura 3.2: Aplicando o teorema de compensação
para a saída de um ramo...................................................... 145
Figura 3.3: Modelagem de saída de um ramo
usando injeções fictícias...................................................... 146
Figura 3.4: Análise de contingências baseada no
índice de ordenamento......................................................... 148
Figura 3.5: Contingência de barreira usando o
fluxo de carga desacoplado rápido.................................... 150
Figura 3.6: Rede de três barras do exemplo 3.1.............. 192
Figura 3.7: Análise N – 1 para o exemplo 3.2.................. 194
Figura 3.8: Análise N – 2 para o exemplo 3.2.................. 194
Figura 3.9: Rede de cinco barras para o exemplo 3.3.... 195
Figura 3.10: Sistema de cinco barra do exemplo 3.7...... 204
Figura 3.11: Estado ótimo em relação aos custos
de geração da rede de cinco barras................................... 207
Figura 3.12: Sistema de cinco barras para o
exemplo 3.8.............................................................................208
Figura 3.13: Sistema de cinco barras do exemplo 3.9... 212
Figura 3.14: Rede de cinco barras do exemplo 3.10
após corrigir os limites de tensão violados...................... 215
Figura 3.15: Rede de cinco barras do exemplo 3.11.
Estado após a correção de problemas de tensão........... 220
Figura 3.16: Rede de cinco barras após a saída
da linha L3............................................................................... 226
igura 3.17: Perfil ótimo de tensão para o sistema
F
de cinco barras e dois geradores....................................... 228
Figura 3.18: Sistema elétrico de duas barras: a) Não existe
limite sobre o fluxo de potência, b) Existe um limite de flu-
xo de potência de 40 MW..................................................... 229
Figura 3.19: Sistema de potência de três barras do
exemplo 3.16........................................................................... 230
Figura 4.1: Diagrama de transição de estados de operação
de um sistema de potência.................................................. 245
Figura 4.2: Principais aplicativos da operação em tempo
real............................................................................................ 250
Figura 4.3: Configuração típica de um sistema central..252
Figura 4.4: Sistema não-redundante................................. 253
Figura 4.5: Sistema não-redundante com front-end e
computador para IHM........................................................... 254
Figura 4.6: Configuração dual............................................. 255
Figura 4.7: Sistema distribuído para Centros de
Operação (EMS)..................................................................... 258
Figura 4.8: Sistema exemplo para construção do modelo
de medição linear................................................................... 281
Figura 5.1: Curva-limite para programação hidrotérmica
de médio prazo....................................................................... 311
Figura 5.2: Variação do valor marginal da água com a ten-
dência hidrológica e o nível de armazenamento dos reser-
vatórios.................................................................................... 313
Figura 5.3: Sistema hidrotérmico formado por hidrogera-
dor e turbogerador equivalentes......................................... 314
Figura 5.4: Curva de carga e participação térmica e hi-
dráulica em problema de programação com restrição de
energia...................................................................................... 318
Figura 5.5: Variáveis hidráulicas associadas a uma usina
hidrelétrica...............................................................................334
Figura 5.6: Usinas em cascata em uma mesma bacia hi-
drográfica................................................................................339
Figura 5.7: Funções de custo imediato e futuro..............343
Figura 5.8: Custo futuro como uma função linear por par-
tes..............................................................................................344
Figura 6.1: Exemplo de função de custo: a) quadrática
convexa e b) linear por partes............................................. 357
Figura 6.2: Três exemplos de despacho econômico com
limites de geração.................................................................. 365
Figura 6.3: Rede de três barras para o exemplo 6.5...... 401
Figura 6.4: Leilão monoperíodo (exemplo 6.11): a) Com li-
mites de rampa e sem mínimo de potência gerada; b) Com
mínimo de potência gerada mas sem limites de rampa..413
Figura 6.5: Leilão monoperíodo sem incluir restrições
(exemplo 6.11): a) Um bloco de geração no extremo,
b) Um bloco de demanda no extremo............................... 415
Figura 6.6: Leilão multiperíodo (exemplo 6.12). Com limites
de potência mínima e limites de rampa: a) Hora 1 e b)
Hora 2....................................................................................... 420
Figura 6.7: Rede para o leilão multiperíodo com
restrições de rede (exemplo 6.13)....................................... 421
Figura 6.8: Leilão multiperíodo com restrições de
rede (exemplo 6.13): a) Hora 1 e b) Hora 2........................ 425
Figura 6.9: Programação própria ótima do produtor sem
poder de mercado: a) Produção e preços e
b) Rendimentos, custos, lucros e preços.......................... 427
Lista de Tabelas
Tabela 1.1: Dados das unidades para o exemplo 1.1....... 58
Tabela 1.2: Funções-custo em $/h para o exemplo 1.1..58
Tabela 1.3: Custos Incrementais para despacho de
duas unidades térmicas........................................................ 63
Tabela 3.1: Dados dos geradores do exemplo 3.1........... 192
Tabela 3.2: Dados do sistema do exemplo 3.1................ 193
Tabela 3.3: Dados de geração para o exemplo 3.3........ 196
Tabela 3.5: Fluxo de potência para o exemplo 3.3......... 198
Tabela 3.6: Fluxos de potência no exemplo 3.4.............. 199
Tabela 3.7: Índices de ordenamento
para o exemplo 6.5................................................................ 200
Tabela 3.8: Análise detalhada dos estados
pós-contingência................................................................... 201
Tabela 3.9: Estado pós-contingência após a primeira
iteração e após a convergência.......................................... 202
Tabela 3.10: Informação fornecida pela análise de
contingências do exemplo 3.6............................................. 203
Tabela 3.11: Características de geração do sistema do
exemplo 3.7..............................................................................204
Tabela 3.12: Dados de rede para o sistema
do exemplo 3.7........................................................................ 205
abela 3.13: Dados de geração do sistema
T
do exemplo 3.8....................................................................... 209
Tabela 3.14: Dados de geração do sistema
do exemplo 3.9....................................................................... 213
Tabela 3.15: Dados do fluxo de potência para
o exercício 3.12....................................................................... 223
Tabela 3.16: Tabela de fluxos de potência para
o exemplo 3.13........................................................................ 226
Tabela 4.1: Valores percentis para a distribuição
qui-quadrada.......................................................................... 292
Tabela 5.2: Dados das unidades geradoras..................... 349
Tabela 5.3: Variação da demanda por horário................. 349
Tabela 6.1: Parâmetros das funções de custo
quadráticas.............................................................................. 397
Tabela 6.2: Níveis de geração, custos incrementais
e os custos para o exemplo 6.1........................................... 398
Tabela 6.3: Demandas elásticas para o exemplo 6.2..... 399
Tabela 6.4: Níveis de geração, custos incrementais
e os custos para o exemplo 6.2.......................................... 399
Tabela 6.5: Níveis de geração, custos incrementais
e os custos para o exemplo 6.3..........................................400
Tabela 6.6: Sistema de três barras.....................................400
Tabela 6.7: Sistema de três barras.....................................402
Tabela 6.8: Casos sem perdas............................................402
Tabela 6.9: Casos com perdas............................................402
Tabela 6.10: Resultados sem perdas e sem limites
de transmissão na linha 1 – 3.............................................403
Tabela 6.11: Resultados sem perdas e com limites
de transmissão na linha 1 – 3.............................................403
Tabela 6.12: Resultados sem perdas e sem
limite de capacidade de transmissão, mas com limites
de geração...............................................................................404
Tabela 6.13: Resultados sem perdas, mas com limites
de capacidade de transmissão e geração........................404
Tabela 6.14: Resultados com perdas e limites de
capacidade de transmissão e geração.............................. 405
Tabela 6.15: Resultados com contratos bilaterais..........406
Tabela 6.16: Resultados para o exemplo 6.9.................... 407
Tabela 6.17: Dados adicionais das unidades
geradoras para o exemplo 6.10...........................................408
Tabela 6.18: Dados adicionais das unidades geradoras
para o exemplo 6.10...............................................................409
abela 6.19: Caso A, exemplo 6.10. UC sem incluir os
T
custos de partida e os limites de rampa...........................409
Tabela 6.20: Caso B, exemplo 6.10. UC incluindo os
custos de partida mas sem os limites de rampa............409
Tabela 6.21: Caso C, exemplo 6.10. UC incluindo os
custos de partida e os limites de rampa........................... 410
Tabela 6.22: Caso D, exemplo 6.10. UC incluindo os
custos de partida, os limites de rampa e as
restrições de reserva............................................................. 410
Tabela 6.23: Características técnicas das unidades
geradoras................................................................................. 411
Tabela 6.24: Ofertas dos geradores.................................. 411
Tabela 6.25: Lances das demandas.................................. 412
Tabela 6.26: Caso A, exemplo 6.11. Sem limites de
rampa e sem mínimo de potência gerada........................ 412
Tabela 6.27: Caso B, exemplo 6.11. Com limites de
rampa e sem mínimo de potência gerada........................ 412
Tabela 6.28: Caso C, exemplo 6.11. Sem limites de
rampa e com mínimo de potência gerada........................ 413
Tabela 6.29: Lances de demandas.................................... 414
Tabela 6.30: Lances de demandas.................................... 415
Tabela 6.31: Ofertas aceitas................................................ 416
Tabela 6.32: Lances aceitos................................................ 416
Tabela 6.33: Preços, receitas, pagamentos e
benefício comum................................................................... 417
Tabela 6.34: Ofertas aceitas............................................... 417
Tabela 6.35: Lances aceitos................................................ 417
Tabela 6.36: Preços, receitas, pagamentos e
benefício comum................................................................... 418
Tabela 6.37: Ofertas aceitas............................................... 418
Tabela 6.38: Lances aceitos................................................ 418
Tabela 6.39: Preços, receitas, pagamentos e
benefício comum................................................................... 419
Tabela 6.40: Dados da rede da figura 6.7.......................... 421
Tabela 6.41: Ofertas e lances aceitos................................ 422
Tabela 6.42: Preços, receitas, pagamentos e
benefício comum................................................................... 423
Tabela 6.43: Ofertas e lances aceitos............................... 423
Tabela 6.44: Preços, receitas, pagamentos e
benefício comum................................................................... 424
Tabela 6.45: Dados da unidade geradora do
exemplo 6.14........................................................................... 426
abela 6.46: Horizonte de programação e previsão de
T
preço do exemplo 6.14.......................................................... 426
Tabela 6.47: Produção, custos e lucros............................ 426
Tabela 6.48: Horizonte de programação e previsão de
preço do exemplo 6.15.......................................................... 427
Tabela 6.49: Dados do sistema hidrelétrico..................... 428
Tabela 6.50: Produção ótima para o exemplo 6.15........ 428
Tabela 6.51: Níveis dos reservatórios do exemplo 6.15..428
Tabela 6.52: Receitas do exemplo 6.15............................. 429
Tabela 6.53: Dados das unidades de geração.................430
Tabela 6.54: Produção, preços, receitas, custos e
lucros do exemplo 6.16.........................................................430
Tabela 6.55: Previsões de preços e demandas para o
exemplo 6.17............................................................................ 431
Tabela 6.56: Cogeração, compras, receitas, custos e
lucros para o exemplo 6.17...................................................432
UNIDADE • 01
O despacho econômico
UNIDADE 01
O despacho econômico
22
DESPACHO ECONÔMICO DE UNIDADES
TÉRMICAS
23
1 Despacho econômico de unidades térmicas
∑P = P i L
i =1 (1.3)
Além disso, cada unidade geradora está sujeita a seus limi-
tes mínimo e máximo de geração, ou seja:
Pi < Pi < Pi , i = 1, ..., N (1.4)
onde Pi e Pi são respectivamente os limites mínimo e má-
ximo de geração para a unidade i.
24
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
P1 – P1 ≤ 0
- P1 + P1 ≤ 0
P2 – P2 ≤ 0
- P2 + P2 ≤ 0 (1.8)
A função Lagrangeana correspondente a este problema de
otimização é:
(P1 , P2 , λ , π 1 , π 1 , π 2 , π 2 ) = F1 (P1 ) + F2 (P2 ) + λ (PL – P1 – P2 )
+ π 1 (P1 – P1 ) + π 1 (-P– P1 ) + π 2 (P2 – P2 ) + π 2 (-P2 – P2 ) (1.9)
onde λ , π i , π i são multiplicadores de Lagrange. As con-
dições de otimalidade de Karush-Fuhn-Tucker na solução ótima
são:
a) Condições de factibilidade dual:
F1 ' ( P1 ) – λ + π 1 – π 1 = 0
F2 ' ( P2 ) – λ + π 2 – π 2 = 0 (1.10)
b) Condições de factibilidade primal:
PL – P1 – P2 = 0
P1 - P1 ≤ 0
- P1 + P1 ≤ 0 (1.11)
P2 - P2 ≤ 0
- P2 + P2 ≤ 0
c) Condições de folga complementar:
π 1 ( P1 − P1 ) = 0, π 1 (- P1 − P1 ) = 0, π 1 ≥ 0, π 1 ≥ 0
π 2 ( P2 − P2 ) = 0, π 2 (- P2 − P2 ) = 0, π 2 ≥ 0, π 2 ≥ 0 (1.12)
Tem-se os seguintes casos particulares do problema
25
1 Despacho econômico de unidades térmicas
F1 ' ( P1 ) = F2 ' ( P2 ) = λ
(1.13)
Isto é, os custos incrementais dos geradores são iguais en-
tre si e iguais a λ . A figura 1.2 ilustra esta condição para se
obter o mínimo custo de geração.
Figura 1.2: Condição de mínimo custo de operação quando nenhum limite de geração é
atingido.
26
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Figura 1.3: Valores relativos dos custos incrementais quando o gerador 1 atinge seu limite
superior.
Figura 1.4: Valores relativos dos custos incrementais quando o gerador 2 atinge seu limite
inferior.
27
1 Despacho econômico de unidades térmicas
F2 ' ( P2 ) = λ − π 2 (1.16)
Neste caso, os valores para λ , π 1 e π 2 são indeterminados.
Se Pi < Pi
*
Fi ' ( Pi ) < λ (1.18)
Se Pi < Pi
*
Fi ' ( Pi ) > λ
A figura ilustra as condições de otimalidade para o caso de
três unidades geradoras.
28
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
L =0 FT ( P * ) = λ * e
∂P (1.21)
ou, equivalentemente:
∂ Fi ( Pi * )
= λ * , i = 1, ..., N
∂ Pi (1.22)
2 - Condição de factibilidade primal
29
1 Despacho econômico de unidades térmicas
L =0 eT P * = PL
∂λ (1.23)
isto é,
∑ N
P = PL (1.24)
i =1 i
*
Fatores de Participação
A carga de um sistema de potência varia ao longo do tem-
po, mas o DE só é resolvido para certos instantes de tempo. Nos
intervalos entre os instantes em que as soluções do problema
de DE são determinadas, os fatores de participação permitem
30
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
31
1 Despacho econômico de unidades térmicas
f part = i =
PL 1
∑ iN=1 F " (P 0 )
i i (1.35)
Figura 1.7: Aproximação linear por partes de função-custo (acima) e da função de custo
incremental correspondente (abaixo).
32
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
33
1 Despacho econômico de unidades térmicas
Método da secante
Trata-se do método clássico para a solução do despacho
econômico. A partir de duas sugestões iniciais para o custo mar-
ginal λ, projeta um novo valor de λ. O procedimento se repe-
te iterativamente, sempre projetando um novo valor de custo
marginal a partir dos dois últimos valores calculados para esta
variável. O critério de convergência baseia-se no cumprimento
da equação de balanço de potência e o algoritmo não permite
a violação dos limites de geração. As etapas do algoritmo são
descritas abaixo.
34
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Figura 1.8: Projeção de um novo λ a partir dos dois últimos valores calculados.
35
1 Despacho econômico de unidades térmicas
36
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
L = i −λ i≠i
∂ dF
∂ Pi dPi (1.40)
dFj
formam o gradiente reduzido (por não incluir ). Este
dPj
define a direção de máxima variação de L quando referido às
variáveis de controle Pi. Usando o gradiente reduzido, calcular:
dF
Pi ( novo ) = Pi ( velho ) − α j − λ , i ≠ j
dPj (1.41)
onde α > 0 controla a magnitude do passo;
5 - Os Pi(novo) não são permitidos de exceder seus limites, de
forma a manter os π i e π i nulos;
37
1 Despacho econômico de unidades térmicas
38
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
L = FT − λ e + FPT π = 0
L = PL − eT P = 0
P
39
1 Despacho econômico de unidades térmicas
Figura 1.9: Interpretação gráfica da condição de folga complementar e sua relaxação através
do parâmetro μ.
40
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
41
1 Despacho econômico de unidades térmicas
L l k = − L l k (1.57)
são obtidas de
2
GK P − e λ + FPT π = bP( k )
– e ΔP = b λ( k )
FP ΔP + Δs = bπ( k ) (1.58)
S Δπ + Π ΔS = bs( k )
onde
GK 2
FT (Pk )
e
bu( k ) − L lk
L lk
P
bλ( k ) −
L lk
λ
bπ( k ) −
L l k (1.60)
π
bs( k ) − s
42
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
43
1 Despacho econômico de unidades térmicas
Atualização do parâmetro μ
A regra para atualização do parâmetro μ baseia-se no con-
ceito de folga de dualidade (duality gap) da programação linear, e
é usualmente expressa como:
( s k )T x π k
μ= (1.64)
2xNxβ
onde β é um número positivo maior do que 1;0 (tipicamen-
te, μ = 10). O valor inicial para μ pode ser obtido dos valores
iniciais s0 e π0; ou como um outro valor maior que zero (por
exemplo, μ = 5).
Teste de convergência
A convergência do processo iterativo ao longo do qual o
parâmetro μ é reduzido deve ser determinada pelo cumprimen-
to das condições de KKT do problema DE original. Se δ é a
tolerância para convergência (tipicamente, 1 x 10 -8 a 1 x 10 -6),
então a convergência é obtida quando as condições abaixo são
simultaneamente cumpridas:
FT k − λ k + FPT π k ≤ δ
PL − eT p k ≤ δ (1.65)
FP p k + s k − Plim ≤ δ
sikπ ik ≤ δ, i = 1, ..., 2N
44
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
45
1 Despacho econômico de unidades térmicas
46
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
L = i − λ 1 −
∂ ∂F ∂ Pperdas
= 0 (1.71)
∂ Pi ∂ Pi ∂ Pi
Isolando λ no lado direito, tem-se:
1 ∂ Fi ( Pi )
x = λ (1.72)
∂P ∂ Pi
1 − perdas
∂ Pi
Definindo as perdas incrementais relativas ao gerador i e o
Fator de Penalidade associado ao gerador i como, respectivamente:
47
1 Despacho econômico de unidades térmicas
∂ Pperdas
Perdas incrementais para gerador i
(1.73)
∂ Pi
1
Fator de Penalidade para gerador i (1.74)
∂ Pperdas
1−
∂ Pi
Pode-se reescrever a equação (1.72) na forma mais compacta:
dF ( P )
F Pi x i i = λ (1.75)
dPi
Comparando-se a equação (1.75) com a equação corres-
pondente do caso sem perdas supondo geradores livres, dada
pela primeira das equações (1.18). Sem a consideração das per-
das, lembrando que a condição de otimalidade preconiza que
os custos incrementais devem ser todos iguais a λ: na presen-
te situação, entretanto, os custos incrementais devem ser agora
compensados através da ponderação pelos respectivos fatores
de penalidade antes de serem igualados a λ. Esta ponderação
tem o objetivo de fazer refletir no despacho ótimo a influência
da geração de cada gerador individual sobre as perdas.
Suponha, por exemplo, que o aumento da geração do ge-
rador i implique em um aumento das perdas de transmissão do
sistema. Isto significa que as perdas incrementais associadas são
maiores que zero. Considerando que o valor numérico das per-
das incrementais é sempre pequeno, verifica-se que, nesta situa-
ção, F Pi > 1, e, portanto:
dF ( P ) dF ( P )
F Pi i i > i i (1.76)
dPi dPi
Em termos de interpretação gráfica, tudo se passa como se
a curva de custo incremental fosse ligeiramente deslocada para
cima (já que F Pi ; neste caso, é apenas ligeiramente maior que 1;0).
48
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Figura 1.11: Despachos obtidos na ausência e na presença de perdas de transmissão para uma
situação com penalidade.
49
1 Despacho econômico de unidades térmicas
50
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
2 - k = 0;
3 - Calcular p perdas
k
usando a FGP;
4 - Calcular os fatores de penalidade:
1
F pik = , i = 1, ..., N
1 − 2 ∑ Bij p kj – bi
5 - k ← k + 1;
6 - Resolver o sistema de equações lineares de coordena-
ção e obter pi , i = 1, ..., N e λ k +1 :
k +1
51
1 Despacho econômico de unidades térmicas
dFi ( pik +1 )
F pik = = λ k +1 , i = 1, , N ,i = 1, ..., N
dPi
∑ i =1 pik +1 = PL + p perdas
N k
7 - Calcular
p = max pi( k −1) − pi( k ) , i = 1, ..., N
52
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
LEVANTAMENTO EXPERIMENTAL DA
FÓRMULA GERAL DAS PERDAS
A FGP pode ser levantada através de ensaios realizados
com o auxílio de um programa de fluxo de potência, através
do qual é gerada uma massa de dados composta pelas potên-
cias geradas para diversos carregamentos e valores das perdas
de transmissão correspondentes. A partir destes dados, métodos
de regressão não-linear são utilizados para se determinar os co-
eficientes b0; bi e Bij.
A Fórmula Geral das Perdas é dada por:
Pperdas = b0 + b P + P T B P (1.83)
Considerando que a matriz B é simétrica (Bij = Bji), então
o número de parâmetros a determinar é dado por:
1
N b = 1 + N + N(N + 1) (1.84)
2
53
1 Despacho econômico de unidades térmicas
δ Pperdas 1 δ 2 Pperdas
p perdas
k
≈ p 0perdas + ∑ iN=1 (iN=1 ( ) P i k + ∑ iN=1 ∑ Nj =1 ( )
δ Pi 0 2 δ Piδ Pj 0
P k P k (1.85)
i j
54
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
55
1 Despacho econômico de unidades térmicas
2
Comparando as equações (1.83) com (1.100), verifica-se que
os parâmetros da FGP podem agora ser facilmente determina-
dos como:
56
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
1 0T
b0 = ( Pperdas
0
− gT P 0 + P H P 0)
2
bT = g T − ( P 0 )T H (1.101)
1
B= H
2
57
1 Despacho econômico de unidades térmicas
EXEMPLOS
Exemplo 1.1
Considerando-se que o sistema de potência é alimentado
por três unidades geradoras térmicas, cujas funções de taxa de
calor H e limites de geração são dados na tabela 1.1. O combus-
tível para a unidade 1 é o carvão, enquanto que as unidades 2 e
3 são a óleo. Sabendo-se que os preços destes combustíveis são
estimados em:
fcarvão = 1,10 $/MBtu e fóleo = 1,00 $/MBtu
e que a carga a ser alimentada é PL = 850 MW, determine
o despacho econômico das três unidades.
Solução:
Em primeiro lugar, é importante enfatizar que, em proble-
ma desta natureza, parte-se da premissa que as três unidades de-
58
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
59
1 Despacho econômico de unidades térmicas
e
λ = 9,148 $/MWh
Verifica-se, portanto, que os despachos individuais da má-
quina não desrespeitam os respectivos limites, sendo a solução
encontrada viável. Finalmente,
F T = F1 (P1) + F2 (P2) + F3 (P3) = 8.194,4 $/h
é o custo total de operação correspondente ao despacho
ótimo.
Exemplo 1.2
Reconsiderando o exemplo 1.1, supondo agora que o preço
do carvão foi reduzido para
fcarvão = 0,90 $/MBtu
Como isto afetará o despacho ótimo das três unidades?
Solução:
A alteração no preço do carvão afetará a função-custo da
unidade 1, que será dada por:
F1 (P1) = 459 + 6,48 P1 + 0,00128 P12
Seguindo o mesmo método de solução, se obteria λ =
8,284 $/MWh e
P1 = 704,6 MW ⇒ P1 > P1
P2 = 118,6 MW ⇒ ok.
P3 = 32,6 MW ⇒ P3 < P3
Logo, este despacho não é factível. Como segunda tentati-
va de solução, fixa-se P1 e P3 nos seus valores máximo e mínimo,
respectivamente, deixando P2 livre. Usando a restrição de balan-
ço de carga, obtém-se:
P1 = 600 MW
P2 = 200 MW
P3 = 50 MW
60
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
61
1 Despacho econômico de unidades térmicas
Exemplo 1.3
Reconsiderando o despacho econômico determinado no
exemplo 1.1 e supondo-se que a carga do sistema evolui para
PL = 900 MW. Use os fatores de participação para atualizar o
despacho ótimo das três unidades.
Solução:
Usando a equação (1.35) e os dados do exemplo 1, tem-se:
1
0, 003124
ƒ part 1 = = 0, 47
1 1 1
+ +
0, 003124 0, 003388 0, 00964
1
0, 00388
ƒ part 2 = = 0, 38
1 1 1
0, 003124 + 0, 003388 + 0, 00964
1
0, 00964
ƒ part 3 = = 0,15
1 1 1
0, 003124 + 0, 003388 + 0, 00964
62
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 1.4
Considera-se o caso de duas unidades geradoras, cujos cus-
tos incrementais em $/MWh são dados nos gráficos da figu-
ra 1.10. Supondo carregamentos variáveis desde 70 a 380 MW,
construa uma tabela que forneça, para cada carregamento, o
despacho mais econômico.
Figura 1.12: Características de custos incrementais constantes por partes de duas unidades
térmicas.
63
1 Despacho econômico de unidades térmicas
Solução:
A partir das características de custo incremental da figura
1.9, pode-se construir a tabela 1.3.
Usando a tabela, pode-se determinar o despacho ótimo
para uma dada carga. Por exemplo, para um carregamento PL =
300 MW, a tabela indica que a unidade 2 deverá gerar 125 MW,
enquanto a unidade 1, que é a unidade que acompanha o cresci-
mento da carga na faixa de 275 a 325 MW, deve gerar 175 MW.
O custo marginal do sistema para este carregamento é igual ao
custo incremental da unidade 1, ou seja, λ = 10 $/MWh.
É interessante notar que o método de despacho por em-
pilhamento, que, conforme foi visto, é oriundo de uma apro-
ximação linear por partes nas curvas de geração, passou a ser
objeto de interesse renovado com o advento da reestruturação
dos setores elétricos. Especificamente, este método é particu-
larmente útil nos casos em que a operação do sistema é baseada
em ofertas de energia feitas pelos agentes geradores, as quais
devem ser selecionadas pelo Operador do Sistema de forma a
se obter a operação mais econômica possível. Neste caso, cada
agente gerador oferta blocos de energia com preços crescentes
com o nível de potência, em uma configuração similar à descrita
pelas curvas de custo incremental de geração da figura 1.9. O
procedimento adotado pelo Operador é essencialmente o em-
pilhamento das ofertas em função dos respectivos preços, de
forma similar à ilustrada neste exemplo.
Exemplo 1.5
Considera-se três unidades geradoras cujas funções custo
F1, F2 e F3 são dadas. A carga do sistema é PL = 100 MW e a tole-
rância para convergência é δ = 1,0 MW. Determine o despacho
econômico através do método da secante.
64
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Solução:
Os custos incrementais das três unidades são:
F1' = 0,10 + 0, 02 P1
F2' = 0,15 + 0, 03 P2
F3' = 0, 20 + 0, 02 P3
Partindo de λ(1) = 1,0 $/MWh e seguindo os passos do
algoritmo, tem-se:
1. λ1 = 1,0
2. k = 1
1, 0 − 0,1
3. P1(1) = = 45, 0 MW ok
0, 02
1, 0 − 0,15
P2(1) = = 28, 3 MW ok
0, 03
1, 0 − 0, 2
P3(1) = = 40, 0 MW > P3 P3 = 30 MW
0, 02
4. PL(1) = 45 + 28, 3 + 30 = 103, 3 MW
65
1 Despacho econômico de unidades térmicas
8. PL(2 ) = 40 + 25 + 30 = 95 MW
13. PL − PL = 0, 0 MW < δ
(2 )
convergência
Portanto, o despacho econômico resultante para PL = 100
MW é:
P1 = 43,0 MW; P2 = 27,0 MW; P3 = 30,0 MW
Além disso,
λ = 0,96 $/MWh
é o custo marginal para o carregamento considerado.
Exemplo 1.6
Seja o sistema de duas barras da figura 1.12. Os geradores
G1 e G2 tem limites e funções-custo iguais, isto é:
F1 (P1) = F2 (P2) = F(P)
P1 = P2 = P
P1 = P2 = P
66
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Onde,
F(P) = 400 + 2,0 P + 0,02 P2 $/h, P = 70 MW, P = 400 MW
Solução:
a) Ignorando as perdas: como os geradores são iguais, esta
solução fornece:
P1 = P2 = 250 MW
Porém este valor de P1 na verdade provoca perdas iguais a
Pperdas = (2 x 10 -4 ) x 2502 = 12,5 MW
e por conseguinte a potência que chega à carga é
Pd = 487,5 < 500 MW.
Conclui-se, portanto, que a carga não é atendida.
b) Ignorando a influência econômica das perdas: para aten-
der a carga e as perdas, pode-se pensar em carregar a
67
1 Despacho econômico de unidades térmicas
L = F1' (P1 ) − λ 1 –
∂ ∂ Pperdas
=0
∂ P1 ∂ P1
L = F2' (P2 ) − λ 1 –
∂ ∂ Pperdas
=0
∂ P2 ∂ P2
P1 + P2 − PL − Pperdas = 0
Substituindo os valores numéricos:
2,0 + 0,004 P1 - λ (1 – 0,0004 P1 ) = 0
2,0 + 0,004 P2 - λ = 0
P1 + P2 -500 – 0,0002 P12 = 0
Nota-se que este sistema de equações é não-linear (produ-
tos λ x Pi e termos não-lineares em P1 devido às perdas). Resol-
68
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
69
1 Despacho econômico de unidades térmicas
Exemplo 1.7
Retornando-se ao exemplo 1.1, mas agora incluindo uma
expressão simplificada para as perdas de transmissão, que são
dadas por:
Pperdas = 3 x 10 -5 P12 + 9 x 10 -5 P22 + 12 x 10 -5 P32
Nota-se que esta expressão corresponde a um caso particu-
lar da FGP, em que:
b0 = 0, b = 0, B = diag {3, 9, 12} x 10 -5
Solução:
∂ Fi ∂ Pperdas
= λ 1 −
∂ Pi ∂ Pi
i = 1 ⇒ FP1 x (7,92 x 0,003124 P1 ) = λ; FP1 = (1 – 6 x 10-5 P1 )-1
i = 2 ⇒ FP2 x (7,85 x 0,00388 P2 ) = λ; FP2 = (1 – 18 x 10-6 P2 )-1
i = 3 ⇒ FP3 x (7,97 x 0,00964 P3 ) = λ; FP3 = (1 – 24 x 10-6 P3 )-1
e
P1 + P2 + P3 – 850 – Pperdas = 0
Trata-se, portanto, de um conjunto de 4 equações não-line-
ares e 4 incógnitas. A aplicação do algoritmo para DE conside-
rando as perdas é:
1 - P1 = 400; P2 = 300; P3 = 150; k = 0
∂ Pperdas
2 - = 2 × 9 × 10 −5 × 400 = 0, 024
∂ Pi
∂ Pperdas
= 2 × 9 × 10 −5 × 300 = 0, 054
∂ P2
∂ Pperdas
= 2 × 12 × 10 −5 × 150 = 0, 036
∂ P3
3 - k = 1
4 - FP1 x (7,92 x 0,003124 P1 ) = λ; FP1 = (1 – 0,024)-1 =
1,0246
70
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
9,5252
5 - P (1) − P (0 ) é grande → retornar ao passo 2 do
algoritmo.
Na convergência, os resultados obtidos são dados abaixo e
comparados com o caso sem perdas obtido no exemplo 1.1.
71
UNIDADE • 02
Representação do sistema
de transmissão
REPRESENTAÇÃO DO SISTEMA DE
TRANSMISSÃO
Esparsidade
O número de barras existente em um sistema de potência
pode ser muito elevado (por exemplo, o sistema sul-sudeste bra-
sileiro possui cerca de 1.000 barras). Em um sistema de potência
típico existem em média três linhas conectadas a cada barra.
Como consequência, as matrizes presentes em vários modelos
matemáticos utilizados nos estudos destes sistemas são de gran-
de dimensão e muito esparsas (isto é, com poucos elementos não
nulos em cada linha ou coluna). Devido à sua grande dimensão,
se torna praticamente impossível armazenar todos os elementos
destas matrizes. É necessário o uso de técnicas apropriadas para
sua armazenagem e manipulação. Estas técnicas são conhecidas
como técnicas de esparsidade.
No estudo de técnicas de esparsidade, é útil se estabele-
cer correspondências entre algumas noções de teoria de grafos
e matrizes simétricas esparsas. Por isso, se iniciará este estudo
com uma revisão de noções básicas de teoria dos grafos. Segue-
se o estudo de três estruturas de dados frequentemente utiliza-
dos para o armazenamento de matrizes esparsas:
• Tabela de conexão;
• Lista de adjacências;
• Listas encadeadas.
De posse destas estruturas, se estará apto a elaborar algo-
ritmos para realizar algumas operações elementares envolvendo
matrizes e vetores esparsos.
Em seguida, será abordado o problema da fatoração LU
de sistemas lineares esparsos. Ficará evidente a necessidade
2 Representação do sistema de transmissão
Exemplo 2.1
Exemplo 2.1: A figura 2.1 apresenta um exemplo do grafo
de adjacência associado a matriz esparsa A (6 x 6):
(1) a b
a (2) c d
c (3) e
A=
d (4)
e (5) f
b f (6)
76
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 2.2
No grafo do exemplo 2.1, pode-se facilmente verificar que
Adj (x2) = {x1, x3, x4} e Adj ({x2 , x3}) = {x1, x4, x5}.
O grau de um subconjunto Y de X é o número de elemen-
tos em Adj (Y).
Define-se como um caminho de comprimento l ≥ 0, de um
vértice x a um vértice y, como um conjunto ordenado de l + 1
vértices distintos (v1, v2 , ...,) tal que:
v1 = x
vl+1 ∈ Adj (vi), i = 1, ..., (2.1)
vl+1 = y
Um grafo G é conexo se existe um caminho entre quais-
quer dois vértices de G.
Observação: nota-se que a uma matriz bloco-diagonal cor-
responde um grafo desconexo.
77
2 Representação do sistema de transmissão
Exemplo 2.3
A figura 2.2 mostra o grafo de adjacência correspondente a
uma matriz esparsa bloco- diagonal.
(1) *
* (2) *
A= * (3)
(4) *
* (5)
Figura 2.2: Matriz esparsa diagonal e grafo correspondente à matriz esparsa bloco-diagonal.
78
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 2.4
A tabela de conexão para a matriz/grafo do exemplo 2.1 é
Nó VIZ VAL
1 2 6 - a b -
2 1 3 4 a c d
3 2 5 - c e -
4 2 - - d - -
5 3 6 - e f -
6 1 5 - b f -
É fácil se verificar que o esquema de armazenamento
baseado em tabelas de conexão é ineficiente se um número
significativo de vértices tem grau muito menor do que m.
Lista de Adjacências
Formada pelos arranjos:
• ADJ: contêm as listas de adjacências para todos os vér-
tices do grafo de A de forma ordenada; tem compri-
mento igual a 2 x (número de arestas);
• XADJ: contêm apontadores para o começo de cada lista
de adjacências em ADJ; tem comprimento igual a N + 1;
• VAL: arranjo paralelo a ADJ contendo os valores nu-
méricos dos elementos de A fora da diagonal;
• DAIG: de comprimento N, contêm os elementos dia-
gonais de A.
79
2 Representação do sistema de transmissão
Exemplo 2.5
A lista de adjacências para a matriz/grafo do exemplo 2.1 é:
XADJ =
1 2 3 4 5 6 7
1 3 6 8 9 11 13
ADJ =
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2 6 1 3 4 2 5 2 3 6 1 5
VAL =
a b a c d c e d e f b f
DIAG =
a11 a22 a33 a44 a55 a66
Lista Encadeada
Os esquemas anteriores têm a desvantagem de exigir o co-
nhecimento prévio do grau de cada vértice. Caso apareça um
novo elemento não nulo na matriz (por exemplo, durante a fato-
ração LU), será difícil a sua inserção nas listas. Esta dificuldade
é contornada introduzindo-se um arranjo de ligação PROX. A
estrutura resultante é chamada de lista encandeada e correspon-
de aos seguintes arranjos.
• PRIM: aponta para o primeiro elemento da lista de
vértices adjacentes a um dado vértice;
80
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 2.6
A lista encadeada para a matriz/grafo do exemplo 2.1 é:
PRIM
1 - 10
2 - 6
3 - 1
4 - 12
5 - 8
6 - 5
81
2 Representação do sistema de transmissão
Exemplo 2.7
Para adicionar a aresta {3, 6} com a36 = g nos arranjos do
exemplo 2.6 faz-se as seguintes modificações:
PROX (13) = 1, VIZ (13) = 6, VAL (13) = G, PRIM (3) = 13,
PROX (14) = 5, VIZ (14) = 3, VAL (14) = G, PRIM (6) = 14,
Observação: nas aplicações de listas encadeadas em opera-
ções envolvendo matrizes esparsas, é normalmente necessário
que a lista de vértices adjacentes a cada vértice esteja ordenada de
forma crescente ou decrescente. Mesmo quando a lista encadeada
original está assim ordenada, a inclusão de novos elementos em
geral exige que sejam realizadas reordenações. Para isso, rotinas
eficientes de reordenação da lista encadeada devem ser utilizadas.
82
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 2.8
Vetor denso Esquema primitivo
lin_v val_v
0.
1 - 2 3.
3. 2 - 4 2.
0. 3 - 7 6.
V= 2.
nnz = 3
0.
0.
6.
83
2 Representação do sistema de transmissão
Exemplo 2.9
Para o vetor v do exemplo 2.7 tem-se então o seguinte gra-
fo e as seguintes listas de adjacências:
xadj_v(1) = 1
xadj_v(nnz) = nnz + 1
xadj =
1 2
[ 1 4 ]
lin_v =
1 2 3
[ 2 4 7 ]
val_v = [ 3. 2. 6. ]
Nota-se que, se lin_v e val_v estão adequadamente orde-
nados em forma crescente, estes dois arranjos do esquema pri-
mitivo de armazenamento são aproveitados nas listas de adja-
cências. Precisa-se, portanto, montar apenas o arranjo xadj_v,
o que é trivial.
84
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 2.10
As listas encadeadas para o vetor do exemplo 2.9 são:
85
2 Representação do sistema de transmissão
Exemplo 2.11
Esquema primitivo
Exemplo 2.12
xadj_A =
1 2 3 4 5 6 ↵ nº da linha
1 3 4 5 8 9
adj_A =
1 2 3 4 5 6 7 8
1 3 2 4 1 3 4 4
86
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
v_A =
3.0 2.0 4.0 7.0 5.0 8.0 9.0 6.0
Exemplo 2.13
Para a matriz A dos exemplos anteriores, as listas encadea-
das por linhas podem ser escritas:
lprim_A col_A val_A lprox_A
1 - 2 1 - 1 3.0 0
2 - 3 3 - 3 2.0 1
4 - 4 5 - 2 4.0 0
6 - 7 7 - 4 7.0 0
8 - 8 9 - 1 5.0 0
3 8.0 5
10 - 4 9.0 6
11 - 4 6.0 0
87
2 Representação do sistema de transmissão
88
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
y = A x (2.5)
em que o vetor y é m x 1 cujos elementos yi são dados por:
yi = ∑ nj =1 Ai j X i
(2.6)
Este produto resultará em um vetor denso, exceto se A
contiver linhas nulas. Como supõe-se que x é denso, haverá uma
contribuição A ij xj para yi sempre que A ij ≠ 0.
Supondo que A está armazenada sob a forma de lista enca-
deada por linhas (lprim_A, col_A, val_A, lprox_A) existe um
algoritmo que forma y por linhas.
89
2 Representação do sistema de transmissão
Fatoração LU esparsa
No caso de matrizes estruturalmente simétricas, os fatores
L e U terão elementos não-nulos:
• Nas posições em que A tiver elementos não-nulos, e
• Se akj = 0, mas aki * aij ≠ 0, cria-se enchimento nas posições
• (k, j) de U
• (j, k) de L.
90
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Fatoração simbólica
• Entrada:
• Listas encadeadas por linha e por coluna da
matriz estruturalmente simétrica, A;
• Ordem de A, n;
• Número de elementos ≠ 0 em A, nnz.
• Saída:
• Listas encadeadas de A são sobrescritas pelas
listas de L e U;
• nnz conterá o número de elementos ≠ 0 nos
fatores triangulares.
• Equações básicas:
Akj = Akj - Aki * A ij (2.12)
Ajk = Ajk - Aji * A ik (2.13)
Fatoração numérica
• Entrada:
• Listas encadeadas por linha e por coluna para
os fatores triangulares determinadas pela fato-
ração simbólica;
• Ordem de A, n;
91
2 Representação do sistema de transmissão
• Saída:
• Arranjos com os valores numéricos de L e U
indexados pelas listas encadeadas atualizadas
na fatoração simbólica;
• Arranjo com os elementos diagonais de A é
sobrescrito pelos elementos diagonais de L.
92
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 2.14
Seja o sistema de potência representado na figura 2.5. A
estrutura da matriz de admitância do sistema e seu grafo de ad-
jacência associado são mostrados na figura 2.6, para duas orde-
nações diferentes.
93
2 Representação do sistema de transmissão
Figura 2.6: Estrutura da matriz a e grafo associado para: (a1, b1) ordenação natural e (a2, b2)
ordenação {4, 1, 3, 5, 6, 2}.
94
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
95
2 Representação do sistema de transmissão
96
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Algoritmos de ordenação
o enchimento provocado em uma matriz esparsa estrutu-
ralmente simétrica A durante a fatoração LU pode variar signi-
ficativamente com a reordenação de suas linhas e colunas. A in-
terpretação do processo de produção de enchimento utilizando
os grafos constitui-se em uma valiosa ferramenta para avaliação
dos efeitos da reordenação das linhas e colunas de A sobre a
produção de novos elementos não-nulos.
Constatados os efeitos da reordenação sobre a esparsidade
dos fatores triangulares, é natural que se procure uma ordenação
ótima que minimize o enchimento em L e U. Observa-se que este
é um problema combinatório de grande dimensão: há n maneiras
de se escolher a linha/coluna 1, n – 1 maneiras de se escolher a li-
nha/coluna 2, e assim por diante. De fato, nenhum método ótimo
com este objetivo foi desenvolvido a contento até hoje. Tem-se,
portanto, que recorrer a algoritmos heurísticos para gerar ordena-
ções que produzam um número pequeno aceitável, embora não
necessariamente ótimo, de novos elementos não-nulos em L e U.
Serão abordados três métodos heurísticos de ordenação.
Todos são baseados no conceito de grau dos vértices do grafo
de adjacência. Os vértices de menor grau tendem a criar um nú-
mero menor de enchimentos. De fato, no caso da eliminação de
um nó de grau 1, nenhum enchimento é criado.
Algoritmo de ordenação i
Também chamado esquema Tinney-I, baseia-se na orde-
nação a priori (e, portanto, estática) dos vértices do grafo de
97
2 Representação do sistema de transmissão
Algoritmo de ordenação II
É conhecido como método do mínimo grau ou esquema
Tinney-II. Baseia-se na evolução dos graus nodais nos grafos re-
duzidos que resultam da eliminação de vértices. Como a elimi-
nação de um nó em um grafo reduzido pode provocar alteração
no grau dos vértices adjacentes, o método tem características
dinâmicas. A figura 2.9 ilustra o método.
98
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
O ambiente econômico
O setor elétrico e a atividade econômica
A gestão econômica de um sistema elétrico de potência é
extremamente complexa devido a fatores, entre outros, da am-
plitude da tarefa que, além de cobrir fatores financeiros, sociais,
administrativos e ambientais, considera ainda o planejamento
de investimento e a operação do sistema, estes estreitamente
relacionados aos aspectos tecnológicos de tais sistemas. Adicio-
nalmente, todos esses aspectos devem ser gerenciados dentro
99
2 Representação do sistema de transmissão
100
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
101
2 Representação do sistema de transmissão
102
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
103
2 Representação do sistema de transmissão
Longo prazo
O primeiro nível da tomada de decisão aborda o longo pra-
zo, projetando de 2 ou 3, para 10, 15 ou mais anos no futuro,
para definir os investimentos em usinas de geração e nas redes
de transmissão e de distribuição. O processo implica determinar
o tipo, as dimensões e a data em que novas usinas de geração e
linhas de transmissão devem ser instaladas com base em vários
parâmetros, tais como a previsão do crescimento da demanda,
alternativas tecnológicas e custos, disponibilidade de combustí-
vel estimada e a tendência de preços, critérios de confiabilidade
adotados, restrições de impacto ambiental, políticas de diversi-
ficação e objetivos relacionados à dependência do setor externo.
Esse horizonte distante é necessário para que os investimentos
(muito grandes) envolvidos sejam justificados sobre a base do
vencimento do tempo de vida útil do serviço das instalações,
que pode variar de 25 a 30 anos, no caso de usinas a vapor, e
muito mais no caso de usinas hidroelétricas.
Com os horizontes de tempo distantes, a incerteza é obvia-
mente o fator chave determinante. O conjunto integral de cená-
rios deve ser considerado, as avaliações probabilísticas devem
ser realizadas, e os critérios mais adequados devem ser adota-
dos, tais como a minimização do custo médio esperado, a mini-
104
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
105
2 Representação do sistema de transmissão
Médio prazo
Uma vez que o investimento em longo prazo é definido, os
planos de operação em médio e em longo prazos do sistema de-
vem ser realizados. Para um horizonte de um a três anos, depen-
dendo do sistema, o planejamento deve, além de determinar o
melhor programa do ciclo de manutenção de usinas e linhas de
transmissão, determinar a política mais adequada de compra de
combustível, e de uso mais eficiente das usinas de geração sujei-
to às limitações da energia primária das usinas hidroelétricas em
particular, ou às restrições de produção anual devido às razões
106
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
107
2 Representação do sistema de transmissão
Curto prazo
As decisões em curto prazo correspondem a uma escala
semanal, isto é, de alguns dias a um mês. Deve-se determinar
o plano de produção para as usinas hidroelétricas e de vapor
sobre uma base horária para cada dia da semana ou do mês.
Esse plano deve obedecer, entretanto, às instruções recebidas
do nível de decisão imediatamente superior em relação às ações
de manutenção, de programação semanal ou mensal de hidro-
elétricas, de planos de emissão, de programação de quotas de
combustível, etc.
Nesse nível, os detalhes do sistema são extremamente rele-
vantes, e devem ser levados em consideração aspectos tais como
108
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
109
2 Representação do sistema de transmissão
110
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Tempo real
As funções de operação em tempo real estão baseadas es-
sencialmente no critério de segurança antes que em considera-
ções financeiras. A operação econômica do processo é definida
por decisões de alto nível, embora alguns detalhes nunca devem
ser perdidos de vista, como os aspectos econômicos da confia-
bilidade. A supervisão, o controle e o monitoramento assegu-
ram a viabilidade técnica do imenso e dinâmico sistema elétrico
de potência.
111
2 Representação do sistema de transmissão
Longo prazo
O novo ambiente revolucionou completamente a aborda-
gem usada no planejamento da geração. A liberalização e des-
centralização das decisões de investimento atribuem a cada
112
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
113
2 Representação do sistema de transmissão
Médio prazo
Dos diversos agentes participantes no mercado de energia
elétrica, vários devem tratar de otimizar suas decisões em médio
e curto prazos: consumidores, fornecedores e produtores. Na
operação do sistema, entretanto, os produtores jogam o papel
principal. Os três objetivos perseguidos no médio prazo pelos
geradores são:
• Formular previsões econômicas de médio prazo men-
cionadas anteriormente: gerenciamento de contratos,
determinação das estratégias de negócios de longo pra-
zo e avaliações de investimento;
• Prover informação para as funções de longo prazo
mencionadas anteriormente: gerenciamento de contra-
tos, determinação das estratégias de negócios de longo
prazo e avaliações de investimento;
114
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Curto prazo
Embora exista uma variedade de formas de organizar os
mercados elétricos, todos eles têm uma série de mercados de
curto prazo (tipicamente diário), assim como mercados intradi-
ários e o mercado de serviços ancilares, onde é determinada a
produção de curto prazo das usinas geradoras. Dos três, a oferta
diária de mercado é, usualmente, a mais importante em termos
de volume negociado. Consequentemente, a operação de cur-
to prazo tende a resolver a preparação do negócio diário. Esse
processo é controlado pela decisão estratégica de maior nível.
Como tal, ele é informado pela decisão de produção analisada
em períodos que cobrem o longo prazo, e seu papel consiste em
ajustar os preços de mercado sobre a base do dia a dia. A esti-
115
2 Representação do sistema de transmissão
mação dos preços de curto prazo, para essa escala de tempo com
as incertezas associadas com chuvas, sendo a disponibilidade de
unidades geradoras muito pequena, é uma tarefa importante,
visto que serve como guia para decisões sobre a internalização
dos custos das unidades geradoras a vapor e se deve mudar para
a produção hidroelétrica. Como resultado disso e esclarecida a
hipótese do comportamento de competição, as empresas esta-
belecem suas ofertas, especificando quantidade e preço, com os
quais elas competem no mercado atacadista.
Tempo real
Como no esquema tradicional, a operação em tempo real
é fortemente influenciada pelas considerações de segurança e
tem uma estrutura semelhante, embora considerável esforço ge-
ralmente seja feito para diferenciar claramente os valores dos
vários tipos dos chamados serviços ancilares fornecidos pelos
agentes. Sempre que possível, os mecanismos de mercado fo-
ram implementados para decidir competitivamente quem deve
prover que serviço e por qual preço. Tais mecanismos de merca-
do foram implementados para decidir competitivamente quem
deve prover que serviço e por qual preço. Tais mecanismos es-
tão frequentemente implantados com a operação, secundária ou
terciária, com a capacidade de reserva, como também com o
controle de tensão e com sistemas com tempo de partida. A fre-
quência primária ou controle de saída continua sendo um servi-
ço básico obrigatório à disposição do operador do sistema como
um elemento vital para a segurança do sistema.
Nessa estrutura competitiva, as empresas devem oferecer
seus serviços levando em conta os custos realizados em suas
usinas para a produção, assim como levando em conta outras
considerações, como as oportunidades do mercado.
116
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
O ambiente regulatório
Regulação tradicional e regulação de mercado
competitivo
A regulação pode ser definida como um sistema que permi-
te a um governo formalizar e institucionalizar seus compromis-
sos para proteger consumidores e investidores. Dependendo do
desenvolvimento da indústria de energia elétrica em cada país e
em diferentes regiões de cada país, da ideologia predominante,
dos recursos naturais específicos e das mudanças tecnológicas,
entre outros fatores, a indústria da energia elétrica adotou di-
ferentes formas de organização e de propriedade (público ou
privado, nível municipal, estadual ou nacional).
A despeito da diversidade, desde que a indústria da eletri-
cidade atingiu a maturidade e até recentemente, a regulação em
todo o mundo foi uniformemente aplicada como se fosse um
serviço público de fornecimento organizado em uma estrutura
monopólica, com garantia de concessão para uma empresa elé-
trica típica e verticalmente integrada e preços regulados basea-
dos nos custos realizados para fornecer o serviço. Esse tipo de
estrutura é chamado, como a abordagem tradicional. sob esse
esquema, as relações entre as diferentes empresas elétricas fo-
ram geralmente caracterizadas como de cooperação voluntária
em um número de áreas, como ligando a gestão da regulação
da frequência ou a capacidade de reserva de operação, o inter-
câmbio por motivos econômicos ou de emergência, e o uso da
rede de transmissão ou distribuição por terceiros sob termos
negociados pelas diferentes partes envolvidas.
Essa uniformidade de regulação foi alterada em 1982, quan-
do o Chile fez uma abordagem inovadora, que separou as ativida-
des básicas envolvidas no fornecimento da energia elétrica. Sob
117
2 Representação do sistema de transmissão
118
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Fundamentos
A regulação da indústria de energia elétrica está baseada
em uma premissa fundamental: é possível ter um mercado ata-
cadista para a energia elétrica aberto para todos os geradores,
para aqueles que já existem e para aqueles que, voluntariamente,
entram no mercado, e para todas as entidades consumidoras. A
essência desse mercado atacadista é tipicamente um mercado
spot para a eletricidade, com relação, ou como uma alternativa,
aos diferentes tipos de contratos em médio e longo prazos, e
ainda é estabelecido um mercado organizado para os derivados
da eletricidade. Os agentes participantes nesse mercado são as
119
2 Representação do sistema de transmissão
Requisitos
Neste ambiente, não se devem perder de visa as característi-
cas tecnológicas e econômicas da indústria de energia elétrica que
condicionam os dispositivos de regulação que devem governar:
• A infraestrutura necessária para a geração, transmissão
e distribuição da energia elétrica é custosa, altamente
especializada e demorada;
• A energia elétrica é essencial para os consumidores,
tornando a opinião pública altamente sensível às pos-
síveis saídas de serviços ou de fornecimento pobre
em qualidade;
• A energia elétrica não é economicamente armazenável
em grandes quantidades, e portanto, a produção deve
ser adaptada instantaneamente para a demanda;
120
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
121
2 Representação do sistema de transmissão
122
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Separação de atividades
O número de atividades indicadas não necessariamente im-
plica uma correspondente multiplicidade de entidades para sua
execução. Existe uma sinergia e custos de transação que tornam
inconveniente em certos casos que uma empresa simples em-
preenda várias atividades. Também deve ser especificado, en-
tretanto, que os conflitos de interesses podem aparecer em uma
entidade que é responsável por mais de uma atividade, quando
a execução de uma atividade pode beneficiar a entidade perante
outros agentes na execução da outra atividade que se encontra
aberta à competição. Podem ser aplicados diferentes níveis de
separação, mas é necessário ajustá-los para cada caso particular.
Basicamente, essas atividades podem ser separadas em quatro
tipos: contabilidade, gerenciamento, norma legal (isto é, diferen-
tes empresas que podem pertencer aos mesmos donos através de
um truste) e propriedade.
A regra básica na separação de atividades sob a nova regu-
lação é que uma empresa simples não pode executar atividades
reguladas (por exemplo, distribuição) e atividades competitivas
(tais como geração) ao mesmo tempo. O apoio potencial a ser
fornecido para uma atividade regulada para uma competitiva é
para esta uma vantagem evidente, e tal vantagem, é legalmen-
te inaceitável. Igualmente, o risco da atividade competitiva não
pode ser transferido para uma regulada, já que certamente vai
recair sobre os consumidores, que não têm opção de escolha.
Uma transparência adequada na atividade regulada tam-
bém requer pelo menos a separação de contas entre as corres-
pondentes unidades de negócio. Empregas engajadas em ati-
123
2 Representação do sistema de transmissão
Atividades de geração
As atividades de geração incluem a geração elétrica ordiná-
ria e especial. Geração elétrica especial é tipicamente entendida
como as tecnologias de cogeração e de produção que usam fon-
tes renováveis e, normalmente, diferem das ordinárias, porque
recebem um tratamento mais favorável como forma de compen-
sação, prioridade na operação, entre outras, como acontece em
muitos países. Os chamados serviços ancilares ou complemen-
tares devem ser incluídos quando são fornecidos por geradores,
e contribuem com um nível adequado de qualidade e de segu-
rança no fornecimento da energia elétrica.
A geração ordinária é uma atividade não regulada condu-
zida em condições de competição, sem restrições de entrada e
com acesso livre para a rede. A venda da produção pode acon-
tecer através de diferentes processos de transação, basicamente
no mercado spot, ou, através de contratos, quando se trata de
124
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
125
2 Representação do sistema de transmissão
Atividades da rede
O fornecimento de energia elétrica requer necessariamente
o uso de redes que, dadas suas características técnicas e econô-
micas, devem ser administradas e reguladas como um mono-
pólio natural. Tal exigência é uma condição básica para a nova
regulação do setor.
As atividades da rede incluem planejamento dos investi-
mentos, construção, planejamento da manutenção, manutenção
propriamente dita e operação. O processo de investimento em
planejamento determina a disponibilidade de dados, a localiza-
ção, a capacidade e outras características dos novos ativos da
126
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
127
2 Representação do sistema de transmissão
Transmissão
Acesso: os sistemas que participam na nova regulação de-
vem ter acesso implícito à rede de transmissão e todos os agen-
tes autorizados a tomar parte no mercado atacadista. A capa-
cidade da rede obviamente impõe limites físicos para o acesso
e existem várias restrições de procedimento de gerenciamento
para resolver os potenciais conflitos que podem aparecer. Es-
ses procedimentos vão desde a aplicação dos preços nodais ou
zonas de preços em um mercado atacadista organizado (assim,
implicitamente resolvem as restrições da rede) aos leilões reali-
zados para atribuir uma capacidade limitada entre os diferen-
tes agentes. Servem ainda para modificar o despacho feito pelo
operador do sistema de acordo com as regras estabelecidas e, até
mesmo, para a atribuição prévia de direitos de uso de longo pra-
zo da rede, seja através de leilões, seja baseado em participação
na construção da linha.
Investimento: o propósito da nova regulação a nível de
projeto é obter uma rede que maximize os benefícios adicionais
para consumidores e produtores, que são os que devem arcar
com os custos da rede. Certos critérios de confiabilidade explí-
citos geralmente são usados no planejamento da rede em vez de
incluir todos eles nas funções de economia a serem otimizadas.
128
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
129
2 Representação do sistema de transmissão
130
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
131
2 Representação do sistema de transmissão
132
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Atividades ancilares
Geralmente é o operador do mercado quem estabelece as
transações econômicas realizadas nos diferentes mercados que
controla. O operador pode também ser responsável pela liqui-
dação de outras transações e conceitos relacionados ao merca-
do atacadista, tais como os serviços ancilares, perdas, restrições
técnicas, saldos dos desvios finais e, também, em alguns sis-
temas, os acordos bilaterais entre os agentes. A liquidação das
atividades reguladas, como, por exemplo, a transmissão, a distri-
buição e outras questões, como assistência à geração especial, é
geralmente confiada à gestão central ou a uma entidade especia-
lizada e independente, encarregada dessa atividade.
Tradicionalmente, a medida do consumo e o correspon-
dente faturamento faziam parte integrante da atividade de co-
mercialização, porque formavam um conjunto inseparável com
a distribuição. Sob a nova regulação, é possível que essas ativi-
dades sejam realizadas de forma independente por empresas es-
pecializadas que competem pelo fornecimento desses serviços.
Isso também acontece com as instalações para conexão de usu-
ários finais, uma atividade que é considerada parte da distribui-
ção, mas que pode ser, e isso frequentemente acontece, realizada
por competição de instaladores independentes. É possível que,
no futuro, outras atividades sejam identificadas, que logicamen-
te possam ser executadas de forma separada, ou novas ativida-
des possam aparecer, por exemplo, dentro da competência da
filosofia reavivada de multiatividade, em que as empresas co-
merciais oferecem outros serviços além de eletricidade.
133
UNIDADE • 03
O modelo de despacho baseados em
fluxo de potência – operação ótima e
segura do sistema de transmissão.
O MODELO DE DESPACHO BASEADOS EM
FLUXO DE POTÊNCIA – OPERAÇÃO ÓTIMA E
SEGURA DO SISTEMA DE TRANSMISSÃO.
138
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
139
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
140
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
141
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
142
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
143
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
VV θi − θ j
Pi = ∑ j Pj = ∑ j sen θ ij ≈ ∑ j
i j
(3.1)
xij xij
onde xij é a reatância do ramo entre as barras i e j.
A equação anterior pode ser escrita na forma matricial
como P = B θ. Então, os ângulos de fase podem ser removidos
para obter uma relação linear entre os fluxos de potência, P1, e
as potências injetadas nas barras P,
AT θ = X Pf
Pf = X −1 AT θ Pf = X -1 A T B-1 P = Sf P (3.2)
P = A Pf
onde A é a matriz de incidência ramo-nó reduzida (reti-
rando a barra de folga), X é matriz de reatância diagonal dos
elementos dos ramos, e Sf é a matriz de sensibilidade entre flu-
xos de potência dos ramos e as potências injetadas. Como se
está analisando um sistema linear, o princípio de superposição
pode ser aplicado, e, consequentemente, os fluxos de potência,
após uma mudança nas potências injetadas, podem ser calcula-
dos como:
Pf = Sf [ P + P ] = Pf0 + Sf Pf = Sf P (3.3)
Os fatores de distribuição da injeção são definidos como o
incremento do fluxo em um dado elemento (linha ou transfor-
mador), localizado entre as barras, m e n, após um incremento
unitário da potência injetada na barra i:
i Pmni θm − θn
ρ mn = = = Smni (3.4)
Pi xmn
Ressalta-se que os fatores de distribuição dependem somen-
te da topologia da rede; consequentemente, eles podem ser cal-
culados off-line usando técnicas de solução de matrizes esparsas.
144
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
145
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
j
i
Pi = 0 Pij − Pij0 0
T 0
(3.10)
Consequentemente, o fator de distribuição, correspondente
ao elemento de ramo localizado entre as barras m e n, é encon-
trado da seguinte forma:
Pmnij
ij
ρ mn = = Smn
'
, i − Smn , j
'
(3.11)
Pij0
146
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Pij0
Pi = − Pj = (3.13)
1 − Sij ,i + Sij , j
Então, o fluxo através do ramo mn, após a saída do ramo ij,
é encontrado por:
Pmn = Pmn0 + Smn,i Pi + Smn,j Pi = Pmn0 + (Smn,j - Smn,j )Pij (3.14)
ij
e o correspondente fator de distribuição, ρ mn ' ,
ij Pmnij Smn ,i − Smn , j
ρ mn = 0 = (3.15)
Pij 1 − Sij ,i + Sij , j
De forma semelhante, podem ser encontrados fatores de
distribuição para contingências múltiplas, resolvendo um sis-
tema linear de equações para calcular as injeções fictícias nos
extremos dos ramos sob contingência, levando em conta as in-
terações entre as saídas dos ramos.
Obviamente, ambos os métodos são equivalentes e forne-
cem fatores de distribuição idênticos.
Um método comumente usado para detectar contingências
críticas está baseado na determinação de um ordenamento de
contingências em ordem decrescente de severidade. Um índice
de ordenamento é usado para quantificar o nível de carregamen-
to do sistema após uma contingência dada, por exemplo
1 Pf k
RI = ∑ bk =1 máx (3.16)
b Pf k
onde Pf k é o fluxo de ramo do elemento k, de um total
de b linhas e transformadores, encontrado, aproximadamente,
usando fatores de distribuição. Neste caso, o índice de ordena-
mento é apenas a taxa média de linhas e de transformadores.
Na prática, foram propostos vários índices de ordenamen-
to, incluindo fatores de ponderação para dar maior importância
aos elementos relevantes.
147
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
148
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
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3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
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3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
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3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
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DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
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3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
156
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Estado de emergência
O sistema de potência pode entrar em estado de emer-
gência devido a um acréscimo inesperado da demanda, ou pela
ocorrência de uma contingência. Neste caso, os operadores de-
vem trazer o sistema de volta para o estado normal, o mais rapi-
damente possível, esquecendo os aspectos econômicos.
A urgência de tais situações implica a redução do núme-
ro de ações de controle ao mínimo necessário para corrigir o
problema. Matematicamente, esse problema pode ser formulado
como um FPO com o objetivo de minimizar as ações de con-
157
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Correção da sobrecarga
Para corrigir a sobrecarga nos ramos, os operadores devem
realizar a reprogramação de potência ativa. Também devem ser
considerados elementos de controle alternativos de fluxos de po-
tência ativa, como transformadores defasadores e dispositivos
FACTS, caso estejam disponíveis. Além disso, se as variáveis de
decisão disponíveis são insuficientes para eliminar a sobrecarga
em um tempo razoável, deve-se executar o corte de cargas.
Usando o modelo de rede CC, o FPO assume a seguinte
forma:
cuT P+ + cdT P-
sujeito a
P + P − P- = Bθ
+
158
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
P+ ≥ 0 P - ≥ 0
Uma alternativa adicional é o uso de técnicas heurísticas, já
que os operadores normalmente devem lidar com somente uma
ou duas sobrecargas. Em casos simples, o seguinte procedimen-
to é útil para encontrar rapidamente as medidas corretivas:
1 - Para cada linha sobrecarregada mn e gerador g determi-
ne o valor ∆Pg para corrigir a sobrecarga:
g
Pmn = ρ mn Pg (3.22)
Descartar qualquer gerador que seja necessário para, simul-
taneamente, aumentar ou diminuir a geração para corrigir as
diferentes sobrecargas.
2 - Para cada gerador remanescente, determinar o custo
de correção da pior sobrecarga, escolhendo aquele de
menor custo ∆Pg.
3 - Atualizar o estado do sistema e continuar eliminando
as outras sobrecargas.
Obviamente, é possível incluir fatores de mérito adicionais
no processo heurístico.
No exemplo 3.8, o uso de um FPO, baseado em programa-
ção linear, determina as ações corretivas para as sobrecargas que
foram apresentadas, juntamente com o uso alternativo de técni-
159
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Correção de tensão
Quando algumas tensões violam os limites operacionais,
os operadores podem determinar as ações de correção apropria-
das. Na verdade, são usadas regras heurísticas, como uma tensão
excessivamente baixa é mais efetivamente corrigida com uma
injeção de potência reativa local, ou modificando o tap de um
transformador na vizinhança. Se o problema não é muito com-
plexo, o uso de regras básicas permite encontrar uma solução
rápida e simples. Contudo, a complexidade do problema de ten-
são, devido ao comportamento não linear, recomenda o uso de
ferramentas apropriadas para lidar com problemas sérios.
Como mencionado, vários problemas inerentes às ferra-
mentas atuais de FPO limitam seu uso em centros de controle.
Um exemplo claro disso é a tendência em usar um grande nú-
mero de controles, tornando difícil a implementação de medi-
das corretivas. Além disso, os sistemas de potência atuais estão
equipados com uma grande variedade de dispositivos que afe-
tam diretamente a tensão, tornando o problema de controle de
tensão diferente do problema de controle de potência ativa.
Uma alternativa ao FPO como ferramenta de correção de
problemas de tensão é usar regras heurísticas, incluindo algo-
160
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Estado de alerta
Um sistema está em estado de alerta se todas as variáveis
estão entre os limites operacionais, e os operadores estão cien-
tes de que uma ou mais contingências podem levá-lo a um es-
tado inaceitável.
Uma vez que as contingências críticas foram identificadas,
os operadores devem decidir se implementam ações preventi-
vas ou se preparam planos de emergência que devem ser usa-
dos após a contingência. Atenção especial é dada para os casos
em que a contingência pode produzir um blecaute, ou quando
circunstâncias anormais como mau tempo ou alerta terrorista
aumentam os seus riscos.
161
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
onde:
u é o conjunto de variáveis de decisão, em que u0 representa
o estado inicial, up representa as ações preventivas de pré-con-
tingência e uc representa as ações corretivas pós-contingência;
x é o conjunto de variáveis dependentes, xp são os valores
de pré-contingência, e xc são os valores de pós-contingência
(u) é a função objetivo a minimizar, usualmente os custos
associados com as diferentes ações de controle, por exemplo,
uma penalização linear ou quadrática das mudanças de controle.
h(x, u) são as equações de rede; h(xp, up) = 0 corresponde
ao estado de pré-contingência incluindo possíveis ações preven-
tivas e hc (xc, uc) = 0 representa o estado de pós-contingência
incluindo também as ações corretivas de pós-contingência.
g(x, u) são os limites operacionais. Limites de emergência,
gc (xp, up) ≥ 0, menos rígidos que os normais, são usualmente
impostos sobre o estado de pós-contingência.
Obviamente, se a segurança do sistema pode ser restaurada
de forma suficientemente rápida pela aplicação de medidas corre-
tivas pós-contingência, não são necessárias as medidas preventi-
162
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
163
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
O estado seguro
Quando um sistema está no estado normal, o estado segu-
ro, todos os limites operacionais estão garantidos, e os critérios
de segurança estipulados se encontram satisfeitos. Consequente-
mente, como objetivo da operação do sistema, deve-se preocu-
par com a redução dos custos de operação.
O problema de determinar as ações ótimas de controle em
estado seguro é um caso particular do despacho econômico
com restrições da rede e usando um modelo detalhado da rede
de transmissão. Neste tipo de problema de FPO, a demanda e
as perdas da rede são despachadas entre os geradores de forma
ótima em função dos custos dos geradores. Além disso, o pro-
blema FPO fornece os pontos de ajuste ideais das variáveis de
controle de tensão para minimizar as perdas da transmissão.
A otimização completa dos sistemas de geração e trans-
missão tem sido pouco usada na prática. A razão é a excessiva
complexidade do problema, bem como os aspectos de sigilo as-
sociados com o mercado elétrico. A técnica comum é realizar
primeiro a programação da geração, por um operador central
com conhecimento pleno da geração econômica e os dados téc-
nicos, ou por um operador de mercado. Então, um programa de
FPO é usado para corrigir os programas de geração para evi-
tar possíveis sobrecargas ou problemas críticos de tensão. Um
FPORS deve ser usado para satisfazer os critérios de seguran-
ça, usualmente o critério N – 1. Finalmente, uma vez definida
a programação da geração, é determinado um perfil ótimo de
tensão para satisfazer os limites de tensão e depois reduzir as
perdas de transmissão.
O exemplo 3.14 ilustra o uso de um FPO para encontrar
um perfil ótimo de tensão.
164
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
165
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
166
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Gerenciamento do congestionamento
Os sistemas de potência físicos são governados pela lei de
tensões de Kirchhoff, a qual determina a quantidade de energia
elétrica que é transferida de uma barra para outra através das
linhas de conexão (ligações).
Vários fatores podem impor limites sobre a transferência
de potência entre duas barras em uma rede de transmissão. Es-
ses fatores incluem limites térmicos, limites de tensão e limites
de estabilidade que, naturalmente, são os mais restritivos e que
são determinantes em qualquer instante de tempo. Os limites
devem ser estabelecidos para levar em conta a operação normal
e sob contingência. Um controle adequado de fluxo pode ser útil
para manter dentro de seus limites a quantidade de potência que
pode ser transferida entre duas barras.
A capacidade de controle do fluxo de potência elétrica so-
bre uma ligação de transmissão (ramo) que, por sua vez, conecta
duas barras é limitada e difícil de executar quando o controle é
diretamente aplicado aos geradores. Os dispositivos de controle
de potência, tais como transformadores defasadores e sistemas
de transmissão flexíveis CA (FACTS) oferecem algum controle
moderado e, atualmente, são muito caros; portanto, eles não são
muitos usados atualmente por todas as companhias de energia
167
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
168
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
169
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
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3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
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DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
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3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
174
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
∂ θˆ
L =LB=θ Bˆ−θP
∂
L = Bˆ θˆ − P =0
∂ ˆ−=0
∂ λ∂ λ
P =0 (3.38)
∂ ∂L = X
∂ λ
L
µ ≤ 0Le =T µXT X
∂λ ∂ −1 ˆ T ˆ -1 ˆ T ˆ
( ) ))
L = X −1 Aˆ T θˆ −∂Pµ∂fmáx
Aθ1ˆˆθ−T P
− 1 ˆ T− Pf ≤máx0≤ e0 Teµ TµT XTX
-1 ˆ TA ˆˆθ−T P Pfmáxmáx= 0, µ ≥
) ( (
máx T
−ˆ
T
−
ˆ
A µµ ≥X0 A θ − Pf= 0,=µ0,≥µ0
A
máx máx
∂ = X A -1θAˆ T−θˆP−f P≤ 0 e= 0, θ
( f -1 f
máx
∂µ ∂µ f
(3.39)
Os multiplicadores de Lagrange λ são frequentemente
interpretados como sendo os preços spot nodais ótimos; se
esses valores são usados como preços nas barras, então o
comportamento do produtor e do consumidor, em relação
175
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
176
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
µk = − máx L
∂
∂Pf k (3.44)
nota-se que, no ponto ótimo, tem-se L ( y*) = f (P*).
Depois que o vetor µ é conhecido, o dinheiro exceden-
te devido ao congestionamento pode ser encontrado usando a
equação 3.43. Entre todos os participantes do mercado, o ISO
pode então distribuir o dinheiro excedente de maneira equita-
tiva. A parte complicada dessa distribuição é a forma de como
encontrar essa distribuição equitativa. Vários métodos foram
propostos na literatura técnica, a proposta mais básica distribui
o dinheiro excedente de acordo com o grau de envolvimento de
cada participante no congestionamento.
177
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
178
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
L(y) = c+ P+ + c- P- + λ T ( P - P+ P- ) +
da seguinte forma:
(3.46)
µ T ( S P + Pf − P fmáx ) + α T P+ + β T P-
onde:
λ é o vetor de multiplicadores de Lagrange de dimensão n
x 1 para as restrições de igualdade, seus componentes não têm
restrição de sinal;
µ é o vetor de multiplicadores de Lagrange de dimensão
m x 1 para as restrições de desigualdade, é também chamado
vetor de preços sombra ou marginais; seus componentes têm
restrições de sinal: µk ≥ 0;
α e β são vetores de multiplicadores de Lagrange de
dimensão n x 1 para as restrições de não negatividade de ∆P+ e
∆P-, respectivamente; eles devem ser não positivos.
Tarifas da transmissão
A tarifa da transmissão está relacionada com a questão de
quanto pagar, e para quem, pelo uso do sistema de transmissão.
Existem três aspectos relacionados com o gerenciamento da ta-
rifa da transmissão.
Receitas suficientes: deve ser desenvolvido um procedi-
mento para assegurar que existe receita suficiente para cobrir
os custos dos operadores do sistema de transmissão e dos pro-
prietários do sistema de transmissão. Enquanto a cobertura dos
custos de operação geralmente não é um problema, o fluxo de
179
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Direitos de transmissão
O excedente de congestionamento da transmissão s pode
dar origem a um sistema de direitos de contratos de rede. A ideia
por trás de um direito de contrato de rede é fornecer um meca-
nismo para controlar os riscos financeiros devido às variações
de preço induzidas pelo congestionamento.
A capacidade efetiva de uma rede é uma função das restri-
ções físicas e do padrão das transações.
Os direitos de transmissão são usados principalmente para
facilitar o comércio que acontece muito antes da programação
física, que é usualmente feito pelo ISO somente com um dia de
antecedência. Existem dois tipos de direitos de transmissão:
I) Financeiro,
II) Físico.
O direito de transmissão financeiro não confere direito
à transmissão de potência, mas somente para a cobrança dos
pagamentos; o clássico direito financeiro da transmissão é um
180
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
181
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
182
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
183
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
tor de injeção total deve coincidir com o vetor que inclui a soma
de todas as transações, isto é,
P = ∑ τi =1 Ti = T . e (3.53)
onde T = [T1 T2 Tτ ] é a matriz de transação de dimen-
são n x τ e é um vetor de elementos unitários de dimensão τ x 1.
Substituindo a equação (3.53) nas equações de perdas (3.47)
e (3.52), as perdas da transmissão, em termos de transação, são
dadas por
PL = eT T T e (3.54)
PL ≈ eT T T MT e (3.55)
184
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
185
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
186
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
2 2
Pode ser considerado lógico atribuir os termos RPi e RPj
para as transações i e j, respectivamente. Contudo, não é óbvio
quem deve ser responsável pelo termo mútuo ± 2 Pi Pj. Tentan-
do encontrar uma forma de atribuir as perdas na linha, nota-se
que PLij pode ser escrito como
Pi ± Pj
PLij = R Pi 2 + Pj2 ± 2 PP
Pi ± Pj
i j
(3.60)
R Pi (1 ± ρ j ) + RP (1 ± ρ i ) ≡ PLi + PLj
2
j
2
serviços ancilares
Os serviços ancilares ou complementares são definidos
como aquelas atividades que são necessárias para sustentar a
transmissão elétrica de forma que a operação do sistema de po-
tência seja segura e confiável. Entre outros, podem ser conside-
rados serviços complementares:
• Controle de frequência e controle de fluxo de potência
entre as áreas;
187
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Serviços de regulação
A regulação é o ajuste da geração em todo instante de tem-
po para assegurar o balanço entre geração e carga, de forma que
a frequência seja mantida em um nível preestabelecido (frequ-
ência nominal). A resposta rápida exigida da usina de geração
é conseguida usando sinais de controle automático que corres-
pondem ao ACE (a área de controle de erro, no caso do con-
trole da frequência primária) ou ao CAG (controle automático
da geração, no caso do controle de frequência secundária). A
188
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
189
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
190
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
191
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
EXEMPLOS
Exemplo 3.1
Considera-se dois geradores alimentando uma carga de
200 MW, como mostrado na figura 3.6. Ambos os gerado-
res estão operando em despacho econômico a um custo total
de $ 2.800/h.
192
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 3.2
Para se considerar um modelo de a análise de contingência
segundo os critérios N – 1 e N – 2 para o exemplo 3.1 deve-se
realizar um estudo detalhado dos seguintes estados:
• Análise N – 1: saída simples de n = 5 elementos (2 gera-
dores e 3 linhas), como mostrado na figura 3.7.
• Análise N – 2: saída simultânea de dois elementos ar-
bitrários dentre os n elementos, isto é n . (n – 1)/2 = 10
casos de contingência dupla (figura 3.8)
193
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
194
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 3.3
Considerando-se que o sistema da figura 3.9 sofre a saída
do gerador da barra 3.
195
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
0, 01 0 0 0 0 0
0 0, 02 0 0 0 0
0 0 0, 01 0 0 0
X=
0 0 0 0, 02 0 0
0 0 0 0 0, 02 0
0 0 0 0 0 0, 02
196
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
197
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Pi T = 0 0 −1.000 600
e, consequentemente,
Pi T = −207 441 −234 −207 −559 −193
Os fluxos de potência pós-contingência usando os fatores
de partilha γ 4 = 0, 6 e γ 5 = 0, 4 também são mostrados na ta-
3 3
Exemplo 3.4
No sistema do exemplo 3.3, supõe-se a saída repentina da linha
1 – 3. Modificando as matrizes A, X e B para levar em conta a
198
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Então, multiplicando os fatores de distribuição pelo fluxo
na linha antes da contingência, P1,2 = - 699, medido na barra 1,
os fluxos de potência pós-contingência podem ser encontrados
na tabela 3.6.
199
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
1
P1 = − P3 = = 2, 417
1 − SL 2,1 + SL 2,3
com PL 2 = 1. Então os fatores de distribuição são obtidos
0
Exemplo 3.5
Supõe-se que um índice de ordenamento (RI de contingên-
cias), como dado por (3.16), é adotado para a rede do exemplo
3.3. O RI do caso base é 0,413.
Considerando todas as saídas, exceto o gerador da barra de
folga, já que esse gerador é responsável pelo fornecimento devi-
do a qualquer desequilíbrio da geração. Então, usando como os
fluxos do caso base, e encontrando os fluxos pós-contingência
através dos correspondentes fatores de distribuição para cada
uma das oito contingências N – 1, os seguintes índices de orde-
namento são encontrados e descritos na tabela 3.7:
Contingência G3 G4 L1 L2 L3 L4 L5 L6
RI 0,506 0,480 0,417 0,537 0,504 0,499 0,367 0,410
Tabela 3.7: Índices de ordenamento para o exemplo 6.5.
200
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
L1 L2 L3 L4 L5 L6
Caso Sobrecarga
1 2 1 3 1 4 2 5 3 4 4 5
L2 -53 53 0 0 -1447 1506 -553 576 1000 -963 207 204 L3, (L5)
G3 -294 296 -241 245 -965 994 -796 830 -245 248 -492 502 -
L3 -352 359 -1148 1240 0 0 -859 918 -240 243 507 -497 L2
L4 508 -500 -782 818 -1226 1271 0 0 182 -180 -341 345 L3
G4 -153 153 -655 681 -692 705 -653 677 319 -314 -392 399 -
L1 0 0 -680 701 -820 841 -500 513 299 -296 205 -203 -
L6 198 -197 -720 743 -979 1004 -302 310 257 -254 0 0 (L3)
L6 138 -137 -960 -1000-677 695 -362 372 0 0 55 -55 -
Exemplo 3.6
Neste exemplo, todas as contingências, N – 1, do exemplo
3.3 serão analisadas usando o fluxo de carga desacoplado rápido,
com exceção da saída do gerador da barra de folga. Após a pri-
meira iteração completa, e sempre iniciando do estado pré-con-
tingência, a primeira verificação dos problemas é feita usando os
valores aproximados dos fluxos. O processo iterativo continua
se são detectados problemas como mostra a figura 3.4.
Para avaliar a precisão dos resultados encontrados após
apenas uma iteração do fluxo de carga, a tabela 3.9 mostra os
fluxos e as tensões após a primeira iteração e após a conver-
gência final com uma tolerância de erro de 0,1 MVA. São apre-
sentados os resultados das saídas da linha L2 e do gerador G3 e,
ambos os casos, foram necessárias três iterações.
201
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Saída de L 2 Saída de G3
Potências Uma iteração Convergido Uma iteração Convergido
Origem Destino Origem Destino Origem Destino Origem Destino
202
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Elemento Após a Nº de
Primeira Iteração
Desacoplado Convergência Iterações
Baixa tensão nas
G3 L3 sobrecarga 3
barras 1 e 2
Baixa tensão na
G4 2
barra 1
L1 - - 1
L 3 e L5 L 3 e L5
sobrecarregadas sobrecarregadas
Baixa tensão nas Baixa tensão nas
L2 3
barras 1 e 2 barras 1 e 2
G4 no limite G4 no limite
reativo reativo
L2 sobrecarregada
L2 sobrecarregada Tensões críticas
L3 Tensões críticas nas barras 1 e 2 5
nas barras 1 e 2 G3 no limite
reativo
L3 sobrecarregada
L3 sobrecarregada Baixa tensão nas
L4 Baixa tensão nas barras 1 e 2 4
barras 1 e 2 G4 no limite
reativo
L2 próximo do
L5 - 2
limite
L6 L3 no limite L3 no limite 1
Tabela 3.10: Informação fornecida pela análise de contingências do exemplo 3.6.
203
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Exemplo 3.7
Neste exemplo, será encontrado o estado ótimo em relação
aos custos de geração do sistema apresentado na figura 3.10.
S máx
f Sij
Linha Resistência Reatância Susceptância
(MVA) (MVA)
204
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
S máx
f Sij
Linha Resistência Reatância Susceptância
(MVA) (MVA)
−49,99 + 4,4248 / a 50,0 66,3717 / a 0,0 0,0
2
−50,0 −148,9999 0,0 99,0099 0,0
B = 66,3717 / a 0,0 −193,4105 47,0588 80,0
0,0 99,0099 47,0588 − 193,1076 47,0588
0,0 0,0 80,0 47,0588 −127,0388
205
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Q i = Q Gi − Q Di = ∑5j =1 VV i j
Gij sen ( θ i − θ j ) − B ij cos ( θ i − θ j ) i = 1, , 5
onde as variáveis de decisão são PG4, PG5, QG4, QG5, assim
como a potência reativa injetada pelo banco de capacitores QG2 ,
e a relação de transformação do transformador, a, incluída nas
matrizes G e B. Por outro lado, a barra 5 e de folga, θ5 = 0.
• Limites nos dispositivos de controle
• Geração ativa e potência reativa:
500 ≤ PG4 ≤ 1500 -1000 ≤ QG4 ≤ 1000
500 ≤ PG5 ≤ 1500 -1000 ≤ QG5 ≤ 1000
• Banco de capacitores: 0 ≤ QG2 ≤ 200, em pas-
sos discretos de 10 MVAr.
• Relação de transformação do transformador:
0,9 ≤ a ≤ 1,1; com incremento de 0,01 pu.
A natureza discreta do tap do transformador e do banco de
capacitores, considerando a pequena magnitude dos passos em
ambos os casos, é levada em conta arredondando as variáveis
para o valor discreto mais próximo e atualizando o estado do
sistema através da solução de um problema de fluxo de carga.
206
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
• Limites operacionais:
0, 95 ≤ Vi ≤ 1, 05 i = 1, , 5
Sij = Pij2 + Qij2 ≤ Sijmáx i, j = 1, , 5
onde
Pij = Vi Vj Gij cos (θ i − θ j ) + B ij sen (θ i − θ j ) − GijVi 2
Q ij = Vi Vj Gij sen (θ i − θ j ) + B ij cos (θ i − θ j ) + B ij − bijp Vi 2
A solução do FPO anterior leva ao estado mostrado na fi-
gura 3.13.
Figura 3.11: Estado ótimo em relação aos custos de geração da rede de cinco barras.
207
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Exemplo 3.8
O sistema de potência do exemplo 3.3, apresentado na fi-
gura 3.14, está no estado de emergência, onde a linha L3 está
sobrecarregada.
208
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
QD QG
Barra PD (MW) PG (MW) V pu
(MVAr) (MVAr)
1 1.250 500 - - 0,96
2 1.250 500 - - 0,93
3 0 0 1.150 366 1,05
4 0 0 1.100 682 1,04
5 0 0 351 456 1,03
Tabela 3.13: Dados de geração do sistema do exemplo 3.8.
209
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
− 12, 5
250 − 100 − 50 − 100 θ1
− 12, 5 − 100 150 0 0 θ2
=
11, 5 + PG+3 − PG− 3 − 50 0 100 − 50 θ3
−
11, 0 + PG 4 − PG 4 − 100 0 − 50 200 θ4
+
Como o modelo anterior não inclui a operação de barra da
barra de folga, uma equação adicional é necessária no FPO para
incorporar a variável de decisão desse gerador:
(11,5 + PG+3 − PG−3 ) + (11,0 + PG+4 − PG−4 ) + ( 2,5 + PG+5 − PG−5 ) = 25,00
210
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
211
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Exemplo 3.9
Considera-se que o sistema de cinco barras do exemplo 3.8
está no estado apresentado na figura 3.13.
QD QG
Barra PD (MW) PG (MW) V pu
(MVAr) (MVAr)
1 2.500 750 - - 0,95
2 300 100 - - 0,96
3 0 0 1.300 479 1,05
212
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
QD QG
Barra PD (MW) PG (MW) V pu
(MVAr) (MVAr)
4 0 0 1.250 597 1,03
5 0 0 356 299 1,03
Tabela 3.14: Dados de geração do sistema do exemplo 3.9.
10 10 20 P − + 100 100
G4
PG−5
P
D1
P D2
P+ ≥ 0 P- ≥ 0 PD ≥ 0
• Equações de rede: P + ∆P+ - ∆P- = B θ
− 25,00 + PD1 250 − 100 − 50 − 100
θ1
− 3,0 + PD 2 − 100 150 0 0 θ2
=
13,0 + PG+3 − PG−3 − 50 0 100 − 50 θ3
12,5 + PG+4 − PG−4 − 100 0 − 50 200 θ4
e a equação adicional para a geração na barra de folga.
213
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Exemplo 3.10
O sistema do exemplo 3.7 está no estado mostrado na figu-
ra 3.10. Nota-se que as tensões excessivamente baixas nas barras
1 e 2 (0,91 e 0,94 em pu, respectivamente) devem ser corrigidas.
214
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Figura 3.14: Rede de cinco barras do exemplo 3.10 após corrigir os limites de tensão violados.
215
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Exemplo 3.11
Neste exemplo, os problemas de tensão do exemplo 3.7 (fi-
gura 3.10), corrigidos no exemplo 3.10 usando um FPO, serão
corrigidos usando sensibilidade. Inicialmente, as sensibilidades
de tensões problemáticas com relação às ações de controle dis-
poníveis são encontradas usando uma aproximação linear das
equações de potência reativa da barra,
Qi
Iri = = ∑ j Vj [ Gij sen θ ij − B ij cos θ ij ] ≈ ∑ j − BijVj
Vi
onde I r i é a corrente reativa injetada na barra i. a expres-
são anterior pode ser escrita na forma matricial, separando as
barras de geração e demanda:
I BD , D BD ,G V
rD = D
I rG T VG
BD ,G BG ,G
I 116,3616 − 50,0 − 66,3716 0
r1
− 50,0 216 148,9999 0 −99,0099
Ir2
I r 3 −66,3717 0 193,4105 −47,0588
=
I rD BD , D BD ,G V
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
= D
VG
I rG T
BD ,G BG ,G
I 116,3616 − 50,0 − 66,3716 0 0
V1
r1
− 50,0 148,9999 0 −99,0099 0 V2
Ir2
Ir 3 −66,3717 0 193,4105 −47,0588 −80,0 V3
=
Ir 4
0 −99,0099 −47,0588 193,1075 −47,0588 V4
Ir5
0 0 −80,0 −47,0588 127,0388 V5
217
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
218
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
produzindo
V1 0,01302 0,00437 0,00447 57,4115 0,4779
V2 = 0,00437 0,00818 0,00150 0 a = 0,1604 a
V3 0,00447 0,00150 0,00670 − 60,3319 − 0,1479
Como consequência, um incremento de ∆a ≈ 0,086 ≈ 0,09
seria requerido para corrigir V1. Contudo, tal ação reduziria V3
em ∆V3 = -0,013, no extremo oposto do transformador, criando
um novo problema nessa barra.
Nenhuma das ações corretivas possíveis, discutidas antes,
é capaz de corrigir a tensão na barra 1 sem violar outros limi-
tes operacionais. Assim, são necessárias várias ações corretivas.
Neste exemplo, parece razoável conectar o conjunto de banco
de capacitores, desde que V2 seja também baixa. Após esta ação,
as tensões assumem os valores:
[V1 V2 V3] = [0,917 0,958 0,956]
Depois, é necessário escolher entre os dois geradores e o
transformador. Como o gerador G5 tem a maior margem de po-
tência reativa, sua tensão deve ser elevada, V5 = (0,95 – 0,917) /
0,35743 ≈ 0,093, produzindo
[V1 V2 V3] = [0,950 0,969 1,001]
A figura 3.15 mostra o estado final do sistema encontrado
usando um programa de fluxo de carga, após realizar ambas as
ações de controle. Nota-se que os erros de linearização são acei-
táveis e que a maior potência reativa é fornecida pelo banco de
capacitores devido a um maior incremento da tensão V2.
219
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Figura 3.15: Rede de cinco barras do exemplo 3.11. Estado após a correção de problemas de
tensão.
Exemplo 3.12
O sistema do exemplo 3.3 é vulnerável para uma saída da
linha L2 , conectada entre as barras 1 e 3. Neste exemplo, são
necessárias ações corretivas pós-contingência, assim como me-
didas preventivas, que devem ser executadas para que o sistema
se sustente após essa contingência.
As ações de controle são o redespacho da geração no esta-
do pré-contingência ( Ppi e Ppi ), o redespacho da geração no
+ −
contingência (∆Pdi).
Usando o modelo CC para as equações de rede, o FPORS
pode ser formulado como a seguir.
Função objetivo: é realizada uma penalização linear da mu-
dança de geração ($ 10/MW para os geradores 3 e 4, e $ 20/MW
para o gerador 5). A reprogramação da geração pós-contingên-
cia não é penalizada, e uma elevada penalização é dada para o
corte de carga pós-contingência ($ 100/MW).
220
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
+
PP 3 PP−P3+3
P PP 3
−
10 10 20 P + + 10 10 20 −+
Pd 1 −
P 4 + 1000 1000
P 4
10
10 20 PP 4 + 10 10 20
P Pd 2 PP 4 + 10
PP+5
PP−5+
PP 5 PP 5
−
PP+ ≥ 0 PP− ≥ 0 Pd ≥ 0 +
PP ≥ 0 PP ≥ 0 Pd ≥ 0
−
Restrições:
Equações da rede antes da contingência: P + PP+ − PP− = B θ p
PP+ − PP− = B θ p
− 15,0
250 − 100 − 50 − 100 θ p1
− 5,0 − 100 150 0 0 θ p2
=
10,0 + PP+3 − PP−3 − 50 0 100 − 50
θ p3
−
7,5 + PP 4 − PP 4 − 100 0 − 50 200 θ p4
+
e a equação adicional para incluir o gerador da barra de
folga
(10,0 + PP+3 − PP−3 ) + ( 7,5 + PP+4 − PP−4 ) +
(2,5 + PP+5 − PP−3 ) = 20,00
Equações de rede após a contingência: P + PP+ − PP+ + PC+ − PC+
PP+ − PP+ + PC+ − PC+ + Pd = Bc θ c
− 15,0 + Pd 1 θ p1
200 − 100 0 − 100
− 5,0 + Pd 2 − 100 150 0 0 θ p2
=
10,0 + PP+3 − PP−3 + PC+3 − PC−3 0 0 50 − 50
θ p3
−
7,5 + PP 4 − PP 4 + PC 4 − PC 4 − 100 0 − 50 200 θ p4
+ − +
e
(10,0 + PP+3 − PP−3 + PC+3 − PC−3 ) + ( 7,5 + PP+4 − PP−4 + PC+4 − PC−4 ) +
(2,5 + PP+5 − PP−5 + PC+5 − PC−5 ) = 20 − Pd1 − Pd2
Limites de geração
221
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
15,0 10,0 + PP 3 − PP−3 2,5
+
15,0 ≥ 7,5 + PP+4 − PP−4 ≥ 2,5
10,0 2,5 + PP+5 − PP−5 2,5
15,0 10,0 + PP 3 −PP−3 + PC−3 − PC−3 2,5
+
PP−4 + PC+4 − PC−4 ≥ 2,5
15,0 ≥ 7,5 + PP+4 −
10,0 2,5 + PP+5 −
PP−5 + PC−5 − PC−5 2,5
Limites de fluxo de potência: − Pf ≤ Pf = X A θ ≤ P f
mín -1 T mín
222
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Fluxo de carga
Fluxo de carga CA
Barra CC
Pf Pij Pji
L1 1 - 2 -200 -202,1 203,0
L2 1 - 3 - - -
L3 1 - 4 -1000 -997,9 1027,6
L4 2 - 5 -700 -703,0 728,0
L5 3 - 4 450 450,0 -442,7
L6 4 - 5 -300 0334,9 339,1
Tabela 3.15: Dados do fluxo de potência para o exercício 3.12.
Exemplo 3.13
O sistema de cinco barras, mostrado na figura 3.5, é vulne-
rável com a saída da linha L3, conectada entre as barras 1 e 4. O
objetivo deste exemplo é encontrar as ações preventivas usando
fatores de distribuição.
223
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
224
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Sobre os fluxos de potência pós-contingência − Pfmáx ≤ Pf' ≤ Pfmáx
− Pfmáx ≤ Pf' ≤ Pfmáx , onde
Pf' = Pf' 0 + Pf' = Pf 0 + ρ L 3 PfL03 + S 'f Pg
Pf' 0 são os fluxos de potência após a contingência sem
mudanças na geração, e ρL3 são os fatores de distribuição para a
saída da linha L3.
Balanço de potência na rede sem levar em conta as perdas,
necessárias para incluir o gerador da barra de folga,
(10,0 + PP+3 − PP−3 ) + ( 7,5 + PP+4 − PP−4 ) +
(2,5 + PP+5 − PP−5 ) = 20
Limites de geração
15, 0 10, 0 + PP+3 − PP−3 2, 5
15, 0 ≥ 7, 5 + PP 4 − PP 4 ≥ 2, 5
+ −
225
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Estado
Caso base Ações preventivas
Linha pós-contingência
Pf Pij Pji Pf Pij Pji Pf Pij Pji
L1 1 - 2 120 96 -96 -86 -92 -92 -500 -530 541
L2 1 - 3 -724 -699 721 -482 -476 488 -1000 -969 1043
L3 1 - 4 -896 -897 920 -931 -931 955 0 0 0
L 4 2 - 5 -379 -403 414 -586 -592 609 -1000 -1041 1118
L5 3 - 4 275 278 -275 17 11 -11 -501 -543 556
L6 4 - 5 129 105 -105 -164 -193 195 249 194 -192
Tabela 3.16: Tabela de fluxos de potência para o exemplo 3.13.
226
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 3.14
Neste exemplo, deve ser calculado o perfil ótimo de tensão
para minimizar as perdas da transmissão do sistema mostrado
na figura 3.10. A programação da geração é escolhida previa-
mente (PG4 = PG5 = 1.000 MW). Além disso, o gerador G5 as-
sume o desequilíbrio de potência, e o custo de produção inicial
é de $ 21.390/h.
As variáveis de decisão são os pontos de operação dos ge-
radores, do banco de capacitores de 200 MVAr (em 20 passos de
10 MVAr) e da relação de transformação do transformador (em
21 passos com incremento de 0,01 pu).
A função objetivo é a soma das perdas individuais em to-
das as linhas e transformadores:
Pperdas = ∑ i , j −Gij (Vi 2 + Vj2 − 2 Vi Vj cos θ ij )
que é equivalente, neste caso, à potência gerada na barra de
folga, considerando que PG5 = 1000 + Pperdas.
a solução do problema FPO, sujeito às mesmas restrições
do exemplo 3.7, produz o estado mostrado na figura 3.17.
227
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Figura 3.17: Perfil ótimo de tensão para o sistema de cinco barras e dois geradores.
Exemplo 3.15
Considerando-se um sistema simples de duas barras, onde
em cada barra há um gerador e uma carga constante (esta confi-
guração pode representar duas áreas de um sistema). As barras
228
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Figura 3.18: Sistema elétrico de duas barras: a) Não existe limite sobre o fluxo de potência, b)
Existe um limite de fluxo de potência de 40 MW.
229
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Exemplo 3.16
Considerando-se o sistema de três barras mostrado na figu-
ra 3.19. As barras 1 e 2 são barras geradoras, e a barra 3 pode ser
uma carga inelástica (isto é, carga constante com preço elástico
igual a zero em relação ao preço), ou uma carga com preço elás-
tico dado por PD3 = PC3 + PE3. As reatâncias indutivas das linhas
são iguais a x12 = 0,25, x23 = 0,20 e x13 = 0,45; as reatâncias das
linhas são insignificantes.
230
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
231
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
y1 = P1 P2 PE 3 θ 2 θ 3 λ1 λ 2 λ 3 ,
T
q 1 = −α1 −α2 −α3 0 0 0 0 − PC 3
T
Após a substituição, o sistema de equações H1 y1 = q1
produz os seguintes resultados: P1 = 15,0, P2 = 8,9552, PE 3 =
18,9552, θ2 = -1,3775, θ3 = -4,2705, λ1 = 30, λ2 = 30 e λ3 = 30.
O valor da função objetivo minimizada é f = -2.209,3284.
*
232
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
H1 h2
H2 = T
h2 0
T
h2 = 0 0 0 − b23 b23 0 0 0
T
y 2 = P1 P2 PE 3 θ2 θ3 λ1 λ 2 λ3 µ 23
T
q 2 = −α 1 −α 2 −α 3 0 0 0 0 − PC 3 P23máx
Após a substituição, o sistema de equações H2 y2 = q2
produz os seguintes resultados: P1 = 11,3470, P2 = 5,5627,
PE 3 = 11, 9096 , θ2 = -1,1093, θ3 = -3,1096, λ1 = 22,6939, λ2 =
18,9350, λ3 = 30 e µ23 = 14,6122. O valor da função objetivo
minimizada é f = -176,7054.
*
L=
∂ − 177, 4319 + 176, 7054
µ 23 = = 14, 5300
∂ P23
máx
0, 05
que é um valor bastante próximo de µ23 = 14,6122, encon-
trado através do processo de otimização.
233
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Exemplo 3.17
Considerando-se outra vez o mesmo problema do sistema
do exemplo 3.16 e também duas transações bilaterais (1) entre o
gerador 1 e a carga 3: P1,3 = 15; (2) entre o gerador 2 e a carga 3:
P2,3 = 8,9552. Considera-se um limite de fluxo de 10, essa pro-
posta de despacho produz uma congestão na linha (2, 3), como
foi visto no exemplo 3.16.
5, 5100
P̂f = 9, 4900
14, 4652
Se quer redespachar a transação bilateral para aliviar o
congestionamento.
Para fins de ilustração, se considera os seguintes custos c+
= [0,80 1,00]T e c- = [0,80 1,00]T.
Solução encontrada usando um software de PL
A matriz de sensibilidade barra-injeção é a seguinte
234
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
0, 50 −0, 2222
Ŝ = 0, 50 0, 2222
0, 50 0, 7778
O problema de alívio econômico ótimo do congestiona-
mento pode ser formulado através do seguinte PL:
min {f = cT y G y ≤ g}
onde
T
y= P1+ P2+ P1− P2−
c = [0,8 1,0 0,8 1,0]T
g = [4,4900 0,5100 4,4652 0 0 0 0]T
0, 50 −0, 2222 −0, 50 0, 2222
0, 50 0, 2222 −0, 50 −0, 2222
0, 50 0, 7778 −0, 50 −0, 778
G = −1 0 0 0
0 −1 0 0
0 0 −1 0
0 0 0 −1
235
3 O modelo de despacho baseados em fluxo de potência
Exemplo 3.18
Considerando-se o sistema elétrico de três barras e de três
linhas mostrado na figura 3.19, com os seguintes dados Z12 =
0,03 + j 0,3, Z23 = 0,06 + j 0,2, Z13 = 0,06 + j 0,2, P3 = -0,4 e
θ1 = 0.
A matriz de incidência nó-ramo e sua forma reduzida são
−1 0 −1
1 −1 0
A = 1 − 1 0 Aˆ =
0 1 1
0 1 1
A matriz de sensibilidade , dada por X-1 AT B-1 onde
Bˆ = Aˆ X −1 Aˆ T , é a seguinte:
− 3,3333 0 −1
0 1 0 −1 0,7500 0,3750
− 0,5 0,2
Ŝ = 0 − 5,0 0 − 1 1
= − 0,2500 0,3750
0 1 0,2 − 0,4
0 0 − 5,0 0,2500 0,6250
A matriz é
0,0244 0,0122
Mˆ = Sˆ T R f Sˆ =
0,0122 0,0361
As perdas de potência ativa são
PL ≈ Pˆ T Mˆ Pˆ = 0,4 − 0,4 0,0244 0,0122 0,4 = 0,0058
0,0122 0,0361 − 0,4
236
UNIDADE • 04
Análise estática de segurança de
sistemas elétricos de potência
ANÁLISE ESTÁTICA DE SEGURANÇA DE
SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA
241
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
242
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
243
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
244
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
245
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
246
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
247
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
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DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
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4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
250
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
251
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
Sistemas não-redundantes
Esta configuração considera apenas um computador cen-
tral em um sistema central, e corresponde ao sistema SCADA
típico. No sistema central, apenas um computador principal co-
necta o sistema IHM com os sistemas de comunicação e locais.
A figura 4.4 representa esquematicamente esta configuração.
Embora tradicionalmente centrado em um minicomputador,
este sistema pode hoje ser baseado em um microcomputador.
252
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
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4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
254
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
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4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
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DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
257
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
Sistemas abertos
Outra tendência mais recente que tem se verificado na
tecnologia de Centros de Controle aponta para a adoção do
conceito de Sistemas Abertos. Nos SEM tradicionais, tanto o
hardware quanto o software são fornecidos pelo mesmo fabri-
258
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
259
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
Características da EESP
A função da Estimação de Estados em Sistemas de Po-
tência é fornecer uma base de dados em tempo real confiável a
partir de telemedidas redundantes e corrompidas por erros de
várias espécies. Basicamente, o estimador de estados processa
260
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
261
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
262
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
263
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
264
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
265
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
O modelo de medição
Considerando-se um sistema de potência com N barras, no
qual m quantidades são medidas. Supõe-se ainda, que a topologia
e os parâmetros da rede elétrica são conhecidos. Sob estas con-
dições, é possível determinar os fluxos de potência em qualquer
linha de transmissão e/ou a injeção de potência em qualquer bar-
ra, a partir do conhecimento das tensões complexas nas barras
do sistema. Esta é a razão pela qual as tensões complexas nas
barras são chamadas variáveis de estado do sistema de potência.
O conjunto de medidas tomadas ao longo da rede elétrica,
as variáveis de estado do sistema e os erros de medição estão
relacionados através do seguinte modelo de medição:
z = z0 + η (4.4)
onde:
z = vetor das quantidades medidas (isto é, magnitude da
tensão nas barras, injeções de potência ativa e reativa, fluxos de
potência ativa e reativa, corrente, etc.), de ordem (m x 1);
z0 = vetor com os valores verdadeiros das quantidades me-
didas, o qual é função do estado verdadeiro, de ordem (m x 1);
η = vetor aleatório que modela os erros de medição (isto
é, imprecisão de medidores, erros de transformadores de ins-
trumentos, efeitos de conversão analógico-digital A-D, etc.), de
ordem (m x 1).
266
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Observações
Fluxos de corrente nas linhas de transmissão, assim como
injeções de correntes nas barras, podem ser também monitora-
dos. Entretanto esta prática não é usualmente adotada.
Além das medidas efetivas que compõem o conjunto de
medidas tomadas ao longo do sistema, alguns componentes do
vetor das quantidades medidas z podem ser pseudo-medidas,
obtidas por um outro processo diferente de telemedição (estu-
dos de previsão de carga, por exemplo).
O grau de redundância global entre as medidas tomadas na
rede elétrica é definido como:
m m
Redundância: η = = (4.9)
n 2N − 1
Da definição de redundância é possível observar que uma
condição necessária para que o problema de estimação de es-
tados tenha solução é que: m ≥ n, ou ρ ≥ 1,0; naturalmente,
267
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
268
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
269
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
ou seja,
1 T
J( xˆ k + xˆ ) ≈ J( xˆ k ) + g ( xˆ k )T xˆ + xˆ M ( xˆK ) xˆ (4.13)
2
onde
∂ 2 J ( xˆ )
M( x̂ k) =
xˆ = xˆ k (4.14)
∂ ˆ
x 2
é a matriz de segundas derivadas de J( x̂ ) em relação a x̂ k,
chamada matriz Hessiana de J( x̂ ), e
∂ J ( xˆ )T
g( x̂ k) = (4.15)
∂ xˆ xˆ = xˆ k
270
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
271
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
∂ 2 J ( xˆk ) ∂
M ( xˆk ) =
=
∂ xˆ xˆ = xˆk ∂ xˆ
2
(4.23)
− ∂ h( xˆ ) x 2 R−1 x( z − h( xˆ ))
T
ˆ ˆ
∂ r x = xk
Supondo-se que, nas proximidades da solução,
∂ h( xˆ ) ≈ cte = H ( )
x̂ k (4.24)
∂x
M( x̂ k) ≈ - 2 HT ( x̂ k) x R-1 x - H ( ˆx̂ k) = 2 HT ( x̂ k) x R-1 H ( x̂ k) (4.25)
então é possível escrever
M( x̂ k) × ∆ x̂ = – g ( x̂ k) (4.26)
isto é,
2 HT ( x̂ k) x R-1 H ( x̂ k) x ∆ x̂ = 2 x HT ( x̂ k) x R-1 x ∆z (4.27)
e finalmente
HT ( x̂ k) x R-1 x H ( x̂ k) x ∆ = HT ( x̂ k) x R-1 x ∆z (4.28)
A equação (4.28) é conhecida como Equação Normal de
Gauss. O vetor ∆ x̂ é obtido resolvendo-se a equação (4.28).
Então, uma estimativa melhorada para o estado é obtida através
da relação iterativa
x̂ k+1 = x̂ k + ∆ x̂ (4.29)
O processo iterativo é iniciado a partir de uma estimativa
inicial x̂ 0. A cada iteração os incrementos nas variáveis de esta-
do ∆ x̂ são obtidos através da equação
∆ x̂ = [HT ( x̂ k) x R-1 x H ( x̂ k)]-1 x HT ( x̂ k) x R-1 x ∆z (4.30)
até que o critério de parada representado pela equação
(4.31) seja satisfeito
maxi |∆ x̂ | ≤ ε (4.31)
onde ε é uma tolerância pré-estabelecida. Ou seja, o pro-
cesso é encerrado quando a magnitude dos ajustes nas variáveis
de estado for desprezível.
272
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
273
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
274
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
i
p = ∑ k ∈ Ω t ik
(4.42)
qi = ∑ k ∈ Ω u ik (4.42)
onde Ω denota o conjunto de barras diretamente conecta-
das a barra i.
A matriz Jacobiana utilizada no modelo de medição line-
arizado para a Estimação de Estado em Sistemas de Potência
pode ser particionada como
∂ v
0
∂v
∂t ∂t
∂δ r ∂v
∂u ∂u
H =
(4.44)
∂δ r ∂v
∂p ∂p
∂δ r ∂v
∂q ∂q
∂δ r ∂v
onde, v é o vetor da magnitude das tensões nas barras; δr
é o vetor do ângulo das tensões nas barras, t e u são os vetores
das medidas de fluxos de potência ativa e reativa nas linhas
de transmissão, respectivamente; e p e q são os vetores das
medidas de injeções de potência ativa e reativa nas linhas de
transmissão, respectivamente.
Considerando que é computacionalmente vantajoso dividir
as correções na magnitude das tensões no modelo linearizado
(∆vi ) por vi, os elementos da matriz Jacobiana mostrados na
equação (4.44) podem ser expressos, em termos das quantidades
representadas nas equações (4.32) a (4.43), como
275
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
∂ vi
vk = 0, k ≠ i (4.45)
∂ vk
∂ vi
vi = vi (4.46)
∂ vi
∂ tik
= dik, k ≠ i (4.47)
∂δ k
∂ tik
vk = cik, k ≠ i (4.48)
∂ vk
∂ uik
= - cik, k ≠ i (4.49)
∂δ k
∂ uik
vk = dik, k ≠ i (4.50)
∂ vk
∂ tik
= - u ik - vi2 Bii, k ≠ i (4.51)
∂δ i
∂ tik = t + 2 G , k ≠ i
vi vi ii (4.52)
∂ vi
ik
∂ uik
= t ik - vi2 Gii, k ≠ i (4.53)
∂δ i
∂ uik
vi = u ik - vi2 Bii, k ≠ i (4.54)
∂ vi
∂ pi
= dik, k ≠ i e k ∈ Ω (4.55)
∂δ k
∂ pik
vk = cik, k ≠ i e k ∈ Ω (4.56)
∂ vk
∂ qik
= - cik, k ≠ i e k ∈ Ω (4.57)
∂δ k
276
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
∂ qik
vk = dik, k ≠ i e k ∈ Ω (4.58)
∂ vk
∂ pi
= - qi - vi2 Bii, k≠ i (4.59)
∂δ i
∂ pi
vi = pi + vi2 Gii, k≠ i
(4.60)
∂ vi
∂ qi
= pik - vi2 Gii, k≠ i (4.61)
∂δ i
∂ qi
vi = qi - vi2 Bii, k≠ i (4.62)
∂ vi
Aspectos computacionais
As características da equação normal permitem a obtenção
da solução do sistema linear da equação (4.28) pelo método de
Cholesky utilizando, para a ordenação da matriz de informação,
2º método de Tinney (também referido como Algoritmo da Va-
lência Mínima);
A equação normal é resolvida executando-se os seguintes
passos:
1 - Decomposição da matriz de informação A = [HT x R-1
x H] (suposta simétrica e positiva-definida), via método
de Cholesky, em
277
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
A = LT × L (4.63)
2 - Substituição inversa no sistema
LT × y = b (4.64)
para obtenção de y, onde b = HT × R-1 × ∆z;
3 - Substituição direta no sistema
L × ∆z = y (4.65)
para obtenção de ∆x
Desde que a estrutura da matriz de informação não é mo-
dificada durante o processo iterativo, a ordenação e a estrutura
da matriz L podem ser determinadas apenas uma vez, o que im-
plica em melhoria da implementação, já que o método é iterativo
e requer várias soluções da equação normal;
Verifica-se ainda, que nas últimas iterações do processo as
variações nos valores numéricos da matriz H são praticamente
desprezíveis, o que permite manter esta matriz constante durante
algumas iterações e assim reduzir o esforço computacional
necessário para a estimação do vetor de estados.
278
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
279
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
280
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
281
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
L(x, λ) =
1
[z – h(x)]T R-1 [z – h(x)] + λT g(x) (4.76)
2
onde λ é o vetor dos multiplicadores de Lagrange corres-
pondentes às restrições de igualdade;
• Aplicação das condições de otimalidade de primeira or-
dem, a qual resulta no conjunto de equações não lineares
=
G(x) 0 λ
H ( x ) R [ z − h( x )]
T −1
g ( x )
(4.82)
282
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
283
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
284
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
r = z – ẑ (4.83)
onde z é o vetor das quantidades medidas e é o vetor dos
valores estimados para as quantidades medidas.
A análise da equação (4.83) mostra que os resíduos repre-
sentam as diferenças entre as medidas reais e os valores esti-
mados para as quantidades medidas. Estas diferenças podem
ser vistas como os valores que o modelo de medição não pode
explicar. Considerando-se que:
• A topologia da rede é conhecida perfeitamente;
• Os parâmetros da rede são conhecidos;
então r pode ser considerado como uma estimativa para o
vetor dos erros de medição.
Quando se formula o modelo de medição, fazem-se certas
suposições a respeito de suas médias e variâncias. Na ausência de
erros grosseiros, os resíduos, ou certas funções dos resíduos, ten-
derão a confirmar estas suposições. Por outro lado, se os resíduos
violarem tais suposições, pode-se inferir que medidas com erros
grosseiros foram processadas. Além disso, o exame individual
dos resíduos deve possibilitar a identificação da medida espúria.
Para que se possa utilizar os métodos de detecção e iden-
tificação de erros grosseiros a serem apresentados, é necessário
que se empregue os valores dos resíduos e da matriz Jacobiana
da última iteração antes da convergência. Isto pode ser compre-
endido considerando-se inicialmente o modelo de medição
z = h(x) + η (4.84)
E(η) = 0 E(ηηT ) = R (4.85)
Expandindo-se h(x) em série de Taylor até o termo de pri-
meira ordem, em torno do ponto xk e ao longo da direção ∆x =
x – xk, obtém-se
∂ h( x )
h (x k + x ) = h (x k ) + x x (4.86)
∂ ( x ) x = xk
285
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
286
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
287
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
Teste de hipóteses
Para estabelecer um procedimento de detecção baseado em
testes estatísticos, considera-se as seguintes definições:
• Hipótese Estatística: conjectura acerca da distribuição
de uma ou mais variáveis aleatórias;
• Hipótese Básica (null hypothesis), H0: hipótese principal;
• Hipótese alternativa, H1: complemento da hipótese bá-
sica H0, isto é, quando H0 é falsa, H1 é verdadeira e
vice-versa;
• Teste de Hipótese: procedimento para decidir se a hi-
pótese H0 deve ser aceita ou rejeitada.
A teoria do Teste de Hipóteses define dois tipos de erros:
• Erro do tipo I: rejeição da hipótese básica H0 quando
ela é verdadeira;
• Erro do tipo II: aceitação da hipótese básica H0 quando
ela é falsa;
A Probabilidade de Falso Alarme, α: probabilidade de que
ocorra um erro do tipo I (α = nível de significância). De forma
semelhante, β é definida como a probabilidade de que ocorra
um erro do tipo II.
A quantidade 1 - β representa a probabilidade de que a
hipótese básica H0 seja rejeitada quando ela é falsa. Esta quanti-
dade é chamada função potência do teste.
No teste de hipóteses a preocupação principal é se fazer
tanto a probabilidade de falso alarme α quanto a função de po-
tência do teste β tão pequenas quanto possível. O procedimento
usual é se fixar α em um valor baixo (entre 0,01 e 0,1, por exem-
plo) e então achar um teste que maximize a função de potência
(1 - β) uniformemente sobre todas as hipóteses alternativas (tes-
tes uniformemente mais poderosos).
288
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
289
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
290
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
J ( xˆ ) − ( m − n )
(4.94)
2 x( m − n)
tem uma distribuição normal e pode substituir a distribui-
ção do χ2 na especificação do nível de K. Em termos analíticos
K é expresso como
K − (m − n)
Φ= = 1 − α0
2 x ( m − n ) (4.95)
onde Φ é a distribuição normal cumulativa padrão.
n x 2,995 x 2,990 x 2,975 x 2,995 x 2,950 x 2,900 x 2,750 x 2,500 x 2,250 x 2,050
1 7,88 6,63 5,02 3,84 2,71 1,32 0,455 0,102 0,0158 0,0039
2 10,6 9,21 7,38 5,99 4,61 2,77 1,39 0,575 0,211 0,103
3 12,8 11,3 9,35 7,81 6,25 4,11 2,37 1,21 0,584 0,352
4 14,9 13,3 11,1 9,49 7,78 5,39 3,36 1,92 1,06 0,711
5 16,7 15,1 12,8 11,1 9,24 6,63 4,35 2,67 1,61 1,15
6 18,5 16,8 14,4 12,3 10,6 7,84 5,35 3,45 2,20 1,64
7 20,3 18,5 16,0 14,1 12,0 9,04 6,35 4,25 2,83 2,17
8 22,0 20,1 17,5 15,5 13,4 10,2 7,34 5,07 3,49 2,73
9 23,6 21,7 19,0 16,9 14,7 11,4 8,34 5,90 4,17 3,33
10 25,2 23,2 20,5 18,3 16,0 12,5 9,34 6,74 4,87 3,94
11 26,8 24,7 21,9 19,7 17,3 13,7 10,3 7,58 5,58 4,57
12 28,3 26,2 23,3 21,0 18,5 14,8 11,3 8,44 6,30 5,23
13 29,8 27,7 24,7 22,4 19,8 16,0 12,3 9,30 7,04 5,89
14 31,3 29,1 26,1 23,7 21,1 17,1 13,3 10,2 7,79 6,57
15 32,8 30,6 27,5 25,0 22,3 18,2 14,3 11,0 8,55 7,26
16 34,3 32,0 28,8 26,3 23,5 19,4 15,3 11,9 9,31 7,96
17 35,7 33,4 30,2 27,6 24,8 20,5 16,3 12,8 10,1 8,67
18 37,2 34,8 31,5 28,9 26,0 21,6 17,3 13,7 10,9 9,39
291
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
n x 2,995 x 2,990 x 2,975 x 2,995 x 2,950 x 2,900 x 2,750 x 2,500 x 2,250 x 2,050
19 38,6 36,2 32,9 30,1 27,2 22,7 18,3 14,6 11,7 10,1
20 40,0 37,6 34,2 31,4 28,4 23,8 19,3 15,5 12,4 10,9
21 41,4 38,9 35,5 32,7 29,6 24,9 20,3 16,3 13,2 11,6
22 42,8 40,3 36,8 33,9 30,9 26,0 21,3 17,2 14,0 12,3
23 44,2 41,6 38,1 35,2 32,0 27,1 22,3 18,1 14,8 13,1
24 45,6 43,0 39,4 36,4 33,2 28,2 23,3 19,0 15,7 13,8
25 46,9 44,3 40,6 37,7 34,4 29,3 24,3 19,9 16,5 14,6
26 48,3 45,6 41,9 38,9 35,6 30,4 25,3 20,8 17,3 15,4
27 42,8 40,3 36,8 33,9 30,9 26,0 21,3 17,2 14,0 12,3
28 44,2 41,6 38,1 35,2 32,0 27,1 22,3 18,1 14,8 13,1
29 52,3 49,6 45,7 42,6 39,1 33,7 28,3 23,6 19,8 17,7
30 53,7 50,9 47,0 43,8 40,3 34,8 29,3 24,5 20,6 18,5
40 66,8 63,7 59,3 55,8 51,8 45,6 39,3 33,7 29,1 26,5
50 79,5 76,2 71,4 67,5 63,2 56,3 49,3 42,9 37,7 34,8
60 92,0 88,4 83,3 79,1 74,4 67,0 59,3 52,3 46,5 43,2
70 104,2 100,4 95,0 90,5 85,5 77,6 69,3 61,7 55,3 51,7
80 116,3 112,3 106,6 101,9 96,6 88,1 79,3 71,1 64,3 60,4
90 128,3 124,1 118,1 113,1 107,6 98,6 89,3 80,6 73,3 69,1
100 140,2 135,8 129,6 124,3 118,5 109,1 99,3 90,1 82,4 77,9
Tabela 4.1: Valores percentis para a distribuição qui-quadrada.
Algoritmo
O teste de detecção de medidas portadoras de erro grossei-
ro pode, portanto, ser resumido nos seguintes passos:
• Cálculo da soma ponderada do quadrado dos resíduos
J( x̂ ) após cada estimativa do vetor de estados;
292
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
293
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
294
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
295
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
296
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Observações
Uma das dificuldades inerentes ao processo de identifica-
ção de erros grosseiros baseados na busca do máximo resíduo
normalizado é o esforço computacional requerido no cálculo
da variância dos resíduos. Apesar de que apenas os elementos
diagonais da matriz W são necessários, é indispensável que se
execute a inversão explícita de uma matriz, conforme mostrado
na equação (4.104). Vários métodos têm sido propostos na lite-
ratura para reduzir o número de operações requeridas, dentre as
quais um dos mais utilizados é o algoritmo para a determinação
da matriz esparsa-inversa, no qual apenas os elementos da ma-
triz de covariância dos erros de estimação Cx que correspondem
aos não-zeros de (HFT ) precisam ser calculados.
A matriz (HTR-1F) tem acentuada tendência a problemas
de condicionamento numérico, o que pode resultar em valores
negativos para as variâncias e, portanto, em uma impossibilida-
de teórica.
297
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
Base teórica
Considera-se a existência de apenas uma medida com erro
grosseiro em um conjunto de medidas. Tal medida pode ser ex-
pressa como
298
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
299
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
300
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
σ −2
zkrec = zke × rk e (4.123)
w kk
ou, em termos do resíduo normalizado,
−2
e σ
zk = zk
rec
× rNke (4.124)
w kk
onde zkrec é o valor da medida recuperada.
301
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
∑ m
i =1 wki σ i−2 zie = rke
(4.128)
e, portanto
rrec = 0 (4.130)
Conclui-se, portanto, que a geração de uma pseudomedi-
da pela subtração do erro grosseiro da medida espúria afeta a
soma ponderada do quadrado dos resíduos no sentido de eli-
minar desta quantidade a contribuição da medida originalmen-
te incorreta.
302
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
βˆ k σk
bˆk = = × rNk
σk Wkk (4.131)
A partir dessas considerações, é possível propor o seguinte
algoritmo, que na realidade se presta tanto à detecção quanto à
identificação de erros grosseiros.
algortimo
1 - Estimar os estados e calcular os resíduos normalizados
rNk para todas as medidas correntemente disponíveis ao
estimador;
2 - Seja i a medida com a maior magnitude de resíduo nor-
malizado. Calcular b̂i, a partir da equação (4.124);
3 - Se b̂i ≤ λ, a medida k é considerada válida, concluindo-
se em consequência que não há erro grosseiro entre as
medidas consideradas no passo 1. Se b̂i > λ, a medida
i é considerada portadora de erro grosseiro. Prosseguir
com a etapa 4.
4 - Eliminar a medida i do plano de medição e retornar ao
passo 1.
303
4 Análise estática de segurança de sistemas elétricos de potência
EXEMPLOS
Exemplo 4.1
Considera-se o sistema de 4 barras e o plano de medição
representados na figura 4.8. O modelo de medição linear corres-
pondente é dado por:
z − y12 0 0
η
t 12 t 12
y 0 0
zt 21 12
η t 21
zt 31 0 y31 0
η t 31
zt 43 = 0 − y y
δ + η t 43
34 34
z p1 − y − y 0
η p1
z
12 13
η p2
p 2 y12 + y23 + y124 − y23 − y24
zp4 − y − y y + y η p4
24 34 34 24
A matriz de covariância dos erros de estimação é dada por
R = diag {σ 2t12 , σ 2t21, σ 2t31, σ 2t43, σ 2p1, σ 2p2 , σ 2p4}
Onde os são as variâncias das medidas de fluxo de
potência ativa e os são as variâncias das medidas de injeção de
potência ativa.
304
UNIDADE • 05
Desregulamentação e novos mercados
de energia.
DESREGULAMENTAÇÃO E NOVOS MERCADOS
DE ENERGIA
Coordenação hidrotérmica
Introdução
O despacho econômico hidrotérmico visa determinar
as participações das gerações de origem hidráulica e de origem
térmica no atendimento da demanda. O problema é complexo
porque depende do grau de dificuldade em se prever as aflu-
ências naturais aos reservatórios, do maior ou menor grau de
armazenamento de água nos mesmos, etc. Em geral, a partici-
pação térmica é determinada de modo a propiciar o uso mais ra-
cional possível da água dentro do contexto de incertezas quanto
às afluências futuras, de modo a, por um lado, minimizar o risco
de déficit de geração de energia, e por outro, reduzir o desperdí-
cio de energia hidráulica implicado por vertimento de volumes
de água turbináveis.
Para melhor tratar as incertezas associadas às afluên-
cias aos reservatórios e ao crescimento da carga, o problema
da programação da operação de sistemas hidrotérmicos é em
geral abordado em horizontes de tempo distintos, em que metas
estabelecidas em um dado horizonte de tempo devem ser cum-
pridas no horizonte de menor prazo seguinte. Quanto maior o
horizonte de planejamento, tanto menos detalhada e mais incer-
ta é a programação. Os horizontes usuais de planejamento da
operação são:
• Programação de longo prazo: considera horizonte de
5 anos com discretização mensal para determinar as
participações de geração hidráulica e térmica e inter-
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
310
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
311
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
312
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Figura 5.2: Variação do valor marginal da água com a tendência hidrológica e o nível de
armazenamento dos reservatórios.
313
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
314
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
(5.1)
As potências geradas e da carga para cada intervalo de
tempo j serão designadas por PHj, P Tj e PLj.
No problema de programação hidrotérmica com restri-
ção de energia, considera-se que a UHE tem capacidade sufi-
ciente para alimentar a carga por um período limitado de tem-
po, mas a energia de origem hidráulica disponível é insuficiente
para alimentar a carga durante todo o horizonte de tempo. Isto
é, embora
(5.2)
tem-se que:
(5.3)
O objetivo da programação de energia é usar toda a energia
hidráulica disponível durante o horizonte de tempo de modo a
minimizar o custo de funcionamento das térmicas. Da restrição
de energia (5.3), vê-se que a energia E a ser gerada pela térmica
durante o horizonte de tempo deve ser dada por
(5.4)
Além disso, não se exige que a térmica funcione durante
todo o horizonte de tempo Tmax. Seja NT o número de intervalos
de operação da térmica. Então
(5.5)
e
(5.6)
O problema de coordenação hidrotérmica com restrição de
energia pode então ser formulado como:
315
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
s.a. (5.7)
onde
(5.8)
e F T(P T ) representa o custo total de geração térmica ao lon-
go de todo o horizonte de tempo. A função Lagrangeana corres-
pondente ao problema (5.7) é:
(5.9)
Uma condição de otimalidade para o problema (5.7) é:
(5.10)
Como a é constante, a condição (5.10) implica que a UTE
deve operar a um custo incremental constante durante todo o
período de tempo em que está em operação. Dada a natureza
monotônica da Função F(P T,k) isto significa que a potência gera-
da pela UTE deve ser constante ao longo de todo o seu intervalo
de funcionamento.
Seja então este valor ótimo constante da geração térmica,
isto é,
(5.11)
Da condição (5.5), tem-se que
(5.12)
e portanto
(5.13)
316
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
(5.14)
Ao se supor que a função de custo de produção da térmica
pode ser aproximada por uma função quadrática do tipo
(5.15)
vê-se que a equação (5.14) assume a forma
(5.16)
ou ainda, usando a expressão de T T em termos de dada
pela equação (5.13),
(5.17)
observa-se que, essencialmente, os passos deste a equação
(5.10) até (5.17) correspondem à interpretação da restrição (5.5)
e a avaliação do impacto desta interpretação sobre a função-ob-
jetivo do problema (5.7). O problema portanto se reduz à solu-
ção do seguinte problema de otimização irrestrito:
(5.18)
(5.19)
ou
(5.20)
317
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
318
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
s.a.
(5.21)
319
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
(5.22)
onde
(5.23)
lj, j = 1, ..., jmax são os multiplicadores de Lagrange
associados às restrições de balanço de potência em cada intervalo
de tempo, e g é o multiplicador de Lagrange (escalar) associado
à restrição de volume.
Nota-se que a restrição de volume é uma só, mas envol-
ve as potências geradas na UHE em cada intervalo de tempo
j. Pelo fato de perpassar todos os intervalos do horizonte de
tempo estudado, este tipo de restrição é chamado de restrição
intertemporal.
As condições necessárias para a solução ótima do pro-
blema (5.21) em um dado intervalo k são:
(5.24)
e
(5.25)
320
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
(5.26)
(5.27)
As equações (5.26) e (5.27) são chamadas equações de
coordenação hidrotérmica.
(5.30)
(5.31)
Supondo adicionalmente que a função q(PH ) pode ser
aproximada como
(5.32)
321
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
(5.34)
Comparando agora as equações (5.31) e (5.34) e levando em
conta que H e q desempenham um papel similar como funções
que traduzem a taxa de entrada de energia para a UTE e para a
UHE, respectivamente, pode-se concluir que a variável g, me-
dida em $/dam3, deve ter um papel análogo a f, em $/MBtu. Em
outras palavras, g está para a UHE assim como f está para a
UTE. A variável g é o valor marginal da água. Considerando
dois valores de volume d’água disponível para ser turbinado por
uma UHE sob as mesmas condições, Vtot1 e Vtot2 , Vtot1 > Vtot2 ,
322
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Algoritmo da iteração l – g
O método clássico para solução do problema de coor-
denação hidrotérmica é baseado no chamado algoritmo da ite-
ração l - g. Ele consiste de três laços: o mais interno é um
laço iterativo que ajusta os multiplicadores de Lagrange li para
obter uma solução das equações de coordenação hidrotérmica
e da equação de balanço de potência. O laço intermediário me-
ramente incrementa os intervalos de tempo até esgotar o ho-
rizonte de tempo de estudo. Finalmente, o laço mais externo
ajusta iterativamente o multiplicador de Lagrange da restrição
de volume, g, até que esta restrição seja cumprida. O algoritmo
é descrito abaixo. As tolerâncias e1 e e2 são números positivos
de valor suficientemente pequeno para verificar o cumprimento
das restrições de balanço de carga e de máximo volume a ser
turbinado.
323
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
324
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
325
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
s.a. (5.35)
326
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
onde
F(P Ti) = custo da unidade térmica no intervalo i, em $/h;
P T = vetor N x 1 das potências térmicas geradas nos N intervalos;
PH = vetor N x 1 das potências hidráulicas geradas nos N
intervalos;
q(PH ) = vetor N x 1 das vazões turbinadas nos N intervalos;
PL = vetor N x 1 das cargas elétricas nos N intervalos;
l (P T, PH ) = vetor N x 1 das perdas de transmissão nos N
intervalos;
327
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
(5.37)
ou, definindo-se apropriadamente as matrizes Ft e Fh e os veto-
res , s e Plim:
(5.37)
Consequentemente, a função Lagrangeana torna-se:
(5.39)
As condições de otimalidade de primeira ordem são:
(5.40)
onde e é um vetor coluna de dimensões apropriadas cujos ele-
mentos são iguais à unidade.
e
328
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
(5.41)
Além disso, é conveniente também definir
(5.42)
Equações do Método de Newton: as equações do méto-
do de Newton para gerar uma direção de busca dada por:
(5.43)
são obtidas da equação:
(5.44)
onde é a matriz Hessiana de L e o expoente k indica
valores das variáveis em um dado ponto de operação.
(5.45)
e
329
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
(5.46)
• Segunda linha
(5.47)
Os demais elementos desta linha são dados por
(5.48)
• Terceira linha
(5.49)
• Quarta linha
(5.50)
• Quinta linha
(5.51)
• Sexta linha
(5.52)
330
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
(5.53)
(5.55)
(5.56)
Observações:
331
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
(5.57)
Consequentemente, o vetor de incógnitas u será reorde-
nado como:
(5.58)
Nota-se que o multiplicador de Lagrange g ocupa a úl-
tima posição em x por ser a única variável que não varia com o
tempo. As equações são também reordenadas na forma:
(5.59)
332
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
(5.60)
onde as matrizes M i, i = 1. ..., N, têm estrutura similar à da ma-
triz de um problema de FPO convencional, e envolve apenas va-
riáveis do intervalo i, isto é, as variáveis do subvetor xi. O vetor
r na equação (5.60), por outro lado, depende da matriz Qh defi-
nida em (5.41). Observa-se que, não fosse pela presença de r, os
N problemas de FPO expressos pelas matrizes M i, um para cada
intervalo de tempo, seriam totalmente desacoplados. Em outras
palavras, a presença da restrição de volume é a única razão pela
qual a solução para o problema expresso pela equação (5.60) não
pode ser obtida resolvendo-se N FPOs independentes.
333
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
334
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
sujeito a:
(5.62)
As seguintes observações se aplicam à formulação do
problema (5.62):
• A restrição de balanço hídrico na forma acima apresen-
tada é uma versão mais detalhada da restrição de volu-
me do problema (5.21). No caso acima, o volume inicial
V0 deve ser especificado. Se, além disso, o volume final
também for estritamente especificado, ambas as restri-
ções são essencialmente equivalentes, com a diferença
de que, no problema (5.62), é possível levar em conta
limites especificados sobre cada Vjmax intermediário;
• A última restrição apresentada na formulação do pro-
blema (5.62) é necessária para modelar corretamente os
vertimentos, que não podem obviamente ser negativos.
A função Lagrangeana relativa ao problema (5.62) é
dada por:
(5.63)
335
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
(5.64)
Além destes, ainda existem as condições de factibilidade
primal e de folga complementar.
Se nenhum limite de volume é atingido para nenhum
dos jmax intervalos de tempo, então as condições de folga com-
plementar garantem que
(5.65)
Nestas condições, a terceira das equações (5.64) fornece
γj = γj+1 , j = 1 , ..., jmax-1
Conclui-se, portanto, que o valor da água g será cons-
tante ao longo de todo o horizonte de tempo exceto se o limite
de volume for atingido para algum intervalo de tempo. Nota-se
que esta conclusão se aplica independentemente de os limites de
geração serem ou não atingidos.
Supõe-se agora que o limite superior de volume tenha
sido atingido no intervalo k apenas, sem que isto ocorra no in-
tervalo k + 1. Isto significa que no intervalo k há abundância de
água no reservatório. Neste caso, a terceira das equações (5.64)
fornece:
336
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
(5.67)
Como o multiplicador de Lagrange é positivo, isto
significa que . Esta conclusão pode ser interpretada
como: a oferta de água é maior no intervalo k, seu valor é me-
nor do que no intervalo seguinte, onde por hipótese o limite
de volume não é atingido. Uma conclusão análoga poderia ser
extraída para o caso em que o limite mínimo é atingido para um
dado intervalo k.
337
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
Reservatórios em cascata
Considera-se a figura 5.6, que ilustra a situação de três
reservatórios em uma mesma bacia, em que o reservatório i está
338
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
(5.68)
onde o índice i está associado a um dado reservatório, o índice
j representa o intervalo de tempo em questão e a notação para
as demais variáveis é a mesma das seções anteriores. Além
disso:
Wi = conjunto de usinas imediatamente a montante da usina i, e
wl = tempo de atraso para a água defluente da usina l alcançar
o reservatório da usina i.
339
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
(5.70)
onde:
= polinômio que relaciona a altura a montante com o
volume armazenado para o reservatório i no intervalo j;
= polinômio que relaciona a altura a jusante com
a vazão defluente para o reservatório i no intervalo j;
pci = perda de carga devida ao atrito da água no conduto força-
do da usina i.
340
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
(5.71)
(5.73)
O problema de otimização (5.74) a seguir apresenta a
formulação da programação hidrotérmica de curto prazo no
caso em que a meta hidráulica é expressa na forma de volume
mínimo ao final do horizonte de curto prazo. Esta meta é inclu-
ída na função objetivo como uma penalidade sobre o volume ao
final do horizonte, indicada na forma genérica como FMV (Vjmáx ).
As restrições do problema incluem as condições de ope-
ração das variáveis hidráulicas, da geração térmica e dos flu-
xos nas linhas em cada intervalo de despacho, representados
por f em (5.73). Observa-se que a restrição de conservação da
341
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
s.a:
• Equação de balanço de potência com representação da
rede no intervalo j
• Restrições de limites:
(5.74)
• Equações de balanço hídrico para todos os intervalos
de tempo
As potências geradas pelas UHEs necessárias para os cál-
culos de balanço de potência devem ser calculadas pela equação
(5.70), para i = 1, ..., nH e j = 1, ..., jmax
342
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
343
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
Figura 5.8: Custo futuro como uma função linear por partes.
(5.75)
344
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
onde:
Vl ,j = volume do reservatório l ao final do estágio j;
aj (Vj) =Custo total esperado de operação desde o final do es-
tágio j até o final do horizonte total de estudo;
nC = número de segmentos lineares da FCF;
= coeficiente de corte k, associado ao volume da usina l
no intervalo j;
= termo constante associado ao corte k no intervalo j;
345
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
função de custo futuro é dada por uma curva linear por partes.
Devem ser adicionadas as restrições do custo futuro, definidas
no problema (7.75), às restrições do problema
mín F T(PV )+a
s.a:
• Equação de balanço de potência com representação da
rede no intervalo j
• Restrições de limites:
346
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
EXEMPLOS
Exemplo 5.1
Uma UHE e uma UTE devem alimentar uma carga
constante de 90 MW por uma semana (168 horas). As caracterís-
ticas das unidades são:
UHE
UTE
Tabela 5.1: Dados das unidades geradoras.
Solução:
A energia solicitada pela carga durante a semana é
90 MW x 168 h = 15.120 MWh
Logo,
E = 15.120 – 10.000 = 5.120 MWh
A geração térmica ótima pode ser obtida diretamente de
H(P T ), já que o que diferencia esta função de F(P T ) é um fator
constante. Resultando que:
347
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
Exemplo 5.2
Supõe-se agora que o limite de energia para a UHE do
exemplo 5.1 é expresso em termos do volume d’água pelo qual o
reservatório da usina pode ser deplecionado durante a semana.
(Na prática, este volume seria estabelecido pela programação
da operação a médio prazo). Supondo que o máximo deplecio-
namento admissível é de 25.000 dam3 para a semana e que os
demais dados do exemplo 5.1 não sofrem alteração, por quanto
tempo a térmica deveria funcionar?
Solução:
No exemplo 5.1 já foi determinado que a UTE deve ge-
rar 50 MW, independentemente do valor de E. Consequente-
mente, a UHE deverá gerar os restantes 40 MW no período em
que a térmica estiver em operação. A vazão neste caso será:
q1 = 300 + 15 x 40 = 900 dam3/h
e o deplecionamento correspondente será V1 = 900 x T T.
Quando apenas a UHE estiver operando, estas quantidades
serão
q2 = 300 + 15 x 90 = 1.650 dam3/h
V2 = 1650 x (168 – T T )
Como (V1 + V2) está limitado pela meta de médio prazo,
tem-se que
V1 + V2 = 900 x T T + 1650 × (168 – T T ) = 25.000
Resolvendo para T T, se obtém
T T = 36,27 h
Exemplo 5.3
Uma carga deve ser alimentada durante 24 horas por
uma UHE e uma UTE cujas características são:
348
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
UHE
UTE
Tabela 5.2: Dados das unidades geradoras.
Solução:
Determine os despachos da UHE e da UTE ao longo do
período, bem como os custos marginais de energia do sistema e
custos marginais da água.
Dos dados do problema, vê-se que h1 = h2= 12 h. Como
as perdas são desprezadas, portanto
349
5 Desregulamentação e novos mercados de energia
e consequentemente
PH,1 = 1200 – P T = 622,1 MW
PH,2 = 1500 – P T = 922,1 MW
Os multiplicadores de Lagrange das equações de balan-
ço de energia podem ser calculados da equação (5.30) como
e portanto .
Exemplo 5.4
Reconsidere o exemplo 5.3 agora supondo que a UHE
está localizada a uma certa distância da carga, de modo que as
perdas de transmissão são significativas e dependem apenas de
PH, sendo dadas por
Solução:
A aplicação do algoritmo de iteração l - g fornece os
seguintes resultados:
350
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
351
UNIDADE • 06
O despacho no contexto dos
novos mercados de energia
O DESPACHO NO CONTEXTO DOS NOVOS
MERCADOS DE ENERGIA
Este capítulo está dividido em duas partes. Na primeira
parte, considera-se que o sistema elétrico é gerenciado por um
operador central com informações dos dados econômicos e téc-
nicos das unidades geradoras, das demandas e da rede, sendo,
assim uma operação centralizada, sem competição.
Na segunda parte, considera-se que o sistema é operado
dentro de um ambiente de mercados, onde os produtores com-
petem entre si para fornecerem energia aos consumidores, os
quais podem ter um comportamento de demanda variável.
Nas duas partes considera-se uma operação em curto pra-
zo, com um horizonte de tempo de alguns minutos até uma
semana. Esses problemas de operação geralmente são formula-
dos como problemas de otimização restritos e podem ser solu-
cionados usando ferramentas computacionais como GAMS ou
Matlab, as quais facilitam trabalhar com a modelagem sem se
preocupar com os problemas técnicos associados com os algo-
ritmos de resolução. Essas ferramentas computacionais ofere-
cem o benefício de usar subprogramas de resolução avançados,
como o CPLEX para resolver problemas de programação linear
inteiro-mistos, ou MINOS para resolver problemas de progra-
mação não linear.
Despacho econômico
O problema do despacho econômico (DE) consiste em alo-
car a demanda total entre as unidades geradoras de tal forma
que os custos de produção sejam minimizados. Cada unidade
geradora tem um custo de produção distinto, o qual depende da
355
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
356
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Figura 6.1: Exemplo de função de custo: a) quadrática convexa e b) linear por partes.
357
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
L ( PG , λ ) = I C i ( PGi ) − λ = 0; i = 1, , n
∂
∂ PGi (6.5)
L ( PG , λ )358
∂
= −∑in=1 PGi + PDtotal = 0
∂λ
L ( PG , λ ) = I C i ( PGi ) − λ = 0; i = 1, , n
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
∂
∂ PGi
L ( PG , λ ) = − ∑in=1 PGi + PDtotal = 0
∂
∂λ (6.6)
onde a função ICi (PGi) é o custo incremental da unidade i,
dCi ( PGi )
IC i ( PGi ) = (6.7)
dPGi
O resultado da equação (6.5) implica que, no DE, todas as
unidades devem operar com um mesmo custo incremental igual
ao multiplicador de Lagrange l. É interessante observar que o
custo incremental comum l coincide com o custo marginal do
sistema, isto é, com a sensibilidade do custo total em relação à
demanda do sistema.
dC ( PG )
λ
dPDtotal (6.8)
A equação (6.8) é obtida considerando que existe uma so-
lução ótima que satisfaz as condições ótimas necessárias das
equações (6.5) e (6.6). Se a demanda do sistema muda em uma
pequena quantidade, , os níveis ótimos de geração correspon-
dentes devem mudar também, de tal forma que
∑ i =1 dPGi = dPDtotal (6.9)
n
359
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
a = [a 1 , ,a n ] T
b = [ b1 , , bn ] T
(6.12)
e = [1, ,1 ]
T
PG = [ PG1 , , PGn ]
T
360
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
361
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
L ( PD , PG , λ ) = I U j ( PDj ) − λ = 0; j = 1, , m (6.28)
∂
∂ PDj
L ( PD , PG , λ ) = - I C j ( PGi ) + λ = 0; i = 1, , n
∂
∂ PGi 362
L ( PD , PG , λ ) = ∑in=1 PGi − ∑mj =1 PDj = 0
∂
∂ L ( PD , PG , λ ) = I U j ( PDj ) − λ = 0; j = 1, , m
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
∂ PDj L ( PD , PG , λ ) = I U j ( PDj ) − λ = 0; j = 1, , m
∂
∂ PDj
∂ L ( PD , PG , λ ) = - I C j ( PGi ) + λ = 0; i = 1, , n (6.29)
∂ PGi L ( PD , PG , λ ) = - I C j ( PGi ) + λ = 0; i = 1, , n
∂
∂ λ L ( PD , PG , λ ) = ∑i =1 PGi − ∑j =1 PDj = 0
∂
(6.30)
∂λ
onde as funções I Uj (PDj) são o benefício crescente ou a
função de benefício dada por
dU j ( PDj )
I U j ( PDj ) =
dPDj (6.31)
Esse resultado implica que todas as unidades geradoras de-
vem operar com custos incrementais iguais e que todas as de-
mandas operam com benefícios marginais iguais (condições das
equações 6.28 e 6.29). Além disso, o custo incremental unitário
deve ser igual ao custo incremental do benefício.
O exemplo 6.2 mostra um modelo de despacho econômico
com demandas elásticas.
363
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
∂∂λλ (6.34)
Incluindo as condições de folga complementar das variáveis,
µ
máx
µ imáx ≤ 000 se
máx ≤
≤ se P
PGiGi = =PPGiGimáx
P máx (6.35)
máx
0 Gi =
Gi = PGi
µ iiimáx ≤ se
se P
P Gi máx
µ
máx
µ iimáx = 00 se
máx = 0
máx = se P
PGiGi < <P
< PGiGimáx
P
máx
máx (6.36)
µ imín = 0 se PGi < PGimín
i se PGi Gi máx
µ imín
µ ≥ 000 se
mín ≥
≥ se P
PGiGi = =PPGiGimín
P mín
0 Gi = mín (6.37)
Gi = PGi
µ iiimín ≥ se
se P
P Gi
mín
µ imín
mín = 0 0 se >PPGimínmín
>P
se P
PGi >
µ = 00 se
µ iiimín = PGiGiGi >
se P
mín
= PGiGiGimín (6.38)
Se os limites são impostos, como neste caso, a condição
de igualdade dos custos marginais já não é mais válida, sendo
substituída pelo seguinte critério, que é derivado das equações
Cii (( P
(6.33) até (6.38): II C PGiGi )) =
=λλ+
+µ mín
µiimín ≥λ
≥ λ se
se P =P
PGiGi = PGiGimín
mín
I Cii (( P
PGiGi )) =
=λλ se PGiGimín
se mín
P
mín
<P PGi < PGimáx
máx
(6.39)
i ( PGi ) = λ + µi
I CI C ≥λ < seGiP<Gi P=Gi PGimín
Cii (( P
PGi ) = λ + µ imáx máx
≤ λ se =PP máx
II CI C i Gi( P)Gi=) λ=+λµsei PGi≤ mínλ se PGi = máx
(6.40)
< PGiPGi< P
Gi
máx
Gi
Gi
364
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
365
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
366
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
367
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
368
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Pperdas = eT P (d) (6.51)
onde o vetor unitário e foi definido na equação (6.12).
A equação anterior pode ser linearizada em torno do ponto
de operação d0 como
∂P (δ 0 )
dPperdas = e T dδ (6.52)
∂δ
Para calcular os coeficientes de sensibilidade das perdas em
relação aos níveis de geração, ∂Pperdas / ∂PG , as equações de flu-
xo de potência são linearizadas em torno do mesmo ponto de
operação d0,
∂ P (δ 0 )
dP = dPG − dPD = dδ (6.53)
∂δ
369
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
∂ Pperdas ∂ P (δ 0 ) T ∂ P (δ 0 ) T
= e
(6.57)
∂P s ∂δ s ∂δ
As sensibilidades desta equação são obtidas em relação às
injeções de potência P, isto é, com relação a PG – PD. Este é um
resultado geral no sentido de que inclui as sensibilidades com
relação à geração e à demanda do sistema. Se a demanda é fixa (a
situação mais comum), as sensibilidades com relação às injeções
e às gerações são idênticas, isto é
∂ Pperdas ∂ Pperdas
=
(6.58)
∂ PGi s ∂ Pi s
É importante ressaltar que a sensibilidade das perdas com
relação à barra de referência s não está definida na equação (6.57).
Isso se deve ao fato de a geração PGs ser uma variável depen-
dente. Com certo grau de arbitrariedade, mas consistente com o
∂ Pperdas
desenvolvimento matemático, pode-se dizer que é zero.
∂ PGs s
Assim, as sensibilidades podem ser definidas para todas as barras,
incluindo a barra de referência, e o diferencial das perdas pode
ser expresso como uma função de todas as n injeções de potência,
370
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
∂ Pperdas ∂ Pperdas
dPperdas = ∑ in=1 dPi = ∑ in=1 = ( dPGi − dPDi ) (6.59)
∂ PGs s ∂ Pi s
Lembrando que
n
∑ i =1 dPi = dPperdas
(6.60)
o diferencial da equação (6.59), que é o balanço de potên-
cia, pode ser expresso como
∂ Pperdas
∑ i =1 1 −
n
dPi = 0
(6.61)
∂ Pi s
Na prática, as sensibilidades podem ser positivas ou negati-
vas, mas geralmente seu valor é pequeno. O impacto das perdas
no custo total do DE, geralmente, é também pequeno, mas as
perdas influenciam as gerações individuais assim como os cus-
tos marginais incrementais das barras na rede. O custo marginal
em uma determinada barra, tradicionalmente chamado custo
incremental na barra, mas também conhecido como preço no-
dal, é definido como a sensibilidade do custo total com relação à
demanda da barra, λ i = ∂C / ∂PDi . Os preços nodais são muito
importantes na operação dos mercados elétricos.
Os preços nodais podem ser calculados da seguinte forma:
assumindo que o ponto de operação atende às condições de oti-
malidade de primeira ordem das equações (6.48) e (6.49), o vetor
de demanda é perturbado marginalmente por dPD. Isso implica
que o vetor de geração muda em dPG, de tal forma que as condi-
ções de otimalidade continuam sendo satisfeitas. O custo total
muda de acordo com
∂ Pperdas
dC = ∑ in=1 I Ci dPGi = ∑ in=1 λ 1 − dPi = λ
∂ Pi s
(6.62)
n ∂ Pperdas
∑ i =1 dPGi − ∑ i =1 ∂ Pi dPGi
n
371
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
372
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
∂ Pperdas
−1
∂ Pperdas ∂ Pi s
1− = (6.68)
∂ Pi ∂ Pperdas
r
−1
∂Pr s
Assim, independente da barra de referência escolhida, as
equações incrementais do fluxo de potência são equivalentes.
Para resolver o problema do DE (incluindo as perdas), é
recomendado o uso de algoritmos de programação não linear
como os implementados em programas como MINOS, CO-
NOPT ou SNOPT. Ainda assim os resultados analíticos deriva-
dos são importantes porque fornecem informações importantes
sobre a natureza da solução ótima.
O exemplo 6.5 ilustra o DE com perdas.
373
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
374
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
sujeito a
PGGmín
P
mín
mín ≤≤P ≤P
PGG ≤ PGGmáx
máx
máx (6.74)
PG ≤ PG ≤ PG
PG − P PD = P P (δ )
PGG −
P − PDD = = P ( δδ ) (6.75)
PF ( δ ) ≤ P PFmáx
máx
PFF ( δδ ) ≤
P ≤ PFFmáx (6.76)
Observa-se que todos os casos prévios de DE são ilustra-
ções particulares dessa formulação.
As condições de otimalidade de primeira ordem do proble-
ma (6.73) – (6.76) mostram que os preços nodais são caracteri-
zados por
∂C
λi = ; i = 1, , n (6.77)
∂ PDi
onde os preços nodais l, são os multiplicadores de La-
grange associados com a equação (6.75) de fluxo de potência. O
exemplo 6.7 ilustra a solução obtida para o DE na forma de FPO.
375
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
376
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
377
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
sujeito a
C SU SU ≥ C jSU ( u jt − u j,t-1 ) ∀j, ∀t
SU
(6.84)
C C j ( u jt − u j,t-1 ) ∀j, ∀t
jt
C SU ≥
jt ≥ C SU
SU
jt
j ( u jt − u j,t-1 ) ∀j, ∀t
SU
uCjtjtPGjmín
SU
mín C
≥ ≤ jjSU SU ((≥≥uu≤00jtjt −−u∀
j PGjt
∀uuj,j,t-1
jtj,P
∀máx
j,t-1
∀
t) ∀j, ∀t
jt) ∀j, ∀t
jt PGj mín C P 0 u jtj,P jt ∀j, ∀t
j,t-1
Gmáx
u ≤ ≥ ≤ ∀ ∀
u jt PGjmín C ≤ jSU jSU
PGjt≥
Gjt
≤00 u∀ jtj,P ∀ jt ∀j, ∀t
Gmáx
(6.86)
uuPjt P C PjP ≥≤≤ Ruu∀ jtjj,P ∀ jt∀ j,j,j,∀∀ t tt
descida Gmáx
mín − ≤ ∀
P Gj
≤
mín − PGjt
Gj,t-1
Pjt Gj,t-1 P Gjt≤ RG
Gjt
Gjt
≤ Gdescida
P j ∀j, ∀t
Gmáx
∀ ∀
uuPjt PGj
Gj
mín−≤PP
Gj,t-1
GjtGjt≤≤Ru jtj PGmáx
jtj Gmáx
descida
uGGdescida j ∀∀ j,j,j,∀∀ tt
PP PGjtGj −−P ≤P P
GjtGjt≤ ≤ ≤R R
R
jtjj PG j∀∀
subida
j, ∀ ∀t t (6.87)
j, t
jt Gj,t-1 descida
G
PGj,t-1 − − P P
Gj,t-1
≤ subida
∀ ∀
Gjt ≤ RG
∀tj,j,j,j,∀
∀tttt
G subida
Gjt −− ∀ ∀
descida
G
∀ ∀
Gjt j
P Gjt
PnGj,t-1
P
Gj,t-1
Gjt ≤ RG P
j
descida
=1 PG j t =Gsubida
PGj,t-1
Gjt − ∑−P P Gsubida
jj Dt ∀
jj
∀
P R t j, t (6.88)
Gj,t-1
PGjt −∑PnjGj,t-1 njGj,t-1
≤ = P j Dt ∀ ∀ ∀
P −∑P =1 P
1 G≤
G
jt R
j t Gsubida
=GGsubida
Pjj Dt ∀∀ t j,j, ∀ t
PGjt Gjt − u∑
u
Pnj Gj,t-1
n
=
= P
∑itit nnjj ===11 P{{G0,1
Gj,t-1 G0,1
≤j t
jt =
R
=}} ∀PDtj,∀∀tt t
∀
P j,
Dt ∀∀ ∀ tt ∀
u∑it =
uu∑it jj= =1 P
=1 P
{GG0,1
{ 0,1
jt =
jt =
}∀
} ∀P
PDt j, ∀
j, ∀ttt (6.89)
it = { 0,1} ∀j, ∀t
Dt
378
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
379
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
380
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
381
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
382
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Leilão monoperíodo
No leilão monoperíodo, é considerado um único período
de tempo; portanto, são desprezadas (ou simplificadas) as rela-
ções intertemporais. Essa hipótese pode resultar em infactibili-
dade para os produtores e consumidores.
O operador do mercado coleta as ofertas dos geradores (in-
crementando o preço) pelos produtores e dos lances de cargas
383
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
000 ≤ i b ∀i, b
Djk
≤P PGib ≤ ≤ PGmáx
máx
Gib ≤ P i b ∀i, b
(6.94)
P G i b ∀i, b
≤ P Gmáx
Gib
∑ NNk =D1 j PDD jj kk = ∑ bNN=Gi1 PGG ii bb
N ND j NG N Gi
∑ NNj =DD1 = ∑ iNN=GG1 ∑
∑
∑ jj ==D11 ∑ kk ==D11 j P
∑ PD j k = ∑ ∑ ii ==11 ∑ bb ==Gi11 P
PG i b (6.95)
onde SWS é o benefício comum do período (função ob-
jetivo), PDjk é o bloco de potência k do lance da demanda j
(variável), PGib é o bloco de potência b oferecido pela unidade
geradora i (variável), PDmáxj k é o tamanho em MW do bloco k
ofertado pela demanda j (constante), PGmáxi b é o tamanho em MW
384
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
385
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
Leilão multiperíodo
Em um leilão multiperíodo são considerados vários perío-
dos de tempo (geralmente 24 h), de forma que as restrições de
tempo das unidades geradoras possam ser consideradas. O obje-
tivo é maximizar o benefício comum do horizonte de mercado
multiperíodo.
O leilão multiperíodo é então formulado como
maximizarPD jkt, ∀j,k,t; PG i b t, ∀i, b, t SW M =
∑ t =1 ∑ k =D1 j t ∑ k =D1 j t λ D j k t − ∑ i =G1 ∑ b =G1 i t λG i b t −PG i b t (6.100)
T N N N N
sujeito a
0 ≤ PDjkt ≤ PDmáx
j k t ∀ j, k, t
(6.101)
0 ≤ PGibt ≤ PGmáx i b t ∀ i, b, t
386
∑k =D1 j t PD j k t = ∑iN=1G ∑bN=G1 i t PG i b t ∀t
N
∑Nj =D1
N Gi ,t NGit descida
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
0 ≤ PDjkt Djkt ≤ PD
máx máx
jj kk tt ∀ j, k, t
00 ≤ ≤ PDjkt ≤ PD
≤ PDDmáx máx
máx
jj kk tt ∀∀ j,j,j, k,k,
k, ttt
0
0 ≤
≤
P
PDjkt
≤
≤ P
P
máx
k t∀ ∀
0 ≤ PGibt PGibt ≤ PG
Djkt D
Dmáx
máx j,
ii bb tt ∀ i, b, t
j k, t (6.102)
00 ≤ ≤ PGGmáx
Djkt j k t
máx
PGibt ≤ PG ii bb tt ∀ i,i, b, tt
máx
0≤P ≤ P PGG NNii bbGGtt ∀
máx ∀ b,
∑NNNNjj==DDDD11 ∑NNkNkN0==DDDD11≤jjjj tttt P
Gibt
PGibt ≤ ≤P ∀ i,i,NN Gb,
b, t
G ii ttt PG i b t ∀t
N
PGibt
D jj kk tt = ∑iN
D =1G1 ∑bN i t PG
11 i t (6.103)
∑
∑ 1 ∑N
∑ 1 jt P PD j k t = ∑N
= ∑ iN= G ∑
∑
bN=
G1 i t PG ii bb tt ∀
=G
G G ibt
∀ tt
N j 1
∑NNjj ==GiGi11 ,,tt ∑
∑ N j =D = D k
k =D= 1
D j t D
∑kk ==11i b,t-1PDD−jj kk tt NGit
j k t
=∑
=
iN
∑Pii ==11ib ∑
i == 1
G
1 b
N 1
∑bb==11 descida
b
N
=
= PGG ii bb tt ∀
P ∀t
11 ,,tt PG G ib ≤ RG ∀i, tt
G G i t
∑ bN
P − ∑bNGit NGit
=11 PG ≤ R
descida
descidaii
∀ (6.104)
∑ =Gi
P ∑ P R i, t
bN= G i b,t-1 =
bNGit Gdescida
∑ N
bN =
Gi
1
Gi , t
∑NNbbbGiGi===Gi111,,tt ,t PP PGG ii b,t-1
G
G ii b,t-1
b,t-1 −
−
− NG ∑
∑ b =1 P
b
NGit 1
=1 PG
= G
G ib
G ib ≤
≤
≤R RGGdescida
G
G ii
descida ∀
∀i,i,i, ttt
subida∀
b,t-1 ib
∑ ∑ bNGit
∑bNbN==Gi11 ,t PGGG iii b,t b,t − ∑bNG
NG b i,t-11 PGGib,t-1 ib,t-1 ≤ RG
i subida
i ∀i, t
i,t-1 P ≤ RGGsubida
i,t-1
= ib
=11 i,t-1 ii
subida
∑
∑bbNbN===GiGiGi111 ,,,ttt P Pmín
G i b,t − ∑
b,t
− ∑bNG bNG =
PGGib,t-1 ib,t-1 ≤ RG
subida ∀
∀i,i,i, ttt (6.105)
P R
i,t-1 G ii
− bNG =11 i,t-1 ≤ subida
∀
∑b =1u itit PPGGmín PGib,t-1 ≤ GR
ib,t-1
∑ G i b,t≤− ∑ ∑ =
b =1 PGibt ∀i, t
Gibt ≤ u itit PG
G 1 máx G i
ii ∀i, t
N b
∑bNbNN==Git
mín i b,t Git = máx
Git Gi
uu itit P P ii ≤
ii
mín
≤ ∑
∑ Git11 P
11
P ≤ u PGmáx
Gibt ≤ u itit PG
máx
máx
ii ∀ ∀ i,i, tt
uu itit P PGG ii ≤
Gmín
Gmín
≤mín
mín∑
bbN=
∑bb==11 NNP
N = Git
PDjDjGibt
Gibt
tt ≤ ≤ uu itit P PGG ii ∀
máx
∀i,i, tt (6.106)
PDDmín 11 tt PD
Git Gibt
jj tt ≤ ∑ D jj kk tt ∀j, t
P
PDDDmínmín
jj tt ≤≤∑
N
kN
k =
=Dj
Dj P
PDDD jjj kkk ttt ∀
∑Nkk===DjDj111 tt P ∀
∀j,j,j, ttt
P
P
mín
j t ≤ ∑kN
D jt ≤ ∑ k =1 PD j k t ∀j, t (6.107)
onde SW M é o benefício comum para o multiperíodo (fun-
ção objetivo), PDjkt é o lance do bloco de potência k pela deman-
da j no tampo t (variável), PDibt é o bloco de potência b oferecido
pela unidade geradora i no tempo t (variável), PD j k t é a potência
máx
387
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
(6.108)
Σs ∈Ωr Brs ( θ rt − θ st ) ∀r, t
com os limites de capacidade de transmissão incorporados
como
388
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Atribuição de preços
Para atribuir preços, geralmente são utilizados dois critérios:
• Preço marginal;
• Preço do lance.
Com o preço marginal, as unidades geradoras e as deman-
das, respectivamente, recebem e pagam o preço marginal. De
forma mais geral, se as restrições da rede são consideradas no
processo de compensação de mercado, as unidades geradoras e
as demandas são pagas pelo preço nodal. Na metodologia preço
de lance, as ofertas aceitas pelos geradores são pagas pelo pre-
ço ofertado, e os lances aceitos pelas demandas são pagos pelo
preço do lance.
389
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
390
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
391
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
392
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
393
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
394
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Estratégias de lances
Uma estratégia de lances é um conjunto de regras que faci-
lita ao produtor oferecer energia de forma que sua programação
própria ótima seja aceita durante o processo de compensação
do mercado.
Se o produtor não tem poder de mercado, uma forma apro-
priada é oferecer, a preço zero, durante cada hora, os blocos que
devem ser aceitos, e a um preço infinito os blocos restantes.
Se o produtor tem poder de mercado, é necessário um con-
junto de regras mais sofisticado.
≤R
subida
P Gt −−P t-1 ≤ RGGGsubida ∀ ∀ i,i, tt
subida
PGt
Gt PG,G,G, t-1
t-1
395
PGt + PBt = PDt ∀ t
u t P dos
6 O despacho no contextoG
mín
≤ Pnovos PG ∀ i, tde energia
máx
Gt ≤ u tmercados
396
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
EXEMPLOS
Exemplo 6.1
Considera-se duas unidades geradoras fornecendo a de-
manda total do sistema PDtotal . As funções de custo quadráticas
estão caracterizadas pelos parâmetros na tabela 6.1.
650 + PDtotal
λ= $ / MWh
30
2 100
PDtotal
3 3
PG = MW
1 100
PDtotal
−
3 3
Para os níveis específicos de demanda do sistema de 40,
250, 300 e 600 MW, obtêm-se os níveis de geração do DE cor-
respondentes, os custos incrementais do sistema, e os custos in-
dicados na tabela 6.2:
397
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
398
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 6.2
Este exemplo utiliza os mesmos dados das unidades gera-
doras do exemplo 6.1, assim como as demandas elásticas carac-
terizadas na tabela 6.3
bD($/
Carga aD ($/MWh) PDmín (MW) PDmáx (MW)
(MW)2h)
1 55 - 0,2 0 300
2 50 - 0,1 0 350
Tabela 6.3: Demandas elásticas para o exemplo 6.2.
PDtotal
PG1 PG2 PD1 PD2 λ ($/ SW
Caso
(MW) (MW) (MW) (MW) (MW) MWh) ($/h)
A 180 153,3 26,7 68,3 111,7 27,7 2.504,2
Tabela 6.4: Níveis de geração, custos incrementais e os custos para o exemplo 6.2.
Exemplo 6.3
Os resultados do DE, considerando as unidades como fun-
ção dos custos do exemplo 5.1 são os seguintes:
399
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
Observa-se que:
Para o caso A, a solução obtida implica que a unidade 2
opera no seu limite mínimo de 0 MW. Assim, o custo incremen-
tal da unidade 2 (I C2 = $25/MWh) é superior ao custo marginal
(l = $22/MWh).
Para os casos B e C, ambas as unidades operam dentro dos
seus limites, sendo l = IC1 = IC2.
Para o caso D, a unidade 1 opera no seu limite máximo,
com um custo incremental de IC1 = $ 40/MWh cumprindo a
restrição de ser menor que o custo marginal de l = $45/MWh.
Como esperado, o custo incremental do sistema aumenta
linearmente por partes com a demanda, enquanto o custo total
cresce quadraticamente com a demanda.
Exemplo 6.4
Considera-se o sistema de três barras e três linhas (as sus-
ceptância em derivação são desprezadas), descrito na tabela
400
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 6.5
Considera-se o sistema de três barras e três linhas, caracte-
rizado na tabela seguinte e ilustrado na figura 6.3 (as susceptân-
cias em derivação são desprezadas).
401
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
Observa-se que:
Para os casos sem perdas, os preços nodais são os mesmos.
Para os casos com perdas, os preços nodais variam através da
rede, e essa diferença é mais significativa quanto mais a deman-
da é incrementada.
As perdas do sistema são menores que 2% da demanda.
402
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 6.6
Considera-se os dados do exemplo 6.5, mas adiciona-se um
limite na capacidade de transmissão de 140 MW da linha 1 – 3.
Os resultados do DE são mostrados nas tabelas 6.10 e 6.11.
Observa-se que:
Se a linha 1 – 3 não está sobrecarregada, os preços nodais
são iguais em toda a rede. Se a linha 1 – 3 está sobrecarregada,
os preços nodais variam na rede, e as diferenças relativas incre-
mentam com a demanda. Para o caso C, o preço nodal na barra
3 é maior que o dobro do preço na barra 1, indicando que é
comparativamente mais custoso fornecer energia para a barra 3
quando o sistema tem sobrecarga.
403
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
Exemplo 6.7
Considera-se os mesmos dados do exemplo 6.6. Os resulta-
dos são apresentados nas tabelas 6.12, 6.13 e 6.14.
404
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Observa-se o seguinte:
Para o caso A do exemplo 6.7 (baixa demanda), não acon-
tece violação de limites nas linhas. Isso resulta em diferenças re-
lativamente pequenas (devido às perdas) entre os preços nodais.
Os casos A do exemplo 6.7 e A do exemplo 6.3 são simila-
res, a única diferença é como as perdas afetam a solução.
Os casos B do exemplo 6.7 e C do exemplo 6.7, com a linha
1 – 3 sobrecarregada, são similares aos casos B do exemplo 6.6
e C do exemplo 6.6. Novamente, as diferenças são atribuídas às
perdas.
O caso D do exemplo 6.7 é infactível porque a demanda
supera a capacidade de transmissão da rede. No mundo real,
uma situação similar resultaria em um racionamento de energia
para alguns consumidores.
A inclusão das perdas e limites reduz os níveis de geração
das unidades de menor custo.
Exemplo 6.8
Considera-se as unidades com as funções de custo do exem-
plo 6.1, supondo que a unidade geradora 2 e a carga assinam um
contrato bilateral de 50 MW a $ 31,5/MWh. Assume-se que este
contrato é físico, ou seja, que o gerador é obrigado a gerar a
405
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
406
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 6.9
Considera-se os mesmos dados do exemplo 6.1 sem consi-
derar as perdas nem os limites de capacidade de transmissão, po-
rém considerando os limites de geração. São analisadas diferen-
tes combinações de unidades ligadas e desligadas, isto é, (1.0),
(0.1) e (1.1), obtendo os resultados apresentados na tabela 6.16.
λ ($/
Caso PD (MW) PG1 (MW) PG2 (MW) C ($/h)
MWh)
(1.0) 40 40,00 0,00 22,00 940,0
(0.1) 40 0,00 40,00 29,00 1.280,0
(1.1) 40 40,00 0,00 22,00 1.140,0
(1.0) 250 250,00 0,00 32,50 6.662,5
(0.1) 250 0,00 250,00 50,00 9.575,0
(1.1) 250 200,00 50,00 30,00 6.675,0
(1.0) 300 300,00 0,00 35,00 8.350,0
(0.1) 300 0,00 300,00 55,00 12.200,0
(1.1) 300 233,33 66,67 31,67 8.216,7
Tabela 6.16: Resultados para o exemplo 6.9.
Observa-se que:
Para demanda baixa, o DE com a unidade 2 em funciona-
mento tem um custo maior do que o DE com somente a unida-
de 1 funcionando. Se a unidade 2 entra em operação, sua pro-
dução é zero porque seu custo marginal ($ 22/MWh) é inferior
ao custo incremental da unidade 2 ($ 25/MWh). A programação
ótima é, portanto, (1.0).
407
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
Exemplo 6.10
Este exemplo considera as unidades do exemplo 6.1 incluin-
do uma unidade adicional. A reserva imposta PRt, deve ser igual
ou maior que 20% da demanda. Adicionalmente, os dados des-
sas unidades geradoras são apresentados nas tabelas 6.17 e 6.18.
408
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
PDtotal
Período PG1 (MW) PG2 (MW) PG3 (MW) Custo ($)
(MW)
1 40 40,0 0,0 0 940,0
2 250 250,0 0,0 0 6.662,5
3 300 233,3 66,7 0 8.216,7
4 600 400,0 200 0 19.300,0
Total 1.190 923,3 266,7 0 35.119,2
Tabela 6.19: Caso A, exemplo 6.10. UC sem incluir os custos de partida e os limites de
rampa.
PDtotal
Período PG1 (MW) PG2 (MW) PG3 (MW) Custo ($)
(MW)
1 40 40,0 0,0 0 1.240,0
2 250 250,0 0,0 0 6.662,5
3 300 233,3 66,7 0 8.616,7
4 600 400,0 200 0 19.300,0
Total 1.190 923,3 266,7 0 35.819,2
Tabela 6.20: Caso B, exemplo 6.10. UC incluindo os custos de partida mas sem os limites
de rampa.
409
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
PDtotal
Período PG1 (MW) PG2 (MW) PG3 (MW) Custo ($)
(MW)
1 40 40,0 0,0 0 1.240,0
2 250 200,0 50,0 0 7.075,0
3 300 240,0 60,0 0 8.220,0
4 600 400,0 200,0 0 19.300,0
Total 1.190 880,0 310,0 0 35.835,0
Tabela 6.21: Caso C, exemplo 6.10. UC incluindo os custos de partida e os limites de rampa.
PDtotal
Período PG1 (MW) PG2 (MW) PG3 (MW) Custo ($)
(MW)
1 40 40,0 0,0 0 1.240,0
2 250 200,0 50,0 0 7.075,0
3 300 240,0 60, 0 8.220,0
4 600 400,0 183,3 16,7 20.058,3
Total 1.190 880,0 293,3 16,7 36.593,3
Tabela 6.22: Caso D, exemplo 6.10. UC incluindo os custos de partida, os limites de rampa
e as restrições de reserva.
Observando-se que:
Se nenhum limite de partida ou de rampa for considerado
(caso A do exemplo 6.10), a solução obtida é similar à solução do
exemplo 6.9 (sequência de estática).
Incluir os custos de partida (caso B do exemplo 6.10) resul-
ta em um custo total superior, mas sem mudanças nos níveis dos
geradores. O incremento dos custos, durante os períodos 1 e 3, é
devido à partida de algumas unidades nesses períodos.
Incluir os limites de rampa (caso C do exemplo 6.10) leva a
mudanças nos níveis de geração das unidades 1 e 2, assim como
a um custo total superior.
Incluir as restrições de reserva (caso D do exemplo 6.10)
resulta em custos superiores e em mudanças na programação
410
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 6.11
Consideram-se três unidades geradoras e duas demandas.
Cada unidade oferece três blocos, enquanto cada demanda ofer-
ta quatro blocos. As características técnicas das unidades gera-
doras são apresentadas na tabela 6.23.
411
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
412
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Figura 6.4: Leilão monoperíodo (exemplo 6.11): a) Com limites de rampa e sem mínimo de
potência gerada; b) Com mínimo de potência gerada mas sem limites de rampa.
413
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
414
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Figura 6.5: Leilão monoperíodo sem incluir restrições (exemplo 6.11): a) Um bloco de gera-
ção no extremo, b) Um bloco de demanda no extremo.
Exemplo 6.12
Consideram-se três unidades geradoras, duas demandas
e um horizonte de mercado de 2 horas. Os mesmos dados do
exemplo 6.11 são utilizados neste exemplo. As unidades gerado-
ras oferecem energia da mesma forma, em ambos os períodos,
enquanto as demandas fazem um lance no primeiro período,
igual no exemplo 6.11, e no segundo período, como indicado na
tabela 6.30:
415
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
416
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
417
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
418
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
419
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
Figura 6.6: Leilão multiperíodo (exemplo 6.12). Com limites de potência mínima e limites
de rampa: a) Hora 1 e b) Hora 2.
Observa-se o seguinte:
Como no caso do monoperíodo (exemplo 6.11), as restri-
ções de operação (rampa e níveis mínimos de potência gerada)
sempre resultam em um benefício comum menor, e eventual-
mente, em uma menor carga suprida. Os preços ficam estáveis
ou aumentam. As restrições de operação refletem as limitações
físicas da operação.
Impor unicamente os limites de rampa (caso B do exemplo
6.12) resulta em uma produção menor da unidade 1 no período
1 (compensado por uma produção maior na unidade 2) e uma
redução da demanda fornecida no período 2. O preço aumenta
em ambos os períodos.
Impor unicamente potências mínimas geradas (caso C do
exemplo 6.12) resulta em fornecer uma demanda menor e um
preço superior em ambos os períodos. A unidade 2 não está
programada no mercado para o período 1, e a unidade 3 não
está programada para o período 2.
Impor as potências mínimas e os limites de rampa (caso D
do exemplo 6.12) resulta em um padrão de produção igual ao
caso quando somente os limites de rampa foram impostos (caso
B do exemplo 6.12).
420
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Exemplo 6.13
Consideram-se os dados de geração e demanda do exemplo
6.12. Adicionalmente, a rede ilustrada na figura 6.7 é utilizada.
Os dados desta rede encontram-se na tabela 6.40. As resistências
e susceptâncias em derivação são desprezadas.
Figura 6.7: Rede para o leilão multiperíodo com restrições de rede (exemplo 6.13).
421
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
422
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
423
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
424
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Figura 6.8: Leilão multiperíodo com restrições de rede (exemplo 6.13): a) Hora 1 e b) Hora 2.
425
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
Exemplo 6.14
Considera-se uma unidade geradora caracterizada pelos da-
dos da tabela 6.45.
Observa-se que:
426
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Figura 6.9: Programação própria ótima do produtor sem poder de mercado: a) Produção e
preços e b) Rendimentos, custos, lucros e preços.
Exemplo 6.15
O horizonte considerado compreende 6 horas. O preço de
compensação de mercado previsto encontra-se na tabela 6.48:
Hora 1 2 3 4 5 6
Previsão de preço ($/MWh) 3 4 6 4 1 2
Tabela 6.48: Horizonte de programação e previsão de preço do exemplo 6.15.
427
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
Unidade 1 a Unidade 2 a
Reservatório
montante jusante
Volume inicial (Hm3) 2 3
Volume máximo (Hm ) 3
10 10
Volume mínimo (Hm3) 2 2
Fluxo de água horário (Hm3) 2 1
Vazão máxima (Hm ) 3
4 4
Fator de conversão de energia
4 3
(MWh/Hm3)
Tabela 6.49: Dados do sistema hidrelétrico.
428
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
As receitas são:
Receitas ($)
Hora 1 2 3 4 5 6 Total
Unidade hidrelétrica 1 0 32 96 32 0 32 192
Unidade hidrelétrica 2 9 48 72 48 3 24 204
Total 9 80 168 80 3 56 396
Tabela 6.52: Receitas do exemplo 6.15.
Observa-se que:
As unidades não funcionam na sua máxima potência du-
rante todos os períodos, devido às restrições impostas pela va-
zão do rio. A unidade 1 funciona com potência máxima, durante
os períodos 3 e 6, enquanto a unidade 2 funciona com potência
máxima durante os períodos 2 - 4 e 6.
A unidade 1 não funciona durante os períodos 1 e 5, de tal
forma que a água é armazenada para ser turbinada depois, em
outro período com um preço mais alto.
O nível do reservatório permanece perto do seu respectivo
limite inferior. O reservatório 1 está no seu nível mínimo duran-
te o último período, mas o reservatório 2 não.
Exemplo 6.16
As funções de preço esperado ($/MWh) para as seis horas
do período de estudo do produtor com poder de mercado são:
1 1
λ1 = 3 − PG1, λ 2 = 5 − PG2
10 10
1 1
λ 3 = 5 − PG3, λ 4 = 5 − PG4
4 10
1 1
λ 5 = 5 − PG5, λ 6 = 4 − PG6
8 10
429
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
430
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
Observando-se que:
Para manter os preços altos, o produtor não trabalha com
sua capacidade máxima, maximizando assim o seu lucro. Isto é
mais evidente nos períodos 1 e 3.
No período 3, a produção é baixa para manter o preço alto,
mas o preço resultante é baixo devido à mudança rápida (em va-
lores absolutos) da inclinação da função de preço nesse período.
Como a inclinação da função de preço durante o período
1 é relativamente pequena (em valores absolutos), o preço resul-
tante é baixo devido à baixa interceptação durante esse período.
Uma observação adicional é que o aumento em preços for-
çado pelo produtor com poder de mercado pode beneficiar mais
os produtores rivais que não tentam manipular os preços, do
que o produtor com poder de mercado, que manipula os preços.
Exemplo 6.17
O comercializador considerado é o proprietário de uma
unidade cogeradora com capacidade de 30 MW e uma potência
mínima de 10 MW, com custos de produção de $ 2/MWh. O
preço de venda para o cliente é de $ 4/MWh.
Um horizonte de mercado de 6 horas é considerado. As
previsões de preços e as demandas horárias encontram-se na
tabela 6.55.
Hora 1 2 3 4 5 6
Previsão de preço ($/MWh) 2 4 3 1 4 2
Demanda (MW) 20 30 50 20 5 10
Tabela 6.55: Previsões de preços e demandas para o exemplo 6.17.
A solução obtida é
431
6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
Observa-se o seguinte:
A cogeração acontece (na sua capacidade máxima) durante
os períodos 2, 3 e 5, quando os preços do mercado atacadista
são comparativamente altos.
Durante o período 2, a energia cogerada é usada completa-
mente para alimentar a demanda do comercializador, enquanto,
durante o período 3, a energia cogerada é utilizada, na sua totali-
dade, para alimentar uma parte da demanda do comercializador.
Durante o período 5, grande parte da energia cogerada é
vendida não somente no mercado atacadista (compras negativas)
25 de 30 MWh mas também é usada para alimentar a demanda
do comercializador, 5 MWh. Isso resulta em um lucro líquido
de $60 no período 5.
Durante os períodos 1, 4 e 6, a demanda a ser alimentada
pelo comercializador é comprada, na sua totalidade, no mercado
atacadista.
Neste exemplo em particular, não existem perdas em ne-
nhum período.
432
DESPACHO ECONÔMICO DE ENERGIA
BIBLIOGRAFIA
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6 O despacho no contexto dos novos mercados de energia
434
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