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A investigação histórica tem demonstrado que, nas duas últimas décadas do século XIX,
o choque dos imperialismos britânico e português constituiu um episódio fundamental
na história portuguesa. De facto, à medida que os governantes esboçaram novas
estratégias de exploração e ocupação colonial, buscando alianças no quadro das relações
internacionais, a coincidência parcial de objectivos no âmbito dos respectivos projectos
imperialistas para a África conduziu ao confronto declarado entre as duas potências
aliadas. A contestação, em Portugal, da supremacia colonial inglesa, proveio de fortes
resistências emanadas dos sectores das burguesias comercial e industrial, para quem a
reserva dos mercados coloniais e a protecção pautal tinham se tornado indispensáveis.
A partir deste pressuposto, importa inquirir sobre a realidade que se vivia em Angola,
onde a intervenção européia deixara algumas marcas pouco profundas ao longo da faixa
litoral atlântica. Assim sendo, e porque a colónia recebia o eco, tantas vezes amortecido,
dos conflitos europeus, tentaremos evidenciar o impacto da política assimilacionista
portuguesa na realidade local, nos anos 1950-1960, e em um contexto que, embora
condicionado pela estratégia européia, não deixou de refletir o choque das forças
económicas e sociais que ali coexistiam.
Identificação do problema
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A instalação de um regime ditatorial, o aparelhamento repressivo do Estado, o controle
econômico monopolista exercido por um restrito grupo de capitalistas, nacionais ou
estrangeiros, a subordinação dos meios de comunicação existentes, jornais, televisão e
outras mídias ao poder político-econômico que se implantou em Portugal, contribuíram
para a alienação, a ignorância, o desconhecimento do mundo exterior e o atraso da
maior parte da população portuguesa. Para continuarmos a discussão em função do tema
vertente foi elaborada a seguinte questão de partida:
Qual foi o impacto da política portuguesa de assimilação na colónia de Angola nos anos
1950-1960?
De modo a dar explicações aos factos, torna-se necessária a elaboração das hipóteses,
que para Goode e Hatt (1969, p.75) “são preposições que podem ser colocadas a prova
para determinar sua validade”. Tratam-se de respostas provisórias cujo objectivo é
inspeccionar os resultados da pesquisa. Assim, foram levantadas as seguintes hipóteses:
Objectivo de estudo
Segundo Lakatos e Marconi (2001), toda pesquisa deve ter um objectivo determinado
para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar.
Objectivo geral
Objectivos específicos
Justificação do tema
A escolha do tema emerge da nossa motivação pessoal e académica e deve-se a três (3)
razões: primeiro, por ser um assunto que aborda a estratégia aplicada pelos portugueses
na exploração de novos territórios; segundo, por se trata de um tema que descreve a
despersonificação das sociedades africanas, pois era incutida nos indígenas uma nova
identidade e uma realidade alheia e, terceiro, por ser um tema que nos faz entender as
motivações e revoltas dos angolanos contra a ditadura salazarista para a formação do
Estado Novo que veio a despertar nos indígenas o verdadeiro sentimento nacionalista.
Metodologia
Tendo em conta os diversos métodos das Ciências Sociais, para o nosso estudo
utilizamos o método de análise histórica das fontes. As técnicas a serem utilizadas no
nosso trabalho foram: a pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e a análise crítica
dessas fontes, sua interpretação e síntese.
Estrutura do trabalho
No tocante ao conteúdo, o nosso trabaho está estruturado em três (3) capítulos. Após os
conceitos introdutórios, segue-se o primeiro capítulo referente a Angola como colónia
portuguesa, onde descrevemos a ocupação portuguesa depois de denominados alguns
reinos, o povoamento das colónias, a situação socio-económica da colónia de Angola, a
ideologia dos colonos e quiça, a primeira tentaiva de revolta dos povos indígenas.
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Para Jan Varsina (1965, p.33) apud Kunzika (2015, p.23), “ antes da chegada dos
Portugueses, já havia reinos bem estruturados, tais como o reino do Kongo, gozando de
uma hegemonia incontestada dentro dos Estados costeiros de África Central, tendo os
Portugueses copiado a estrutura territorial do reino do Kongo no seu empreendimento
colonial”.
Em 1620, Ngola foi banido numa zona do rio Kwanza, facto que obrigou a sua irmã a
tomar uma iniciativa de pedido de paz. Esta veio em 1621 a Luanda à testa de uma
importante delegação. Segundo Cornevin (apud Kunzika, 2015, p.23),tratando da
questão do pagamento de um tributo anual, ela replicou: “ fala-se de tributo aos que são
vencidos, eu venho propor a paz e não a submissão”. A rainha permaneceu em Luanda
um ano inteiro e foi baptizada com o nome de Dona Ana de Sousa.
Segundo Kunzika (2015, p.23), “em 1623, a rainha mandou assinar o seu irmão Ngola
e engajou guerreiros Jaga para levar a cabo uma guerrilha que iria durar treze anos”. O
autor argumenta que em 1636, a rainha consentiu fazer a paz, uma paz precária que a
obrigou a aliar-se aos Holandese em 1642, que tinham ocupado Luanda em Agosto de
1961, para ajudá-los a desalojar e expulsar os Portugueses instalados em Massangano,
donde organizavam a resistência aos Holandeses e ataques contra a rainha Nzinga. O
apoio da rainha aos Holandeses se reviam do discurso mobilizador da mesma:
Nós não podemos fiar-nos nos Europeus. Não devemos aceitar que um
mestre substitua um outro. Ajudaremos os Holandeses a vencer os
Portugueses, pois que os inimigos dos nossos inimigos são nossos
amigos. É o momento de recuperarmos os territórios perdidos pelos
nossos antepassados.
Perante este entrave, os Portugueses buscaram ajuda aos Brasileiros para vencer os
Holandeses, que acabariam por deixar Angola em 1648. Kunzika (2015, p.24), relata
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que neste ano, “o reino do Kongo reiniciou as hostilidades ao recusar a entrada no seu
território dos Portugueses, motivados pela busca do ouro, mas foi vencido na chamada
Batalha de Ambuíla pelo exército português sob o comando de Luís Lopes de Serqueira
e seus auxiliares Jaka, na Ambuíla em 29 de Outubro de 1665”. Com esta derrota, os
Portugueses apossaram-se de Pungo-A-Ndongo em 1671.
Segundo o autor, em 1683 a grande rainha Nzinga morre com a idade avançada de uma
morte natural e foi possível considerar o reino do Ndongo como definitivamente
conquistado e veio a tornar-se “ Reino Português de Angola”. Este reino foi, portanto,
uma conquista conseguida pela força, astúcia e felonia, e neste aspecto difere
absolutamente do reino independente do Kongo, onde os Portugueses não exerceram
nenhum direito de governação antes de 1883.
Cornevin apud Kunzika (2015, p.24), afirma que “ em 1510, a máquina infernal do
tráfico de negros, que devia esmagar a África negra durante mais de três séculos, tinha
sido posta em marcha com o pedido de mão-de-obra para as plantações americanas.
Com efeito, imitou-se no Brasil o exemplo da economia açucareira e esclavagista de
São Tomé, principal produtor de açúcar e consumidor e distribuidor de escravos, que
acabou por perder o seu predomínio no tráfico atlântico como consequência do
desenvolvimento do tráfico de negros em Luanda.
Para Kunzika (2015, p.25), “ é possível afirmar que até ao fim do século XVIII não
existia uma colónia de Angola”. Existia pois o reino português de Angola, mas com as
dimensões muito restritas, limitado a norte pelo Dande, a sul pelo Kwanza, a leste pelos
arredores de Malange. Distante de Luanda a 400 km existia também o reino português
de Benguela. Benguela tinha sido fundada em 1617 por Manuel Cerveira Pereira. A
parte interior Ovimbundu não era absolutamente submetida, mas, a partir de 1630,
certos Portugueses de Benguela instalaram-se nela.
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Para Kunzika, começou-se a falar da colonização portuguesa propriamente dita apenas
no século XIX com a anexação do reino do Kongo à Colónia Portuguesa de Angola e a
fixação das fronteiras actuais pela conferência de Berlim. Foi nesse século que teve
efectivamente lugar a colonização portuesa de Angola. Por volta de 1855, os
Portugueses ocuparam Ambriz, indo até Bembe onde existiam as minas de cobre, que
nunca conseguiam explorar por fazer parte do território congolês. Já em 1883, os
Portugueses ocuparam a região compreendida entre Loge e Congo, ocupando também a
Landana (Cabinda), onde definiram a configuração actual de Angola, cujos contornos a
Conferência de Berlim e as convenções precisavam.
Segundo Pereira (1981, p.11) apud Cruz (2005, p.77), “a emigração europeia
oitocentista distinguiu-se pelas duas grandes zonas de proviniência da emigração
transatlântica, a Europa do Norte e a Europa mediterrânica”. A autora relata que a base
motivadora desta, foi a busca de melhores condições de vida perante à crise dominada
pela pobreza e pelo desemprego, reflexos da Revolução Industrial. Enquanto a primeira
constituiu um factor equilibrador de um crescimento industrial, a mediterrânica
carcterizava-se pela dependência externa derivada da sua recente história – a
desagregação da sociedade do antigo regime, rumo ao novo modelo capitalista.
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Cruz (2005, p.80), relata que “a concessão de terrenos para fundações de colónias
agrícolas foi parte integrante do movimento de colonização branca de Angola, tendo
atencedido a lei de 1877”. A autora na sua intervenção, dita que em 1881 foi criada na
capital de cada colónia uma “ Junta de Emigração”, destinada a promover o emprego
dos emigrados facilitando a organização de associações de socorros mútuos e a
repartriação dos que fossem atingidos por doença grave. Pelo decreto de 27 de Janeiro
de 1894, foi criada uma colónia penal militar no Moxico e em 1896, uma colónia militar
agrícola no sul de Moçamedes cuja função seria a defesa e a colonização.
Segundo relatos, as colónias penal e militar em Moçamedes e Huíla, feitas por meio de
empresas em que o estado colonial patrocinou através de agricultores, pescadores e
operários redundaram em fracasso, tendo como base deste declínio a fraca qualidade
dos colonos (colonização por degregados), aliada ao clima e às terras de baixa
qualidade. Por esta razão, foi proposta uma lei visando criar o Instituto de Colonização
(IC), que se destinava a preparar elementos de colonização e povoamento para os
domínios ultramarinos (CRUZ, 2005, p.81).
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promover e sustentar a emigração dos colonos, bastando para isso assegurar-lhes as
condições de ida e permanência.
Assim é que, do seu empenho, se passou de 20.700 europeus em 1921, para 41.000 em
1925. Era igualmente importante precaver-se “o afastamento da possibilidade de
cruzamento com a raça preta”. O decreto de 3 de Fevereiro de 1922 procurava atrair a
Angola operários acompanhados de suas famílias, acrescido de outras tantas medidas
posteriores como a concessão de passagens gratuítas às famílias dos colonos e a criação,
em Angola, do Conselho Superior de Colonização (CSC).
Norton de Matos, pela portaria provincial nº 183 de 27 de Outubro deste mesmo ano,
organiza e regula a criação dos bairros indígenas a construir junto dos principais centros
urbanos no que, em Dezembro de 1937, tornou-se como forma de aldeamento indígena,
um meio de fixar os indígenas à terra. Com Vicente Ferreira então Alto Comissário de
Angola, é criado o Estatuto Orgânico dos Serviços de Colonização em 1928, o Fundo de
Colonização, as Missões Rurais de Colonização e a portaria nº247 de 19 de Dezembro,
com 2.000 contos, o Fundo Permanente da Repartição dos Serviços de Colonização.
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passou a constituir um espaço seguro e rentável, facilitando uma colonização dirigida e
passando a gozar de uma relativa autonomia.
1.3. Os colonos
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Após o Ultimato, ao longo do ano de 1890, António (1961) relata que alguns destes
argumentos foram reforçados, principalmente por razões de estratégia político-militar,
invocando Luanda, por essa razão, a necessidade de proteger a fronteira meridional;
defendiam, então, os colonos, a aceleração dos transportes para pacificar "eficaz, segura
e menos dispendiosamente e assegurar a ordem e a tranqüilidade nesta região" (Almeida
d'Eça apud Jornal de Moçâmedes, nº 164, 4/8/1891).
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Com efeito, alguns colonos entendiam que a Alemanha constituía, a médio prazo, um
concorrente temível, na medida em que podia criar "sérios embaraços à autonomia
colonial". Aliás, a aproximação que Portugal promoveu em relação à Alemanha para
contrabalançar o predomínio da Inglaterra era vista, na colônia, com reservas e forte
apreensão. "Parece à primeira vista que a Alemanha, com a sua expansão em África,
indiretamente nos desafrontará do brutal proceder da Inglaterra [...]", observava um
articulista, acrescentando com lucidez que "à Alemanha será fácil provar a incapacidade
de Portugal como colonizador em face do estiolamento das suas possessões", podendo
vir a aproveitar-se da vizinhança para se imiscuir na economia de Angola.
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ou a sujeição totais, sendo, contudo, as situações intermédias não só freqüentes, como
susceptíveis de acentuada instabilidade.
Foi, pelo contrário, a ocupação de terras férteis ou próprias ao pastoreio, feita pelos
colonos europeus em um ritmo acelerado a partir dos anos 70, que desencadeou os
protestos dos seus primeiros possuidores. Essa expropriação, estendida sucessivamente
por novas áreas, originou conflitos profundos que em muitos casos persistiriam até ao
fim do período colonial.
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tráfico interno de escravos, utilizados como moeda de troca, mesmo depois de 1875,
ano-limite segundo a legislação abolicionista. Correspondendo a interesses há muito
instalados, nem sobas, nem comerciantes, abdicaram de imediato do tráfico. De facto, a
rejeição da escravidão provinha quase que exclusivamente daqueles que continuavam a
ela submetidos, em atitudes de revolta individual que deixaram sinais nos documentos.
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sul da colônia nesse final de século. Afinal, a instabilidade que se vivia era produto da
contestação evidente da legitimidade da presença portuguesa em Angola, por uma parte
significativa dos africanos.
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proferida pelo Princípe Otto von Bismarck, em 15 de Novembro de 1886, nos seguintes
termos:
O autor acrescenta que, Portugal, uma das potências dessa Conferência abraço a causa,
motivado pela exploração de ouro e prata, na qual se desencandeou os horrores da
escravatura, que constituíram um pesado tributo pago pelos angolanos em consequência
do encontro maquiavélico com os portugueses, cuja missão foi mais avassaladora do
que civilizadora.
Contra esta lógica colonial, destaca-se Jules Perry, ao discursar em 1885 à Câmara dos
Deputados, para defender a política colonial do Governo Francês, do qual era o
Presidente do Conselho, e no qual expunha as razões primordiais da conquista colonial,
propriamente da penetração em Áfriva das potências capitalistas, afirmando:
Kunzika (2015) faz menção ao discurso de Alber Sarraut, Secretário de Estado para as
colónias do Governo Francês (1923), do qual retira o véu do espírito colonizador que
encobria a «responsabilidade do homem branco» e sua «missão civilizadora», os quais
identificavam a colonização. Eis o terminar do discurso de Sarrut: “ A colonização é um
empreendimento de interesse pessoal, unilateral e egoísta realizado pelo mais forte
sobre o mais fraco”.
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sagrada de cristianizar o mundo (KUNZIKA, 2015, p.29). O autor argumenta que esta
política era norteada por cinco facetas:
a) Vocação civilizadora;
b) Vocação evangelizadora;
c) Política de Integração;
d) Política multirracial
e) Polítca de assimilação.
Quando alguém se encontra num meio estranho, há duas atitudes possíveis que pode
adoptar para assegurar a sua sobrevivência no referido meio: a primeira opção consiste
em abraçar o processo de assimilação, se pretender que o meio se adapte à pessoa; a
outra opção consiste em recorrer ao processo de acomodação, se pretender adaptar-se ao
meio (KUNZIKA, 20015, p.40).
Para os colonialistas, segundo Cruz (2005, p.172), “a assimilação dos indígenas era
desejável somente em função e na proporção da sua utilidade – quanto maior o número
de civilizados, maior o de suas necessidades; quanto menor, melhor a manutenção do
regime”. Era para isso que trabalhavam, conforme regia o Diploma nº 237 de 26 de
Maio de 1931, no seu artigo 1º :
Ser assimilado aos europeus, render-se aos ditames da civilização, era o que a legislação
consagrava à minoria dos tidos como assimilados. Segundo Cruz (2015,p.174), “ dois
pesos e duas medidas caracterizavam a política colonial portuguesa: a de que o outro
deve ser respeitado e preservado e a de que o outro não é, não existe” e, deste modo se
explica a política de assimilação como ´´única alternativa para o reconhecimento do
outro.
A autora relata que este gesto de maior abertura e de conciliação (dando-lhe o direito de
os tomar ou não), é denunciador do sistema e da privação de direitos do colonizado. Se
por parte dos colonialistas, a política de assimilação era um fim em si, da parte dos
colonizados ela representava a única forma possível de ser tratado com alguma
dignidade, de ter algo porque esperar no futuro, enfim, de ter horizontes. Cruz (2005),
valendo-se das palavras do escritor Raul David, revela que as vantagens de ser
assimilado eram jurídicas, uma vez que os litígios eram resolvidos em tribunal, o que
não acontecia com os indígenas porquanto, apesar da existência do Estatuto que era
suposto protegê-lo, na prática os indígenas encontravam-se à mercê do colonizador que,
em situação considerada de desacato ou de desrespeito à lei, eram mandados para São
Tomé. Em relação as desvantagens, Cruz relata que ser assimilado constituía um logro
social, pois que o assimilado nunca deixava de ser na prática de ser indígena, os seus
horizontes de ascensão social eram nulos.
Segundo Cruz (2005, p.179), “ uma imposição, uma condição, uma necessidade, uma
aspiração, constituíam alguns dos paradoxos e ambiguidades da política de assimilação,
e de quem se via confrontado com ela”. A autora acrescenta que para ser um assimilado,
o indígena deveria reunir todas as condições do artigo 56 do estatuto dos indígenas
( dec. – lei nº 39666 de 20 de Maio de 1954) – na qual o Bilhete de Identidade (B.I) era
o alvará a obter como prémio à consignação. Esta lei estabelecia que:
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Pode perder a condição de indígena e adquirir a cidadania o indivíduo
que prove satisfazer cumulativamente o requisitos seguintes: (i) ter
mais de 18 anos; (ii) falar correctamente a língua portuguesa; (iii)
exercer profissão, arte ou ofício de que aufira rendimento necessário
para o sustento prõprio e das pessoas de famílias a seu cargo, ou
possuir bens suficientes para o mesmo fim; (iv) ter bom
comportamento e ter adquirido a ilustração e os hábitos pressupostos
para a integral aplicação do direito público e privado dos cidadãos
portugueses; (v) não ter sido notado como refractário ao serviço
militar nem dado como desertor.
Este artigo definia a qualidade de não indígena ou assimilado, o que permitia a obtenção
da cidadania e, com ela, o bilhete de identidade, como nos atesta o art. 62º do mesmo
decreto-lei: “ O bilhete de identidade faz prova plena da cidadania…”. Em
contrapartida, o Estatuto Político Civil e Criminal dos Indígenas (EPCCI) de 6 de
Fevereiro de 1929, dec. nº 16473, não fazia qualquer menção explícita â possibilidade
de se deixar de ser indígena.
Relata-se que nos termos do art.56º, toda mulher indígena casada com o indivíduo que
adequira a cidadania nos termos do artigo supra citado e os filhos lrgítimos ou
ilegítimos perfilhados, menores de 18 anos, que viviam sob custódia do pai durante a
data daquela aquisição podem também adquiri-la, no caso de satisfazerem os requisitos
definidos nas alíneas b) e d) do mesmo artigo.
Para conquistar novos territórios, Portugal fez-se valer medidas e estratégias de modo a
convencer os outros povos a assimilarem a cultura europeia, para assim serem
dominados a mercê da autoridade portuguesa. Com a táctica evangelizadora e
civilizadora, observamos aqui uma forma de pedagogia colonial portuguesa, com uma
ideologia bem estruturada.
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» ao olhos dos colonizadores (e, muitas vezes, dos colonizados) a desigualdade de
direitos e a discriminação racial.
No entender de Moreira ()1956, p.56) apud Cruz (2005, p.109), “ do ponto de vista
jurídico, a colonização implica portanto um fenómeno de dependência, Os indígenas,
seja qual for o esquema jurídico que venha a ser adoptado perdem a sua independência;
o território, seja qual for o esquema jurídico consagrado, é objecto do poder do Estado
Colonizador”. Neste contexto, estava definido a tónica da ideologia, do discurso e da
prática colonial, instalando-se as bases da colonização.
Evidentemente, não basta que o colonizador se apresente como tal, é imperioso que se
manifeste, se ergue uma imagem representativa de si. Para isso. É preciso anular o
outro, o colonizado, mantendo a sua superioridade. O ecolidir dos sentimentos
nacionalistas teve o seu primeiro manifesto por volta de 1822, sentimento este
alimentado pelo colonialismo. Foi assim que no início do século XX, a necessidade de
capitalizar os sentimentos e a economia levou a construção ideológica do Estado Novo,
onde foi possível manter o discurso nacionalista e imperialista por mais de quarenta
anos.
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2.4. Política indígena
A palavra indígena - que provém do latim, que significa «o que é natural do lugar ou
país que habita; aborígene; autóctone (seja homem animal ou planta). Para os
colonialistas portugueses da época, o termo serve para designar, «o preto boçal»,
atribuindo a ele categorias de inferior’’ ‘’atrasado’’ ou ‘’primitivo’’, são o exemplo da
forma como era caracterizado o nativo indígena africano de Angola, Guiné e
Moçambique.
Não se pode falar de política indígena sem o termo “ pacificação”, apegando-nos apenas
em enunciado sistematizado de normas e condutas daqueles e na designação destes
com os colonizadores. O século XIX ainda foi amorteceado pelo tráfico e escravatura,
apesar dos esforços da sua abolição; a relação entre os portugueses e os Africanos eram
inicialmente apenas comerciais.
Em meados do século XIX, cerca de meio milhão de Africanos viviam em vilarejos sob
o jugo do colono português, um período que a presença europeia era débil e as relações
coloniais com Angola predominantemente mercantis (CRUZ, 2005). Segundo Dias
(apud Cruz, 2005, p.145), “ a posse e o controlo dos recursos básicos da terra e da mão
–de-obra, e a cada vez mais procura internacional de matrérias-primas e produtos
agrícolas tropicais proporcionou um aumento das oportunidades de comércio
independente”. Esta elevada procura gerou um enfraquecimento nas comunidades locais
e impossibilitou a penetração do poder económico e metropolitano na década de 1870.
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Valendo-se das palavras de Cruz (2005), o século XX foi um século de uma
colonização política e administrativa, onde se falava de apropriação do espaço, da
colonização administrativa, económico-financeira, militar e da alienação das gentes, ou
seja, assistia-se um novo espírito colonial. Nesta visão nova colonialista, destaca-se a
iniciativa de Norton de Matos, que consideram a situação candente, começa a organizar
as populações indígenas com base ao seu aproveitamento e isso traduziu-se na criação
dos Serviços de Negócios Indígenas (SNI) em 1913 e na criação de escolas-oficinas
para ensino a indígenas em 1921.
Neto (2013) a par desta iniciativa de Norton de Matos, relata que humanitarismo e
utilitarismo davam, pois, as mãos. Ou, como discorreu para o caso português, em
1895,o general Joaquim José Machado, um dos mentores de Norton de Matos:
Cruz (2005) relata que havia necessidade de se impôr uma ordem , de disciplinar e
educar os indígenas, e isto só era possível através de uma delimitação que permitisse
assegurar o domínio. A autora acrescenta que foi adoptada a chamada administração
(asimilação espiritual) assimiladora e nacionalizadora. Assim forma definidos em 1936
cursos de enfermeiros europeus e indígenas, de três níveis:
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c) Curso complementar de aperfeiçoamento.
Nesta época, os sobas eram quase despojados de poder e estavam sujeitos aos chefes de
posto e sob o controlo dos cipaios. O aniquilamento da autoridade tradicional despertou
nos anos 40, o discurso da manutenção das sociedades indígenas, ganga espaço com a
ideia de manter o indígena na sua terra de origem e fortalecer os laços de rejeição, no
caso de pagamento de imposto.
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CAPÍTULO III – O IMPACTO DA POLÍTICA PORTUGUESA DE
ASSIMILAÇÃO NA COLÓNIA DE ANGOLA NOS ANOS 1950-1960
3.1.1. A demografia
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Segundo Medina (2003, p.17), “ em 1950 o censo populacional indicou 4.145.266
habitantes, dos 4.036.687 eram negros, 78.826 brancos e 29.648 mestiços”. Dos negros,
30.089 eram classificados como civilizados (ou assimilados), e nos mestiços esse
número era de 26.335, o que perfazia 56.424. Os restantes eram indígenas. De acordo
com este Censo, Amaral (1960, p.43) afirma que “cerca de 60% da população branca
eram do sexo masculino, mantendo assim o desiquilíbrio de sexos como aspecto
característico do povoamento branco, desde a sua origem”. Trata-se de uma população
cuja distribuição por origens pode ser apresentada da seguinte maneira:
Medina (2003), relata que o Censo de 1960 registou 4.830.449 habitantes, sendo
4.604.362 negros, 172.529 brancos e 53. 392 mestiços. O crescente número de brancos
correspondia a crescente imigração portuguesa nesta década, mas o aumento de
mestiços teria origem na diferença de critérios de classificação racial. Em 1960, a
mistura de raças que antes era vista como um mal inevitável e pouco honroso, aparecia
valorizada como argumento contra os detractores do colonialismo português. Quanto ao
estatuto legal, os ditos civilizados somavam nesta época cerca de 100.000 negros e
mestiços.
1937-1958
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Em 1960 Angola continuava ser um país eminentemente rural. O Censo retrata a
pequena dimensão das cidades e vilas de Angola, considerados aglomerados urbanos, os
quais tinham mais de 1.000 habitantes. Somente 16 dos centros urbanos eram cidades,
onde se concentrava 84% da população urbana de Angola. Com excepção de Luanda
(perto de 225.000 habitantes) apenas Lobito e Huambo (Nova Lisboa) ultrapassavam os
30.000 habitantes, sendo o Lobito a segunda cidade de Angola, com mais de 50.000
habitantes, sendo o Lobito a segunda cidade de Angola ( com mais de 50.000
habitantes). A industrialização do planalto central nos últimos anos coloniais, levou a
cidade do Huambo a ultrapassar o Lobito no Censo de 1970.
3.1.2. A economia
Segundo Dilolwa (2000), os finais dde 1949 testemunharam uma crise económica que
apertou o mundo ocidental, devido a baixa produção e o elevado índice de desemprego
que comprometeram o ritmo das trocas mundiais. Após a guerra da Correira, data de 25
de Junho de 1950, instalou-se um novo período de euforia económica, onde se registo a
subida da produção industrial sobretudo de material de guerra e decresceu o
desemprego; no mercado americano os preços mantiveram-se em altos atingindo perto
de 50%, dando espaço a especulação e a inflação.
Ao par desta estabilidade económica, Dilolwa (2000, p.72), relata que “ as classes
dirigentes de Angola também beneficiaram do clima de euforia, onde em relação ao ano
anterior as exportações aumentaram de 29,38% em tonelagem e 20,97% em valor, e as
importações acumularam um acréscimo de 45% em tonelagem e de 24,65% em valor”.
Neste contexo, conta-se que os principais produtos importados em 1950 foram em
contos: tecidos (303 867), vinhos (173 543), cimento e pozolana (66 544), automóveis
de carga (62 688), ferro e aço em obra (59 142), máquinas e aparelhos industriais (47
895, sacaria (45 969), gasolina (42 049), azeite (32 821), medicamentos (28 490),
cerveja (24 314), automóveis ligeiros (19 442), máquinas e aparelhos agrícolas (17 423)
entre outros.
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Medina (2003,p.21) relata que “nos anos 50 houve um certo investimento nas
infraestruturas de comunicações e transportes e alguma expansão na construção civil,
acompanhando as actividades económicas, muitas vezes em desfavor de negros e
mestiços que viam as suas chances de trabalho fragmentas em detrimento dos recém-
chegados”. A situação da paralisação económica teve como base a exploração colonial,
agravada pela fraqueza económica da metrópole. Houve um fraco investimento devido a
falta de capital, a pobreza das populações desestabilizava o mercado, faltavam
equipamentos, técnicos e pessoal qualificado.
Amaral (1960, p.15) na sua intervenção argumenta que “ de Angola apenas se extraía o
potencial humano, comércio que permitia a acumulação rápida e fácil de riqueza”. A
escassez e falta de mão-de-obra qualificada era compensada pela sobre-exploração das
comunidades rurais. Segundo Medina (2003, p.22), “ a legislação laboral permitia
amplo recurso ao trabalho forçado dos colonizados, fosse compelido e correccional,
fosse em obras de interesse público, fosse pelo contrato ou recrutamento dos homens
através dos chefes das aldeias, muitas vezes com a intervenção da autoridade
administrativa”.
Medina acrescenta que em meados da década de 50, as indústrias que absorviam mais
força de trabalho eram a de exploração mineira e a produção açucareira, seguido pela
pesca e derivados, começando o destaque da exploração de madeira em Cabinda e no
Moxico. O café angolano está em alta e era o produto mais comercializado, gerando um
activo na balança comercial. Vejamos:
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Tonelada Contos Preço médio da
tonelada
O comércio de Angola registou uma subida de saldo, devido a melhoria nas trocas em
relação aos anos anteriores, como se observa no quadro acima relativo aos preços das
toneladas importadas e exportadas.
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Apartir do quadro acima, Dilolwa conta que as exportações ultrapassaram pela primeira
vez o limiar do milhão de toneladas devido o incremento da exploração de ferro. O
baixo nível de produção deve a quebra nas cotações de alguns produtos, principalmente
do café e a farinha de peixe.
3.1.3. A educação
Nos relatos de Medina (2003), fica claro que em 1958 Angola tinha 96,97% de
analfabetos ( de acordo com o Anuário Estatístico Ultramar), uma percentagem
escandalosa mesmo na África colonizada. No que tange ao ensino básico, em 1959
havia ao todo 17.167 alunos no ensino primário oficial, 10.324 no ensino primário das
Missões católicas e 65.652 alunos no “ ensino de adaptação “ dessas Missões. A
instrução dos indígenas competia às Missões Católicas, regida pelo Estatuto Missionário
(1941) decorrente duma parceria entre Portugal e o Vaticano (1940). Outros que os
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ministrassem , como no caso das Missões protestantes, com alguns milhares de alunos,
faziam-no como ensino particular.
Fazendo uma leitura dos números acima, percebe-se que havia uma elevada taxa de
iletrados, seguida de uma percentagem de indivíduos com apenas a instrução primária e
uma fraca taxa de pessoas com o ensino superior. A oportunidades oferecidas aos jovens
que terminavam o ensino secundário, com o intuito de ampliar os estudos eram
comprometidas devido aos encargos financeiros.
Em 1952, dos 37 alunos de todas as raças que completaram o 3º ciclo dos liceus,
apenas 20 embarcaram para a Metrópole, para continuarem os estudos. O conjunto do
ensino secundário na colónia, em 1959, não ultrapassava 3.523 alunos. Quanto ao
ensino superior, foi inexistente até 1963. No ano lectivo de 1960-1961 foram inscritos
cerca de 119.234 (2,4% da população) alunos em todo o ensino de Angola, incluindo o
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de “ adaptação”, o primário, o secundário e médio, o da formação de professores,
enfermeiros, etc.
Wheeler e Pélissier (2009) apud Fonseca (2015,p.259), relatam que “a manutenção dos
territórios ultramarinos atendiam os interesses econômicos e a ordem social das elites
portuguesas metropolitanas”. No caso angolano, Portugal exportava a preços superiores
os seus produtos industriais que não tinham colocação no mercado internacional, e
intermediava com o estrangeiro, nomeadamente os Estados Unidos e a Europa, as
matérias primas produzidas por Angola, transacionadas em moeda forte. Estas relações
comerciais entre Portugal, as províncias ultramarinas e o mercado internacional, traziam
no final, um saldo superavitário e favorável para Portugal.
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Em 1930, o Acto Colonial eliminou os vestígios da descentralização republicana e
impôs definitivamente o período do centralismo salazarista. No entender de Pimenta
(2014), o Acto Colonial afirmou a unidade da "Nação Portuguesa", consagrou as
designações de "Império Colonial Português" e de "Colónias" e confirmou o
colonialismo como sendo da "essência orgânica da Nação Portuguesa". O cargo de Alto
Comissário foi substituído pelo de Governador Geral, cujas prerrogativas eram
extremamente limitadas, quase não se podendo tomar qualquer iniciativa sem prévia
autorização do Ministério das Colónias. O Conselho Legislativo de Angola foi
eliminado, tal como todos os órgãos electivos de representação política, o que retirou
aos colonos qualquer possibilidade de exprimir suas aspirações e defender seus
interesses por via institucional. Enfim, subordinaram-se categoricamente os interesses
materiais da colónia aos da metrópole, dependendo o orçamento geral de Angola da
aprovação do Ministro das Colónias.
Foi, portanto, a partir da década de 1930, que o Estado Novo estabeleceu as regras a
serem adoptadas nas colónias. Essencialmente representou um modelo híbrido de
colónia comercial e de colónia de povoamento. Segundo Fonseca (2015), o primeiro
baseou-se na exploração do trabalho nativo, o segundo por incentivos à fixação de
colonos portugueses nos territórios ultramarinos. Esse modelo representou a mudança
de uma economia comunitária local e de subsistência para uma economia de mercado.
Apesar de o Código Constitucional abolir o trabalho forçado, substituindo-o pelo
contrato, na verdade, o trabalho compulsório continuou a funcionar na prática. Com a
introdução de novos colonos portugueses, a situação se agravou gerando tensões entre
as populações.
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Portuguesas". Foram também criados Conselhos Legislativos em Angola e
Moçambique, o quais entraram em função em 1955.
Assim, essas associações foram desde cedo centros de oposição à ditadura, mas só
alguns dos seus dirigentes assumiram posições nacionalistas. Para Pimenta (2008) apud
Pimenta (2014), o descontentamento dos colonos tornou-se evidente nas eleições
presidenciais de 1958. Muitos colonos apoiaram o então candidato da oposição,
Humberto Delgado, que ganhou no distrito de Benguela e na cidade de Sá da Bandeira.
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vida de muitos. De acordo com a interpretação de Wheeler e Pélissier (2009) apud
Fonseca (2015): O ano de 1961 foi de ajuste de contas em Angola, o ponto central da
história da luta anticolonial angolana.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). ETD – Educ. Tem. Dig.,
Campinas, v.13, n.1, p.207-224, jul./dez. 2011 – ISSN 1676-2592.
GOODE, William J.; HATT, Paul K. Métodos em pesquisa social. São Paulo:
Nacional, 1969.
JUNIOR, Joaquim Martins. Como escrever trabalhos de curso: instruções para
planejar e montar, desenvolver, concluir, redigir e apresentar trabalhos
monográficos e artigos. 9ª edição. Petrópolis-Rio de Janeiro: Editora vozes, 2015.
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