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SISTEMAS ELEITORAIS

CONCEITO

Os sistemas eleitorais são mecanismos necessários para a definição daqueles que exercerão
efetivamente, em nome do povo, o poder soberano, exercendo cargos políticos executivos e legislativos,
definindo políticas públicas e determinando o futuro do país e o legado para as próximas gerações. Em
síntese, por sistema eleitoral podemos compreender o conjunto de critérios utilizados para definir os
vencedores em um processo eleitoral. O sistema eleitoral classifica-se em: Sistema majoritário
(absoluto e relativo), sistema misto e sistema proporcional (lista aberta e lista fechada).

SISTEMA ELEITORAL MARJORITÁRIO

O sistema majoritário é adotado atualmente pelo Brasil nas eleições para os cargos de presidente
da república, governador do estado, prefeito e senador da república. Nesse sistema é considerado eleito
o candidato que obtenha a maior soma de votos atribuídos aos demais candidatos desprezados,
prevalecendo, assim, o pronunciamento emitido pela maioria. Assim, vence a eleição, no sistema
majoritários, o candidato mais votado. O sistema majoritário divide-se em: sistema simples exige um
único turno de eleições. Vence o candidato mais votado, independente do número de votos de seus
adversários, o que é alvo de inúmeras críticas, visto a possibilidade de um candidato com alta rejeição se
eleger. No sistema absoluto o vencedor só será declarado no primeiro turno caso tenha a maioria
absoluta dos votos válidos, ou seja, mais votos do que todos os seus adversários somados. Caso nenhum
candidato consiga maioria absoluta, deverá haver segundo turno entre os dois mais votados.

Majoritários Simples Válido nas eleições para senadores e prefeitos de


municípios com até 200 mil eleitores.
Majoritários Absoluto Válido nas eleições para presidente da república,
governador e prefeitos de municípios com mais de
200 mil eleitores.

Se antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato titular,
será convocado, dentre os remanescentes, o de maior votação. Se houver empate entres estes últimos
candidatos qualificar-se-á o mais idoso. Com relação ao vice/suplente entre o primeiro e o segundo turno pode
ser substituído.

SISTEMA ELEITORAL PROPORCIONAL

O Sistema Eleitoral Proporcional tem o objetivo de assegurar a cada corrente de opinião entre as
quais se repartem os eleitores, um número de representantes proporcional às suas forças eleitorais;
sendo que, a distribuição no Parlamento deve ser proporcional aos votos obtidos pelos partidos. A
Constituição Federal de 1988 acolheu no seu artigo 45 o Sistema Proporcional para a eleição de
Deputados e Vereadores. Em síntese, o pressuposto do sistema proporcional é a repartição aritmética
das vagas, visando a distribuição em proporção às correntes ideológicas ou de interesse, integrantes
dos partidos políticos concorrentes. O Sistema Eleitoral Proporcional gravita em torno de dois
quocientes, o partidário e o eleitoral. O quociente partidário define o número inicial de vagas que
caberá a cada partido ou coligação que tenha alcançado o quociente eleitoral. Já o quociente eleitoral

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define os partidos e coligações que tenham direito a ocupar as vagas em disputa nas eleições
proporcionais. Inicialmente são somados todos os votos válidos da eleição (votos conferidos aos
candidatos/partidos), dividindo-se o resultado pelo número de cadeiras a preencher, obtendo-se assim
o quociente eleitoral. No sistema proporcional é possível que um candidato de determinado partido seja
eleito com menos votos do que outro candidato de partido diverso, ou seja, nem sempre os mais
votados são eleitos. Quando dois ou mais partidos estiverem coligados para a disputa de uma eleição
proporcional, seus votos serão computados em conjunto para a determinação do quociente partidário,
como se fossem um único partido. Somar-se-ão, os votos dos candidatos de todos os partidos coligados
e votos de legenda obtidos pelos mesmos partidos.

Qe = n° de votos válido/ n° de cadeiras

Qp = n° de votos válidos do partido ou coligação/Qe

Ao final dos cálculos, provavelmente ficaram sobrando algumas cadeiras, que deverão ser
distribuídas entre os partidos políticos. De forma a prestigiar as minorias partidárias, a legislação
eleitoral propôs a seguinte fórmula:

Sobras eleitorais = n° de votos válidos do partido/ Qp (+1).

O partido que obtiver a maior fração fica com a vaga. Ex. Imagine que em determinado município
foram alcançados 100 mil votos válidos para vereador. Vamos imaginar que na câmara de vereadores
existem 10 cadeiras a serem ocupadas. (Qe = 100.000/10 = 10.000). Portanto, para se conseguir uma
cadeira, o partido deverá ter mais de 10 mil votos válidos. O partido A conseguiu 50 mil votos; o partido
B, 45 mil; e o partido C, 5 mil. Vamos aos cálculos do QP:

Partido A: QP = 50.000/10.000 = 5 cadeiras

Partido B: QP = 45.000/10.000 = 4 cadeiras

Partido C: QP = 5.000/10.000 = 0 cadeiras

Partido A: sobras = 50.000/5 +1 = 8.333

Partido B: sobras = 45.000/4 + 1 = 9.000

Partido C: sobras = 5.000/0 +1 = 5.000

O partido B ganhará a cadeira de sobra. Assim, o partido A ficará com 5 cadeiras, o B também com
5 e o C sem representação.

Classifica-se o Sistema Eleitoral Proporcional como de lista aberta e lista fechada. As Eleições
Proporcionais de Lista Aberta são aquelas onde cada eleitor vota em um (ou mais) candidato de sua
preferência para cada vaga disponível. Quando o período de votação estiver terminado, são realizados
dois procedimentos: a lista dos candidatos mais votados em cada partido e a quantidade total de votos
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recebidos por cada partido (somando-se todos os votos que todos os seus candidatos receberam).
Então, o total de vagas disponíveis é dividido de acordo com a proporção de votos que cada partido
recebeu, definindo-se quantas vagas cada partido irá ocupar dentro daquele total disponível. No caso
das Eleições Proporcionais Fechadas, não há a votação no candidato individual, mas apenas nos
partidos que pleiteiam pelas vagas. A lista de posicionamento dos candidatos é realizada de maneira
interna ao próprio partido, ou seja, os próprios membros de cada partido votam em seus colegas,
definindo o ranking da ordem de recebimento de vagas. Cabe ao povo, neste caso, votar no partido. As
vagas são distribuídas da mesma forma que ocorre na lista aberta, através da proporcionalidade em
relação ao total de votos, e são eleitos os candidatos com mais votos dentro das eleições do partido.

Lista Aberta Lista Fechada


O eleitor vota no candidato preferido na lista ou na O eleitor vota em uma lista de candidatos definida e
legenda ordenada pelo partido
Haverá o preenchimento das cadeiras conforme a O eleitor pode optar pela legenda, mas não tem o
proporção de votos obtida por legenda poder de modificar a ordenação da lista
Os candidatos mais votados da lista ocupam as vagas Os candidatos mais votados ocupam as vagas
Exacerbam-se os interesses dos parlamentares e o Fortalecimento dos partidos, que tem total
vínculo é entre o eleitor e o candidato e não entre o responsabilidade pela indicação dos representantes
eleitor e o partido.
Caráter personalista e individualista à representação Estimulo de maior vínculo entre o eleitor e a legenda
Propicia liberdade de escolha ao eleitor. Redução da liberdade de escolha do eleitor e
tendência à baixa renovação da representação
parlamentar

SISTEMA ELEITORAL DISTRITAL/DISTRITÃO/DISTRITAL MISTO

Outra proposta de sistema que se encontra em debate é a distrital (Puro), feito por maioria
simples, ou seja, deputados e vereadores passariam a ser eleitos por sua votação individual, aqui os
estados e municípios são divididos em vários distritos e os eleitores de cada um desses distritos podem
eleger um representante por maioria simples ou absoluta. Quem é a favor do voto distrital afirma que o
sistema aproxima os eleitores dos representantes.

No sistema distrital misto, divide-se parte das vagas do Legislativo por voto proporcional e outra
por votos majoritários. Aqui metade dos deputados e vereadores continuará a ser eleita pelo sistema
proporcional atual, já a outra metade será eleita pela maioria simples. Os defensores desse sistema
alegam que ele atende interesses regionais e da população como um todo.

Por fim, no sistema distritão, não há circunscrição em distritos. Aqui cada estado e município se
torna um distrito e os deputados e senadores mais votados nessa localidade serão os eleitos,
independente de voto aos partidos ou coligações. As vantagens é que elimina os “puxadores de votos”.

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