Você está na página 1de 33

Manual de aplicação das boas

práticas das incubadoras mineiras

Minas Gerais – Novembro de 2011


REALIZAÇÃO:

SEBRAE MG – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas


RMI – Rede Mineira de Inovação

ELABORAÇÃO:

Adriane Ribeiro Gama Santos (ORIGEM INCUBADORA)


Ana Paula Santos (INCUBADORA HABITAT)
Claudiane Freire de Oliveira (INCIT)
Maurício de Pinho Bitencourt (INCIT)
Rita Carvalho (FUMSOFT/ INSOFT)
Maria do Socorro Rocha de Souza Abreu (CRITT)

APROVAÇÃO:

Ana Cristina de Alvarenga Lage (RMI)


Andrea Furtado de Almeida (SEBRAE/MG)

PROJETO GRÁFICO E CAPA

Adriane Ribeiro Gama Santos (Origem Incubadora)


Anderson Lopes (V3 Comunicação Ltda)
Cláudia de Oliveira Nunes (Origem Incubadora)

Manual de aplicação das boas práticas das incubadoras mineiras. Minas


Gerais: SEBRAE/MG: RMI, 2011.

1. CERNE. 2. Incubadoras de empresas.

I. Serviço de Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas


Gerais (SEBRAE MG). II. Rede Mineira de Inovação (RMI). III. Título: Manual
de aplicação das boas práticas das incubadoras mineiras.
Agradecemos ao nosso parceiro SEBRAE/MG por todo o apoio
destinado e a todas as incubadoras mineiras que participaram e
auxiliaram esse trabalho coletivo. Sem esta parceria e o esforço de
todos não seria possível à realização deste projeto.

Agradecemos à SECTES pelo auxílio e suporte oferecido a todas as


incubadoras.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 1


S U M ÁR I O

A P R E S E N T A Ç Ã O ................................................................................................................. 3

V O C A B U L Á R I O ..................................................................................................................... 4

H I S T Ó R I C O .............................................................................................................................. 7

F U N D A M E N T A Ç Ã O D O M O D E L O P R O P O S T O ...................................... 8
Sistema de Sensibilização e Prospecção ........................................................................................... 10
Sistema de Seleção ............................................................................................................................ 12
Sistema de Planejamento ................................................................................................................... 14
Sistema de Qualificação ...................................................................................................................... 16
Sistema de Assessoria e consultoria .................................................................................................. 19
Sistema de Acompanhamento, Orientação e Avaliação ..................................................................... 21
Sistema de Apoio à Graduação e Projetos futuros ............................................................................. 22
Sistema de Gerenciamento Básico ..................................................................................................... 24

I M P L A N T A Ç Ã O .................................................................................................................... 27

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 2


A P R E S E N T AÇ ÃO

O presente manual tem por objetivo auxiliar e orientar os gestores das incubadoras na reestruturação
de suas práticas de gestão e na melhoria da qualidade de sua atuação em relação ao suporte dado
às empresas apoiadas.

O modelo de maturidade CERNE foi idealizado pela ANPROTEC em parceria com o SEBRAE, a
partir do trabalho coletivo com representantes das incubadoras associadas, que culminou no
desenvolvimento do Termo de Referência CERNE (Centro de Referência para Apoio a Novos
Empreendimentos). Este termo tem como objetivo definir uma metodologia única para ampliar a
capacidade das incubadoras em gerar sistematicamente empreendimentos de sucesso.

A partir das melhores práticas das incubadoras associadas à Rede Mineira de Inovação (RMI) e em
conformidade com o Termo de Referência CERNE (Centro de Referência para Apoio a Novos
Empreendimentos), foi possível definir os documentos e procedimentos que compõem os processos-
chave a serem implantados para atingir o modelo de maturidade CERNE1.

Os fluxos e instruções relativos aos sistemas citados neste manual e disponibilizados para as
incubadoras propiciam o conhecimento aprofundado de todas as etapas do processo de incubação e
gestão da incubadora, proporcionando a melhoria do seu desempenho como instrumento de apoio a
novos negócios.

Neste sentido, este manual deve contribuir para a implementação do CERNE 1, tendo em vista o
aprimoramento dos seus métodos de gestão e a sua performance com as empresas incubadas, bem
como ampliar os seus resultados em relação aos serviços oferecidos para os empreendimentos
apoiados.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 3


V O C AB U L Á R I O

Os termos utilizados ao longo deste manual estão discriminados a seguir:

Ampliação de Limite: ação de uma incubadora no sentido de, ao mesmo tempo, ampliar o público-
alvo de seus serviços e consolidar parceria com os demais mecanismos e instituições de
desenvolvimento regional.

Assessoria: serviço prestado por pessoa física ou jurídica para a execução de atividades em uma
área específica (jurídica, financeira etc.). O foco é na execução de atividades que se repetem ao
longo do tempo. A principal diferença com relação à consultoria é que o consultor é, em geral,
contratado para encontrar uma solução para um problema ou implantar uma solução específica.
Assim, um consultor da qualidade pode orientar a empresa na implantação de um sistema da
qualidade, enquanto que o assessor da qualidade irá executar as atividades para que o sistema da
qualidade traga os resultados esperados.

Cadeia de Valor: modelo que representa a visão global dos processos organizacionais, para que se
tenha uma macro visão da interligação e/ou encadeamento dos macroprocessos, processos,
subprocessos, e tarefas, seguindo a sequência de execução dos mesmos.

Capital: recursos, bens ou valores disponíveis num determinado momento para satisfação de
necessidades.

Competitividade: capacidade que uma empresa tem de definir e colocar em prática as estratégias
que tornem possível a ampliação ou manutenção de sua participação no mercado conferindo-lhe
solidez.

Consultoria: Orientação temporária prestada por pessoa física ou jurídica com reconhecido
conhecimento técnico especializado.

Contrato: instrumento jurídico celebrado entre pessoas físicas ou jurídicas com fins de aquisição,
modificação ou extinção de direitos ou estabelecimento de obrigações recíprocas.

Empreendedor: pessoa capaz de conceber e implantar visões.

Empreendimento: é o ato, efeito ou resultado de empreender algo com fim determinado, não sendo
obrigatória a formalização jurídica.

Empresa: qualquer firma, companhia, organização ou corporação, registrada formalmente (com


CNPJ) destinada à produção e/ou comercialização de processos, bens e serviços.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 4


Empresa Associada: é toda empresa que utiliza a infraestrutura e os serviços oferecidos pela
incubadora, sem ocupar espaço físico, mas, mantendo um vínculo formal. Pode ser empresa recém-
criada ou já existente no mercado, que tenha passado ou não pelo processo de incubação.

Empresa Graduada: aquela empresa que passa pelo processo de incubação e que alcança
desenvolvimento suficiente para sair da incubadora e atuar no mercado de forma independente.
Algumas instituições usam o termo empresa liberada.

Fluxo de Processo: modelo que representa a visão detalhada do subprocesso/ processo em uma
sequência lógica e mostra sua integração com os demais processos da cadeia de valor.

Gestão: é o planejamento, organização, liderança e controle dos recursos de um empreendimento


com vistas a alcançar os objetivos propostos.

Ideia: representação mental de uma coisa concreta ou abstrata.

Incubadora: organização que oferece apoio ao processo de geração e consolidação de empresas.


Os empreendimentos apoiados devem passar por um processo de seleção formal, o que definirá
aqueles que receberão serviços de consultoria, assessoria e qualificação para ampliar a
probabilidade de sucesso. Uma característica essencial de uma incubadora é o monitoramento
constante dos empreendimentos, de forma a decidir quais estão preparados para operar fora da
incubadora (graduar) e aqueles que devem ser descontinuados.

Inovação: introdução no mercado de produtos, processos, métodos ou sistemas não existentes


anteriormente, ou com alguma característica nova e diferente daquela até então em vigor.

Macroprocesso: é um processo que geralmente envolve mais de uma função da organização, e cuja
operação tem impacto significativo nas demais funções da organização. Dependendo da
complexidade do processo este é dividido em subprocessos.

Mapeamento de processos: possibilita a identificação da sequência dos processos, subprocessos,


atividades e tarefas.

Maturidade: é o grau no qual uma organização consegue alcançar, sistematicamente, os objetivos


traçados.

Mercado: ambiente onde ocorrem as trocas comerciais entre pessoas físicas e/ou jurídicas.

Modelo: é aquilo que serve como imagem, forma ou padrão a ser imitado.

Planejamento: estratégia organizacional que envolve a opção pelo cumprimento de determinada


tarefa e consequente definição de objetivos gerais de curto e longo prazos.

Procedimento: modo especificado de realizar uma atividade ou um processo.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 5


Processo: organização lógica e detalhada de pessoas, máquinas, materiais, procedimentos e
energia, para execução de atividades que produzam trabalho final específico na forma de produto ou
serviço.

Processos-chave: processos essenciais para a análise sistêmica da organização.

Processos Críticos: são processos que apresentam os maiores problemas em relação ao


cumprimento de um determinado objetivo.

Produto: resultado de um processo.

Programa: conjunto de ações e projetos coordenados que tem como objetivo a solução de problema
específico ou o aproveitamento de oportunidade em determinado prazo, com recursos humanos,
materiais e financeiros definidos.

Prospecção: conjunto de técnicas relativas à pesquisa, identificação e avaliação preliminar de uma


oportunidade de negócio.

Qualidade: grau de satisfação de requisitos dado por um conjunto de características intrínsecas.

Requisito: necessidade ou expectativa expressa, geralmente implícita ou obrigatória.

Subprocesso: divisões do macroprocesso com objetivos específicos, organizado seguindo linhas


funcionais. Os subprocessos recebem entradas e geram suas saídas em um único departamento.

Serviço: produto da atividade humana destinado à satisfação de necessidades, mas que não
apresenta o aspecto de um bem material.

Sistema: inter-relação das partes, elementos ou unidades que fazem funcionar uma estrutura
organizada.

Sucesso: no contexto do presente documento, sucesso ocorre quando uma empresa graduada
permanece no mercado sem o apoio da incubadora.

Sustentabilidade: qualidade da atividade economicamente viável, socialmente justa e


ecologicamente correta.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 6


H I S T Ó R I C O

Ao participarem de um seminário promovido pela ANPROTEC e SEBRAE, as incubadoras mineiras


INCIT, BIOMINAS e FUMSOFT/INSOFT, se uniram para criarem de um grupo que seria responsável
pela implementação do modelo CERNE no âmbito das incubadoras associadas à RMI.

Em 2009, a partir da publicação do Termo de Referência do CERNE, as incubadoras mineiras INCIT,


FUMSOFT/ INSOFT e HABITAT em parceira com RMI, SEBRAE MG e SECTES formalizaram o
grupo, citado anteriormente, que ficou responsável em utilizar as práticas estabelecidas neste termo
como modelo para reestruturação de seus processos gerenciais e difundir para outras incubadoras
associadas à RMI. Deve-se ressaltar que houve a contribuição de uma consultoria especializada em
modelagem e automatização de processos de gestão para a definição desse modelo.

Para o desenvolvimento dos trabalhos foram integradas ao grupo 12 incubadoras associadas à RMI,
que colaboraram com suas práticas e dedicaram esforços para finalizar um método de gestão
específico para a realidade das incubadoras mineiras. A modelagem dos processos foi realizada a
partir da definição da cadeia de valor e identificação dos processos críticos, com o estabelecimento
dos macro-processos e sub-processos. Em seguida foram estabelecidos os fluxos dos processos,
formulários, modelos e procedimentos.

O êxito dos trabalhos e a obtenção de uma metodologia de referência só foi possível após uma
intensa análise, troca de experiências, workshops e contribuições individuais das equipes das
incubadoras envolvidas.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 7


F U N D AM E N T AÇ ÃO D O M O D E L O P R O P O S T O

Partindo do pressuposto que a maioria das incubadoras possui práticas e métodos gerenciais e
operacionais sem uma padronização adequada, o que impacta no seu desempenho e na obtenção de
melhores resultados, identificou-se que seria mais apropriado inicialmente a implementação dos
procedimentos e sistemas previstos no CERNE 1.

O objetivo principal do CERNE 1 é profissionalizar o processo de geração sistemática de


empreendimentos inovadores, por meio da implementação de sistemas que garantam a eficácia do
programa de incubação e do apoio as empresas, bem como de determinados aspectos de gestão
essenciais para a criação de negócios de sucesso.

A definição de processos-chaves é essencial à equipe da incubadora, no sentido de dar o suporte


necessário para que esta consiga identificar os elementos indispensáveis na melhoria da qualidade
dos serviços oferecidos aos empreendimentos apoiados. Cada processo-chave é composto de
diversos sistemas norteados por uma hierarquia de práticas-chave, sendo elas: inicial, definida,
estabelecida e sistematizada.

Diante desta perspectiva, foi desenvolvido um trabalho de construção coletiva orientado pelos
conceitos do Termo de Referência CERNE, a partir das melhores práticas das incubadoras mineiras
associadas à RMI. Inicialmente realizou-se a modelagem dos processos, por meio da definição da
cadeia de valor e da identificação dos processos críticos, o que culminou no estabelecimento dos
macroprocessos e subprocessos.

Em seguida foram estabelecidos os fluxos de cada sistema, os procedimentos que determinam as


tarefas relativas a estes sistemas, além dos formulários e modelos de referência, para registro e
evidência de cada atividade executada em conformidade com o descrito nestes procedimentos. A
sequência de execução e interação entre os sistemas ficou definida da seguinte forma:

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 8


Figura 1: Sequência e interação entre os sistemas

Na figura anterior pode-se ressaltar que:

- o sistema de sensibilização e prospecção e o sistema de seleção são processos de entrada de


massa crítica (estudantes universitários e técnicos, pesquisadores, empreendedores em geral)
para o programa de incubação;

- o sistema de planejamento, o sistema de acompanhamento, orientação e avaliação, o sistema de


qualificação e o sistema de assessoria e consultoria fazem parte do programa de incubação
propriamente dito e tem o intuito de trabalhar as competências e habilidades gerenciais
necessárias para o sucesso do negócio ao atuar no mercado;

- o sistema de graduação é o processo de saída, no qual as empresas são preparadas para atuar
no mercado de forma independente e sustentável.

- o sistema de gerenciamento básico é um processo de apoio para que os demais sistemas sejam
executados adequadamente e atinjam o resultado esperado.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 9


O sistema de gerenciamento básico possui uma relação intrínseca com o desenvolvimento das
empresas incubadas, uma vez que para apoiá-las efetivamente, a incubadora deve ter uma estrutura
mínima organizada e devidamente gerida.

Tendo em vista a necessidade do planejamento das atividades propostas para garantir o bom
desempenho das incubadoras, este manual propõe procedimentos, documentos e modelos
estruturados a partir da prática definida. A estrutura da documentação proposta está representada na
figura a seguir:

Documento orientador do CERNE 1


MANUAL

PROCESSOS Descrevem a sequência das


tarefas relativas a cada sistema
Fluxogramas e instruções de
trabalho

Padroniza a implementação das


instruções, evidencia os resultados
MODELOS E FORMULÁRIOS obtidos e geram registros

Figura 2: Estrutura da documentação para CERNE 1

Conforme a figura anterior, ao utilizar a metodologia proposta, a incubadora terá documentada a


execução de suas atividades, por meio do preenchimento dos formulários e modelos propostos,
tornando seus processos previsíveis, com a menor variação dos resultados obtidos, e preservando o
conhecimento, a tecnologia e o histórico do processo de incubação de empresas.

Para atingir plenamente este nível de maturidade, a incubadora deve demonstrar que possui
capacidade para prospectar e selecionar boas ideias e transformá-las em negócios inovadores de
sucesso.

Sistema de Sensibilização e Prospecção

O intuito do sistema sensibilização e prospecção é definir ações que vão promover a disseminação
do empreendedorismo e da inovação na localidade de atuação da incubadora, com o intuito de
prospectar novas ideias e projetos, com potencial de se tornarem empreendimentos de sucesso, para
o programa de incubação. Este sistema foi definido a partir do planejamento das atividades de

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 10


sensibilização, prospecção e qualificação. Este planejamento deve ser realizado levando-se em
consideração as características e estratégias da incubadora.

O sistema de sensibilização e prospecção deve ser realizado sob condições controladas e


registradas, de acordo com o estabelecido na Instrução de Trabalho: IT_1.1_Sistema de
Sensibilização e Prospecção.

Deve-se observar a interação com o sistema de Seleção – 1.1, o Sistema de Qualificação - 1.4 e
o sistema de Sistema de Gerenciamento Básico – 1.8, principalmente a prática-chave 1.8.5 -
sistema de comunicação e marketing.

Este sistema se decompõe nas seguintes práticas-chaves:

- Prática-chave 1.1.1 – Sensibilização: Tem o objetivo de ampliar a qualidade, qualidade e a


diversidade das propostas apresentadas à incubadora. Deve-se estabelecer um planejamento e
manter o registro de ações para a disseminação o empreendedorismo e a inovação na localidade
em que atua, com temas relacionados ao desenvolvimento de empreendimentos.

- Prática-chave 1.1.2 – Prospecção: Tem o objetivo de identificar as oportunidades de negócios


em sua localidade de atuação e ampliar a quantidade, qualidade e diversidade das propostas de
negócios prospectadas pela incubadora. A incubadora deve estabelecer um planejamento e
manter o registro de ações de prospecção realizadas com grupos de pesquisas, instituições e
empresas, bem como manter um banco de ideias a fim de identificar novas oportunidades de
negócios.

- Prática-chave 1.1.3 – Qualificação: Tem o objetivo de aperfeiçoar os conhecimentos de


empreendedores para que este tenha capacidade de gerar negócios com alto potencial de
sucesso. A incubadora deve estabelecer um planejamento e manter o registro de ações de
qualificação, incluindo palestras, cursos e orientações sobre como empreender.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 11


Fluxo do sistema

Figura 3: Fluxograma do sistema de sensibilização e prospecção

Sistema de Seleção

O intuito do sistema de seleção é definir uma metodologia para a seleção criteriosa dos
empreendimentos que ingressarão no programa de incubação. Este sistema foi estabelecido a partir
do planejamento do processo seletivo, com a definição dos critérios de seleção, modelo de plano de
negócios e contrato padronizados. Esta metodologia deve considerar as características e estratégias
da incubadora.

O sistema de seleção deve ser realizado sob condições controladas e registradas, de acordo com o
estabelecido na Instrução de Trabalho: IT_1.2_Sistema de Seleção.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 12


Deve-se observar a interação com o sistema de Sistema de Sensibilização e Prospecção – 1.1,
o Sistema de Qualificação - 1.4 (se houver treinamento) e o sistema de Sistema de
Gerenciamento Básico – 1.8, principalmente a prática-chave 1.8.5 - sistema de comunicação e
marketing.

Este sistema se decompõe nas seguintes práticas-chaves:

- Prática-chave 1.2.1 – Plano de negócios: Tem o objetivo de garantir que os empreendedores


apresentem a incubadora sua proposta com todas as informações essenciais ao desenvolvimento
do negócio. A incubadora deve possuir um modelo de Plano de Negócios para que os
empreendedores possam apresentar suas propostas de empreendimentos e atualizá-las ao longo
do processo de incubação.

- Prática-chave 1.2.2 – Avaliação: Tem o objetivo de garantir a seleção dos empreendimentos


inovadores que possuem maior probabilidade de sucesso. A incubadora deve possuir um
processo de seleção de empreendimentos, que conte com fases bem definidas, critérios de
seleção objetivos e a participação de especialistas externos à incubadora.

- Prática-chave 1.2.3 – Contratação: Tem o objetivo de estabelecer as cláusulas e condições


necessárias para garantir a transparência entre a incubadora e os empreendedores. A incubadora
deve possuir um modelo padrão de contrato a ser assinado pelos empreendedores, onde sejam
estabelecidas cláusulas relacionadas aos deveres e direitos dos incubados/ empreendimentos,
regras para a continuidade na incubadora, bem como critérios para a graduação/ desligamento.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 13


Fluxo do sistema

Figura 4: Fluxograma do sistema de seleção

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 14


Sistema de Planejamento

O intuito do sistema de planejamento é manter um processo sistemático para o planejamento do


negócio, a fim de que o empreendimento adquira a maturidade necessária para atuar no mercado.
Este sistema foi desenvolvido a partir da definição de uma metodologia para a realização do
planejamento conjunto com o empreendedor, com a finalidade de estabelecer estratégias, objetivos e
metas para o desenvolvimento do empreendimento durante o programa de incubação considerando
eixos de desenvolvimento do negócio: empreendedor, tecnologia, gestão, mercado e capital.

O sistema de planejamento deve ser realizado sob condições controladas e registradas, de acordo
com o estabelecido na Instrução de Trabalho: IT_1.3_ Sistema de planejamento.

Deve-se observar a interação com o sistema de acompanhamento, orientação e avaliação –


1.6, o sistema de qualificação – 1.4 e o sistema de assessoria e consultoria – 1.5.

Este sistema se decompõe nas seguintes práticas-chaves:

- Prática-chave 1.3.1 – Plano de vida: Tem o objetivo de fazer com que cada empreendedor
elabore um Plano de Desenvolvimento Pessoal, com a finalidade de aperfeiçoar o perfil
empreendedor, no que se refere à capacidade de realização, conhecimento do negócio e
habilidades ligadas ao comportamento empreendedor, a fim de que este possua uma clara visão
de como deverá atuar no desenvolvimento do empreendimento, minimizando os riscos do negócio.

- Prática-chave 1.3.2 – Plano tecnológico: Tem o objetivo de fazer com que os empreendedores
na elaboração do Plano Tecnológico, com a finalidade de auxiliar no desenvolvimento do produto/
serviço tomando como base informações de mercado, incluindo as inovações (novos produtos,
serviços e/ou processos), de modo que todo processo seja lógico, com a racionalização dos
recursos tanto no setor de desenvolvimento quanto no de manufatura.

- Prática-chave 1.3.3 – Plano de capital: Tem o objetivo de fazer com que os empreendedores na
elaboração de um Plano Financeiro, com a finalidade de auxiliar no desenvolvimento econômico e
financeiro, considerando a gestão financeira, a necessidade de captação de recursos e
indicadores econômico-financeiros.

- Prática-chave 1.3.4 – Plano de mercado: Tem o objetivo de fazer com que os empreendedores
na elaboração de um Plano de Marketing, com a finalidade de auxiliar no fortalecimento das
estratégias e ações de inserções mercadológicas, ampliando sua visibilidade na promoção de sua
marca e produtos/ serviços e no fortalecimento das relações com parceiros de negócios.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 15


- Prática-chave 1.3.5 – Plano de gestão: Tem o objetivo de fazer com que os empreendedores na
elaboração de um Plano de Gestão, com a finalidade de auxiliar no desenvolvimento de
estratégias e ações para instalação e crescimento do empreendimento, considerando os
diferentes aspectos como finanças, recursos humanos, processos, entre outros.

Fluxo do sistema

Figura 5: Fluxograma do sistema de planejamento

Sistema de Qualificação

O intuito do sistema de qualificação é capacitar os empreendedores em função dos seus principais


desafios no desenvolvimento do produto e gestão do negócio. Este sistema foi desenvolvido a partir
do planejamento de ações de capacitação que abordem temas relativos ao comportamento
empreendedor, aos produtos, processos, serviços e inovação, bem como à administração financeira,
marketing e a gestão empresarial.

O sistema de qualificação deve ser realizado sob condições controladas e registradas, de acordo com
o estabelecido na Instrução de Trabalho: IT_1.4_ Sistema de qualificação.

Deve-se observar a interação com o sistema de planejamento – 1.3 e o sistema de


acompanhamento, orientação e avaliação – 1.6.
Este sistema se decompõe em cinco práticas-chaves, conforme figura a seguir:

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 16


- Prática-chave 1.4.1 – Qualificação do empreendedor: Tem o objetivo de qualificar os
empreendedores que aborde temas específicos com a finalidade de desenvolver o perfil pessoal e
empreendedor, no que se refere à capacidade de realização, conhecimento do negócio e
habilidades ligadas ao comportamento empreendedor, a fim de que este possua uma clara visão
de como deverá atuar no desenvolvimento do empreendimento.

- Prática-chave 1.4.2 – Qualificação em tecnologia: Tem o objetivo de qualificar os


empreendedores que aborde temas específicos com a finalidade de desenvolvimento do produto/
serviço, levando-se em consideração fatores como inovação, vantagem competitiva, aplicabilidade
e viabilidade tecnológica.

- Prática-chave 1.4.3 – Qualificação em finanças: Tem o objetivo de qualificar os


empreendedores que aborde temas específicos com a finalidade de auxiliá-lo na gestão financeira,
na captação de recursos e no controle de seus indicadores financeiros, para que o
empreendimento seja economicamente sustentável.

- Prática-chave 1.4.4 – Qualificação em mercado: Tem o objetivo de qualificar os


empreendedores que aborde temas específicos com o objetivo de estabelecer estratégias e ações
mercadológicas, para que atue de forma competitiva no mercado.

- Prática-chave 1.4.5 – Qualificação em gestão: Tem o objetivo de qualificar os empreendedores


que aborde temas específicos com o objetivo de aperfeiçoar as suas práticas gerenciais, para
aumentar o nível de eficácia dos métodos de gestão do empreendimento.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 17


Fluxo do sistema

Figura 6: Fluxograma do sistema de qualificação

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 18


Sistema de Assessoria e consultoria

O intuito do sistema de assessoria e consultoria é auxiliar o empreendedor no desenvolvimento do


produto e gestão do empreendimento em função dos seus principais desafios: comportamento
empreendedor, produtos, processos e serviços, capitação de recursos, acesso a mercados e
orientação gerencial. Além disso, este sistema objetiva consolidar as empresas incubadas com a
implementação de ações específicas que favoreçam o seu desenvolvimento, garantindo sucesso e
consolidação no mercado.

O sistema de assessoria e consultoria deve ser realizado sob condições controladas e registradas, de
acordo com o estabelecido na Instrução de Trabalho: IT_1.5_ Prover assessoria e consultoria a
empreendedores.

Deve-se observar a interação com o sistema de planejamento – 1.4 e o sistema de


acompanhamento, orientação e avaliação – 1.6.

Este sistema se decompõe em cinco práticas-chaves, conforme figura a seguir:

- Prática-chave 1.5.1 – Assessoria e consultoria ao empreendedor: Tem o objetivo de auxiliar o


desenvolvimento do perfil pessoal e empreendedor no que se refere à capacidade de realização,
conhecimento do negócio e habilidades ligadas ao comportamento empreendedor, por meio de
consultorias e assessorias especializadas, a fim de que este possua uma clara visão de como
deverá atuar no desenvolvimento do empreendimento. Deverão ser mantidos registros dos
resultados obtidos pela incubadora.

- Prática-chave 1.5.2 – Assessoria e consultoria tecnológica: Tem o objetivo de auxiliar o


desenvolvimento do produto/ serviço, por meio de consultorias e assessorias especializadas,
levando-se em consideração a inovação, as vantagens competitivas, a aplicabilidade e viabilidade
técnica.

- Prática-chave 1.5.3 – Assessoria e consultoria financeira: Tem o objetivo de auxiliar na gestão


financeira, no controle de indicadores financeiros e na captação de recursos, por meio de
consultorias e assessorias especializadas, para que o empreendimento seja economicamente
sustentável.

- Prática-chave 1.5.4 – Assessoria e consultoria em mercado: Tem o objetivo de auxiliar o


empreendedor no estabelecimento de estratégias e ações mercadológicas, por meio de
consultorias e assessorias especializadas, para que sua idéia se transforme em um produto
inovador e de sucesso e o empreendimento atue de forma competitiva no mercado.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 19


- Prática-chave 1.5.5 – Assessoria e consultoria em gestão: A incubadora deve disponibilizar
assessorias e consultorias especializadas com o objetivo de aperfeiçoar as suas práticas
gerenciais, com o objetivo de aumentar o nível de eficácia dos métodos de gestão do
empreendimento.

Fluxo do sistema

Figura 7: Fluxograma do sistema de assessoria e consultoria

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 20


Sistema de Acompanhamento, Orientação e Avaliação

O intuito do sistema de acompanhamento, orientação e avaliação é monitorar a evolução do


empreendimento em relação ao programa de incubação no que diz respeito à maturidade adquirida
nos cinco eixos de desenvolvimento do negócio: tecnologia, gestão, mercado capital e
empreendedor. Este sistema foi definido a partir do planejamento periódico de atividades
estabelecidas a partir do sistema de planejamento.

O sistema de acompanhamento, orientação e avaliação deve ser realizado sob condições controladas
e registradas, de acordo com o estabelecido na Instrução de Trabalho: IT_1.6_Acompanhamento,
orientação e avaliação.

Deve-se observar a interação com o sistema de planejamento – 1.3, o sistema de qualificação –


1.4, sistema de assessoria e consultoria – 1.5 e o sistema de apoio à graduação e projetos
futuros – 1.7.

Este sistema se decompõe em cinco práticas-chaves, conforme figura a seguir:

- Prática-chave 1.6.1 – Monitoramento do empreendedor: Tem o objetivo de monitorar a


evolução do empreendedor no que ser refere ao perfil pessoal, ao conhecimento do negócio e às
habilidades ligadas ao comportamento empreendedor. Deverão ser mantidos registros dos
resultados obtidos pela incubadora.

- Prática-chave 1.6.2 – Monitoramento da tecnologia: Tem o objetivo de monitorar a evolução do


empreendimento em relação ao desenvolvimento do produto/ serviço, levando-se em
consideração a inovação, as vantagens competitivas, a aplicabilidade e viabilidade técnica.
Deverão ser mantidos registros dos resultados obtidos pela incubadora.

- Prática-chave 1.6.3 – Monitoramento financeiro: Tem o objetivo de monitorar a evolução do


empreendimento no que se refere à gestão financeira, ao controle de indicadores financeiros e à
capacidade captação de recursos. Deverão ser mantidos registros dos resultados obtidos pela
incubadora.

- Prática-chave 1.6.4 – Monitoramento do mercado: Tem o objetivo de monitorar a evolução do


empreendimento em relação ao conhecimento do mercado em que irá atuar, dos concorrentes,
das vantagens competitivas e do diferencial do produto em relação aos produtos similares.
Deverão ser mantidos registros dos resultados obtidos pela incubadora.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 21


- Prática-chave 1.6.5 – Monitoramento da gestão: Tem o objetivo de monitorar a evolução da
empresa em relação ao aprimoramento de suas práticas gerenciais. Deverão ser mantidos
registros dos resultados obtidos pela incubadora.

Fluxo do sistema

Figura 8: Fluxograma do sistema de acompanhamento, orientação e avaliação

Sistema de Apoio à Graduação e Projetos futuros

O intuito do sistema de apoio à graduação e projetos futuros é identificar o momento mais adequado
para a graduação da empresa, tendo como base o seu grau de maturidade em relação ao
desenvolvimento dos produtos/ serviços, perfil empreendedor, acesso a mercado, capitação de
recursos e gestão empresarial. Além disso, este sistema visa estabelecer como será a interação
futura entre empresa graduada e incubadora. A empresa deve manter um bom desempenho em todo

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 22


o programa de incubação, a fim de adquirir maturidade suficiente para atuar no mercado de forma
independente e alcançar o sucesso.

O sistema de apoio à graduação e projetos futuros deve ser realizado sob condições controladas e
registradas, de acordo com o estabelecido na Instrução de Trabalho: IT_1.7_ Apoiar graduação e
projetos futuros.

Deve-se observar a interação com o sistema de acompanhamento, orientação e avaliação – 1.6


e o sistema de Sistema de Gerenciamento Básico – 1.8, principalmente a prática-chave 1.8.5 -
sistema de comunicação e marketing.

Este sistema se decompõe em cinco práticas-chaves, conforme figura a seguir:

- Prática-chave 1.7.1 – Maturidade do empreendedor: Tem o objetivo de verificar periodicamente


o nível de maturidade do empreendedor no que se referem as suas habilidades empreendedoras e
à capacidade de gerir o seu negócio após o período de incubação, realizando as ações corretivas
necessárias.

- Prática-chave 1.7.2 – Maturidade da tecnologia: Tem o objetivo de verificar periodicamente o


nível de maturidade da empresa em relação ao grau de desenvolvimento do produto/ serviço, à
capacidade técnica e de infra-estrutura para a produção e realização de novos produtos/ serviços
após o período de incubação, realizando as ações corretivas necessárias.

- Prática-chave 1.7.3 – Maturidade financeira: Tem o objetivo de verificar periodicamente o nível


de maturidade da empresa em relação à gestão financeira, a fim de identificar sua capacidade
para captar recursos e se sustentar após o período de incubação, realizando as ações corretivas
necessárias.

- Prática-chave 1.7.4 – Maturidade do mercado: Tem o objetivo de verificar periodicamente o


nível de maturidade da empresa para sua atuação no mercado de maneira competitiva em relação
aos seus concorrentes, realizando as ações corretivas necessárias.

- Prática-chave 1.7.5 – Maturidade da gestão: Tem o objetivo de verificar periodicamente o nível


de maturidade da empresa em relação a suas práticas gerenciais, realizando as ações corretivas
necessárias.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 23


Fluxo do sistema

Figura 9: Fluxograma do sistema de apoio à graduação e projetos futuros

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 24


Sistema de Gerenciamento Básico

O intuito do sistema de gerenciamento básico é a manutenção de uma estrutura mínima em termos


gerenciais, físicos e tecnológicos que garanta a geração sistemática de empreendimentos de
sucesso. Isso inclui a existência de um modelo institucional, um sistema de gestão financeira, um
sistema de comunicação e marketing, uma estrutura física e tecnológica e um sistema de apoio à
gestão que forneçam suporte adequado aos empreendimentos incubados.

O sistema gerenciamento básico deve ser realizado sob condições controladas e registradas, de
acordo com o estabelecido na Instrução de Trabalho: IT_1.8_ Gerenciamento básico.

Deve-se observar a interação com o sistema de sensibilização e prospecção – 1.1, com o


sistema de seleção – 1.2, com o sistema de planejamento – 1.3, o sistema de qualificação – 1.4,
sistema de assessoria e consultoria – 1.5, o sistema de acompanhamento, orientação e
avaliação – 1.6 e o sistema de apoio à graduação e projetos futuros – 1.7 .

- Prática-chave 1.8.1 – Modelo institucional: A incubadora deve possuir documentos que


comprovem a sua existência formal e o seu relacionamento (independência, orçamento, relatórios)
com a entidade gestora e/ou mantenedora e os parceiros, de forma a viabilizar a gestão e os
relacionamentos interinstitucionais.

- Prática-chave 1.8.2 – Gestão financeira e sustentabilidade: A incubadora deve possuir um


processo sistematizado e documentado para a sua efetiva gestão financeira, incluindo fluxo de
caixa, contas a pagar e a receber, indicadores econômico-financeiros. Além disso, deve elaborar
orçamento e manter um plano de sustentabilidade onde serão explicitados todos os apoios
recebidos (econômicos e financeiros), as ações e estrutura mantida com recursos próprios e
estratégias para garantir a sustentabilidade.

- Prática-chave 1.8.3 – Infraestrutura física e tecnológica: A incubadora deve possuir um


sistema formalizado de gestão da infra-estrutura física e tecnológica que seja compatível com as
necessidades dos empreendimentos apoiados. É essencial que a incubadora comprove a
existência de espaços individualizados para os empreendimentos apoiados, espaços de uso
comum e compartilhado, espaço para atendimento ao público e aos empreendedores e estrutura
tecnológica.

- Prática-chave 1.8.4 – Apoio a gestão: A incubadora deve possuir um conjunto de serviços de


apoio que dê sustentação à equipe de gestão, o que inclui: vigilância, limpeza e manutenção.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 25


- Prática-chave 1.8.5 – Comunicação e marketing: A incubadora deve possuir um plano de ação
que utilize ferramentas de comunicação, assessoria de imprensa e relações públicas, de forma a
fortalecer a sua imagem e visibilidade.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 26


I M P L AN T AÇ ÃO

A implantação dos documentos relativos a este manual deve ocorrer respeitando-se as fases de
implantação definidas pelo “Manual de Implantação do CERNE”. São elas:

- Seleção: A incubadora deve definir o nível de maturidade que será implantado inicialmente pela
incubadora, levando-se em consideração as características e peculiaridades da incubadora, sua
missão, visão, objetivos e propósito. Vale ressaltar que é essencial o envolvimento e
comprometimento dos parceiros para o sucesso da implantação do modelo CERNE.

- Priorização: A incubadora deve definir da ordem de implantação dos processos-chave e práticas-


chave, tendo como base o grau de importância de cada um deles. É importante salientar a
utilização de uma ferramenta de priorização para reduzir a subjetividade da escolha.

- Diagnóstico: A incubadora deve realizar um diagnóstico para identificar em que estágio de


evolução está seus processos em relação ao nível de maturidade e práticas-chave estabelecidas
pelo modelo CERNE.

- Implantação: A incubadora deve definir a ordem de implantação, a fim de que os recursos


necessários sejam alocados adequadamente. Nesta etapa além de sua equipe, a incubadora pode
contratar consultores credenciados para auxiliar no processo de implantação.

- Auditoria interna: Após a implantação é necessário que a incubadora faça uma auditoria interna
para a avaliação criteriosa das práticas implantadas, a fim de identificar sua eficácia e pontos de
melhoria.

- Certificação: Uma vez realizada a auditoria interna e revisadas as práticas necessárias, a


incubadora deve partir para a certificação. Cabe ressaltar que é importante a preparação de toda
equipe para o processo de certificação, bem como todos os documentos e evidências devem ser
devidamente identificados e disponibilizados. Durante a auditoria de certificação é necessário que
a equipe da incubadora acompanhe e anote todas as observações realizadas.

Orientações para implantação

Este manual foi elaborado com o intuito de facilitar e orientar as incubadoras na implantação do nível
de maturidade CERNE 1 e prática-chave definida, conforme citado anteriormente. Vale destacar que

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 27


as incubadoras possuem total liberdade em utilizar o método proposto neste manual, bem como
empregar alternativas que sejam mais condizentes com sua realidade, ficando a seu critério escolher
o nível de maturidade que melhor lhe convier implantar, considerando seu propósito e a decisão
conjunta com seus parceiros.

Considerando a fase de seleção, orienta-se a implantação do CERNE 1 a partir da prática-chave


definida, conforme citado anteriormente, pois para garantir a eficácia do programa de incubação e do
apoio aos empreendimentos as incubadoras devem estruturar seus processos mantendo o
planejamento de suas atividades.

Os documentos e modelos propostos neste manual foram desenvolvidos preocupando-se em manter


um formato genérico, de forma que qualquer incubadora pudesse utilizá-los fazendo as adaptações
necessárias para atender a sua realidade. Sugere-se que a cada incubadora compare a
documentação proposta com as suas práticas atuais e modifique-a de maneira que atenda as suas
características. As incubadoras possuem total liberdade para continuar utilizando os seus
documentos, se identificar que estão mais relacionados com sua rotina de trabalho.

Em relação à priorização sugere-se a utilização da ferramenta proposta pelo “Manual de Implantação


do CERNE”, ou seja, a técnica MUDGE desenvolvida por JHDOK em 1964, com o objetivo de
priorizar elementos, minimizando a subjetividade da seleção da ordem em que os sistemas serão
padronizados.

Após a priorização, a incubadora deve fazer o diagnóstico para identificar em qual nível são
realizadas as práticas estabelecidas pelo CERNE e como são realizadas. O modelo para realização
do diagnóstico está disponibilizado junto com os demais documentos e evidências que acompanham
este manual.

Em relação à fase de implantação, é necessário definir a ordem de implantação dos processos,


iniciando pelo processo de maior prioridade. A partir da definição da importância de cada sistema é
necessário priorizar a implantação, seguindo a mesma lógica da matriz de MUDGE, somando-se as
notas obtidas tanto da priorização como da implantação.

Periodicamente, os documentos devem passar por revisão, com o intuito de aprimorar os processos
da incubadora, garantindo assim a melhoria contínua. Dessa forma, as datas e números de revisão
da documentação devem ser atualizados.

Quando as práticas estiverem implantadas, é necessário que a equipe da incubadora faça uma
auditoria interna para avaliar as incoerências e possíveis pontos de melhoria nos processos. A
principal finalidade da auditoria é verificar antecipadamente as argumentações que poderão ser
utilizadas pelos auditores externos que irão certificar a incubadora.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 28


Sugere-se que a incubadora solicite o apoio de parceiros, a participação de outras incubadoras e/ou a
contratação de consultores credenciados no processo de auditoria interna, a fim de ocorra uma
análise mais criteriosa das práticas implantadas.

Após a auditoria interna e realização das correções necessárias, a incubadora está apta a solicitar a
certificação, que será feita por instituição devidamente credenciada pela ANPROTEC para este fim.

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 29


R E F E R Ê N C I AS

ANPROTEC. CERNE. Disponível em: http://www.anprotec.org.br. Acesso em: 17 ago. 2011.

ANPROTEC. Empresas incubadas mineiras terão apoio para crescer mais rápido. Disponível
em: http://www.anprotec.com.br/publicacao. Acesso em: 17 ago. 2011.

ANPROTEC; SEBRAE. Manual de implantação: centro de referência para apoio a novos


empreendimentos – CERNE. Brasília: Anprotec: Sebrae, 2011.

ANPROTEC; SEBRAE. Termo de referência: centro de referência para apoio a novos


empreendimentos – CERNE. Brasília: Anprotec: Sebrae, 2009.

BIZZOTO, C.E.N. Incubação de empresas: aspecto-chave. Blumenau: Diretiva, 2008.

DORNELAS, J. C. A. Planejando incubadoras de empresas: como desenvolver um plano de


negócios para incubadoras. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

PEREIRA JUNIOR; E.H. et al. Aplicação de uma metodologia de gestão de processos, para a
melhoria e otimização do processo de recepção de materiais. Paraná: UTFPR, 2009.

PRADO, L.J. Gerenciamento de processo: da evolução para a revolução. Revista Eletrônica da


Gestão. Disponível em: http://lauroprado.tripod.com/ezine. Acesso em: 25. abr. 2011.12:00.

RMI. Representantes das incubadoras discutem o Cerne em reunião. Disponível em:


http://rmi.doctorsys.com.br. Acesso em: 20 ago. 2011.

SAVI, R.; FRAZONI, A.M.B. Gestão e avaliação de processos das incubadoras de base
tecnológica. Santa Catarina: UFSC, 2006

SILVA, S.A. A relevância das incubadoras de empresas no mundo contemporâneo. São Paulo.
PUC, 2009.

TREVINE, C. R, G. Iniciar a gestão por processo. Campinas: UEC, 2006

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 30


Realização: Idealização e desenvolvimento do modelo CERNE:

Manual de boas práticas das incubadoras mineiras 31

Você também pode gostar