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DISCIPLINA: GEOLOGIA GERAL

Curso: Bacharelado em Engenharia Civil


Período 2020.1
Aula 2 – A Terra.

Professor: Me. Maylon Dieferson Silva de Sobral


md_dss@hotmail.com
Conteúdo

 A Terra
 Origem e formação
 A Terra em transformação
 Sistema de componentes interativos
 Sistema de placas tectônicas
A criação do mundo

 A clássica e eterna pergunta: De onde viemos?


 O imaginário da origem do mundo sempre foi uma questão presente
entre os povos.
 Ao longo dos séculos cada povo construiu teorias e ideias sobre a
origem do mundo.
 Essas teorias antigas sempre estiveram ligadas à crenças religiosas.
 A ideia de origem através da ciência é algo proporcionalmente novo.
A criação do mundo

 Visão mesopotâmica;
 Apresentava como princípio do mundo Abzu e Tiamat,
elementos masculino e feminino das águas, origens do
universo celeste e terrestre.
 Visão Grega
 Mitologia politeísta onde a origem advém do deus
Caos que origina Gaia e os Titans e deuses.
 Visão Maia
 Concebe a criação em 13 etapas, com o Hunab Ku, o
deus uno, fez-se a si mesmo e criou o céu e a terra.
 Visão Indígena Brasileira
 Reporta a um criador do céu, da Terra e dos animais
(o Monã dos tupinambás) e a um criador do mar, Amã
Atupane.
A criação do mundo

 Para a aplicação científica, segue-se o princípio


do Big-Bang.
 Tentativa da Física de explicar as origens do
Universo.
 Afirma que todo o Universo iniciou-se a partir de
uma singularidade, que vem expandindo-se
pelo menos há 13,8 bilhões de anos.
 Grande expansão (por razões desconhecidas)
de um ínfimo ponto do espaço, chamado de
singularidade, com densidade e temperatura
infinitamente altas.
 Proposta pela primeira vez em 1920.
A formação do sistema Solar

A hipótese da Nebulosa
 Sugerida por Immanuel Kant em 1755.
 A origem poderia ser traçada pela rotação de
uma nuvem de gás e poeira fina.
 Nuvens formadas predominantemente por
hidrogênio e hélio.
 Essa nuvem teria se contraído devido à
gravidade, a qual resulta da atração entre
corpos.
 Acelerando-se a rotação dessa nuvem
adotando o formato de disco.
A formação do sistema Solar

A hipótese da Nebulosa

 Formação do Sol
 A matéria começa a se deslocar para o centro.
 Forma uma proto-estrela, precursora do Sol.
 A temperatura aumenta devido a compressão
iniciando a fusão nuclear.
 Aumento do tamanho pela aglutinação das
partículas e conversão da massa em energia.
A formação do sistema Solar

A hipótese da Nebulosa
 Formação dos Planetas
A parte da nuvem que não foi
aglutinada pelo pronto-Sol criou um
disco de gás e poeira, chamado de
nebulosa solar.
 Formado o disco começou o
processo de resfriamento da nuvem
onde os gases condensaram-se.
 Por meio de colisões pegajosas o
material condensado uniu-se a
poeira.
 Criação dos planitesimais
 Pequenos blocos de 1 km.
A formação do sistema Solar

A hipótese da Nebulosa
 Formação dos Planetas
 Os planetesimais foram colidindo
e se agregando.
 Formação de corpos maiores.
 Os corpos maiores cuja força
gravitacional também é maior
arrastou os menores
 Formação dos planetas
 A estruturação do planeta sofreu
influencia de sua posição em
relação ao Sol.
A formação do sistema Solar
A formação do sistema Solar

A hipótese da Nebulosa
 Planetas Internos
 Mercúrio, Venus, Terra e Marte.
 Planetas terrestres
 Pequenos e constituídos de rochas e metais.
 Planetas exteriores Gigantes
 Júpter, Saturno, Urano e Netuno
 Atraíram as partes mais leves da nebulosa.
 São compostos predominantemente por
hidrogênio e hélio.
A Terra em formação

 A colisão com planetesimais liberou muita energia


fazendo com que a Terra fundisse os destroços das
colisões.
 Algumas grandes colisões teriam ocorrido já na fase
da Terra em estágio avançado.
 A reconstrução da Terra após esses impactos gerou
um corpo em grande parte fundido.
 A formação da Lua teria sido através de um desses
grandes impactos, acelerando a velocidade de
rotação e mudando o eixo rotacional da Terra.
 Outra parcela que contribuiu para o processo de
formação seriam os elementos radioativos inseridos
no corpo do planeta.
A formação da Lua
Processo de Diferenciação

 Divisão ou ordenação em camadas.


 A diferenciação se baseia no fato de que com as
colisões houve a fusão da massa do planeta.
 Formação de uma camada externa de rocha
derretida.
 O interior também foi aquecendo, permitindo o
fluxo aos seus componentes.
 Pelo processo lógico de densidade:
 Material mais pesado “afunda”
 Material mais leve “sobe”
 A subida de material do núcleo carregou consigo
calor promovendo o resfriamento.
Processo de Diferenciação

 Estruturação nas 3 camadas básicas:


1. Núcleo
 Composto em maior parte de ferro e outros elementos pesados.
 Sólido no núcleo central (interno) devido a alta pressão que aumenta o ponto de
fusão do metal.
 Líquido no núcleo externo
2. Manto
 Forma a maior parte da Terra
sólida.
 Intermediário entre o pesado
(núcleo) e o leve (crosta).
 Formado por rochas com
densidade média.
Processo de Diferenciação

 Estruturação nas 3 camadas básicas:


3. Crosta
 Matéria mais leve no contexto de formação da Terra.
 Camada mais fina (40 km de profundidade)
 Composta de elementos como silício, alumínio, ferro, cálcio, etc.
A Terra em transformação

 Transformação é a palavra que dita o planeta Terra.


 Constante alteração dos seus componentes.
 Uma das transformações mais relevantes para a possibilidade da vida
foi a formação da atmosfera.
 Os gazes mais leves conseguiram fugir do núcleo de fusão da Terra
primitiva.
 Esse processo de movimentação dos gazes levou a formação das
camadas gasosas que envolvem o planeta
 Juntamente houve a formação dos oceanos.
A Terra em transformação

 Formação dos continentes


 Tem-se no máximo uma ideia do que aconteceu
 O magma teria ascendido do interior derretido em direção à superfície, onde
se esfriou e se solidificou.
 Esse processo de solidificação e fusão da crosta teria se repetido
 Os materiais leves teriam continuadamente sido elevados à superfície
formando a versão inicial dos continentes.
 Após isso teria sido iniciado o processo de formação de solos com erosão e
decomposição dos corpos rochosos para constituição de camadas de solos.
 A vegetação seria um estágio já avançado na etapa de desenvolvimento do
solo.
A Terra em transformação

 Formação dos oceanos e atmosfera


 A maior parte do ar e água teria vindo de fora do sistema solar.
 Por exemplo: os cometas são compostos predominantemente de gelo mais
dióxido de carbono.
 Soma-se a esses gases os gases oriundos do interior da Terra primitiva.
 Outra linha de crença afirma que os oceanos e a atmosfera teriam sido
criadas em paralelo ao processo de formação da Terra.
 Planetesimais que carregavam consigo gelo e outros volantes teriam se
aglutinado na Terra primitiva.
 Os gases mais leves escaparam para além do sistema enquanto que os
gases pesados envolveram o planeta.
 O oxigênio não fazia parte dessa atmosfera primitiva, ele só veio integrar
com o surgimento de organismos fotossintéticos.
Sistema de componentes interativos

 Considerando que a Terra está em constante mudança, pode-se dividir os


mecanismos de transformação em duas classes:
 Agentes Internos (Endógenos)
 Governados pela energia térmica do
núcleo.
 O calor interno é responsável pela
movimentação no manto e no núcleo.
 Podem configurar como agentes de
construção do meio.
 Atuam abaixo da superfície ou que são
oriundos de fenômenos internos.
 Atividade vulcânica, terremotos,
tectonismo.
Sistema de componentes interativos

 Considerando que a Terra está em constante mudança, pode-se dividir


os mecanismos de transformação em duas classes:
 Agente Externos (Exógenos)
 Controlados pela energia solar.
 A energia do Sol dita o clima e
tempo.
 Agentes de transformação do
modelo superficial.
 Realizam o desgaste do relevo
(intemperismo) e o transporte dos
sedimentos.
 Água, vento e gelo, clima.
Sistema de componentes interativos
Sistema de componentes interativos

 Nosso clima é controlado pela relação entre a energia solar que chega
e a energia que o planeta irradia.
 As interações da Terra em seu sentido completo é uma atividade muito
complexa pra ser estudada como algo único.
 Divisão em subsistemas específicos chamados geossistemas.

Geossistema do Clima
Sistema Terra
Geossistema da
Tectônica
Geossistema do Clima

 Tempo – Descreve a temperatura, a precipitação, a nebulosidade e os


ventos observados em um ponto da superfície.
 Difícil prever com exatidão
 É governado principalmente pelas variações do influxo de energia solar.

 Clima – Descrição dos ciclos de tempo em termos das médias de


temperatura e demais variáveis.
 Obtido por meio de várias observações ao longo do tempo.
 Inclui medidas de variações diante da média.
 Altas e mínimas
Geossistema da Tectonia das Placas

 O surgimento da teoria da Tectônica de


Placas advém do século XVII.
 Com os primeiros mapas de linhas das costas
atlânticas da América do Sul e África, Francis
Bacon apontou o perfeito encaixe entre estas
duas costas.
 Primeira hipótese de que os continentes já
teriam sido unidos.
 Faltavam argumentos científicos que
embasassem o fato.
 Se elas já foram unidas como se separaram?
 O que separou?
Geossistema da Tectônica das Placas

 A teoria da Tectônica ocorreu no século XX com


as teorias de Alfred Wegener.
 A ideia de Wegener avançava a observação de
Bacon e afirmava que todos os continentes já
teriam estado juntos e separados posteriormente.
 Surgimento de Pangeia.
 A divisão teria iniciado a cerca de 220 milhões de
anos.
 Para embasar sua teoria enumerou algumas
feições para não permanecer com a simples
análise de linhas que se encaixam.
Geossistema da Tectônica das Placas

 As observações feitas foram:


 A cadeia de montanhas da Serra do Cabo
na África do Sul seria a continuação da
Sierra de la Ventana, na Argentina.
 O planalto na Costa do Marfim, na África
teria continuidade no Brasil.
 Presença de fósseis de Glossopteris (tipo
de gimnosperma primitiva) em regiões da
África e Brasil.
 Evidências de glaciação na região Sudeste
do Brasil, Sul da África, Índia, Oeste da
Austrália e Antártica.
Geossistema da Tectônica das Placas

 Após as analises feitas Wegener em 1915 justifica a teoria da Deriva


Continental.
 Detalhamento da teoria em A origem dos Continentes e Oceanos.
 No entanto, ainda permanecia uma questão fundamental: o que teria
feito esses blocos colossais se dividirem????
 Assim a teoria de Wegener da uma linha de ações, originando em um
sistema único que vai se dividindo mas não explica a força que
impulsiona essa divisão.
 Em 1930 Wegener morre sem conseguir fundamentar uma explicação
lógica para a movimentação.
Geossistema da Tectônica das Placas

 As respostas começaram a vir não pela análise do continente mas sim


do fundo dos oceanos.
 Com o desenvolvimento de equipamentos como sonares impulsionado
pela necessidade de localização de submarinos durante a Segunda
Guerra Mundial (década de 1940) tornou-se possível um melhor estudo
sobre as profundezas dos oceanos.
 Com isso foi descoberto cadeias de montanhas, fendas e fossas muito
profundas.
 Ambiente geologicamente muito mais ativo do que se pensava.
Geossistema da Tectônica das Placas

 Por volta da década de 50 foi possível fazer a


cartografia da denominada Dorsal ou Cadeia
Meso-Oceânica que representa uma enorme
cadeia de montanhas submarinas.
 Em suma verificou-se que ao longo dessa
gigantesca cadeia haviam espécies de fendas
e o fluxo térmico era mais elevado que nas
áreas contíguas de crosta oceânica.
 Essa imensa fenda poderia então ser
entendida como uma das cicatrizes da
separação dos continentes.
Geossistema da Tectônica das Placas

 Evoluindo os processos de geocronologia foi possível constatar que nem


todas as rochas datavam do mesmo período.
 Haviam rochas oceânicas relativamente jovem que não poderiam existir
caso o planeta fosse estático e toda a superfície tivesse sido originada
na mesma época.
 O estudo do magnetismo das rochas colaborou para a melhor
compreensão do movimento continental.
 Foi analisado que as posições primitivas dos polos magnéticos da Terra
tinham mudado ao longo do tempo em relação às posições atuais.
Geossistema da Tectônica das Placas

 Em 1962 foi publicada a Hipótese


de expansão do fundo oceânico
por Harry Hess.
 Propunha que as estruturas do
fundo oceânico estariam
relacionadas a processos de
convecção no interior da Terra.
 Os processos seriam originados
pelo alto fluxo de calor provocando
a ascensão de material do manto.
Geossistema da Tectônica das Placas

 O material magmático menos denso


devido ao aumento de temperatura ao
atingir a superfície movimenta-se
lateralmente e o fundo oceânico se
afastaria da Dorsal.
 A fenda existente não cresce porque
ao mesmo ritmo que o espaço é
aberto ele vai sendo preenchido por
nova lava que vai se solidificando e
formando um novo fundo oceânico.
A continuação desse processo
configura a Expansão do Assoalho
Oceânico.
Geossistema da Tectônica das Placas

 A Deriva Continental e a Expansão do


Assoalho Oceânico é consequência
das correntes de convecção.
 Se há a “criação” de assoalho em
uma região há a “destruição” em outra
área já que a Terra não está
expandindo.
 A área de destruição é chamada de
Zonas de Subducção onde a crosta
oceânica mais densa mergulha para o
interior da Terra.
 Reciclagem do material.
Placas Tectônicas

 A parte inferior da Litosfera , mais


interna, é composta por rochas do
manto superior.
 A parte superior é a crosta da
Terra, sendo dividida em:
 Crosta continental – com espessura
total entre 25 e 50 km composta
majoritariamente de rochas de
composição granítica.
 Crosta oceânica – com espessura
na ordem de 5 a 10 km composta
em sua maioria de rochas basálticas
Placas Tectônicas

 A espessura da Litosfera
possui uma média
próxima de 100 km.
 Compõe-se como uma
superfície
compartimentada por
falhas e fraturas
profundas.
 Essas placas fraturadas
recebem o nome de
Placas Tectônicas.
Placas Tectônicas

 Placas com porções continentais + porções oceânicas


 Placas Sul-Americana, Africana, Norte-Americana.
 Placas oceânicas com ou sem porções continentais.
 Placa do Pacífico que contem parte da Califórnia
 Placa de Nazca somente oceânica.
 Possuem características típicas em função do seu tipo.
 Continental – composição litológica mais variada.
 Oceânica – composição mais homogênea.
Tipos de limites entre Placas Tectônicas

1. Limites Divergentes
 Representado pelos dorsais meso-oceânicos.
 Placas se afastam uma da outra.
 Expansão do assoalho

2. Limites Convergentes
 Colisão entre as placas.
 Zonas de Subducção
 Ocorrência de fossas e províncias vulcânicas
Tipos de limites entre Placas Tectônicas

3. Limites Conservativos/Transformante
 Deslizamento lateral entre as placas.
 Sem destruição ou geração de assoalho.

 Esses limites vão ditar a atividade geológica


como sismos, vulcanismo, terremotos.
 No interior da placa pode ocorrer eventos
semelhantes mas numa intensidade muito
menor.
Movimentação Placas Tectônicas

 O processo de movimentação das placas se baseia nas correntes de


convecção geradas pela movimentação do magma.
 Correntes de convecção pode ser entendida o sentido ou fluxo que o
movimento das partículas cria.
 Comparação clássica com água fervendo.
Movimentação Placas Tectônicas

 Muitos cientistas acreditam que as corretes de convecção do manto por


si só não seriam suficientes pra gerar movimentação na crosta.
 Sugere-se então dois mecanismos de movimentação:
a) Correntes de convecção ocorrendo somente na atenosfera.
b) Correntes de convecção envolvendo todo o manto.
Movimentação Placas Tectônicas

 A velocidade média de movimentação é


de 2 a 3 cm/ano.
 Quanto MAIOR a parcela continental
MENOR a velocidade.
 A mesma placa possui velocidades
diferentes.
 As placas são convexas
 Deslizam sobre uma superfície esférica
 Rotacionam em torno do eixo de rotação
da placa e do polo pólo de expansão.
 O Pólo de Rotação é definido como um ponto
em volta do qual uma placa gira.
Movimentação Placas Tectônicas

 Todas as placas podem se mover mas nem todas estão em movimento.


 A velocidade absoluta pode ser definida através dos Hot Spots.
 Hot Spots = Pontos Quentes são pontos na superfície terrestre que registram
atividade magmática ligadas a porções ascendentes de material.
 Esse material ascendente recebe o nome de Plumas de Manto.
Colisão entre Placas Tectônicas

 O resultado da movimentação são as colisões.


 Tem-se 3 tipos de convergência de colisão:

Oceânica-Oceânica Oceânica-Continental Continental-Continental


Colisão entre Placas Tectônicas

 Formação de uma área com intensa


atividade vulcânica.
 Arcos de Ilhas – Oceânica-Oceânica
 Arcos Magmáticos – Oceânica-
Continental
 O processo Continental-Continental
não gera era rica área em atividade
vulcânica
 Produz um intenso metamorfismo de
rochas continentais
 Fusão parcial de porções de crosta
continental
Tipos de Margens

 Margem ativa
 Situadas nos limites
CONVERGENTES de placas
 Nas zonas de subducção.
 Margem Passiva
 Desenvolvidas durante o
processo de formação de novas
bacias oceânicas, o chamado
Rifteamento.
 O rifteamento no geral é induzido
por uma pluma do manto.
Ciclo de Wilson

1. Ruptura de uma massa continental


através do sistema de rifteamento;
2. Abertura de uma pequena bacia oceânica;
3. Formação de uma faixa oceânica com a
expansão da divisão;
4. O processo se inverte e as margens
passivas passam a ser ativas;
5. Etapa de subducção
6. Fechamento parcial ou total das bacias
oceânicas através do processo de
orogênese.
 Orogênese = elevação topográfica por meio
de movimentação tectônica.
OBRIGADO!

DISCIPLINA: Geologia Geral


Aula 2 – A Terra.

Professor: Maylon Dieferson Silva de Sobral


md_dss@hotmail.com

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