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1.
Introdução
Este
artigo
não
se
trata
sobre
falar,
inventar
ou
especular
sobre
os
ritos,
reuniões
ou
símbolos
da
maçonaria
mas
sim,
trabalhar
com
a
sua
origem
no
Brasil,
bem
como
o
seu
envolvimento
político
no
século
XIX.
Faço
votos
de
que
este,
possa
ajudar
a
você
leitor
seja
acadêmico,
membro
da
ordem
ou
curioso,
a
entender
e
a
expandir
seu
conhecimento
sobre
a
maçonaria
e,
a
importância
que
esta
teve
para
o
nosso
país
desde
sua
chegada
no
século
XVIII
até
os
dias
de
hoje.
Para
mim
particularmente
é
uma
honra,
sempre
tive
curiosidade
em
estudar
a
maçonaria,
ao
passo
que
desde
adolescente
estudo,
ainda
que
sem
uma
base
acadêmica.
Porém,
antes
disso,
eu
gostaria
primeiramente
de
agradecer
imensamente
ao
senhor
Luiz
Carlos
dos
Santos
Ribeiro
e
ao
senhor
João
Dias
Gimenes,
membros
da
Loja
Fé,
Equilíbrio
e
Trabalho
No
337,
uma
vez
que
graças
aos
senhores,
por
terem
disponibilizado
de
seu
tempo
e
de
suas
fontes,
este
artigo
ganhou
vida
e
hoje
pode
ser
lido
por
tantos
outros,
em
outras
palavras,
por
me
ajudarem
também
a
compartilhar
um
pouco
do
conhecimento
adquirido
durante
a
elaboração
deste.
Agradeço
à
Sabrina
Pereira
Camilo
que
tratou
de
“fazer
a
ponte”
entre
mim
e
estes
irmãos
maçons,
obrigado
amor,
você
sabe
o
quão
importante
este
estudo
significa
para
mim.
Agradeço
ao
meu
irmão,
ainda
que
não
de
sangue
Marcus
Martins,
por
acrescentar
tanto
a
este
e
por
fim,
quero
muito
deixar
um
agradecimento
especial
ao
meu
Professor
Alberto
Luiz
Schneider
que,
de
forma
gentil,
abriu
uma
exceção
para
mim
em
sua
avaliação
final
para
que
eu
pudesse
elaborar
este
artigo,
sinceramente
Professor
Schneider,
não
tenho
palavras.
A
maçonaria
em
mim
tem
um
amigo,
obrigado
pela
oportunidade
de
trabalhar
com
vocês!
Pedro
Augusto
M.
B.
M.
Gomes
2.
O
ARTIGO
Impossível
começar
este
artigo
sem
citar
a
grande
influência
do
mestre-‐
construtor
Hiram
Abiff
para
a
maçonaria.
Este
foi,
por
volta
de
quatro
mil
anos
antes
de
Cristo,
o
principal
responsável
pela
construção
do
templo
do
rei
Salomão.
Segundo
Heitor
Pitombo,
Hiram
Abiff,
que
era
membro
da
antiga
sociedade
Artífices
de
Dionísio,
ergueu
um
templo
para
o
rei
Salomão,
revelou-‐se
que
já
havia
o
ideal
maçom
entre
os
operários.
(PITOMBO,
2009,
p.
54)
Os
Artífices
de
Dionísio
depois
de
entregarem
o
templo,
passam
a
se
autodenominar
Filhos
de
Salomão,
além
de
auxiliar
os
mais
pobres
em
seu
tempo,
tinham
senhas
secretas
e
utilizavam
sinais.
Um
destes
sinais,
a
estrela
de
seis
pontas
(Estrela
de
Davi),
depois
se
tornaria
um
dos
principais
elementos
simbólicos
da
maçonaria,
o
compasso
e
o
esquadro
sobrepostos.
Particularmente,
volto
minha
atenção
a
Hiram
Abiff,
uma
vez
que
ao
longo
dos
anos
em
que
estudei
a
ordem,
ainda
que
sem
nenhum
tipo
de
base
acadêmica,
este
era
a
principal
figura
que
aparecia
como
fundador
da
mesma.
Tive
uma
oportunidade
ímpar
na
vida
em
conhecer
uma
Loja
maçônica
e,
na
antessala
que
dava
ao
templo,
havia
um
grande
quadro
em
homenagem
a
este
mestre-‐
construtor.
Aprendi
no
começo
do
meu
curso
de
História
com
a
minha
professora
Maria
do
Rosário,
que
uma
fonte
na
antiguidade
além
de
oral
também
era
visual,
nesse
caso,
posso
me
dar
ao
luxo
de
me
considerar
uma
fonte
viva
do
que
vi.
Sobre
a
Loja
maçônica
em
si,
acho
importante
frisar
que
esta
é
o
local
onde
os
maçons
realizam
seus
encontros.
Um
“templo”
que
representa
o
“universo”
reproduzindo
também
o
templo
de
Salomão
em
Jerusalém.
Além
disso,
o
termo
“Loja”
também
representa
agrupamento
ou
assembleia
de
maçons.
No
entanto,
ao
entrar
no
assunto
sobre
as
origens
da
maçonaria,
Alexandre
Mansur
Barata
corrobora
que,
A
maioria
dos
historiadores
maçons
pesquisados
não
é
unanime
quando
se
trata
de
analisar
as
origens
da
instituição,
ocorrendo
frequentemente
uma
fusão
de
fatos
lendários
com
fatos
“reais”
para
se
dar
conta
de
tal
questão.
(BARATA,
1999,
p.
28
&
29)
O
autor
mencionado
acima
continua
com
uma
citação
da
historiadora
inglesa
Frances
Amelia
Yates
onde
esta
afirma
que
“a
origem
da
franco-‐maçonaria
é
um
dos
assuntos
mais
discutidos,
e
discutíveis,
em
todo
o
campo
da
investigação
histórica”.
Segundo
Sérgio
Pereira
Couto,
o
próprio
nome
“maçonaria”
provém
de
duas
origens
distintas,
a
primeira
é
a
palavra
francesa
maçonnerie
ao
passo
que
a
segunda
é
a
palavra
inglesa
masonry
e,
o
significado
destas
duas
palavras
é
construção.
Ele
afirma
que,
A
origem
histórica
mais
aceita
é
que
esse
grupo
teria
surgido
a
partir
das
antigas
guildas
de
pedreiros
e
construtores
medievais,
que
guardavam
os
segredos
de
sua
profissão
a
sete
chaves,
e
só
passavam
para
aqueles
que
eram
aceitos
como
iguais.
Esses
construtores,
por
serem
os
principais
responsáveis
pelas
belas
catedrais
espalhadas
pelo
continente
europeu,
de
fato
eram
um
grupo
muito
fechado
e,
por
produzirem
verdadeiras
maravilhas
arquitetônicas
e
terem
o
controle
sobre
os
materiais
usados
para
erigirem
tais
edifícios,
eram
considerados
detentores
de
segredos.
(COUTO,
2009,
p.23)
Couto
nos
dá
uma
pista
interessante
que
em
teoria
parece
apresentar
a
maçonaria
na
baixa
idade
média,
mais
precisamente
no
século
XIV.
Em
sua
obra
aqui
consultada,
ele
cita
um
documento
datado
de
1390
com
o
nome
de
Manuscriptus
Regius,
que
hoje
está
no
Museu
Britânico
de
Londres.
Este
documento
descreve
o
funcionamento
da
maçonaria,
suas
regras
de
comportamento
no
trabalho
e
na
sociedade,
entre
outros.
Mas
como
o
intuito
deste
artigo
está
centralizado
na
época
moderna,
principalmente
o
século
XIX,
devo
voltar
minha
atenção
à
modernidade.
De
fato,
ainda
precisamos
passar
pelo
século
XVIII
para
que
possamos
entender
como
a
maçonaria
aportou
no
Brasil.
Para
Barata,
grande
parte
dos
historiadores
da
ordem
creem
que
a
maçonaria
moderna
aparece
em
1717
com
a
fundação
da
Grande
Loja
de
Londres.
Uma
ordem
somente
para
cavalheiros,
independente
de
cor,
religião
ou
língua,
que
trabalha
na
formação
humana
de
caráter.
Em
outras
palavras,
uma
filosofia
de
conteúdo
educacional,
racional
e
filantrópico.
Ainda
dentro
da
filosofia
maçônica,
a
antropóloga
Suely
Kofes
cita
o
autor
e
maçom
Eugen
Lennhoff
quando
diz
que
este
define
a
maçonaria
como,
[...]
uma
sociedade
internacional,
plural
nas
suas
organizações
particulares,
mas
compartilhando
um
ideal
e
alguns
símbolos.
O
ideário
comum
seria
o
de
humanidade,
irmandade,
fraternidade
e
tolerância.
[...]
Assim,
a
maçonaria
seria
uma
comunidade
de
“convicções
compartilhadas”.
Seus
símbolos,
que
teriam
sido
basicamente
emprestados
dos
construtores
das
catedrais
medievais,
expressariam
uma
teoria
e
uma
ação
de
construção
moral
do
indivíduo
através
da
sua
iniciação
em
uma
comunidade.
(KOFES,
2015,
p.
50)
Barata
afirma
que
mesmo
que
com
algumas
divergências
entre
historiadores,
se
a
maçonaria
moderna
começou
na
Inglaterra,
ela
“atingiu
sua
plenitude
como
organização”
na
França.
Depois
da
fundação
de
uma
Loja
em
Paris
em
1725,
a
maçonaria
se
expandiu
para
várias
cidades
do
interior
do
país,
Barata
fala
em
um
crescimento
considerável
em
território
francês
entre
os
anos
de
1779
e
1789.
Barata
menciona
um
dado
do
historiador
francês
Maurice
Agulhon
onde
este
afirma
que
a
maçonaria
já
contava
com
pelo
menos
50
mil
iniciados
antes
da
Revolução
Francesa
e,
estes
eram
em
sua
grande
maioria
burgueses,
nobres,
religiosos
e
militares.
Na
obra
de
José
Rodorval
Ramalho,
este
momento
em
que
a
maçonaria
moderna
aparece
para
o
mundo
parece
coincidir
com
o
que
Hobsbawn
chama
de
um
“período
rico
em
invenções
de
tradições”
que
como
Adilson
Luís
Franco
Nassaro
afirma
em
sua
resenha
da
obra
do
mesmo,
[...]
foi
um
período
de
tradições
propriamente
inventadas
e
institucionalizadas,
quanto
àquelas
que
surgem
repentinamente
e
da
mesma
forma
se
estabelecem,
permanecendo
tal
como
as
outras,
como
se
sua
origem
fosse
remota,
ainda
que
durem
relativamente
pouco.
(NASSARO,
2010)
Fato
é,
que
o
século
XVIII
marcou
a
transição
para
a
modernidade
através
de
mudanças
econômicas,
políticas
e
religiosas
no
mundo.
Se
estas
mudanças
foram
tão
importantes
assim
para
o
mundo,
o
que
dizer
do
Brasil?
Como
a
maçonaria
chegou
até
nós?
Pitombo
questiona
se
as
ideias
liberais
trazidas
pela
Revolução
Francesa
teriam
sido
as
principais
responsáveis
pela
introdução
da
maçonaria
na
colônia.
Ao
passo
que
Ramalho
parece
dar
uma
pista
sólida
ao
afirmar
citando
Castellani
que,
Embora
a
primeira
Loja
maçônica
do
Brasil
tenha
surgido
em
águas
territoriais
da
Bahia,
em
1797,
numa
fragata
francesa,
a
primeira
Loja
regular
do
Brasil
foi
a
“Reunião”,
fundada
em
1801,
no
Rio
de
Janeiro,
movida
pela
liturgia
e
com
fins
políticos
sociais.
(RAMALHO,
2008,
p.
37)
Ramalho
continua
dizendo
que
as
ideias
maçônicas
circulavam
livremente
pela
colônia.
Ora,
se
pensarmos
que
durante
o
século
XVIII
aqueles
com
maior
poder
aquisitivo
dentro
da
colônia
foram
enviados
por
seus
pais
para
as
principais
universidades
da
Europa,
como
por
exemplo
a
de
Coimbra
(Portugal),
Montpellier
(França)
e
Oxford
(Inglaterra),
além
de
sua
formação
acadêmica,
estes
trouxeram
as
ideias
maçônicas
mencionadas
acima
em
sua
bagagem
intelectual.
O
próprio
Barata
em
sua
obra
aponta
para
esta
mesma
origem
das
ideias
maçônicas
e
como
estas
vieram
ao
Brasil
graças
aos
estudantes,
usando
uma
citação
de
Vamireh
Chacon,
onde
este,
[...]
defende
que
as
associações
maçônicas
tiveram
como
meio
de
penetração
no
Brasil
os
estudantes
brasileiros
que
frequentavam
as
universidades
europeias.
(BARATA,
1999,
p.
59)
A
questão
é
que
não
podemos
negar
segundo
Ramalho,
que
a
partir
do
século
XIX
uma
rede
de
Lojas
maçônicas
surge
em
todo
o
território
e,
Pitombo
em
sua
obra
nos
apresenta
informações
necessárias
com
seus
nomes,
o
ano
de
sua
fundação
e
os
locais
de
algumas
das
primeiras
Lojas
maçônicas
do
país,
mais
precisamente
na
Bahia,
Pernambuco
e
no
Rio
de
Janeiro.
É
interessante
também
observar
segundo
Pitombo,
que
antes
de
1822
as
Lojas
maçônicas
do
Brasil
passaram
por
dificuldades,
obrigando
estas
a
encerrar
as
suas
atividades
como
nos
informa
o
autor
“até
que
pudessem
ser
reabertas
sem
perigo”,
o
que
não
impediu
que
os
maçons
continuassem
a
trabalhar
em
segredo.
Para
entender
o
por
que
destes
encerramentos,
Barata
em
sua
obra
nos
dá
um
elemento
do
que
parece
ter
sido
uma
crise
durante
este
período
de
expansão
das
Lojas
maçônicas
em
território
brasileiro.
Em
1804,
o
Grande
Oriente
Lusitano
descobriu
que
havia
uma
Loja
maçônica
no
Brasil
vinculada
a
uma
Obediência
francesa,
ora,
aprendemos
acima
que
a
primeira
Loja
maçônica
do
Brasil
surge
dentro
de
uma
fragata
francesa,
a
“La
Peneuse”
e
por
conta
disso,
o
Grande
Oriente
Lusitano
enviou
três
delegados
para
que
submetessem
a
Loja
Reunião
à
jurisdição
portuguesa,
bem
como,
criar
novas
Lojas.
Isso
não
deu
certo
e
em
1806,
com
a
chegada
de
Dom
Marcos
de
Noronha
e
Brito,
que
fora
enviado
para
ocupar
o
cargo
de
vice-‐rei
do
Brasil
até
a
chegada
da
família
real
portuguesa,
a
maçonaria
no
Brasil
foi
perseguida
de
tal
forma
que
temporariamente
o
funcionamento
das
Lojas,
principalmente
no
Rio
de
Janeiro
foram
suspensos.
Acho
que
para
deixar
este
artigo
mais
claro
ao
leitor,
devo
tratar
rapidamente
do
significado
de
termos
específicos
como
Grandes
Lojas,
Grandes
Orientes
e
as
denominadas
“Obediências”.
• Grandes
Lojas,
são
as
Lojas
que
praticam
o
mesmo
rito.
• Grandes
Orientes,
são
as
Lojas
que
praticam
diferentes
ritos.
• Obediências,
grandes
unidades
que
reúnem
um
determinado
número
de
Lojas
(normalmente
de
caráter
nacional).
Dentro
destas,
estão
as
Grandes
Lojas
e
Grandes
Orientes.
Um
fator
importante
que
Barata
nos
apresenta
foi
a
Revolução
Pernambucana
de
1817
que
foi
um
movimento
emancipacionista,
que
contou
com
a
participação
do
Grão-‐Mestre
da
Loja
do
Grande
Oriente
Brasileiro,
Antônio
Carlos
Ribeiro
de
Andrada.
Por
conta
desta
revolução
bem
como
a
participação
de
vários
maçons
nesse
movimento,
Dom
João
VI
em
1818
veio
por
meio
de
seu
Alvará
Régio
proibindo,
“todas
e
quaisquer
Sociedades
Secretas,
de
qualquer
Denominação
que
elas
sejam.”
(PITOMBO,
2009,
p.
19)
Afinal
para
Dom
João
VI,
estas
sociedades
secretas
tinham
o
poder,
segundo
Pitombo
nos
apresenta,
de
organizar
movimentos
nacionalistas
que
não
agradavam
à
Coroa,
uma
vez
que
estes
poderiam
de
alguma
forma
tramar
contra
Portugal
e
planejar
a
independência
do
Brasil.
E,
o
próprio
Ramalho
parece
trabalhar
com
a
hipótese
de
que
estas
Lojas
maçônicas
teriam
sido
uma
forma
de,
primeira
atuação
política
(nacional
e
internacional)
articulada
de
que
temos
notícia
no
nosso
país,
funcionando
como
uma
espécie
de
arena
para
discussões
voltadas
ao
processo
de
modernização.
(RAMALHO,
2008,
p.
38)
Então
segundo
Barata,
em
1821
com
a
partida
de
Dom
João
VI
para
Portugal,
a
maçonaria
finalmente
pôde
se
reorganizar,
“basicamente
sob
a
liderança
de
Joaquim
Gonçalves
Ledo”
sendo
este,
um
maçom,
jornalista
e
político.
E
justamente
após
isso,
a
maçonaria
teve
um
crescimento
entre
os
cavalheiros
e
se
tornou
tão
popular
que
até
Dom
Pedro
I,
o
príncipe
regente
nela
ingressou.
Para
Ramalho,
a
maçonaria
participou
dos
grandes
eventos
do
Brasil
no
século
XIX,
como
o
processo
de
“independência,
abolicionismo,
abdicação
de
Dom
Pedro
I,
a
questão
religiosa,
a
separação
da
Igreja
do
Estado”,
entre
outros.
Ramalho
parece
querer
afirmar
que
os
maçons
da
época
tiveram
grande
influencia
sobre
quais
rumos
a
colônia
deveria
seguir,
visto
que
estes
eram
os
que
mais
exerciam
atividades
intelectuais
e
políticas,
com
posições
consolidadas
em
“jornais,
revistas,
sociedades
literárias
e
beneficentes”.
Mas,
temos
de
entender
que
participar
é
muito
diferente
de
ser
grande
responsável
por
estes
eventos
e,
cravar
que
estas
ideias
maçônicas
orientaram
alguns
movimentos
no
Brasil
bem
como
a
Inconfidência
Mineira,
Revolta
dos
Alfaiates
ou
a
Conjuração
Fluminense,
como
bem
diz
Ramalho
ainda
requer
pesquisas
mais
profundas
sobre
para
se
chegar
a
um
veredito.
Entretanto,
Barata
afirma
que
os
ideais
maçônicos
na
colônia
tinham
como
característica,
organizar
um
movimento
para
lutar
contra
o
que
ele
chama
de
“Pacto
Colonial”,
ao
passo
que
as
Lojas
maçônicas
já
trabalhavam
em
“suas
bases
e
as
bases
político-‐ideológicas
para
o
rompimento
definitivo
com
a
metrópole”.
O
que
para
Barata,
isto
significa
que
eles
já
vieram
prontos
ao
longo
da
expansão
das
Lojas
pelo
território,
em
trabalhar
a
ideia
de
emancipar
politicamente
a
colônia
ao
recrutar
homens
dispostos
a
colocar
em
prática
essas
ideias
liberais.
Célia
Barros
Barreto
dentro
da
obra
de
Barata
afirma
que,
[...]
as
Lojas
não
apenas
procuravam
atrair
adeptos
para
a
causa
da
emancipação,
mas
também
que
os
partidários
desta
procuravam
filiar-‐
se
a
elas
para
melhor
realizarem
o
seu
objetivo.
A
maçonaria
aparece,
então,
funcionando
como
verdadeiro
partido,
dentro
do
qual
começam
a
surgir
as
primeiras
discórdias
oriundas
de
interesses
diversos.
(BARATA,
1999,
p.
62)
Barata
diz
que
Caio
Prado
Junior
foi
aquele
quem
melhor
definiu
a
questão
da
emancipação
política
do
país,
quando
disse
que
a
maçonaria
“contribuiu
para
o
movimento
de
emancipação
dando-‐lhe
coesão
e
direcionamento.”
Já
entre
1830
e
1870,
a
maçonaria
se
vê
obrigada
a
mudar
sua
posição
em
relação
à
politica
depois
de
um
manifesto
publicado
no
dia
5
de
dezembro
de
1831
por
José
Bonifácio,
diretor
da
reinstalada
Grande
Oriente
Brasil
e
tutor
de
Dom
Pedro
II,
este
manifesto
diz
que,
Nenhum
assunto
que
não
tenha
conexão
com
os
graus
simbólicos
da
maçonaria
será
tratado
no
Oriente
Brasileiro
e
nas
Lojas
de
seu
círculo,
nenhum
outro
fim
terão
os
seus
trabalhos
que
não
seja
[dentro
da
filosofia
maçônica]
o
aumento
da
felicidade
humana,
ensinando
e
inspirando
o
amor
das
virtudes
sociais
e
domésticas,
o
respeito
à
religião,
submissão
às
leis
do
Estado,
a
tolerância
a
todos
os
cultos
e
a
todos
os
ritos
maçônicos
reconhecidos
e
professados
atualmente
pelos
Grandes
Orientes
de
todo
o
mundo,
fazendo
unicamente
exceção
dos
princípios
iluminados
e
dos
que
forem
contrários
às
leis
gerais
da
natureza
e
às
positivas
do
Brasil.
A
voz
da
política
nunca
mais
soará
no
recinto
de
nossos
templos,
nem
o
bafo
impuro
dos
partidos
e
das
facções
manchará
a
pureza
de
nossas
colunas.
(BARATA,
1999,
p.
66)
No
entanto,
Barata
aponta
para
uma
divergência
entre
o
Grande
Oriente
Brasil
de
José
Bonifácio
e
o
recém
fundado
Grande
Oriente
Nacional,
que
depois
passaria
a
ser
o
Grande
Oriente
da
Rua
de
Santo
Antônio
e
mais
tardar,
o
Grande
Oriente
da
Rua
do
Passeio,
tendo
esta
como
seu
principal
líder,
o
senador
Nicolau
Vergueiro.
Para
os
membros
da
nova
ordem,
José
Bonifácio
era
autoritário
e
junto
de
Dom
Pedro
I,
responsável
pela
“repressão
e
consequente
desmantelamento
maçônico
no
inicio
do
Primeiro
Reinado”
(1822-‐1831).
Agora,
precisamos
entender
que
esta
divergência
teve
relação
direta
com
questões
políticas,
uma
vez
que
José
Bonifácio
estava
do
lado
do
príncipe
herdeiro,
ao
passo
que
Nicolau
Vergueiro
posicionava-‐se
contra
ele.
Essa
relação
conturbada
entre
as
duas
ordens
causou
um
problema
de
grandes
proporções
para
a
maçonaria
brasileira
do
século
XIX
e
o
resultado,
foi
o
“fechamento
e
a
fundação
de
várias
Lojas
sem
qualquer
controle.”
No
entanto,
para
o
Grande
Oriente
Brasil
essa
diferença
política
entre
as
ordens
fez
com
que
este
adquirisse
uma
estrutura
administrativa
própria,
o
que
em
1855
resultou
na
elaboração
de
uma
constituição
maçônica,
dando
também
a
este
o
controle
do
movimento
maçônico
do
Império
até
1863.
Nesta
mesma
época
por
outro
lado,
a
questão
política
que
foi
tão
importante
apenas
há
alguns
anos,
que
causou
o
desentendimento
entre
os
Grandes
Orientes
citados
anteriormente,
deixa
de
ser
o
destaque
para
a
maçonaria
uma
vez
que
de
outro
lado,
a
preocupação
com
a
filantropia
ou
ainda,
o
auxílio
ao
próximo
começa
a
ganhar
espaço
dentro
da
ordem.
Barata
posiciona-‐se
sobre
o
aumento
das
Lojas
em
funcionamento
e
para
ele,
este
aumento
visava
estabelecer
uma
forma
de
acabar
de
uma
vez
com
as
questões
políticas
que
pudessem
acarretar
divergências
internas
dentro
das
Lojas,
tentando
garantir
de
alguma
forma,
que
a
ordem
maçônica
continuasse
íntegra
e
“apolítica”
diferentemente
das
décadas
passadas.
A
partir
de
1870,
o
Império
sofria
com
duras
críticas
por
conta
de
questões
abolicionistas
e
republicanas.
Barata
em
sua
obra
afirma
que
de
alguma
forma,
a
maçonaria
ficou
de
“mãos
atadas”
pois
dentro
de
sua
filosofia
neste
caso
de
caráter
social
em
ajudar
ao
próximo,
foi
incapaz
de
resolver
o
problema
do
trabalho
escravo
no
Brasil
e,
nas
décadas
a
seguir,
a
maçonaria
que
por
conta
deste
problema
estava
sendo
pressionada,
teve
mais
com
o
que
se
preocupar
quando
a
Igreja
Católica
resolveu
trazer
um
novo
movimento
de
caráter
internacional
ao
Brasil.
Mas
antes
de
entrarmos
neste
movimento,
é
importante
frisar
que
a
maçonaria
no
geral
debatia
em
suas
Lojas
qual
seria
o
seu
verdadeiro
papel
dentro
da
sociedade
brasileira.
Para
estas
Lojas
e,
embasadas
em
sua
filosofia,
o
foco
destes
debates
se
deu
por
conta
da
necessidade
da
abolição
da
escravatura
e
de
trabalhar
uma
“proposta
republicana.”
Ainda,
antes
da
proposta
republicana,
falemos
um
pouco
sobre
a
abolição
no
Brasil.
João
Dias
Gimenes
em
sua
obra,
ao
contrário
de
Barata
que
dizia
que
a
maçonaria
ficou
de
“mãos
atadas”,
afirma
que
as
Lojas
maçônicas
associadas
ao
Império,
trabalhavam
às
escondidas
tramando
de
alguma
forma,
abolir
a
escravidão
no
Brasil
depois
de
ficarem
a
par
de
uma
proposta
abolicionista
recém
chegada
ao
Império,
mais
precisamente
no
Rio
de
Janeiro
em
1881.
Essa
proposta
foi
“apresentada
pelo
filósofo
francês
Condorcet,
sob
o
criptônio
de
Joaquim
Schwartz.”
E
antes
mesmo
da
proposta
de
Condorcet
aportar
em
terras
brasileiras,
já
havia
um
movimento
contra
a
escravatura
porém,
eram
manifestações
de
alguns
homens
públicos
e
isolados.
Um
destes
homens
foi
o
próprio
José
Bonifácio,
mencionado
anteriormente,
que
em
1823
apresentou
uma
proposta
para
a
abolição
da
escravidão
de
forma
gradual
para
a
Assembleia
Geral
Constituinte
e
Legislativa
do
Império
do
Brasil.
José
Bonifácio
era
contra
a
escravidão
mas
a
favor
de
uma
comunidade
brasílico-‐lusa.
Como
bem
sabemos,
a
abolição
viria
em
1888
mas
até
mesmo
a
Inglaterra
já
pressionava
o
Império
quanto
à
escravidão.
Em
1845
entra
em
vigor
a
lei
Aberdeen,
que
por
um
acaso
teve
influencia
de
irmãos
maçons
britânicos,
esta
lei
dava
autonomia
aos
navios
ingleses
a
perseguir
e
prender
todo
e
qualquer
navio
brasileiro
que
carregasse
escravos.
Cinco
anos
mais
tarde,
em
1850
a
Inglaterra
ameaçou
invadir
terras
brasileiras
em
busca
de
traficantes
de
escravos.
Estas
ações
por
conta
dos
britânicos,
tinham
como
objetivo
“forçar
o
governo
imperial
a
tomar
uma
atitude
decisiva
em
relação
ao
tráfico
de
escravos.”
A
Loja
maçônica
Perseverança
II
por
exemplo,
antes
mesmo
da
lei
do
Ventre
Livre
de
1871,
instaurou
uma
proposta
pioneira
na
sessão
do
dia
7
de
agosto
de
1869,
que
propunha:
1. Colocar-‐se-‐a,
na
Loja,
uma
caixa
denominada
“Emancipação”
na
qual
os
iniciados,
a
convite
do
Venerável
(presidente)
e
de
qualquer
Irmão,
quando
queiram,
depositarão
suas
ofertas.
2. O
produto
dessa
caixa
será
destinado,
exclusivamente,
à
libertação
de
crianças
do
sexo
feminino
de
2
a
5
anos
de
idade.
3. As
crianças
libertadas
ficam
sob
a
proteção
da
Loja.
4. Serão
absolutamente
proibidos
os
banquetes
e
ceias,
que
o
uso
tem
admitido
nas
iniciações,
devendo
o
Venerável,
convidar
os
recipiendários
a
reverter
as
quantias,
que
despenderiam
com
isso,
em
donativos
para
a
caixa
de
“Emancipação.”
Este
movimento
aconteceu
em
uma
Loja
maçônica
apenas
19
anos
antes
da
lei
Áurea.
Gimenes
ainda
acrescenta
que
a
Loja
Perseverança
II
bem
como
uma
outra
Loja
chamada
América,
foram
as
precursoras
de
um
movimento
muito
maior
que
deu
origem
3
anos
mais
tarde,
a
lei
do
Ventre
Livre,
lei
esta
aprovada
pelo
Visconde
do
Rio
Branco,
depois
de
uma
dificílima
“batalha”
parlamentar.
Lembrando
que
o
Visconde
do
Rio
Branco,
sendo
este,
José
Maria
da
Silva
Paranhos,
era
o
Grão-‐Mestre
do
Grande
Oriente
do
Brasil,
mais
um
maçom.
Nesse
caso,
acho
prudente
ponderarmos
sobre
a
seguinte
questão,
estariam
mesmo
os
maçons
de
“mãos
atadas”
quanto
à
questão
da
abolição
da
escravidão
no
Brasil?
Quase
na
República,
é
interessante
pensar
que
mesmo
depois
de
tantos
entraves
entre
algumas
Lojas
durante
o
século
XIX,
a
maçonaria
continuava
a
ter
problemas
internos
por
conta
das
divergências
políticas
que
se
estenderam
até
o
começo
da
década
de
1880.
Enquanto
o
Grande
Oriente
dos
Beneditinos
tinha
entre
os
seus
membro
aqueles
que
eram
a
favor
de
uma
República,
o
Grande
Oriente
do
Brasil
da
Rua
do
Lavradio
tinha
entre
os
seus
membros
aqueles
que
eram
a
favor
da
monarquia
que
ainda
reinava
por
aqui.
Porém,
fica
claro
que
para
a
própria
“sobrevivência”
da
maçonaria
no
Brasil,
estes
precisavam
resolver
suas
diferença
logo
pois
a
Igreja
estava
agindo.
E,
agora
falando
sobre
a
Igreja
Católica,
basicamente
o
que
precisamos
entender
é
que
esta
ao
final
do
século
XIX
trouxe
para
o
Brasil
um
novo
movimento
com
o
intuito
de
tentar
se
fortalecer
ainda
mais,
este
movimento
foi
uma
reorganização
interna
que
foi
chamado
de
“romanização
do
clero
católico.”
Barata
diz
que,
A
romanização
significou
o
fortalecimento
da
Igreja
como
instituição,
iniciando
um
movimento
de
condenação
aos
chamados
“erros
modernos”:
o
progresso,
o
racionalismo,
o
liberalismo,
a
liberdade
religiosa.
(BARATA,
1999,
p.
70)
A
Igreja
com
esse
processo,
condenava
algumas
práticas
e
dentre
estas
o
protestantismo,
o
espiritismo,
religiões
africanas
e
é
claro,
a
maçonaria.
E,
a
solução
encontrada
pelos
Beneditinos
e
pelos
Lavradios
foi
uma
aliança
para
enfrentar
seu
“inimigo
comum”,
a
Igreja
Católica.
Tendo
em
vista
os
problemas
que
a
Igreja
trouxe
atacando
ferozmente
a
maçonaria,
os
dois
Grandes
Orientes
fundem-‐se
no
dia
20
de
maio
de
1872
e
destes,
surge
a
Obediência:
Grande
Oriente
Unido
e
Supremo
Conselho
Nacional.
Mas,
mesmo
depois
da
fundação
da
nova
e
única
Obediência,
a
desinteligência
sobre
as
posições
políticas
do
Círculo
Beneditino
e
do
Círculo
Lavradio
acaloravam
os
debates
dos
irmãos
maçons
desta.
O
resultado
das
divergências
políticas
na
nova
Obediência
só
poderiam
levar
a
um
único
resultado
e,
no
dia
9
de
agosto
de
1872
os
Círculos
se
separaram.
Só
em
18
de
janeiro
de
1883
é
que
finalmente
os
Grandes
Orientes
conseguiram
voltar
às
suas
negociações
para
a
fusão
definitiva
destes
e,
na
década
de
1890
a
maçonaria
brasileira
conseguiu
se
organizar
dando
passo
a
uma
nova
etapa
em
sua
“vida”
aqui
no
Brasil,
mas
como
Barata
descreve
a
seguir
nas
páginas
de
sua
obra,
essa
nova
etapa
marca
as
diferenças
entre
ritos
e,
ritos
aqui
neste
artigo
não
serão
trabalhados.
Nos
anos
que
antecedem
à
proclamação
da
República,
Barata
cita
a
crítica
que
o
Império
vinha
sofrendo
ainda
que
tentando
de
alguma
forma,
“estabelecer
novas
relações
entre
a
sociedade
e
o
Estado,
o
que
se
percebia
através
da
expansão
de
movimentos
de
cunho
abolicionista
e
republicano.”
Gimenes
reforça
essa
citação
uma
vez
que
para
ele,
a
República
foi
resultado
de
alguns
elementos
importantes
como
por
exemplo,
“a
questão
militar
e
religiosa
e
a
abolição
da
escravatura.”
O
autor
ainda
afirma
que,
“Os
pronunciamentos
dos
maçons,
nestes
episódios,
eram
pessoais,
não
envolvendo,
necessariamente,
a
maçonaria
como
instituição.”
(GIMENES,
2015,
p.
158)
Acho
válido
ressaltar
que
o
movimento
da
independência
em
1822,
foi
expressivo
quanto
a
participação
de
maçons,
bem
como
de
militares
e
civis.
Havia
propaganda
republicana,
doutrinante,
propaganda
com
o
intuito
de
enfraquecer
a
monarquia
e
preparar
o
movimento
de
independência,
ao
passo
que
durante
o
período
da
proclamação
da
República
a
maçonaria
em
si,
não
se
mobilizou,
mas
os
maçons
sim.
3.
Conclusão
Podemos
concluir
que
os
maçons
tiveram
uma
participação
e
influência
sobre
as
questões
políticas
do
país,
alcançando
posições
de
destaque
desde
o
Império
em
vários
Gabinetes
do
Governo
até
o
começo
da
República.
É
como
Ramalho
pondera,
“política
e
maçonaria”
caminham
lado
a
lado
e
reitero,
que
isso
não
é
motivo
para
acharmos
que
a
maçonaria,
bem
como
seus
maçons
traçaram
o
destino
de
nosso
país,
ao
invés
disso
e,
de
acordo
com
as
fontes
aqui
trabalhadas,
a
maçonaria
ajudou
na
edificação
do
país
dentro
da
política
estimulando
“definições
predominantemente
laicas
para
a
emergente
modernização.”
Porém,
tão
importante
quanto
o
que
foi
visto
neste
artigo,
é
pensar
que
só
depois
da
independência
do
Brasil,
a
abolição
da
escravatura
e
alcançada
a
República
como
corrobora
Gimenes,
“não
havia
mais
motivos
para
que
a
maçonaria
brasileira
continuasse
em
suas
atividades
políticas.”
Assim
sendo,
esta
agora
poderia
exercer
suas
atividades
em
prol
da
humanidade,
lembrando
que
estas
atividades
sempre
foram
um
de
seus
inúmeros
ideais
filantrópicos.
4.
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BARATA,
Alexandre
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(1870-‐1910).
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