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Recebido em: 12/01/2015

Aprovado em: 21/06/2015

A MAÇONARIA PARA OS LEIGOS:


Mistérios, Origens e Estrutura
(FREEMASONRY TO LAY: Mysteries, Origins and Structure)

Marco Antonio L. G. Campillo ¹

Resumo
O objetivo deste artigo é trazer luz à maçonaria aos leitores de forma mais didática possível, fazendo jus a
um primeiro contato de forma não tão profunda porém não superficial, levando-o ao desejo de pesquisar
sobre o tema maçonaria. Entrar-se-á neste mundo misterioso, mostrando o significado dos mistérios e se-
gredos, origens e estrutura pedagógica/iniciática fazendo analogia a uma escola/universidade. Para tanto, o
método utilizado é o da pesquisa indireta, revisão bibliográfica ou de compilação, onde através da leitura de
assuntos relacionados ou correlacionados ao tema buscar-se-á conhecer de forma geral a temática.

Palavras-chaves: Maçonaria; Mistérios; Origens.


.

Abstract
The purpose of this article is to bring light to Freemasonry readers more didactic as possible, are enti-
tled to a first contact so not as deep but not superficial, taking him to the desire to research the topic
Freemasonry. It will enter this mysterious world, showing the meaning of the mysteries and secrets,
backgrounds and pedagogical structure / initiatory doing analogy to a school / university. Therefore, the
method used is the indirect research, literature review or compilation, where by reading or issues relat-
ed to the topic will be sought to know in general the theme.

Keywords: Freemasonry; Mysteries; Origins.

¹ Graduado em História(UniMSB) e pós graduado em Gestão de Recursos Humanos(FIJ). Possui formação complementar em capa-
citação e aperfeiçoamento na área de Administração(FAETEC-CETEP) e na área de Recursos Humanos(FGV). Cursando graduação
em Administração (UNESA) e pós graduação em Gestão Empresarial (PUC-RS). E-mail: marcoalgc@hotmail.com

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Introdução: Mistérios
Os mistérios acerca da Maçonaria se desen-
Para uma pessoa que não sabe utilizar a infor- volvem com a própria definição de mistério, pois
mática básica, o computador representa um mistério além dela representar um conhecimento (gnose) que
que só poderá ser desvendado através de uma inicia- só os Iniciados na mesma tendem a acreditar que
ção (início) nos estudos da mesma. ora, aquilo que é possuem, a forma que este conhecimento é passado
o desconhecido, portanto oculto e representando um (através de rituais/a Iniciação) também constitui um
mistério (simbolicamente a escuridão/trevas), está a mistério no sentido de segredo e para ampliar ainda
todo momento presente na vida do homem, resta mais o horizonte, este mistério, é um mistério consi-
saber se o mesmo possui as condições e/ou os atribu- derado antigo e por isso mais fascinante, querendo-
tos para receber o conhecimento (luz/iniciar) que lhe se remontar as Antigas Escolas de Mistérios. Por isso,
tirará da condição de ignorância (novamente escuri- a Maçonaria também é conhecida como uma Escola
dão/trevas) do que é desconhecido, tendo assim con- de Mistérios.
seguido, será portanto um iniciado em tais assuntos/
conhecimentos que outrora eram misteriosos para o Ainda hoje as pessoas ficam fascinadas pelo
mesmo. segredo ou mistérios maçônicos, para tanto, verifica-
se as antigas2 e mais recentes3 produções cinemato-
A AMORC e MacNulty colaboram para uma gráficas e também literárias4 que tem como centro a
melhor compreensão do conceito dos mistérios: Maçonaria para se verificar que o termo “maçonaria”
vende e entretém muito, aguçando a curiosidade das
(...) os egípcios antigos fundaram as pri- pessoas.
meiras Escolas de Mistério. Para ser admi-
tido nessas escolas, era preciso ser consi-
derado digno de receber a sabedoria que A Pedagogia e a Estrutura Maçônica
os mestres consideravam sagrada e valori- Quando se pensa em rituais, faz-se logo refe-
zavam mais que tudo no mundo. (...) Na rência a algo ligado a alguma religião, culto, a magia
Roma antiga, os mistérios eram chamados (mágico) ou ao sobrenatural, porém, também podem
initia e, os iniciados, mystae. O vocábulo,
ser relacionados a algo formal e simples e que está
initiare, em latim, significa inspirar e, ini-
no nosso cotidiano.
tium quer dizer começo ou instrução. (...)
(AMORC, 1985, p.8). Os rituais estruturam e organizam a vida das
pessoas, tendo como estrutura basilar a repetição
como característica, levando em alguns casos à disci-
Os Mistérios constituíam-se numa institui-
plina; há portanto um aprendizado consciente ou in-
ção pública reconhecida no mundo antigo.
Embora tenham tido maior influência so- consciente sobre o ritual.
bre a vida intelectual ocidental dos sécu-
los não muito distantes como o XVI e o Os rituais, executados repetidamente,
XVII, hoje é difícil compreender porque se conhecidos ou identificáveis pelas pesso-
baseiam numa visão do mundo tão dife- as, concedem uma certa segurança. Pela
rente da do nosso materialismo científico familiaridade com a(s) sequência(s) ritual
contemporâneo (MACNULTY, 1996, p.5). (is), sabemos o que vai acontecer, celebra-
mos nossa solidariedade, partilhamos sen-

2
Como exemplos temos os filmes Forças Ocultas (Forces Occultes) de 1943 e o Pequeno burguês (Un borghese piccolo) de 1977.
3
Como exemplos temos os filmes Do Inferno (From Hell) de 2001, A Lenda do Tesouro Perdido (National Theasure) de 2004 e sua
sequência de 2008.
4
Como o livro de Dan Brown, O Símbolo Perdido, ou o livro de Umberto Eco, O Cemitério de Praga.

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timentos, enfim, temos uma sensação de ao grupo que convivemos. O importante em qualquer
coesão social (RODOLPHO, 2004, p. 139). ritual não é o conteúdo explícito, mas suas caracterís-
ticas de forma, convencionalidade, repetição, etc.
“(...) Numa simples apresentação de um Não se deve levar pelo valor da racionalidade ou pe-
amigo a outra pessoa, por um conhecido los critérios de nossa sociedade, já que estes não são
comum, há um rito: ligeira curvatura, válidos para outros grupos.
aperto de mãos, palavras de cortesia, ar
sorridente. Se não for observado o rito, Já para Andràs Zempléni (2000 apud RODOL-
alguém pode ser severamente censurado PHO, 2004), os protótipos dos ritos de passagem são
e classificado como mal educado, grossei- os ritos de iniciação, pois em ambos marca-se a tran-
ro, estúpido. Todos os processos, usos e sição de um status social para outro (morte e renasci-
costumes de nossa civilização baseiam-se mento simbólicos). Portanto, a iniciação é uma forma
em ritos. É por isso que nas Chancelarias sintética dos ritos de passagem, por meio dos quais
há, obrigatoriamente, um chefe do ritual ela opera. Porém, a iniciação é mais do que um sim-
destinado a programar a maneira correta ples rito de transição, ela é um rito de formação. É
de recepções, a fim de se evitarem esta formação que irá diferenciar os participantes
“gaffes” às vezes imperdoáveis e de reper-
que estão de fora (profanos/não iniciados) dos que
cussões internacionais, envergonhando a
estão dentro (neófitos/iniciados). São inúmeras as
nação em que foram cometidas. Dão a
esses “experts” o nome de Chefe de Ceri- iniciações, por exemplo, que contam com ritos de
monial; mas é mesmo do Ritual. inscrição nos corpos de marcas, signos visíveis da for-
mação e transformação (escarificações, circuncisões,
Quando se diz que a personagem tal que-
modificações no formato dos dentes, perfurações no
brou o protocolo, leia-se: desobedeceu ao
ritual, ao uso e costume que tem de ser nariz ou lábios etc.
observado e seguido nos atos cerimonio- A sociedade está sempre criando cerimônias
sos de caráter oficial. (...) (ALENCAR, 1980, de recepção ou passagem para consagrar algum está-
p.89) gio ou conquista na vida do homem, atribuindo a es-
te, nova identidade, novo status, novo papel, nova
Victor Turner (1974) desenvolve a ideia de um responsabilidade, nova forma, dentre outros sinôni-
tipo específico de ritual, esta especificação ele chama mos a serem desenvolvidos junto ao grupo em que
de “rito de passagem”. Arnold van Gennep, citado convive; por isso a maçonaria se utiliza de um ritual/
por Turner, define esses ritos como ritos que acom- rito como forma de instrução e também da iniciação
panham toda mudança de lugar, estado, posição soci- como forma de recepção, tudo de forma pedagógica
al e de idade. Há diversos tipos de ritos, tais como: da para interiorizar, sensibilizar, instruir e formar os can-
hospitalidade, da adoção, da gravidez e parto, do didatos (e os maçons já iniciados) a ser tornarem pes-
nascimento, da infância, da puberdade, da iniciação, soas melhores do que já deveriam ser. É notável o
da ordenação, do noivado, do casamento, dos fune- papel dos rituais no cotidiano do homem antigo e
rais, das estações, etc. moderno, o que a maçonaria faz é dar o toque da tra-
dição e antiguidade a este aspecto pedagógico, ten-
Para Rivière (1997 apud RODOLPHO, 2004), o tando resgatar valores e situações ora esquecidos ou
aprendizado da leitura e da escrita é uma forma de adormecidos na labuta do dia a dia.
iniciação, de atribuição de uma nova identidade à
criança. As etapas escolares em nossa sociedade co- Assim como uma Escola ou Universidade, a
mo por exemplo o fim de colégio e entrada na univer- Maçonaria possui uma série de particularidades pe-
sidade, os trotes aos calouros, são etapas que se- dagógicas e também administrativas, alicerçadas nas
guem, atribuindo-se a cada um de nós novas identi- mais repletas tradições construídas ao longo do tem-
dades e novos papéis a serem desempenhados junto po. Possuindo também os maçons, cargos e hierar-

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quias voltados para a instrução (pedagogia) e tam- ou país) é chamado de Grão-Mestre, que pode ser
bém para a administração (gestão) da instituição. comparado a um reitor. Para exercer qualquer cargo,
O “profano” (candidato) para ingressar na além da aptidão o maçom em questão deve ter sido
Maçonaria deve ser convidado por um maçom ou escolhido através de votação pelos outros maçons.
demonstrar interesse em pertencer a instituição. In- A reunião/junção de três Lojas ou mais, faz
dependentemente de o maçom conhecer ou não o com que as mesmas se organizem politicamente e
candidato, este passa por longos processos burocráti- administrativamente em federações ou confedera-
cos e de sindicâncias para sua entrada na instituição. ções. Costuma-se utilizar os termos de Grande Orien-
Todo este processo que irá se findar com a iniciação te ou Grande Loja as jurisdições maçônicas que go-
propriamente dita, pode ser comparado a um vesti- vernam as Lojas em um determinado território. Um
bular para ingresso numa instituição de ensino supe- território pode ter mais de uma Grande Loja ou Gran-
rior. de Oriente. Caso esses se reconheçam mutuamente,
O espaço físico onde os maçons, também co- isso significa que concordam em compartilhar o go-
nhecido como obreiros ou pedreiros livres, se reú- verno maçônico naquele território. O Grande Oriente
nem é chamado Loja, a Loja representa todo espaço e a Grande Loja são chamados de obediências ou po-
físico do ambiente, incluindo todas as salas, espaços, tências maçônicas.
quintal, banheiros, cozinha, os bens móveis. A Loja A Arte Real, possui formas diferenciadas de
possui um espaço físico, que é como se fosse uma serem transmitidas. A Maçonaria chama de rito um
sala de aula, destinado aos estudos formais, traba- conjunto sistemático de cerimônias e ensinamentos,
lhos e cerimoniais dos maçons. Este espaço físico que podem variar de acordo com o contexto histórico
dentro da Loja em alguns ritos maçônicos é chamado em que foram criados, a temática do seu criador ou
de templo. Quando os maçons estão reunidos liturgi- sintetizador, o objetivo e a influência de diversos sa-
camente dentro do Templo, dizem então que estão beres. São exemplos de Ritos mais conhecidos: Rito
na oficina trabalhando/estudando. Os mesmos ne- Escocês Antigo e Aceito (REAA), Rito Adonhiramita,
cessitam, igual a uma escola, estar uniformizados, no Rito Brasileiro, Rito Moderno ou Francês, Rito de
caso dos maçons, os mesmos utilizam-se de um aven- York, Rito Schroeder ou Alemão, etc; mas todos com
tal para simbolizar que estão trabalhando/estudando pontos comuns inalteráveis, que servem como uma
para o seu aperfeiçoamento e o da humanidade. espécie de Projeto Político Pedagógico, e que devem
A Maçonaria possui “séries” ou “períodos” ser seguidos.
que são os chamados graus, estes por sua vez consis-
tem em sua forma simbólica e portanto básica para A pedagogia contida no ritual é repassada
formação do maçom, em três: aprendiz (1º grau), ao maçom para que ele tente colocar
companheiro (2º grau) e mestre (3º Grau), leva-se, no aqueles ideais abstratos em prática quan-
Brasil, um média de 1 a 2 anos para que esta forma- do sair do espaço sagrado da ritualística. A
ção se complete. Há também os graus complementa- moral, por exemplo, presentificada no
res, erroneamente conhecidos como filosóficos, que ritual, é relativizada e considerada
são os que estão acima do grau de Mestre, que vão “moralidades” quando se examina o
“contexto da situação”. Pois no plano em-
variar em números conforme o rito. O homem que
pírico cada um a interpretará de uma for-
não é maçom é chamado de profano e o ensino mi-
ma, de acordo com suas conveniências e
nistrados aos maçons é chamado de arte real. São os interpretações para maçonaria (SOUZA,
Mestres que, estando aptos, instruem os aprendizes 2006, p.22).
e companheiros na oficina. O cargo mais alto de uma
Loja é chamado de Venerável Mestre. O cargo mais
alto em âmbito territorial em um território (estado Devido a estes diversos ritos e as formas de se

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organizarem pedagogicamente, politicamente e ad- rizada que é a Doutrina Maçônica. A Ma-


ministrativamente, alguns autores preferem utilizar o çonaria convive com muitos ritos, uns te-
termo Maçonarias ao invés de Maçonaria, por enten- ístas, outros deístas sem esquecer os ag-
derem que há diversas casas maçônicas de linhas de nósticos. Afinal, há muitas maneiras de se
relacionar com Deus. Mas há um detalhe:
pensamentos diferentes, inclusive algumas sendo
o maçom não pode ser ateu. Em decor-
reconhecidas como maçonaria, outras buscando o
rência deste ecletismo, as manifestações
reconhecimento, algumas perdendo o reconhecimen- maçônicas disseminadas no mundo ao
to e outras não procurando o reconhecimento, po- longo do tempo, apresentam-se com
rém utilizando o termo “Maçonaria” ou outro equiva- grande diversificação, havendo Unidade
lente em seu nome, como forma de demonstrar uma na Diversidade (...) (GALDEANO, 20--).
antiguidade e/ou uma tradição, no entanto modifica-
da, não se utilizando de todas as principais regras de
regularidade, por acharem que as mesmas estão ul- Assim, dentro dos Ritos, existem alegorias e
trapassadas, representando uma época em que cer- símbolos, nos quais o maçom irá aprender a filosofia
tas conquistas e direitos, principalmente a igualdade maçônica desde sua entrada na ordem através da
de direitos entre o gênero masculino e feminino não iniciação, findo a iniciação, o maçom ainda terá um
haviam se consumado. vasto universo de estudos e aprimoramentos à sua
frente, como explica Souza:
O douto Grão Mestre Lucas Galdeano muito
bem dissertou sobre tais regras de regularidade:
Um rito de passagem muito importante,
pois através do cerimonial se dramatiza a
(...) um Rito deve ter conteúdo que consa- entrada de um novo membro – um estra-
gre algumas exigências bem conhecidas: o nho que se tornará familiar – à maçonaria.
símbolo do Grande Arquiteto do Universo,
Os ritos de passagem são situações ine-
o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso
rentemente dramáticas, ou seja, situações
sobre o altar dos juramentos, sinais, to-
de conflito que podem ser analisadas pela
ques, palavras e a divisão da Maçonaria
chave do ‘drama social’ (...).
Simbólica em três graus. Não há nenhum
órgão internacional para reconhecer ritos. Turner se utiliza de uma terminologia tea-
Acima do 3º Grau, cada Rito estabelece tral para analisar as sequências desse
sua própria doutrina, hierarquia e cerimo- ‘drama social’. No caso, dentro do estudo
nial. em questão, se pode dizer que se tem um
‘drama social não-socializado’, pois todo o
Um rito maçônico, usando simbolismo
ritual é realizado a portas fechadas, e res-
próprio, é um grande edifício. Deve ter
trito aos seus participantes, encarregados
projeto integrado, dos alicerces ao topo.
de promoverem o processo de transfor-
Cada rito possui detalhes peculiares. A
mação do ‘profano’ em maçom e de testar
linha maçônica doutrinária, em cada Rito,
sua certeza em entrar para a organização.
deve ser contínua, dos graus simbólicos
Esse autor considera o ‘drama social’, em
aos filosóficos. Cada Rito é uma Universi-
seu desenvolvimento formal completo,
dade doutrinária.
‘como um processo de conversão particu-
(...)A Maçonaria se caracteriza pela diver- lar de valores e fins, distribuído sobre um
sidade e sempre admitiu a pluralidade de âmbito de atores, dentro de um sistema’.
ritos. O Sistema do Rito Único, caso exis- A ritualização de iniciação de passagem,
tisse, não seria um bom sistema. A Ordem isto é, quando ‘alguém começou a se mo-
reuniu sistemas diversos formando uma ver em direção a um novo lugar na ordem
unidade superior, perfeitamente caracte- social’, de qualquer grau, pode ser vista

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como a encenação de um drama, um pro-


cesso em que alguns valores devem ser A interpretação dos símbolos, se chegar a
transformados, dentro de uma visão de ser feita na totalidade, é responsabilidade
mundo. Para isso, o significado de todo o de cada maçom; e neste processo de in-
drama é performatizado. Para Turner, o terpretação pessoal – e da observação dos
‘homem é um animal auto-performático, princípios que regem a vida de cada um –
suas performances são, de um modo, re- podemos verificar como o Ofício da maço-
flexivas, em performance ele revela a si naria assume vida como um mistério.
mesmo para si mesmo’. A performance do
ritual de aprendiz, portanto, revela muito (...)Assinala-se que os eruditos do Renasci-
sobre a visão de mundo maçônica(...) mento, os criadores da franco-maçonaria
(SOUZA, 2006, p.23-24). especulativa, consideravam o seu ‘Oficio’
como uma disciplina que hoje identificarí-
amos com a psicologia, ou talvez com a
Estas alegorias consistem em passar certas atual investigação acadêmica acerca da
verdades ou questionamentos, de formas teatrais, natureza da consciência (...) (MACNULTY,
dando a oportunidade de se “sentir” o ensinamento, 1996, p.7).
coisa que uma leitura, aula ou palestra seria incapaz
de realizar. É o teatro ensinando o homem, onde o Assim como as Escolas ou Universidades, os
profano na iniciação é o ator e espectador protago- alunos, os maçons, não serão iguais. Não haverá uma
nista: uniformidade de pensamentos ou atitudes destes
maçons que “beberam” do conhecimento maçônico.
(...)o estudo abordado na Ordem passa Até porque, quando um homem se torna maçom, o
por áreas diversas, tais como a astrono- mesmo já possui toda uma história de vida, experiên-
mia, a física, a química, a matemática, e as cias e formas de pensar, que serão somados, mistura-
ultrapassa enveredando por temas que dos, desbastados e lapidados com aquilo que a peda-
carecem ainda de comprovação científica. gogia maçônica apresenta a ele. Além de que, o con-
Como, por exemplo, a sugestão na forma vívio com diversos irmãos das mais variadas crenças
de existência de forças invisíveis que influ- religiosas, posições sociais e profissões, irá enrique-
enciariam nas decisões das pessoas. Algo
cer e alimentar o conceito de sociabilidade, pois o
dentro de uma racionalidade maçônica,
campo da maçonaria é constituído de um vasto mun-
porque não considerada sobrenatural,
mas uma técnica que estaria dentro das do de elementos e interesses; lembramos umas das
leis da natureza, desconhecida pela média máximas da sociologia que diz que o meio influencia,
dos indivíduos. porém não determina o comportamento do agente.
Isso também é observado por Souza:
Ora, quaisquer desses temas podem ser
encontrados atualmente em profusão em
boas livrarias e em editoras ligadas ao te- O mundo da maçonaria não está livre de
ma do esoterismo. (...). influências, nem de contaminações, com
Contudo, nunca se sabe como esse diversos campos. (...). A teoria dos campos
‘programa de estudos’ com seus tem a utilidade de registrar, em nível abs-
‘conteúdos’ são exatamente abordados trato, um ‘pensamento institucional’ que,
em cada loja (...) (Idem, Ibidem, p.88). no caso desse estudo, a maçonaria quer
concretizar e dizer sobre si mesma. Não
existe de fato ‘mundo à parte’: o que se
Macnulty também dá sua contribuição sobre tem são pessoas-corpo que em seus coti-
o assunto: dianos participam de vários universos apa-

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rentemente isolados uns dos outros, mas contexto histórico da época em que é praticada e
que, quando nos aproximamos para anali- também o lugar, adequando-se através dos tempos,
sá-los, percebemos que eles sempre se porém sem perder suas tradições mais valiosas que a
relacionam a outros campos, portanto, garantem e a tornam reconhecida e identificada co-
não são isolados, embora conservem, na
mo maçonaria, apesar das divergências a respeito
maioria das vezes, um caráter próprio,
dos Landmarks.
que lhes permite afirmar uma identidade
de grupo. (...). Assim sendo, o aprendizado do segredo ou
(...)aos múltiplos interesses que motivam sobre o segredo faz com que o maçom seja educado
a movimentação de um maçom, o que faz a respeitá-lo e incorporá-lo no seu viver, tendo ciên-
com que tudo dentro do campo maçônico cia de como um maçom na teoria (ideal) deve se con-
se torne múltiplo: pois nem sempre um duzir dentro e fora da Loja. O maçom é convidado à
maçom comporta-se como outro maçom, cidadania e a atuação política (afinal, o homem é um
pois os dois podem ter interesses diver- animal político!). O candidato mesmo após passar
gentes pela maçonaria; o capital a ser al- por diversas provas durante a sua Iniciação, e tornan-
cançado, pois um maçom pode estar em do-se maçom, estas “provas” continuam dentro e
busca do sagrado e outro da proteção ofe-
fora da instituição, pois deve colocá-las em prática e
recida pela instituição; a representação de
não deixá-las apenas na teoria ou amostra apenas
maçonaria, já que um pode compreender
a maçonaria como uma instituição filan- para os outros maçons. Percebe-se que o segredo, os
trópica e outro pode lê-la como algo mais segredos ou o secreto tem o caráter de proteção do
além; a função da maçonaria, etc. Tais exterior, transformando-se consequentemente no
tópicos não se constituem como campos “cimento” de união entre os seus membros, sendo
dentro do campo maçônico, pois não en- um desvelar autovelante entre eles.
volvem concorrência por posições melho-
res, mas como ‘lugares’. Ou melhor, luga-
res de interesse, a exemplo da filantropia, A Origem
da ajuda-mútua, do esoterismo (SOUZA, A autora Ângela Cerinotti comenta as variadas
2006, p.20-21).
hipóteses de contradições a respeito do nascimento
da sociedade maçônica, afirmando ser impossível to-
Apesar de opiniões diferentes sobre diversos má-las analiticamente, como se pode ver na seguinte
campos, os maçons conservam, na maioria das vezes, citação:
um caráter próprio, que lhes permite afirmar uma
identidade de grupo, que fará com que haja certa co- Como consta de uma monografia sobre o
erência entre seus afiliados. A construção e descons- assunto (La Sessa, La Massoneria: l’antico
trução do maçom como pessoa, as metáforas passa- mistero delle origini [A Maçonaria: o anti-
das através das alegorias e simbolismos que constitu- go mistério das origens] FOGGIA, 1997),
em toda a estrutura de linguagem simbólica da insti- de acordo com uma pesquisa realizada em
tuição que tem como objetivo garantir a continuida- 1909, em 206 obras historiográficas publi-
de e a transmissão, permitindo a superação das expe- cadas até então, acerca das origens da
riências concretas do homem. Os maçons comparti- Franco-Maçonaria, surgiram 39 diferentes
lham de um mesmo sistema de significados, uma va- opiniões (CERINOTTI, 2004, p.8-10).
riedade limitada pela tradição da Arte Real, que em
contraposição à sociedade é o valor dado aos costu- Ora, se temos 39 opiniões diferentes numa
mes e usos. pesquisa realizada em 1909, é fato que este número
A Maçonaria assimila, através do maçom, o cresceu com o decorrer dos anos e o avançar das pes-

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quisas e da tecnologia, haja vista também o poder do isso sua autenticidade. Esta Escola afirma não admitir
imaginário popular. uma Antiguidade na Maçonaria anterior ao século XIII
O autor Alain Bauer (2008, p.22-23), citando o d.c, quando foram produzidos os Estatutos de Bolo-
professor Antoine Faivre, nos mostra uma nova nha, um texto originalmente em latim, possuindo 3
“fórmula” buscando sintetizar as diversas maneiras folhas de pergaminho, datado de 1246, produzido
de ver a historiografia maçônica, são elas a aborda- por um escrivão público, a mando do capitão de Bo-
gem empírico-crítica, a abordagem mítico-romântica lonha Bonifácio de Cario e reconhecido pelo Conse-
e a abordagem universal. A primeira diz que “a análi- lho de Anciãos em 1248, colocando as sociedades de
se histórica é factual, e não espiritual. Mais moderna Construção sob as leis da Cidade de Bolonha (ISMAIL,
e em plena expansão, ela considera a história maçô- 2012).
nica como uma ramificação à parte da história soci- A Escola Antropológica incorpora às suas pes-
al”. A segunda, “baseada na inventividade muito de- quisas e análises os estudos da Antropologia, ou seja,
senvolvida da parte histórica das Constituições de o estudo de costumes e tradições de sociedades ar-
1723, reforçada pelas publicações de William Pres- caicas, principalmente de tribos, buscando-se nelas
ton, ela combina lendas e fatos, chega até a encon- as origens da simbologia maçônica, ou até a própria
trar origens extraterrestres na Ordem. Toda a litera- Maçonaria. Seus adeptos admitem uma Antiguidade
tura maçônica dos séculos XVIII e XIX é por ela influ- bem maior para a maçonaria, chegando-se a estabe-
enciada.”. A última, sempre de acordo com Antoine lecer analogias com os Mistérios Antigos. Esta escola
Faivre, “procura-se casar o sistema simbólico maçôni- através de métodos comparativos, percebe seme-
co com outros sistemas a fim de satisfazer uma ne- lhanças entre os símbolos e práticas rituais observa-
cessidade essencialmente experimental e individual. dos em diferentes comunidades com os empregados
Em outros termos, os símbolos maçônicos não seriam na Maçonaria. É a mesma linha de pensamento de
específicos da Maçonaria, mas seriam muito mais a Antoine Faivre quando fala das constantes universais,
expressão de constantes universais presentes ao lon- a abordagem universal.
go das eras sob diversos disfarces, independente- A Escola Mística (ou esotérica) parece distan-
mente de toda a questão de filiação histórica.”. ciar-se sensivelmente das outras. Não é produto de
O respeitável autor e também maçom Charles nenhum departamento científico fora da Ordem ma-
Leadbeater (2012) explica que se pode agrupar as çônica nem muito menos está interessada nas pes-
variadas correntes de forma sintética em 4 principais quisas históricas e antropológicas, apesar de eventu-
escolas de pensamento maçônico organizadas segun- almente às utilizar. É uma corrente de pensamento
do a relação do conhecimento existente fora do cam- que se aproxima mais da Religião, preocupando-se
po maçônico (vulgarmente chamado “mundo profa- com o desenvolvimento espiritual do homem, que,
no”). São elas: a Autêntica ou Histórica; a Antropoló- segundo ela, deve procurar a união consciente com o
gica; a Mística (ou esotérica); e a Oculta. Grande Arquiteto do Universo. Valorizando a experi-
A Escola Autêntica ou Histórica é baseada na ência espiritual, a atenção desta Escola não se volta
linha documental, ou seja, aquilo que através da His- para o problema da linha de descendência do passa-
tória, através dos Historiadores sejam eles maçons ou do da Maçonaria; admite, no entanto, que a Maçona-
não, pode ser comprovado por documentação. Ora, ria tem ligação com os Antigos Mistérios.
vê-se aqui um positivismo altamente ortodoxo. O A Escola Oculta, como a sua “irmã” anterior,
próprio nome da escola diz que a mesma parece ter possui também uma orientação mais próxima do
sido a primeira a desenvolver pesquisa sobre a maço- campo da Religião e/ou dos estudos espiritualistas,
naria e ao mesmo tempo de forma implícita, faz a baseando-se nos conhecimentos do Ocultismo. A pa-
sugestão de que as outras escolas não oferecem ca- lavra Ocultismo pode gerar medo aos mais religiosos
minhos adequados para investigação, não tendo com que estão imbuídos de pré-conceitos colocados goela

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CAMPILLO, M. A. L. G. A MAÇONARIA PARA OS LEIGOS: MISTÉRIOS, ORIGENS E ESTRUTURA

abaixo pela sociedade. Para os maçons, o ocultismo Difícil saber onde termina o fato histórico
nada mais que é que o estudo dos problemas ocasio- e começa o mito. Ambos estão amalgama-
nados pela natureza que não possuem uma solução dos no cotidiano vivido pelos maçons, nos
oficial pela ciência oficial, bem como o estudo e refle- seus ritos, nas suas tradições, no seu ima-
ginário e, sobretudo, na sua identidade.
xão sobre os mundos além do plano material do ho-
Ambas as narrativas, a histórica e a lendá-
mem (físico), tais como o mundo astral e mental, bus-
ria são, portanto, verdadeiras (BAUER,
cando-se um aperfeiçoamento moral e espiritual, 2008, p.83).
através principalmente da meditação e de experiên-
cias individuais, fazendo-se assim a ligação com Gran-
de Arquiteto do Universo. (...) o ideário maçônico foi de certo modo
pioneiro ao criar a convivência do raciona-
A Maçonaria Operativa, que se estende por lismo moderno com a adesão, hoje tão
toda a idade Média e Renascença e tem seu declínio espalhada, a ancestrais coletivos e a refe-
iniciado com a fundação da Grande Loja de Londres rências esotéricas como cabala, alquimia,
(1717), compreende a história dos operários medie- hermetismo, as sociedades iniciáticas
vais, construtores de basílicas, catedrais, igrejas, aba- egípcias, gregas e judaicas, os Colegia Fa-
dias, mosteiros, conventos, palácios, castelos, torres, brorum romanos, a cavalaria das Cruza-
casas nobres, mercados e paços municipais. das...Sempre haverá um ‘pedreiro’ aju-
dando a tirar pedras tidas como falsa des-
Parece haver um consenso em que estudiosos te ‘templo’ repleto de tradições – glorio-
e pesquisadores costumam dividir a origem da Maço- sas para uns, duvidosas para outros. É
naria em três fases distintas: primitiva, operativa (ou possível preparar um suculento sopão de
ativa) e especulativa (fase atual). letrinhas com tantos ingredientes simbóli-
cos, ainda que as receitas divirjam sobre
alguns itens (MOREL; SOUZA, 2008, p.35).
Conclusão
Quando o assunto é Maçonaria, os leitores,
Mito também é sinônimo de tradição na ma-
estudantes e maçons são completamente livres para
çonaria, de tradição inventada, entendendo-se como
rejeitar ou discordar de qualquer coisa que possa
um conjunto de práticas reguladas por regras tácitas
lhes parecer falsa ou insalubre. Maçonaria é um mer-
ou abertamente aceitas; sendo de natureza ritual ou
gulho num campo repleto de suposições, areias mo-
simbólica visam colocar a semente de certos valores
vediças, pântanos, invenções de tradições em cima
e normas de comportamento através da repetição, o
de tradições e demais expressões pomposas que dão
que implica, automaticamente, uma continuidade em
um “ar” de labirinto e brilho a qualquer tema que
relação ao passado. Sempre será possível estabelecer
tenha como objeto a maçonaria. Uma verdadeira
continuidade com um passado histórico apropriado.
aventura intelectual onde os franco-maçons ingleses
Passado este no qual a nova tradição é inserida não
e depois os franceses não só proporcionaram meios
precisa ser remoto ou perdido nas brumas do tempo,
de criar o mito, como também fizeram, muitas vezes
porém na medida que há referência a um passado
o esforço de nele acreditar, como observou Bauer e
histórico, as tradições inventadas caracterizam-se por
também Morel e Souza:
estabelecer com ele uma continuidade bastante arti-
ficial. Resumindo, elas são reações a situações novas
A maçonaria é fértil em mitos de origem – que assumem a forma de referência a situações ante-
e mito não quer dizer mentira (BAUER, riores, ou estabelecem seu próprio passado através
2008, p.19). de repetição quase que obrigatória (ROBSBAWN;
RANGER, 1997).

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CAMPILLO, M. A. L. G. A MAÇONARIA PARA OS LEIGOS: MISTÉRIOS, ORIGENS E ESTRUTURA

A Maçonaria consagra-se a um vasto mundo, LEADBEATER, Charles. W. A Vida Oculta na Maçona-


mas que no final das contas o seu detentor é quem ria. 2ª edição. São Paulo: Pensamento, 1964.
vai decidir a que prática ela se consagrará; podendo- LEADBEATER, Charles. W. Pequena história da Maço-
se dizer que a Maçonaria é para os maçons um des- naria. 12ª ed. São Paulo: Pensamento, 2012.
velar autovelante e para os profanos um desvelar au-
tovelante especulativo e consequentemente mais MACKEY, Albert G. Os princípios das leis maçônicas.
labiríntico do que é para os próprios iniciados; o que São Paulo: Universo dos Livros, 2009.
faz com que “o ponto final” desta conclusão seja sim- MACNULTY, Kirk W. Maçonaria-Coleção: Mitos, Deu-
bólico e não definitivo. Portanto, já somos proficien- ses, Mistérios. Versão Brasileira: Navegantes: GVS,
tes em ligar e desligar o computador. 1996.
MOREL, Marco; SOUZA, Françoise Jean de Oliveira. O
Referências bibliográficas Poder da Maçonaria – A história de uma sociedade
secreta no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
ALENCAR, Renato de. Enciclopédia Histórica do Mun- 2008.
do Maçônico – TOMOS I e II, Rio de Janeiro: Maçôni-
ca, 1980. RODOLPHO, Adriane Luisa. Rituais, ritos de passagem
e de iniciação: uma revisão da bibliografia antropoló-
AMORC, ROSACRUZ. Iniciação Rosacruz. Curitiba: edi- gica. Estudos Teológicos, v. 44, n. 2, p. 138-146, 2004.
ção própria, 1985.
SILVA, Rodrigo Otávio da. Apropriações Contemporâ-
BAUER, Alain. O nascimento da franco-maçonaria- neas do Egito Antigo: Antiguidade e tradição no dis-
Isaac Newton e os Newtonianos. Tradução Fulvio Lu- curso maçônico brasileiro. Revista de Humanidades
bisco. São Paulo: Madras, 2008. MNEME, V.7, n. 15, abr./maio 2005.
CASTELLANI, José; CARVALHO, William Almeida de. SOUZA, Patrícia Inês Garcia de. Buscadores do Sagra-
História do Grande Oriente do Brasil – A maçonaria do: As Transformações da Maçonaria em Belém do
na história do Brasil. São Paulo: Madras, 2009. Pará. Universidade Estadual de Campinas. Tese de
CASTELLANI, José. A Ação Secreta da Maçonaria na Doutorado. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Política Mundial. São Paulo: Landmark, 2007. – IFCH. Campinas, SP, 2006.
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FERRÉ, Jean. A história da franco-maçonaria (1248- VAN GENNEP, Arnold, Os Ritos de Passagem. Petró-
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em particular. Disponível em: <http://
www.freemasons-freemasonry.com/
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