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ORIENTAÇÕES PARA ATENDIMENTO DE CASOS

SUSPEITOS DE INFECÇÃO PELO


SARS-Cov-2 (Covid-19)

Comissão de Controle de Infecção Hospitalar


Serviço de Infectologia

Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo

2020
V2020_02_26

1
Orientações gerais sobre o Covid-19

Definições de caso suspeito de infecção pelo SARS-CoV-2

1. Situação 1:
Febre1E pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade
para respirar, batimento das asas nasais entre outros) E histórico de viagem3
para área com TRANSMISSÃO LOCAL do SARS-CoV-2 (Covid-19), de
acordo com a OMS, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos
sinais ou sintomas;
OU
2. Situação 2:
Febre1E pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade
para respirar, batimento das asas nasais entre outros) E histórico de contato
próximo2 de CASO SUSPEITO para o Covid-19 (SARS-CoV-2), nos últimos
14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas;
OU
3. Situação 3:
Febre1OU pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse,
dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) E contato
próximo2 de CASO CONFIRMADO de Covid-19 (2019-nCoV) em
laboratório, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou
sintomas.

1Febre pode não estar presente em alguns casos como, por exemplo, em pacientes
jovens, idosos, imunossuprimidos ou que em algumas situações possam ter utilizado
medicamento antitérmico. Nestas situações, a avaliação clínica deve ser levada em
consideração e a decisão deve ser registrada na ficha de notificação.

2Contato próximo é definido como: estar a aproximadamente dois metros de um


paciente com suspeita de caso pelo novo coronavírus, dentro da mesma sala ou área de
atendimento, por um período prolongado, sem uso de equipamento de proteção
individual (EPI). O contato próximo pode incluir: cuidar, morar, visitar ou compartilhar
uma área ou sala de espera de assistência médica ou, ainda, nos casos de contato direto
com fluidos corporais, se não estiver usando o EPI recomendado.

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3Áreas de transmissão local (Esta lista será atualizada à medida que novas informações
sejam publicadas) :
• PACÍFICO ORIENTAL:
o Austrália
o China
o Coréia do Sul
o Coréia do Norte
o Camboja
o Filipinas
o Japão
o Malásia
o Vietnã
o Singapura
• SUDESTE ASIÁTICO
o Tailândia
• EUROPA
o Itália
o Alemanha
o França
• MEDITERRANEO ORIENTAL
o Iran
o Emirados Árabes Unidos

Site para consulta online dos locais onde estão ocorrendo os casos confirmados:
https://gisanddata.maps.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/bda7594740fd4029942
3467b48e9ecf6

A partir de 07/02/2020, o Grupo de Estudo Coronavírus do Comite


Internacional em Taxonomia das Viroses, que é responsável pela
classificação e taxonímia da família Coronaviridae, baseado na filogenia,
estabeleceu que o 2019-nCoV é parente irmão do SARS-CoV, causador da
epidemia SARS (Síndrome Respiratória Aguda Severa) de 2002/2003. Assim o
referido grupo de estudo passou a denominar o novo coronavírus como
SARS-CoV-2.
A partir de 11/02/2020, a OMS, passou a denominar a nova doença causada
pelo SARS-CoV-2 como Covid-19.

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Período de incubação
O período de incubação da infecção por coronavírus varia de 2 a 14 dias, com
período de incubação médio variando de 3 a 5 dias.

Período de transmissibilidade
A transmissibilidade dos pacientes infectados por SARS-CoV é em média de 7
dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares do SARS-
CoV-2 sugerem que a transmissão possa ocorrer, mesmo sem o
aparecimento dos sinais e sintomas. Até o momento, não há informação
suficiente de quantos dias anteriores ao início dos sinais e sintomas que
uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus. Os estudos epidemiológicos,
até o momento, apontam um índice de transmissibilidade, variando de 1
caso confirmado para 2,0-3,0 novos infectados, como observado para o
SARS-CoV (2 a 3) e acima do MERS-CoV (0,7), mas abaixo ao do vírus do
sarampo (12 a 18).

Manifestações clínicas
O espectro clínico da infecção por coronavírus é muito amplo, podendo
variar de um simples resfriado até uma pneumonia grave. No entanto, neste
novo coronavírus não está estabelecido completamente o espectro,
necessitando de mais investigações e tempo para caracterização da doença.
Segundo os dados mais atuais, os sinais e sintomas clínicos referidos são
principalmente respiratórios. O paciente pode apresentar febre, tosse e
dificuldade para respirar. Até 29 de janeiro de 2020, dos 1099 pacientes
internados com Síndrome Respiratória Aguda, em 552 hospitais de 31
províncias na China, confirmado por laboratório como SARS-CoV-2, a maioria
dos pacientes era do sexo masculino (58,2%); a mediana de idade era de 47
anos e os sintomas comuns no início da doença foram febre (87,9%), tosse
(67,7%), expectoração (33,4%), e sensação de fadiga/cansaço (38,1%);
sintomas menos comuns foram, mialgia ou artralgia (14,8%) dor de garganta

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(13,9%), cefaléia (13,6%), náuseas ou vômitos (5,0%), diarréia (3,7%) e
hemoptise (0,9%). Presença de qualquer morbidade 255/1099 (23,2%).
Laboratorialmente, 33,7% e 82,1% dos pacientes apresentavam,
respectivamente, leucopenia e linfopenia; aumento da desidrogenase láctica
em 41,0%, e elevação das aminotransferases hepáticas ao redor de 22% dos
pacientes. A Tomografia Computadorizada de torax detectou anormalidades
em 840/1099 (76,4%); a Radiografia simples de tórax apenas 162/1099
(14,7%) apresentaram alterações. Nos primeiros 41 casos descritos, a
dispnéia se desenvolveu em 22 (55%) dos pacientes (mediana do tempo do
início da doença até a dispnéia 8,0 dias).

Complicações
Dos primeiros 41 pacientes internados em Wuhan até 2 de janeiro, todos
apresentavam pneumonia com achados anormais na TC do tórax. As
complicações incluíram síndrome respiratória aguda grave - SRAG (29%),
lesão cardíaca aguda (12%) e infecção secundária (10%). Treze (32%)
pacientes foram admitidos em uma UTI e seis (15%) morreram.
Da série de 1099 casos internados até 29 de janeiro de 2020, 869/1099
(79,1%) apresentaram pneumonia como complicação da infecção. Foram
internados na UTI, 55/1099 pacientes (5,0%), sendo que no grupo com
doença grave 33/173 (19,1%) necessitaram de cuidados na UTI. No grupo de
doença grave 24/173 (13,9%) necessitaram de ventilação mecânica invasiva,
e 14/173 (8,1%) evoluíram a óbito. A mortalidade global nesta população
observada foi 15/1099 (1,36%).
Considerando-se todos os países que divulgam os seus dados de mortalidade,
o índice de mortalidade estimado encontra-se ao redor de 2-3%.

Diagnóstico clínico
O quadro clínico inicial da doença é caracterizado como síndrome gripal. O
diagnóstico depende da investigação clínico-epidemiológica e do exame
físico. É recomendável que todo o caso de síndrome gripal seja questionado

5
o histórico de viagem para o exterior ou contato próximo com pessoas que
tenham viajado para o exterior. Essas informações devem ser registradas no
prontuário do paciente para eventual investigação epidemiológica.

Diagnóstico laboratorial
De uma forma geral, o espécime preferencial para o diagnóstico laboratorial
é a secreção da nasofaringe (SNF). Considerando novos vírus ou novos
subtipos virais em processos pandêmicos, ele pode ser estendido até o 7° dia
(mas preferencialmente, até o 3° dia).
O diagnóstico laboratorial específico para Coronavírus inclui as seguintes
técnicas: Detecção do genoma viral por meio das técnicas de RT-PCR em
tempo real e sequenciamento parcial ou total do genoma viral. No Brasil, os
NICs, farão o RT-PCR em tempo real e o sequenciamento através da
metagenômica nos laboratórios parceiros do Ministério da Saúde.

Diagnóstico diferencial
As características clínicas não são específicas e podem ser similares àquelas
causadas por outros vírus respiratórios, que também ocorrem sob a forma de
surtos e, eventualmente, circulam ao mesmo tempo, tais como influenza,
parainfluenza, rinovírus, vírus sincicial respiratório, adenovírus, outros
coronavírus, entre outros.

Tratamento
Até o momento não há medicamento específico para o tratamento da
infecção humana pelo SARS-CoV-2. No entanto, medidas de suporte devem
ser implementadas. No atendimento, deve-se levar em consideração os
demais diagnósticos diferenciais pertinentes e o adequado manejo clínico.
Em caso de suspeita para Influenza, não retardar o início do tratamento com
Fosfato de Oseltamivir, conforme protocolo de tratamento de Influenza.

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Medidas de prevenção e controle
Atualmente, não existe vacina para prevenir a infecção por SARS-CoV-2. A
melhor maneira de prevenir a infecção é evitar ser exposto ao vírus. Até o
momento, não há comprovação que o SARS-CoV-2 esteja circulando no
Brasil, portanto, no momento, não há precauções adicionais recomendadas
para o público em geral. No entanto, como lembrete, o Ministério da Saúde
sempre recomenda ações preventivas diárias para ajudar a prevenir a
propagação de vírus respiratórios, incluindo:

• Higienizar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool a 70%


por pelo menos 20 segundos.
• Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
• Evitar contato próximo com pessoas doentes.
• Ficar em casa quando estiver doente.
• Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar
no lixo e após, higienizar as mãos conforme orientado acima.
• Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.

Esses são hábitos diários que podem ajudar a impedir a propagação de


vários vírus, inclusive o novo coronavírus.

Atendimento inicial no Pronto Socorro do HSPE


1. Triagem rápida e eficaz de pacientes com quadro de doença respiratória
aguda.
• Identificar precocemente pacientes suspeitos.
• Sinalização à entrada da unidade, apontando para o fluxo de
atendimento desses pacientes.
• Cartazes com orientações aos pacientes.
• Fornecimento de máscara cirúrgica na recepção para o paciente
sintomático e identificado como caso suspeito de Covid-19 (vide
definições de casos suspeitos).
• Classificar como FICHA LARANJA para atendimento prioritário.

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• Encaminhar os pacientes com suspeita de infecção pelo SARS-CoV-2
para salas 6 e 7 da triagem e, posteriormente, ao consultório 27 do
PS Adulto e para Sala de Isolamento próxima a triagem do PS de
Pediatria.
• Caso o paciente seja encaminhado para a realização de exames de
imagem (RX de torax, TC de torax) ou outra sala para realização de
outros exames (ECG), o paciente deve manter sempre o uso da
máscara cirúrgica.

2. Durante a consulta manter a porta do consultório sempre fechada e


identificada como ISOLAMENTO RESPIRATÓRIO POR GOTÍCULAS E
CONTATO.

3. TODO PROFISSIONAL QUE ENTRAR NO CONSULTÓRIO COM O CASO


SUSPEITO (ATENDIMENTO/TRANSPORTE) DEVE UTILIZAR EPI:
MÁSCARA CIRÚRGICA, ÓCULOS DE PROTEÇÃO, LUVAS DE
PROCEDIMENTO E AVENTAL IMPERMEÁVEL DE MANGAS
LONGAS . Vide orientações para colocar e retirar o EPI
(Anexos A e B).

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Anexo A

SEQUÊNCIA 1: PARA COLOCAR O EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

Antes de entrar no quarto ou sala de atendimento

LAVAR AS MÃOS ANTES DE INICIAR

1. AVENTAL
• Cobrir completamente o dorso, do pescoço até os
joelhos, dos punhos até os ombros, e amarrar nas
costas.
• Ajustar nas costas e na cintura.

2. MÁSCARA
• Fixar as tiras no meio da face posterior da cabeça e no
pescoço.
• Ajustar a tira flexível para a ponta do nariz.
• Ajustar de forma confortável para o rosto e para baixo
do queixo.
• Verificar o posicionamento da máscara no rosto.

3. ÓCULOS DE PROTEÇÃO
• Coloque-o sobre o rosto e os olhos, e ajuste para
encaixar.

4. LUVAS DE PROCEDIMENTO
• Calçar e estenda-las até cobrir os punhos do avental.

Adaptado do CDC: “How to properly don, use, and doff PPE in a manner to prevent self-contamination”

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Anexo B

SEQUÊNCIA 2: PARA RETIRAR O EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

Ao sair do quarto ou sala de atendimento

LAVAR AS MÃOS APÓS A RETIRADA DO EPI


Exceto pela máscara E os óculos de proteção, remova o EPI e descartar na lixeira na saída, antes de deixar o quarto ou a
sala de atendimento. A máscara deverá ser retirada somente após fechar a porta na saída do quarto ou da sala de
atendimento e descartar na lixeira. Os óculos de proteção deverão ser higienizados e desinfetados conforme orientação
abaixo (MATERIAL DE REUSO).
1. LUVAS
• O lado externo da luva está contaminado!
• Segurar pelo lado externo de uma luva com a outra mão ainda
com luva; retire-a.
• Segurar a luva retirada na mão ainda com a luva.
• Deslizar os dedos da mão sem luva por dentro da face interna
do punho da luva na outra mão.
• Retirar essa luva sobre a primeira luva.
• Descartar na lixeira
2. AVENTAL
• A parte frontal e as mangas do avental estão contaminadas!
• Afrouxar as tiras do pescoço e da cintura
• Segurar pelas tiras do pescoço e retirar deslizando pelos ombros
e tocando apenas a face interna.
• Retirar o avental pelo avesso.
• Dobrar ou enrolar em uma trouxa e descartar na lixeira.

3. ÓCULOS DE PROTEÇÃO
• O lado externo dos óculos de proteção está contaminado!
• Para removê-los, segurar pelas hastes dos óculos.
• Realizar a limpeza completa com água e sabão, secar com papel
toalha e aplicar álcool a 70% por todas as superfícies. Item de
reuso. NÃO É MATERIAL DESCARTÁVEL.
4. MÁSCARA (Retirar após a saída do quarto ou sala de atendimento)
• O lado externo da máscara está contaminado!
• Retirar pelas tiras ou elástico na região posterior da cabeça em
direção ao nariz, sem tocar no lado externo da máscara.
• Descartar na lixeira localizada no lado externo do quarto ou da
sala de atendimento, ou na antecâmara.
5. LAVAR AS MÃOS COM ÁGUA E SABÃO APÓS A RETIRADA DO EPI OU
FRICCIONAR ÁLCOOL A 70%

10
Adaptado do CDC: “How to properly don, use, and doff PPE in a manner to prevent self-contamination”

4. SEMPRE REALIZAR A HIGIENE DE MÃOS COM ÁLCOOL A 70% OU ÁGUA E


SABÃO, ANTES DE COLOCAR E APÓS A RETIRADA DO EPI.

5. Todos os insumos, como sabão líquido, álcool espuma a 70% e os EPIs,


devem estar disponíveis nos locais de atendimento.

6. A limpeza e desinfecção das superfícies da sala deverão ocorrer,


imediatamente após cada atendimento para caso suspeito.

Os equipamentos (estetoscópio, esfigmomanômetro, oxímetro e lanterna)


utilizados pelos profissionais que atenderem ao paciente de caso suspeito
no consultório 27, são de uso exclusivo desta sala e NÃO DEVEM SER
RETIRADOS DESTE LOCAL EM HIPÓTESE ALGUMA. Estes
equipamentos deverão ser submetidos à limpeza e desinfecção com
produtos adequados após cada atendimento.

7. Após a limpeza e a desinfecção da sala de atendimento, esta deverá


permanecer sem uso por 2 horas com a porta fechada, para assegurar a
ventilação adequada e a inativação do vírus.

8. Na sala de atendimento o sistema de condicionamento do ar será


desativado e a janela permanecerá aberta para que ocorra a ventilação
natural.

9. Evitar a realização de inalação na sala de atendimento, devido ao risco


da GERAÇÃO DE AEROSSÓIS.

10.A área da sala de espera 4 deverá ficar reservada, exclusivamente, para


os pacientes de casos suspeitos de infecção pelo SARS-CoV-2. Esta
medida se aplicará, obrigatoriamente, quando houver vários pacientes
que estejam aguardando atendimento médico após a triagem. Os

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pacientes de casos suspeitos deverão guardar a distância de 2 metros
entre si. As portas da sala de espera 4 nesta situação deverão
permanecer abertas para que ocorra o fluxo da ventilação adequada.

11.O Serviço de Infectologia (MI), SOMENTE ATENDERÁ O(S) CASO(S) QUE


PREENCHA(M) OS CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO, APÓS A
REALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO INICIAL (história, antecedentes
epidemiológicos, exame físico e solicitação dos exames) E APÓS OS
RESULTADOS DOS EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGENS (vide anexos
1 e 2). Solicitar por via telefone interno (ramais: 8410/8578), além do
registro da solicitação formal no sistema.

NOS CASOS QUE PREENCHAM OS CRITÉRIOS EPIDEMIOLÓGICOS DE


CASO SUSPEITO E O(S) PACIENTE(S) APRESENTE(M) SINAIS E SINTOMAS
DE GRAVIDADE (DESCONFORTO RESPIRATÓRIO, DISPNÉIA OBJETIVA,
DESSATURAÇÃO), solicitar a avaliação do Serviço de Infectologia via
telefone interno (ramais: 8410/8578), mesmo sem os resultados dos
exames.

O Serviço de Infectologia irá definir se haverá necessidade de internação.

Anexo 1 – exames laboratoriais obrigatórios:


• Hemograma completo
• Tempo de protrombina
• Dímero-D
• Proteína C reativa
• Glicemia, Uréia, Creatinina
• TGO/TGP, Bilirrubinas, CPK total, DHL
• Lactato e gasometria arterial (apenas, se sinais de desconforto
respiratório subjetivo e/ou objetivo estiverem presentes)

Anexo 2 – exame de imagem obrigatório:


• Tomografia Computadorizada de tórax*/**

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* Além da solicitação no sistema, deverá haver comunicação
direta com o Serviço de Imagens, para que o paciente tenha a
prioridade para a realização do exame, mencionando tratar-se
de suspeita de caso de coronavírus.

** Os profissionais responsáveis pelo transporte do paciente


deverão observar o uso de EPI conforme orientado no item 3.

12.Caso o paciente TENHA INDICAÇÃO PARA INTERNAÇÃO, deverá ser


internado na enfermaria do Serviço de Infectologia ou se necessário em
UTI, em quarto privativo, preferencialmente em leito com pressão
negativa.

13.Caso o paciente NÃO TENHA INDICAÇÃO DE INTERNAÇÃO, deverá ser


dispensado com as seguintes orientações:
• a necessidade de permanecer em afastamento temporário em
domicílio, mantendo distância dos demais familiares, além de
evitar o compartilhamento de utensílios domésticos.
• O paciente deve ser isolado em ambiente privativo com
ventilação natural e limitar a recepção de contatos externos.
• Orientar possíveis contactantes domiciliares quanto ao uso de
máscara e a importância da higienização das mãos.
• Manter isolamento domiciliar e afastamento das atividades,
enquanto houver sinais e sintomas clínicos (Não existem dados
para delimitar a duração dos sintomas nos casos leves que não
requeiram internação hospitalar. Assim, sugerimos para fins
trabalhistas, o afastamento por 10 dias a partir da data do
atendimento).
• Casos descartados laboratorialmente, independentemente dos
sintomas, podem ser retirados do isolamento.
• Orientar que indivíduos próximos que manifestarem sintomas
procurem imediatamente o serviço de saúde, com máscara ou
lenço cobrindo a boca e o nariz.

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Assistência hospitalar ao paciente internado no HSPE
1. O paciente deve ser mantido em ISOLAMENTO RESPIRATÓRIO +
CONTATO (precauções por gotículas e contato) em quarto privativo,
preferencialmente em leito com pressão negativa.

2. O quarto deve ter a entrada sinalizada com alerta referindo para doença
respiratória (gotículas) e contato, a fim de limitar a entrada de pacientes,
visitantes e profissionais que estejam trabalhando em outros locais do
hospital.

3. O acesso deve ser restrito aos trabalhadores da saúde envolvidos no


atendimento do indivíduo no serviço de saúde.

4. Realizar higiene de mãos, respeitando os 5 momentos para a higienização


(antes de tocar o paciente, antes de realizar procedimento
limpo/asséptico, após contato com fluídos corporais ou excreções –
mesmo se protegido com luvas, após tocar o paciente, e as superfícies
próximas ao paciente).

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5. Imediatamente antes da entrada no quarto, devem ser disponibilizadas
condições para a higienização das mãos: dispensador de preparação
alcoólica; lavatório/pia com dispensador de sabonete líquido; suporte
para papel toalha abastecido; lixeira com tampa e abertura sem contato
manual e EPIs como: luvas, avental e máscaras cirúrgicas.

6. Limitar a movimentação do paciente para fora da área de isolamento. Se


necessário o deslocamento, manter máscara cirúrgica no paciente
durante todo o transporte.

7. TODO PROFISSIONAL QUE ENTRAR NO QUARTO COM O CASO SUSPEITO


(ATENDIMENTO/TRANSPORTE) DEVE UTILIZAR EPI: MÁSCARA
CIRÚRGICA, ÓCULOS DE PROTEÇÃO, LUVAS DE
PROCEDIMENTO E AVENTAL IMPERMEÁVEL DE MANGAS
LONGAS. A máscara e os óculos de proteção deverão ser retirados após
a saída do quarto, sendo a máscara descartada em lixo apropriado, e os
óculos de proteção deverão ser higienizados e em seguida desinfetados
com álcool a 70%, pois são material de reuso não descartáveis e a guarda
deste item ficará sob responsabilidade do usuário.

8. QUANDO O PROFISSIONAL DA SAÚDE ENTRAR NO QUARTO E REALIZAR


UM PROCEDIMENTO PRODUTOR DE AEROSSOL (ITEM 12), DEVERÁ
UTILIZAR, OBRIGATORIAMENTE, MÁSCARA N95, ÓCULOS DE
PROTEÇÃO, GORRO/TOUCA, LUVAS DE PROCEDIMENTO E
AVENTAL IMPERMEÁVEL DE MANGAS LONGAS. A máscara e os
óculos de proteção deverão ser retirados após a saída do quarto, sendo a
máscara descartada em lixo apropriado, e os óculos de proteção deverão
ser higienizados e em seguida desinfetados com álcool a 70%, pois são
material de reuso não descartáveis e a guarda deste item ficará sob
responsabilidade do usuário.

9. SEMPRE REALIZAR A HIGIENE DE MÃOS COM ÁLCOOL OU ÁGUA E


SABÃO, ANTES E APÓS A RETIRADA DO EPI.

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10.Nos casos em que forem necessários acompanhantes, orientar quanto à
importância uso de máscara cirúrgica e da higienização das mãos, antes
da colocação e após a retirada da máscara, ou tocar nos objetos e
superfícies do quarto ou sala de atendimento.

11.Uso correto das máscaras cirúrgicas: colocar a máscara cirúrgica antes de


entrar no quarto e cobrir a boca, o nariz e fixar adequadamente, para
minimizar qualquer espaço entre a face e a máscara; enquanto em uso,
evitar tocar a máscara; remover a máscara após sair do quarto utilizando
a técnica apropriada, retirando pelas fitas de fixação atrás em direção
para frente; descartar a máscara no lixo após cada uso. Higienizar as
mãos após a retirada da máscara (lavagem com água e sabão, ou
álcool).

12.Uso correto da máscara N95 -somente para a realização de


procedimentos com risco de geração de aerossol. São exemplos de
PROCEDIMENTOS COM RISCO DE GERAÇÃO DE AEROSSÓIS:
• coleta de secreção das vias respiratórias da naso-oro-faringe para
exames;
• inalação;
• escarro induzido;
• broncoscopia;
• ventilação não-invasiva;
• manobras de ressuscitação cardiopulmonar;
• ventilação manual antes da intubação;
• intubação e extubação traqueal;
• traqueotomia;
• aspiração aberta das vias aéreas;
• necropsia envolvendo tecido pulmonar.

A máscara de proteção respiratória N95 deve ser de uso individual e estar


apropriadamente ajustada à face. Descartar a máscara no lixo após cada

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uso. SEMPRE HIGIENIZAR AS MÃOS ANTES DA COLOCAÇÃO E APÓS A
RETIRADA DA MÁSCARA (LAVAGEM COM ÁGUA E SABÃO, OU ÁLCOOL a
70%).

Reprocessamento de artigos utilizados pelo paciente,


limpeza de superfícies ambientais, processamento de
roupas e descarte de resíduos
• Devem ser realizados de acordo conforme a rotina já estabelecida pelo
hospital.

Vigilância epidemiológica do SARS-CoV-2


O Covid-19 é agravo de notificação imediata, na suspeita e/ou confirmação
do caso.

Esta notificação imediata será feita logo após a confirmação de caso


suspeito, através do site http://bit.ly/2019-ncov (sistema eletrônico online),
devendo ser anotado no campo E-mail do notificador/unidade notificadora:
infectologia@iamspe.sp.gov.br

Ao final do preenchimento, antes de enviar o formulário, o mesmo deverá


ser impresso (comando Ctrl-p), para ser anexado ao pedido do exame que
será encaminhado ao Instituto Adolfo Lutz. ASSEGURE-SE QUE A
IMPRESSÃO FOI REALIZADA, POIS APÓS O ENVIO NÃO SERÁ POSSÍVEL
RESGATAR O FORMULÁRIO PREENCHIDO.

O Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HSPE (VIGEPI/Prevenir), deverá


preencher a Ficha de Investigação de Caso Suspeito de Novo Coronavírus
(SARS-CoV-2).
http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=53596

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Indicação de coleta de amostras respiratórias para o
diagnóstico e fluxo de coleta
1. As amostras respiratórias serão coletadas pelo Serviço de Infectologia
conforme protocolo próprio e encaminhadas para o Laboratório conforme
segue abaixo.

2. USAR EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) ADEQUADO, QUE


INCLUI, OBRIGATORIAMENTE,MÁSCARA N95, ÓCULOS DE
PROTEÇÃO, GORRO/TOUCA, LUVAS DE PROCEDIMENTO E
AVENTAL IMPERMEÁVEL DE MANGAS LONGAS.

3. A realização de coleta de amostra, está indicada sempre que ocorrer a


identificação de caso suspeito.

4. Orienta-se a coleta de aspirado de nasofaringe (ANF) ou swabs


combinados (1 swab de narina Direita, 1 swab da narina Esquerda, e 1
swab da faringe) ou também amostra de secreção respiratória inferior
(escarro ou lavado traqueal ou lavado bronca alveolar).

5. É necessária a coleta de 2 amostras respiratórias (ou ANF, ou swabs, ou


amostra de secreção respiratória inferior):
• Uma amostra que deverá ser encaminhada à Recepção do Laboratório
no 4º andar, com a requisição do exame (Coronavírus - 2019-nCoV,
PCR em tempo real) + FORMULÁRIO DA NOTIFICAÇÃO IMEDIATA
PREENCHIDA (OBRIGATÓRIO).

A amostra deverá ser encaminhada com urgência para o Instituto


Adolfo Lutz Central (LACEN) para realização do diagnóstico viral. Serão
realizadas análise por PCR em tempo real no Núcleo de Doenças
Respiratórias do Centro de Virologia, Centro Nacional de Influenza
(NIC) e análise de metagenômica no Laboratório Estratégico do Centro
de Procedimentos Interdisciplinares.

18
• A segunda amostra também deverá ser encaminhada à Recepção do
Laboratório no 4º andar, com a requisição do exame Teste Rápido
para Influenza, que será realizado pelo Laboratório do HSPE, para os
pacientes adultos e crianças, a fim de realizar o diagnóstico diferencial
com a Gripe no momento do atendimento.

• No caso das crianças (até 5 anos de idade), se o teste rápido para


Influenza resultar negativo e necessitar de internação hospitalar,
deverá realizar a Pesquisa para o Vírus Sincicial Respiratório após a
internação, pelo Laboratório do HSPE.

6. Cadastrar na requisição de solicitação de exame no Sistema Gerenciador


de Ambiente Laboratorial (GAL), no preenchimento do campo
“Agravo/Doença”, selecionara opção “Influenza” ou “vírus respiratórios”.
No campo “observação” da requisição, descrever que as amostras são de
paciente que atende a definição de caso suspeito do novo Coronavírus,
conforme boletim epidemiológico.

AS AMOSTRAS DEVERÃO ESTAR ACOMPANHADAS DAS SEGUINTES


FICHAS: REQUISIÇÃO DO GAL E FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE CASO
SUSPEITO.

Bibliografia
• Boletim Epidemiológico Secretaria de Vigilância em Saúde. Centro de Operações
de Emergências em Saúde Pública | COE-nCoV. Ministério da Saúde. Versão 2. 28
de janeiro 2020.

• WHO/nCoV/IPC_Masks/2020.1

• Requirements and technical specifications of personal protective equipment (PPE)


for the novel coronavirus (2019-ncov) in healthcare settings - WHO -Interim
recommendations, 2/6/2020

• Interim Infection Prevention and Control Recommendations for Patients with


Confirmed 2019 Novel Coronavirus (2019-nCoV) or Persons Under Investigation for
2019-nCoV in Healthcare Settings - CDC - Updated February 12, 2020

19
• Clinical characteristics of 2019 novel coronavirus infection in China.
doi: https://doi.org/10.1101/2020.02.06.20020974

• Severe acute respiratory syndrome-related coronavirus: The species and its viruses
– a statement of the Coronavirus Study Group
doi: https://doi.org/10.1101/2020.02.07.937862

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