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ANALISE DA EFICIÊNCIA DO USO DE CONCRETO ENSACADO EM

EDIFICAÇÕES DE PEQUENO PORTE

ANALYSIS OF THE EFFICIENCY OF USE OF CONCRETE BROUGHT IN SMALL


BUILDINGS

ANALISIS DE LA EFICIENCIA DEL USO DE CONCRETO ENSACADO EN


EDIFICACIONES DE PEQUEÑO PORTE

Cleiferson Diego Gomes, Matheus Philipe Lopes Sanglard, Uanderson José de Oliveira,
Matheus de Souza e Silva

1) Biografia: Cleiferson Diego Gomes, bacharel em engenharia civil, Faculdade do Futuro.


2) Biografia: Matheus Philipe Lopes Sanglard, bacharel em engenharia civil, Faculdade do
Futuro.
3) Biografia: Uanderson José de Oliveira, bacharel em engenharia civil, Faculdade do Futuro.
4) Biografia: Matheus de Souza e Silva, engenheiro civil, especialista em ensino de física,
especialista em gestão de projetos , mestrando em estruturas metálicas – Universidade Federal
de Ouro Preto (matheussouzas@yahoo.com.br).

CONTATOS

Matheus de Souza e Silva, matheussouzas@yahoo.com.br e (33) 99140-7307.

REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. V.7 N 4 OUT/DEZ- 2017. 20


ANALISE DA EFICIÊNCIA DO USO DE CONCRETO ENSACADO EM
EDIFICAÇÕES DE PEQUENO PORTE
ANALYSIS OF THE EFFICIENCY OF USE OF CONCRETE BROUGHT IN SMALL
BUILDINGS

ANALISIS DE LA EFICIENCIA DEL USO DE CONCRETO ENSACADO EN


EDIFICACIONES DE PEQUEÑO PORTE

Resumo

Com o aumento do mercado da construção civil, surge a necessidade de elaborar novos


materiais industrializados, a fim de reduzir custos e desperdícios, aumentar a produtividade e
a segurança dos produtos. As novas tecnologias contribuem para o desenvolvimento da obra e
ajudam a melhorar cada vez mais os materiais já existentes. Essas tecnologias surgem devido
à escassez da mão de obra presente no mercado, porém existe uma dificuldade em inserir
essas tecnologias, muitas vezes pela falta de informação, qualificação dos profissionais e até
mesmo a cultura do local.
Palavras chave. Construção Civil, Concreto Ensacado, Edificações.

Abstract

With the increase of the market of the civil construction arises the necessity to elaborate new
industrialized materials, in order to reduce costs and wastes, to increase the productivity and
the security of the products. The new technologies contribute to the development of the work,
and help to improve already existing materials. These technologies arise due to the shortage of
labor present in the market, but there is a difficulty in inserting these technologies, often due
to the lack of information, qualification of the professionals and even the culture of the place.
Key words. Civil Construction, Bagged Concrete, Buildings.
Resumen

Con el aumento del mercado de la construcción civil, surge la necesidad de elaborar nuevos
materiales industrializados, a fin de reducir costos y desperdicios, aumentar la productividad y
la seguridad de los productos. Las nuevas tecnologías contribuyen al desarrollo de la obra y
ayudan a mejorar cada vez más los materiales ya existentes. Esas tecnologías surgen debido a
la escasez de mano de obra presente en el mercado, pero existe una dificultad en insertar esas
tecnologías, muchas veces por la falta de información, calificación de los profesionales e
incluso la cultura del local.
Palabras clave. Construcción Civil, Concreto Ensacado, Edificaciones.

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1 INTRODUÇÃO

Com o aumento da construção civil no mundo e a evolução das tecnologias, as


construtoras estão reavaliando seus métodos construtivos sempre em busca de produtividade,
competitividade e economia, surgindo, assim, as propostas de melhorar os materiais de
construção, inovando-os e adaptando-os aos novos métodos que estão expostos no mercado.
O concreto ainda é o material mais utilizado na construção civil, no qual,
normalmente em sua dosagem, usa-se o cimento Portland, brita, areia e água. Para
desenvolver um material que traga resistência, durabilidade, trabalhabilidade, homogeneidade
é necessário escolher bem os materiais, além de se aproveitar todas as características dos
produtos, evitando os desperdícios, com o objetivo de se possuir um produto com mais
qualidade e com menor custo.
Devido ao crescimento e à busca acelerada de meios mais rápidos para desenvolver
as etapas da construção civil, surge então no mercado o concreto ensacado, possibilitando
maior rapidez e qualidade, sem ter que se preocupar com as dificuldades de logísticas para
que o material chegue até a obra, e ainda sofram todo o processo de fabricação. O uso do
material dispensa alguns equipamentos utilizados para fabricação do concreto, economizando
tempo, reduzindo mão de obra, facilidade de estocagem dos materiais; além de possibilitar um
local de trabalho sempre limpo, agilidade na produção, garantia de resistência e uniformidade.
O concreto ensacado é um material de alta tecnologia produzido dentro das normas técnicas
da ABNT, proporcionando resistência e qualidade no serviço executado.
Como o concreto é usado em grandes volumes dentro de uma obra, torna-se difícil
seu transporte e deslocamento de seus insumos, obrigando a criação de empresas
especializadas, com tecnologia, para sua fabricação e seu fornecimento, na medida e
local exatos dentro de uma obra (ADÃO E HEMERLY, 2010).
O concreto mostra que tem um futuro promissor, uma vez que apresenta inúmeras
vantagens com relação a outros materiais estruturais, tais como alta resistência à água e
facilidade de se trabalhar.
O trabalho utilizou os recursos da ABNT, seguiu rigorosamente seu processo de
fabricação até seu uso final. Objetivou-se verificar e analisar todas as características do
concreto ensacado e relacionar sua viabilidade e ao custo benefício comparando-o com
concreto dosado em obras; foi desenvolvido o concreto em uma embalagem plástica de 25 kg.

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É importante destacar que foram realizados todos os ensaios de granulométrica,
dosagem, slump teste, massa específica, massa unitária, resistência a compressão axial,
coesão e segregação da mistura, trabalhabilidade e tempo de conservação do material
embalado.

1.2 - Definição dos objetivos do estudo

1.2.1 - Objetivo geral

Este trabalho tem como objetivo verificar a resistência, a compressão axial,


viabilidade e custo benefício ao comparar o concreto ensacado com o concreto convencional
dosado em obras.

1.2.2 - Objetivos específicos

 Realizar a caracterização dos agregados utilizados na dosagem do concreto.


 Realizar ensaios para definição do traço do concreto.
 Realizar análise de resistência a compressão e as vantagens desse concreto.
 Analisar o custo final e a viabilidade do produto.

1.3 - Justificativa

Ao iniciar uma obra, pensa-se no concreto (onde comprar e como será produzido).
Além disso, espera-se que o concreto tenha o menor custo possível e que atinja a resistência
desejada nos cálculos especificados no projeto.
Para assegurar a qualidade do concreto, é necessário um controle rígido no processo
de produção, acompanhado pelas especificações técnicas, visando minimizar possíveis falhas
humanas ou mecânicas.
O presente trabalho buscou analisar e verificar o desempenho e o custo-benefício do
concreto industrializado fornecido em embalagens plásticas de 25 kg até seu ponto final, que é
o uso local.

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2 MÉTODO

Este trabalho tem por finalidade verificar as propriedades mecânicas do concreto


ensacado e comparar seu custo benefício e viabilidade em relação ao concreto dosado em
obras.
O estudo foi desenvolvido por um método empírico, partindo de um conjunto de
informações obtidas de várias bibliografias e acompanhado pelas normas da ABNT,
utilizando técnicas que regem cada etapa de produção do concreto ensacado, visando uma
demanda de pequenos reparos e reformas. O objetivo do traço de concreto é atingir 20 MPa
em sua cura de 28 dias.
O traço do concreto ensacado foi desenvolvido com o intuito de atender à necessidade
e à demanda, garantindo uma qualidade no produto. Foi feita a granulometria dos agregados
de acordo com os ensaios, obtendo um traço de 1 : 1,8 : 3,4 : 0,58.
Com o material devidamente seco em estufa durante 24 horas e após retirado para
resfriamento, foi feita a pesagem e a mistura de todos os materiais com betoneira e em
sequência a embalagem do produto.

2.1 - Concreto Ensacado

O concreto ensacado é feito através de uma mistura de cimento (Portland), agregado


miúdo (areia natural) e agregado graúdo (brita), chamado de concreto simples.
O cimento quando misturado com a água forma uma pasta de cimento, e torna uma
argamassa de cimento quando adicionamos o agregado miúdo (areia), juntando a
pasta de cimento com agregado miúdo areia e mais o agregado graúdo (brita)
obteremos o concreto simples, (FUSCO, 2013, p. 15).

Para suportar as cargas à que possam ser submetidas, surge a necessidade de ter a
melhor fabricação do concreto e de serem utilizados os melhores materiais, livres de
impurezas, cada qual com sua característica. Sua mistura passa por algumas etapas como:
dosagem de todo material escolhido para o traço, e a mistura desses materiais chegando a uma
homogeneização, trabalhabilidade, adensamento, transporte e lançamento. Segundo Bauer
(2000, p.240), mistura “ é a operação do processo de fabricação do concreto, com o intuito de
obter um produto homogêneo resultante dos aglomerantes, água e agregados”.

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Para obter um concreto bem adensado com menos vazio possível, é necessário após
a colocação do concreto nas fôrmas compactá-los através de processos mecânicos ou
manual, isso faz com que o ar saia facilitando o arranjo dos agregados, melhorando e
muito o contato do concreto com a ferragens e as fôrmas (BAUER, 2000, p.256).
Os agregados devem ter sua granulometria uniforme e livres de impurezas, para
exercer a sua função e dar consistência à mistura. Segundo Fusco (2013, p.22), “os agregados
do concreto podem ser divididos em agregados graúdos e agregados miúdos, conforme sua
composição granulométrica”.

2.1.1 - O concreto

O primeiro material estrutural que o homem usou nas suas edificações foi a pedra,
contudo este material tinha uma grande limitação quanto à resistência e à tração. Os romanos
adotavam construções em arcos para vencer os grandes vãos com estruturas menores, ou
como as dos gregos, que usaram as colunatas para apoiar as vigas. Mas a pedra ainda
apresentava dificuldades no corte e no transporte, mas este problema foi resolvido com o
cimento dos romanos, constituído por cinzas vulcânicas e cal. Segundo Giammusso (1992), é
com o surgimento do cimento Portland que foi possível à fabricação do concreto, um material
moldável capaz de adquirir o tamanho e formato que eram necessários”.
O concreto é um dos materiais mais importante da construção civil, além de ser um
dos produtos mais consumidos do mundo, devido sua alta resistência mecânica e sua
durabilidade através da relação de água cimento e também facilidade de uso e
consumo e um baixo custo (MEHTA; MONTEIRO, 2008).

2.1.2 - Cimento Portland

É um produto obtido pela pulverização de clinquer, constituído essencialmente de


silicatos hidráulicos de cálcio, contendo algumas adições de certas substâncias que modificam
suas propriedades ou facilitam seu emprego. O clinquer é resultante da calcinação de uma
mistura de materiais conduzida até a temperatura de sua fusão. “Os cimentos hidráulicos são
aglomerantes que endurecem a partir das reações causadas através do contato com a água, e
formam também um produto resistente a ela” (MEHTA; MONTEIRO, 1994).
O cimento Portland é produzido em enormes instalações industriais localizadas
normalmente junto às jazidas. Por ser um produto que tem um custo relativamente baixo para
os consumidores, não compensa ter despesas de logísticas com grandes distâncias.

2.1.3 - Agregados

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A NBR 7211 (ABNT, 2009) define areia ou agregado miúdo como grãos que passam
pela peneira ABNT de 4,8 mm e ficam retidos na peneira ABNT de 0,075 mm. Já agregado
graúdo é definido como pedregulho ou pedra brita cujos grãos passam pela peneira malha
quadrada com abertura nominal de 152 mm e ficam retidos na peneira ABNT de 4,8 mm.
Os agregados correspondem a uma grande importância do volume do concreto,
sendo assim, eles devem ser de qualidade para se obter um concreto de excelência e que
chegue a sua resistência desejada. O trabalho feito em laboratório para caracterização das
propriedades dos agregados é de fundamental importância para realização do melhor traço
para cada tipo de concreto. Pode-se dizer, então, que os agregados são materiais granulares
inertes, com dimensões e propriedades adequadas para cada uso, devendo possuir uma boa
qualidade para não afetarem as propriedades do concreto, como desempenho estrutural e
durabilidade. É importante pontuar que as características dos agregados dependem da rocha
mãe da qual foram retirados, como por exemplo, massa especifica, resistência, dureza, entre
outras (NEVILLE, 2013).

2.1.4 - Água

A água é um material indispensável para a produção do concreto, pois é ela que


oferece ao concreto as propriedades necessárias para alcançar resistência e durabilidade.
Outro fator importante é a qualidade da água, pois ela pode interferir no tempo de pega, além
de ser um fator desfavorável na resistência e qualidade do concreto, podendo apresentar
manchas nas superfícies da estrutura.
Em geral, a utilização de água potável é segura, porém, a água não potável também
pode ser satisfatória para a produção do concreto. Como regra, qualquer água com
pH (grau de acidez) entre 6,0 e 8,0, sem sabor salino ou salobro é adequada ao uso, e
a coloração escura ou odor não necessariamente implicam em dizer que existem
substancias deletérias (NEVILLE, 2013, p. 74 e 75).

2.2 - Ensaios de Granulometria

Os ensaios de granulometria são de fundamental importância para realização da


dosagem do concreto, pois se sabe que a dimensão do agregado influencia diretamente na
qualidade do produto, nos aspectos de resistência aos esforços mecânicos, trabalhabilidade e
compacidade.

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Os agregados devem possuir granulometria verificada e deverão estar isentos de
impurezas em grau pernicioso (torrões de argila, matérias orgânicas e carbonosas,
material pulverulento). Para garantir essa qualidade, ensaios devem ser feitos
periodicamente a fim de verificar a homogeneidade dos agregados. Em caso de
suspeita de impurezas prejudiciais, deverá ser feito o ensaio de qualidade dos
agregados e, se necessário, sua substituição ( PETRUCCI (1998)).

O ensaio foi realizado no laboratório da FAF; é um teste experimental para concreto


ensacado em embalagem plástica de 25 kg, na qual precisará somente de adicionar água
dentro da embalagem para obter o concreto pronto.

2.3 - Agregado miúdo

A NBR 7211 (ABNT, 2009) regulamenta o ensaio e define como agregado miúdo os
grãos que passam pela peneira ABNT 4,8 mm e ficam retidos na peneira ABNT 0,075 mm.
Determinação
Peneira (mm) Material retido (g) Retida (%) Retida acumulada (%)

4,80 0 0 0
2,40 7,60 1,52 1,52
1,20 40,97 8,19 9,71
0,60 135,69 27,14 36,85
0,30 214,51 42,90 79,75
0,15 84,05 16,81 96,56
Fundo 17,18 3,44 100
Total 500 100%
Tabela 1- Ensaio de granulometria do agregado miúdo
Fonte: Própria

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Figura 1: Agitador mecânico agregado miúdo
Fonte Própria, 2017

2.4 - Agregado graúdo

A NBR 7211 (ABNT, 2009) define agregado graúdo como pedregulho ou pedra brita,
cujos grãos que passam pela peneira ABNT 75 mm e ficam retidos na peneira ABNT 4,8mm.
Percentagem em peso
Peneira (mm) Material retido (g) Retida (%) Retida acumulada (%)
75 0 0 0
25 191 3,80 3,80
19 4652 93 96,80
9,50 102 2,70 99,50
Fundo 55 0,50 100
Total 5000 100%
Tabela 2- Ensaio de granulometria do agregado graúdo
Fonte: Própria

Dimensão máxima característica = 25 mm

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Figura 2: Agitador mecânico agregado miúdo
Fonte Própria, 2017

2.5 - Massa específica do agregado miúdo

Massa especifica é a relação entre a massa e o volume de sólidos, excluindo os vazios.


A NBR 9776 (ABNT, 2003) regulamenta o ensaio que determina a massa especifica do
agregado miúdo por meio do Frasco de Chapman.
Determinação

MS Massa de areia seca (g) 500 500


LO Leitura inicial (cm³) 200 200
L Leitura final ( cm³) 390 390
P Massa específica (kg/dm³) 2,63 2,63
Valor médio ( kg/dm³) 2,63 2,63
Tabela 3- Ensaio de Massa específica
Fonte: Própria

P = massa especifica em kg/dm³

L = leitura final do frasco

Lo = leitura inicial do frasco


Ms = massa do material seco

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Figura 3: Frasco de Chapman
Fonte Própria, 2017

2.6 - Massa unitária

Massa unitária é a relação entre a massa e o volume de sólidos, incluindo os vazios,


sob determinadas condições de compactação. A NBR 7251(ABNT, 1982) regulamenta o
ensaio que determina a massa unitária do agregado miúdo em estado solto.
Determinação 1° Amostra 2° Amostra
Mr Massa do recipiente (kg) 0,54 0,54

Mra Massa do rec. + amostra (kg) 13,37 13,31

Vr Volume do recipiente (cm³) 7,92 7,92

Total Kg/dm³ 1,62 1,60

Tabela 4- Ensaio de massa unitária do agregado miúdo


Fonte: Própria

Determinação 1° Amostra 2° Amostra


Mr Massa do recipiente (kg) 0,56 0,56

Mra Massa do rec. + amostra (kg) 13,87 13,83

Vr Volume do recipiente (cm³) 7,92 7,92

Total Kg/dm³ 1,68 1,66

Tabela 5- Ensaio de massa unitária do agregado graúdo


Fonte: Própria

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Exemplo:

γa=

γa=

Determinação 1° Amostra 2° Amostra


Mr Massa do recipiente (kg) 0,15 0,15

Mra Massa do rec. + amostra (kg) 9,04 9,01

Vr Volume do recipiente (cm³) 5,78 5,78

Total Kg/dm³ 1,54 1,53

Tabela 6- Ensaio de massa unitária compactada do agregado graúdo


Fonte: Própria
Exemplo:

γa=

γa=

2.7- Calculo do Traço

2.8 - Curva de Abrams

A curva de Abrams é utilizada para analisar a relação de água/cimento, a qual será


utilizada na confecção do traço.

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Gráfico 01- Determinação da relação água/cimento (a/c) em função das resistências do concreto e do cimento aos 28 dias
de idade (Rodrigues, 1998)
Fonte: Adaptado pelos autores

2.9 - Determinar o consumo de água

Consumo de água aproximado (l/m³)


Abatimento(mm) Dmax do agregado graúdo (mm)
9,5 19,0 25,0 32,0 38,0
40 a 60 220 195 190 185 180
60 a 80 225 200 195 190 185
80 a 100 230 205 200 195 190
Tabela 7- Abatimento do Slump test
Disponível em: http://www.clubedoconcreto.com.br/2013/06/00-dosagem-do-concreto-todas-
os-passos.html. Acesso em 20 de outubro de 2017.

2.10 – Determinação do consumo de cimento

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2.11 - Determinação do consumo de agregado graúdo

A determinação do agregado graúdo se dá através do módulo de finura do agregado


miúdo e também a dimensão máxima característica do agregado graúdo obtido nos ensaios.
Tabela 2.1 Volume compactado seco de agregado graúdo por metro cúbico de concreto
(Rodrigues, 1998).

MF Dimensão máxima característica do agregado graúdo


9,5 mm 19,0 mm 25,0 mm 32,0 mm 38,0 mm
1,8 0, 645 0,770 0, 795 0, 820 0, 845
2,0 0, 625 0,750 0, 775 0, 800 0, 825
2,2 0, 605 0,730 0, 755 0, 780 0, 805
2,4 0, 585 0, 710 0, 735 0, 760 0, 785
2,6 0, 565 0, 690 0, 715 0, 740 0, 765
2,8 0, 545 0, 670 0, 695 0, 720 0, 745
3,0 0, 525 0, 650 0, 675 0, 700 0, 725
3,2 0, 505 0, 630 0, 655 0, 680 0, 705
3,4 0, 485 0, 610 0, 635 0, 660 0, 685
3,6 0, 465 0, 590 0, 615 0, 640 0, 665
Tabela 8 – Determinação do consumo do agregado graúdo
Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAg-n4AC/dosagem-concreto - Acesso
em 20 de Outubro de 2017. Adaptado pelos autores.

2.12 - Consumos do agregado miúdo

Vm = V=

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Vm =

2.13 - Traço

: :

2.14 – Ensaios de Consistência pelo abatimento do tronco do cone

Segundo a NBR NM 67/1998, este trabalho tem como objetivo verificar a


uniformidade do abatimento entre uma remessa e outra de concreto. Conforme mostra a
figura, tem-se um tronco de cone de 30 cm de altura, cuja base é formada por uma chapa
plana para apoio do cone. De acordo com a norma, o concreto é colocado dentro do cone em
três camadas e, a cada camada colocada, o concreto deverá ser adensado com uma haste
metálica aplicando 25 golpes. Após realizado o preenchimento, é retirado o molde do cone e
feita uma medida do quanto a mistura do concreto baixou, ação chamada de abatimento
(Slump Teste).

Figura 4: Ensaio de abatimento do tronco de cone


Fonte: Própria

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Neville (1997) indica correlações entre o ensaio de abatimento e trabalhabilidade,
conforme mostra a Tabela 9.

Trabalhabilidade abatimento (mm) Abatimento (mm)


Abatimento zero 0
Muita baixa 5 a 10
Baixa 15 a 30
Media 15 a 75
Alta 80 a 155
Muito alta 160 ao desmoronamento
Tabela 9 – Relação entre trabalhabilidade e grandeza de abatimento.
Disponível em: http://www.clubedoconcreto.com.br/2013/08/ensaio-de-abatimento-do-
tronco-de-cone.html. Acesso em 20 de outubro de 2017.

2.15 – Cura

A cura foi feita pelo método de imersão, os corpos de prova foram desmoldados e
colocados em um tanque até a data do ensaio de resistência a compressão.

Figura 5 – Taque de cura


Fonte: Própria

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2.16 – Prensa hidráulica

Para os ensaios de compressão dos corpos de prova foi utilizada uma prensa elétrica
hidráulica I-3025-B com capacidade de 100 toneladas. A aplicação da carga é continua sobre
o corpo de prova, de forma a permitir o ensaio do modulo de elasticidade do concreto e
capacidade de resistência.
De acordo com o fabricante Contenco (Indústria e Comercio LTDA), a prensa tem
uma estrutura (L=40 cm/ A=95 cm/ C=28 cm), gabinete (L=55 cm/ A=108 cm/ C=60 cm) e
peso aproximado de 380 kg.
Conforme a NBR ISSO 7500-1:2016 a prensa deve ser calibrada na faixa nominal de
20.000 a 100.000 kgf.

Figura 6: Prensa Hidráulica


Fonte: Própria

2.17 – Ensaio de Resistência a compressão axial

Segundo a NBR 5739, os ensaios de resistência à compressão axial consistem na


verificação da resistência dos corpos de prova. É de suma importância a realização de forma
correta dos ensaios de ruptura, pois, através deles, podemos verificar se foi atingido o valor
estimado para o projeto, de modo a garantir segurança e vida útil das estruturas.

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3 RESULTADOS

Foram confeccionados 12 corpos de prova para os testes de rompimento aos 7, 14, 21


e 28 dias. Através deles, foram observados os seguintes valores médios:
Tabela de teste de ruptura

Tempo CP 1 ( MPa ) CP 2 ( MPa ) CP 3 ( MPa ) Média

7 dias 15,60 15,20 15,50 15,40

14 dias 18,60 17,30 18,55 18,15

21 dias 19,60 19,10 21,55 20,08

28 dias 24,20 22,30 22,60 23,03

Tabela 10: Resultados do ensaio a compressão axial


Fonte: Própria

Formula:

= =

σ=

a) b)

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c) d)

Figura 7: Resistência axial do corpo de prova: a) Aos sete dias; b) Aos 14 dias; c) Aos 21 dias; d) Aos 28 dias
Fonte própria, 2017.

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4 DISCUSSÃO

4.1. CUSTOS

Sabe-se que os custos dos materiais de construção civil têm uma grande influência na
hora de tomar decisões sobre qual produto utilizar. O concreto é um material utilizado em
várias as etapas de uma obra e tem um peso importante no orçamento final do projeto.

4.1.1 Custo do concreto Tabela SINAPI

De acordo com a tabela SINAPI (Sistema de preços custos e índices), de setembro de


2017, com referido código 94964 - concreto FCK 20 Mpa dosado in loco com betoneira com
um custo aproximado de R$ 240,33.

Figura 11: Tabela SINAPI


Disponível em: http://www.caixa.gov.br/site/Paginas/downloads.aspx#categoria_648. Acesso
em 12 setembro de 2017

4.2 Custo do concreto ensacado

Para traço experimental calculado, obtivemos o seguinte valor de produção de 1m³ de


concreto ensacado.
Insumos Unidade Quantidade Preço Unitário (R$) Preço total (R$)

Areia m³ 0,44 60,00 26,40

Brita m³ 0,75 90,00 67,50

Cimento Kg 344,83 0,32 110,35

Total 204,25

Tabela 11 – Orçamento realizado com fornecedores da região de Manhuaçu – MG


Fonte: Própria

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5 CONCLUSÃO

Nesta pesquisa foi avaliada a resistência de compressão axial do concreto ensacado, e


sua viabilidade e custo benefício comparando ao concreto dosado nas obras.
Por meio da pesquisa, conclui-se que é viável o uso do concreto ensacado em
pequenas reformas e reparos, pois este tem menor preço, facilidade de manuseio e estocagem,
além de não precisar de mão de obra qualificada para o uso do concreto, pois em sua
embalagem consta a especificação da quantidade de água necessária para a mistura.
Outras vantagens também são percebidas, tais como a eliminação de desperdícios de
materiais, limpeza durante o trabalho, fácil logística e resistência à compressão axial
comprovada. Sendo assim, a utilização deste material faz com que seja ecologicamente
correto devido ao emprego dos materiais utilizados.
Pelo fato de ser um material feito em embalagens plásticas, não houve alterações nem
variações consideráveis à resistência do concreto, ou seja, ele pode ser usado sem nenhum
problema, principalmente por ter um custo menor que o concreto dosado em obras. Essa
relação foi feita por composição de custo dos insumos utilizados na produção, no concreto
ensacado foi utilizado preço médio dos fornecedores e no concreto dosado em obras foi
utilizado a tabela SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de custos e Índices da Construção
Civil), setembro de 2017.

REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. V.7 N 4 OUT/DEZ- 2017. 40


REFERÊNCIAS

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ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738:2013.
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ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739:1994 Ensaio
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ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7211:2009
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