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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DE BOM DESPACHO

PEDRO LUIZ SILVEIRA PINTO

ESTUDO DIRIGIDO I
DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Trabalho acadêmico apresentado à disciplina


Dependência Química do 10º período como
requisito à obtenção de pontuação.

Profª. Thais Francielle Alves

BOM DESPACHO
2019
1 – Ao contrário do que se pensa, a utilização de algumas substâncias psicoativas
consideradas ilegais na atualidade já foram amplamente utilizadas pelas sociedades antigas,
seja para fins de lazer ou para uso medicinal. Entretanto, o uso era restrito a pequenos grupos,
diferentemente do que se observa no século XXI. Houve um momento onde o cultivo de
algumas plantas “diabólicas” (termo utilizado pela Igreja Católica) era considerado heresia.
Com as mudanças a partir do Renascimento sobre as concepções de doença e saúde, do
avanço científico que possibilitou a evolução da medicina/psiquiatria, da produção de
farmacológicos e do desenvolvimento da sociedade de maneira geral, a utilização dessas
substâncias psicoativas toma outro formato. Destaca-se que, já no século XIX, sua utilização
cresce em larga escala através da produção de vacinas e medicamentos psicoativos para o
combate de doenças.

2 – A abordagem atual da dependência química leva em conta não só as consequências


orgânicas e psicológicas decorrentes do uso contínuo (como as doenças da via respiratória ou
as alucinações, por exemplo) mas a considera também como um fenômeno social complexo
que obriga as sociedades a repensarem seus métodos em saúde pública. Sendo a dependência
de drogas classificada como um transtorno psiquiátrico que pode se estabelecer como uma
doença crônica na vida de um indivíduo, deve-se pensar e intervir nos diversos fatores que
estimulam a utilização de entorpecentes, assim como no uso indiscriminado e crescente de
medicamentos psicoativos.

3 – Conforme cita Elisangela Pratta e colaboradores, o Segundo o Manual Diagnóstico e


Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-IV, publicado pela Associação Psiquiátrica
Americana (2000) diz que:

[…] a característica primordial da dependência de substâncias corresponde à


presença de um conjunto de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos,
que evidencia que o indivíduo continua a utilizar uma determinada substância,
apesar dos problemas significativos relacionados à mesma — tanto em termos de
saúde quanto pessoais e sociais. (PRATTA e col., 2009)

O padrão de autoadministração que se observa nos casos de dependência, vem


acompanhado de uma tolerância, onde o organismo necessita gradualmente de quantidades
maiores da substância para se atingir um efeito desejado pelo usuário; a abstinência, onde a
interrupção abrupta ao uso da droga poderá causar um sequencia de sintomas; e a compulsão
pelo uso da droga, em que o usuário pode vir a buscar incessantemente a substância, alterando
seu comportamento habitual.

4 – Quando falamos de dependência química, sabemos que dentre os aspectos que configuram
esse quadro está a dosagem que o usuário utiliza. Neste contexto, podemos dizer que
conforme o indivíduo passa a utilizar uma droga e aumenta a dosagem utilizada
periodicamente, entende-se que o organismo dele passará a necessitar da substância, uma vez
que os receptores na sinapse se adaptaram a sua presença. Pelas consequências negativas que
isso pode acarretar, aquele medicamento/droga que antes se comportaria como um remédio,
aliviando algum sintoma, tornar-se-ia um veneno, causando intoxicação e diversos sintomas.

5 – O programa terapêutico depende da avaliação individual do caso e a escolha do tratamento


mais adequado terá como objetivo a desintoxicação e a reorganização do sujeito. Em casos
graves, é imprescindível a terapia psicofarmacológica, haja visto os comprometimentos
físicos e psíquicos de um quadro avançado em dependência química. Porém, observa-se
resultados significativos da terapia psicossocial, num trabalho de orientação ao paciente e a
família. Quanto ao paciente, motivá-lo a adesão ao tratamento e alertá-lo em relação a
importância de cumprir com as recomendações médicas tem um papel importante no
programa terapêutico. Acompanhar a família, dirimindo suas dúvidas e possibilitando a
psicoeducação quanto a doença pode fazer toda a diferença no enfrentamento de todos os
envolvidos frente a enfermidade.

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