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Universidade Federal de Campina Grande

C e n t r o d e C i ê n c i a s e Te c n o l o g i a
U n i d a d e A c a d ê m i c a
E n g e n h a r i a Q u í m i c a

Componente Curricular: Química Experimental

Nome da Experiência: Estudo da Velocidade de uma Reação Química.

Aluna: Dannyelle Alves dos Santos

Data de Realização da prática: 26 de maio de 2009.

Data de entrega do Relatório: 08 de junho de 2009.

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Universidade Federal de Campina Grande


C e n t r o d e C i ê n c i a s e Te c n o l o g i a
U n i d a d e A c a d ê m i c a
E n g e n h a r i a Q u í m i c a

Recebi o relatório referente à prática número 05 (Estudo da Velocidade de


uma Reação Química) da aluna Dannyelle Alves dos Santos, em 08 de junho
de 2009.

_______________________________
Professor (a)
Centro de Ciências e Tecnologia

Unidade Acadêmica
Engenharia de Materiais

Relatório Nº 5
Estudo da Velocidade de
uma Reação Química
Aluna: Dannyelle Alves dos Santos
Matrícula: 20911595
Comp. Curricular: Laboratório de Química Geral

Campina Grande, Junho de 2009.


1. INTRODUÇÃO
As reações químicas têm permitido à humanidade resolver
muitas das questões que a desafiam. No entanto, para que isso fosse
possível, foi necessário aprender como alterar a velocidade das
reações: seja acelerando as excessivamente lentas ou retardando as
muito rápidas.
Alguns fatores alteram a freqüência de colisões entre os
reagentes de uma reação química, aumentando ou diminuindo a
velocidade com que ela ocorre. Tais fatores podem ser: temperatura,
pressão, concentração de reagentes, superfície de contato,
catalisadores ou inibidores.
Assim, algumas reações são extremamente rápidas como a
reação de combustão instantânea entre os gases hidrogênio e oxigênio
(gases utilizados como propulsores no lançamento de ônibus espaciais,
por exemplo); enquanto que outras, extremamente lentas, como
fermentação do suco de uva para a produção do vinho, o que pode
demorar meses para ocorrer.

2. OBJETIVO
Estudo da velocidade das reações químicas e mostrar
quantitativamente como alguns fatores influenciam no tempo
necessário para que a reação ocorra. Destacando-se entre eles a
influência da concentração e da temperatura.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Existe um ramo na ciência que estuda a velocidade das reações
químicas e os fatores que a influenciam, é a chamada Cinética Química.
Podemos definir reações químicas como sendo um conjunto de
fenômenos nos quais duas ou mais substâncias reagem entre si, dando
origem a diferentes compostos. Equação química é a representação
gráfica de uma reação química, onde os reagentes aparecem no
primeiro membro, e os produtos no segundo.
A+B C+D
®
Reagentes Produtos
O conhecimento e o estudo das reações, além de ser muito
importante em termos industriais, também estão relacionados ao nosso
cotidiano. Por exemplo, quando guardamos alimentos na geladeira
para retardar a decomposição ou usamos uma panela de pressão para
aumentar a velocidade de cozimento dos alimentos.
Uma reação química é um rearranjo de átomos provocado pelas
colisões (choques) entre as partículas dos reagentes. Para que ocorra
uma reação química duas condições são necessárias: haver afinidade
química entre as substâncias e haver colisões entre as moléculas dos
reagentes que levem a quebra de suas ligações para formação de
novas ligações (rearranjo dos átomos dos reagentes para formação dos
produtos). Em alguns casos, as reações são resultado de colisões entre
íons e moléculas; íons e íons; e íons e átomos neutros.
A velocidade de uma reação é a rapidez com que os reagentes
são consumidos ou rapidez com que os produtos são formados. A
combustão de uma vela e a formação de ferrugem são exemplos de
reações lentas. Na dinamite, a decomposição da nitroglicerina é uma
reação rápida.
As velocidades das reações químicas são determinadas
através de leis empíricas, chamadas leis da velocidade, deduzidas a
partir do efeito da concentração dos reagentes e produtos na
velocidade da reação.
As reações químicas ocorrem com velocidades diferentes e
estas podem ser alteradas, porque além da concentração de reagentes
e produtos, as velocidades das reações dependem também de outros
Figura 1 fatores como: Concentração de reagentes, superfície de contato,
pressão, temperatura e catalisadores.

Concentração de Reagentes:
Quanto maior a concentração dos reagentes maior será a
velocidade da reação. Para que aconteça uma reação entre duas ou
mais substâncias é necessário que as moléculas se choquem, de modo
que haja quebra das ligações com conseqüente formação de outras
novas. O número de colisões irá depender das concentrações de A e B.
Conforme exemplifica a Figura 1, as moléculas se colidem com
maior freqüência se aumentarmos o número de moléculas reagentes. É
fácil perceber que devido a uma maior concentração haverá aumento
das colisões entre as moléculas.

Superfície de Contato:
O aumento da superfície de contato aumenta a velocidade da
reação. Um exemplo é quando dissolvemos um comprimido de
Sonrisal® triturado, ele se dissolve mais rapidamente do que se
estivesse inteiro, porque aumentamos a superfície de contato que
reage com a água.
Figura 2
Pressão:
Quando se aumenta a pressão de um sistema gasoso,
aumenta-se a velocidade da reação. Um aumento na pressão de P1
para P 2 reduziu o volume de V1 para V1/2, acelerando a reação devido
à aproximação das moléculas.
Percebemos na Figura 2, pois com a diminuição do volume no
segundo recipiente, haverá um aumento da pressão intensificando as
colisões das moléculas e em conseqüência ocorrerá um aumento na
velocidade da reação.

Temperatura:
Quando se aumenta a temperatura de um sistema, ocorre
também um aumento na velocidade da reação. Aumentar a
temperatura significa aumentar a energia cinética das moléculas. No
nosso dia-a-dia podemos observar esse fator quando estamos
cozinhando e aumentamos a chama do fogão para que o alimento atinja
o grau de cozimento mais rápido.

Catalisadores:
Os catalisadores são substâncias que aceleram o mecanismo
sem sofrerem alteração permanente, isto é, durante a reação eles não
são consumidos. Os catalisadores permitem que a reação tome um
caminho alternativo, que exige menor energia de ativação, fazendo
com que a reação se processe mais rapidamente. É importante lembrar
que um catalisador acelera a reação, mas não aumenta o rendimento,
ou seja, ele produz a mesma quantidade de produto, mas num período
de menor tempo.

4. MATERIAIS
Materiais:
Béckers; Rolhas;
Bico de Bunsen; Suporte para Tubos de Ensaio;
Bureta; Suporte Universal;
Cronômetro; Tela Metálica com Amianto;
Mufa; Termômetro;
Pinças para Buretas; Tripé;
Pisseta; Tubos de Ensaio..

Reagentes:
Tiossulfato de Sódio 0,1M (Na2S2O3 ).
Ácido Sulfúrico 0,2M (H2SO4).
5. METODOLOGIA
5.1 – Influência da Concentração de Reagentes

Três buretas foram preenchidas (com o auxílio de béckers e de


uma pisseta) com água, solução de tiossulfato de sódio e solução de
ácido sulfúrico, respectivamente. Em seguida, foram separados e
numerados 3 conjuntos de tubos de ensaios, cada um contendo 5 tubos
numerados, que foram preenchidos com a substância de cada bureta,
de acordo com a Tabela 1.
Após o preenchimento, cada bureta foi zerada, escoando o
excesso do reagente, que ultrapassa a marca do zero na bureta, nos
béckers.

Tubo de Kit 1 Kit 2 Kit 3


Ensaio Vol. Na2S2O3 Vol. H2O Vol. H2S2O4

1 6 mL 0 mL 4 mL

2 4 mL 2 mL 4 mL

3 3 mL 3 mL 4 mL

5 2 mL 4 mL 4 mL

6 1 mL 5 mL 4 mL

Primeiramente, misturaram-se os volumes dos tubos de ensaio


do Kit 1 ao seu respectivo no Kit 2 (Tubo de Ensaio 1 do Kit 1, no Tubo de
Ensaio 2 do Kit 2), havendo então a diluição e conseqüentemente a
diminuição da concentração de Na2S2O3 .Em seguida, faz-se faz reagir o
conteúdo de cada um dos tubos de ensaio contendo solução 0,1M de
H2SO4 (Kit 3) com as concentrações diferentes de Na2S2O3, contidos
nos tubos enumerados do Kit 1, um a um; tampando-os e agitando
imediatamente após a mistura dos líquidos, acionando então o
cronômetro até que houvesse o início do turvamento da solução,
tomando nota do tempo. Repetindo a operação com os demais tubos.

5.2 – Influência da Temperatura de Reagentes

Desta vez, foram utilizados 2 kits de tubos de ensaios, cada um


contendo 4 tubos numerados. Cada tubo do Kit 4, foi preenchido com
2mL da solução de tiossulfato de sódio e 4mL de água e os tubos do Kit
5, foram preenchidos com 4mL da solução de ácido sulfúrico.
Misturou-se o volume de um tubo de ensaio do Kit 4, com um do
Kit 5, a temperatura ambiente, cronometrando o tempo desde a
agitação da solução, até o início do turvamento. Tomou-se nota do
tempo gasto (Tabela 2).

Tubo de Ensaio Temperatura

6 25°C

7 35°C

8 45°C

9 55°C

Temperatura Ambiente: 25°C

Em seguida, colocou-se água em um bécker, para que pudesse


ser levado a banho-maria; então, dentro do bécker, colocou-se um tubo
de ensaio de cada Kit, para que estes fossem aquecidos, medindo a
temperatura de cada volume do tubo, com um termômetro. Alcançando-
se então, a temperatura ideal (35°C, neste caso) misturou-se os
volumes dos tubos, repetindo o que foi feito na primeira etapa,
cronometrando o tempo desde a agitação da solução, até o início do
turvamento.
Para acelerar o aquecimento da água, utilizou-se o bico de
Bunsen e, com o auxílio de um tripé e uma tela de amianto, para o
aquecimento das substâncias no bécker. Analogamente, ao feito nos
dois primeiros pares de tubos de ensaio, colocando-os no béquer, até
que estes atinjam a temperatura necessária (10°C, maior que a
anterior), agitando-os e cronometrando o tempo, até o início do
turvamento. Repetiu-se o procedimento com o tubo restante.

6. TRATAMENTO DO RESULTADO
6.1 - Influência da Concentração de Reagentes

6.1.1 – A concentração de tiossulfato de sódio na solução inicial


é 0,5. Calcular as suas concentrações em cada uma das
soluções diluídas preparadas levando em consideração o
volume total da solução em cada tubo de ensaio (a + b).

A concentração (molar) é dada pelo quociente do nº de mols


(n) pelo volume da solução (V); e que inicialmente a concentração da
solução de tiossulfato de sódio era 0,1 M, temos então:
Na primeira solução permanece a concentração de 0,1 M,
·
pois esta não foi diluída em água.

Na segunda solução foram utilizados 4 mL (0,004L) de solução


·
do Na2S2O3 e 2 mL (0,002 L) de água, obtendo um nº de mols de:
n n
C= v Þ
0,1 = 0,004 Þ
n = 0,0004

Temos então que a nova concentração será:


n’ 0,0004
C’ = v’ Þ
C’ = 0,006 ÞC’ = 0,066M

Na terceira solução foram utilizados 3 mL (0,003L) de solução


·
do Na2S2O3 e 3 mL (0,003L) de água, obtendo um nº de mols de:
n n
C= v Þ
0,1 = 0,003 Þ
n = 0,0003

Temos então que a nova concentração será:


n’ 0,0003
C’ = v’ Þ
C’ = 0,006 ÞC’ = 0,050M

Na quarta solução foram utilizados 2 mL (0,002L) de solução


·
do Na2S2O3 e 4mL (0,004L) de água, obtendo um nº de mols de:
n n
C= v Þ
0,1 = 0,002 Þ
n = 0,0002

Temos então que a nova concentração será :


n’ 0,0002
C’ = v’ Þ
C’ = 0,006 ÞC’ = 0,033M

Na quinta solução foram utilizados 1 mL (0,001L) de solução


·
do Na2S2O3 e 5 mL (0,005L) de água, obtendo um nº de mols de:
n n
C= v Þ 0,1 = 0,001 Þ n = 0,0001

Temos então que a nova concentração será:


n’ 0,0001
C’ = v’ Þ
C’ = 0,006 ÞC’ = 0,016M

6.1.2 – Porque é importante que o volume total para todas as


diluições seja de 10 mL?
Porque nos capacita a preparar soluções de concentrações
diferentes aumentando a participação da água num volume constante
de mistura (solução) da água com a substância (Na2S2O3).
6.1.3 – Construa um gráfico com o tempo no eixo vertical
(ordenada) e a concentração de Na2S2O3 no eixo horizontal
(abscissa).
Tempo X Concentração
140
123,89
120
100
80
69,75
60
Tempo

48,33
40
35,44
20
13,8
0
0,1 0,06 0,05 0,033 0,016

Concentração

6.1.4 – Que generalização pode você estabelecer a respeito da


influência que tem a variação da concentração sobre o tempo de
reação?
Quanto maior a concentração menor o tempo de reação.

6.1.5 – Que relação existe entre o tempo de reação e a velocidade


de reação?
Quanto menor o tempo de reação, maior a velocidade de reação.

6.2 - Influência da Temperatura de Reagentes

6.2.6 – Construa um gráfico, colocando a temperatura no eixo


horizontal (abscissa) e o tempo no eixo vertical (ordenada);

90 Tempo (Turvamento) X Temperatura


80 76,44
70
60
50 47,56
Tempo (s)

40
30
23,33
20
12,77
10
0
25 35 45 55

Temperatura (°C)
6.2.7 – Que relações gerais você pode deduzir do gráfico obtido?
Que aumentando-se a temperatura, a velocidade de reação
também aumenta.

6.2.8 – Faça uma previsão de tempo de reação a 15°C e a 50°C.

Para 15° C
· Para 50° C
·
25°C Þ
76,4 25°C Þ
76,44 s
15°C Þ
x 50°C Þ
x
Grandezas Inversamente Proporcionais

25 = X 25 = X
50 76,4 15 76,4
x = 127,333 s x = 38,2 s

7. RESOLUÇÃO DAS
QUESTÕES PROPOSTAS
7.1 Construa um gráfico apresentando o inverso do tempo, em
função da temperatura. Que tipo de função você obtém?

Inverso do Tempo X Temperatura


60
55
Temperatura (°C)

50
45
40
35
30
25
20

10

0
0,013 0,021 0,042 0,078

Inverso do Tempo (1/T) (s)


8. CONCLUSÃO
A partir deste experimento, concluímos que podemos acelerar
um processo de reação, desde que conheçamos fatores que
influenciam na velocidade de reação.
Sabemos portanto, que o aumento de concentração aumenta a
velocidade de reação; assim também, como o aumento de temperatura,
o que foi comprovado com este experimento, conforme dados das
tabelas a seguir:

Tabela 3 – Dados obtidos no experimento – Concentração x Tempo

Tubo de Kit 1 Kit 2 Kit 3 Tempo


Ensaio Vol. Na2S2O3 Vol. H2O Vol. H2S2O4 (Turvamento)

1 6 mL 0 mL 4 mL 13,8s

2 4 mL 2 mL 4 mL 35,44s

3 3 mL 3 mL 4 mL 48,33s

5 2 mL 4 mL 4 mL 69,75s

6 1 mL 5 mL 4 mL 123,89

Tabela 4 – Dados obtidos no experimento - Temperatura x Tempo

Tubo de Ensaio Temperatura Tempo

6 25°C 76,44 s

7 35°C 47,56 s

8 45°C 23,33 s

9 55°C 12,77 s

Temperatura Ambiente: 25°C

Dispondo os dados obtidos na experiência em gráfico, chega-se


a conclusão de que podemos prever o tempo a ser gasto numa reação,
sem alterar algum fator que influencie na velocidade de reação. Foi o
que aconteceu ao prevermos que a 15°C gastaríamos 127,33s para
chegar ao produto da reação e que a 50°C gastaríamos 38,23s.
Porém muito provavelmente houve erro na determinação do
tempo de reação; isto se deve em grande parte à dificuldade de
identificar com precisão o início da turvação causada pelo enxofre
formado. O que não influi na nossa conclusão dos fatores que alteram e
como alteram a velocidade da reação.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Peruzzo, Tito Miragaia, 1947 – Química: na abordagem do Cotidiano,
volume único / Tito Niragaia Peruzzo, Eduardo Leite do Canto – 1ª Ed –
São Paulo; Ed. Moderna, 1996.

SILVA, V. J. Apostila de Físico-Química Experimental II. Disponível


online em: http://paginas.terra.com.br/educacao/ademir/.
Universidade Estadual de Goiás: Anápolis, Brasil. 2004.

LEAL, R. Apostila da Química Experimental I. Goiás: Universidade


Estadual de Goiás, 2003.

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