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2- C&T
2.1 - CIÊNCIA
● A ciência está associada à publicação de artigos, teses, livros, tratados, e os conhecimentos por
ela criados são livremente veiculados - são considerados patrimônio da civilização e não
propriedade particular.
● O papel da ciência na atualidade não é mais o de busca de domínio do mundo, mas sim de
salvaguardá-lo. O conhecimento científico ainda representa poder, entendido como uma
prática social, econômica e política e um fenômeno cultural mais do que um sistema teórico-
cognitivo.
● Processos Técnicos
● Técnica
3 - SOCIEDADE
- positivismo – utilização de leis e métodos das ciências naturais para compreender e ordenar a
realidade.
- funcionalismo - a sociedade (capitalista) funciona como um organismo vivo, onde cada parte
cumpre com uma função específica.
- sociologia compreensiva - as ações sociais podem ser de quatro tipos: racional relacionada aos
fins (objetivos e estratégias); racional relacionada aos valores (valores éticos); afetiva
(sentimentos e emoções); tradicional (determinada por hábitos e costumes). Partindo do conceito
de ação social, estabeleceu-se o de relação social (comércio, relações familiares e relações
políticas).
- marxismo (histórico crítica) - a sociedade analisada a partir de sua base material, sendo o trabalho
a condição da existência humana. Identifica o capitalismo como um modo de produção – aquele
pelo qual existem e se relacionam as forças produtivas (formas de relação do homem com a
natureza, conjunto de objetos e técnicas) e as relações de produção (forma pela qual os homens
se organizam para produzir).
- fenomenologia - preocupação com a essência dos objetos e com a forma como os indivíduos
processam o conhecimento no mundo. Preconiza a redução fenomenológica, ou seja, que o mundo
exterior seja desconsiderado para que a investigação se preocupe apenas com a experiência da
consciência.
- existencialismo - conjunto de correntes filosóficas que tem como instrumento a análise da existência
- a relação do homem com o mundo.
Escolher ser engenheiro é algo muito pessoal e suas motivações são: influência familiar,
perspectiva de dinheiro fácil em negócio já estabelecido, desejo de realizar algo positivo,
atração pelos objetivos da profissão, idealismo de servir aos outros e de transformar o
mundo, etc...
Uma sociedade não pode ficar à mercê da chantagem de ser obrigada a utilizar o ensino
privado por falta de bom ensino público. Nem pode ser obrigada a aceitar escolarizar-se numa
rede pública ineficiente, por falta de uma política educacional realista do Estado (salários
dignos, projeto pedagógico, formação cívica, instalações condizentes, alimentação e
assistência médica).
Ao final de pelo menos cinco anos de estudo superior, chegamos ao diploma e à carteira de
habilitação profissional. Tornamo-nos, profissionais de engenharia, destinados a explorar
nossa capacidade criativa.
Não se pode discutir qualquer atividade humana somente sob o prisma individual. Ela está
necessariamente investida de um caráter social que lhe é indispensável e sem o qual ela se
desfigura. A engenharia pressupõe que coloquemos todo o nosso saber (engenho) a favor da
comunidade para a qual trabalhamos.
O engenheiro pode dotar uma sociedade de infraestrutura básica para que ela possa se desenvolver
e dos produtos e tecnologia que a fazem progredir. Significa que estamos dando à sociedade os
meios para que nela se possa viver melhor.
● A sociedade acredita que quanto maior for a produção científica, maior a produção tecnológica, o
que aumenta a geração de riquezas e, consequentemente, o bem-estar social. Esse tipo de
concepção gera o chamado “modelo linear de desenvolvimento”: + ciência = + tecnologia = +
riqueza = + bem-estar social.
● O modelo linear foi muito aceito no período pós-Segunda Guerra, com o clima de intenso otimismo
em relação ao que o desenvolvimento da ciência e da tecnologia poderiam trazer. Entre os grandes
feitos científico-tecnológicos da época, tem-se: os primeiros computadores eletrônicos e transplantes
de órgãos; o uso da energia nuclear para transporte; a pílula anticoncepcional e outros que eram
vistos como uma verdadeira revolução em favor da sociedade. Entretanto, reclamou-se uma maior
autonomia para a ciência e a tecnologia. Em vista disso a ciência e a tecnologia ocupam nesse
modelo uma posição neutra, pois, segundo a visão positivista, a ciência só pode trazer o bem-estar
à sociedade.
● Para caracterizar o mundo atual, é necessário discutir, ainda que parcialmente, três ideias muito
polêmicas e controversas: modernidade, pós-modernidade e globalização.
5.3.1 - Modernidade
Revolução industrial - foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa entre os séculos
XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal
pelo assalariado e com o uso das máquinas.
Revolução Francesa – teve início em 1789 e término em 1799. Em apenas três anos a monarquia
que governou o país por séculos, entra em colapso. O primeiro ano da revolução foi marcado pela
proclamação do Juramento do Jogo da Péla, pela Tomada da Bastilha e pela aprovação
da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Revolução Científica - se inicia no século XVII (cientistas como Galileu e Kepler), e se consolidou
no século XVIII. É a partir dela que são estabelecidos os critérios para a investigação científica a
partir de métodos.
5.3.2 – Pós-Modernidade
● Pós-modernidade é um termo ainda confuso, cujo significado não é aceito por todos os cientistas
e pensadores. Apesar disso, é possível identificar duas vertentes ligadas à sua discussão: a da
continuidade (radicalização das características da modernidade) e a do rompimento (com as
ideias modernas). Algumas ideias associadas a esta última vertente são: a redefinição das
identidades locais, nacionais e globais; o declínio do individualismo; e a crise das instituições
modernas (supremacia do simbólico e cultural sobre o econômico e o político).
5.3.3 – Globalização
● A Globalização é um tema/termo, também, muito controverso porque o modo como ela é tratada
depende da perspectiva teórico-metodológica adotada ou mesmo da relação que se faz dela com a
modernidade/pós-modernidade.
● Assim, a globalização se apoia nos avanços tecnológicos e na criação de novas relações sociais
e econômicas, principalmente em trocas de informação, em conectividade, e em virtualidade
(telefonia celular e internet alteraram as formas de relacionamento entre as pessoas, as
transações econômicas, e a busca por informação, etc.).
● Há, entretanto, críticas à ideia de que ela permite livre circulação de pessoas, informações e fluxos
econômicos, em razão de que ela não ocorre de forma homogênea em todo o planeta e de que a
percepção de integração mundial é uma visão parcial.
● É muito importante para as reflexões sobre CTS compreender o sistema produtivo e a dinâmica
do mercado. Alguns conceitos relevantes: os setores da economia (primário, secundário e
terciário); emprego; desemprego (estrutural e conjuntural); teorias econômicas (neoliberalismo e
social-democracia); e padrões produtivos (taylorismo e fordismo).
Setor primário: relativo à obtenção de matéria-prima na agricultura, na pecuária, e no
extrativismo (vegetal, animal e mineral). O extrativismo mineral, quando utiliza técnicas de
extração em larga escala, é considerado atividade do setor secundário.
● A separação entre os setores é cada vez mais difícil, devido às tecnologias aplicadas em cada um
deles (agropecuária mecanizada produzindo em escala industrial, por exemplo). Todavia, essa
classificação ajuda na compreensão da interdependência das atividades econômicas e do
emprego/desemprego.
Do ponto de vista dos empregos, o setor terciário é o que mais emprega em países
industrializados, seguido do secundário. Já nos não industrializados, o setor primário é o que mais
emprega. Em diferentes escalas, todos os países sofrem com os problemas do emprego
informal e do desemprego.
● O desemprego causado pela substituição da mão de obra humana por máquinas (mudanças na
estrutura de produção) é conhecido como desemprego tecnológico ou estrutural. Quando tem
origem em conjunturas econômicas passageiras (crise, recessão, etc.) o desemprego chama-se
conjuntural.
5.5.1- População
● Em 2014 o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) brasileiro passou para 0,755 (posição 75 do
Ranking Mundial). Ele é medido a partir de três parâmetros: saúde (expectativa de vida), educação
(taxa de alfabetização e escolaridade) e renda (PIB per capita ajustado pelo poder de compra).
● Para a população sobreviver e gerar riquezas, são necessários recursos naturais. Recurso
natural é “qualquer insumo de que os organismos, as populações e os ecossistemas necessitam
para sua manutenção”. Nas sociedades, recursos naturais seriam tudo aquilo que retiramos da
natureza para nosso uso. Para que algo se torne recurso natural são necessárias três condições:
interesse, tecnologia e meio ambiente.
Classificação dos recursos naturais quanto à disponibilidade: perenes (vento, água corrente e
energia solar); renováveis (água armazenada e biomassa – organismos vivos) e não renováveis
(petróleo e água – poderão vir a ser).
5.5.3 - Poluição
● A poluição, definida como “uma alteração indesejável nas características físicas, químicas ou
biológicas da atmosfera, litosfera ou hidrosfera”, resulta da utilização dos recursos naturais pela
população, que cause ou possa causar prejuízo à saúde, à sobrevivência ou às atividades dos seres
humanos e outras espécies.
Ela pode ter causas naturais (erupções vulcânicas e queimadas espontâneas) ou humanas
(atividade industrial, agrotóxicos, automóveis, etc.).
Há duas abordagens para o problema da poluição: prevenção da poluição e limpeza da
poluição. A prevenção levaria a resultados mais efetivos do que a limpeza, apesar de sua
implementação significar mudanças mais amplas.
O lixo doméstico é uma das formas de produção e destinação (aterros sanitários, lixões a céu
aberto, aterros controlados, incineração, reutilização e reciclagem.) dos resíduos que produzimos.
Em dezembro de 2015 foi negociado e em abril de 2016 assinado o Acordo de Paris, no âmbito da
COP 21 – Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), com os
objetivos: de assegurar que o aquecimento global seja muito inferior a 2o C em 2020; e de evitar
eventos climáticos graves (secas, tempestades e enchentes) e falta de alimentos e de água.
CRESCIMENTO CRESCIMENTO
CARACTERÍSTICA ECONÔMICO NÃO ECONÔMICO
SUSTENTÁVEL SUSTENTÁVEL
Ênfase na produção Quantidade Qualidade
Produtividade dos Ineficiente (desperdício Eficiente (desperdício
recursos elevado) baixo)
Tipo de recurso Não renovável Renovável
Matéria reciclada,
Destruição dos recursos Matéria descartada reaproveitada ou
compostada
Controle da poluição Limpeza Prevenção
Princípios orientadores Análise do risco-benefício Prevenção e precaução
Obs.: Pressupõe algumas alterações estruturais no sistema produtivo.
A meta da sustentabilidade, tão perseguida e pouco alcançada atualmente, seria facilitada se, de
fato, fosse alterada a postura prepotente e dominadora praticada pelo “homem científico” com
relação à natureza. O que se tem observado frequentemente, e tão somente, é a busca da chamada
“sustentabilidade legal”, vista como a observância à legislação vigente sobre as intervenções
físicas realizadas pelo homem na natureza. Enquanto os projetos de engenharia buscarem, apenas,
o enquadramento legal, não será atingido plenamente o conceito de “projeto sustentável”.