Você está na página 1de 27

Cálculo do Gradiente de Potencial Elétrico

Premissas básica adotadas:

• O solo é considerado uma superfície plana condutora horizontal infinita;


• Os condutores são considerados cilindros circulares lisos infinitamente
longos paralelos entre si e ao plano do solo;
• Os condutores são assumidos como superfície equipotenciais, com
potenciais conhecidos (Assume-se que a terra está em potencial zero);
• A influência das estruturas de suporte do condutor e de quaisquer objetos nas
proximidades é desprezada.
Cálculo do Gradiente de Potencial Elétrico
Linha de carga:

Quando a altura H de cada condutor acima do solo, bem como a distância D


entre os condutores são bem maiores que o raio de cada condutor, a carga de
cada condutor é representada por uma linha de carga localizada no centro do
condutor.
Para valores de relação H/r > 100, como nos casos práticos de linha de
transmissão , a linha de carga pode ser suposta estar localizada no centro do
condutor.
Cálculo do Gradiente de Potencial Elétrico
Linha de carga:

A premissa de que as linhas de cargas estão localizadas no centro dos


condutores começa a ser inadequada no caso de linhas de transmissão usando
condutores geminados, desde que o espaçamento entre esses subcondutores
sejam da ordem de 10 a 40 vezes o raio de cada subcondutor. A carga nesse caso
não é uniformemente distribuída.
Cálculo do Gradiente de Potencial Elétrico
Considerações de Precisão:
A precisão geral dos valores de gradiente calculados depende, no entanto,
não apenas da precisão do método de cálculo, mas também da precisão dos
dados de entrada.

Levando em consideração todos os fatores, um valor otimista para essa


incerteza mínima será de cerca de 5%. Um método de cálculo muito preciso
terá a vantagem de não adicionar mais erros a esse valor inerente.

Portanto, pode ser recomendado que qualquer método de cálculo que


tenha um erro inferior a ± 2 por cento seja aceitável.
Cálculo do Gradiente de Potencial Elétrico
Basicamente existe três métodos que são aplicados com grande sucesso:

• Método das imagens sucessivas


• Método dos momentos
• Método da simulação de cargas

• Markt e Mengele
MÉTODO DAS IMAGENS SUCESSIVAS:
Suponha dois condutores isolados de mesma carga +λ. A superfície do condutor A pode ser
mantida como uma equipotêncial aplicando o seguinte sistema:
• Linha de carga -2 λ localizada no infinito e sua imagem correspondente +2 λ no centro do
condutor A.
• Uma linha de carga + λ localizada no condutor B e sua imagem –λ em A, a uma distância

A B

D
MÉTODO DAS IMAGENS SUCESSIVAS:

A carga total no condutor A é ainda + λ


A

1° ordem das sucessivas


imagens (N=2) em cada
𝑟2 +2λ -λ condutor de um feixe de dois
Δ 1= condutores.
𝐷
Δ1
MÉTODO DAS IMAGENS SUCESSIVAS:

2° ordem das sucessivas imagens (N=3) em cada condutor de um feixe de dois


condutores.
A

𝑟2
Δ 1=
𝐷
2 +2λ -2λ +λ
𝑟
Δ 1=
𝐷−Δ1
Δ1
Δ2
MÉTODO DAS IMAGENS SUCESSIVAS:

• Para valores de relação D/r = 4 o erro cometido por usar a 1° ordem é de


8%, portanto é preciso aumentar até N=5 para boa aproximação.

• Para D/r < 2,02 foi necessário N=32 para uma solução exata.
MÉTODO DAS IMAGENS
SUCESSIVAS APLICADA A UM
SISTEMA DE
MULTICONDUTORES:

O campo elétrico é calculado fazendo:

( )
𝑛
1 λ𝑖 ^
𝐸= ∑
2 𝜋𝜀 𝑖=1 𝑅 𝑖2
𝑅𝑖
Markt e Mengele
Conforme a Lei de Gauss
Condutor cilíndrico retilíneo, longo,
isolado e suficientemente longo do solo
e de outros condutores.
Se a carga for de P1 para P2 há
um dispêndio de energia e a
quantidade de trabalho realizado
equivale à queda de tensão entre
os pontos.
Considerando inicialmente que só o condutor A
possua uma carga +Q, enquanto o condutor B está
sem carga.

Se o condutor sem carga agora for o condutor A e o


condutor B está carregado
A ddp devido à atuação simultânea das cargas será:
Campo elétrico de dois condutores sobre o solo
A ddp do condutor A em relação ao solo
será consequência de sua própria carga, da
carga de sua imagem, da carga do condutor
B e da imagem de B.
Para uma linha de condutores múltiplos
Para h>>R – (Em geral, em linhas de transmissão
h>300R
Para uma linha de condutores múltiplos
Raio médio geométrico:

É igualmente válida a expressão:


1
Rc=( n∙ 𝑟 ∙ 𝑅 )
(𝑛 − 1) 𝑛
Cálculo do Gradiente de Potencial Elétrico
• Método de Markt e Mengele

𝑄
E=
2∙ 𝜋 ∙ 𝑟 ∙𝜖
[ 𝑄 ] =[ 𝐶 ] [ 𝑈 ]
Onde:
ε – permissividade do meio; Matriz de Capacitância:
r – raio do subcondutor. −1
[ 𝐶 ]= [ 𝐴 ]
Cálculo do Gradiente de Potencial Elétrico
Em casos de cabo para-raios:
Cálculo do Gradiente de Potencial Elétrico
Em casos de circuito duplo:
Cálculo do Gradiente de Potencial Elétrico

Gradiente de potencial médio por subcondutor:


[𝑄] [ 𝐶 ] [ 𝑈 𝑎 ,𝑏 ,𝑐 ]
𝐸= =
𝑛∙𝑟 𝑛∙𝑟

[ [] [] ]
+ 𝑈𝑚 1 1
− 𝑈 𝑚 − 𝑈 𝑚
1 2 2
− 𝑈𝑚
𝑈 𝑎= 𝑈 𝑏=
2 𝑈 𝑐=
+ 𝑈𝑚 1
1 1

2
𝑈𝑚 Onde:
− 𝑈𝑚 − 𝑈𝑚
2 2 + 𝑈𝑚 n – número de subcondutores;
r – raio do subcondutor;
Um – tensão fase-neutro [kV]
Cálculo do Gradiente de Potencial Elétrico
Gradiente de potencial máximo por subcondutor:
𝐸 = 𝛿 ∙ [ 𝐸𝑎 , 𝑏 , 𝑐 ]

Coeficiente de irregularidade

[
𝛿= 1+(𝑛 − 1) ∙
𝑟
𝑅 ]
Onde:
n – número de subcondutores;
r – raio do subcondutor;
R – raio do feixe de condutore.
Exemplo:

Você também pode gostar