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MANUAL

TDEE-ii

TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA


ELÉCTRICA II
2013

1
1. Capitulo I
1.1 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO E A CARGA DE ENERGIA ELÉCTRICA

INDICE:

1.1 Alternativas de redes de distribuição de energia eléctrica


1.2 Consumidores de energia eléctrica
1.3 Tipos de gráficos de carga eléctrica
1.4 Potências nominais dos consumidores
1.5 Parâmetros principais que caracterizam a carga eléctrica
1.6 Cálculo do número equivalente de consumidores
1.7 Determinação da potência trifásica equivalente de consumidores
monofásicos
1.8 Cálculo da carga eléctrica nas redes de distribuição
1.9 Pontos principais de determinação da carga eléctrica nos
sistemas de distribuição
1.10 Métodos de cálculo da carga eléctrica nos sistemas trifásicos de
transporte e distribuição
1.11 Determinação do memento de carga
1.12 Tipo de esquemas eléctricos em baixa tensão dos sistemas de
distribuição de energia eléctrica
1.13 As tensões nominais nos sistemas de distribuição em baixa tensão
1.14 Determinação da secção dos condutores, dos cabos isolados
pelas perdas admissíveis de tensão.

Bibliografia:

1. Elgerd, O.I. Introdução a teoria dos sistemas eléctricos de energia


eléctrica, McGraw-Hill, 1976

2. Johnson, W.C. Transmission lines and Networks, McGraw-Hill, 1974.

3. José Pedro Sucena Paiva, Redes de energia eléctrica, Instituto


Superior Técnico (IST), 2005.

2
1.1 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO E A CARGA DE ENERGIA ELÉCTRICA

Neste capitulo terá condições de saber:

a. Determinar uma rede de distribuição para alimentar uma


carga
b. Classificar e elaborar gráficos dos consumidores
c. Determinar e aplicar coeficientes nas cargas eléctricas
d. Determinar equivalência do número de consumidores e da
potência trifásica dos consumidores monofásicos
e. Os processos de cálculo da carga eléctrica
f. Calcular as secções dos consumidores pelos diferentes
métodos em baixa tensão

1,1 Alternativas de redes de distribuição de energia eléctrica

Para determinar uma rede de distribuição de energia eléctrica para


uma area é necessário em primeiro lugar elaborar as diferentes
hipoteses e no final optar por aquela que no nosso ponto de vista é a
mais económica e viável.

A seguir pode-se apresentar exemplos de alternativas a colocar para


analise:

3
Tendo em conta estas alternativas dever-se-a proceder a analise dos
parâmetros de cada uma para melhor opção.

1.1.1 Parâmetros para analise das alternativas:

Dos elementos existentes que permitem analisar as diferentes


alternativas, destacam-se os seguintes:

a. Cargas eléctricas
b. Categoria dos consumidores pela fiabilidade
c. Número dos pontos nodais
d. Disposição mútua dos pontos nodais
e. Comprimento dos troços da rede elétrica

1.2 Consumidores de energia eléctrica

Todos consumidores formam a carga eléctrica da rede do sistema de


distribuição e podem ser classificados segundo:

1.2.1. Pela tensão nominal

a. Média tensão, que são os consumidores cuja base são motores


com alta potência.

b. Consumidores trifásicos de MT que são as empresas

c. Consumidores monofásicos de BT, que são as oficinas,


residências…

d. Consumidores monofásicos em BT, em corrente contínua

e. Consumidores trifásicos de BT que são as residências.

1.2.2 Pela frequência de uso

a. Da frequência industrial: 50Hz

b. De frequência elevada: até 10kHz

c. De alta frequência: acima dos 10kHz

d. De baixa frequência: inferior a 50Hz

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1.2.3 Pelo regime de funcionamento

a. Contínuo

Este gráfico é um exemplo de consumidores de energia constantes


(compressores, ventiladores, bombas de agua ou de oleo, etc…)

É o caso das máquinas ferramentas ou várias máquinas de industrias em


que as máquinas formam a maior parte da carga. Os motores eléctricos
destas máquinas têm potências eléctricas entre 1kW a 500kW, sendo
que as mais usadas de 20kW com cosφ muito váriavel.

b. Intermitente

É o caso de guindastes, elevadores, etc…

Onde:

Tf – tempo de funcionamento

Tp – tempo de paragem

Sendo que: tf ≥ tp

c. Curta duração

É o caso de instalações termo-eléctricas

Para este regime salienta-se: guindastes, elevadores, etc…

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1.3 Tipos de gráficos de carga eléctrica

De acordo com o objectivo visado pode-se elaborar o tipo de gráficos


seguinte:

a. De um consumidor
b. Grupo de cnsumidores
c. Duma secção dum consumidor
d. De uma empresa
e. Do bairro
f. Da região
g. Do país
h. Do mundo

Ilustrando qualitativamente alguns deles pose-se observar:

Ainda para qualquer consumidor consoante as leituras nos medodores


de potência. Ou na forma escalonada conforme as leituras nos
medidores de potência:
𝑛

𝑃(𝑡) = ∑ 𝑃𝑖 (𝑡) (1.1)


𝑡

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Tabela 1: cargas máximas instaladas em alguns países:

Nº País Carga [MW]


1 Moçambique
2 Africa do Sul
3 Suazilândia
4 Namibia
5 Botswana
6 Zimbabwe
7 Zâmbia
8 Tânzania
9 Angola
10 RDC

1.4 Potências nominais dos consumidores

Potência nominal é o parâmetro principal para o consumidor que


corresponde ao funcionamento normal do mesmo a tensão e a
corrente nominais optimos.

Potência ligada PL na instalação que não é usada porque não consta


da chapa de caracteristica do equipamento, já é possível determina-lá:

∑ 𝑃𝑛
𝑃𝐿 = (1.2)
𝜂

1.4.1 Potência equivalente

Tendo o regime intermitente pode-se substituir pelo regime contínuo


determinado a potência equivalente:

A duração de funcionamento (DF) pode ser de 25%, 40%, 60%, etc…

7
𝑃12 𝑡1 + 𝑃22 𝑡2
𝑃12 𝑡1 + 𝑃22 𝑡2 + 𝑃𝑒2 (𝑡1 + 𝑡2 + 𝑡𝑝 ) → 𝑃𝑒 = √
𝑡1 + 𝑡2 + 𝑡𝑝

Se P1 = P2 = Pn

Então:

Potência equivalente será:

𝑡1 + 𝑡2
𝑃𝑒 = 𝑃𝑛 √ → 𝑃𝑒 = 𝑃𝑛 √𝐷𝐹 (1.3)
𝑡1 + 𝑡2 + 𝑡𝑝

1.5 Parâmetros principais que caracterizam a carga eléctrica

1.5.1 coeficiente de utilização - Ku

a. Para um consumidor

𝑃𝑚𝑒𝑑
𝐾𝑢 = (1.4)
𝑃𝑛

𝑃𝑚𝑒𝑑 = 𝐾𝑢 𝑃𝑛

Tendo o gráfico dum consumidor seguinte:

𝑃1 𝑡1 + 𝑃2 𝑡2 + ⋯ + 𝑃𝑛 𝑡𝑛 𝑃𝑚𝑒𝑑 (𝑡𝑡 + 𝑡2 + ⋯ + 𝑡𝑛 ) 𝑃𝑚𝑒𝑑


𝐾𝑢 = = =
𝑃𝑛 (𝑡1 + 𝑡2 + ⋯ + 𝑡𝑛 ) 𝑃𝑛 (𝑡1 + 𝑡2 + ⋯ + 𝑡𝑛 ) 𝑃𝑛

b. para um grupo de consumidores:

∑𝑛1 𝐾𝑢𝑖 𝑃𝑖
𝐾𝑢 = (1.5)
∑𝑛1 𝑃𝑛𝑖

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c. coeficientes de utilização (valores reais)

tabela 2: coeficientes de utilização

Ku Equipamento
0.12 a 0.2 Máquinas ferramentas de uso geral (trabalhos de metais)
0.2 a 0.25 Máquinas ferramentas automáticas
0.6 a 0.7 Bombas, ventiladores, compressores
0.5 a 0.8 Fornos elécricos
0.05 a 0.06 Guindaste, elevadores (consumidores intermitentes)

1.5.2 Coeficiente de ligação – Ku

Considerando o gráfico de carga seguinte:

Tf – tempo de funcionamento

T0 – tempo em vazio

Tp – tempo de pausa

𝑡𝑓 + 𝑡𝑣
𝐾𝐿 = (1.6)
𝑡𝑓 + 𝑡0 + 𝑡𝑝

Onde deve KL ≤ 1

1.5.3 Coeficiente de forma - Kf

𝑃𝑚𝑞
𝐾𝑓 = (1.7)
𝑃𝑚𝑒𝑑

Pmq – Potência média quadrática que caracteriza a irregularidade do


gráfico da carga

𝑇
1 1 ∑ 𝑃𝑖2 ∆𝑡𝑖
𝑃𝑚𝑞 = √ ∑ 𝑃𝑖2 ∆𝑡𝑖 = √ ∫ 𝑃(𝑡)
2
𝑑𝑡 𝑜𝑢 2
𝑃𝑚𝑞 =
𝑇 𝑇 ∑ ∆𝑡𝑖
0

9
Se ∆t1 =∆t2=……..=∆tn

Recebe-se:

∑ 𝑃𝑖2 ∆𝑡 1 1
2
𝑃𝑚𝑞 = = ∑ 𝑃𝑖2 → 𝑃𝑚𝑞 = √ ∑ 𝑃𝑖2 (1.8)
𝑛∆𝑡 𝑛 𝑛

O valor do coeficiente de forma varia no intervalo seguinte:

Kf = [1.02……1.03]

Mas na maioria dos casos

Kf = [1.1……1.15]

Sendo que frequentemente é utilizado o valor de Kf = 1.1

Para a corrente continua Kf = 1

1.5.4 Coeficiente de carga máxima - KM

𝑃0
𝐾𝑢 = (1.9)
𝑃𝑚𝑒𝑑

Onde:

P0 – Carga desconhecida que é necessário determinar o seu valor

Este coeficiente permite determinar Pe

P0 = KM Pmed

KM = f(ne, K, K….) = f(ne, Tc, Rf)

ne – número equivalente de consumidores

3
√𝐾𝑓𝑘𝑢
2 −1

𝐾𝑀 = 1+ (𝐴𝐾𝑓 − 𝐵) (1.10)
√𝑛𝑒
( )

1< Kf ≤ 1.1 → A =4.8 e B = 3.1

1.1< Kf ≤ 1.5 → A =2.8 e B = 1.67

Kfku – coeficiente de forma da curva dos coeficientes de utilização para


os coeficientes considerados

KM = f(ne, Ku)

10
Analisando as curvas gráficas despreende-se que:

a. A determinação do coeficiente de carga máxima eficaz é feita


no caso em que ne ≤ 100
b. Quando ne →∞ o KM = 1
c. Se ne ≥ 300 e para todos os coeficientes de Ku = 0.1….0.9
Teremos que Ku = 1.0….1.1
d. Se 100 ≤ ne ≤ 200 teremos que KM = 1.05
e. Para Ku = 0.9 e para todos ne, o KM =1.05

1.5.5 Coeficiente de necessidade - Kc

𝑃𝑐
𝐾𝑐 = (1.11)
𝑃𝑛

𝑃𝑐 𝑃𝑚𝑒𝑑
𝐾𝑐 = = 𝐾𝑚 𝐾𝑢
𝑃𝑛 𝑃𝑚𝑒𝑑

Se 𝑃𝑐 = 𝐾𝑀 𝑃𝑚𝑒𝑑 pode-se concluir que:

𝑃𝑐 = 𝐾𝑀 𝐾𝑢 𝑃𝑛 porque 𝑃𝑚𝑒𝑑 = 𝐾𝑢 𝑃𝑛

Assim determina-se a carga pelo coeficiente de máxima

𝐾𝑀 = 𝑓(𝑛𝑒 , 𝐾𝑢 )

𝑃𝑐 = 𝐾𝑐 𝑃𝑛

Por esta última equação podemos determinar a carga pelo uso do


coeficiente de necessidade.

11
Fazendo Ku = constante obtêm-se o valor aproximado com uma
precisão baixa

𝐾𝑐 = 𝑓(𝐾𝑀 , 𝐾𝑢 )

𝐾𝑀 = 𝑓(𝑛𝑒 , 𝐾𝑢 )

ne → ∞ ; KM→1 e Kc →constante

1.5.6 Coeficiente de Simultaneidade - KS

𝑃𝑐
𝐾𝑆 = (1.12)
∑ 𝑃𝑐𝑖

Pc – Potência da carga no nó eléctrico

∑Pci – Soma das potências das cargas dos grupos de consumidores do


nó considerado

KS - Caracteriza o momento em que a carga dos grupos de


consumidores atingem ao mesmo tempo o seu valor máximo (pico)

Entretanto para certas linhas de transmissão, existe um intervalo de


valores de Ks a considerar:

a. Para linhas eléctricas no interior de empresas ou para


barramentos das divisões de empresas o coeficiente varia entre
0.85…..1.0
b. Para linhas eléctricas de AT, para redes exteriores as empresas ou
para barramentos de das subestações principais das empresas
tem-se o valor do coeficiente entre 0.9…1.0.

1.6 Cálculo do número equivalente de consumidores - ne

ne – número equivalente de consumidores com potências iguais entre si


que formam a mesma carga correspondente aos consumidores reais
(ou carga real)

(∑𝑛1 𝑃𝑛𝑖 )2
𝑛𝑒 = (1.13)
∑𝑛1 𝑃𝑛𝑖
2

Para consumidores iguais:

(𝑛𝑃𝑛𝑖 )2
𝑛𝑒 = 2 =𝑛 (1.14)
𝑛𝑃𝑛𝑖

Para o caso de um número elevado de consumidores opta-se pelos


métodos simplificados seguintes:

12
a. Quando n≥ 4

Assim:

𝑃𝑛 𝑚á𝑥
𝑚= ≤ 3 → 𝑛𝑒 = 𝑛 (1.15)
𝑃𝑛 𝑚𝑖𝑛

Pn máx e Pn min – são retiradas entre os consumidores

b. n≥4; m>3; Ku ≥0.2 (se: Ku<0.2 então a opção é 1.15)

2 ∑ 𝑃𝑛𝑖
𝑛𝑒 = (1.16)
𝑃𝑛 𝑚á𝑥

(∑𝑛1 𝑃𝑛𝑖 )2 ∑ 𝑃𝑛 ∑ 𝑃𝑛 ∑ 𝑃𝑛 ∑ 𝑃𝑛
𝑛𝑒 = 2 = 2 2 2 2 = 2 →
∑ 𝑃𝑛𝑖 𝑃𝑚á𝑥 + 𝑃1 + 𝑃2 + ⋯ + 𝑃𝑚𝑖𝑛 𝑃 𝑃12 𝑃𝑚𝑖𝑛
𝑚á𝑥 (𝑃𝑚á𝑥 + 𝑃 + ⋯+ 𝑃 )
𝑚á𝑥 𝑚á𝑥

2 ∑ 𝑃𝑛𝑖 ∑ 𝑃𝑛
𝑛𝑒 = 𝑖𝑠𝑡𝑜 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑎 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑐çã𝑜
𝑃𝑛 𝑚á𝑥 𝑃2 𝑃2
𝑃𝑚á𝑥 + 𝑃 1 + ⋯ + 𝑃𝑚𝑖𝑛
𝑚á𝑥 𝑚á𝑥

Varia entre 1.5….3.5 sendo assumido o valor aproximado de 2.

Exemplo de cálculo:

Considerando que os consumidores são motores elétricos das máquinas


ferramentas cujo número e potência são em seguida fornecidos:

Item Quantidade Potência [kW]


1 2 10
2 4 6.4
3 3 2.8
4 2 6.4
5 1 4.5
6 1 4.5
7 1 2.8

Determinar ne

Resolução:

n= 14 e Pt = 78.6kW

(∑ 𝑃𝑛𝑖 )2 (2 ∗ 10 + 6 ∗ 6.4 + 4 ∗ 2.8 + 2 ∗ 4.5)2 (78.6)2 6177.96


𝑛𝑒 = 2 = = =
∑ 𝑃𝑛𝑖 2 ∗ 102 + 6 ∗ 6.42 + 4 ∗ 2.82 + 2 ∗ 4.52 512.62 517.62
= 11.94

13
ne = 12

1.7 Determinação da potência trifásica equivalente de consumidores


monofásicos

Tendo em conta a seguinte rede com as cargas indicadas:

Considerando as diferentes situações que devem ser tomadas para


determinação da potência equivalente:

 Considerando (3) três consumidores monofásicos com potências


iguais pode-se considerar como um consumidor monofásico com
potência equivalente determinado pela fórmula:

𝑃𝑒 = 3𝑃𝑛𝑓 (1.17)

 Considerando 3 (três)consumidores monofásicos com potências


diferentes, a potência restante não distribuida uniformemente
pelas 3 (três) fases, deve ser menor que 15% da potência somada
de todos consumidores monofásicos, considererando todos os
consumidores formando uma carga simétrica.
 Analisando o caso de 3kW, 3kW e 4kW.

A poência restante não distribuida uniformemente: 4-3=1

4−3 1
= ∗ 100 = 10% < 15%
3 + 3 + 4 10

 Considerando 3 (três) consumidores monofásicos com potências


diferentes cuja potência restante não distribuida uniformemente é
maior que 15%, que critérios pode-se recorrer para determinar a
potência trifásica equivalente. Em geral, neste caso, considera-se
n<4, deveremos obdecer os seguintes procedimentos:
a. Ligação de consumidores à tensão simples de 220Volts.

14
Neste caso, a potência trifásica equivalente é igual ao triplo da
potência de um dos consumidores com maior potência.

𝑃𝑒 = 3𝑃𝑛 𝑚á𝑥 (1.18)

b. Ligação dos consumidores a 380Volts


Ligação de um só consumidor

𝑃𝑒 = √3𝑃𝑛 (1.19)

Ligação de 2 (dois) ou 3 (três) consumidores


𝑃𝑒 = 3𝑃𝑛 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 (1.20)

c. Ligação mista de 2 (dois) consumidores em que um está ligado a


220V e outro a 380V.

Sabe-se que:

Para o de 220V: Pe = 3Pn

Para o de 380V: Pe = 1.73Pn

Depois do cálculo feito o valor a considerar será o maior deles.

Exemplo de cálculo:

1. Existe um transformador de solda monofásico com os seguintes


valores da chapa de caracteristica:
Sn =42kVA; DF = 60%; cosφ= 0.62; Un = 220V.
DF- duração de funcionamento

Determine a potência equivalente trifásica.~

Resolução:

1.1 Cálculo do valor da potência monofásica reduzida à


duração de funcionamento em 60%.

Pn = Sn √DF cosφ = 42* √0.6 * 0.62= 20.2kW

1.2 Cálculo da potência equivalente trifásica

Pe = 3Pn = 3* 20.2 = 60.6kW

15
2. Existe um transformador monofásico de solda Sn = 78kVA; DF=60%;
cosφ=0.62; Un=380V.
2.1 Pn=Sn√DF cosφ = 76√0.6*0.62 =36.5kW
2.2 Pe=√3 Pn =√3* 36.5kW = 63.22kW
3. Existem 3 (três) transformadores monofásicos de solda com a
ligação à tensão composta cujos parâmetros nominais são:

Sn1=24kVA; DF1=65%; cosφ= 0.52


Sn2=24kVA; DF2=65%; cosφ= 0.54
Sn3=24kVA; DF3=50%; cosφ= 0.72

As potência reduzidas às de duração de funcionamento:

Pn1=Sn1√DF1 cosφ1= 24*√0.65 *0.52 =10.06kW

Pn2=Sn2√DF2 cosφ2= 32*√0.65 *0.54 =13.93kW

Pn3=Sn3√DF3 cosφ3= 186*√0.50 *0.72 =94.69kW

De entre elas a maior é a Pn3, então a pot~encia equivalente será:

Pe=3Pn maior= 3* 94.69kW = 284.07kW

4. Existem 2 (dois) fornos eléctricos de resistências com parâmetros


nominais seguintes:
Pn1 = 20kW; Un=220V
Pn2 = 45kW; Un =380V

Então a potência equivalente será:


Pe1= 3Pn= 3*20kW = 60kW
Pe2= √3Pn= √3*45kW = 77.9kW

A potência equivalente a considerar será de 77.9kW.

1.8 Cálculo da carga eléctrica nas redes de distribuição

Conceito de carga média máxima

A determinação das perdas pode ser efectuada pela fórmula seguinte:

∆W=∆Pe *∆t se ∆P =3I2r

Então:

∆W=3I2 ∆t

16
∆W=3 ∑Ii2 r ∆ti = 3Imq2 r T

Imq – Corrente média quadrática

T – Tempo total (Soma dos tempos)

A corrente óptima da carga deve estar compreendida entre:

Imáx≥Ic≥Imq≥Iméd

Pmáx≥Pc≥Pmq≥Pméd

Fazendo ilustração gráfica ter-se-à:

Observando o gráfico pode-se concluir que a Pmáx tem, no intervalo de


tempo T, efeito de aquecimento menor que o da Pméd.

T0 – é a constante de aquecimento que caracteriza a velocidade de


aquecimento e de arrefecimento do condutor

T=(3….4)T0

T0=C/A

T0= f(A)

Em geral T0=10min é o valor óptimo mínimo, daí que o Tmin será T=3T0=30
na maioria dos casos

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Graficamente tem-se:

Pc=Pe(30)=Pmáx méd 30

1.9 Pontos principais de determinação da carga eléctrica nos


sistemas de distribuição

Elaborando um esquema exemplificativo dum sistema de distribuição:

Onde:

P- Produção

SP- Subestação principal

PD(PS) - posto de transformação ou de seccionamento

PT - posto de transformação

QD-Quadro de distribuição

RP-relé de protecção

Os pontos principais onde se considera a concentração da carga que


é necessário determiná-la são os seguintes:

1- Ponto das cargas individuais


2- Ponto de derivação de cargas de grupos de consumidores
3- Barramento em baixa tensão
4- Saídas dos PT

18
5- Saída dos PD(PS)
6- Ligação em MT da subestação principal da empresa
7- Saída da subestação principal
8- Linhas de transporte
1.10 Métodos de cálculo da eléctrica nos sistemas de transporte e
distribuição
1.10.1 Método do coeficiente de carga máxima

A equação principal para a determinação da carga máxima


correspondente a um grupo de consumidores é a seguinte:

Pc=KM KU Pn= KM Pméd (1.22)

KM- Caracteriza o valor máximo da carga dos consumidores


𝑛

𝑃𝑛 = ∑ 𝑃𝑛𝑖
1

Ku = f(Tc,Rf) em que

Tc- tipo de consumidor

Rf – regime de funcionamento

KM= f(ne, ku)

No caso em que n≥4 a sucessão de cálculo é a seguinte:

a. Para cada grupo de consumidores, vamos determinar o valor da


carga com base no conhecimento dos parâmetros estatisticos ou
parâmetros nominais, nomeadamente:
Ku; cosφ (tgφ), recorrendo ao uso deles nas tabelas técnicas em
função de Tc e Rf.
b. Determinação da potência média
𝑛

𝑃𝑚é𝑑 = 𝐾𝑢 𝑃𝑛 𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑃𝑛 = ∑ 𝑃𝑛𝑖


1
Em que:

𝑄𝑚é𝑑 = 𝑃𝑚𝑒𝑑 𝑡𝑔𝜑 (1.23)

c. Determinação do número equivalente dos consumidores


conforme as fórmulas já conhecidas.
d. Determinação do coeficiente de carga máxima que é
KM = f(ne, Ku)

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e. Determinação das cargas eléctricas dos consumidores

Pc=KM Pméd ; quando existe o valor de ne


Qc=KM Qméd (1.24)

1.10.1 Particularidades de uso do Método

a. Quando ne<4
𝑛

𝑃𝐶 = ∑ 𝑃𝑛𝑖 (1.25)
1
b. Quando os consumidores são de regime de carga constante:
KM=1, então:
𝑃𝐶 = 𝐾𝑢 𝑃𝑛 = 𝑃𝑚é𝑑 (1.26)
c. Quando se tem alguns grupos de consumidores diferentes m-
éo número de grupos de consumidores

𝑃𝐶 = 𝐾𝑀 ∑ 𝑃𝑚é𝑑 (1.28)
1

𝑄𝐶 = 𝐾𝑀 ∑ 𝑄𝑚é𝑑 (1.29)
1

𝑆𝐶 = √𝑃𝐶2 + 𝑄𝐶2 (1.30)

KM= f(ne, KU)

∑𝑚
1 𝑃𝑚𝑒𝑑𝑖
𝐾𝑈 = (1.31)
∑𝑚
1 𝑃𝑛𝑖

d. Para consumidores cujos regimes de carga são diferentes.


Considerando apenas dois regimes diferentes:
 Regime de carga constante
 Regime de carga váriavel
𝑚1 𝑚2

𝑃𝐶 = ∑ 𝑃𝑚𝑒𝑑 + 𝐾𝑀 ∑ 𝑃𝑚𝑒𝑑 (1.32)


1 1

Sendo o 1º termo constante e o segundo váriavel

20
𝑚1 𝑚2

𝑄𝐶 = ∑ 𝑄𝑚𝑒𝑑 + 𝐾𝑀 ∑ 𝑄𝑚𝑒𝑑 (1.33)


1 1
Em que:
m1- é o número de grupo de consumidores com carga constante
m2- é o número de grupo de consumidores com carga váriavel

e. A potência de carga dos transfornadores dos postos de


transformação, devem incluir três tipos de cargas no respectivo
barramento em BT:
 Carga industrial
 Carga de iluminação
 Carga das instalações da potência reactiva em BT
(condensadores em BT)
 Por serem transformadores deve-se incluir perda de
potências neles próprios

Exemplo de cálculo:

Nº Consumidores n* Pn [kW] KU cosφ KC


1 Tornos 2*10 0.12 0.4 0.14
4* 6.4
3* 2.8
2 Fresadores 2* 6.4 0.12 0.4 0.14
1* 4.5
3 Furadores 1* 4.5 0.12 0.4 0.14
1* 2.8
4 Prensas automáticas 2* 6.4 0.2 0.65 0.35
5 Guindaste, DF=25% 1* 10 0.05 0.5 0.1
6 Bombas 2* 3.5 0.7 0.8 0.75
7 Ventiladores 2* 4.5 0.65 0.8 0.7
Para uma solução bem sequenciada é aconselhável uso ou a
organização de uma tabela com todos os elementos necessários que
será preenchida após o cálculo

21
1-10.2 MÉTODO ESTATISTICO

Em geral este método é aplicado por 2 (dois) tipos de consumidores do


regime intermitente (Pc1) e do regime permanente (Pc2)

𝑃𝐶 = 𝑃𝐶1 + 𝑃𝐶2 (1.34)

Para a carga Pc1 encontra-se o carácter probabilistico que pode-se


apresentar na forma da curva normal de distribuição da carga,
expressa pela fórmula:

1 (𝑥−𝑎)2
𝑓(𝑥) = 𝑒 2𝜎2 (1.35)
𝜎√2𝜋

a- Valor médio da esperança matemática ou por outras palavras é


o valor médio quadrático da carga

σ- desvio padrão

Eis a respectiva curva:

Para um só consumidor é possível indicar os parâmetros de consumo


de energia .

𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3 + ⋯ + 𝑃𝑚
𝑃𝑚𝑒𝑑 = 𝑀(𝑃) = (1.36)
𝑚

m- é o múmero de intervalos pequenos em relação a todo intervalo.

(𝑃1 − 𝑃𝑚𝑒𝑑 )2 + (𝑃2 + 𝑃𝑚𝑒𝑑 )2 + ⋯ + (𝑃𝑚 − 𝑃𝑚𝑒𝑑 )2


𝜎=√ = √𝐷(𝑃) (1.37)
𝑚

Assim teremos a fórmula de desvio padrão

𝑃𝑚𝑒𝑑 𝑀(𝑃)
= = 𝐾𝑢
𝑃𝑛 𝑃𝑛

Valor relativo de desvio padrão (σ*):

𝜎 √𝐷(𝑃)
= 𝜎∗ 𝑜𝑢 = 𝜎∗ (1.38)
𝑃𝑛 𝑃𝑛

√𝐷(𝑃) = 𝜎∗ 𝑃𝑛 → 𝐷(𝑃) = 𝜎∗2 𝑃𝑛2 − é 𝑎 𝑣𝑎𝑟𝑖â𝑛𝑐𝑖𝑎 (1.39)

Considerando um grupo de consumidores n, tem-se:

22
Pn1 ; Pn2 ;…Pn

Kn1 ; Kn2 ;… Kn

σn1 ; σn2 ;… σn

Assim se procede:
𝑛

𝑃 = 𝑃𝑚𝑒𝑑𝑡 = ∑ 𝑃𝑚𝑒𝑑𝑖
1

Assim se calcula o valor médio do grupo

A esperança matemática do grupo de consumidores será:


𝑛 𝑛 𝑛

𝑀(𝑃) = 𝑀(∑ 𝑃𝑚𝑒𝑑 ) = ∑ 𝑀(𝑃) = 𝐾𝑢 ∑ 𝑃𝑛 (1.40)


1 1 1

A variância será dada por:


𝑛 𝑛 𝑛 𝑛
2
𝐷(𝑃) = 𝐷(∑ 𝑃𝑚𝑒𝑑 ) = ∑ 𝐷(𝑃) = ∑ 𝜎∗2 𝑃𝑚𝑒𝑑 = 𝜎∗2 ∑ 𝑃𝑛 (1.41)
1 1 1 1

Para o desvio padrão:

𝜎 = √𝐷(𝑃) = 𝜎∗ √∑ 𝑃𝑛2
1

O principio de formação da curva é interpretado pela figura abaixo:

23
Β- múltiplo de dispersão ou taxa de desvio padrão

Β=1, 2, 3, sendo melhor Β>0 devido ao interesse de P≥Pmed

Assim Pc=Pmáx=M(P) ±βσ – que é a fórmula geral para determinar a


potência da carga para um grupo de consumidores.

Considerando a parte positiva do gráfico:

𝑛 𝑛

𝑃𝑐 = 𝑀(𝑃) + 𝛽𝜎 = 𝐾𝑢 ∑ 𝑃𝑛 = 𝛽𝜎∗ √∑ 𝑃𝑛2 (1.42)


1 1

Dividindo por: ∑𝑛1 𝑃𝑛

𝑃𝑐 𝑀(𝑃) + 𝛽𝜎 ∑𝑛1 𝑃𝑛 𝛽𝜎∗ √∑𝑛1 𝑃𝑛2


= = 𝐾𝑢 𝑛 +
∑𝑛1 𝑃𝑛 ∑𝑛1 𝑃𝑛 ∑1 𝑃𝑛 ∑𝑛1 𝑃𝑛

𝑛 𝑛
∑𝑛 𝑃𝑛2 𝛽𝜎∗
𝑃𝑐 = (𝐾𝑢 + 𝛽𝜎∗ √ 𝑛1 2 ) ∑ 𝑃𝑛 = (𝐾𝑢 + ) ∑ 𝑃𝑛
(∑1 𝑃𝑛 ) √𝑛𝑒
1 1

𝛽𝜎∗
𝐾𝑐 = 𝐾𝑢 + (1.43)
√𝑛𝑒

Kc – exprime o coeficiente de necessidade na forma probabilistica

A fórmula seguinte é:
𝑛
𝛽𝜎∗
𝑃𝑐 = (𝐾𝑢 + ) ∑ 𝑃𝑛 (1.44)
√𝑛𝑒 1

Quando o ne tende para o infinito então o coeficiente de necessidade


tende para o coeficiente de utilização Ku.

Tabela5: Valores probabilisticos

β -3.0 -2 -1.5 -1.0 -0.5 0 0.5 1.0 1.5 2.0 3.00


P*(β) 0.999 0.975 0.935 0.840 0.690 0.5 0.310 0.160 0.065 0.025 0.001

Estes valores caracterizam as probabilidade dos desvios prováveis do


βσ.

O valor limite de β é 3 sendo nulo para os valores maiores que 3.

24
O valor óptimo para o desvio pdrão: β=1.65 que se usa para o cálculo
que corresponde uma probabilidade bastante alta P* =0.95

Para gráficos muito irregulares tem-se que: σ* =0.25….0.3

σ* → 0

Depois de todas estas considerações a fórmula final pode ser


apresentada nos seguintes termos:
𝑛 𝑚 𝑛
1.65 ∗ 0.3
𝑃𝑐 = (𝐾𝑢 + ) ∑ 𝑃𝑛 + ∑(𝐾𝑢 ∑ 𝑃𝑛 ) (1.45)
√𝑛𝑒 1 1 1

E 𝑄𝑐 = ∑𝑛1 𝑃𝑖 𝑡𝑔𝜑𝑚𝑒𝑑 (1.46)

Ou seja:
𝑛 𝑚 𝑛
𝛽𝜎∗
𝑃𝑐 = (𝐾𝑢 + ) ∑ 𝑃𝑛 + ∑(𝐾𝑢 ∑ 𝑃𝑛 )
√𝑛𝑒 1 1 1

Sendo que o 1º termo representa a parte váriavel e o segundo a


constante.

Então:

Ku= f(ne)

No caso em que ne≥ (5…8) é válida a curva normal de distribuição das


probabilidades.

Figura 21 : gráfico da curva normal de distribuição das probabilidades

Esta curva corresponde a equivalente a seguir apresentada:

25
Figura 22: curva das probabilidades

A probabilidade de não ultrapassar E(x≤-3σ)=0 – não ultrapassa

A probabilidade de ultrapassar E(x≤-3σ)=1 – ultrapassa

Exemplo de cálculo:

Há um grupo de consumidores de algumas máquinas eléctricas cujo


número é 14; o seu coeficiente de utilização para todos é de Ku=0.12.
Determine a carga eléctrica deste grupo de consumidores:

Obs: estes consumidores são os dados no outro exemplo de cálculo, por


isso pode-se aproveitar certas determinações já efectuadas, como:

ne=12;
𝑛

∑ 𝑃𝑛 = 78.6𝑘𝑊
1

Resolução:

A fórmula é a seguinte:
𝑛 𝑛
𝛽𝜎∗
𝑃𝑐 = (𝐾𝑢 + ) ∑ 𝑃𝑛 → 𝑃𝑛 = 𝐾𝑐 ∑ 𝑃𝑛
√𝑛𝑒 1 1

1.65 ∗ 0.3
𝑃𝑐 = (0.12 + ) ∗ 78.6 = 20.66𝑘𝑊
√12

Porque β=1.65 e se Ku=0.12, corresponde ao seu valor minimo que irá


corresponder ao σ* máximo que devido a correspondência dos gráficos
irregulares σ*= 0.25…0.3, então assumiu-se o valor 0.3.

1.10.3. Método do coeficiente de necessidade

Para um grupo de consumidores com gráfico igual tem-se:

26
𝑛

𝑃𝑐𝑖 = 𝐾𝑐 ∑ 𝑃𝑛𝑖 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝐾𝑐 = 𝑓(𝑇𝑐 , 𝑅𝑓 )


1

Qci =Pc tgφi


𝑛 𝑛 𝑛

𝑃𝑐 = ∑ 𝑃𝑛𝑖 = ∑(𝐾𝑐 ∑ 𝑃𝑛𝑖 ) (1.48)


1 1 1

𝑛 𝑛

𝑄𝑐 = ∑ 𝑄𝑐𝑖 = ∑ 𝑃𝑐𝑖 𝑡𝑔𝜑𝑖 (1.49)


1 1

𝑆𝑐 = √𝑃𝑐2 + 𝑄𝑐2

Por outro lado sabe-se que:

Ku=f(Ku)

Kc=KM Ku

𝛽𝜎∗
𝐾𝑐 = 𝐾𝑢 + (1.50)
√𝑛𝑒

Quando ne →∞→KM→1→Kc→Ku

Tabela 6: Valores dos coeficientes

Ku 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9


Kc 0.5 0.6 0.65…0.7 0.75…0.8 0.85…0.9 0.92…0.95

𝑚 2 𝑚 2

𝑆𝑐 = 𝐾𝑐 √(∑ 𝑃𝑐 ) + (∑ 𝑄𝑐 ) (1.51)
1 1

Em que m é o número de grupo de consumidores

Kc =f(m)

Kc =(0.85…1.0)

Quando o número de grupo de consumidores é muito menor isto é m→1


o Kc→1. Em geral m vai até 10.

Exemplo de cálculo:

27
Tabela 7: consumidores

Nª Tipo de Nº de Pot. kc 𝑐𝑜𝑠𝜑 Pc=KcPc Qc=Pctgφ Sc=√(Pc2+Qc2)


grupos consum. instalada 𝑡𝑎𝑔𝜑 [kW] [kVA]
n Pn [kW]
1 Máquinas 14 78.5 0.14 0.4 10.99 25.17 27.46
ferramenta 2.29
2 Prensa 2 12.8 0.35 0.65 4.48 5.24 6.89
automática 1.17
3 Guindastes 1 5 0.1 0.5 0.5 0.87 0.94
1.73
4 Bombas 2 7 0.75 0.8 5.25 3.94 6.56
0.75
5 Ventiladore 2 9 0.7 0.8 6.3 4.73 7.877
s 0.75
6 Total 21 112.3 - - 27.52 39.95 49.7
Pode-se ver que os valores totais de Pn e Pc diferem devido aos
diferentes tipos de carga utilizados.

Para além destes métodos, nas consultas a outras literaturas podemos


consultar o seguinte:

 Densidade de carga
 Consumo de energia
 Cargas unitárias

Na aplicação destes e de outros inicialnete detalhados, na prática


profissional deverá se respeitar a regulamentação do país ou adoptar
além das normas das CEI ou da VDE.

Considerações referentes aos métodos analisados:

a. São todos importantes para projectar sistemas de transporte e


distribuição.
b. Os mais concisos são os de coeficiente de carga máxima e o
estatistico.
c. O de baixa precisão é o de necessidade, por isso muitas vezes se
recorre a ele para obter dados numa primeira aproximação.
d. Os restantes inclyuindo os simplesmente mencionados são úteis
para fins de planificação da carga para o futuro.

1.11. Determinação do momento de carga

Analise mecânica do centro de gravidade

28
Figura 23. Distribuição da carga num dado comprimento

∑ 𝑃𝑖 𝑋𝑖
∑ 𝑃𝑖 𝑋𝑐 = ∑ 𝑃𝑖 𝑋𝑖 → 𝑋𝑐 =
∑ 𝑃𝑖

Figura 24. Gráfico da distribuição da carga num dado comprimento

dP=Pdx =f(x)dx

∑ 𝑃𝑖 𝑋𝑖
𝑋𝑐 =
∑ 𝑃𝑖
𝑋1 𝑋1

∑ 𝑃𝑖 = ∑ ∆𝑃𝑖 = ∫ 𝑑𝑃 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
𝑋0 𝑋0

29
𝑋1 𝑋1

∑ 𝑃𝑖 𝑋𝑖 = ∑ 𝑋∆𝑃 = ∫ 𝑋𝑑𝑃 = ∫ 𝑋𝑓(𝑥)𝑑𝑥


𝑋0 𝑋0

𝑋
1
∫𝑋 𝑋𝑓(𝑥)𝑑𝑥
0
𝑋𝑐 = 𝑋
1
(1.52)
∫𝑋 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
0

No caso em que a carga distribuida é do mesmo valor.

Figura 25. Esquema mecânico

Assim:
𝑋
𝑃0 ∫𝑋 1 𝑋𝑑𝑥
𝑙2 𝑙
0
𝑋𝑐 = 𝑋 = = (1.53)
𝑃0 ∫𝑋 1 𝑑𝑥 2𝑙 2
0

Com o resultado anterior, no esquema eléctrico, com a rede da mesma


carga substitui-se por uma carga eléctrica centrada.

Figura 26. Carga eléctrica

1.12. Tipos de esquemas eléctricos em baixa tensão dos sistemas de


distribuição de energia eléctrica

Há dois tipos principais de esquemas eléctricos:

a. Em linha radial

30
Figura 27. Esquema eléctrico em linha radial
b. Em linha radial especial para este tipo de esquema exige-se
cabos flexiveis devido ao facto de a alimentação dos
consumidores ser feita em série.

Figura 28. Esquema eléctrico em linha radial especial

Este esquema tem a simplicidade esquemática e é de baixo custo, mas


quando se verifica uma desligação na entrada todos os consumidores
são desligados.

1.13. As tensões nominais nos sistemas de distribuição em baixa tensão

Existem quatro variantes, que são as seguintes:

a. 110/120V – é a modalidade em uso na América


b. 380/220V – é o sistema em uso actualmente quase em todo o
mundo
c. 22//120V – modalidade já ultrapassada
d. 660/380V- é um sistema que se julga de futuro

Vantagens no geral:

 Permite ligar uma gama diversificada de consumidores de força


motriz e de aparelhos de iluminação
 220V é valor baixo de tensão que não representa um maior
perigo para o ser humano.

31
Para 500V:

 Exige o uso de motores especiais para accionar os outros


 Requer aplicação de transformadores especiais para ligação aos
circuitos de iluminação
 Nercessidade de transformadores especiais a ligar na
aparelhagem de medição

Para 660/380V:

a. Vantagens:
 Permite diminuição de perdas de potência, de energia e da
tensão em todos os elementos do sistema.
 Diminuição da carga eléctrica
 Diminuição do consumo de metais no equipamento eléctrico
 Diminuição do custo do sistema
 Possibilidade de uso de motores assincronos existentes alternando
o sistema de ligação ∆→Υ
 Possibilidade de construção de motores assincronos para BT com
maior potência e muito económicos; ex: de 600 a 1000kW.
 Possibilidade de construção de postos de transformação muito
potentes com mesmos gabaritos usando edificios actuais que
servem os actuais PT de baixa tensão, indo até 2500kVA.

b. Desvantagens
 Exige o uso de transformadores especiais para iluminação
 Exige o uso de transformadores especiais para medição
 Aumento do perigo da vida humana.

1.14. Determinação da secção dos condutores, dos cabos isolados


pelas perdas admissíveis de tensão.

1.14.1 Os desvios e as perdas admissíveis de tensão

Tendo um esquema de baixa tensão:

32
Figura 29: Esquema de baixa tensão

Para determinar o valor do desvio de tensão aplica-se

𝑈𝑖 − 𝑈𝑛
∆𝑈 = 100 (1.54)
𝑈𝑛

Analisando a figura anterior constata-se que ao longo do comprimento


l, a tensão, no inicio é de valor maior ao do nominal e começa a
decrescer. Assim, entende-se que ao consumidor chega um valor
acima ou abaixo do nominal para os quais os equipamentos não estão
dimensionados, logo não há qualidade de tensão na utilização.
Somente quando se está no meio é que se tem o valor igual ao do
nominal.

Como medida, pode-se elevar o valor da tensão no inicio da linha mas


mantém-se o incoveniente numa parte da linha.

No entanto, para linhas longas podem ocorrer desvios possíveis e muito


deferenciados da tensão. Assim para assegurar a qualidade de tensão
para todos consumidores da linha estabelecem normas limitativas dos
desvios admissíveis de tensão que se apresentam:

a. Para maioria dos consumidores industriais e urbanos fixa-se em


∆U= ± 5Un.
b. Para a maioria dos motores eléctricos; ∆U= (+10% e -5%)Un.
c. Para instalações de iluminação; ∆U= (+5% e -2.5%)Un.
d. Para consumidores rurais ∆U= ±7.5%Un.

Relativamente as linas curtas o efeito da mudança de tensão é muito


pequeno e a influência da perda de tensão é menor também. Por isso
neste caso, a escolha da secção dos condutores é melhor que seja
pela via do aquecimento dos condutores e não na da queda de
tensão.

Face aos limites de desvios de tensão, tem-se por hábito, para cada
linha a elaboração de um gráfico de variação de tensão para permitir
a analise da qualidade de tensão até ao consumidor. Com este
procedimento há possibilidades para assegurara os desvios admissíveis
de tensão para qualquer linha.

33
Figura 30. Oscilação da tensão

Contudo as perdas admissíveis de tensão, para linhas industriais e


urbanas em baixa tensão existem as seguintes:

Quanto as perdas admissíveis de tensão, para as linhas industriais e


urbanas em baixa tensão existem os seguintes;

∆Uadm = (4…6)% que é a soma ao longo de toda a linha

Para linhas rurais em BT:

∆Uadm = (5…7)%

1.14.2. Parâmetros Unitários das linhas em Baixa tensão

𝑃𝑟 + 𝑄𝑋
∆𝑈 = (1.55)
𝑈𝑛

√3𝑈𝑛 𝐼𝑐𝑜𝑠𝜑𝑟0 𝑙 + √3𝑈𝑛 𝐼𝑠𝑒𝑛𝜑𝑥0 𝑙


∆𝑈 = = √3𝐼𝑙(𝑟0 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑥0 𝑠𝑒𝑛𝜑)
𝑈𝑛

∆𝑈 = √3𝐼𝑙 (𝑟0 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑥0 𝑠𝑒𝑛𝜑), 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 𝑑𝑢𝑚 𝑡𝑟𝑜ç𝑜 (1.56)

Para uma linha com alguns troços tem-se:

∆𝑈 = √3 ∑ 𝐼𝑙 (𝑟0 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑥0 𝑠𝑒𝑛𝜑)(1.57)

𝜌 Ω𝑚𝑚2
𝑟0 = [ ]
𝐴 𝑘𝑚
𝐷𝑚𝑔 Ω
𝑋0 = 0.145𝑙𝑔 + 0.016 𝜇 [ ] (1.58)
𝑟𝑒 𝑘𝑚

Considerando cabos nus de aluminio para linhas aereas cujas secções e


diâmetros são A70-10.7mm; A120- 14mm e A240 – 20mmtêm Dmg =
(50…60)cm, determine as respectivas reactâncias e tire as conclusões
gerais.

Ω Ω
𝑋0 = (0.2 … 0.3) 𝑒 𝑋0 = 0.25
𝑘𝑚 𝑘𝑚

34
Mas para linhas usando cabos isolados, analisando as secções seguintes
A35 7.5mm e A70 – 10.7mm para Dmg =(1…1.5)cm. Quais são as
reactâncias respectivas?

X0 =(0.08….0.06) Ω/km e X0= 0.07Ω/km, que pode-se despresar.

Significa que no cálculo usando cabos pode-se, despresar a


reactância.

1,14.3 Cálculo das secções dos condutores dos cabos isolados pelas
perdas admissíveis de tensão despresando as reactâncias.

Este método é aplicável nos seguintes casos:

 Quando o cosφi de todas as cargas é unitário.


 Quando o cosφi de todas as cargas é maior ou igual a (0.9…0.95).

Em geral o conceito principal das perdas admissívei é:

a. Para linhas trifásicas


𝑃𝑖 𝑟𝑖 + 𝑄𝑖 𝑋𝑖
∆𝑈 = ∑ 𝑠𝑒 𝑋𝑖 = 0
𝑈𝑛

𝑃𝑖 𝑟𝑖
∆𝑈 = ∑ 𝑜𝑛𝑑𝑒
𝑈𝑛

𝜌
𝑟𝑖 = 𝑟0 𝑙𝑖 = 𝑙 𝑙𝑜𝑔𝑜;
𝐴 𝑖
𝑟0 ∆𝑈%
∆𝑈 = ∑ 𝑃𝑖 𝑙𝑖 𝑚𝑎𝑠 ∆𝑈 = 𝑈 ; 𝑒𝑛𝑡ã𝑜:
𝑈𝑛 100 𝑛

100𝑟0
∆𝑈% = ∑ 𝑃𝑖 𝑙𝑖
𝑈𝑛2

100 𝜌 0.1𝜌
∆𝑈% = ∑ 𝑃𝑖 𝑙 𝑖 = ∑ 𝑃𝑖 𝑙𝑖
𝑈𝑛2 𝐴 𝐴𝑈𝑛2

Se P=√3 Un I, então:

√3𝜌
∆𝑈% = ∑ 𝐼𝑙 (1.59)
10𝐴𝑈𝑛

35
E se ∆U%=∆Uadm%, então:

0.1𝜌
𝐴≥ ∑ 𝑃𝑖 𝑙𝑖 (1.60)
∆𝑈𝑎𝑑𝑚% 𝑈𝑛2

b. Para linhas monofásicas


∆U%=∆Uadm%

2𝜌
∆𝑈% = ∑ 𝑃𝑖 𝑙𝑖
10𝐴𝑈𝑛2

0.2𝜌
∆𝑈% = ∑ 𝑃𝑖 𝑙𝑖
𝐴𝑈𝑛2

0.2𝜌
𝐴≥ ∑ 𝑃𝑖 𝑙𝑖 (1.61)
∆𝑈𝑎𝑑𝑚% 𝑈𝑛2

1.14.1. Cálculo da secção dos condutores pela perda de tensão


admissível levando em consideração as reactâncias da linha

Considerando que ∆Uadm% ≥ ∆U%

𝑃𝑖 𝑟𝑖 + 𝑄𝑖 𝑋𝑖 𝑟0 𝑃𝑖 𝑙𝑖 + 𝑟0 𝑄𝑖 𝑙𝑖
∆𝑈 = ∑ =∑
𝑈𝑛 𝑈𝑛

𝑟0 ∑ 𝑃𝑖 𝑙𝑖 + 𝑋0 ∑ 𝑄𝑖 𝑙𝑖
∆𝑈% = 100
𝑈𝑛2

0.1𝑟0 (∑ 𝑃𝑖 𝑙𝑖 + 𝑋0 ∑ 𝑄𝑖 𝑙𝑖 )
∆𝑈% = (1.62)
𝑈𝑛2

Entretanto, há que recordar que:

1. Para linhas aereas (LA) de cabo nú assume-se X0= 0.25Ω/km


2. Para linhas de cabo isolado (LCI) assume-se X0=0.07Ω/km

1.14.5 Cálculo da secção do cabo isolado pela perda admissível da


tensão nas resistências activas.

36
Sabendo que:

0.1𝑟0 ∑ 𝑃𝑖 𝑙𝑖 0.1𝑋0 ∑ 𝑄𝑖 𝑙𝑖
∆𝑈% = +
𝑈𝑛2 𝑈𝑛2

X0 =constante permite afirmar que:

0.1𝑋0 ∑ 𝑄𝑖 𝑙𝑖
= 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = ∆𝑢𝑟 %
𝑈𝑛2

Mas ∆U%=∆Uadm%

Sabendo que: ∆ua – perdas de tensão nas resistências activas.

∆ua adm%=∆Uadm%=∆ur%

0.1𝑟0 ∑ 𝑃𝑖 𝑙𝑖
∆𝑢𝑎𝑎𝑑𝑚% = (1.63)
𝑈𝑛2
𝜌
Se: 𝑟0 = 𝐴

0.1𝜌
𝐴≥ ∑ 𝑃𝑖 𝑙𝑖 (1.64)
∆𝑈𝑎𝑎𝑑𝑚% 𝑈𝑛2

1. Exercícios
2. Perguntas de controlo:
 Que atitude temos de tomar para determinar uma rede de
distribuição a considerar optima
 Qual é a vantagem de classificar os consumidores
 A maioria dos consumidores das cidades do país pertence
a que classe de consumidores
 Do seu ponto de vista sempre que se fizer o cálculo da
carga deverá se aplicar um coeficiente? Justifique-se.
 Qual é a vantagem que se obtém pela aplicação do
cálculo da potência trifásica equivalente dos
consumidores monofásicos.
 Tendo a sua disposição um sistema de rede de distribuição
de energia eléctrica como procederia para o cálculo da
carga ao longo desse sistema.
 Qual é o melhor método de cálculo da carga eléctrica nos
sistemas de transporte e distribuição, justifique-se.

37
 Existe algum paralelismo entre os tipos de esquemas
eléctricos e os tipos de tensões em baixa tensão.
 Qual é a relação existente entre os desvios e as perdas
admissíveis de tensão.

38
Capitulo II

CRITÉRIO DE SELECÇÃO DO EQUIPAMENTO ELÉCTRICO

INDICE

2.1 Para um disjuntor


2.2 Para um seccionador
2.3 Para um fusível
2.4 Para a escolha dum barramento
2.5 Para um isolador
2.6 Para a escolha de um transformador de corrente
2.7 Para a escolha dum transformador de tensão
2.8 Transformador de potência

39
2.Critério de selecção do equipamento eléctrico

Depois de estudar este capitulo, você estará em condições de saber:

1. Seleccionar equipamento eléctrico para um dado circuito


2. Utilizar diferentes métodos para determinar a potência nominal de
um transformador de potência

A seguir se fornece os elementos que permitam efectuar um bom


tratamento de grandezas eléctricas conhecidas ou calculadas para
uma boa selecção do equipamento a montar numa determinada parte
do sistema eléctrico.

É prática vulgar, após conhecer certas grandezas eléctricas do sistema,


compará-las com as duma gama de aparelhos dum dado tipo
pretendido para a montagem.

Por isso apresentam-se quadros que permitem facilitar esse processo


comparativo após o cálculo efectuado.

2.1 Para um disjuntor

Nº Parâmetro Condições a verificar


1 Tensão nominal [kV] Una≥Unr
2 Corrente nominal [A] Ina≥Imáx c
3 Corrente de desligamento [kA] Inda≥Icc
4 Potência de desligameno [MVA) Snda≥Scc
5 Corrente admissível de choque [kA] Ichadm≥Ichc
6 Corrente admissível de estabilidade 𝑡𝑐𝑐
térmica [kA] 𝐼𝑛𝑒𝑡 ≥ 𝐼∞ √
𝑡𝑛 𝑛𝑒𝑡

2.2 Para um seccionador

Nº Parâmetro Condições a verificar


1 Tensão nominal [kV] Una≥Unr
2 Corrente nominal [A] Ina≥Imáx c
3 Corrente de desligamento [kA] Ichadm≥Iich
4 Potência de desligameno [MVA) 𝑡𝑐𝑐
𝐼𝑛𝑒𝑡 ≥ 𝐼∞ √
𝑡𝑛𝑒𝑡

40
2.3 Para um fusível

Nº Parâmetro Condições a verificar


1 Tensão nominal [kV] Una≥Unr
2 Corrente nominal [A] Ina≥Imáx c
3 Corrente de desligamento [kA] Inda≥Icc
4 Potência de desligameno [MVA) Snda≥Scc

2.4 Para um barramento

Nº Parâmetro Condições a verificar


1 Tensão nominal [kV] In≥Imáx c
2 Esforço mecânico admissível [MPA] σadm≥ σ
3 Secção minima pela estabilidade ∞√tcc
térmica

Onde:

- coeficiente térmico

1
𝛼= (2.1)
√𝜃𝑎𝑑𝑚 − 𝜃𝑖

2.5 Para um isolador

Nº Parâmetro Condições a verificar


1 Tensão nominal [kV] Una≥Unr
2 Força mecânica admissível [MPA] Fadm≥ Fc

2.6 Para escolha de um transformador de corrente

Nº Parâmetro Condições a verificar


1 Tensão nominal [kV] Una≥Unr
2 Corrente nominal primária [A] Un1a≥Ic1
3 Carga secundária do transformador Sn2≥Sc2
de corrente [VA]
4 Força mecânica admissível [N] Fadm≥1/2 f0 l/km
5 Taxa de corrente da estabilidade 𝑖𝑐ℎ
𝐾𝑒𝑒 ≥
electrodinâmica [kA] √2𝐼𝑛1
6 Taxa de corrente da estabilidade [kA] 𝐼∞ √𝑡𝑐𝑐
𝐾𝑒𝑡 ≥
𝐼𝑛1 √𝑡𝑛𝑒𝑡

41
2
√3 10−7 𝑖𝑐ℎ
𝑓0 = − 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎 (2.2)
𝑎

l- distância donde está o transformador de corrente até ao isolador de


suporte próximo

tnet – tempo nominal de estabilidade térmica

2.7 Para escolha de um transformador de tensão

Nº Parâmetro Condições a verificar


1 Tensão nominal [kV] Una≥Unr
2 Carga secundária admissível [VA] Sadm2≥ Sc2
3 Erro admissível [%] Eadma≥Ec

2.8 Transformador de potência


2.8.1 Generalidades

Transformador de potência é um elemento principal e mais caro numa


estação de transformação dum sistema eléctrico.

Comparativamente, para cada 1kW de potência de um gerador


instalado num dado ponto, para se garantir com que ao último
consumidor chegue o nível energético desejado, correspondentemente
exige-se do transformador 5kVA. Esta proporção faculta-nos ao seguinte
tipo de cálculo: se uma central eléctrica tem um gerador cuja potência
eléctrica é de 5x 15MW= 75MW, então exige-se a potência de
transformação seja no minimo de 375MVA.

Contudo, não é para se aplicar esta proporção estimada para se


determinar a potência exigida á estação de transformação. Pois que,
exige-se , numa estação de transformação, uma potância instalada dos
transformadores a estritamente necessária, o que para tal exige:

a. Um número optimo de transformadores


b. Uma potência optima instalada correspondente aos
transformadores

A determinação da potência dos transformadores para estações de


transformação do sistema eléctrico depende da aplicação a dar e do
regime de exploração.

42
2.8.2 Número de transformadores numa estação de transformação

Numa estação de transformação geralmente implanta-se um ou mais


transformadores.

Tem sido prática adoptar um transformador para estações que


alimentam cargas que não são de exigência especiais quanto ao seu
funcionamento.

Só são usados dois ou mais no caso de se estar perante consumidores


de elevada fiabilidade e com regime de produção muito exigente.

2.8.3 Escolha dos transformadores para estações de transformação


a. As cargas dos transformadores

Supondo o seguinte gráfico da carga real:

Fig. 1 Gráfico da carga real

Considerando a gama de potências de transformadores fabricados: SnT


[kVA] = 25, 50, 100, 160, 200, 250, 315, 400, 500, 630, 800, 1000, 1250, 1600.

Com os valores da carga e da gama de potência dos transformadores


pode-se efectuar a escolha do transformador pela simples comparação
seguinte:

SnT ≥ Scarga

Contudo, com base nos dados disponíveis pode-se avaliar o coeficiente


de carga- Kca.

𝑆𝑐
𝐾𝑐𝑎 =
𝑆𝑛𝑇

43
𝑆𝑚á𝑥 510
𝐾𝑐𝑎𝑚á𝑥 = = 100 = 80.95%
𝑆𝑛𝑇 630

Nota-se que faltam 20% para o valor nominal.

Com este valor significa que o transformador tende para o


funcionamento em vazio.

Mas para Smáx2 = 320kVA

320
𝐾𝑐𝑎 = 100 = 50.79%
630

b. Coeficiente admissíveis de sobrecarga dos transfomadores.

SnT – potência nominal

Sei – potência equivalente inicial

Semáx – potência equivalente máxima

Smáx – potência máxima

Segundo a lei de joule:

𝑄 = 𝐼 2 𝑟𝑡

A equação de equilibrio térmico se apresenta:

2
𝐼𝑒𝑚á𝑥 𝑡𝑖𝑚á𝑥 = ∑[(𝛼𝑖 𝐼𝑛 )2 𝑡𝑖 ] (2.4)

Em que:

44
𝐼𝑖
𝛼𝑖 =
𝐼𝑛
𝑆
Sabe-se que: 𝐼 = 𝑈√3 logo:

2
𝑆𝑒𝑚á𝑥 𝑡𝑚á𝑥 = ∑[(𝛼𝑖 𝑆𝑛 )2 𝑡𝑖 ] = 𝑆𝑛2 ∑(𝛼𝑖2 𝑡𝑖 )

Assim:

∑(𝛼𝑖2 𝑡𝑖2 )
𝑆𝑒𝑚á𝑥 = 𝑆𝑛 √ (2.5)
𝑡𝑚á𝑥

Em que:

∑(𝛼𝑖2 𝑡𝑖2 )
√ = 𝐾𝑠𝑐𝑎 (2.6)
𝑡𝑚á𝑥

𝑆𝑒𝑚á𝑥 = 𝑆𝑛 𝐾𝑠𝑐𝑎 (2.7)

Ksca →coeficiente de sobrecarga que caracteriza o grau de


ultrapassagem da potência em relação à potência nominal durante um
tmáx.

∑(𝛼𝑖2 𝑡𝑖´ )
𝑆𝑒𝑖 = 𝑆𝑛 √ (2.8)
𝑡𝑖

Em que:

∑(𝛼𝑖2 𝑡𝑖´ )
√ = 𝐾𝑐𝑎𝑖 (2.9)
𝑡𝑖

Kcai → caracteriza a carga inicial do transformador antes de atingir a


sobrecarga máxima.

𝛼12 𝑡1 + 𝛼22 𝑡2 + ⋯ + 𝛼𝑛2 𝑡𝑛


𝐾𝑠𝑐𝑎 =√
𝑡1 + 𝑡2 + 𝑡3 + ⋯ + 𝑡𝑛

𝛼12 𝑡1´ + 𝛼22 𝑡2´ + ⋯ + 𝛼𝑛2 𝑡𝑛´


𝐾𝑠𝑐𝑎𝑖 = √
𝑡1´ + 𝑡2´ + 𝑡2´ + ⋯ + 𝑡𝑛´

45
No caso de Ksca = Kscadm pode-se determinar a Sn do transformador
partindo de:

Smáx = Ksca Sn

𝑆𝑒𝑚á𝑥
𝑆𝑛𝑇 ≥ (2.10)
𝐾𝑠𝑐𝑎𝑑𝑚

Kscadm = f(Pn, Tr, Kcai, tmáx, θméd)

Tr – tipo de refrigeração

A seguir é facultada a tabela dos coeficientes de sobrecarga


admissíveis dos transformadores adaptados para as condições de
moçambique e cuja refrigeração é a óleo e para temperatura
ambiente de 15ºC.

Tabela 2.1 Coeficientes de sobrecarga admissíveis dos transformadores

Tmáx Potência [kVA]


(h) Até 1000 De 1000 a 6300
Kcai Kcai
0.4 0.6 0.8 1.0 0.4 0.6 0.8 1.0
1 1.5 1.0 1.5 1.1
2 1.47 1.42 1.35 1.0 1.5 1.48 1.4 1.0
4 1.27 1.26 1.2 1.0 1.33 1.3 1.24 1.0
6 1.19 1.17 1.14 1.0 1.23 1.2 1.17 1.0
8 1.14 1.13 1.11 1.0 1.17 1.16 1.13 1.0
12 1.09 1.08 1.07 1.0 1.11 1.1 1.08 1.0
24 1.0 1.0

Kscadm – coeficiente de sobrecarga admissível

Kscai– coeficiente de carga inicial

c. Métodos de escolha de transformador para postos de


transformação

A. Método para a instalação de apenas 1 (um) transformador

1º Método dos coeficientes de sobrecarga admissível

Da equação geral:

Semáx= Ksca SnT

46
Se Ksca=Kscadm

𝑆𝑒𝑚á𝑥
𝑆𝑛𝑇 ≥
𝐾𝑠𝑐𝑎𝑑𝑚

Semáx = Scarga = Smáxcarga

2º Método dos coeficientes de carga óptima

𝑆𝑚𝑒𝑑
𝐾𝑐𝑎 = (2.11)
𝑆𝑛𝑇

Se Kca = kcarga óptima (Kcao) pode-se proceder:

𝑆𝑚𝑒𝑑
𝑆𝑛𝑇 = (2.12)
𝐾𝑐𝑎𝑜

As condições de carga óptima são as seguintes (Kcao):

 Kcao = 0.7….0.8 para consumidores de menor exigência


 Kcao = 0.9….0.95 para consumidores de maior exigência

𝑆𝐶
𝑆𝑚𝑒𝑑 = (2.13)
𝐾𝑀

O valor de KM é obtido conforme os dados existentes na realidade, caso


não admite-se: 1.15 a 1.2.

Desta feita:

𝑆𝐶
𝑆𝑛𝑇 = (2.14)
𝐾𝑐𝑎𝑜 𝐾𝑀

B. Para a instação de 2 (dois) transformadores

Para este caso apenas é aconselhável usar o método dos coeficientes


da carga óptima.

𝑆𝑚𝑒𝑑
𝐾𝑐𝑎 = , 𝑒𝑛𝑡𝑒𝑛𝑑𝑎 − 𝑠𝑒: 𝐾𝑐𝑎 = 𝐾𝑐𝑎𝑜 (2.15)
2𝑆𝑛𝑇

𝑆𝑚𝑒𝑑
𝑆𝑛𝑇 = 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝐾𝑐𝑎𝑜 = 0.65 … 0.75 𝑡𝑒𝑟 − 𝑠𝑒 − à
2𝐾𝑐𝑎𝑜

𝑆𝑚𝑒𝑑 𝑆𝑚𝑒𝑑
𝑆𝑛𝑇 = = = (0.77 … 0.66)𝑆𝑚𝑒𝑑
2(0.65 … 0.75) 1.3 … 1.5

SnT =(0.7…0.8) Smed

47
𝑆𝑚á𝑥𝑐
Sendo: 𝑆𝑚𝑒𝑑 = , 𝑒𝑛𝑡ã𝑜:
𝐾𝑀

𝑆𝑚á𝑥𝑐
𝑆𝑛𝑇 = (0.7 … 0.8) (2.16)
𝐾𝑀

Nos postos de transformação com dois transformadores é necessário


verificar o caso em que se admite existir um transformador desligado.

𝑆𝑚á𝑥𝑐
𝐾𝑠𝑐𝑎 = ≤ 𝐾𝑠𝑐𝑎𝑑𝑚 = 1.4
𝑆𝑛𝑇

48
Capitulo III- Correntes de curto – circuito
Indice
3.1 Fundamentos para o cálculo das correntes de curto circuito
3.1.1 Generalidades
3.1.2 Fenómenos da corrente de curto circuito
3.1.3 Definição de alguns conceitos importantes
3.1.4 Valores da correntes de curto circuito admissível em geradores
3.1.5 Valores da corrente de curto circuito admissível em
transformadores
3.1.6 Processo transitório no circuito RL
3.2 Processo de cálculo das correntes de curto circuito
3.2.1 Dados para o cálculo das correntes de curto circuito
3.2.1.1 Geradores
3.2.1.2 Transformadores
3.2.1.3 Linhas eléctricas
3.2.1.4 Outros elementos do circuito
3.2.2 Conceitos básicos para o cálculo de potências e correntes de
curto circuito
3.2.2.1 Geradores ligados em paralelo
3.2.2.2 Transformadores ligados em paralelo
3.2.2.3 Gerador e transfomador ligados em série
3.3 Métodos de cálculo das correntes de curto circuito
3.3.1 Métodos das unidades reais
3.3.2 Métodos das unidades relativas
3.3.3 Método da precisão elevada
3.3.4 Cálculo das correntes de curto circuito das fontes com potência
limitada
3.3.5 Cálculo das correntes de curto circuito nos esquemas complexos
3.4 Cálculo das correntes de curto circuito em casos especiais
3.4.1 Instalações de pequena potência
3.4.2 Cálculo das correntes de curto circuito em instalações de baixa
tensão
3.4.2.1 Fórmulas de cálculo das correntes de curto circuito
3.4.3 Curto circuito básico e monofásico

49
3. Correntes de curto circuito
3.1 Fundamentos para o cálculo das correntes de curto circuito
3.2 Generalidades

O uso do termo curto cirtuito congrega em si todos os defeitos


originados por um contacto ora entre um condutor e a terra ou
qualquer peça metálica ligada a terra ou por contactos entre
condutores. Na maioria dos casos, este contacto se efecua através
de um arco, com excepção nas instalações em Alta tensão.

As causas dos curto circuitos são diversas, podendo ser:

a. De origem eléctrica. É o exemplo disso, a simples alteração de um


isolante que altera a capacidade de suporte da tensão pelo
equipamento.

b. De origem mecânica. É a situação em que ocorre uma ruptura


de condutores ou isoladores, uma queda de um corpo estranho,
como exemplo um ramo de uma arvore sobre a linha aerea ou
um golpe duma picarreta ou outro material num cabo
subterrâneo atingindo a sua alma, etc…

c. De origem atmosférica. Este tipo de causas são originadas,


podendo ser devido a um raio que atinge os condutores da linha
bem como por uma tempestade, nevoeiro, gelo, que originam
efeitos mecânicos , tais como aproximação dos condutores entre
si, ou eléctricos (como a alteração das superficies dos isoladores),
etc…

d. Por último, podem ser devidas a erros de manobra (por exemplo,


a abertura de um seccionador em carga).

Contudo estes contactos casuais entre condutores, normalmente


não afectam a todos eles simultaneamente. No caso das redes
trifásicas, cuja tensão de serviço seja igual ou superior aos 60kV, a
experiência demostra que os 70 a 80% dos curto circuitos, ou a
excepção dos que começam, entre uma fase e terra se o defeito
não se elemina com suficiente rapidez, o arco pode alcançar a
segunda e incluindo a terceira fase.

Os defeitos entre as três fases (curto circuitos simétricos) ou defeitos


trifásicos que afectam as linhas aereas são causadas por:

50
a. Fenomenos mecânicos susceptiveis de originar um contacto entre
as fases ou de pôr à terra simultaneamente os três condutores
(destruição duma torre, queda de um avião sobre a linha, etc…)

b. Queda directa de um raio em que, se a resistência da tomada de


terra das torres tiver um valor excessivo, pode resultar um
potencial de terra suficientemente alto para que, ao mesmo
tempo, se produza a alimentação das três fases.

c. Uma falsa manobra assim como a abertura em carga de um


seccionador numa subestação em que as fases não estão
separadas.

Os defeitos trifásicos sobre as redes de cabos subterrâneos são muito


pouco frequentes e são devidas, em geral a causas mecãnicas,
exceptuando para redes de tensão relativamente baixa nas quais o
emprego de cabos tripolares aumenta o risco de curto circuito
trifásicos.

Por último, os curto circuitos entre fases, sem defeito à terra,


aparecem excepcionalmente e são devidos, quase unicamente, a
motivos mecãnicos.

Em geral, a presença dum curto circuito sobre a rede provoca


sobreintensidades, quedas de tensão, e desiquilibrios nas tensões e
correntes das três fases. Estes fenómenos, cuja importância depende
da constituição da rede, origina toda a série de consequências a
saber:

a. Aquecimentos devido as correntes de curto circuito e avarias


originadas por arcos.
Os aquecimentos produzidos pelas correntes de curto circuito são
de temer, principalmente, para cabos subterrâneos de média
tensão, que não possuem um tolerância calorifica considerável.
b. Danificação de disjuntores
Os disjuntores e fusíveis devem ter uma capacidade de ruptura
adequada para que durante um curto circuito possam funcionar
e cumprir a sua função sem sofrer avarias nem constituir perigo
para o pessoal e o equipamento eléctrico. Além de que devem
ter uma capacidade de ruptura suficiente, para eliminar a avaria
com rapidez e segurança, o disjuntor ou fusível deve ter também
uma capacidade instantânea suficiente para resistir aos efeitos
51
resultantes dos valores máximos das correntes de curto circuito.
Por esta razão, para seleccionar adequadamente um isjuntor é
necessário calcular o valor da corrente de curto circuito no
momento em que se produz a interrupção do circuito, como
valor máximo da dita corrente nos instantes iniciais.
c. Esforços ekectrodinâmicos anormais
A passagem das correntes muito intensas vai acompanhada de
esforços eletrodinâmicos muito importantes que podem produzir
deformações das barras e ligações, rupturas de isoladores,
suportes, incluindo, as vezes, danos consideráveis sobre os
enrolamentos das bobinas de reactância e dos transformadores,
se estes não tiverem a rigidez mecânica suficiente.
d. Quedas de tensão elevadas
As correntes de curto circuito, ao atravessar os diferentes
elementos das redes provocam quedas de tensão que podem
originar o desligamento das máquinas sincronas ou assincronas e
pôr em perigo a estabilidade das redes.

3.1.2 Fenómenos da corrente de curto-circuito

Faremos a analise e estudo das correntes produzidas em caso de um


curto-circuito tripolar, que é o mais simples de analiza-lo. Permitindo,
mais tarde, fazer uso dos conceitos apreendidos nos casos de curto-
circuitos bipolares e unipolares. Naturalmente, o curto circuito tripolar é
o que se produz simultaneamente nas três fases dum sistema trifásico.

Supondo um gerador trifásico funcionando em vazio, que fecha o


circuito sobre um curto circuito tripolar; na figura 1 se apresenta o
diagrama vectorial das condições de funcionamento neste caso.

Fig 1: diagrama vectorial de um gerador trifásico funcionando em vazio, que fecha sobre um curto circuito
52
de 900 em avanço que, por sua vez, é produzido por um campo
magnético Hr. Como o circuito que se fecha com curto circuito tem um
caracter predominantemente indutivo, que a resistência do gerador
em vazio que é muito pequena com a sua reactância, a corrente de
curto circuito que se produz, atrasa quase 900 em relação a força
electromotriz E. esta corrente I cc origina um campo magnético Há, que
está em fase com a mesma corrente, que tende a neutralizar o campo
Hr que está em oposição de fase com Há e que produz o fluxo de
á
que uma diminuição do mesmo, pela lei de Lenz, provoca o
aparecimento de correntes indutivas que tendem a mantê-lo invariável.
Estas correntes, em parte, circulam pelo enrolamento de excitação ou
pelo de amortecimento, e outra parte pelas partes do ferro macio
possivelmente existentes. O campo magnético Had assim formado, que
nos primeiros momentos compensa o campo magnético Há,
desaparece pouco a pouco. Com o desaparecimento, também vai

corresponda a força electromotriz do estado de um curto circuito

mantém e , portanto, também o valor da força electromotriz do estado


normal, se obtém nos primeiros instantes uma elevadissima corrente de
curto circuito de choque. Efectivamenet, por ter desaparecido, na
prática as resistências do circuito por efeito do curto circuito a única
posição de passagem da corrente está na reactância de dispersão Xe
do gerador e a força electromotriz será:

𝐸 = 𝐼𝑋𝑒 (3.1)

Como Xe é muito pequeno e E, como se disse, tem quase o seu valor


nominal, o valor de I será muito grande.

Devido as caracteristicas indutivas do circuito, a forma da corrente de


curto circuito será diferente, conforme seja o valor da força
electromotriz alterna no momento do curto circuito. Entretanto faremos
o estudo nos dois casos extremos, isto é quando:

a. E=Emáx
b. E=0

Quando a força electromotriz passa pelo seu valor máximo, a corrente


de curto circuito produzida é simétrica, tal como expresso na figura 2,
quer dizer que as amplitudes negativas das ondas de corrente são

53
iguais às positivas. Estas amplitudes decrescem gradualmente devido,
como foi visto, a forte reacção desmagnetizante da corrente de curto

a força electromotriz E. a intensidade inicial I ccda corrente de curto


circuito está praticamente limitada pela reactância de dispersão, por
fechar-se quase exclusivamennte através do ar e das partes laminadas,
se estabelece instantaneamente. O valor eficaz desta corrente de
calcula:

𝐸
𝐼𝑐𝑐 = (3.2)
𝑋𝑒

A este valor inicial da corrente do curto circuito se lhe chama corrente


eficaz de curto circuito de choque; ao valor da crista desta corrente,
será:

𝐼𝑐ℎ = √2𝐼𝑐𝑐 (3.3)

Figura 2: gráfico da corrente de curto circuito quando a força electromotriz passa pelo seu valor máximo

Corrente máxima de curto circuito de choque Ich

Como se sabe o valor da corrente de curto circuito de choque vai


diminuindo até que, passados vários períodos, se alcança o valor
correspondente a corrente de curto circuito permanente, cuja
intensidade depende da reactância total do gerador, soma da
reactância de dispersão e da sincrónica (esta última devido ao campo
giratório sincrónico da rescção do induzido).

Se o curto circuito ocorre no instante em que a força electromotriz


passa pelo valor nulo, a corrente de curto circuito adopta a forma
representada na figura 3. Sabe-se que se a indutância se põe
54
rapidamente sob tensão, a corrente que se forma consta, além da
componente unidirectional de corrente contínua, de grandeza (valor)
igual a amplitude da corrente alterna, no caso em que a tensão passa
pelo seu valor zero. O valor desta componente unidirectional seria
constante se a resistência do circuito fosse adsolutamente nula, mas
como esta resistência, embora pequena, tem um certo valor, o valor da
componente unidirectional se amortece rapidamente, até desaparecer
no fim de vários períodos.

Figura 3: Gráfico de curto circuito quando a força electromotriz passa pelo seu valor nulo

Como o valor da componente contínua é igual a amplitude da


corrente alterna, teríamos que o valor da corrente máxima de curto
circuito seria:

𝐼𝑐ℎ = √2𝐼𝑐𝑐 + √2𝐼𝑐𝑐 = 2√2𝐼𝑐𝑐 (3.4)

Quer dizer, um valor duplo que no caso visto anteriomente, quando se


supôs que a tensão passava pelo seu valor máximo.

Este valor é puramente teórico pois como se disse, há que ter em conta
o amortecimento do circuito; na prática, e segundo resultados
experimentais, se considera:

𝐼𝑐ℎ = 1.8√2𝐼𝑐𝑐 (3.5)

Ou expressando doutra forma:

𝐼𝑐ℎ = 2.55𝐼𝑐𝑐

55
A componente unirirectional é praticamente nula no fim de 0.25
segundos; a partir daqui, a corrente de curto circuito de choque, se
torna simétrica e vai-se amortecendo até atingir o valor da corrente de
curto circuito permanente.

Naturalmente, se o curto circuito se produz quando a força


electromotriz tem um valor intermédio aos dois estudados, existirá
sempre uma componente unidireccional, ainda que o seu valor será
inferior ao que resulta quando a força electromotriz é nula no momento
em que se produz o curto circuito.

Deve-se ter em conta, para correntes trifásicas, quando se produz um


curto circuito tripolar e numa das fases, a força electromotriz passa pelo
seu valor nulo, nas outras duas fases, a força electromotriz tem curto
circuito não nulo, pelo que as correntes de curto circuito nestas fases
serão inferior à da fase afectada pelo valor nulo da força electromotriz.

Contudo, como não pode-se saber previamente o momento em que se


produzirá um curto circuito, para o cálculo e projecto dos aparelhos de
protecção das redes e máquinas se terá em conta as condições mais
desfavoráveis e, portanto supor que o curto circuito se provoca quando
a força electromotriz passa pelo seu valor zero.

Voltando a analisar as figuras 2 e 3, observa-se que o tempo que dura o


curto circuito se pode dividir em três partes:

a. Período subtransitório

Durante este período inicial a corrente de curto circuito de choque


baixa rapidamente de valor; consoante os casos dura 1 a 10 períodos.
Se a tensão passa pelo seu valor máximo, a corrente de curto circuito
durante este período é simétrica, ou seja, que são iguais as semiondas
positiva e negativa. Se tratará, portanto, de uma corrente simétrica de
curto circuito que , por estabelecer-se durante este período recebe
também o nome de corrente subtransitória de curto circuito. Se a
tensão passar pelo seu valor nulo e, como se disse anteriormente , a
corrente subtransitória de curto circuito está caracterizada pelo facto
de que as semiondas positivas não têm o mesmo valor que as
semiondas negativas, ou seja de uma corrente assimétrica de curto
circuito.

56
b. Período transitório

Durante este tempo, a corrente de curto circuito vai diminuindo


lentamente de valor até atingir o valor da corrente permanente de
curto circuito. Este periodo tem uma duração de 50 a 100 períodos, quer
dizer de 1 a 2 segundos, se se tratar da corrente industrial a 50Hz. Tanto
faz que o ínicio do curto circuito se tenha produzido quando a tensão
passa pelo valor máximo ou pelo seu valor nulo, a corrente transitória de
curto circuito é simétrica, ou seja que as semiondas positivas e negativas
são iguais.

c. Período permanente

A corrente de curto circuito alcança o seu valor permanente I p e


continua sem variar neste valor enquanto durar a causa que provocou
o curto circuito. Durante o período subtransitório se produzem intensos
esforços electrodinâmicos nos elementos submetidos ao curto circuito,
que podem provovar a sua destruição. Dado o tempo de desligação
própria dos interruptores e relés de protecção od interruptores desligam
a parte do circuito afectada pelo curto circuito, durante o período
transitório, pelo que as máquinas e aparelhos devem projectar-se para
suportarem durante o tempo que dura o período subtransitório, a
corrente de choque produzida.

As correntes de curto circuito transitória e permanente provocam,


sobretudo, um intenso aquecimento nas máquinas e aparelhos
submetidos ao curto circuito, pelo que estes deverão ser pojectados
para resistir ao aquecimento produzido pela corrente transitória até que
os aparelhos de protecção tenham desempenhado a sua função
protectora.

Em resumo pode-se afirmar que, para o cálculo das correntes de curto-


circuito, dever-se-à ter em conta o seguinte:

a. Período subtransitório
Esforços electrodinâmicos em máquinas e aparelhos

b. Período transitório
Funcionamento dos disjuntores automáticos. Esforços térmicos em
máquinas e aparelhos

c. Período permanente
Esforços térmicos em máquinas e aparelhos

57
3.1.3 Conceitos
Os conceitos a definir são os relacionados com os aparelhos de
corte ou interruptores.

a. Capacidade de ruptura ou, poder de desligação:

Ao valor eficaz da corrente que, como máximo, pode ser cortada


por um interruptor com toda segurança e com apenas ligeiras
deteriorações de seus contactos, quando se monta um circuito
cuja tensão de serviço é igual ou é muito próxima a tensão
nominal de serviço indicada no interruptor. Muitas vezes se
expressa directamente a capacidade de ruptura em kA mas,
geralmente se expressa em KVA cuja expressão é para sistemas
trifásicos:

𝑆𝑟 = √3𝑈𝑠 𝐼𝑑 (3.6)

Sr – potência de ruptura em kVA


Us – tensão de serviço em volts
Id – corrente de ruptura ou de desligamento em kA.

Quando se fecha um interruptor sobre um circuito que tem um


defeito franco, a corrente de curto circuito de choque, se
estabelece um momento antes do fecho dos contactos,
produzindo-se um arco entre estes, e aparecendo forças
electrodinâmicas de repulsão que podem ser tão elevadas que
impeçam o fecho do aparelho. Em cada interruptor se indica o
poder de ligação sobre o curto circuito que é o valor instantâneo
que, sendo máximo, pode atingir a corrente de choque, de forma
que o aparelho se feche com segurança. As vezes se denomina
também capacidade de ligação. Em geral o poder de ligação é
igual ou muito próximo a corrente máxima de curto circuito de
choque prevista.

A corrente de ruptura ou de desligação I d de um interruptor, se


determina por:

𝐼𝑑 = 𝜇𝐼𝑐𝑐 (3.7)

Sendo μ um factor que depende da relação I cc/In e que a figura 4


expressa dependência relacional para diferentes valores de
58
retardação na interrupção. Em todos casos I n é a corrente
nominal que, procedente das centrais, aflui no ponto de curto
circuito e deve referir-se à tensão de regime no dito ponto.

Figura 4: valores do coeficiente μ para diferentes retardamentos na interrupção dos aparelhos de


corte: A- valores de μ para um retardamento de 0 segundos (fusíveis). B- valores de μ para um
retardamento de 0.1 segundos (disjuntores rápidos). C-valores de μ para um retardamento de 0.25
segundos (disjuntores normais).

Para encontrar, em cada caso especifico, a relação


𝐼𝑐𝑐
𝐼𝑛
Se recordará que:

𝐸
𝐼𝑐𝑐 =
𝑋𝑒

E portanto:
𝐼𝑐𝑐 𝐸
=
𝐼𝑛 𝑋𝑒 𝐼𝑛

Fórmulas para cálculo da potência de curto circuito


Para um gerador, a potência de curto circuito tripolar vem
expressa por:

59
a. Potência de curto circuto:

𝑆𝑛 𝐸2
𝑆𝑐𝑐 = 100 = (3.8)
𝑢𝑑 𝑋𝑒

𝑆𝑐𝑐 𝐼𝑛
𝐼𝑐𝑐 = = 100 (3.9)
√3 𝐸 𝑢𝑑

Onde:

Sn – potência nominal do gerador

E – força electromotroz do gerador

Ud – tensão de dispersão em percentagem

Xe – reactância de dispersão

In – corrente nominal do transformador

No caso de um transformador, a potência de curto circuito tripolar será:

𝑆𝑛 𝑈𝑏2
𝑆𝑐𝑐 = 100 = (3.10)
𝑢𝑑 𝑋𝑒

A intensidade de curto circuito será:

𝑆𝑐𝑐 𝐼𝑛
𝐼𝑐𝑐 = = 100 (3.11)
√3𝑈𝑏 𝑢𝑑

Onde:

Sn – potência nominal do gerador

Ub – tensão nos bornes do transformador

Ud – tensão de dispersão em percentagem

Xe – reactância de dispersão

In – corrente nominal do transformador

Para os geradores e transformadores de AT como a resistência óhmica é


muito pequena em comparação com a reactância, pode considerar-
se a tensão de dispersão ud.

60
A potência de desligação do interruptor se determinará:

a. Para o Gerador:

𝑆𝑑 = √3 𝐸𝐼𝑑 (3.12)

b. Para o transformador:

𝑆𝑑 = √3𝑈𝑏 𝐼𝑑 (3.13)

De forma aproximada pode-se aceitar que:

𝑆𝑐𝑐 𝐼𝑐𝑐
=
𝑆𝑛 𝐼𝑛

E, portanto, de acordo com as curvas da figura 4:

𝑆𝑑 = 𝜇𝑆𝑐𝑐 (3.14)

3.1.4 Valores da corrente de curto circuito admissível em geradores:

Nos geradores, a corrente máxima admissível, não deve ser superior a 15


vezes a intensidade nominal máxima. Este valor corresponderá,
portanto, à corrente de choque, quer dizer:

𝐼𝑐ℎ ≤ 15√2𝐼𝑛 (3.15)

Como, por outro lado sabe-se que:

𝐼𝑐ℎ = 1.8√2𝐼𝑐𝑐

Fazendo transformações matemáticas tem-se a fórmula final:

𝐼𝑐𝑐 ≤ 8.33𝐼𝑛 (3.16)

Por outro lado tem-se que:

Tensão de dispersão:

𝐼𝑛 𝐼𝑛
𝑢𝑑 = 100 = 100 = 12%
𝐼𝑐𝑐 8.33𝐼𝑛

O que quer dizer que a tensão de dispersão transitória nos geradores


será menor que 12%. Como tem se construindo geradores com valores
mais pequenos de tensão de dispersão (sobretudo nos turbogeradores),
para o cálculo das correntes de curto circuito, é necessário conhecer

61
com exactidão o valor da tensão de dispersão, valor que é fornecido
pelo fabricante.

3.1.5 Valores da corrente de curto circuito admissível em


transformadores

Os valores máximos de corrente que devem poder suportar os


transformadores são os seguintes:

a. Para transformadores de potência nominal até 1600kVA com


enrolamentos de cobre:
𝐼𝑐ℎ ≤ 75√2𝐼𝑛 (3.17)

b. Para transformadores de potência nominal superior a 1600kVA


com enrolamentos de cobre.
𝐼𝑐ℎ ≤ 50√2𝐼𝑛 (3.18)

c. Para transformadores de qualquer potência com enrolamentos


de aluminio
𝐼𝑐ℎ ≤ 50√2𝐼𝑛 (3.19)

As tensões de curto circuito oscilam entre 1.7% e 16%, correspondentes


ao valor menor dos transformadores de pequena potência, ora
vejamos:

𝐼𝑛
𝑈𝑐𝑐 = 100
𝐼𝑐𝑐

De onde se obtém:

𝐼𝑛
𝐼𝑐𝑐 = 100 (3.20)
𝑈𝑐𝑐

3.1.6 Processo transitório no circuito RL

Fig 5: Esquema do circuito RL

62
No instante t=0 procede-se a ligação do interruptor fechando o circuito.

No instante t≥0 pela segunda lei de kirchoff

𝑒(𝑡) + 𝑒𝐿 = 𝑖𝑅 (3.21)

eL – é a força electromotriz de auto-indução calculada por:

𝑑𝑖
𝑒𝐿 = −𝐿 (3.22)
𝑑𝑡

e(t)= iR+Ldi/dt – equação diferencial não homogenea da 1ª ordem

1 𝐿 𝑑𝑖
𝑒(𝑡) =𝑖+ (3.23)
𝑅 𝑅 𝑑𝑡

L/R=τ – constante de tempo que é o coeficiente da velocidade de


variação da corrente ou se diz também que é o tempo de
amortecimento do fenómeno transitório.

𝑑𝑖
𝐿 + 𝑖𝑅 = 𝑒(𝑡) (3.24)
𝑑𝑡

Corrente transitória tem duas componentes, a forçada e a livre, isto é:

𝑖𝑡 = 𝑖𝑓 + 𝑖𝑙 (3.25)

Sendo:

If=f[e(t)] – informa que a componente forçada é dependente do tipo


da fonte , resulta do cálculo da equação diferencial homogénea da 1ª
ordem.

Ldi/dt+iR=0 do cálculo operacional tem-se:

PL+R=0 →P1=-R/L, e assim


−𝑅𝑡 𝑡
𝑖𝑡 = 𝐴𝑒 𝑃1 𝑡 = 𝐴𝑒 𝐿 = 𝐴𝑒 −𝜏 (3.26)

Assim a corrente transitória total será:


𝑡
𝑖𝑡 = 𝑖𝑓 + 𝐴𝑒 −𝜏 (3.27)

e(t)=EM sen(ωt+ψ)

𝑖𝑓 = 𝐼𝑀 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜓 − 𝜑 (3.28)

63
𝐸𝑀 𝐸𝑀 𝜔𝐿
𝐼𝑀 = = ; 𝜑 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔
𝑍 √𝑅 2 + (𝜔𝐿)2 𝑅

Desta feita a it será:


𝑡
𝑖𝑡 = 𝐼𝑀 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜓 − 𝜑) + 𝐴𝑒 −𝜏 (3.29)

Quando se está no instante t=0 tem-se:

It = 0; ωt=0; e-t/τ =1

0 = IM sen (ψ-φ) +A

A = - IM sen (ψ-φ)

Então a expressão da corrente transitória total fica a ser:


𝑡
𝑖𝑡 = 𝐼𝑀 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜓 − 𝜑) − 𝐼𝑀 𝑠𝑒𝑛(𝜓 − 𝜑)𝑒 −𝜏 (3.30)

Ou simplificadamente:

𝑖𝑡 = 𝑖𝑝 − 𝑖𝑎 (3.31)

Onde:
Ip – corrente períodica

Ia – corrente aperíodica

Estas são as componentes da corrente transitória total

Mas fazendo sen(ψ-φ)=k

𝑡
𝑖𝑡 = 𝐼𝑀 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜓 − 𝜑) − 𝐼𝑀 𝑘𝑒 −𝜏 (3.32)

Fig 6: Gráfico ilustrativo das diferentes correntes de curto circuito e regimes

64
O processo transitório divide-se em:

 Regime normal
 Regime transitório
 Regime estacionário

Duração das correntes resultantes dum efeito de curto circuito:

1. Corrente de choque: 0.01s. Pois que um ciclo corresponde a


1/50Hz, a sua metade é dividi-lo por 2 resulta em 0.01s.
2. Duração da influência máxima da correspondente períodica: 0.1
a 0.2 segundos.
3. O processo transitório todo dura: 3 a 5 segundos.

No processo transitório, encontram-se as correntes indicadas na figura


anterior cujo conteúdo se explana a seguir:

Icc – é a corrente subtransitória que é o valor máximo eficaz da corrente


inicial da curva períodica.

IP – corrente estacionária ou permanente em valor eficaz, que


caracteriza o efeito térmico e a estabilidade térmica do equipamento.

Ich – Valor da corrente de choque, é o valor máximo possível do


processo transitório que caracteriza efeito electrodinâmico ou rigidez
mecânica do equipamento.

𝑖𝑐ℎ = 𝑖𝑎 + 𝐼𝑃𝑚á𝑥 (3.33)

𝑡 𝑡 𝑡
𝑖𝑎 = 𝐼𝑎 𝑠𝑒𝑛(𝜓 − 𝜑)𝑒 −𝜏 = 𝐼𝑎 𝐾𝑒 −𝜏 = 𝐼𝑎𝑚á𝑥 𝑒 −𝜏 (3.34)
𝑡
𝑖𝑐ℎ = 𝐼𝑎 𝑚á𝑥 𝑒 −𝜏 + 𝐼𝑃𝑚á𝑥 (3.35)

Instante inicial: t=0 →Ia máx=Ip máx


𝑡
𝑖𝑐ℎ = 𝐼𝑃 𝑚á𝑥 (1 + 𝑒 −𝜏 ) = 𝐼𝑝 𝑚á𝑥 𝐾𝑐ℎ (3.36)

𝐼𝑃 𝑚á𝑥 = √2𝐼𝑐𝑐 (3.37)

𝑖𝑐ℎ = 𝐾𝑐ℎ √2𝐼𝑐𝑐

65
𝑡 1 1
𝐾𝑐ℎ = (1 + 𝑒 −𝜏 ) = (1 + 𝑡 ) = (1 + 0.01 )
− −
𝑒 𝜏 𝑒 𝜏

τ→0 →Kch →1

τ→∞ →Kch →2

Conclusão:

1< Kch< 2

Nas linhas de transporte de energia, quando há um curto circuito:

Τ = 0.05

1
𝐾𝑐ℎ = (1 + 0.01 ) = (1 + 0.819) = 1.8
𝑒 0.05

𝑖𝑐ℎ = 1.8√2𝐼𝑐𝑐 ≈ 2.55 𝐼𝑐𝑐

Tabela 1: valores dos coeficientes de choque

Local de ponto de curto circuito Valor de coeficiente de choque-Kch


Geradores hidroelectricos 1.95
Turbo geradores (vapor à gás) 1.91
Linhas eléctricas em A.T. 1.8
Linhas eléctricas em B.T. 1.3 a 1.2

3.2 Processo de cálculo das correntes de curto circuito


3.2.1 Dados para o cálculo de correntes de curto circuito

A impedância dos elementos que constituem um circuito eléctrico,


caracteriza o limitador do valor da corrente que pode circular por um
dito circuito, o que naturalmente, também é válido para o caso das
correntes de curto circuito. Como se sabe, a impedância é composta
por: resistência e reactância . Quando uma destas componentes é:
pelo menos 3 vezes maior que a outra, esta última pode desprezar-se
nos cálculos. Considerando então o valor da impedância, o da
componente maior. Nos circuitos de corrente alternada com tensões
nominais superiores a 600V, pode desprezar-se a resistência e usar-se
apenas a reactância como valor da impedância no total, mas este
critério não é aplicável quando a tensão nominal do sistema é inferior
ao valor anteriormente citado, isto é para circuitos de B.T.

66
Por esta razão, para circuitos em M.T. A.T. e M.A.T. desprezar-se-à a
resistência ohmica. Utilizando exclusivamente os valores da reactância
correspondente.

Normalmente, nos cálculos de correntes de curto circuito, usam-se


valores da reactância expressos nas placas características dos
equipamentos.

A reactância em percentagem, corresponde sempre ao valor nominal


da intensidade de corrente à plena carga e à respectiva força
electromotriz nominal ou, noutro caso a tensão nominal.

Por exemplo, a reactância sincrona percentual de um gerador será o


valor da sua tensão de reactância síncrona a plena carga expresso em
percentagem da força electromotriz do gerador, ou seja:

𝑋𝑑 𝐼𝑛
𝑋𝑔 % = 100 (3.38)
𝐸

Da mesma forma, a reactância síncrona percentual de um


transformador será o valor da sua tensão de curto circuito, expresso em
percentagem da tensão nos bornes, ou seja:

𝑈𝑐𝑐
𝑋𝑇 % = 100 (3.39)
𝑈𝑏

Numa linha a reactância em percentagem é a sua tensão de


reactância sob a corrente que circula pela linha, em valor percentual
da tensão aplicada no principio da linha, quer dizer:

𝑋𝐼
𝑋𝑙 % = 100 (3.40)
𝑈

Isto é, tendo uma reactância de 12% referida à corrente nominal, quer


dizer que ao circular a tal corrente, se produz no elemento do circuito
em causa uma queda de tensão igual a 12% da tensão nominal.

Muitas vezes, sobretudo nos cálculos, é preferível recorrer ao valor


unitário (por unidade-p.u.) que é resultado da divisão por 100 ao valor
percentual correspondente. Assim, uma reactância percentual de 15
por 100, equivale o 0.15 expresso em certo valor por unidade.

O valor da reactância, seja ele percentual ou unitário, de um elemento


do circuito, fornece-se sempre tendo como referência a pot~encia
aparente nominal do elemento em consideração. Naturalmente, dado

67
o valor de uma reactância a uma pot~encia determinada, o seu valor
será diferente se se refere a outra potência. Portanto, antes de operar
com os valores das reactâncias dos diferentes elementos dum sistema
eléctrico, é necessário referir todos os valores a uma referência ou base
comum. Como o valor de referência pode ser escolhido qualquer, mas
normalmente se escolhe como base a potência aparente duma das
máquinas ou seja a potência aparente total do sistema ou de uma
parte deste.

Para conveter o valor duma reactância referida a uma potência


aparente dada, à correspondente potência aparente que se considera
base, será suficiente multiplicar a esse valor pela relação entre a nova
base e a antiga. Por exemplo, uma máquina de 10MVA com uma
reactância percentual de 16%, à potência de 15MVA, tomada como
base comum de todo o sistema, equivalente a uma máquina cuja
reactância percentual é de:

15
16 = 24%
10

Do mesmo modo se pode fazer com as reactâncias unitárias.

Em diversas ocasiões, sobretudo tratando-se de linhas, a reactância


vem expressa directamente em ohms para convertê-los a valores
percentuais, se usa a seguinte fórmula:

(𝑘𝑉𝐴 𝑏𝑎𝑠𝑒)𝑥 𝑜ℎ𝑚𝑠 𝑆𝑏


𝑋% = = 𝑋 (3.41)
10 (𝑘𝑉)2 10𝑈𝑛2 𝑙

Por exemplo uma linha de transporte de 220kV, referida a uma potência


de 50MVA tem uma reactância de 4.5Ω. o valor da reactância
percentual será:

50𝑥 45 𝑆𝑛 𝑋𝑙
𝑋% = 2
= 0.47% =
10 (220) 10𝑈𝑛2

Calculariamos de forma semelhante se quisessemos reduzir uma


reactância expressa em ohms no seu valor equivalente expresso em
percentagem.

Neste caso a fórmula a aplicar seria a seguinte:

(𝑘𝑉𝐴 𝑏𝑎𝑠𝑒)𝑥 𝑋%
𝑋= (3.42)
1000 (𝑘𝑉)2

68
Vejamos agora que valores da reactância devem considerar-se para os
diferentes elementos que podem constituir um sistema eléctrico.

3.2.1.1 Geradores

Nos geradores é muito difícil o cálculo exacto da reactância de


dispersão, visto que as condições de funcionamento variam durante o
tempo em que o curto circuito dura. Assim, sob proposta dos técnicos
norte-americanos, se destinguem as seguintes reactâncias:

a. Reactância subtrânsitória X”d

É igual a reactância devida ao fluxo do induzido que atravessando o


entreferro, penetra no rotor, na medida em que o permite o entreferro
amortecedor que tenha maçicos. A reactância subtransitória é a que se
considera como dado para o cálculo da corrente de curto circuito de
choque.

b. Reactâncias transitórias X´d

Esta reactância é a que rege as características da máquina durante o


período transitório do curto circuito quer dizer, durante o intervalo que
estão diminuidas as correntes amortecedoras na superficie do rotor ou
no enrolamento amortecedor, mas antes que tenham desaparecido as
correntes amortecedoras no enrolamento indutor. Ou seja que a
reactância transitória é igual à reactância de dispersão do estator mais
a reactância provocada pelo fluxo do estatór que penetra no rótor até
o enrolamento indutor.

c. Reactânciasincrona Xd

É a reactância em regime permanente, depois de terem desaparecido


todas as correntes amortcedoras no enrolamento indutor. Portanto, se
irá considerar a corrente de curto circuito permanente.

Após este estudo, para o nosso interesse, a mais importante é a


reactância subtransitória X”d que é a que consideraremos como base
para o cálculo das correntes de curto circuito de choque. Geralmente,
o valor desta reactância é fornecido pelos fabricantes dos geradores. O
seu valor é muito variável e dependente da potência nominal dos
geradores, destes incluem-se os destinados para centrais hidráulicas ou
de turbogeradores, etc…existem tabelas de valores tipicos de
69
reactâncias subtransitórias para diferentes geradores só que devem ser
considerados como meras referências orientativas sendo aconselhável
consultar ao fabricante para ter o valor exacto.

Tabela 2: Valores de reactâncias subtransitórias de geradores trifásicos


com tensões nominais superiores a 2.3kV referidos à potência nominal
dos geradores

Tipo de máquina Reactância subtransitória em percentagem


Turbogeradores
P<125MW 1500 rpm 10 a 17 13

3000 rpm 7 a 13 10

P>125MW 20 a 25
Geradores de polos
salientes com
enrolamentes
amortecedores:
 Para turbinas 20 a 35 25
hidraúlicas
 Para motores a 15 a 30 20
diesel
Sem enrolamentos
amortecedores
 Para turbinas 30 a 45 35
hidraúlicas
 Para motores a 25 a 35 30
diesel

3.2.1.2 Transformadores

O valor da corrente de curto circuito de choque nos transformadores,


calcula-se a partir da impedância de curto-circuito percentual, que
equivale à tensão de curto circuito percentual. Tratando-se de sistemas
em AT, pode-se substituir o valor da impedância pelo da reacTãncia, já
que nestes casos.

𝑋𝑐𝑐 = 𝑍𝑐𝑐

Na tabela que se segue, estão expressos os valores da reactância de


curto circuito para diferentes tipos de transformadores.

70
Tabela 3: Valores da reactância de curto circuito

Tensão no enrolamento Potência aparente em Reactâncias de curto


de AT [kV] [kVA] circuito em [%]
Transformadores de distribuição (monofásicos)
2.4 a 4.8 Menor de 100 1.7 a 3.4
De 150 a 500 3.3 a 4,4
6.9 a 13.8 De 150 a 500 4.0 a 4.9
22 a 23 Igual ou menor que 500 4.1 a 5.5
44 a 66 Igual ou menor que 500 5.5 a 7.5
Transformadores de potência (monofásicos e trifásicos)
2.2 a 15 4.5 a 7
15 a 25 5.5 a 8
25 a 37 6.0 a 8
37 a 50 6.5 a 9
50 a 73 7 a 10
73 a 92 7.5 a 10.5
92 a 115 8 a 12
115 a 138 8.5 a 13
138 a 161 9 a 14
161 a 196 10 a 15
196 a 230 15 a 16

3.2.1.3 Linhas Eléctricas

Em geral a impedância das linhas é expressa directamente em ohms


mas fica facilitado reduzi-la ao valor percentual referido a potência
base, usando a fórmula:

𝑆𝑏
𝑍% = 𝑍 (3.43)
10𝑈 2

Z- impedância de uma base expressa em ohm

Sb- potência base em kVA

U- tensão entre fases em kV.

Existem tabelas que expressam os valores médios de resistências,


reactâncias e impedâncias para diferentes tipos de linhas aereas e
subterrêneas de AT.

3.2.1.4 Outros elementos dos circuitos

Para além dos geradores, transformadores e linhas, nos sistemas


eléctricos intervêm também outros elementos, quando se tem que
calcular as correntes de curto circuito como sejam valores das

71
reactâncias que se terão de ter em conta nos compressores síncronos e
nos motorres eléctricos referidos à potência nominal da máquina
correspondente.

Há que ter em conta que, quando ocorre um curto circuito, os motores


tanto síncronos como assíncronos que estão ligados na rede, fornecem
também corrente de curto circuito, o mesmo que sucede com os
geradores, sendo a sua participação dum valor igual a:

𝐼𝑛
𝐼𝑐𝑐 = "
100 (3.44)
𝑋𝑑%

X”d% - reactância subtransitória percentual

Sem exagero é conveniente assinalar que que a influência dos motores


assíncronos levam um tempo muito curto.

Entre os fabricantes de motores existe uma prática generalizada de


fornecer a corrente de arranque a plena tensão exprimida em número
de vezes da corrente nominal, a qual tem um valor igual ao inverso
dareactância subtransitória expressa em valor unitário). Quer dizer, para
um motor cuja corrente de arranque é de 5 vezes a nominal, a
reactância subtransitória será:

1 1
𝑋𝑑" = = = 0.2
𝐼𝑎 5

Tabela 4: Reactância de compensadores síncronos e motores eléctricos


de tensões superiores a 230V.

Reactância subtransitória em Reactância transitória em


percentagem percentagem
Valores Valor médio Valores Valor médio
prováveis prováveis
Compensadores 20 a 35 30 - -
síncronos
Motores
síncronos:
 600 rpm 10 a 20 17 15 a 35 25
ou mais
 500 rpm 20 a 35 30 20 a 50 40
ou menos
Motores 15 a 25 25 - -
assíncronos

72
3.2.2 Conceitos básicos para o cálculo de potências e correntes de
curto circuito

As potências e as correntes de curto circuito têm a seguinte relação


entre si:

𝑆𝑐𝑐 𝐼𝑐𝑐
=
𝑆𝑛 𝐼𝑛

Por outro lado, nos geradores teremos que:

𝐼𝑐𝑐 100
= " (3.45)
𝐼𝑛 𝑋𝑑%

Para os transformadores:

𝑆𝑐𝑐 100
= " (3.46)
𝑆𝑛 𝑋𝑑%

Que se deduz:

100
𝑆𝑐𝑐 = 𝑆𝑛 "
𝑋𝑑%

E para transformadores:

𝑆𝑐𝑐 100
= (3.47)
𝑆𝑛 𝑋𝑐𝑐%

Resultando:

100
𝑆𝑐𝑐 = 𝑆𝑛
𝑋𝑐𝑐%

Em virtude de muitas vezes ser mais fácil operar com as potências de


curto circuito que com as respectivas correntes, torna-se prática
corrente o cálculo de potências de curto circuito. Para determinar a
corrente de curto circuito I cc, recorda-se que, para geradores.

𝑆𝑐𝑐 = √3 𝐸𝐼𝑐𝑐 (3.49)

Da qual se deduz:

𝑆𝑐𝑐
𝐼𝑐𝑐 =
√3𝐸

E- força electromotriz do gerador

E para transformadores:

73
𝑆𝑐𝑐 = √3𝑈𝑏 𝐼𝑐𝑐 (3.50)

Donde se deduz:

𝑆𝑐𝑐
𝐼𝑐𝑐 =
√3𝑈𝑏

Ub – tensão nos bornes do lao de AT.

Terminadas todas as considerações teóricas vamos analisar de seguida


alguns casos possíveis, segundo o tipo de ligação de geradores e
transformadores:

3.2.2.1 Geradores ligados em paralelo


a. Quando dois ou mais geradores estão ligados em paralelo, sendo
de diferentes potências mas com reactância subtransitória igual (ou,
que é sinónimo de que, com a tensão de dispersão igual, os
geradores da figura abaixo), podem ser substituidos por um gerador
equivalente, cuja potência é a soma das potências individuais de
cada gerador e cuja reactância subtransitória é igual à reactância
subtransitória comum.

Fig 7: Gerador equivalente resultante de dois deles acoplados em paralelo e que têm
potências diferente e a mesma reactância subtransitória.

Assim tem-se:

Gerador G1 Gerador G2
S1= 25 MVA S1= 35 MVA
X”d1=15% X”d2=15%

Assim a potência de curto circuito total será:

74
𝑆𝑒 60
𝑆𝑐𝑐 = = 100 = 400𝑀𝑉𝐴
𝑋𝑑" 15

b. No caso em que os geradores são de potência e reatância


subtransitória diferentes (fig 8) a potência equivalente será
calculada com base em cada um deles em relação a uma
reactância subtransitória comum a todos e sendo assim irá se fazer o
seguinte procedimento:

Fig 8 Gerador equivalente a dois geradores acoplados em paralelo e que têm potência e
reactãncia subtransitória diferentes

Em forma de cálculo, neste caso teremos:

Para Gerador G1:

S1=15MVA e X”d1=15%

Para Gerador G2:

S2=20MVA e X”d2=18%

Faremos referência as potências à reactância subtranitória de um


deles, por exemplo:

S”1=15MVA e X”d1=15%
"
𝑋𝑑1 15 "
𝑆2′ = 𝑆2 "
= 20 = 16.67𝑀𝑉𝐴 𝑒 𝑋𝑑2 = 15%
𝑋𝑑2 18

Tendo dados na mesma base poder-se-à fazer o cálculo seguinte:

S’1=15MVA e X”d1=15%

S´2=16.67MVA e X”d2=15%

75
Se = S´1 +S´2 = 15+ 16.67= 31.67MVA

X”d=15%

Quer dizer que o gerador equivalente tem uma potência de 31.67MVA


com uma reactância subtransitória de 15%. A potência de curto circuito
é:
𝑆𝑒 31.67
𝑆𝑐𝑐 = " 100 = 20 100 = 211𝑀𝑉𝐴
𝑋𝑑 15

3.2.2.2 Transformador ligados em paralelo

No caso de transformadores ligados em paralelo, se procede de forma


analoga, tendo em conta a reactãncia de curto circuito dos
transformadores ou, que é sinónimo de, a tensão de curto circuito.

Vejamos alguns exemplos de aplicação:

Na fig. 9 se representa o caso de dois transformadores dediferentes


potências mas com a mesma reactância de curto circuito. O
transformador equivalente tem uma potência que é a soma
correspondente a ambos transformadores e a mesma reactância de
curto circuito.

fig 9. Transformador equivalente a dois transformadores ligados em paralelo que têm potência
diferente e a mesma reactância de curto circuito.

S1=20MVA; Xcc1=6%

S2=10MVA; Xcc2=6%

Se= S1+S2 =20+10=30MVA

Xcc=6%

Assim a potência de curto circuito será:

76
𝑆𝑒 30
𝑆𝑐𝑐 = 100 = 100 = 500𝑀𝑉𝐴
𝑋𝑐𝑐 6

Na fig.10 estão representados três transformadores ligados em paralelo,


com a mesma potência mas com reactância de curto circuito
diferentes. Neste caso tem de se referir a potência de cada um dos
transformadores, a de um deles, considerado como base para cálculos,
que se suporá que seja o Tr1 cuja reactância de curto circuito é de 5%.

Fig. 10 Transformador equivalente a três deles ligados em paralelo e que têm a mesma potência
mas reactância de curto circuito diferente.

Portanto, ter-se-à:

S1=S´1=20MVA

𝑋𝑐𝑐1 5
𝑆2´ = 𝑆2 = 20 = 12.5𝑀𝑉𝐴
𝑋𝑐𝑐2 8

Xcc1= 5% e Xcc2=5%

𝑋𝑐𝑐1 5
𝑆3´ = 𝑆3 = 20 = 16.67𝑀𝑉𝐴
𝑋𝑐𝑐3 6

Xcc3= 5%

Se=S´1 + S´2 + S´3 = 20+12.5+16.67 =49.17MVA

Xcc3= 5%

Quer dizer que para efeitos de cálculo de potência e correntes de curto


circuito, os três transformadores ligados em paralelo equivalem a um
transformador de potência nominal de 49.17MVA e reactância de curto
circuito de 5%. A potência de curto circuito será:

77
𝑆𝑒 19.17
𝑆𝑐𝑐 = 100 = 100 = 983.4𝑀𝑉𝐴
𝑋𝑐𝑐 5

3.2.2.3 Gerador e transformador ligados em série

É um caso que na prática é feito muitas vezes, sobretudo nas


modernas instalações de produção e distribuição de energia
eléctrica, é o de um gerador ligado em série com um transformador
da mesma ou potência nominal diferente.

Fig 11 Gerador equivalente a um gerador e a um transformador da mesma potência ligados


em série.

Portanto, o gerador equivalente, terá as seguintes caracteristicas:

Se = SG = 25MVA
"
𝑋𝑑𝑒 = 𝑋𝑑" + 𝑋𝑐𝑐
´
= 12 + 7.5 = 19.5%

A potência de curto circuito no barramento será:

𝑆𝑒 25
𝑆𝑐𝑐 = "
100 = 100 = 128.2𝑀𝑉𝐴
𝑋𝑑𝑒 19.5

78
3.3 Métodos de cálculo das correntes nos curto circuitos

Para um bom procedimento no intuito de determinar os valores das


correntes de curto circuito atingidos numa rede de transporte e
distribuição de energia eléctrica que se verificou um currto circuito,
considera-se imprescindível observar as seguintes etapas:

a. Compor o esquema geral, sendo ilucidativo o esquema de


substituição equivalente da rede de transporte e distribuição em
analise e outras informações

Fig.12 Esquemas geral e de substituição dura rede


b. No esquema, que será a base de cálculo, faz-se indicação dos
pontos de ocorrência dos curto circuitos ou pontos prováveis,
como indicado na figura anterior

c. Explicação da opção do método de cálculo a aplicar e ou das


condições básicas que se tomam como relevantes na analise da
questão

d. Procede-se ao cálculo dos parâmetros do esquema de


substituição em referência ao ponto de curto circuito aplicando o
método escolhido.

e. Faz-se a simplificação do esquema de substituição para a forma


mais simples possível.

79
Fig 13 Esquema de substituição simplificado
f. Calcula-se o valor da corrente do curto circuito

Antes de desenvolver os diferentes métodos possíveis há que considerar


o aspecto genérico seguinte:
𝑡
𝑖 = 𝑖𝑀 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜓 − 𝜑) − 𝐼𝑀 𝑠𝑒𝑛(𝜓 − 𝜑)𝑒 −𝜏

𝐸𝑀 𝐸𝑀
𝐼𝑀 = =
𝑍 √𝑟 2 + (𝜔𝐿)2

Dos vários métodos aplicáveis, no cálculo das correntes de um curto


circuito, existem os seguintes:

 Método das unidades reais


 Método das unidades relativas
 Método das curvas especiais

Os dois primeiros métodos são considerados métodos aproximados e o


último de precisão elevada

Ao longo da consideração dos mesmos veremos como se calcula as


correntes trifásicas, bifásicas e as monofásicas.

3.3.1 Método das unidades reais

Nesta primeira abordagem do método, concentrar-se-à para a


determinação das correntes trifásicas.

Para o cálculo das correntes trifásicas pressupôe-se o conhecimento do


valor das reactâncias:

X* - reactância longitudenal relativa subtransotória do equipamento

Xr% - reactância da bobina

√3𝐼𝑛 𝑋
𝑋∗𝑛 =
𝑈𝑛

Em que: √3 In X, expressa a perda de tensão na reactância em relação


a tensão nominal (Un).

√3𝐼𝑛 𝑈𝑛 𝑆𝑛
𝑋∗𝑛 = 𝑋 = 𝑋 2 (3.51)
𝑈𝑛 𝑈𝑛 𝑈𝑛

80
𝑈𝑛 𝑈𝑛2
𝑋 = 𝑋∗𝑛 𝑒 𝑋 = 𝑋∗𝑛 (3.52)
√3𝐼𝑛 𝑆𝑛

Esta fórmula não é geral para qualquer elemento que compõe uma
rede elétrica, por isso vejamos as fórmulas especificas.

 Fórmulas de cálculo das reactâncias reais


a. Para geradores, compressores, máquinas síncronas e assíncronas

𝑈𝑛2
𝑋 = 𝑋∗ (3.53)
𝑆𝑛

b. Para transformadores de dois enrolamentos

𝑈𝑐𝑐% 𝑈𝑛2
𝑋= (3.54)
100 𝑆𝑛

c. Para linhas aereas

𝑋 = 𝑋0 𝑙 [Ω](3.55)

Todas as reactâncias do esquema devem ser reduzidas à tensão básica


para se igualar às condições de cálculo.

Este procedimento torna o método desvantajoso pois que àpos o


cálculo duma reactância deve ser recalculada para a tensão básica
porque a tensão varia duma reactância à outra.

Tensão básica (Ub) é definida como sendo a tensão do ponto de


ocorrência do curto circuito, desta feit, as fórmulas apresentam-se:

a. Para geradores, compressores, máquinas síncronas e assíncronas

𝑈𝑏2
𝑋 = 𝑋∗ (3.56)
𝑆𝑛

b. Transformadores
 De dois enrolamentos

𝑈𝑐𝑐% 𝑈𝑏2
𝑋= (3.57)
100 𝑆𝑛

 De três enrolamentos com as tensões das saídas diferentes:

𝑈𝑐𝑐1% 𝑈𝑏2 1
𝑋1 = 𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒: 𝑈𝑐𝑐1% = (𝑈 + 𝑈𝑐𝑐13% − 𝑈𝑐𝑐23% ) (3.58)
100 𝑆𝑛 2 𝑐𝑐12%

81
𝑈𝑐𝑐2% 𝑈𝑏2 1
𝑋2 = 𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒: 𝑈𝑐𝑐2% = (𝑈𝑐𝑐12% + 𝑈𝑐𝑐23% − 𝑈𝑐𝑐13% ) (3.59)
100 𝑆𝑛 2

𝑈𝑐𝑐3% 𝑈𝑏2 1
𝑋3 = 𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒: 𝑈𝑐𝑐3% = (𝑈𝑐𝑐13% + 𝑈𝑐𝑐23% − 𝑈𝑐𝑐12% ) (3.60)
100 𝑆𝑛 2

 De três enrolamentos com tensões das saídas iguais

𝑈𝑐𝑐12% 𝑈𝑏2
𝑋1 = 0.125 (3.61)
100 𝑆𝑛

𝑈𝑐𝑐12% 𝑈𝑏2
𝑋2 = 𝑋3 = 1.75 (3.62)
100 𝑆𝑛

c. Para reactores

𝑋𝑟% 𝑈𝑏
𝑋= (3.63)
100 √3𝐼𝑛

d. Para linhas eléctricas

𝑈𝑏 2
𝑋 = 𝑋0 𝑙 ( ) (3.64)
𝑈𝑚𝑛

Fórmulas de redução dos parâmetros à tensão básica

a. Força electromotriz

𝑈𝑏 𝑈𝑏
𝐸´ = 𝐸 =𝐸 (3.65)
𝑈𝑚𝑒𝑑𝑛 𝑈𝑚𝑛

b. Tensão

𝑈𝑏
𝑈´ = 𝑈 (3.66)
𝑈𝑚𝑛

c. corrente

𝑈𝑚𝑛
𝐼´ = 𝐼 (3.67)
𝑈𝑏

Onde:

U´ - tensão reduzida

U – tensão considerada

Ub – tensão básica

82
Umn – tensão média nominal = tensão nominal

d. Reactância

𝑈𝑏
𝑋´ = 𝑋 (3.68)
𝑈𝑚𝑛

e. Queda de tensão relativa


√3𝐼𝑖 𝑋𝑖 √3𝐼𝑏 𝑋𝑏
∆𝑈∗ = = (3.69)
𝑈𝑖 𝑈𝑏

Então:

𝐼𝑖 𝑈𝑏
𝑋𝑏 = 𝑋𝑖
𝑈𝑖 𝐼𝑏

Também é válido que:

𝐼𝑖 𝑈𝑏
𝑈𝑖 𝐼𝑖 = 𝑈𝑏 𝐼𝑏 𝑒𝑛𝑡ã𝑜: =
𝐼𝑏 𝑈𝑖

Assim:

𝑈𝑏 2 𝑈𝑏 2
𝑋𝑏 = 𝑋 ( ) = 𝑋 ( ) (3.70)
𝑈𝑖 𝑈𝑚𝑛

Fórmulas de cálculo da corrente trifásica no curto circuito

Há a observar que na maioria dos casos as correntes trifásicas são


maiores que as assimétricas nos curto circuitos.

Após a simplificação do esquema de substituição pelo resultado do


cálculo é que se faz a determinação do valor da corrente de curto
circuito, como se exemplifica.

Fig 14 Esquema de substituição

83
Fig 15 Esquema simplificado

X∑ = ∑Xi =X1+X2+X3

Assim o valor da corrente de curto circuito I cc será determinada pela


fórmula:

𝑈𝑏
𝐼𝑐𝑐 = (3.71)
√3𝑋∑

Porque este método não nos faculta a possibilidade de determinar a


corrente estacionária (I∞) pode-se iguala-lá à Icc.

𝐼∞ = 𝐼𝑐𝑐 (3.72)

𝑖𝑐ℎ = 𝐾𝑐ℎ √2𝐼𝑐𝑐 (3.73)

Esta é a fórmula da corrente de curto circuito de choque ou de impulso.

Onde U pode ser Un ou Ub (local da ocorrência do curto circuito)

Potência de curto circuito

𝑆𝑐𝑐 = √3 𝑈 𝐼𝑐𝑐

3.3.2 Método das unidades relativas


Neste método não existe a desvantagem focada no método anterior
relativamente aos dos parâmetros S, U, I e Z.

O parâmetro caracteristico para o cálculo neste método é a pot~encia


básica (Sb) expressa em MVA.

A tensão básica deve ser reduzida à normal isto é Ub=Un. Sendo assim é
possível determinar a corrente básica pela fórmula:

𝑆𝑏
𝐼𝑏 = (3.74)
√3𝑈𝑏

Em que Sb pode ser 1, 10, 100, 1000MVA, etc…

As fórmulas de cálculo dos parâmetros relativos básicos:

a. Força electromotriz

𝐸
𝐸∗𝑏 = (3.75)
𝑈𝑏
84
b. Tensão

𝑈
𝑈∗𝑏 = (3.76)
𝑈𝑏

c. Corrente

𝑆𝑏
𝐼𝑏 = (3.77)
√3𝑈𝑏

De onde se obtêm:

√3𝑈𝑏 𝐼𝑏 𝐼
𝐼∗𝑏 = 𝑒 𝐼∗𝑏 = (3.78)
𝑆𝑏 𝐼𝑏

d. Potência

𝑆
𝑆∗𝑏 = (3.79)
𝑆𝑏

e. Reactância

𝑈𝑏 𝑈𝑏2
𝑋𝑏 = 𝑒 𝑋𝑏 =
√3𝐼𝑏 𝑆𝑏

O que permite obter :

√3𝐼𝑏 𝑋 𝑆𝑏
𝑋∗𝑏 = 𝑋 𝑒 𝑋∗𝑏 = 𝑒 𝑋∗𝑏 = 𝑋 2 (3.80)
𝑈𝑏 𝑋𝑏 𝑈𝑏

As fórmulas de cálculo dos parâmetros relativos nominais

a. Força electromotriz
𝐸
𝐸∗𝑏 = (3.81)
𝑈𝑛
b. Reactância
𝑈𝑛 𝑈𝑛2
𝑋𝑛 = 𝑒 𝑋𝑛 =
√3𝐼𝑛 𝑆𝑛

O que permite ter:

√3𝐼𝑛 𝑋 𝑆𝑛
𝑋∗𝑛 = 𝑋 𝑒 𝑋∗𝑛 = 𝑒 𝑋∗𝑛 = 𝑋 2 (3.82)
𝑈𝑛 𝑋𝑛 𝑈𝑛

Quando se sabe que:

85
𝑈𝑛 𝑈𝑛2
𝑋 = 𝑋∗𝑛 𝑒 𝑋 = 𝑋∗𝑛
√3𝐼𝑛 𝑆𝑛

As fórmulas para transformação dos parâmetros relativos nominais a


parâmetros relativos básicos.

a. Força electromotriz
𝐸 𝑈𝑛
𝐸∗𝑏 = = 𝐸∗𝑛 (3.83)
𝑈𝑏 𝑈𝑏
b. Reactância
𝐼𝑏 𝑈𝑛 𝑈𝑛2 𝑆𝑏
𝑋∗𝑏 = 𝑋∗𝑛 𝑜𝑢 𝑋∗𝑏 = 𝑋∗𝑛
𝐼𝑛 𝑈𝑏 𝑆𝑛 𝑈𝑏2

Sendo:

Un=Ub e

E*n =E*b, tem-se que:

𝐼𝑏
𝑋∗𝑏 = 𝑋∗𝑛 (3.84)
𝐼𝑛

Ou

𝑆𝑏
𝑋∗𝑏 = 𝑋∗𝑛 (3.85)
𝑆𝑛

As fórmulas de cálculo dos parâmetros relativos básicos do


equipamento eléctrico

a. Para geradores, compensadores, motores síncronos e assíncronos.

𝑆𝑏
𝑋∗𝑏 = 𝑋∗𝑒𝑞𝑢𝑖𝑝𝑎 (3.86)
𝑆𝑛

Tabela 5: valores nominais de reactância de certos equipamentos

Equipamento Reactância [X*]


Hidrogerador com amortecimento 0.27
Hidrogerador sem amortecimento 0.2
Motor síncrono/motor assíncrono 0.2
Compensador 0.16
Turbo gerador 0.125

86
b. Transformador de potência
 Com dois enrolamentos:

𝑈𝑐𝑐% 𝑆𝑏
𝑋∗𝑏 = (3.87)
100𝑆𝑛

 Com três enrolamentos e auto transformador:

𝑈𝑐𝑐1% 𝑆𝑏 1
𝑋∗𝑏1 = 𝑒 𝑈𝑐𝑐1% = (𝑈 + 𝑈𝑐𝑐13% − 𝑈𝑐𝑐𝑐23% ) (3.88)
100𝑆𝑛 2 𝑐𝑐12%

𝑈𝑐𝑐2% 𝑆𝑏 1
𝑋∗𝑏2 = 𝑒 𝑈𝑐𝑐1% = (𝑈 + 𝑈𝑐𝑐23% − 𝑈𝑐𝑐𝑐13% ) (3.89)
100𝑆𝑛 2 𝑐𝑐12%

𝑈𝑐𝑐3% 𝑆𝑏 1
𝑋∗𝑏3 = 𝑒 𝑈𝑐𝑐1% = (𝑈 + 𝑈𝑐𝑐23% − 𝑈𝑐𝑐𝑐12% ) (3.90)
100𝑆𝑛 2 𝑐𝑐13%

c. Reactores:

𝑋𝑟% 𝐼𝑏 𝑈𝑛
𝑋∗𝑏 = (3.91)
100𝐼𝑛 𝑈𝑏

d. Linhas eléctricas:

𝑆𝑏 𝑆𝑏
𝑋∗𝑏 = 𝑋 2
= 𝑋0 𝐼 2 (3.92)
𝑈𝑛 𝑈𝑛

Para determinação da corrente trifásica no curto circuito


𝐼
a. 𝐼𝑐𝑐 = 𝑋 𝑏 (3.93)
∗𝑏∑

b. 𝐼∞ = 𝐼𝑐𝑐
c.

𝑖𝑐ℎ = 𝐾𝑐ℎ √2𝐼𝑐𝑐

3.3.3 Método de precisão elevada

Este método consiste no emprego de curvas especiais.

Há dois tipos de curvas especiais.

a. Para alternadores com sistema automático de aumento brusco


da excitação.
b. Para alternadores de aumento brusco da excitação sem sistema
automático.

Em geral Icc>I∞ mas adopta-se Icc = I∞ .


87
Por outro lado, tendo a tensão constante, na caracteristica de
regulação; quando se aumenta a I∞ haverá aumento da Ic.

Mas em caso de ocorrer um curto circuito verificar-se-à uma diminuição


da tensão assim obrigará a que o sistema automático de excitação
aumente a Iexc que irá resultar no equilibramento da tensão que baixará
e por outro lado irá registar-se uma subida brusca e alta da corrente de
curto circuito.

Há a saber:

It = K t I∑ ou Icc(t) = K t I∑ (3.94)

Kt – é a taxa de corrente de curto circuito

Kt=0, - taxa de corrente subtransitória (I cc)

Kt=0, -- taxa de corrente estacionária (I∞)

Icc =Kt I∑ para t=0

Sendo que: Kt =f(x*∑(n))

I∞=Kt I∑ para t=0

Em que:

𝑆
𝐼∑ = (3.95)
√3𝑈𝑚𝑛

Obs: Umn costuma ser a do local ou troço em que ocorreu o curto


circuito.

𝑆𝑏
𝑋∗𝑏 = 𝑋∗(𝑛)
𝑆𝑛

𝑆𝑏
𝑋∗∑(𝑛) = 𝑋∗𝑏∑
𝑆𝑛

Para o cálculo sem curvas especiais ou método analitico.

𝐼∑
𝐼𝑐𝑐 =
𝑋∗∑(𝑛)

Quando X*∑(n)>3 significa que o ponto de curto circuito está muito


afastado da fonte, assim, o amortecimento é quase nulo, podem-se
somar as fontes.

88
𝐼∑
𝐼𝑐𝑐 = 𝐼∞ =
𝑋∗∑(𝑛)

3.3.4 Cálculo das correntes de curto circuto das fontes com potência
ilimitada (potência muito elevadas).

Com a teoria pretende-se alcançar as particularidades de certas


sistemas energéticos terem as fontes com potência elevadissima.

Fig. 26 Esquema da rede eléctrica

Para este sistema energético pode-se fornecer de duas maneiras os seus


dados iniciais.

a. A potência do sistema é infinita

Ss = ∞

 a reactância da fonte do sistema é nula

X*s = 0

Para estes dados deve-se entender que o ponto de curto circuito no


sistema está próximo da fonte do sistema.

Assim: SS>>SC

Esta relação está implicita com a indicação de que o amortecimento é


minimo.

b. A potência de curto circuito no barramento ou a corrente de


curto circuito no barramento da fonte do sistema trifásico.

Sccs ou Icc(3)

(3) 𝑈𝑚𝑛
𝐼𝑐𝑐 =
√3𝑋𝑠

89
Para o sistema:

Fig. 27 representação de Xs na rede eléctrica

2
𝑈𝑚𝑛 𝑈𝑚𝑛 𝑈𝑚𝑛
𝑋𝑆 = (3)
= (3)
(3.96)
√3𝐼𝑐𝑐 𝑈𝑚𝑛 𝑆𝑐𝑐

Analisando a relação dos parâmetros na última fórmula, vê-se que


quando Sccs baixa implicará aumento da XS.

Esta situação, fornece a informação de que o ponto de ocorrência do


curto circuito está afastado do sistema.

Nas duas formas de se exporem os dados, verifica-se:

𝐼𝑏
𝐼𝑐𝑐 = 𝐼∞ =
𝑋∗∑

3.3.5 Cálculo das correntes de curto circuito nos esquemas complexos

São chamados esquemas complexos aqueles que se caracterizam por


terem muitas fontes, muitos troços, muitas estações transformadoras,
etc…numa rede desta natureza requer-se o dominio sa simplificação
dos esquemas complexos aos simples, proceder-se à determinação do
valor da corrente de curto circuito.

Formas de simplificação dos esquemas complexos:

Entende-se por simplificação dos esquemas complexos ao processo de,


consosante a disposição dos elementos do esquema, aplicar conceitos
conhecidos para transformar vários parâmetros num único que facilitará
a determinação da corrente de curto circuito que corresponde à todo
o esquema complexo. Por isso, primeiro vamos mostrar a forma de
ligação dos parâmetros do esquema para se fazer as transformações
necessárias. Esta forma de ligação apresentada na forma equivalente
não se deve enender como sendo de toda a rede, mas sim
corresponde a uma parte dela cuja ligação é exposta e nessa parte o
modo de transforma-lá numa forma simples é a imediatamente
indicada.

90
a. Ligação em série

𝑋𝑒 = ∑ 𝑋𝑖 = 𝑋1 + 𝑋2 + 𝑋3 + ⋯ + 𝑋𝑛

b. Ligação em paralelo

1 1 1 1 1 1
=∑ = + + + ⋯+
𝑋𝑒 𝑋𝑖 𝑋1 𝑋2 𝑋3 𝑋𝑛

c. Ligação em triângulo ou estrela


 Transformação triângulo/estrela:
𝑋12 𝑋13
𝑋1 =
𝑋12 + 𝑋13 + 𝑋23

𝑋12 𝑋23
𝑋2 =
𝑋12 + 𝑋13 + 𝑋23

𝑋13 𝑋23
𝑋3 =
𝑋12 + 𝑋13 + 𝑋23
 Transformação triângulo/estrela
𝑋1 𝑋2
𝑋12 = 𝑋1 + 𝑋2 +
𝑋3

𝑋1 𝑋3
𝑋13 = 𝑋1 + 𝑋3 +
𝑋2

𝑋2 𝑋3
𝑋23 = 𝑋2 + 𝑋3 +
𝑋1
d. Ligação em “arvore”

Fig. 30 Esquema de ligação e sua transformação

𝑛+1
1
𝑋𝐼 = 𝑋1 𝑋𝑛+1 ∑ (3.97)
𝑋𝑖
𝑖+1

91
𝑛+1
1
𝑋𝐼𝐼 = 𝑋2 𝑋𝑛+1 ∑ (3.98)
𝑋𝑖
𝑖+1

𝑛+1
1
𝑋𝑛 = 𝑋𝑛 𝑋𝑛+1 ∑ (3.99)
𝑋𝑖
𝑖+1

Caso real:

Fig. 31. Equema de ligação em arvore com duas fontes

1 1 1 𝑋1 𝑋3
𝑋𝐼 = 𝑋1 𝑋3 ( + + ) = 𝑋1 + 𝑋3 + (3.100)
𝑋1 𝑋2 𝑋2 𝑋2

1 1 1 𝑋2 𝑋3
𝑋𝐼𝐼 = 𝑋2 𝑋3 ( + + ) = 𝑋2 + 𝑋3 + (3.101)
𝑋1 𝑋2 𝑋3 𝑋1

O passo deguinte é simplificar o último esquema que se resolve


acompanhado de condições.

Fig 32. Simplificação do esquema em arvore

92
Primeira condição:

𝑆𝐼 𝑋𝐼
= 0.4 … .0.25(1 … .2)
𝑆2 𝑋𝐼𝐼

XI e XII deverão estar reduzidos à potência básica.

O intervalo acima é o aceitável e que caso o resultado do quociente


dos produtos esteja dentro dele para as potências (S1 e S2) deve-se
somá-las para receber a equivalente.

Segunda condição:

Todas as reactâncias relativas nominais devem ser maiores que tês, isto
é X*(n)>3, o que seria:

X*(n)I>3 e X*(n)II>3

Quando satisfeita esta condição temos a informação de que o lugar


onde ocorreu o curto circuito em relação a central (fonte) está
afastado tanto geometricamente como electricamente. Neste caso,
podem-se somar as fontes (não transformadores) porque caso seja
menor que três não se somam as fontes mas sim somam-se as
respectivas correntes de curto circuito.

Terceira condição:

É caso em que E1≠E2

No esquema equivalente, é preciso substituir essas fontes por uma fonte


equivalente aplicando, para tal, a fórmula:

𝐸1 𝐸1 + 𝐸2 𝐸2
𝐸𝑔 = (3.102)
𝑌1 + 𝑌2

Sendo:

1 1
𝑦1 = 𝑒 𝑦2 = (3.103)
𝑋1 𝑋2

3.4 cálculo das correntes de curto circuito em casos especiais

3.4.1 Instalações de pequena potência

Quando as instalações de pequena potência, por exemplo,


subestações de transformação que alimentam industrias, em que muitos
casos sucede que os sistemas estão alimentados por transformadores
de potência, cujos primários estão ligados a grandes sistemas eléctricos.

93
Nestes casos, a reactância total até o transformador não se conhece e,
geralmente, praticamente é impossível de determinar.

Para o cálculo das correntes de curto circuito pode obedecer-se a dois


critérios, ambos aplicando a aproximação por excesso:

1. Ter em conta como única reactância do sistema a


correspondente ao transformador de potência que alimenta a
instalação. Deve-se entender que ao considerar-se a reactância
nula do sistema até ao transformador, o que não é correcto de
forma alguma, para o cálculo das correntes de curto circuito
resultam valores maiores que os reais, o que leva a considerar
que, se por um lado é a segurança para a selecção dos
aparelhos de corte mais adequados, por outro lado podem
resultar valores excessivamente altos, sobretudo se a rede, cuja
reactância foi considerada nula, quando na realidade tem uma
reactãncia relativamente grande.
2. Supor que a capacidade de ruptura do disjuntor instalado do
lado de ligação do transfomador de potência à rede é igual à
pot~encia de curto circuito em tal ponto. Como as pot~encias de
curto circuito dos disjuntores estão normalizados e geralmente se
escolhe o valor normalizado imediatamente superior ao obtido
pelo cálculo, com este procedimento também se obtém valores
maiores das correntes de curto circuito que os valores reais,
embora quase sempre, estes valores resultam menores que
quando se aplica o procedimento inicialmente apresentado.

De um modo geral, pode-se dizer que o segundo procedimento é


propicio porque os valores calculados se adequam mais aos reais. É
claro que, sempre que se conheçam as características de
funcionamento (sobretudo, a capacidade de ruptura), do disjuntor que
liga a rede geral ao primário do transformador de potência. Por outro
lado, não há outra hipotese senão a de considerar a reactância deste
transformador como sendo a única a tê-la em conta no cálculo das
correntes de curto circuito.

Naturalmente nas instalações de pequena potência também deve-se


ter em conta a contribuição dos valores síncronos e assíncronos. Mas em
instalações de BT é muito difícil conhecer exactamente qual é a
repartição (divisão9 já que, em geral, se trata de um número muito
elevado de motores cuja potência unitária é muito inferior à do
transformador de alimentação, mas a respectiva potência conjunta é

94
superior à potência do transformador de alimentação, mas a respectiva
potência conjunta é superior à potência do transformador referido;

Geralmente, estes motores estão continuamente arrancando e


parando, pelo que na prática é impossível determinar o número de
motores em funcionameneto no momento em que se produz um curto
circuito. Portanto, não é adequando obter as caracteristicas de cada
um destes pequenos motores e somar sem acrescentar o efeito das
reactâncias individuais. Obtêm-se uns resultados muito aproximados à
realidade, se se aplicar os critérios que a seguir se expõem:

a. Se na instalação estão ligados somente motores, e não


iluminação, ou soldadura, etc…, se suporá que no momento do
curto circuito, a potência total dos motores simultaneamente
ligados, é igual a potência total do transformador de
alimentação e que a sua reactância corresponde a uma
corrente total em plena carga de tais motores. É como se
supusesse que, no momento do curto circuito, estivessem
arrancando simultaneamente um número de motores tal que a
sua potência total correspondesse à potência nominal do
transformador o que, evidentemente, constitui, o caso mais
desfavorável que pudesse encontrar-se.
b. Se para além dos motores, na instalação estiverem ligados outros
elementos tais como lâmpadas, aparelhos de aqucimento,
soldadura, fornos, etc…, que não ocasionam corrente de curto
circuiro, supor-se-à que a potência máxima dos motores é a
metade da potência nominal do transformador, pelo que a sua
contribução ao curto circuito pode estimar-se como sendo igual
a 2,5 vezes a corrente nominal a plena carga. Ou seja, supôe-se
como se, no momento do curto circuito estivessem arrancando
simultaneamente um número determinado de motores que a sua
potência total correspondesse à metade da pot~encia nominal
do transformador.

3.4.2 Cálculo das correntes de curto circuito em instalações de baixa


tensão

O procedimento descrito até este momento, pode aplicar-se também


em instalações de BT, mas se obtêm resultados superiores que os reais.
Efectivamente, neste caso o valor das resistências presentes no circuito,
tais como fusíveis, barras de junções, bornes de interruptores,
etc…influem mais que na realidade vão actuando como resistências
óhmicas amortecedoras. Quanto maior for a distância entre a fonte de
95
energia e o ponto de curto circuito, menos acentuada será o declive
da curva de intensidade que no caso da presença do curto circuito nas
proximidades da central, por a indutãncia do curto circuito ser mais
elevada. Se, no cálculo, fôr introduzida a impedância em vez da
reactância, vão se obter valores mais aproximados.

Para se ter em conta impedância, devem se observar as seguintes


normas:

a. Nos Geradores

Deverá ter-se em consideração, como no caso anterior, apenas a


reactância subtransitória, já que é a única grandeza que se opõe à
passagem da corrente de curto circuito.

Contudo pode acontecer que as instalações de baixa tensão tenham


ou não como fonte um gerador.

Em circunstâncias em que a parte de BT é alimentada pela rede de AT,


ou MT, existe um procedimento a aplicar para se considerar a
reactãncia e a resistência dessa parte.

Para tal tem-se as hipoteses que adiante serão abordadas e aplicadas


consoante aquela em que estiver nela.

a. Sendo dado, no barramento da parte de AT ou MT, a I cc e I∞,


quefacultam o cálculo da potência e outras grandezas seguintes:

Β” = Icc/I∞ - existemcurvas especiais deΒ”relacionadas com a reactância.

𝑆∑ = 𝑋∗(𝑛) 𝑆𝑐𝑐 (3.104)

(3)
𝑆𝑐𝑐 = √3𝐼𝑐𝑐 𝑈𝑚𝑛 (3.105)
2
𝑈𝑚𝑛 𝑈𝑚𝑛
𝑋𝑠 = = (3)
[𝑚Ω] − 𝑟𝑒𝑎𝑐𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒 𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑟.
√3𝐼𝑐𝑐 𝑆𝑐𝑐

- Pode ser dado apenas I cc


2
𝑈𝑚𝑛 𝑈𝑚𝑛
𝑋𝑠 = = (3)
(3.106)
√3𝐼𝑐𝑐 𝑆𝑐𝑐

- o que é conhecido é apenas a potência de desligamento do disjuntor


e nenhuma corrente é dada.

96
2
𝑈𝑚𝑛
𝑋𝑠 = (3.107)
𝑆𝑑

- quando apenas sabe-se que S=∞ da parte a considerar e nenhuma


outra grandeza anteriormente é dada, considera-se Xs =0 para os
cálculos.

b. Nos transformadores:

Para o cálculo de correntes de curto circuito em instalações de AT, far-


se-à:

𝑈𝑐𝑐 = 𝑈𝑠

Us – tensão de dispersão

Ucc – tensão de curto circuito

E portanto, caso se despreze o valor da queda de tensão óhmica ∆Ur;


efectivamente, a tensão de curto circuito, na realidade será:

𝑈𝑐𝑐 = √∆𝑈𝑟2 + 𝑢𝑠2 (3.108)

Ucc – tensão de curto circuito em percentagem

∆Ur – queda de tensão óhmica, à potência nominal, em percentagem


com cosφ =1.

Us – tensão de dispersão, em percentagem.

A partir da fórmula anterior obtêm-se a tensão de dispersão.

2 + ∆𝑈 2
𝑈𝑠 = √𝑈𝑐𝑐 𝑟

Os valores das resistências activas e reactivas são os seguintes:

Resistência activa:

∆𝑈𝑟 𝑈𝑛2 𝑚Ω
𝑅= [ ] (3.109)
100𝑆𝑛 𝑓𝑎𝑠𝑒

Resistência reactiva:

𝑢𝑠 𝑈𝑛2 𝑚Ω
𝑋= [ ] (3.110)
100𝑆𝑛 𝑓𝑎𝑠𝑒

97
Impedância:

𝑍 = √𝑅 2 + 𝑋 2 (3.111)

∆Ur – queda de tensão óhmica em percentagem

Us–tensão de dispersão em percentagem

Un– tensão nominal em volts

Sn– potência nominal aparente em kVA

Transformadores do posto de transformação (PT)

Na ausência de dados para aplicação das fórmulas vistas


anteriormente existe a possibilidade de recorrer à seguintes fórmulas:

Resistência:
2
∆𝑃𝑐𝑐 𝑈𝐵𝑇
𝑟∗ = 𝑒 𝑟 = 𝑟∗ [𝑚Ω](3.112)
𝑆𝑛 𝑆𝑛

Reactância:

2
𝑢𝑐𝑐 2 𝑈𝐵𝑇
𝑋∗ = √( ) − 𝑟∗2 𝑒 𝑟 = 𝑟∗ [𝑚Ω](3.113)
100 𝑆𝑛

c. Nos condutores:

Para os condutores, serão usados os valores da impedância em vez da


reactância, portanto, terá que ser calculada previamente a resistência
dos condutores através da fórmula:

𝑙 Ω
𝑅= [ ] (3.114)
𝜇𝑆 𝑓𝑎𝑠𝑒

l- comprimento do condutor em metros

S- secção do condutor em mm2Type equation here.

μ – coeficente de condutibilidade, sendo 56 para o cobre e 34.8 para o


aluminio.

Em geral nos catalogos de cabos, os fabricantes dos mesmos, em cada


caso, indicam a resistência por kilometro, o que torna fácil achar a
resistência total dos condutores.

98
Outra via é recorrer, na ausência de dados antes fornecidos, à
aplicaçãode valores fixos seguintes que resultam de obsevações
verificadas em cálculos por outros profissionais de electricidade.

Reactância para linhas eléctricas calcula-se aplicando a fórmula:

𝑋 = 𝑋0 𝑙 (3.115)

Sendo:

Para linhas eléctricas:

X0 =(0.25….0.35)mΩ/m, sendo aplicável normalmente X0 = 0.25mΩ/m

Para linhas eléctricas de cabo isolado:

X0 =(0.06….0.08)mΩ/m, sendo aplicável normalmente X0 = 0.07mΩ/m

Entretanto, para resistência é de aplicar a fórmula:

𝑟 = 𝑟0 𝑙

Sendo:

r0 =б/S em Aluminio=29 e cobre=18

d. Nos restantes equipamentos

Barramentos:

Os barramentos são condutores rectangulares na forma de barra em


aluminio ou em cobre montados a horizontal ou a vertical. Mas
frequentemente usam-se barramentos de cobre.

Fig. 39 representacão da montagem vertical

Fig. 40 Representacão da montagem horizontal

99
As formulas de calculo da reactancia e resistencia estudadas são
validas para este caso:

𝑋 = 𝑋0 𝑙 (3.117)

𝐷𝑚𝑔 1.26𝑎 𝑚Ω
𝑋0 = 0.145𝑙𝑔 = 0.145𝑙𝑔 [ ]
ℎ/4 ℎ/4 𝑚
𝜌 𝜌
𝑟 = 𝑟0 𝑙; 𝑟0 = = (3.118)
𝑆 ℎ𝑏

Disjuntores:

Considera-se relevante a resistencia dos contactos cujo valor e:


r=0.25mΩ.

Bobinas do disjuntor:

Consideram-se r=0.12mΩ e X=0.1mΩ

Seccionadores:

Tambem considera-se apenas a resistencia dos contactos que se


exprime:

r=(0.2…0.15)mΩ

Para seccionadores de baixa potencia, sendo o contacto menor


implica a resistencia de contacto maior, para eles a r=0.2mΩ e sendo
de maior potencia menor resistencia de contacto

Transformadores de corrente:

Consideram-se os valores r=0.02mΩ e X=0.02mΩ

3.4.2.1 Formulas de calculo das correntes de curto circuito

Com o conhecimento do calculo das resistencias e reactancias podem-


se calcular os valores das correntes de curto circuito aplicando as
formulas:

𝑈𝑚𝑛
𝐼𝑐𝑐 = [𝑘𝐴](3.119)
√3√𝑋∑2 + 𝑟∑2

𝑖𝑐ℎ = 𝑘𝑐ℎ √2𝐼𝑐𝑐

100
a. Para motores assincronos potentes proximos um do outro.

Entende-se por motores proximos um do outro quando distanciam-se


em dezenas de metros e sendo de algumas centenas de tensão em
kV.

Sabe-se:

𝐼∑ 𝐼∑
𝑋⋆(𝑛) = → 𝐼𝑐𝑐 =
𝐼𝑐𝑐 𝑋⋆(𝑛)

Para motores assincronos:

"
𝐼𝑐𝑎 " 0.9𝐼𝑐𝑎 0.9𝐼𝑐𝑎
𝑋⋆1 = ; 𝑋⋆1 = ; 𝐼𝑐𝑐 = "
𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑋⋆1 = 0.2𝐼𝑐𝑐 = 4.5𝐼𝑐𝑎 (3.120)
𝐼𝑐𝑐 𝑋⋆1 𝑋⋆1

𝑖𝑐ℎ𝑚𝑎 = 4.5√2𝐼𝑐𝑎 (3.121)

Corrente de curto circuito de choque do sistema:

𝑖𝑐ℎ𝑠 = 𝐾𝑐ℎ √2𝐼𝑐𝑎

A corrente de curto circuito de choque no local em que se da o curto


circuito

𝑖𝑐ℎ = 𝑖𝑐ℎ𝑠 + 𝑖𝑐ℎ𝑚𝑎 = 𝑘𝑐ℎ √2𝐼𝑐𝑐 + 4.5√2𝐼𝑐𝑎 (3.122)

Kch =1 para o caso em que o ponto em que se da o curto circuito esta


muito afastado do barramento de BT e do transformador.

Kch =1.2para (100….500)kVA

Kch =1.3para (500….1000)kVA

3.4.3 Curto circuito bifasico e monofasico

Nos sistemas energeticos existem tres tipos de curto circuito trifasico ou


tripolar, bifasico ou bipolar e monofasico ou unipolar. Os dois ultimos,
tambem se chamam por assimetricos.

Diz-se curto circuito bipolar ou bifasico quando o fenomeno de curto


circuito se produz entre duas fase, quer dizer, tal e qual se evidencia na
figura 41, na qual o curto circuito se efectua entre as fases R e S.

101
Fig. 41 curto circuito bifasico

Um curto circuito unipolar (monofasico) e o produzido entre uma fase e


a terra da instalacão, que de acordo com a figura 42 se chamara curto
circuito monofasico franco e se for o caso da figura 43 que e entre uma
fase e o neutro se denomina por curto circuito não franco.

Fig. 42 curto circuito monofasico franco

Fig. 43 curto circuito não franco

Os curto circuitos bifasicos são mais perigosos. Os valores das correntes


de curto circuito se obtem recorrendo a diferentes formas de calculo.

Uma delas, se obtem por aproximacão: multiplicando os valores


correspondentes a curto circuito tripolares, segundo o calculo visto
noutro capitulo, por um coeficiente variavel entre 0.9 e 1.4. O primeiro
valor do coeficiente se aplica quando o local em que se da o curto
circuito (geradores, motores, etc…), neste caso o curto circuito tem
pouca influencia sobre a central devido a reactancia das linhas de
conducão de energia electrica. O segundo valor limite do coeficiente e
aplicado quando se trata de curto circuitos produzidos proximo dos
bornes dos geradores, motores sincronos e assincronos e
compensadores sincronos. Neste caso, as potencias de ruptura dos
disjuntores correspondentes, deverão ser deduzidos dos valores das
correntes de curto circuito bipolar.

Outra forma e a de calculo directo das correntes de curto circuitos


assimetricas que e deveras muito complexo.

102
Nesta via a determinacão das correntes de curto circuito assimetricas
obedece ao metodo das componentes simetricas.

Nesta via, a determinacão das correntes de curto circuito assimetricas


obedece ao metodo das componentes simetricas.

Existem tres componentes directa, inversa e homopolar. Supondo que se


esta perante uma das seguintes ligacões representada na figura 44.

Fig. 44 forma de ligacão do neutro numa rede electrica

Procede-se a elaboracão dos esquemas de substituicão para as


componentes anunciadas:

a. Componentes directa da corrente de curto circuito

Fig. 45 componente directa da corrente de curto circuito

X1∑ - reactancia da componente directa em relacão a fonte

b. Componente inversa da corrente de curto circuito

Fig. 46 componente directa da corrente de curto circuito

X2∑ - reactancia da componente inversa da malha do curto circuito

103
c. Componente homopolar da corrente de curto circuito

Fig. 47 componente homopolar da corrente de curto circuito

X0∑ - reactancia da componente homopolar da malha do curto circuito

Assim:

X1∑ - reactância directa

X2∑ - reactância inversa

X0∑ - reactância homopolar

Para curto circuito bipolar é válido X1∑= X2∑.

Mas X0∑depende do esquema real em questão. Em geral a corrente e


curto circuito é proporcional ao número de ligações transversais à terra
e, também, depende do regime do neutro e do afastamento do curto
circuito em relação à fonte de energia. Por exemplo, perante um curto
circuito monofásico de neutro os valores das correntes de curto ciircuito
vão de 1 a 500A ; mas se for do tipo de neutro ligado à terra as
correntes poderão atingir milhares de ampere 1 a 100kA. Perante a
relação dos tipos de correntes de curto circuito é a seguinte:
(3) (2)
a. 𝐼𝑐𝑐 > 𝐼𝑐𝑐
(3) (1)
b. 𝐼𝑐𝑐 > 𝐼𝑐𝑐
(1) (3)
c. 𝐼𝑐𝑐 > 𝐼𝑐𝑐 em alguns casos

Em geral:
(1) (𝑛)
𝐼𝑐𝑐 = 𝑚𝐼𝑐𝑐 (3.123)

Em que: Icc(n) é a corrente total

m – é o coeficiente que depende de n; m=f(n)

n – é o número de fases envolvidas no curto circuito

104
(𝑛) 𝐸
𝐼1𝑐𝑐 = (𝑛)
(3.124)
√3(𝑋1∑ + 𝑋∆ )

X∆(n) = f(n) – natureza da reactância a considerar

Tabela 6: Valores de m, n e X∆(n)

Nº Tipo de curto circuito n X∆(n) m


1 trifásico 3 0 1
2 bifásico 2 X2∑ √3
3 monofásico 1 X2∑+ X0∑ 3

a. Corrente de curto circuito bipolar

- Em unidades reais:

(2) 𝑈𝑚𝑛 𝑈𝑚𝑛


𝐼𝑐𝑐 = √3 = (3.125)
√3(𝑋1∑ + 𝑋2∑ ) 𝑋1∑ + 𝑋2∑

- Em unidades relativas:

(2) √3𝐼𝑏
𝐼𝑐𝑐 = (3.126)
𝑋1∑ + ⋯ . 𝑋2∑

b. Corrente de curto circuito unipolar

- Em unidades reais

(1) √3𝑈𝑚𝑛
𝐼𝑐𝑐 = (3.127)
𝑋1∑ + 𝑋2∑ + 𝑋0∑

- Em unidades relativas

(1) 3𝐼𝑏
𝐼𝑐𝑐 = (3.128)
𝑋∗1∑ + 𝑋∗2∑ + 𝑋∗0∑

Perguntas de controle:

1. Causas dos curto circuitos


2. Causas de defeitos entre fases
3. Consequências resultantes dos curto circuitos
4. Tipo de curto circuito conhece
5. Duração de curto circuito
6. Qual é o método de cálculo das correntes de curto circuito que
conhece. Qual deles prefere e porquê?

105
Capitulo IV

Esforços originados pelas correntes de curto circuito

Indice

4.1 Forças electrodinâmicas desenvolvidas pelo curto


circuito
4.2 Acção electrodinâmica de interracção de dois
condutores paralelos
4.3 Acção electrodiâmica nos sistemas trifásicos em caso
de curto circuito trifásico
4.4 Cálculo da estabilidade electrodinâmica nos
barramentos
4.5 Acção térmica das correntes de curto circuito
4.6 Métodos de avaliação de estabilidade térmica nos
condutores de energia

No final deste capitulo estará em condições de:

1. Determinar as forças electrodinâmicas resulatantes dum curto


circuito num sistema trifásico ou bifásico
2. Factor de amortecimento dum curto circuito
3. Avaliar a estabilidade electrodinâmica dum curto circuito
4. Tipo de montagem de barramentos e respectivos cálculos de
momentos
5. Determinar o aquecimento dos condutores
6. Temperatura e aquecimento admissíveis
7. Procedimentos a aplicar para manter o aquecimento no limite
admissível num condutor
8. Determinar a secção minima estável termicamente

106
4.1 Forças electrodinâmicas desenvolvidas pelo curto circuito

As correntes de curto circuito provocam esforços electridinâmicos nos


barramentos, nos apoios, isoladores e outros elementos dos circuitos
percorridos por estas correntes. É importante que se conheçam estes
esforços para poder dimensionar e seleccionar os sistemas de
barramentos colectores, os isoladores de apoio, a distância entre
apoios, etc…conforme os esforços produzidos. Mais adiante serão
analisados estes esforços e os procedimentos gerais para a projecção
de barramentos colectores.

4.2 Acção electromagnética de interacção de dois condutores


paralelos

Fig.1 interacção magnética entre dois condutores paralelos

Segundo a lei da interacção magnética de dois condutores.

Em qualquer ponto do condutor aparece a:

dF=i2 (dl2 x B1) = i2 dl2 B1

dF= i2 B1 dl2 (4.2)

aplicando a lei das correntes:

HI = ∑I

∑ 𝐻𝑖 𝑑𝑙 = ∮ 𝐻𝑖 𝑑𝑙 = 𝐻𝑖 ∮ 𝑑𝑙 = 𝐻𝐼

I=2πr = 2πd

107
2Hπd = I, donde se obtêm:

𝐼
𝐻= (4.3)
2𝜋𝑑

Por outro lado, é sabido que: B=π0 H.

𝐻
𝜇0 = 4𝜋10−7 [ ]
𝑚
24𝜋10−7 𝑖
𝐵= 𝑖 = 2 𝑥 10−7 (4.4)
2𝜋𝑑 𝑑

Então:

Sendo dois condutores:

𝑖1 𝑖2
𝑑𝐹 = 2𝑥10−7 𝑑𝑙
𝑑
𝑙
𝐹 = 2𝑥10−7 𝑖1 𝑖2 [𝑁](4.5)
𝑑
𝑙
𝐴 = 2𝑥10−7
𝑑
𝐹 = 𝐴𝑖1 𝑖2 (4.6)

4.3 Acção electrodinâmica nos sistemas trifásicos em caso de curto


circuito trifásoco

Fig 2. Interracção magnética em sistemas trifásicos

108
Qualquer corrente de curto circuito pode-se representar em duas
componentes:
𝑡
𝑖 = 𝐼𝑚 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜓 − 𝛼) − 𝐼𝑚 𝑠𝑒𝑛(𝜓 − 𝜑)𝑒 −𝜏 (4.7)

Correntes de curto circuito simétricas:

Assim a corrente de curto circuito da fase R:


𝑡
𝑖𝑅 = 𝐼𝑚 [𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜓 − 𝛼) − 𝐼𝑚 𝑠𝑒𝑛(𝜓 − 𝜑)𝑒 −𝜏 ] (4.8)

A corrente de curto circuito da fase S:

2𝜋 2𝜋 𝑡
𝑖𝑠 = 𝐼𝑚 [𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + 𝜓 − 𝛼 − ) − 𝑠𝑒𝑛 (𝜓 − 𝜑 − ) 𝑒 −𝜏 ] (4.9)
3 3

A corrente de curto circuito da fase T:

4𝜋 4𝜋 𝑡
𝑖𝑡 = 𝐼𝑚 [𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + 𝜓 − 𝛼 − ) − 𝑠𝑒𝑛 (𝜓 − 𝜑 − ) 𝑒 −𝜏 ] (4.10)
3 3

As forças electrodinâmicas serão:

1
𝐹𝑅 = 𝐴 (𝑖𝑅 𝑖𝑆 + 𝑖𝑆 𝑖 𝑇 ) (4.11)
2

𝐹𝑆 = 𝐴(𝑖𝑅 𝑖𝑆 − 𝑖𝑆 𝑖 𝑇 ) (4.12)

1
𝐹𝑇 = 𝐴 ( 𝑖𝑅 𝑖 𝑇 + 𝑖𝑅 𝑖𝑆 ) (4.13)
2

Depois se vê que:

FR =FT e FS >FR =FT (4.14)

Tendo iR, iS e iT pode-se calcular FS que é a maior de todas e utilizá-la


para o estudo da influência da força:

FS=A(iR iS – iS iT)

Substituindo os i pelas expresses vistas teremos por fim:

2 √3
4𝜋 𝑡 4𝜋 𝑡 √3 4𝜋
𝐹𝑆 = 𝐴𝐼𝑚 [ 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼 − ) 𝑒 −𝜏 √3𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + 2𝛼 − ) 𝑒 −𝜏 + 𝑠𝑒𝑛 (2𝜔𝑡 + 2𝛼 − )]
2 3 3 2 3

FS =FSmáx

No caso em que:

109
𝜋 4𝜋
= (2𝛼 − ) 𝑡𝑒𝑟 − 𝑠𝑒 − à
2 3

√3 −𝑡 𝑡 √3
2
𝐹𝑆 = 𝐹𝑆𝑚á𝑥 = 𝐴𝐼𝑚 [ 𝑒 𝜏 − √3𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡𝑒 −𝜏 + 𝑐𝑜𝑠2𝜔𝑡]
2 2

Ou

√3 −𝑡 𝑡
2
𝐹𝑆𝑚á𝑥 = 𝐴𝐼𝑚 (𝑒 𝜏 − 2𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡𝑒 −𝜏 + 𝑐𝑜𝑠2𝜔𝑡) (4.16)
2

Após amortecimento só tem*se a força expressa:

2 √3
𝐹𝑆𝑚á𝑥 = 𝐴𝐼𝑚 𝑐𝑜𝑠2𝜔𝑡 (4.17)
2

Em que √3/2 contém os factores de amortecimento


𝑡 𝑡
𝑒 −𝜏 − 2𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡𝑒 −𝜏

Mas fazendo t=0, teremos em FSmáx:

√3 2
𝐹𝑆𝑚á𝑥 = 𝐴𝐼 (4.18)
2 𝑚

Seja Im = ich recordando que A=2 x 10-7 I/d teremos:

√3 𝐼 2 𝐼 2
𝐹𝑆𝑚á𝑥 = 2𝑥10−7 𝑖𝑐ℎ = √310−7 𝑖𝑐ℎ [𝑁] (4.19)
2 𝑑 𝑑
𝐼 2
𝐹𝑆𝑚á𝑥 = √310−7 𝑖𝑐ℎ (4.20)
𝑑

Num sistema trifásico, o cálculo dos esforços desenvolvidos no caso de


um curto circuito bipolar não oferece grande dificuldade. Os esforços
máximos aparecem quando flui a corrente de choque. É por essa razão
que se procedeu a substituição de I por ich em que é expressa em kA,
em que escolhendo para um comprimento de 100 cm que equivale a
1m, o esforço electrodinâmico por metro do condutor, será
determinado pela fórmula:
2
𝑖𝑐ℎ
𝐹 = 2.40 [𝑘𝑔/𝑚]
𝑑

Está é a fórmula prática a aplicar que leva em conta outros aspectos


por isso se expressa desta maneira.

110
Quando o curto circuito é tripolar, o cálculo dos esforços
electrodinâmicos é mais complicado, por isso, geralmente se adoptam
os resultados que se obtêm no suposto curto circuito tripolar,
considerando que é o mais desfavorável.

4.4 Cálculo da estabilidade electrodinâmica nos barramentos

Fig 3. Barramnetos trifásicos

d- distância entre condutores

l- distância entre apoios

os barramentos são condutores em forma de barras a partir dos quais se


derivam circuitos para diferentes direcções de alimentação da carga.

Os barramentos podem ser montados na posição vertical ou horizontal.

Quando se dá um curto circuito as correntes resultantes do mesmo


atingem os barramentos originando nelas esforços electrodinâmicos.

a. Força electrodinâmica mecânica unitária

𝐹𝑆𝑚á𝑥 𝑖2 𝑁
−7 𝑐ℎ
𝑓0𝑠𝑚á𝑥 = 𝑓0 = = √310 [ ] (4.22)
𝑙 𝑑 𝑚

b. Condição principal de avaliação da estabilidade


electrodinâmica

б ≤ бadm

sendo: бadmAl=80MPA e бadmcu=170MPA

𝑀
𝜎= ≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚
𝑊

Б – esforço mecânico calculado

M- momento flector

111
W- momento resistente

c. Momento flector

Os barramentos consideram-se vigas submetidas a uma carga


uniformemente distribuida. Segundo o tipo de montagem o momento
de flexão será calculado diferentemente.

Fig. 4 Distribuição duma carga num barramento

Analisando a estabilidade electrodinâmica duma parte do barramento


de comprimento x.

Seja:

𝑓0 𝑙
𝑅𝐴 = 𝑅𝐵 = (4.24)
2

Assim a equação da estabilidade mecânica deste barramento será:

112
𝑋 𝑓0 𝑙𝑋 𝑋2
𝑀𝑥 = 𝑅𝐴 𝑋 − 𝑓0 𝑋 = − 𝑓0 (4.25)
2 2 2

Assim, para os seguintes casos ter-se-à estabilidade mecânica


respectiva

- x=0 →Mx = 0

- x=l → Mx = 0

- x =1/2 é o troço em analise e teremos:

𝑓0 𝑙 1 𝑙2 1
𝑀𝑥 = 𝑀𝑚á𝑥 = − 𝑓0
2 2 42

Ou seja:

𝑙2
𝑀𝑚á𝑥 = 𝑓0 (4.26)
8
𝑙2
𝑀𝑚á𝑥 = 𝑓0 [𝑁𝑚] (4.27)
𝐾𝑚

Km – coeficiente de montagem

Km= 8 para montagem móvel

Km=12 para montagem fixa

Km=10 para montagem semi-fixa

Sabendo que:

1 2 𝑁
𝑓0 = √310−7 𝑖 [ ]
10 𝑐ℎ 𝑚

E substituindo em Mmáx teremos:

1. Quando ich é expressa em Amperes.


2
𝑖𝑐ℎ 𝑙2
𝑀𝑚á𝑥 = √3 10−7 [𝑁𝑚](4.28)
𝑑 𝐾𝑚

2. Quando ich é expressa em kA.


2
√3 𝑙 2 𝑖𝑐ℎ
𝑀𝑚á𝑥 = (4.29)
10 𝑑 𝑘𝑚

Na prática, também tem-se usado, de acordo com o caso, as seguintes


fórmulas:

113
𝐹𝑙 𝑘𝑔
𝑀= [ ] (4.30)
16 𝑚

Para derivações:

𝐹𝑙 𝑘𝑔
𝑀= [ ] (4.31)
10 𝑚

d. Momento resistente

O momento resistente será calculado considerando o tipo de secção


do barramento acrescido, em certos casos, ao tipo de montagem
poder-se-à observar.

A montagem horizontal é designada por x e a vertical por y.

d.1.1 Montagem horizontal simples

Fig. 5 Montagem horizontal simples

Então o momento resistente será dado por:

ℎ𝑏 2
𝑊𝑥 = (4.32)
6

d.1.2 Montagem vertical simples

Fig. 6 Montagem vertical simples

O respectivo momento resistente é dado por:

ℎ𝑏 2
𝑊𝑦 = (4.33)
6

114
d.1.3 montagem horizontal dupla

Fig. 7 Montagem horizontal dupla

Colocando-se o momento resistente pela fórmula

ℎ𝑏 2
𝑊𝑥 = (4.34)
3

d.1.4 Montagem vertical dupla

Fig. 8 Montagem vertical dupla

Para esta situação determina-se o momento resistente recorrendo a:

ℎ𝑏 2
𝑊𝑦 = (4.35)
3

d.2 Secção circular

fig9. Barramento de secção circular

podendo-se calcular o momento resistente pelo procedimento


seguinte:

115
𝜋𝐷3
𝑊= (4.36)
32

d.3 secção tubular circular

fig 10. Barramento de secção tubular circular

neste tipo de secção o momento resistente será obtido pela aplicação


de:

𝜋(𝐷4 − 𝑑4 )
𝑊= (4.37)
32 𝐷

d.4 Secção tubular rectangular

fig 11. Barramento de Secção tubular rectangular

Que atendendo a esta configuração o seu momento resistente será


resultante:

𝐻 4 − ℎ4
𝑊= (4.38)
6𝐻

De acordo com a secção dos barramentos determina-se o momento


resistente correspondente.

Entretanto, é possível interligar o momento flector com o resistente pela


fórmula:

𝑀 𝑀
𝑊= [𝑐𝑚3 ] → 𝜎𝑎𝑑𝑚 = (4.39)
𝐾 𝑊

Esta equação permite determinar o momento resistente necessário.

Sendo K a carga admissível no barramento que depende do material:

116
Cobre:

K = 100 a 1200kg/cm2

Aluminio:

K = 400 a 600kg/cm2

Assim, para que o valor do momento resistente seja correcto, deve-se


estabalecer a condição seguinte:

𝑀 ℎ𝑏 2 𝑀 ℎ𝑏 2
< → < (4.40)
𝐾 𝐾𝑚 𝜎𝑎𝑑𝑚 𝐾𝑚

Através das fórmulas antes vistas é possível apreciar a distância


necssária entre condutores e entre apoios bem como a secção dos
condutores mais propicia, conforme os objectivos pretendidos.

Conhecido o meio de cálculo dos momentos flectores e resistente já é


possível determinar-se o esforço mecânico.

Por outro lado, pode-se completar a verificação da garantia da


estabilidade electrodinâmica pela apreciação da distância minima
admissível de separação de barramentos das três fases anteriormente
designada pot d.

Esta apreciação corresponde exactamente para um dado бadm


2
√3𝑙 2 𝑖𝑐ℎ
𝜎 ≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚 = , 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 (4.41)
10 𝑑 𝑊𝐾𝑚

√3𝑙 2 𝐼𝑐ℎ
𝑀𝑚á𝑥 =
10 𝑑 𝐾𝑚
2
2
𝑖𝑐ℎ
𝑑 ≥ √3𝑙 (4.42)
10 𝐾𝑚 𝜎𝑎𝑑𝑚 𝑊

Sendo considerados valores minimos normais de d=15 a 25 cm

Assim forneceu-se elementos para usa-los no momento de selecçao do


barramento para uma dada rede de transporte ou disribuição.

Para além deste método selectivo das barras, também usa-se o método
de aquecimento que se baseia na satisfação da inequação:

𝐼𝑎𝑑𝑚 ≥ 𝐼𝐶

Onde:

117
Iadm – corrente admissível no tipo de barramento a seleccionar que é tabelada

IC – corrente de carga (calculada)

Nos centros de distribuição de energia são usados barramento que


também devem ser capazes se suportarem todos os efeitos nocivos das
correntes de curto-circuito; daí a importância deste cálculo.

A condição principal de avaliação da estabilidade dos isoladores é a


seguinte:

𝐹 ≤ 𝐹𝑎𝑑𝑚

F – força a determinar

Fadm – força admissível fornecida pelo fabricante do isolador

Fig. 12 Montagem dum isolador e respectivo barramento

hi- altura do isolador de suporte

hcGB – altura do centro de gravidade do barramento

2
ℎ𝑐𝐺𝐵 √3𝑖𝑐ℎ 𝑁
𝐹 = 𝑓0 𝑙 ; 𝑓0 = [ ]
ℎ𝑖 10 𝑑 𝑚
2
√3𝑖𝑐ℎ 𝑙ℎ𝑐𝐺𝐵
𝐹=
10 𝑑 ℎ𝑖

𝐹𝑎𝑑𝑚 = 0.6𝐹𝑑

Fd – força de destruição dependente da resistência mecânica do material

Classificando isoladores por grupos pode-se ter a seguinte força de


destruição para cada grupo conforme se expõe:

118
Tabela1: Grupos de isoladores e respectivas forças destruitivas

Grupo A B C D
Fd[N] 3750 7500 12500 20000

Satisfeita a condição principal pode-se estar certo de que o isolador irá


suportar os efeitos resultantes das correntes de curto-circuito prováveis
do circuito.

4.5 Acção térmica das correntes de curto circuito

Devido as correntes de curto circuito verificam-se os efeitos negativos


seguintes:

1. Aquecimento brusco nos condutores e nos isolantes


2. Diminuição da rigidez mecânica dos condutores
3. Diminuição da rigidez dieléctrica dos isolantes
4. Oxidação dos condutores eléctricos, corrosão dos contactos e
aumento da resistência dos contactos.

Isto é os aparelhos e condutores são submetidos a esforços térmicos


adicionais que dependem, essencialmente, do quadrado da
intensidade de corrente e do tempo que dura o curto circuito. Deve
comprovar-se se o aquecimento previsto para as diferentes partes
da instalação que irão sofrer dentro dos limites a estabelecer para
cada uma dessas partes.

A grandeza eléctrica que é assumida como base para


determinação do aquecimento é a corrente permanente de curto
circuito IP e o tempo t que é o período de inicio do curto circuito até
ao disparo das protecções correspondentes. Mas, por esta via, não
se leva em conta o aquecimento produzido pela corrente de curto
circuito de choque Ich que, diversas vezes, origina aquecimento
superior que o provocado pela corrente permanente de curto
circuito. Para se levar em consideração o efeito da corrente de curto
circuito de choque, introduz-se nos cálculos um tempo adicional ∆t,
cujo valor se obtêm pela fórmula:

𝐼𝑐ℎ 2
∆𝑡 = ( ) 𝑇 [𝑆](4.44)
𝐼𝑃
Ich – corrente de curto circuito de choque em A

IP – corrente permanente de curto circuito em A

119
T – factor de tempo das máquinas em segundos:

Para curto circuito tripolar T = 0.3 a 0.15s

Para curto circuito bipolar T= 0.6 a 0.25s

Assumem-se valores de T tão menores quanto maior for a distância


entre o ponto afectado e o ponto da qual se produz o curto circuito.

Para simplificar os cálculos, são previamente admitidas as condições


seguintes:

a. Despreza-se a cedência do calor dos barramentos para o


ambiente em que se situam em virtude de o curto circuito ser de
curta duração.
b. O valor especifico do material permanece constante apesar de
se registar o crescimento da temperatura nesse material.

Considerando estas condições o aquecimento será:

𝐾 2
𝜃= 𝐼 (𝑡 + ∆𝑡)[°𝐶] (4.45)
𝑆2 𝑃
Θ – aquecimento em graus centigrados

S – secção do condutor em mm2

K – constante

Para cobre: K = 0.0058

Para aluminio: K = 0.0135

IP – corrente permanente de curto circuito

t- tempo desde o inicio do curto circuito até a desligação da protecção (disjuntor), em


segundos.

∆t – tempo adicional para ter em conta o aquecimento produzido pela corrente de curto
circuito de choque Ich, em segundos.

As sobre elevações de temperaturas admissíveis em caso de curto


circuito, são as seguintes:

Condutores nús:

a. Aluminio = 180 ºC
b. Cobre = 200 ºC

120
Cabos:

Nos cabos de baixa tensão deve-se ter muito em conta a boa


conservação do meio dieléctrico; por esta razão, com o aumento
da tensão de serviço devem reduzir-se os aquecimentos admissíveis.
Podem adoptar-se como valores destes aquecimentos:

Cabos de 6kV 120ºC


Cabos de 10kV 115ºC
Cabos de 12kV 100ºC

Deve-se considerar a energia produzida no condutor sob a forma de


calor, o aquecimento do condutor e a emissão de calor ao meio
ambiente que se expressa:

I2 R dt = C G dθ + A θ dt (4.46)

É a chamada equação de equilibrio térmico…


R- resistência activa do condutor

G – massa do condutor em g ou kg

A – coeficiente de transmissão de calor

Coeficiente calorifico ou térmico da restência especifica.

𝑊𝑠
𝐶=
1𝑔 1º 𝐶

𝑊𝑠 𝑊
𝐴= =
1º𝐶 1𝑠 1º𝐶

A duração da corrente de curto circuito:

t< (0.02….5)s

mas na maioria dos casos, t<1s.

o sentido fisico das componentes da equação de equilibrio térmico


é a seguinte:
I2Rdt – energia produzida no condutor sob a forma de calor

CGdθ – componente de aquecimento do condutor

Aθdt- componente de emissão de calor ao meio ambiente

Considerando que frequentemente t<1s, pode-setomar atitude


como se estivesse perante um processo adiabático.

121
Desta feita: Aθdt →0, ficando com a equação:

𝐼 2 𝑅𝑑𝑡 = 𝐶𝐺𝑑𝜃 (4.48)

𝜌
𝑅= 𝑙; 𝜌 = 𝜌0 (1 + 𝛼𝜃)
𝑆
I – corrente de curto circuito

ρ - resistência especifica

ρ0 - resistência especifica para θ=0

𝑙
𝑅 = 𝜌0 (1 + 𝛼𝜃) (4.49)
𝑆

Por outro lado a massa do condutor é expressa:

𝐺 = 𝛾𝑆𝐼 (4.50)

γ – densidade do metal [kg/m3]

S – secção [mm2]

L – comprimento [m]

Substituindo na equação de equilibrio térmico fica-se com:

𝑙
𝑙 2 𝜌0 (1 + 𝛼𝜃) 𝑑𝑡 = 𝐶𝛾𝑆𝐼𝑑𝜃 (4.51)
𝑆

Após a simplificação adequada tem-se a equação diferencial de


equilibrio com duas váriaveis, como se vê:

𝐶𝛾 𝑑𝜃
𝐼 2 𝑑𝑡 = 𝑆 2 (4.52)
𝜌0 1 + 𝛼𝜃

Fazendo integração da equação diferencial


𝜃𝑓
𝑡𝑐𝑐
𝐶𝛾 𝑑𝜃
∫ 𝐼 2 𝑑𝑡 = 𝑆 2 ∫
0 𝜌0 1 + 𝛼𝜃
𝜃𝑖

122
𝑡𝑐𝑐

∫ 𝐼 2 𝑑𝑡
0

É o integral térmico ou integral de joule ou impulso térmico que


caracteriza o balor do calor produzido durante o tempo de acção de
curto circuito (tcc).
𝑡𝑐𝑐

∫ 𝐼 2 𝑑𝑡 = 𝐵 ; [𝐵] = 𝐴2 𝑆
0

Com este entendimento, se compreende que:

𝜃𝑖 = 𝜃𝑛 → 𝜃𝜃𝑛 𝑒 𝜃𝑓 = 𝜃𝑎𝑑𝑚 → 𝜃𝜃𝑎𝑑𝑚

Assim a integração resulta:

𝐵 = 𝑆 2 (𝐴𝜃𝑓 − 𝐴𝜃𝑖 )(4.53)

Ou

𝐵 = 𝑆 2 (𝐴𝜃𝑎𝑑𝑚 − 𝐴𝜃𝑖 )(4.54)

Resultando em:

𝐵 √𝐵
𝑆2 = 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑆 = (4.55)
𝐴𝜃𝑎𝑑𝑚 − 𝐴𝜃𝑛 √𝐴𝜃𝑎𝑑𝑚 − 𝐴𝜃𝑛

Existem tabelas elaboradas de θn e θadm que se usam para estas


analises:

Tabela 2: tabela para temperaturas iniciais ou nominais

Tipo de condutor Θn[ºC]


Nús 70
Com isolante de papel – BT 80
Com isolante de borracha, PVC 65
em BT
Com isolante de papel, 6kV 65
Com isolante de papel, 10kV 60
Com isolante de papel, 20 e 35kV 50

123
Tabela 3: tabela para temperaturas admissíveis (θadm)

Tipo de condutor Θadm[ºC]


Barramento de cobre 300
Barramento de aluminio 200
Cabo de cobre nú 250
Cabo de aluminio nú 200
Cabo em isolante de papel 200
Cabo em isolante de borracha, 150
PVC
Cabo em isolante polietileno 120
Cabo em isolante de papel 6, 200
10kV
Cabo em isolante de papel 20, 125
35kV

Fig. 13 – curvas de temperatura para Al e Cu.

124
4.5.1 métodos de avaliação de estabilidade térmica nos condutores
de energia eléctrica

Para avaliar um certo condutor eléctrico se tem ou não estabilidade


térmica recorre-se à vários procedimentos que a seguir são
resumidos na forma de pârametros conhecidos e não conhecidos
para implicitamente determinar-se a grandeza eléctrica de interesse.

a. Determinação da secção minima estável termicamente


 Conhecido: θn, θadm
 Determina-se Aθn e Aθadm
 Determina-se B=Ip2 tcc
 Assim a secção será calculada pela expressão:

√𝐵
𝑆= (4.56)
√𝐴𝜃𝑎𝑑𝑚 − 𝐴𝜃𝑛

A- Coeficiente de coeficiente de transmissão de calor

b. Verificação da estabilidade térmica da secção

É dado: S; θn; B

Então:

𝐵 = 𝑆 2 (𝐴𝜃𝑖 − 𝐴𝜃𝑛 ) (4.57)

𝐵
𝐴𝜃𝑓 = 𝐴𝜃𝑖 +
𝑆2

Conhecida a temperatura nominal θn, determina-se Aθn= Aθi pelas


curvas de θ=f(Aθ) , obtendo-se:

𝐵
𝐴𝜃𝑓 = 𝐴𝜃𝑖 +
𝑆2

Apos este cálculo deve-se comparar Aθf e Aθadm para se fazer analise
e tirar as respectiva conclusão.

125
Contudo no cálculo da estabilidade térmica da secção dum
condutor, pode-se recorrer uma via mais simplificada que se
apresenta.

√𝐵
𝑆≥ (4.58)
√𝐴𝜃𝑎𝑑𝑚 − 𝐴𝜃𝑛

Sendo:
𝑡𝑐𝑐

𝐵 ∫ 𝐼 2 𝑑𝑡 𝑠𝑒 𝐼 = 𝐼𝑃
0

Então procede-se:
𝑡𝑐𝑐
2
𝐵 = 𝐼𝑐𝑐 ∫ 𝑑𝑡 = 𝐼𝑃2 𝑡𝑐𝑐 (4.59)
0

Por outro lado

Coeficiente térmico:

𝐶𝑇 = √𝐴𝜃𝑎𝑑𝑚 − 𝐴𝜃𝑛

Assim:

√𝐼𝑃2 𝑡𝑐𝑐
𝑆≥ (4.60)
𝐶𝑇

E finalmente a fórmula toma o aspecto seguinte:

𝐼𝑃
𝑆≥ √𝑡 (4.61)
𝐶𝑇 𝑟

Tr – tempo real que dura a secção de curto circuito

Com esta fórmula pode-se deduzir a fórmula que permite estimar o


tempo minimo admissível tma da secção térmica, ou melhor:

126
𝐶𝑇 𝑆 2
𝑡𝑚𝑎 ≤( ) (4.62)
𝐼𝑃

Tabela 4: coeficientes térmicos conforme o tipo de condutor

Tipo de Barramentos Cabos isolados Cabos Cabos Cabos


condutor até 10kV isolados de isolados a isolados a
20 a 30kV borracha e PVC
polietileno
Cu Al Cu Al Cu Al Cu Al Cu Al
Coeficient 171 88 141 85 110 70 135 87 115 74
e térmico

No entanto, para os dispositivos de protecção têm os intervalos de


tempo assumíveis ao longo duma rede de transporte e distribuição de
energia eléctrica que a seguir se apresenta.

Fusível:

Tf ≤0.1s

Disjuntores automáticos (DA):

a. Em AT; tDAAT = (0.05 a 0.2)s


b. Em BT; tDABT = (0.02 a 0.1)s
c. Em BT para secção instantânea: tDABT≤0.05s

No barramento BT pode-se assumir t<(0.1 a 0.2)s

Em geral há a saber que:

t= (0.03 a 0.04)s

Para protecções normais: t= (0.4 a 0.6)s

Para protecções de acção rápida: t= (0.04 a 0.06)s

E disjuntores de alta tensão para a selectividade consideram-se os


seguintes intervalos de tempo:

∆T=(0.35 a 0.4)s

127
CAPITULO V

LIMITAÇÃO DAS CORRENTES DE CURTO CIRCUITO

5.1 Limitação da corrente de curto circuito por elevação da tensão


de serviço.

5.2 Limitação da corrente de curto circuito por aumento da


impedância de curto circuito

5.3 Restrição do tempo de acção da corrente de curto circuito

128
Uma instalação é considerada preparada para suportar os curto
circuitos, quando a capacidade de ruptura dos disjuntores, assim como
as resistências mecânica e térmica dos elementos do sistema podem
suportar os esforços máximos prováveis de aparecerem no tal sistema
conforme os conceitos apreendidos nos capitulos anteriores. É por
questão economica que se coloca interrogação do genero; será que é
mais conveniente preparar o sistema eléctrico para resistir a tais esforços
ou é melhor diminuir a potência de curto circuito para reduzir os seus
efeitos; em muitas ocasiões somente pode recorrer-se ao segundo
procedimento no caso em que se trata de sistemas cuja a potência de
geradores é crescente.

Em muitos casos é eficiente subdividir o sistema e a potência dos


geradores; mas neste caso, deve-se analizar apenas as soluções
possíveis para limitação dos efeitos das correntes do curto circuito, sem
fazer a subdivisão da potência.

Os procedimentos adequados para limitar os efeitos das correntes de


curto circuito, são os seguintes:

a. Seleccionar uma tensão de serviço a mais elevada possível


b. Impedância de curto circuito a mais elevada possível
c. Restrição do tempo de acção da corrente de curto circuito

Procedimentos:

5.1 Limitação da corrente de curto circuito por elevação da tensão


de serviço

Em geral a expressão da corrente de curto circuito é a seguinte:

𝑆𝑐𝑐
𝐼𝑐𝑐 =
√3 𝑈

Sendo assim, quanto maior for a tensão de serviço U, menor será a


corrente de curto circuito. Portanto é vantajoso escolher umas tensões
de serviço das mais elevadas possíveis, para geradores bem como para
transformadores.

5.2 Limitação da corrente de curto circuito por aumento da


impedância de curto circuito

Nos sistemas eléctricos em exploração, em geral não é possível aplicar


o método de elevação da tensão de serviço. Nestas circunstãncias
alcançam-se os objectivos pretendidos aumentando as impedâncias

129
de curto circuito. Este aumento é realizável a partir da resistência ou a
partir da reactância que são os componentes da impedância. O
aumento através da resistência não é vantajoso devido as perdas por
efeito de joule que diminuem o rendimento conjunto do sistema e, além
disso, devido ao facto de que quase todos os casos, o valor dessa
resist~encia é muito pequeno comparado com o da reactância
correspondente e, sendo assim, a sua influência sobre o valor da
corrente é muito pequena.

A melhor eficiência se obtêm pelo aumento da reactãncia do sistema,


intercalando bobinas de indução, que se constroem com núcleo de ar
para que a reactância seja sempre proporcional a corrente que
atravessa a bobina, por mais elevada que seja a corrente; isto não seria
possível utilizando bobinas com núcleo de ferr, já que os efeitos da
saturação daquela origina a ausência da proporcionalidade referida
para corrente de elevado valor como são os das correntes de curto
circuito. Estes elementos limitadores das correntes de curto circuito se
chamam de bobinas de choque.

A reactância duma bobina limitadora é muito elevada em


comparação com a sua resistência; recorrendo aos disgramas
vectoriais pode-se analizar o seu funcionamento. A reactância provoca
uma queda de tensão Ux, desfasada em 90ºC em atraso em relação a
corrente nominal In, a qual se adiciona geometricamente com a queda
ohmica da tensão UR que produz a bobina e que, como se sabe, está
em fase com a corrente I n (fig 1)

De acordo com a expressão:

𝑈𝑋 = 2𝜋𝑓𝐿𝐼

A grandeza de Ux cresce com a intensidade de corrente que circula


pela bobina sendo oposta à tensão de serviço correspondente (fig 2).
Por isso mesmo, quanto mais elevada fôr a corrente que atravessa a
bobina, maior é o efeito limitador.

130
Fig 1 Diagrama vectorial para estudo do efeito duma bobina limitadora num circuito eléctrico,
quando é percorrida pela corrente nominal

Fig. 2 Diagrama vectorial para estudo do efeito duma bobina limitadora num circuito eléctrico
quando é percorrida pela corrente de curto circuito

É o valor mais elevado da corrente de curto circuito I cc, que se


estabelece através da bobina, supondo a tensão da rede constante
ter-se-à

𝐼𝑛
𝐼𝐶𝐶 = 100 [𝐴]
𝑢𝑐𝑐%

In – corrente nominal da bobina em amperes

131
Ucc – tensão de curto circuito da bobina em percentagem

A tensão de curto circuito da bobina se calcula na base da corrente


nominal In e do valor máximo admissível para a corrente de curto
circuito Icc.

𝐼𝑛
𝑢𝐶𝐶 = 100 [%]
𝐼𝑐𝑐

Para bobinas limitadoras, as tensões de curto normalizadas são:

5 +/- 20% = (4 ; 6) = UCC

6 +/- 20% = (4.8 ; 7.2) = UCC

10+/- 20% = (8 ; 12) = UCC

Comsidera-se como intensidade de corrente nominal da bobina, a


máxima intensidade contínua de serviço que pode circular por ela.

Fig 3. Disposição duma bobina limitadora num sistema eléctrico, entre a linha de alimentação e
o barramento.

Fig 4. Disposição de bobinas limitadoras num sistema eléctrico, com um bobina em cada
derivação do barramento

132
Quanto à sua instalação num sistema eléctrico, pode escolher-se
instalação duma bobina limitadora entre a linha de alimentação e o
barramento (fig 3) ou instalar-se uma bobina por cada saída a partir do
barramento (fig 4). Geralmente é preferível a sua instalação nas
derivações, quer dizer, de acordo com a fig 4, isto porque as bobinas
de menor potência de passagem representam uma maior resistência na
trajectória da corrente de curto circuito e, por outro lado as perdas
ohmicas da bobina crescem ao quadrado da intensidade de corrente
que nela circula. Sem exagero, em certas circunstâncias pode ser
vantajoso a montagem de acordo com a fig 3. Por exemplo se se
pretende uma economia de espaço ou uma maior amplitude na zona
protegida; neste caso, os disjuntores das derivações podem ser de
menor potência e ruptura.

Certas vezes, é recomendado intercalar a bobina limitadora nps


barramentos gerais, separando grupos de máquinas ou transformadores
ou interligando diferentes sistemas de barramentos (fig 5). Estas bobinas
devem estar previstas para suportarem uma tensão de curto circuito de
elevado valor e, em caso de curto circuito, têm uma grande eficâcia
protectora. Durante o serviço normal, somente passa por elas uma
pequena corrente de compensação e as perdas permanentes são
muito pequenas. Em caso de interrupção do serviço por desligação
duma máquina, esta disposição da reactância limitadora protege aos
visados contra estes inconvenientes, já que, por causa da elevada
tensão de curto circuito da bobina, o serviço continua, senão com a
tensão de certo modo reduzida, graças à corrente fornecida pelo
grupo vizinho.

Fig 5 Disposição duma bobina limitadora nos barramentos gerais

133
A bobina é shuntada geralmente por um disjuntor. Tem-se em conta
que as bobinas limitadoras de barramentos não protegem aos
geradores ligados à secção em que se produz um curto circuito,
circunstãncia essa que se terá de prever para determinar a
capacidade de ruptura aos correspondentes disjuntores.

Nos circuitos de geradores as bobinas limitadoras são instaladas tal


como se indica na figura 6.

Desta forma protegem o próprio gerador e limitam a corrente que o


gerador pode fornecer em caso de curto circuito. Em certos casos em
que se usam turbogeradores de alta velocidade, em sistemas com
neutro posto à terra, pode ser que seja conveniente precer reactâncias
limitadoras no neutro do gerador, para protege-lo contra curto circuitos
unipolares. Nos geradores para centrais hidraúlicas, de média e baixa
velocidade, as bobinas limitadoras se empregam raras vezes.

Fig 6 Disposição de bobinas limitadoras nos geradores

134
Fig 7. Disposição das bobinas limitadoras nos transformadores

Nos transformadores, as reactâncias limitadoras empregam-se para


limitar e localizar os efeitos dos curto circuitos. A tendência actual para
os transformadores de construção moderna é não usar as bobinas
limitadoras, já que a reactância própria desses transformadores é
relativamente elevada.

O número de reactância limitadoras que se utiliza normalmente nas


diferentes classes de corrente é a seguinte:

a. Circuitos monofásicos: uma reactância sobre a fase


b. Circuitos trifásicos: reactâncias, uma em cada fase
c. Circuitos trifásicos: três reactãncias, uma em cada fase.

Deve-se chamar atenção ao caso dos circuitos de BT que não utilizam


reactâncias limitadoras porque as perdas por efeito de joule serão
demasiado elevadas por causa das intensas correntes de serviço
normal.

Conforme o exposto, observa-se na fig 8 a forma de coordenar os


equipamentos de manobra e as bobinas limitadoras numa instalação
com jogo duplo de barramentos.

Há a ressalvar que as bobinas limitadoras cumprem várias funções


primordiais nos sistemas eléctricos.

135
a. Reduzem o valor da corrente de curto circuito, protegendo desta
forma os aparelhos contra excessivos esforços mecânicos e
contra sobreaquecimentos.
b. Reduzem a amplitude das perturbações de tensão, causadas
pelo curto circuito.
c. Localizam os efeitos dos curto circuitos.
d. Aliviam as condições de funcionamento impostas aos diferentes
elementos do sistema, com um custo relativamente baixo.

Fig. 8 Exemplo de instalação de bobinas limitadoras num sistema eléctrico com jogo duplo de
barramentos

5.3 Restrição do tempo de acção da corrente de curto circuito

Para tal, recorre-se ao uso dos aparelhos especiais de desligamento


rápido para limitar a duração da acção das correntes de curto circuito
nos diversos componentes dum sistema eléctrico.

Tais aparelhos normalmente aplicados em sistemas eléctricos são ao


seguintes:

136
a. Fusíveis limitadores de corrente de curto circuito

Fig 9 fúsível limitador

O seu principio de funcionamento se apresenta:

Fig 10. Gráfico de funcionamento de um fusível limitador

A duração da acção do valor máximo da corrente de curto circuito é


de apenas de 10ms.

Contudo o tempo de desligação do fusível limitador deve ser menor


que o da duração do valor máximo da corrente de curto circuito.

b. Limitação especial de acção rápida

Fig 11. Limitador tipo explosivo

137
Fig 12 vista interior do limitador tipo explosivo

Ocorrendo um curto circuito na linha a corrente irá passar pelo


aparelho e pelo transformador de corrente (TC) verificando-se neste o
aumento da corrente o que permite a que se dê um impulso a carga
explosiva que ao actuar irá cortar a linha.

O tempo que os limitadores especiais levam a actuar é menor que 5ms.

138
CAPITULO VI

COMPENSAÇÃO DA ENERGIA REACTIVA

Indice

6.1 Generalidades
6.2 Factor de potência
6.2.1 Principios gerais
6.2.2 Desvantagens dum baixo factor de potência
6.2.3 Como melhorar o factor de potência
6.3 Técnicas de compensação da energia reactiva
6.3.1 Principios teoricos
6.3.2 Meios de compensação
6.3.3 Instalação de compensadores de energia reactiva
6.4 Determinação da potência dos compensadores de energia
reactiva
6.4.1 Método geral
6.4.2 Método simplificado

139
6.1 Generalidades

Muitas cargas eléctricas alimentadas em corrente alternada


solicitam não apenas a potência activa mas também a reactiva
embora esta última não contribua na transmissão de energia. Essas
energias são entendidas como sendo:

a. Energia activa corresponde à potência activa designada por P


medida em W, ela é transformada integralmente em energia
mecânica (trabalho) e em calor (perdas).
b. Energia reactiva corresponde à potência reactiva designada por
Q medida em Var, ela serve para alimentação dos circuitos
magnéticos das máquinas eléctricas e também é necessária para
o funcionamento de certos receptores.

A rede de distribuição fornece energia aparente que corresponde à


potência aparente designada por S e medida em VA.

A energia aparente é composta vectoriamente de dois tipos de


energias a activa e reactiva.

O que significa que, fisicamente, se entende que qualquer


equipamento que transforma a energia eléctrica em outra forma de
energia útil (térmica, luminosa, etc..) sem necessitar energia
intermediária na sua transformação, é um consumidor de energia
activa. Mas caso esse equipamento necessite de energia
magnetizante como intermediária na utilização de energia activa é
um consumidor de energia activa e reactiva.

Pois que a energia reactiva é uma energia que é trocada entre a


fonte e o receptor, não sendo consumida verdadeiramente como o
é com a energia activa.

Vectorialmente representa-se a energia reactiva 90º desfasada em


relação
a activa e isto significa que atinge os máximos e minimos 90º
eléctricos em desfasagem. Por convecção, se o receptor consome
energia reactiva, afirma-se que a mesma está 90º atrasada em
relacção à energia activa; se o receptor fornece energia reactiva,
está 90º avançada em relação à mesma. Eis as respectivas
representações:

140
Receptor de energia activa receptor de energia reactiva

Fig 1. Vectores que relacionam as energias activas e reactivas

Os consumidores que utilizam uma parte da sua potência aparente sob


forma de energia reactiva são os seguintes: transformadores, motores
de indução, motores síncronos subexcitados, reactores, balastros dos
tubos fluorescentes, instalações de ar condicionado e frio,
equipamentos electrónicos e os conversores estáticos.

A proporção de consumo da energia rectiva em comparação com a


energia activa pode-se situar 65 a 75% pelos motores assincronos e em 5
a 10% pelos transformadores.

Por outro lado são consumidores que fornecem energia reactiva: os


capacitores, motores síncronos superexcitados (capacitivos)
condensadores síncronos.

6.2 Factor de potência

6.2.1 Principios gerais

Factor de potência é o coseno do ângulo de desfasagem entre a


corrente e a tensão. Se o circuito for indutivo, ou seja, consumidor da
energia reactiva, o factor de pot~encia é dito em atraso; se for
capacitivo ou seja fornecedor de energia reactiva é dito em avanço.

Noutra forma de abordagem pode-se afirmar que o factor de potência


duma instalação é o quociente da potência activa consumida nessa
instalação pela potência aparente fornecida à instalação.

𝑃
𝑐𝑜𝑠𝜑 = (1)
𝑆

É um valor compreendido entre 0 e 1.

141
Com base nas potências é possível fazer uma representação
esquemática.

a. Potência activa em kW
 Monofásica:
𝑃 = 𝑈𝑓 𝐼𝑐𝑜𝑠𝜑 (2)
 Bifásica:
𝑃 = 𝑈𝐼𝑐𝑜𝑠𝜑 (3)
 Trifásica:

𝑃 = √3𝑈𝐼𝑐𝑜𝑠𝜑 (4)

b. Potência reactiva em kVAr


 Monofásica:
𝑄 = 𝑈𝑓 𝐼 𝑠𝑒𝑛𝜑 (5)
 Bifásica:
𝑄 = 𝑈𝐼𝑠𝑒𝑛𝜑 (6)
 Trifásica:

𝑄 = √3𝑈𝐼𝑠𝑒𝑛𝜑 (7)

c. Potência aparente em kVA


 Monofásica:
𝑆 = 𝑈𝑓 𝐼 (8)
 Bifásica:
𝑆 = 𝑈𝐼 (9)
 Trifásica:
𝑆 = √3𝑈𝐼 (10)

A relacção das três potências é dada por:

𝑆 = √𝑃2 + 𝑄 2 (11)

Fig 2 . Diagrama das potências

142
Feito o diagrama das potências tem-se uma base para se desenhar o
diagrama das correntes correspondentes.

Fig 3. Diagrama das correntes

As correntes activa e reactiva se completam para formar a corrente


aparente ou a corrente total que é a que percorre a linha eléctrica e é
mensurável.

Assim tem-se:
It - corrente total que percorre os condutores

Ia–corrente activa transformada em energia mecânica ou calor

Ir – Corrente reactiva necessária para excitação magnética dos receptores.

As relações entre as correntes são:

𝐼𝑡 = √𝐼𝑎2 + 𝐼𝑟2 (12)

𝐼𝑎 = 𝐼𝑡 𝑐𝑜𝑠𝜑 (13)

𝐼𝑟 = 𝐼𝑡 𝑠𝑒𝑛𝜑 (14)

Contudo, importa falar do conceito, de tangente φ (tg φ)

Quando aparece tgφ é uma informação ilustrativa da energia reactiva


que a concessionária deve evitá-la para garantir fornecer apenas a
potência activa determinada. A um valor de tgφ, de baixissimo valor
possível, é sinonimo de se estar perante uma instalação eléctrica
compensada.

𝑄
𝑡𝑔𝜑 = (15)
𝑃

143
6.2.2 Desvantagens dum baixo factor de potência

Os inconvenientes destacáveis dum mau factor de potência são os


seguintes:

a. Diminuição da potência activa disponível no secundário do


transformador de alimentação.
Pois caso um transformador alimente uma instalação com um
fraco factor de potência, a potência activa útil nos bornes do
transformador será considerada reduzida.
b. Intensidade sobre elevada que a necessária ao trabalho real, tem
como consequências:
 Crescimento das quedas de tensão na linha
 Uma necessidade de uso de cabos com secções maiores;
assim para transportar 15kW, com um cabo de cobre trifásico,
protegido por disjuntor, a secção a prever em função do valor
do cosϕ variará de menor a maior secção quando o factor de
potência varia inversamente.
c. Penalização por consumo excessivo de energia reactiva
A consessionária de energia eléctrica factura com abonação
quando em alta tensão a energia reactiva não ultrapassa uma
determinada percentagem da energia activa consumida
durante as horas ocupadas e as de ponta que é fixada
previamente. Entretanto em baixa tensão, são penalizados os que
exploram as suas instalações eléctricas abaixo do valor do cosϕ
constante no contrato estabelecido.

6.2.3 Como melhorar o factor de potência

O que é necessário evitar

a energia reactiva absorvida pelos motores e transformadores


varia pouco entre o funcionamento em vazio e em carga. A
energia activa aumenta com a potência fornecida. Em vazio ou
a uma carga baixa, o respectivo cosϕ será, por consequência,
muito mau.

Assim será necessário:

 Evitar o funcionmento dos motores em vazio


 Evitar o superdimensionamento dos motores e dos
transformadores

144
Efeito da batteria de condensadores

A bateria de condensadores se comporta como um verdadeiro gerador


autonomo de energia reactiva

O seu próprio consumo é desprezível (hoje em dia consomem na ordem


de 0.5 a 1W por cada 100VAr produzidos)

O principio de compensação com os condensadores pode ser


representado pelo diagrama da fig 4 .

Fig 4. Efeito dum condensador no diagrama das correntes


Ia – Corrente activa consumida
It1– Corrente total antes da compensação
Ir1– Corrente reactiva fornecida pelo transformador antes da compensação
It2– Corrente total apos a compensação
Irc– Corrente reactiva fornecida pelo condensador
Ir2– Corrente reactiva fornecida pelo transformador apos a compensação

Através deste diagrama traduz-se a troca local de energia reactiva


entre o receptor e o condensador. A corrente total fornecida pela rede
It2 é reduzida, o rendimento da instalação será então melhorado, pois
que as perdas por efeito de joule são directamente proporcionais à I t2.

Sendo assim aompreende-se que a bateria de condensadores constitui


um meio poderoso para compensar a energia reactiva duma certa
instalação.

Em resumo, o melhoramento do factor de potência optimiza o


dimensionamento dos transformadores e dos cabos. Permite também
reduzir as perdas e as quedas de tensão da rede.

145
6.3 Técnicas de compensação da energia reactiva

6.3.1 Principios téoricos

O melhoramento do factor de potência duma instalação consiste em


instalar um condensador, fonte de energia reactiva. A esta acção se
chama compensar a instalação.

Ao instalar uma bateria de condensadores duma dada potência Q C


permite reduzir a quantidade de energia reactiva que a rede fornece.

E o valor da potência da bateria de condensadores a inatalar é


calculado a partir da potência activa da carga e do ângulo de
desfasagem da tensão e corrente antes e após a compensação.

A acção de instalar um condensador gerador de energia reactiva é um


meio simples, brando e rápido de se assegurar um bom facto de
potência.

Fig 5 – Esquema de principio de compensação

𝑄𝑐 = 𝑃𝑎 (𝑡𝑔𝜑 − 𝑡𝑔𝜑 ´ ) (16)

A figura 5 ilustra o principio de compensação da potência reactiva Q


duma instalação a um valor bastante baixo Q´ sendo ao mesmo tempo
verificável a passagem da potência aparente de S a S´.

6.3.2 Meios de compensação

Em baixa tensão (BT) a compensação é efectuada por dois tipos de


equipamentos:

146
a. Condensadores de valores fixos ou simplesmente
condensadores fixos
b. Equipamentos de regulação automática ou baterias
automáticas que garantem a compensação automática
permanente consoante as necessidades da instalação

Há a observar que quando a potência a instalar é superior a 800kVAr


com uma carga estável e continua pode ser económico a escolha de
baterias de condensadores de alta tensão a instalar na rede.

a. Condensadores fixos

A compensação de enrgia reactiva pode ser efectuada pelos


condensadores fixos.

Estes condensadores são duma potência unitária constante e a sua


colocação no local pode ser:

 Manual: comandados por disjuntor ou interruptor


 Semi-automático: Comandados por contactor
 Directo: ligados nos bornes dum receptor

São aplicados:

 Nos bornes dos receptores do tipo indutivo (motores e


transformadores)
 Num jogo de barras onde se procedem a ligação de numerosos
pequenos motores cuja compensação individual resultaria
bastante oneosa.
 Nos casos em que a flutuação da carga é fraca.

b. Baterias de condensadores com regulação automática

Este tipo de equipamento permite a sua adaptação automática da


potência reactiva fornecida pelas baterias de condensadores em
função do cos ϕ desejado e fixa-lo em permanência.

São aplicados nos casos em que a potência reactiva consumida ou a


potência activa variam dentro das proporções elevadas, o que na
essência quer dizer:

 Nos bornes dos quadros eléctricos

147
 Pelas saídas em geral
 Pelas saídas em geral

6.3.3 Instalação de compensadores de energia reactiva

A compensação pode ser global, parcial (por sector) ou local


(individual). Em principio, a compensação ideal é aquela que permite
produzir a energia reactiva no proprio sitio onde ela é consumida e em
quantidades proporcionais à solicitação. Os critérios técnico-
económicos é que determinam a escolha.

a. Compensação global

Quando a carga é estável e contínua é conveniente uma


compensação global.

A bateria é colocada no principio da instalação e assegura uma


compensação para toda a instalação. A figura 6 ilustra esta opção.

Com esta aplicação consegue-se:

Suprimir as penalizações por consumo excessivo de energia reactiva.

 Ajustar a necessidade real da instalação em kW a subscrição da


potência aparente.
 Aliviar o posto de transformação (potência disponível em kW).
 Possibilidade de utilizar um disjuntor mais economico

Observações:

 A corrente reactiva está presente na instalação desdeo principio


da instalação até aos receptores.
 As perdas por efeito do Joule nos cabos não são diminutas (kWh)

Fig 6 compensação global da potência reactiva

148
b. Compensação parcial

Uma compensação parcial é aconselhada quando a inatalação é


extensa e comporta compartimentos cujos regimes de carga são
diferentes.

Neste caso, em principio, a bateria de condensadores é colocada no


quadro de distribuição e fornece energia reactiva para o
compartimento apenas em certo grupo de receptores. Uma grande
parte da instalação é aliviada em particular os cabos de alimentação
de cada compartimento. A fig 7 ilucida a maneira de aplicar esta
compensação.

Desta opção se consegue:

 Suprimir as penalidades por consumo excessivo de energia


reactiva
 Optimizar uma parte da instalação e a corrente reactiva não
passa entre os níveis 1 e 2.
 Aliviar um disjuntor mais economico a montante do
condensador.

Observações:

 A corrente reativa está presente na instalação desde o nível 2 até


os receptores.
 As perdas por efeito de Joule nos cabos são diminuidas (kWh).

Fig 7 – compensação parcial da energia reactiva

149
C. Compensação individual

Uma compensação singular é aplicada quando de alguns receptores é


importante para com a potência total. É este tipo de compensação
que oferece maiores vantagens.

Como principio a bateria é colocada nos bornes de cada receptor do


tipo indutivo.

Esta compensação individual é recomendada quando a potência do


motor é notória em relação a potência contratada.

A potência em kVAr da bateria deve corresponder aproximadamente a


25% da potência em kW do motor.

Quando ela é possível, esta compensação produz a energia reactiva


no local onde ela é consumida em quantidade correspondente às
necessidades. A complemetar, inclui-se o transformador no inicio da
instalação.

A figura 8 mostra um exemplo deste tipo de compensação.

Face a esta acção técnica é possível:

 Suprimir as penalidades por consumo excessivo de energia


reactiva.
 Optimizar toda a rede eléctrica. A corrente reactiva é fornecida
no local do seu consumo.
 Aliviar o posto de transformação (potência disponível em kW).
 Utilizar um disjuntor mais economico à montante do condensador.

Observações:

 A corrente reactiva já não circula pelos cabos da instalação.


 As perdas por efeito de Joule nos cabos são totalmente
suprimidas.

150
Fig 8 – Compensação individual da energia reactiva

6.4 Determinação da potência dos compensadores de energia


reativa

Para poder determinar o nível de compensação da energia reactiva


recorre-se a vários métodos embora não serão todos detalhados.

6.4.1 Método Geral

Na base de concepção procede-se ao balanço da potência reactiva.


Assim é possível determinar as potências activa e reactiva consumidas
em cada nível da instalação e de realizar a consequente
compensação.

Para uma instalação existente, para determinar a potência optima dos


compensadores de energia reactiva é necessário tomar em
consideração os elementos seguintes:

a. Facturas de consumo de electricidade antes de instalar os


compensadores.
b. Facturas provisórias após a instalação de compensadores.
c. Despesas referentes à compra e montagem de compensadores.

6.4.2 Método Simplificado

Um cálculo bastante aproximado pode ser suficiente.

O método simplificado consiste em assumir um factor de potência


médio duma instalação sem compensação, podendo ser igual a 0.8.

151
Considera-se que é exigida a elevação daquele factor de potência até
0.93 para eleiminar as penalizações pela concessionária e compensar
perdas usuais em energia reactiva da instalação. Para elevá-lo recorre-
se a uma tabela que indica que para passar do cos ϕ = 0.8 ao cos ϕ=
0.93 é necessário fornecer um determinado valor da potência reactiva
por cada unidade da potência activa da carga.

Desta forma a potência dos compensadores a instalar será


determinada pelo produto da potência reactiva em kVAr por unidade
da potência activa pelo valor da potência activa da carga em kW.

Na suposição exposta teriamos:

𝑄𝐶 = 0.355 𝑃

QC – potência dos compensdores a instalar em kVAr

0.355 – valor lido na tabela em KVAr/kW

P – potência activa da carga em kW.

Esta fórmula permite desta forma determinar rapidamente o valor muito


aproximado da potência dos compensadores a instalar.

Os outros métodos que tem sido aplicados são os seguintes:

 Método baseado na eliminação das penalizações


 Método baseado no abaixamento da potência subscrita.

Fim

152

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