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Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

Estrutura e processo de trabalho no


Centro Cirúrgico

Profª Andrea Monastier Costa


Mestre em Enfermagem
Universidade Federal do Paraná – UFPR
Cascavel, 2018
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. CONCEITO

2. HISTÓRICO

3. FINALIDADES

4. A IMPORTÂNCIA DO CENTRO CIRÚRGICO

5. COMPOSIÇÃO FÍSICA
CENTRO CIRÚRGICO:
Conceito

Conjunto de áreas e instalações


que permite efetuar a cirurgia,

bem como a recuperação


anestésica com segurança para
o paciente e conforto para a
equipe que o assiste.
CENTRO
CIRÚRGICO :
Aspectos Históricos
CENTRO CIRÚRGICO:
Histórico

Surgimento do CC: Evolução da medicina e


da cirurgia em si.

A cirurgia - Prática rebaixada e profana.

Os cirurgiões tratavam a “carne decadente”


(tumores, cistos, fraturas...).

Os clínicos eram considerados os


perfumados e de mãos limpas...
CENTRO CIRÚRGICO:
Histórico

As cirurgias eram realizadas em qualquer


lugar (campos de batalha, casas dos
cirurgiões, porões de navio de guerra)...

Sem nenhuma preocupação ou cuidado com


a assepsia.
CENTRO CIRÚRGICO:
Histórico
CENTRO CIRÚRGICO:
Histórico
CENTRO CIRÚRGICO:
Histórico
CENTRO CIRÚRGICO:
Histórico
CENTRO CIRÚRGICO:
Histórico
CENTRO CIRÚRGICO:
Histórico

Os cirurgiões enfrentavam os 03 grandes


desafios da cirurgia:
dor, hemorragia e a infecção.

Aproximadamente em 1731, foi criada a


real academia de cirurgia.

12 anos depois LUÍS XV dissolveu a ligação


entre os cirurgiões e os barbeiros
(cirurgião-barbeiro)
CENTRO CIRÚRGICO:
Histórico

Esse desligamento se deu oficialmente em


1768 na convenção dos cirurgiões
treinados por aprendizagem prática.

A partir daí os cirurgiões começaram a


competir com os médicos (clínicos)
pregando que a cirurgia não era uma mera
arte manual.
CENTRO CIRÚRGICO:
Histórico

Em 1846 em Boston (Massachutts) no dia 16


de outubro começou o século da cirurgia
moderna.

O paciente Gilbert Abbot foi submetido a


um procedimento cirúrgico com duração de
25 minutos para remoção de um tumor no
pescoço.
CENTRO CIRÚRGICO:
Histórico

Neste dia surgiu a narcose (anestesia da


dor) mediante a inalação dos gazes
químicos.

O século XX se tornou o século de ouro da


cirurgia.

Avanços entre a anatomia patológica,


anestesia e anti-sepsia.
CENTRO CIRÚRGICO:
Histórico

Surgiu a radiografia..

Os instrumentos cirúrgicos foram sendo


criados pelos próprios cirurgiões permitindo
melhora das manobras cirúrgicas.

Em 1874, Pasteur sugeriu que os


instrumentos cirúrgicos fossem colocados em
água fervente e passados sobre uma chama.
CENTRO CIRÚRGICO:
Histórico

A esterilização de instrumentos pelo calor foi


aceita por Robert koch, em 1881.

Em 1890, Willian S.Haltesd normatizou o uso


de luvas na sala de cirurgia, não para
proteção do paciente e sim para proteger
uma enfermeira, sua noiva, cujas as mãos
eram alérgicas a anti-sépticos.
CENTRO CIRÚRGICO:
Histórico

Os procedimentos cirúrgicos já estavam


sendo realizados no hospital, embora em
locais não específicos.

Gradativamente, as operações foram se


agregando, criando espaços específicos.

Centralização das salas de operação.


CENTRO CIRÚRGICO:
Histórico

Com o avanço nos procedimentos


cirúrgicos, houve o crescimento da própria
instituição hospitalar:

 Aumento da oferta de número de leitos

 Unidade de internação

 Serviços diagnósticos e terapêuticos:


laboratórios, endoscopia, banco de
sangue...
AVANÇO
TECNOLÓGICO...
CENTRO
CIRÚRGICO :
Finalidades
CENTRO CIRÚRGICO:
Finalidades

Realizar procedimentos cirúrgicos

Devolver os pacientes às suas unidades de


origem nas melhores condições possíveis de
integridade.

Servir de campo de estágio para formação,


treinamento e desenvolvimento dos recursos

humanos.
CENTRO CIRÚRGICO:
Finalidades

Servir de local para desenvolver


programas e projetos de pesquisa
voltados para o desenvolvimento científico e

especialmente para o aprimoramento de

novas técnicas cirúrgicas e assépticas.


CENTRO
CIRÚRGICO
e sua importância
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física

VIDEO
CENTRO CIRÚRGICO
e sua importância
É o local onde o paciente deposita toda a
esperança na cura

Tecnologia de ponta para prestar assistência à


clientela.

Ser praticamente o local mais caro do hospital.

Grande número de profissionais que ali


trabalham.
CENTRO
CIRÚRGICO
e sua estrutura
física
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
Classificação das áreas dentro co
CC:

NÃO RESTRITA: Área de livre circulação


(elevadores, corredores externos, vestiários,
local de transferência de macas).

SEMI – RESTRITA: pessoal e


equipamento, sem interferir assepsia,
uniforme privativo (secretaria, farmácia-
satélite, sala de conforto, copa)
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física

Classificação das áreas dentro co


CC:

RESTRITA: limites definidos, assepsia,


uniforme privativo, máscara em boca e nariz
(corredor interno, lavabo, sala cirúrgica)

RDC 50 da ANVISA 21-02-2002


(Resolução da Diretoria
Colegiada)
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
RDC 50 da ANVISA 21-02-2002

Todos os projetos de estabelecimentos


assistenciais de saúde (EAS) devem

obrigatoriamente ser elaborados em


conformidade com esta norma.
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
RDC 50 da ANVISA 21-02-2002

Art. 1º - Aprova o regulamento


técnico destinado ao:

Planejamento, programação, elaboração,


avaliação e aprovação de projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde.
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
ENTÃO O QUE COMPÕEM O CC?

Vestiários e Banheiros

Sala administrativa;

Área de recepção de paciente;

Sala de espera;

Área de escovação ou lavabo;

Sala de cirurgia;
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física

ENTÃO O QUE COMPÕEM O CC?

Sala para guarda de medicamentos;


Sala para guarda de material de anestesia;

Sala para estocagem de material esterilizado;


CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física

ENTÃO O QUE COMPÕEM O CC?

Sala de depósito de cilindros de gases;

Sala de guarda de aparelhos e


equipamentos;

Rouparia;

Sala para material de limpeza;


CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física

ENTÃO O QUE COMPÕEM O CC?

Elementos de apoio técnico banco de


sangue,

Raio X, Laboratórios e anatomia patológica,

Farmácia.

Elementos de apoio administrativo:


Secretaria, segurança.
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física

ENTÃO O QUE COMPÕEM O CC?

Sala de expurgo;

Sala de estar para funcionários;

Copa;

Sala de recuperação pós-anestésica;


CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
VESTIÁRIOS E BANHEIROS
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
LAVATÓRIOS ou LAVABOS
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
SALA CIRURGIÃO - ANESTESISTA
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
SALA DE RECEPÇÃO DOS PACIENTES
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
SALA DE ENFERMAGEM
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
ARSENAL PARA GUARDA DE
EQUIPAMENTOS:
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
COPA – SALA DE CONFORTO
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
SALA MATERIAL LIMPEZA
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
Considerações Gerais:

No planejamento do CC existem aspectos


importantes a serem observados que
implicam na qualidade e segurança da
assistência prestada ao paciente como:

Localização

Estrutura

Sistema de combate a incêndio


CENTRO CIRÚRGICO
localização
LOCALIZAÇÃO:

Preferencialmente o CC deve estar localizado


em uma área que ofereça a segurança
necessária à técnica asséptica, portanto
distantes de locais de grande circulação de
pessoas, de ruído e poeira.

A localização ideal deve ser a mais próxima


das Unidades de Internação, PS e UTI.
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física

ESTRUTURA:

Deve ser dividido em 04 seções:

Bloco operatório

Recuperação pós anestésica

Seção de materiais e suprimentos

Central de Material Esterilizado


CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física

BLOCO OPERATÓRIO

Sala de operação devidamente


aparelhadas para realização dos
diversos tipos de cirurgia.
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS
ANESTÉSICA - SRPA

É o local destinado ao atendimento dos


pacientes no POI até que estejam
recuperados e em condições de retornarem a
sua área de origem.

Estabilização SSVV, Reflexos


CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física

SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS


ANESTÉSICA - SRPA

O POI (pós operatório imediato) tem seu início


na SRPA, para onde é levado o cliente pós-
operado, ainda sob efeito anestésico.
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
SRPA: Finalidade

Oferecer melhores condições


de assistência médica e de
enfermagem no pós operatório
(PO) e pós anestésico.

Reduzir a mortalidade e acidentes no PO.

Proporcionar maior segurança aos pacientes


e familiares.

Facilitar o trabalho nas unidades.


CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
MATERIAL E SUPRIMENTOS

Local destinado à guarda de artigos


estéreis e não estéreis utilizados pela
equipe durante a cirurgia.
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
MATERIAL E SUPRIMENTOS:
Finalidade

Fornecer à sala de operação artigos


necessários ao procedimento anestésico e
cirúrgico.

Acondicionar e controlar o prazo de validade


dos artigos esterilizados.

Controlar o consumo diário e estoque mínimo de


artigos.

Conferir e guardar artigos descartáveis


CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
CENTRAL DE MATERIAL
ESTERILIZADO:
Conjunto de elementos destinados à
recepção, expurgo, acondicionamento,
esterilização, guarda e distribuição dos artigos
para as unidades.
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO:
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
CME: Finalidade

Concentrar os artigos e instrumentais


esterilizados ou não, tornando ,mais fácil o
seu controle, conservação e manutenção.

Padronizar técnicas de limpeza, preparo,


acondicionamento e esterilização,
assegurando economia de pessoal, material
e tempo.
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
CME: Finalidade

Distribuir artigos esterilizados para as diversas


unidades de atendimento a pacientes, mantendo
estoque de artigo, a fim de atender à
necessidade de cada um.

Facilitar o controle do consumo, da qualidade


dos artigos e das técnicas de esterilização,
aumentando a segurança do uso.
CENTRO CIRÚRGICO
SISTEMA COMBATE AO INCÊNDIO

Sistema combate ao incêndio:


CENTRO
CIRÚRGICO
Considerações
importantes estrutura
física
RDC 50 da ANVISA 21-02-2002
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
TAMANHO DA SALA CIRÚRGICA:

O tamanho da sala cirúrgica, metros


quadrados, varia de acordo com a
especialidade a que é destinada.
(Pelo menos 36m2)
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física

PAREDES:

Cantos arredondadas,

Revestimento de material resistente,

Superfície lisa e lavável;


CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
PISOS:

Resistente ao uso de água e


desinfetantes,

Não poroso e de superfície lisa e de


fácil limpeza;
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
JANELAS:
Deve estar localizadas de modo a permitir a
entrada de luz natural em todo o ambiente,

Deve ser lacrada e provida de vidro fosco,


possibilitando a limpeza.
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física
PORTAS:

Devem ser amplas;

Portas vai e vem;

Revestidas de material
lavável;

Cor neutra;

Providas de visor.
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física

INSTALAÇÃO ELÉTRICA:

As tomadas devem estar localizadas


a 1,5 m do piso, devendo possuir
sistema de aterramento para prevenir
choque e queimaduras no paciente e
equipe.
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física

VENTILAÇÃO:

Ar como via de transmissão de bactérias e


fonte de contaminação

Fonte de microrganismos:

Pessoas na sala cirúrgica


Gotículas de ar expirado
Descamação de cels. da pele
Partículas transportadas nos sapatos
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física

VENTILAÇÃO:

Função de exaustão: remoção de odores,


calor e gases anestésicos voláteis

Controle bacteriológico

Filtragem do ar:
Retirar e impedir entrada de partículas
contaminantes.
Troca de ar a cada 10-20 x / hora
CENTRO CIRÚRGICO
e sua estrutura física

VIDEO
Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. RESOLUÇÃO-RDC Nº 50, DE 21 DE


FEVEREIRO DE 2002.Dispõe sobre o Regulamento Técnico para
planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos
físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.

CARVALHO, R.; BIANCHI, E. R. F. Enfermagem em centro cirúrgico


e recuperação. Manole, 2016

MOURA, M. L. P. Enfermagem em centro cirúrgico e recuperação


anestésica. 8.ed. SÃO PAULO: SENAC, 2006.

Práticas Recomendadas SOBECC / Sociedade Brasileira de


Enfermeiros de Centro Cirúrgico. Recuperação Anestésica e Centro
de Material e Esterilização. – 5ª edição. São Paulo: SOBECC, 2009

SILVA, M. D. A.; RODRIGUES, A. L.; CESARETTI, I. U. R.


Enfermagem na unidade de centro cirúrgico. São Paulo: EPU, 2005.
251p.

POSSARI, J. F. Centro Cirúrgico – Planejamento, organização e


gestão. Editora Iátria, 2011.
AGRADEÇO À ATENÇÃO
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Prof. Msc. Andrea Monastier Costa Ribeiro

JUNIOR, N.J.O. Noções Básicas para


assistência de enfermagem em Centro
cirúrgico, Sala de recuperação e centro de
material esterilização. Ed. Moriá, 2012.

POSSARI, F.J. Centro Cirúrgico:


Planejamento, Organização e Gestão Ed.
São Paulo: Iátria, 2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 400


de 06 de dezembro de 1977.

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