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No One Like You – Giovanna Bronze

Semideuses são o tipo de pessoas mais estranhas, curiosas e terríveis que


existe. Bom, terrivelmente boas, é claro, em se meter em alguma furada
relacionado à algum mostro da mitologia grega. E filhos de Hades, então, são
os piores. São legais, mas são pessimistas. Muito pessimistas, e muitas vezes
falam que eles são apenas mais um ‘forever alone’ no mundo. Júlia da Mata,
uma legítima filha do Senhor dos Mortos se sentia assim, mas não por nunca
ter encontrado alguém, mas por eles não poderem ficar juntos.

Ela nunca iria esquecê-lo, e como poderia? Seu coração pulsava alegremente
só ao lembrar do nome de seu amado, quase entrando em combustão quando
via-o e explodindo dentro do peito da garota em batidas sufocantes e ritmadas
quando tocava-o.

Mas o ponto da história se focaliza no dia 16 de dezembro, aniversário dela.


Muitos presentes recebidos, vivas ganhados, zoações – dos filhos de Hermes,
óbvio – por ter ficado mais velha, e um grande número de “lembranças” do
chalé de Hefesto. Ela ficara feliz, mas ainda havia algo que a deixava
deprimida. Tentando esconder o sentimento angustiante de todos, Tijolinha –
como assim apelidada – foi caminhar pela floresta com sua adaga em mãos e o
arco juntamente com uma aljava nas costas, quem teria oportunidade de
treinar um pouco?

Após encontrar alguns cães infernais, e arrancar a cabeça deles, Júlia


continuou caminhando, lutando e mantendo a mente fora dali. Quando o sol já
declarava meio dia, ela deitou-se na relva macia da floresta, não estava
suportando o calor, culpa de Apolo. Sua adaga descansava a poucos
centímetros de sua mão, e seu arco fora colocado no galho de uma arvore.
Passos ecoaram na floresta, mas a garota não se mexeu, sabia que era uma
presença amiga.

- Psiu! – chamou uma voz de garoto.

- ã? – Tijolinhs sentou-se e se surpreendeu com o que viu. Um garoto de


cabelos escuros estava parado a poucos metros, escondido atrás de uma
arvore, vestido com uma camisa de malha por debaixo das vestes de algodão.
Ele possuía uma espada na cinta e um escudo no braço esquerdo que, como
no peito, estava estampado a imagem de um leão gracioso – Edmundo!

- Olá – cumprimentou ele se agachando ao lado dela e dando-lhe um beijo na


bochecha – Quero que venha comigo – disse Edmundo rapidamente, sem dar
tempo para a garota reagir ao seu beijo inesperado.

O rei pegou a mão da donzela e a levou até uma parte da floresta, os dois
caminhando de mãos unidas. Quando Tijolinha reparou, ela estava onde as
arvores se curvavam para frente, formando um belo aro.
- Onde vamos?

- Nárnia.

Edmundo segurou fortemente a mão da garota, mas não por causa da viagem
que iriam fazer. Excitante, foram lentamente até a passagem e sentiram o
mundo virar. Bem, como posso dizer? Foi como uma longa caminhada, onde o
terreno muito de modo inesperado, trocando-se por areia, e a imagem arvores
que antes permanecia na frente dos dois se tornara uma bela praia. Na ponta
da praia jazia um belo castelo, o Castelo de Cair Paravel.

- Ed?

- Depois – sorriu ele, tirando a cota de malha e largando as armas na areia.

O garoto agarrou o braço de Tijolinha e puxou para si, saindo em dispara para
o mar. Mergulho trazendo a garota consigo, perfurando as ondas da água
salgada cristalina, mesmo com roupas, encharcando-as. Ficaram um tempo
submersos até faltar-lhes o ar. Continuaram por um tempo brincando no mar,
jogando água um no outro, pulando ondas e apostando corridas de nado, até
se cansarem e se sentarem na margem.

- Pra que isso? – perguntou Tijolinha.

Edmundo nada disse, apenas beijou-a nos lábios.

- Não sabe como foi disso te deixar, mas meu lugar é aqui. Terei de voltar,
talvez, mas pretendo ficar aqui... Tentei te esquecer, mas não existe ninguém
igual você... Não consigo te deixar novamente, não irei suportar... -

- Ed...-

- ... Eu sinto sua falta desde que nos separamos...-

- Ed, por favor...- o rosto dela beirava às lágrimas. Era doloroso, porém
maravilhoso, pois agora ela sabia como Edmundo se sentira após a separação
dos dois. Após esse longo tempo.

- ... E quero que você fique comigo. – ele sorriu, seus lábios vermelhos se
curvando.

- Vo... Você fala sério? – os olhos de Júlia brilharam refletindo o sol.

Ele novamente não respondeu, apenas levantou-se e foi até onde deixara sua
espada. Tirou-a da bainha e puxou o cabo, pegando na palma um pequeno
objeto dourado, mas fechou o punho deixando o material oculto. Edmundo
voltou-se para a garota e se ajoelhou.

- Júlia, minha amada, filha de Hades, aceita permanecer em Nárnia para


sempre ao meu lado? – seu tom era sério e sua voz, macia.
- Aceito. – sorriu ela, pulando nos braços do rei e beijando-o.

Quando se soltaram, ele lhe estendeu o objeto. Era um anel. Um anel de ouro
incrustados em diamantes e rubis vermelho sangue. Edmundo pegou o anel
com a outra mão e o colocou no dedo da moça.

- Esse é seu presente ... – sussurrou ele – Feliz aniversário.

Edmundo a beijou, e ela retribuiu. Tijolinha aceitou. Ficaria em Nárnia para


sempre, reinando ao lado de seu rei encantado. Sem dúvida, fora o aniversário
mais prazeroso que tivera, mas nada obsceno, apenas a união de duas
pessoas que se amavam e que por muito tempo não puderam se entregar à
paixão, mas que, no final, ficaram juntas. E, pode-se dizer, felizes para sempre.

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