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O artigo versa sobre o tema alienação parental (A.P.), de grande relevância, tanto para a
área da Psicologia, tanto para os estudiosos do Direito. Tal assunto ganhou maiores
proporções com a aprovação da lei nº 12.318/2010, que prevê punição para a prática
alienadora e determina a atuação do psicólogo judiciário na investigação de casos
suspeitos. Tendo em vista os problemas diversos que a alienação parental pode causar,
principalmente no menor, a presente obra entrará nos méritos jurídicos, no sentido de
abordar as feituras da Justiça brasileira, descortinando suas ações, e verificando o que se
tem feito, no sentido de coibir ou diminuir os casos de A.P., bem como discorrer sobre a
síndrome da alienação parental (S.A.P.), visando esclarecer as nuances
comportamentais implícitas e explícitas dentro desse contexto. E por fim, mostrar dados
a respeito dos casos, isto é, onde e quando a A.P. ocorre com maior frequência e traçar
uma linha a respeito da alienação parental e disputas judiciais de guarda.
Conforme descrita por Richard Gardner na década de 1980, diz respeito a um quadro
patológico apresentado por uma criança que se torna psicologicamente afastada de um
de seus genitores no contexto de separação conjugal ou de disputa de guarda (Gardner,
1985, 2002). Para esse psiquiatra e psicanalista americano, a SAP é um transtorno
infantil que se desenvolve quando um dos genitores (alienador) programa uma lavagem
cerebral a fim de que o(a) filho(a) passe a rejeitar de forma injustificada o genitor
alienado (Gardner, 1985, 2002). Tal comportamento por parte do genitor alienador,
aliado a contribuições da própria criança, que teria papel ativo na rejeição ao genitor
alienado, provocaria um conjunto de sintomas na mesma, como: realização de
campanha de difamação contra o genitor alienado; apresentação de racionalizações
fracas ou absurdas para justificar a depreciação de tal genitor; falta de ambivalência;
apoio reflexivo do genitor alienante no conflito parental; ausência de culpa pela
crueldade e/ou exploração para com o genitor alienado; propagação da animosidade
para a família e amigos do genitor alienado, dentre outros (Gardner, 2001). Sendo
assim, tal transtorno “resultaria da combinação entre doutrinações feitas pelo genitor
alienador e contribuições da própria criança para a difamação do genitor alienado”
(Gardner, 2001, p. 10). A intenção de Gardner (2001) era que a SAP fosse reconhecida
pela comunidade científica e estivesse presente nos manuais de psiquiatria. Entretanto
tal inserção não ocorreu na edição do DSMIV (American Psychiatric Association,
2002), sendo que o DSM-V (American Psychiatric Association, 2013), lançado em
2013, confirmou a rejeição dos especialistas ao reconhecimento de tal “síndrome” por
falta de dados e não haver instrumentos sólidos do ponto de vista da psicometria para se
avaliar clinicamente a AP (Moné & Biringuen, 2012). A falta de reconhecimento
científico parece estar relacionada ao fato de que a grande maioria dos textos sobre SAP
se refere a abordagens teóricas que descrevem tal fenômeno, mas não apresentam
resultados de estudos empíricos, o que compromete a qualidade e confiabilidade dos
mesmos (Bow, Gould, & Flens, 2009; Bruch, 2001; Dallam, 1999; Walker & Shapiro,
2010). De fato, Gardner não forneceu pesquisas que fundamentassem as afirmações
sobre a categoria diagnóstica que propõe a prevalência de tal fenômeno ou os seus
critérios de inclusão. Suas estimativas iniciais aparentavam estar incorretas e a ausência
de planejamento analítico e de rigor científico permitiram que esse descuido
influenciasse negativamente os casos de disputas de guarda, podendo causar prejuízos
às crianças. Contudo, mesmo que não tenha alcançado o reconhecimento pela
comunidade científica, a teoria da SAP, proposta por Gardner, espalhou-se rapidamente
por diversos países e tais conceitos têm sido adotados principalmente nos campos do
direito e da psicologia. Todavia a escassez de debates e estudos acerca dessa temática,
bem como a ausência de questionamentos sobre a ideia de um transtorno infantil (SAP)
associadas às situações de disputa entre pais separados vêm contribuindo para a
aceitação e divulgação do assunto, de forma acrítica. Alienação parental no Brasil. 379
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 21, n. 3, p. 377-388, jul./set. 2016 Atualmente
entendida de forma similar à SAP e muitas vezes com suas terminologias utilizadas de
modo intercambiável, fato confirmado pelos dados a serem apresentados na presente
revisão, a AP é uma temática difundida entre os profissionais que atuam nos juízos
cíveis ou de família e da infância e juventude no Brasil. As discussões a respeito da AP
tomaram fôlego no país com a aprovação da lei sobre a Guarda Compartilhada em 2008
(lei n 11.698, 2008). A lei 11.698, de 13 de junho de 2008, instituiu e disciplinou essa
modalidade de guarda no Código Civil. Posteriormente, a lei 13.058, de 22 de dezembro
de 2014, referindo-se aos mesmos artigos do Código, estabeleceu algumas regras para o
funcionamento da guarda compartilhada, como, por exemplo, a busca pela divisão
igualitária do tempo de convívio do descendente com ambos os genitores (lei n 13.058,
2014). A partir do movimento pela guarda compartilhada, as discussões sobre o assunto
causaram mobilização e comoção pública sobre o sofrimento das crianças que seriam
vítimas da AP. Como consequência, elaborou-se o projeto de lei nº. 4853/08, cujos
maiores objetivos eram identificar e punir os genitores responsáveis pela alienação dos
filhos. Esse projeto foi sancionado e tornou-se lei em 26 de agosto de 2010 (lei n
12.318, 2010). Com o advento desse novo dispositivo legal, denominado de Lei da
Alienação Parental - lei 12.318/10 -, o conhecimento e o domínio dos conceitos
referentes ao tema tornaram-se indispensáveis para os operadores do direito e
profissionais das Varas Cíveis ou de Família e de Infância e Juventude. Percebe-se,
portanto, que, em nosso contexto, a lei surgiu antes do conhecimento sobre o fenômeno
estar consolidado e os termos definidos na esfera científica, gerando urgente demanda
para estudos. Com a falta de clareza conceitual, é necessário adotar uma definição para
o termo Alienação Parental (AP). De modo semelhante à definição de Darnall (1998),
os presentes autores entendem a AP como a constante difamação (falar
prejudicialmente, criticar de maneira depreciativa, ameaçar ou desmerecer) da parte de
um dos genitores ou de outro familiar com a intenção de afastar ou alienar a
criança/adolescente em relação ao outro genitor, causando sentimentos não amigáveis,
hostis ou indiferentes. O genitor que difama/critica é denominado alienador; aquele que
sofre as críticas é denominado alienado. Contrastando com a SAP, que é entendida
como um transtorno ou doença mental na criança/adolescente vítima de práticas
alienadoras, a AP não propõe uma síndrome infantil como resultado do processo de
alienação, destacando a conduta do alienador e a do alienado em tal dinâmica. A
presente pesquisa decorre da necessidade premente de construção de conhecimento
científico na área. Busca-se, com esta investigação, a caracterização crítica de artigos
científicos brasileiros pertinentes à literatura jurídica e psicológica sobre os temas da AP
e da SAP. Considera-se que os resultados obtidos poderão servir de ponto de partida
para o desenvolvimento de novos estudos. Esta revisão teve como objetivos, portanto,
verificar a ocorrência de estudos brasileiros sobre AP e SAP e analisar o seu conteúdo.
Método Foi realizada pesquisa em Os motivos que levam uma pessoa a imigrar do
seu país de origem para outro lugar, de forma voluntária ou involuntária, são
diversos: guerras, perseguições, violações de direitos, violência, calamidades,
grandes tragédias. E mais recentemente, em razão da
globalização, outras causas vêm impulsionando a migração: o desemprego, a
desorganização da economia do país de origem e os desequilíbrios
socioeconômicos.
Quando se verifica que a migração foi motivada por uma perseguição
em razão da raça, religião, nacionalidade, pertencimento a um grupo social ou
por opinião política, levando o indivíduo a abandonar o seu país de origem na
busca de proteção, tem-se a figura do refugiado.
Os primeiros problemas de movimentos massivos de pessoas
deslocadas em busca de proteção surgiram durante a Primeira Guerra Mundial,
mas foi durante a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) que o problema dos
refugiados tomou grandes proporções, com o descolamento de mais de
quarenta milhões de pessoas por várias partes do mundo. Como consequência
dos efeitos devastadores gerados em decorrência da Segunda Guerra Mundial
e diante da necessidade específica de proteger os refugiados, a Organização
das Nações Unidas (ONU) criou, em 8 de dezembro de 1949 a Agência das
Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, sigla em
inglês). Ampliando a temática, a ONU criou o Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados (ACNUR), em 14 de dezembro de 1950 e, em 28
de julho de 1951, foi realizada a Convenção das Nações Unidas Relativa ao
Estatuto dos Refugiados, conhecida como “Convenção de Genebra”, para
tratar especificamente dos refugiados que surgiram em razão da Segunda
Guerra.
Nesse período, acreditava-se que a problemática dos refugiados era
temporária. Posteriormente, diante do aparecimento de novos fluxos de
refugiados, a ONU elaborou o Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados de
1967 com o objetivo de ampliar as disposições da Convenção de 1951,
permitindo que os seus dispositivos pudessem ser aplicados a todos os
refugiados no mundo e não somente aos que surgiram em razão da segunda
grande guerra.
Seis décadas após a elaboração da Convenção de 1951, conflitos,
violência, violações de direitos humanos e perseguições continuam a forçar
pessoas a abandonarem os seus lares e a deixarem as suas famílias e bens
para trás, em busca de segurança e proteção em outro país.
3. IMIGRANTES
.
3. REFUGIADOS NO MUNDO
Os refugiados:
Diferente dos imigrantes, que se deslocam para outros países em
busca de melhores perspectivas econômicas para si e seus familiares, os
refugiados buscam deslocamento para salvar suas vidas e/ou preservar sua
liberdade. Eles não desfrutam do acolhimento do seu próprio Estado, e vem
sendo, na maioria das vezes, perseguidos pelo seu próprio governo. Estados
que não os aceitam em seus territórios e não os acolhem, poderão
estar condenando-as à morte ou à uma vida à margem da sociedade.
Na atualidade, o termo refugiado é geralmente utilizado pela mídia,
público em geral e pelos políticos para designar um indivíduo que foi obrigado a
deixar sua residência habitual. No Direito Internacional, o refugiado está
inserido num escopo muito mais específico: segundo a Convenção das Nações
Unidas de 1951, refugiado diz respeito a um indivíduo que “receando com
razão ser perseguido em virtude da sua raça, religião, nacionalidade, filiação
em certo grupo social ou das suas opiniões políticas, se encontra fora do país
de que tem a nacionalidade e não possa ou, em virtude daquele receio, não
queira pedir proteção daquele país”.
Os requerentes de asilo:
Os requerentes de asilo são pessoas que afirmam ser refugiados, mas
que ainda não tiveram seus pedidos avaliados definitivamente.
Os sistemas nacionais de asilo atuam com o objetivo de determinar
quais requerentes se qualificam para proteção internacional. Aqueles que não
forem considerados refugiados e não estiverem necessitando de proteção
internacional, poderão ser enviados de volta aos seus países de origem.
Todavia, quando há uma movimentação em massa, geralmente como
resultado de conflitos ou violência generalizada, tais grupos são
frequentemente declarados “refugiados prima facie”.
2.2 ATIVIDADES OFERECIDAS PELO ADUS
6. CONCLUSÃO ´
Ser refugiado não é uma condição sonhada por ninguém, mas é uma
realidade global, que precisa ser analisada, não apenas como um tema a ser
discutido, ampliado ou melhorado, mas sim, como um problema com
consequências perturbadoras, e tais consequências ocorrem a curto, a médio
e vai se intensificando a longo prazo. Políticas restritivas, tomadas por alguns
países, visando, segundo eles, proteção nacional, têm dificultado a entrada de
solicitantes de refúgio. Apesar dos esforços oriundos dos
órgãos internacionais, existe, na atualidade uma crise instalada, pois nem
sempre os interesses de uma nação são concomitantes aos interesses dos
refugiados. O mundo atual, marcado pelos obstáculos aos refugiados, precisa
identificar a necessidade de revisão das estruturas normativas e institucionais,
no que se refere à proteção desse grupo de pessoas, visando garantir sua
proteção e minimizar a crise posta.
A entrada dos imigrantes no Brasil foi intensificada no século XIX, tendo
incentivo dos governantes brasileiros. Trabalharam em diversos setores da
época – lavoura de café, cana-de-açúcar, comércio etc., contribuindo para a
economia do país e para a diversidade cultural.
A legislação brasileira reconhece aos refugiados os mesmos direitos
básicos que os brasileiros, entre outros direitos, como a criação de normas que
facilitam a concessão de vistos a indivíduos afetados pelo conflito na Síria.
As parcerias de órgãos internos com a ACNUR têm se intensificado na
última década. Apesar de garantias de inclusão previstas em Lei, estamos
longe de uma política de acolhimento satisfatória. Obviamente, a crise interna
influencia na situação dos refugiados, que enfrentam problemas semelhantes
aos nascidos no Brasil, como desemprego, precariedade na saúde, etc. Mesmo
assim, o país dá sinais de melhoria, no tocante aos refugiados: O elevado grau
de institucionalização da matéria atingido no Brasil com a criação do CONARE
evidencia os avanços promovidos nessa matéria pelo Governo, em parceria
com a sociedade civil brasileira.
O principal papel da ACNUR, como instituição internacional, ligada à
ONU, é garantir que os países estejam conscientes das suas obrigações – e
atuem em conformidade com elas – de dar proteção aos refugiados e a todas
as pessoas que buscam refúgio.
O ADUS é uma instituição não governamental, que atua no acolhimento
e ingresso social do refugiado, no território brasileiro, que recebe tal status
através de normativas aqui já elencadas. Trabalha e está em conformidade
com a ACNUR e, através de parcerias (empresas, instituições públicas e
privadas, etc.), prepara os refugiados para o engajamento no país, garantindo a
aprendizagem da Língua Portuguesa, contribuindo na inserção sociocultural,
além de auxiliá-los na entrada no mercado de trabalho, oferecendo-lhes cursos
profissionalizantes.
7. REFERÊNCIAS