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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

PROGRAMA DE PÓS GRADAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

Coordenação de Isolamento
2º Trabalho
Desempenho de Linhas de Transmissão frente a Descargas
Atmoféricas

Daniel Guedes Pechir


Saulo Arruda de Faria
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
PROGRAMA DE PÓS GRADAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 3
2. CÁLCULO DO DESEMPENHO DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO FRENTE A DESCARGAS
ATMOSFÉRICAS ATRAVÉS DO MÉTODO DOS DOIS PONTOS .................................................................. 4
3. CÁLCULO DO DESEMPENHO DA LINHA DE TRANSMISSÃO FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
ATRAVÉS DO PROGRAMA FLASH .......................................................................................................... 37
4. ESTUDO DO IMPACTO DOS PARÂMETROS DA LINHA DE TRASNMISSÃO NO SEU DESEMPENHO
FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ................................................................................................ 38
REFERÊNCIAS......................................................................................................................................... 43
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PROGRAMA DE PÓS GRADAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo a avaliação da influência dos principais fatores que
determinam o desempenho de uma dada linha de transmissão frente a descargas
atmosféricas.

Em um primeiro momento será realizado o cálculo do desempenho de uma linha de


transmissão através do “Método dos Dois Pontos”. Em seguida, o desempenho dessa
mesma linha de transmissão será calculada através do programa “Flash” e os
resultados dos cálculos (manual e computacional) serão confrontados.

Conhecidos a ordem de grandeza do fator de desempenho de uma linha de


transmissão padrão e as diferenças existentes entre os valores calculados
manualmente e através do programa “Flash”, os diversos parâmetros da linha que
têm influência sobre seu desempenho serão avaliados através de sucessivas
simulações no programa.

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2. CÁLCULO DO DESEMPENHO DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO FRENTE A


DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ATRAVÉS DO MÉTODO DOS DOIS PONTOS

O “Método dos Dois Pontos” consiste basicamente em calcular o desempenho da


linha de transmissão para descargas atmosféricas com frentes de onda de 2 μs e
6 μs. O passo-a-passo a seguir foi retirado do capítulo 12 da referência [1].
2.1. Desempenho da linha devido a falha de blindagem

Passo 1 Desenhar a torre em escala e determinar as coordenadas de todos os


condutores.

– Desenho da torre S-11

o As coordenadas dos condutores são:


CONDUTORES X Y
o
N FUNÇÃO [m] [m]
1 Cabo-guarda - 7,92 + 26,59
2 Cabo-guarda + 7,92 + 26,59
3 Fase A - 5,94 + 21,83
4 Fase B - 5,79 + 13,91
5 Fase C - 11,89 + 13,91
6 Fase A` + 5,94 + 21,83
7 Fase B` + 5,79 + 13,91
8 Fase C` + 11,89 + 13,91

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o Outras informações importantes (retiradas do exemplo do livro)


CONDUTORES VÃO ENTRE
RAIO BUNDLE FLECHA
TORRES
No FUNÇÃO [cm] [cm] [m]
[m]
1 Cabo-guarda 0,45 - 7,0
2 Cabo-guarda 0,45 - 7,0
3 Fase A 1,48 45,7 7,0
4 Fase B 1,48 45,7 7,0
335
5 Fase C 1,48 45,7 7,0
6 Fase A` 1,48 45,7 7,0
7 Fase B` 1,48 45,7 7,0
8 Fase C` 1,48 45,7 7,0
Passo 2 Estabelecer o nível ceráunico em dias de trovoada por dia.

o Foi adotado o mesmo do exemplo do livro.

 𝑇 = 30
Passo 3 Calcular o número de descargas atmosféricas para o solo por
quilômetro quadrado por ano.

o 𝑁 = 0,12. 𝑇

 𝑁 = 3,6
Passo 4 Calcular a altura média dos cabos-guarda.
2
o 𝑌𝐺 = ℎ𝑔 − 3 (ℎ𝑔 − ℎ𝑔𝑤 )

2
𝑌𝐺 = 26,59 − (7)
3

 𝑌𝐺 = 21,92

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Passo 5 Calcular o total de descargas atmosféricas na linha por 100 km por


ano.

– Largura da área blindada pelos cabos-guarda da linha de transmissão

Fonte: Figura 12.4.2 da referência [1]

o 𝑁𝐿 = 0,012𝑇(𝑏 + 4ℎ1,09 )
𝑁𝐿 = 0,012 𝑥 30(2 𝑥 7,92 + 4 x 26,591,09 )

 𝑁𝐿 = 57,14 [m]
Passo 6 Encontrar o valor de sobretensão para a cadeia de isoladores das
fases mais expostas de ambos os lados da torre para uma descarga
atmosférica de 6 μs de tempo de frente.

o A partir da Figura 3, encontra-se a sobretensão cadeia de isoladores.


0,71.𝑊
o 𝑉 = 0,4. 𝑊 + 𝑡 0,75

0,71 𝑥 2,63
𝑉 = 0,4 𝑥 2,63 +
60,75

 𝑉 = 1,54 [𝑀𝑉]
Passo 7 Calcular a altura média dos condutores no meio do vão para os quais
foi encontrado o valor de sobretensão no item anterior.
2
o 𝑌𝜙 = ℎ𝑔 − 3 (ℎ𝑔 − ℎ𝑔𝑤 )

2
𝑌𝜙 = 13,91 − (7)
3

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 𝑌𝜙 = 9,24 [𝑚]

– Curva V x t de isoladores de Darveniza, Popolanski e Whitehead

Fonte: Figura 12.6.3 da referência [1]

Passo 8 Calcular o raio efetivo dos condutores devido à presença do efeito


corona.
2ℎ 𝑉
o 𝑅𝑐 . 𝑙𝑛 𝑅 = 𝐸
𝑐 𝑜

Pela Figura 4, podemos notar que o diâmetro do “envelope” devido ao efeito corona
está próximo a 0,07 metro. Um valor aproximado para esse diâmetro é, portanto:
0,07 27,82 345
. 𝑙𝑛 =
2 0,07⁄ 1500
2
0,035. 𝑙𝑛 794,86 = 0,23
0,23 = 0,23

 𝑅𝑐 = 0,035

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– Diâmetro aproximado do “cilindro” que envolve um cabo energizado devido ao efeito


corona.

Fonte: Figura 12.5.3 da referência [1].

Passo 9 Calcular o raio de um único condutor equivalente ao um conjunto de


condutores.

o 𝑅𝑒𝑞 = 𝑛√𝑟11 . 𝑟1𝑛


2
𝑅𝑒𝑞 = √1,48 𝑥 45,7

 𝑅𝑒𝑞 = 8,22 [𝑐𝑚]

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– Conversão de um conjunto de condutores para um único condutor equivalente.

Fonte: Figura 12.5.2 da referência [1]

Passo 10 Calcular o raio equivalente do conjunto de condutores com o efeito


corona.

o 𝑅𝑇 = 𝑅𝑐 + 𝑅𝑒𝑞

𝑅𝑇 = 0,035 + 0,0822

 𝑅𝑇 = 0,1172 [m]
Passo 11 Calcular a impedância de surto característica efetiva dos condutores
de fase.

2ℎ 2ℎ
o 𝑍𝑛𝑛 = 60√ln . ln
𝑟 𝑅

27,82 27,82
𝑍𝑛1 = 60√ln . ln
0,0822 0,1172

 𝑍𝑛1 = 338,65 [Ω]

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Passo 12 Calcular as correntes mínimas de descarga para uma descrupção


devido a falha de blindagem.
2𝑉𝑐
o 𝐼𝑚𝑖𝑛 = 𝑍𝜙

3080
𝐼𝑚𝑖𝑛 =
338,65

 𝐼𝑚𝑖𝑛 = 9,09 [𝑘𝐴]


Passo 13 Calcular a distância mínima de descarga.

o 𝑆 = 10. 𝐼 0,65
𝑆 = 10 𝑥 9,090,65

 𝑆 = 41,98 [𝑚]
Passo 14 Escolha um fator β para a linha.

o Linha de extra alta tensão (345 kV)

 𝛽 = 0,8
Passo 15 Calcule a coordenada XG do cabo-guarda para uma blindagem efetiva.

2
o 𝑋𝐺 = √𝑆 2 − (𝛽𝑆 − 𝑌𝜙 ) − √𝑆 2 − (𝛽𝑆 − 𝑌𝐺 )2

𝑋𝐺 = √41,982 − (0,8 𝑥 41,98 − 9,24)2 − √42,132 − (0,8 𝑥 41,98 − 21,92)2

 𝑋𝐺 = −6,28 [𝑚]
Passo 16 Calcular o ângulo efetivo de blindagem αE.

𝑋𝐺
o 𝛼𝐸 = tan−1 (𝑌 )
𝜙 −𝑌𝐺

−6,28
𝛼𝐸 = tan−1 ( )
9,24 − 21,92

 𝛼𝐸 = 26,34𝑜

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Passo 17 Calcular a largura da faixa desprotegida.

– Modelo eletrogeométrico para falhas de blindagem.

Fonte: Figura 12.7.1 da referência [1]

o 𝛽𝑆 = 33,58 > 𝑌𝜙 = 9,24

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𝛽𝑆−𝑌𝜙
o 𝜃 = sin−1 ( )
𝑆

33,58 − 9,24
𝜃 = sin−1 ( )
41,98

 𝜃 = 35,44𝑜
𝐹
o 𝜔 = sin−1 (2𝑆)

13,31
𝜔 = sin−1 ( )
83,96

 𝜔 = 9,12𝑜

𝑋 −𝑋𝐺
o 𝛼𝑠 = tan−1 ( 𝑌𝜙−𝑌 )
𝐺 𝜙

11,89 − 7,92
𝛼𝑠 = tan−1 ( )
21,92 − 9,24

 𝛼𝑠 = 17,38𝑜

o 𝑋𝑆 = 𝑆[cos 𝜃 + sin(𝛼𝑠 − 𝜔)]


𝑋𝑆 = 41,98. [cos 35,44𝑜 + sin(17,38𝑜 − 9,12𝑜 )]

 𝑋𝑆 = 40,23 [𝑚]

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Passo 18 Encontrar a distância máxima que uma descarga pode ocorrer.

̅ que deve ser multiplicado por cada 𝑌𝑂 para encontrar 𝑆𝑚𝑎𝑥 , a máxima distância
– Valor de 𝑆
possível de uma descarga.

Fonte: Figura 12.7.2 da referência [1].

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– Ângulo de blindagem e Y0 da linha de transmissão S-11.

𝑋 −𝑋𝐺
o 𝑚 = ( 𝑌𝜙−𝑌 )
𝐺 𝜙

11,89 − 7,92
𝑚=( )
21,92 − 9,24

 𝑚 = 0,31

o 𝑆𝑚𝑎𝑥 ≅ 𝑆̅. 𝑌0
𝑆𝑚𝑎𝑥 ≅ 2,0 𝑥 20,25

 𝑆𝑚𝑎𝑥 ≅ 40,5 [𝑚]


Passo 19 Entrar com o valor de 𝐼𝑚𝑖𝑛 , calculado no Passo 12.

 𝐼𝑚𝑖𝑛 = 9,09 [𝑘𝐴]


Passo 20 Calcular o valor de 𝐼𝑚𝑎𝑥 a partir do Passo 18.

o 𝐼𝑚𝑎𝑥 = 0,029. 𝑆 1,54


𝐼𝑚𝑎𝑥 = 0,029 𝑥 40,51,54

 𝐼𝑚𝑎𝑥 = 8,67 [𝑘𝐴]

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Passo 21 Calcular a probabilidade Pmin da corrente Imin ser excedida.

– Distribuição de frequência cumulativa de amplitudes de corrente de pico de descargas


nuvem-solo negativas.

Fonte: Figura 12.4.3 da referência [1].

1
o 𝑃𝑚𝑖𝑛 = 𝐼 2,6
1+( 𝑚𝑖𝑛 )
31

1
𝑃𝑚𝑖𝑛 =
9,09 2,6
1+( )
31

 𝑃𝑚𝑖𝑛 = 0,96
Passo 22 Calcular a probabilidade Pmax da corrente Imax ser excedida.
1
o 𝑃𝑚𝑎𝑥 = 𝐼 2,6
1+( 𝑚𝑎𝑥 )
31

1
𝑃𝑚𝑎𝑥 =
8,67 2,6
1+( )
31

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 𝑃𝑚𝑎𝑥 = 0,96
Passo 23 Calcular o número de falhas de blindagem por 100 km de linha por ano
a partir dos passos 2, 19, 21 e 22.
𝑋𝑆
o (𝑁𝑆𝐹 )𝐷 = (𝑁𝑆𝐹 )𝐸 = 0,012. 𝑇. . (𝑃𝑚𝑖𝑛 − 𝑃𝑚𝑎𝑥 )
2

40,23
(𝑁𝑆𝐹 )𝐷 = (𝑁𝑆𝐹 )𝐸 = 0,012 𝑥 30 𝑥 . (0,96 − 0,96)
2

 (𝑁𝑆𝐹 )𝐷 = (𝑁𝑆𝐹 )𝐸 = 0
Passo 24 Somar os valores de cada lado no Passo 23 para encontrar o total de
falhas de blindagem por 100 km por ano.

o 𝑁𝑆𝐹 = (𝑁𝑆𝐹 )𝐷 + (𝑁𝑆𝐹 )𝐸


𝑁𝑆𝐹 = 0 + 0

 𝑁𝑆𝐹 = 0
Passo 25 Subtrair o resultado do Passo 24 do resultado do Passo 5 para
estabelecer o total de descargas na linha por 100 km por ano.

o 𝑁𝑇 = 𝑁𝐿 − 𝑁𝑆𝐹
𝑁𝑇 = 57,14 − 0

 𝑁𝑇 = 57,14
2.2. Desempenho da linha devido a back-flashover

Passo 1 Determinar a tensão de disrupção da cadeia de isoladores em


2 μs.

o (𝑉𝐼 )2 = 820. 𝑊
(𝑉𝐼 )2 = 820 𝑥 2,63

 (𝑉𝐼 )2 = 2.157 [kV]


Passo 2 Repetir o Passo 1 para 6 μs.

o (𝑉𝐼 )6 = 585. 𝑊
(𝑉𝐼 )6 = 585 𝑥 2,63

 (𝑉𝐼 )6 = 1.539 [kV]

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Passo 3 Mutiplicar o valor calculado no Passo 1 por 1,8 para estimar a a tensão
no topo da torre e média para todas as fases.

o [(𝑉𝐼 )2 ] 𝑇𝑇 = 1,8 𝑥 (𝑉𝐼 )2


[(𝑉𝐼 )2 ] 𝑇𝑇 = 1,8 𝑥 2,157

 [(𝑉𝐼 )2 ] 𝑇𝑇 = 3.883 [kV]


Passo 4 Calcular o diâmetro do efeito corona do cabo guarda através da tensão
do Passo 3 e 𝐸0 = 1500 𝑘𝑉⁄𝑚. Considere como altura a altura da torre.
2ℎ 𝑉
o 𝑅𝑐 . ln 𝑅 = 𝐸
𝑐 𝑜

Pela Figura 4, podemos notar que o diâmetro do “envelope” devido ao efeito corona
está entre 1,0 e 1,5 metro. Um valor aproximado para o raio é, portanto:
1,14 53,18 3883
. ln =
2 1,14⁄ 1500
2
0,57. ln 93,3 = 2,59
2,59 = 2,59

 𝑅𝑐 = 0,57
Passo 5 A partir do resultado do Passo 4, calcular a impedância própria de surto
dos cabos guarda na torre.

2ℎ 2ℎ
o 𝑍𝑛𝑛 = 60√ln . ln
𝑟 𝑅

53,18 53,18
𝑍𝑛1 = 60√ln . ln
0,45 1,02

 𝑍𝑛1 = 260,63 [Ω]


Passo 6 A partir do resultado do Passo 5, calcular a impedância mútua de surto
dos cabos guarda na torre.
𝑎
o 𝑍𝑚𝑛 = 60 ln 𝑏𝑚𝑛
𝑚𝑛

55,48
𝑍𝑚𝑛 = 60 ln
15,84

 𝑍𝑚𝑛 = 75,21 [Ω]

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𝑍11 +𝑍12
o 𝑍𝑠 = 2

260,63 + 75,21
𝑍𝑠 =
2

 𝑍𝑠 = 167,92 [Ω]
Passo 7 Calcular o fator de acoplamento de cada um dos cabos fase.
𝑍𝑛1 +𝑍𝑛2
o 𝐾𝑛 = 𝑍11 +𝑍12

𝑎
o 𝑍𝑚𝑛 = 60 ln 𝑏𝑚𝑛
𝑚𝑛

48,47
𝑍𝐴1 = 60 ln
5,22

 𝑍𝐴1 = 133,71
50,31
𝑍𝐴2 = 60 ln
14,45

 𝑍𝐴2 = 74,85
40,7
𝑍𝐵1 = 60 ln
13,29

 𝑍𝐵1 = 67,15
45,07
𝑍𝐵2 = 60 ln
23,47

 𝑍𝐵2 = 39,15
40,56
𝑍𝐶1 = 60 ln
12,86

 𝑍𝐶1 = 68,92
42,74
𝑍𝐶2 = 60 ln
18,63

 𝑍𝐶2 = 49,82
𝑍𝑛1 +𝑍𝑛2
o 𝐾𝐴 = 𝑍11 +𝑍12

𝑍𝐴1 + 𝑍𝐴2
𝐾𝐴 =
𝑍11 + 𝑍12

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133,71 + 74,85
𝐾𝐴 =
260,63 + 75,21

 𝐾𝐴 = 0,62
67,15 + 39,15
𝐾𝐵 =
260,63 + 75,21

 𝐾𝐵 = 0,32
68,92 + 49,82
𝐾𝐶 =
260,63 + 75,21

 𝐾𝐶 = 0,35
Passo 8 Determinar a impedância de surto da torre.

– Aproximações para impedância de torres.

Fonte: Figura 12.5.5 da referência [1].

2ℎ
o 𝑍𝑡 = 60 [ln (√2 ) − 1]
𝑟

2 𝑥 26,59
𝑍𝑡 = 60 [ln (√2 ) − 1]
1,32

 𝑍𝑡 = 182,56 [Ω]

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Passo 9 Determinar o tempo de tráfego da torre.



o 𝜏 𝑇 = 300 [𝜇𝑠]

26,59
𝜏𝑇 = [𝜇𝑠]
300

 𝜏 𝑇 = 88,63 [𝑛𝑠]
Passo 10 Determinar o tempo de tráfego do vão, ou seja, de uma torre a outra.
𝑑𝑠𝑝𝑎𝑛
o 𝜏𝑆 = 300 𝑥 0,9 [𝜇𝑠]

335
𝜏𝑆 = [𝜇𝑠]
300 𝑥 0,9

 𝜏𝑆 = 1,24 [𝜇𝑠]
Passo 11 Calcular o tempo de tráfego do topo até cada cruzeta da torre.

 Fase A e A’
2,13
o = 0,0071 [𝜇𝑠]
3,00 𝑥 108

 Fase B, B’, C e C’
10,05
o = 0,0335 [𝜇𝑠]
3,00 𝑥 108

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Passo 12 Selecionar a resistência de pé de torre. Redzir segundo a Figura 12.

– Resistência de aterramento de eletrodos elementares.

Fonte: Figura 12.5.6 da referência [1].

– Redução sugerida para resistência de impulso para uso em cálculos de descargas


atmosféricas segundo Darveniza e outros.

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Foi considerada a mesma resistência de pé de torre do exemplo, ou seja:

 𝑅 = 20 [Ω]
Passo 13 Calcular a impedância do circuito intrínseco.
𝑍𝑆 .𝑍𝑇
o 𝑍𝐼 = 𝑍
𝑆 +2.𝑍𝑇

167,92 𝑥 182,56
𝑍𝐼 =
167,92 + 2 𝑥 182,56

 𝑍𝐼 = 57,51 [Ω]
Passo 14 Calcular a impedância de onda da torre.

2.𝑍𝑆2 .𝑍𝑇 𝑍 −𝑅
o 𝑍𝑊 = [(𝑍 2
] [ 𝑍𝑇 + 𝑅 ]
𝑆 +2.𝑍𝑇 ) 𝑇

2 𝑥 167,922 𝑥 182,56 182,56 − 20


𝑍𝑊 = [ ][ ]
(167,92 + 2 𝑥 182,56)2 182,56 + 20

 𝑍𝑊 = 29,08 [Ω]
Passo 15 Calcular o fator de amortecimento da torre.
2𝑍 − 𝑍 𝑍 −𝑅
o 𝜓 = (2𝑍𝑇 + 𝑍𝑆 ) (𝑍𝑇 + 𝑅)
𝑇 𝑆 𝑇

2 𝑥 182,56 − 167,92 182,56 − 20


o 𝜓 = (2 𝑥 182,56 + 167,92) ( 182,56+ 20 )

 𝜓 = 0,30
Passo 16 Calcular o fator de refração da resistência completa de pé de torre.
2𝑅
o 𝛼̅𝑅 = 𝑍
𝑇 +𝑅

2 𝑥 20
o 𝛼̅𝑅 = 182,56 + 20

 𝛼̅𝑅 = 0,20
Passo 17 Calcular a tensão em PU (per unit) no topo da torre em 2 μs.
𝑍𝑊 𝜏𝑇
o (𝑉𝑇 )2 = [𝑍𝐼 − (1 − )]
1− 𝜓 1− 𝜓

29,08 0,089
(𝑉𝑇 )2 = [57,51 − (1 − )]
1 − 0,30 1 − 0,30

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 (𝑉𝑇 )2 = 21,25
Passo 18 Calcular a tensão no topo da torre devido às componentes refletidas
nas torres adjacentes em 2 μs.

−4.𝐾𝑆 .(𝑉𝑇 )22 1−2(𝑉𝑇 )2


o (𝑉′ 𝑇 )2 = .[ ] . (1 − 𝜏𝑆 )
𝑍𝑆 𝑍𝑆

−4 𝑥 167,92 𝑥 21,252 1 − 2 𝑥 21,25


(𝑉′ 𝑇 )2 = .[ ] . (1 − 1,24)
167,92 167,92

 (𝑉′ 𝑇 )2 = −107,14
Passo 19 Adicionar os valores calculados no Passo 17 e no Passo 18 para
encontrar a tensão real no topo da torre.

o 𝑉𝑇 = (𝑉𝑇 )2 + (𝑉′ 𝑇 )2
𝑉𝑇 = 21,25 − 107,14

 𝑉𝑇 = −85,89
Passo 20 Calcular a tensão sobre a resistência de pé de torre em 2 μs.

𝑅 𝐼 ̅ .𝑍
𝛼 𝜓.𝜏𝑇
o (𝑉𝑅 )2 = [ 1− (1 − )] . 𝐼
𝜓 1− 𝜓

0,20 𝑥 57,51 0,30 𝑥 0,089


(𝑉𝑅 )2 = [ (1 − )] . 1 𝑃𝑈
1 − 0,30 1 − 0,30

 (𝑉𝑅 )2 = 15,80 PU
Passo 21 Reduzir o valor de (𝑉𝑅 )2 na mesma proporção que o valor calculado no
Passo 19 foi reduzido para encontrar a tensão real na resistência de
pé de torre em 2 μs.
(𝑉𝑅 )2 (𝑉𝑇 )2
o =
𝑉𝑅 𝑉𝑇

𝑉𝑇
𝑉𝑅 = . (𝑉 )
(𝑉𝑇 )2 𝑅 2
−85,89
𝑉𝑅 = . 15,80
21,25
𝑉𝑅 = −63,86

Passo 22 Calcular a tensão na cruzeta para cada fase em 2 μs.


𝜏𝑇 − 𝜏𝑝𝑛
o (𝑉𝑝𝑛 )2 = (𝑉𝑅 )2 + [(𝑉𝑇 )2 − (𝑉𝑅 )2 ]
𝜏𝑇

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 Fase A e A’
0,089 − 0,0071
(𝑉𝑝𝑛 )2 = 15,80 + [21,25 − 15,80]
0,089

 (𝑉𝑝𝑛 )2 = 20,82

 Fase B, B’, C e C’
0,089 − 0,0335
(𝑉𝑝𝑛 )2 = 15,80 + [21,25 − 15,80]
0,089

 (𝑉𝑝𝑛 )2 = 19,20


Passo 23 Usando os resultados do Passo 7, do Passo 19, e do Passo 22,
calcular a tensão P.U. em cada isolador em 2 μs.

o (𝑉𝑠𝑛 )2 = (𝑉𝑝𝑛 )2 − 𝐾𝑛 (𝑉̅𝑇 )2

 Fase A e A’
(𝑉𝑠𝑛 )2 = 20,82 − 0,62 𝑥 21,25

 (𝑉𝑠𝑛 )2 = 7,65

 Fase B e B’
(𝑉𝑠𝑛 )2 = 19,20 − 0,32 𝑥 21,25

 (𝑉𝑠𝑛 )2 = 12,40

 Fase C e C’
(𝑉𝑠𝑛 )2 = 19,20 − 0,35 𝑥 21,25

 (𝑉𝑠𝑛 )2 = 11,76
Passo 24 Calcular a tensão no topo da torre em 6 μs sem as reflexões das torres
adjacentes.
𝑍𝑆 .𝑅
o (𝑉𝑇 )6 = (𝑉𝑅 )6 = (𝑉𝑝𝑛 )6 = [𝑍 ].𝐼
𝑆 +2𝑅

167,92 𝑥 20
(𝑉𝑇 )6 = (𝑉𝑅 )6 = (𝑉𝑝𝑛 ) = [ ] . 1 𝑃𝑈
6 167,92 + 2 𝑥 20

24
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 (𝑉𝑇 )6 = (𝑉𝑅 )6 = (𝑉𝑝𝑛 )6 = 16,15

Passo 25 Calcular a tensão no topo da torre devido às componentes refletidas


nas torres adjacentes em 6 μs.

𝑅 2 2𝑅
o (𝑉′ 𝑇 )6 = −4. 𝐾𝑆 . 𝑍𝑆 . (𝑍 ) . [1 − ].𝐼
𝑆 +2𝑅 𝑍𝑆 +2𝑅

2
20
(𝑉 ′ 𝑇 )6 = −4 𝑥 0,85 𝑥 167,92 𝑥 ( ) . [1
167,92 + 2 𝑥 20
2 𝑥 20
− ].𝐼
167,92 + 2 𝑥 20

 (𝑉′ 𝑇 )6 = −4,27
Passo 26 A partir das tensões do Passo 24 e do Passo 25 e os coeficientes de
acoplamento do Passo 7, calcular a tensão total em PU para cada fase.

o (V𝑆𝑁 )6 = [(𝑉𝑇 )6 + (𝑉′𝑇 )6 ](1 − 𝐾𝑛 )

 Fase A e A’
(V𝑆𝑁 )6 = [16,15 − 4,27](1 − 0,62)

 (V𝑆𝑁 )6 = 4,51

 Fase B e B’
(V𝑆𝑁 )6 = [16,15 − 4,27](1 − 0,32)

 (V𝑆𝑁 )6 = 8,08

 Fase C e C’
(V𝑆𝑁 )6 = [16,15 − 4,27](1 − 0,35)

 (V𝑆𝑁 )6 = 7,72
Passo 27 Calcular a relação entre as tensões do Passo 1 e do Passo 23 para
cada fase. Essa relação será a corrente crítica para backflashover em
2 μs.
820𝑊 (𝑉 )2
o (𝐼𝐶𝑁 )2 = (𝑉 = (𝑉 𝐼
𝑆𝑁 )2 𝑆𝑁 )2

 Fase A e A’

25
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820 𝑥 2,63
(𝐼𝐶𝑁 )2 =
7,65

 (𝐼𝐶𝑁 )2 = 281,91

 Fase B e B’
820 𝑥 2,63
(𝐼𝐶𝑁 )2 =
12,40

 (𝐼𝐶𝑁 )2 = 173,92

 Fase C e C’
820 𝑥 2,63
(𝐼𝐶𝑁 )2 =
11,76

 (𝐼𝐶𝑁 )2 = 183,38
Passo 28 Calcular a relação entre as tensões do Passo 2 e do Passo 26 para
cada fase. Essa relação será a corrente crítica para backflashover em
6 μs.
585𝑊 (𝑉 )6
o (𝐼𝐶𝑁 )6 = (𝑉 = (𝑉 𝐼
𝑆𝑁 )6 𝑆𝑁 )6

 Fase A e A’
585 𝑥 2,63
o (𝐼𝐶𝑁 )6 = 4,51

 (𝐼𝐶𝑁 )2 = 341,14

 Fase B e B’
585 𝑥 2,63
o (𝐼𝐶𝑁 )6 = 8,08

 (𝐼𝐶𝑁 )2 = 190,41

 Fase C e C’
585 𝑥 2,63
o (𝐼𝐶𝑁 )6 = 7,72

 (𝐼𝐶𝑁 )2 = 199,29

26
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Passo 29 Selecionar a menor corrente para cada fase a partir dos valores
encontrados no Passo 27 e no Passo 28.

 Fase A e A’

 (𝐼𝐶𝑁 )2 = 281,91

 Fase B e B’

 (𝐼𝐶𝑁 )2 = 173,92

 Fase C e C’

 (𝐼𝐶𝑁 )2 = 183,38
Passo 30 Selecionar as tensões relacionadas a cada valor de I CN, a partir do
Passo 1 e do Passo 2.

 (𝑉𝐼 )2 = 2.157 [kV]


Passo 31 A partir dos dados do Passo 29 e do , plotar a curva I’CN para cada
fase.
𝑉𝑐𝑛 −𝑉𝑜𝑛 sin(𝜃𝑛 −𝛼𝑛 )
o 𝐼′𝐶𝑁 = [ ] 𝐼𝑐𝑛
𝑉𝑐𝑛

 Figura 13 – Passo 31 - Curva I’CN.


Passo 32 Determinar a porcentagem de tempo que cada fase é predominante.

 Fase A e A’

 𝑃𝐴 = 0%

 Fase B e B’
279,03° − 82,74° = 196,29°

196,29°
 𝑃𝐵 = 𝑥 100% = 54,53%
360°

 Fase C e C’
82,74° + (360° − 279,03°) = 163,71°

163,71°
 𝑃𝐵 = 𝑥 100% = 45,47%
360°

27
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– Passo 31 - Curva I’CN.

28
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Passo 33 Calcular o valor médio de I’CN para cada fase durante o tempo em que
ela é predominante.
𝑉 cos(𝜃2 −𝛼𝑛 )−cos(𝜃1 −𝛼𝑛 )
o 𝐼 ′̅ 𝑐𝑛 = 𝐼𝑐𝑛 {1 + 𝑉𝑜𝑛 [ ]}
𝑐𝑛 𝜃2 −𝜃1

 Fase B e B’
487,9 cos(4,87 − 1,05) − cos(1,44 − 1,05)
𝐼 ′̅ 𝑐𝑛 = 173,92 {1 + [ ]}
2157 4,87 − 1,44

 𝐼 ′̅ 𝑐𝑛 = 154,38

 Fase C e C’
487,9 cos(1,44 + 1,05) − cos(4,87 + 1,05)
𝐼 ′̅ 𝑐𝑛 = 183,38 {1 + [ ]}
2157 4,87 − 1,44

 𝐼 ′̅ 𝑐𝑛 = 162,46
Passo 34 Encontrar a probabilidade de uma corrente do Passo 33 ser excedida
em uma descarga na linha.
1
o 𝑃𝐼 = 𝐼 2,6
1+( )
31

 Fase B e B’
1
𝑃𝐼 =
154,38 2,6
1+( )
31

 𝑃𝐼 = 0,0152

 Fase C e C’

1
𝑃𝐼 =
162,46 2,6
1+( )
31

 𝑃𝐼 = 0,0132
Passo 35 Multiplicar as descargas do Passo 25 do capítulo 2.1 por 0,60 para
estabelecer o número real de descargas atmosféricas na torre por 100
km por ano.

𝑁𝑇 = 57,14 𝑥 0,60

29
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 𝑁𝑇 = 34,28
Passo 36 Multiplicar o valor do Passo 35 pelos valores do Passo 32 e dividir por
100 para encontrar as descargas na torre por 100 km por ano.

 Fase B e B’
𝑁𝑇 = 34,28 𝑥 0,5453

 𝑁𝑇 = 18,69

 Fase C e C’
𝑁𝑇 = 34,28 𝑥 0,4547

 𝑁𝑇 = 15,59
Passo 37 Multiplicar cada valor do Passo 36 pela probabilidade correspondente
do Passo 34 para encontrar o número esperado de descargas
atmoféricas que causam disrupção na cadeia de isoladores para uma
dada fase.

 Fase B e B’
𝑁𝑇 = 18,69 𝑥 0,0152

 𝑁𝑇 = 0,284

 Fase C e C’
𝑁𝑇 = 15,59 𝑥 0,0132

 𝑁𝑇 = 0,206
Passo 38 Somar todos os valores do Passo 37 para calcular o número total de
backflashover por 100 km por ano.

 0,284 + 0,206 = 0,49


Passo 39 Adicionar ao valor do Passo 38 o total de falhas de blindagem do Passo
23 do capítulo 2.2 para encontrar o total de falhas por 100 km por ano.

 0,49 + 0 = 0,49

30
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2.3. Resumo dos resultados calculados

FALHA DE BLINDAGEM
VALORES CALCULADOS
PASSO PROCEDIMENTO VARIÁVEL
GERAL ESQUERDA DIREITA

Desenhar a torre em escala e determinar as


1
coordenadas de todos os condutores.

2 Estabelecer o nível ceráunico em dias de T 30


trovoada por dia.

3 Calcular o número de descargas atmosféricas N 3,6


para o solo por quilômetro quadrado por ano.

4 YG 21,92
Calcular a altura média dos cabos-guarda.

Calcular o total de descargas atmosféricas na


5 NL 57,14
linha por 100 km por ano.

Encontrar o valor de sobretensão para a cadeia


de isoladores das fases mais expostas de ambos 1540 1540
6 V
os lados da torre para uma descarga Fase C Fase C`
atmosférica de 6 μs de tempo de frente.

Calcular a altura média dos condutores no meio


7 do vão para os quais foi encontrado o valor de YΦ 9,24 9,24
sobretensão no item anterior.

Calcular o raio efetivo dos condutores devido à


8 RC 0,035 0,035
presença do efeito corona.

Calcular o raio de um único condutor


9 Req 0,0822 0,0822
equivalente ao um conjunto de condutores.

Calcular o raio equivalente do conjunto de


10 RT 0,1172 0,1172
condutores com o efeito corona.

Calcular a impedância de surto característica


11 Zn1 338,65 338,65
efetiva dos condutores de fase.

Calcular as correntes mínimas de descarga para


12 Imin 9,09 9,09
uma descrupção devido a falha de blindagem.

13 Calcular a distância mínima de descarga. S 41,98 41,98

14 Escolha um fator β para a linha. β 0,8

31
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FALHA DE BLINDAGEM
VALORES CALCULADOS
PASSO PROCEDIMENTO VARIÁVEL
GERAL ESQUERDA DIREITA
Calcule a coordenada XG do cabo-guarda para
15 XG -6,28 6,28
uma blindagem efetiva.

16 Calcular o ângulo efetivo de blindagem α E. αE -26,34 26,34

17 Calcular a largura da faixa desprotegida. XS 40,23 40,23

Encontrar a distância máxima que uma


18 Smax 40,5 40,5
descarga pode ocorrer.

19 Entrar com o valor calculado no Passo 12 Imin 9,09 9,09

20 Calcular o valor de Imax a partir do Passo 18. Imax 8,67 8,67

Calcular a probabilidade Pmin da corrente Imin ser


21 Pmin 0,96 0,96
excedida.

Calcular a probabilidade Pmax da corrente Imax


22 Pmax 0,96 0,96
ser excedida.

Calcular o número de falhas de blindagem por (NSF)D


23 0 0
100 km de linha por ano (NSF)E

Somar os valores de cada lado no Passo 23 para


24 encontrar o total de falhas de blindagem por NSF 0
100 km por ano.

Subtrair o resultado do Passo 24 do resultado


25 do Passo 5 para estabelecer o total de NT 57,14
descargas na linha por 100 km por ano.

32
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BACKFLASHOVER
VALORES CALCULADOS
PASSO PROCEDIMENTO VAR.
GERAL A B C A' B' C'
Determinar a tensão de
1 disrupção da cadeia de (VI)2 2.157 2.157 2.157 2.157 2.157 2.157
isoladores em 2 μs.
2 Repetir o Passo 1 para 6 μs. (VI)6 1.539 1.539 1.539 1.539 1.539 1.539
Mutiplicar o valor calculado no
3 Passo 1 por 1,8 para estimar a [(VI)2]TT 3.883
a tensão no topo da torre e
média para todas as fases.

Calcular o diâmetro do efeito


corona do cabo guarda através
4 da tensão do Passo 3 e Eo = RC 1,14
1500 V/m. Considere como
altura a altura da torre.
A partir do resultado do Passo
4, calcular a impedância
5 Zn1 260,63
própria de surto dos cabos
guarda na torre.
A partir do resultado do Passo
5, calcular a impedância mútua
6 ZS 167,92
de surto dos cabos guarda na
torre.
Calcular o fator de
7 acoplamento de cada um dos Kn 0,62 0,32 0,35 0,62 0,32 0,35
cabos fase.

8 Determinar a impedância de ZT 182,56


surto da torre.

9 Determinar o tempo de tráfego τT 0,089


da torre.

10 Calcular o tempo de tráfego τS 1,24


entre torres.

11 Calcular o tempo de tráfego do τPN 0,0071 0,0071 0,0335 0,0335 0,0335 0,0335
topo até cada cruzeta da torre.

12 Selecionar a resistência de pé R 20
de torre.

13 Calcular a impedância do ZI 57,51


circuito intrínseco.

14 Calcular a impedância de onda ZW 29,08


da torre.

15 Calcular o fator de ψ 0,30


amortecimento da torre.
Calcular o fator de refração da
16 resistência completa de pé de ᾱR 0,20
torre.

33
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BACKFLASHOVER
VALORES CALCULADOS
PASSO PROCEDIMENTO VAR.
GERAL A B C A' B' C'

17 Calcular a tensão em PU (per (VT)2 21,25


unit) no topo da torre em 2 μs.
Calcular a tensão no topo da
torre devido às componentes -
18 (V'T)2
refletidas nas torres adjacentes 107,14
em 2 μs.
Adicionar os valores calculados
19 no Passo 17 e no Passo 18 para VT -85,89
encontrar a tensão real no topo
da torre.
Calcular a tensão sobre a
20 resistência de pé de torre em 2 (VR)2 15,80
μs.
Reduzir o valor de (VR)2 na
mesma proporção que o valor
calculado no Passo 19 foi
21 VR -63,86
reduzido para encontrar a
tensão real na resistência de pé
de torre em 2 μs.

22 Calcular a tensão na cruzeta (VPN)2 20,82 20,82 19,20 19,20 19,20 19,20
para cada fase em 2 μs.
Usando os resultados do Passo
23 7, do Passo 19, e do Passo 22, (VSN)2 7,65 12,40 11,76 7,65 12,40 11,76
calcular a tensão P.U. em cada
isolador em 2 μs.
Calcular a tensão no topo da
24 torre em 6 μs sem as reflexões (VT)6 16,15
das torres adjacentes.
Calcular a tensão no topo da
torre devido às componentes
25 (V'T)6 -4,27
refletidas nas torres adjacentes
em 6 μs.
A partir das tensões do Passo
24 e do Passo 25 e os
26 coeficientes de acoplamento (VSN)6 4,51 8,08 7,72 4,51 8,08 7,72
do Passo 7, calcular a tensão
total em PU para cada fase.
Calcular a relação entre as
tensões do Passo 1 e do Passo
27 23 para cada fase. Essa relação (ICN)2 281,91 173,92 183,38 281,91 173,92 183,38
será a corrente crítica para
backflashover em 2 μs.

34
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BACKFLASHOVER
VALORES CALCULADOS
PASSO PROCEDIMENTO VAR.
GERAL A B C A' B' C'
Calcular a relação entre as
tensões do Passo 2 e do Passo
28 26 para cada fase. Essa relação (ICN)6 341,14 190,41 199,29 341,14 190,41 199,29
será a corrente crítica para
backflashover em 6 μs.
Selecionar a menor corrente
para cada fase a partir dos
29 valores encontrados no Passo (ICN)2 281,91 173,92 183,38 281,91 173,92 183,38
27 e no Passo 28.
Selecionar as tensões
relacionadas a cada valor de
30 (VI)2 2.157 2.157 2.157 2.157 2.157 2.157
ICN, a partir do Passo 1 e do
Passo 2.
A partir dos dados do Passo 29
31 e do Passo 30, plotar a curva
I’CN para cada fase.
Determinar a porcentagem de
32 tempo que cada fase é 0% 54,53% 45,47% 0% 54,53% 45,47%
predominante.
Calcular o valor médio de I’CN
para cada fase durante o
33 Ī'cn - 154,38 162,46 - 154,38 162,46
tempo em que ela é
predominante.
Encontrar a probabilidade de
uma corrente do Passo 33 ser
34 PI - 0,0152 0,0132 - 0,0152 0,0132
excedida em uma descarga na
linha.
Multiplicar as descargas do
Passo 25 do capítulo 2.1 por
0,60 para estabelecer o
35 34,28
número real de descargas
atmosféricas na torre por 100
km por ano.
Multiplicar o valor do Passo 35
pelos valores do Passo 32 e
36 dividir por 100 para encontrar 0 18,69 15,59 0 18,69 15,59
as descargas na torre por 100
km por ano.
Multiplicar cada valor do Passo
36 pela probabilidade
correspondente do Passo 34
para encontrar o número
37 0 0,284 0,206 0 0,284 0,206
esperado de descargas
atmoféricas que causam
disrupção na cadeia de
isoladores para uma dada fase.

35
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BACKFLASHOVER
VALORES CALCULADOS
PASSO PROCEDIMENTO VAR.
GERAL A B C A' B' C'
Somar todos os valores do
Passo 37 para calcular o
38 0,49
número total de backflashover
por 100 km por ano.
Adicionar ao valor do Passo 38
o total de falhas de blindagem
39 do Passo 23 do capítulo 2.2 0,49
para encontrar o total de falhas
por 100 km por ano.

36
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3. CÁLCULO DO DESEMPENHO DA LINHA DE TRANSMISSÃO FRENTE A


DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ATRAVÉS DO PROGRAMA FLASH

Foi realizado o cálculo de desempenho da linha de transmissão do Capítulo 2 através


do programa Flash. Nota-se um pequeno desvio entre os resltados, porém ambos
possuem a mesma ordem de grandeza. É possível que essa diferença exista devido
às atualizações que o Flash sofreu ao longos dos anos e que tornaram os cálculos
mais precisos, divergindo um pouco do cálculo seguindo a metodologia inicialmente
proposta pelo IEEE.
Tabela 1 – Comparação dos resultados dos cálculos feitos à mão e através do Flash

CÁLCULO CÁLCULO
MANUAL PELO FLASH

BACK-FLASHOVER 0,49 0,92

FALHA DE BLINDAGEM 0,00 0,00

TOTAL 0,49 0,92

37
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4. ESTUDO DO IMPACTO DOS PARÂMETROS DA LINHA DE TRASNMISSÃO


NO SEU DESEMPENHO FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

Foram avaliados o desempenho de diferentes duas linhas de transmissão frente a


descargas atmosféricas no que diz respeito aos desligamentos devidos a falhas de
blindagem e “backflashover” separadamente, utilizando-se o programa Flash.
Nestas simulações foram analisadas as influências de:

 tensão de operação,

 perfil da estrutura,

 níveis de isolamento (número de isoladores) para uma mesma tensão de


operação,

 e resistência de aterramento.

A Figura 1 apresenta o perfil da torre da primeira linha de trasnmissão e a Figura 14,


o perfil da torre da segunda.

– Desenho da torre S-13

Os resultados das simulações do desempenho das linhas de transmissão frente a


descargas atmosféricas, variando alguns parâmetros das linhas, estão resumidos nos
subitens seguintes.

38
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4.1. Tensão de operação

DESEMPENHO DA LINHA S-11

1; 10,90
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00 1; 1,71
2,00
0,00
138 kV 345 kV

– Desempenho da torre S-11 operando em 138 e 345 kV

DESEMPENHO DA LINHA S-13

1; 9,78
10,00

8,00

6,00

4,00 1; 1,44
2,00

0,00
138 kV 345 kV

– Desempenho da torre S-13 operando em 138 e 345 kV

39
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4.2. Perfil da torre

DESEMPENHO DA LINHA OPERANDO EM 138 kV

1; 10,90
11,00

10,50
1; 9,78
10,00

9,50

9,00
S-11 S-13

– Desempenho das torres S-11 e S-13 operando em 138 kV

DESEMPENHO DA LINHA OPERANDO EM 345 kV

1,80 1; 1,71

1,70

1,60
1; 1,44
1,50

1,40

1,30
S-11 S-13

– Desempenho das torres S-11 e S-13 operando em 345 kV

40
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4.3. Nível de isolamento

ESTRUTURA S-11 - 138 kV

20,00
1; 15,50

15,00
1; 10,90
1; 7,99
10,00 1; 6,00

5,00

0,00
7 8 9 10

– Desempenho da torre S-11 operando em 138 kV com 7, 8, 9 e 10 isoladores

ESTRUTURA S-13 - 345 kV

2,50 1; 2,17
1; 1,76
2,00
1; 1,44
1,50 1; 1,17

1,00

0,50

0,00
15 16 17 18

– Desempenho da torre S-13 operando em 345 kV com 15, 16, 17 e 18 isoladores

41
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4.4. Resistência de aterramento

ESTRUTURA S-11

100,00 1; 76,76
1; 61,51

1; 22,59

1; 10,90

10,00
1; 5,26

1; 1,54

1,00
5Ω 10 Ω 15 Ω 60 Ω 100 Ω 15 Ω (80%) 75 Ω (20%)

– Desempenho da torre S-11 operando em 138 kV com diferentes valores de resistência


de aterramento

42
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REFERÊNCIAS

[1] ANDERSON, J. G., “Transmission Line Reference Book 345 kV and above”,
Electric Power Research Institute, 2. Ed, California, Estados Unidos, 1982.

43

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