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Uma questão de direção

Vivemos em um mundo agitado, com grandes transformações políticas,


econômicas, sociais, culturais e ambientais. A globalização dos mercados vem
obrigando as empresas a buscarem uma excelência em suas atividades, tanto
de gestão quanto de operação. É preciso inovar, lançar novos produtos /
serviços, diminuir o tempo de produção e o tempo de atendimento ao cliente,
tudo isto com uma qualidade cada vez mais exigente e preço competitivo.

O mundo empresarial realmente está acelerado e o tempo é muitas


vezes nosso maior inimigo. Estamos sempre correndo na busca incessante
para atender às expectativas dos nossos clientes e sobreviver num mercado
cada vez mais desafiador. No entanto a pergunta que devemos fazer é a
seguinte: estamos correndo para a direção certa?

Tenho visto em algumas empresas um grande desperdício de tempo,


dinheiro e recursos principalmente pela falta de direção. Quanto esforço e
dinheiro se perdem quando a direção não é a correta! Um desenvolvimento mal
feito, aquisições erradas, uma parceria precipitada, produções não planejadas,
programas mal implantados, tudo isto leva a desperdícios que podem
comprometer a competitividade e sobrevivência de uma organização.

O quê fazer então, diante de uma situação como esta?

O melhor caminho é fazer as coisas segundo o bom e velho método


PDCA, que é um método universal. A maioria das pessoas o conhece ou já
ouviu falar, mas vale a pena refletirmos sobre esta metodologia.

A primeira etapa P, que deriva do inglês Plan, significa planejamento,


que é a etapa crucial de qualquer negócio. Nesta fase de planejamento
devemos nos atentar a 03 momentos: O longo, médio e curto prazo. Para
pensarmos no longo prazo, devemos refletir de maneira estratégica e global. O
quê queremos ser daqui a 05, 10 ou 15 anos? Onde pretendemos estar? Quais
atividades faremos? Este planejamento só será concretizado se desdobrado de
maneira tática, no médio prazo, e de maneira operacional, no curto prazo.
Ou seja, se tivermos a direção certa, sabemos que as atividades hoje
executadas contribuem para alcançar a visão planejada no longo prazo. Tenho
visto muitos indicadores táticos e operacionais de empresas que não estão
alinhados com a política de longo prazo. Isto leva a um esforço vetorial, com
energia desfocada. É preciso direcionar os esforços para se conseguir um
melhor resultado.

A segunda etapa D, que deriva do inglês Do, significa fazer. Depois de


bem planejado é preciso executar o plano, que é a etapa de realização. Muitas
empresas ou pessoas, ansiosas por executar, por fazer rapidamente as coisas,
se esquecem da primeira etapa e vivem a vida executando de um modo
aleatório ou apenas intuitivo. Isto é um perigo para a organização! Talvez até
agora sua empresa tenha sobrevivido mesmo falhando várias vezes para
concluir algum produto ou serviço e desperdiçando recursos para atendimento
de um cliente. Porém, o mundo empresarial atual nos mostra que é preciso um
bom planejamento para minimizar os erros durante a fase de execução. Estes
ganhos podem ser cruciais para o sucesso da organização.

A terceira etapa C, que deriva do inglês check, significa checar,


analisar. É preciso monitorar a fase de execução e comparar com a fase de
planejamento. Será que realmente estamos realizando as atividades de acordo
com o planejado?

Caso haja divergências entre o modo de executar as atividades e o


planejamento, é preciso atuar, descobrir as causas destas divergências e agir
para que a execução seja feita conforme a etapa de planejamento,
completando assim com a última etapa A, que deriva do inglês action.

O método PDCA é consagrado porque de uma forma ou de outra


sempre o aplicamos, de um modo muitas vezes inconsciente, seja no nosso
trabalho ou na vida pessoal. Uma ou outra etapa pode, no entanto, ficar
comprometida se não lhe dermos a devida atenção. Podemos utilizar este
método para realizarmos um churrasco bem sucedido ou uma viagem de férias,
a aquisição de uma fábrica na índia ou o desenvolvimento de um avião.
O grande benefício do método é que aprendemos muito sempre que
encerramos um ciclo. Assim, se o aplicarmos sistematicamente, a tendência é
errarmos cada vez menos, aumentando os ganhos para a organização ou
mesmo melhorando nossa qualidade de vida.

Uma das palavras que os empresários e diretores têm buscado


atualmente é a palavra resultado. Mas afinal, o quê é resultado?

Podemos entendê-lo como uma conseqüência ou efeito de uma ação.


No meu ponto de vista, a melhor definição de resultado se resume à seguinte
equação:

Resultado = Planejamento x Ação

Analisando a equação acima entendemos que para termos um bom


resultado não basta fazermos um bom planejamento ou apenas uma boa ação.
É preciso conjugar estes dois fatores. Precisamos planejar e executar bem,
para que tenhamos um resultado satisfatório.

O que acontece nas organizações é que normalmente as pessoas que


planejam não são aquelas que estão na operação. O grande desafio então é
transformar o planejamento de longo prazo em ações concretas do dia-a-dia.

A solução que muitas empresas utilizam é a formação de um time de


liderança, capacitado e comprometido com os negócios da empresa, que
traduz a visão de longo prazo em ações operacionais.

É preciso que haja uma comunicação efetiva, de modo que o pessoal da


operação entenda e valorize suas atividades e enxerguem em suas tarefas
diárias uma visão que será concretizada em alguns anos.

É através deste alinhamento visão-operação que a empresa se


fortalece e se torna mais competitiva num mercado cada vez mais global e
exigente.

Flávio José dos Santos – flavio@jetaconsultoria.com.br

JETA CONSULTORIA & TREINAMENTO EM GESTÃO EMPRESARIAL

www.jetaconsultoria.com.br

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