Gestão da Garantia
e Controle da Qualidade
Sumário
1 - Introdução 3
1.1 Definições Importantes 4
6 - Ferramentas Gerenciais 35
8 - Indicadores de Qualidade 45
Referências 55
2
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
3
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
4
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Do ponto de vista do cliente, um produto (bem Esse é o grande desafio do gestor: envolver pessoas
ou serviço) tem qualidade quando ele atende
para se comprometerem nesse esforço conjunto. Por
plenamente a todos os anseios quanto ao seu uso,
fim, entra em cena o conceito de gestão, que pode
à sua disponibilidade, ao seu desempenho, à sua
ser entendido de duas formas:
estética, à satisfação e o status que proporciona.
Avaliando essa abordagem, a qualidade do produto
passa a ser subjetiva e plenamente variável de acordo a) Gestão da Qualidade: administração da
com as preferências pessoais, de acordo com o gosto qualidade com obtenção, análise e arquivamento
de cada “freguês”. de dados, que podem ser obtidos com as chamadas
ferramentas da qualidade.
Já do ponto de vista de quem produz, diz-se que um
b) Gestão para a Qualidade: Gestão Empresarial
produto tem qualidade quando suas características
Global: a administração da empresa é totalmente
são superiores às de seus concorrentes, quando
voltada para a qualidade, vista como a única forma
atende a todas as especificações previamente
de garantir sua sobrevivência.
estabelecidas pela empresa. Agora deixo outro
questionamento: qual a diferença entre controlar e
Então, a Gestão para a Qualidade Total (GQT),
garantir a qualidade?
ou Total Quality Management (TQM)2, pode ser
a) Controle da qualidade (CQ): Refere-se às caracterizada pela procura permanente de melhorias
técnicas operacionais e atividades que são usadas graduais e contínuas nos processos e procedimentos
para preencher os requisitos para qualidade total
2 - TQM - Total Quality Management – Gestão da Qualidade Total: É função
(TQC – Total Quality Control)1. gerencial global determinar e implementar a Política da Qualidade, ou seja,
estabelecer as intenções e diretrizes globais de uma organização relativas à
1 - TQC - Total Quality Control - Controle da Qualidade Total: Sistema administrativo qualidade, formalmente expressas pela alta administração. A gestão da qualidade
com base em elementos de diversas fontes: utiliza o controle estatístico de inclui: planejamento estratégico, alocação de recursos e outras atividades
processos, adota conceitos de psicologia no trabalho acerca do comportamento sistemáticas para a qualidade, tais como: planejamento da qualidade, manutenção
humano, além de ser um modelo administrativo voltado para a sobrevivência da qualidade e melhoria da qualidade. Também se preocupa com a satisfação dos
da empresa. Em sua concepção, a qualidade exige o envolvimento de todos os clientes (internos e externos), privilegiando uma ênfase especial nas pessoas, na
empregados de todos os setores da organização, em todos os níveis hierárquicos. sua formação e no seu envolvimento total com os objetivos da empresa.
5
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
6
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
A partir de 1870, surge uma nova onda tecnológica, a O modelo taylorista é mais bem entendido
chamada Segunda Revolução Industrial, caracterizada associado à produção em série aplicada na indústria
pelo emprego da energia elétrica, o uso do motor a automobilística de Henry Ford. O operário deixou
explosão à base de combustíveis derivados do petróleo, de “andar” em torno do automóvel que estava
os corantes sintéticos e a invenção do telégrafo, o sendo montado. Com movimentos cadenciados e
que propiciou a exploração de novos mercados e a padronização, os veículos fabricados deveriam ser
aceleração do crescimento industrial. idênticos “como dois alfinetes saídos de uma fábrica”.
7
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
8
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Em sua forma mais simples e reduzida, temos as movimento da qualidade no Japão e são considerados
fases: os inspiradores do milagre industrial nipônico.
Segundo a European Foundation for Quality Para Deming, a qualidade é definida mediante
Management (EFQM), a qualidade total (TQM - as exigências e as necessidades mutantes do
Total Quality Management) tem como características consumidor. Consequentemente, as especificações
a robustez nos processos; a cultura de melhoria de qualidade devem ser alteradas constantemente.
contínua; um melhor relacionamento entre clientes
e fornecedores; o envolvimento de todos os Em sua opinião, a qualidade consiste nas
colaboradores; e a objetiva orientação para o mercado. características do produto que satisfazem as
necessidades do cliente e geram lucros. Logo, alta
Os melhores exemplos da aplicação da gestão da qualidade implica, geralmente, maiores custos. A
qualidade total são as empresas japonesas durante a qualidade também é a ausência de defeitos. Logo, a
década de 1950. Juran e Deming foram pioneiros do alta qualidade custa menos para as empresas.
9
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
1- Identifique os clientes.
2- Determine as suas necessidades.
Estratégias
3- Crie características que satisfaçam as necessidades.
4- Crie processos para satisfazer as características.
Planos
5- Transfira a liderança dos processos para o nível
operacional.
10
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
11
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
A expressão qualidade total significa que a característica importante e deve ser controlada para
empresa deve se envolver na sua totalidade. O o bom desempenho do produto. Para redução das
conceito do TQC orienta-se pelo cliente (interno ou perdas, há que se concentrar na redução da variância
externo)4. Lembre-se que ao final de cada etapa estatística em relação aos objetivos fixados.
de cada processo existe um cliente. Portanto, não
se deve passar produtos defeituosos para a frente. O propósito geral é produzir um produto robusto
Ações orientadas para lucros podem ser fatais. em relação a todos os fatores perturbadores. Para se
alcançar essa robustez, os esforços devem começar
Mais do que uma técnica de eliminação de defeitos ainda na fase de projeto do produto e continuar
nas operações industriais, a qualidade é uma filosofia durante todas as outras fases de produção.
de gestão e um compromisso com a excelência.
A definição de qualidade de produtos (bens ou Taiichi Ohno, em conjunto com Shigeo Shingo,
serviços) contemplada por Feigenbaum correlaciona são considerados os criadores do Sistema Toyota
a satisfação total do cliente com a responsabilidade de Produção e pais do sistema Kanban. Ohno
de todas as áreas da organização, desde o marketing desenvolveu o sistema de produção just in time,
e a engenharia até a produção e a manutenção. e Shingo criou e formalizou o Sistema de Controle
de Qualidade Zero Defeito, ressaltando a aplicação
Os Discípulos Nipônicos de Deming e Juran dos poka-yoke, um sistema de inspeção na fonte
envolvendo o controle de produtos já no seu
Kaoru Ishikawa pode ser considerado um
processo de obtenção. Por meio de simples ações,
discípulo de Deming e Juran. Lançou a ideia das Sete
pode-se minimizar a ocorrência de erros.
Ferramentas Gerenciais para o Controle Estatístico
de Qualidade: Folha de Verificação, Estratificação, Portanto, gestor, perceba que a qualidade total
Diagrama de Pareto, Histograma, Diagrama de deve envolver todo o escopo do “ciclo de vida” do
Ishikawa, Diagrama de Dispersão, Gráfico de Controle produto, integrando sistematicamente os diversos
de Processos ou de Shewhart, sendo também o setores da empresa.
criador do Diagrama de Ishikawa ou Diagrama de
Causa-Efeito. Estão presentes no sistema do controle total da
qualidade elementos de diversas fontes: aspectos
Introduziu os círculos de controle da qualidade do trabalho de Taylor e utilização do controle
e desenvolveu a Regra dos 5S. Esse conjunto de estatístico de processos, cujos fundamentos foram
técnicas foi intensivamente aplicado nas indústrias lançados por Shewhart.
japonesas e foi de fundamental importância na
revolução tecnológica ocorrida naquele país no Adotam-se também os conceitos behavioristas
pós-guerra. (do inglês behavior, que significa comportamento,
conduta), que são o conjunto das teorias que
Genichi Taguchi contribuiu com o conceito postulam o comportamento humano como o mais
robustez de processo. Diz que a variabilidade é uma adequado objeto de estudo da Psicologia no trabalho.
12
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Por fim, lança-se mão do conhecimento ocidental Pressupõe uma mudança cultural e de atitude na
sobre qualidade, principalmente nos trabalhos de organização, desde a alta cúpula até a operação,
Drucker, Deming, Juran, Crosby e outros e de seus incluindo áreas de apoio e, na maioria das vezes, até
discípulos orientais Ishikawa, Ohno e Taguchi5. mesmo os terceiros.
Consiste em fazer com que as estratégias competências organizacionais, ou seja, quais são as
definidas sejam sistematicamente implementadas, capacidades coletivas que precisam se utilizadas ou
acompanhadas, analisadas e, se for preciso, desenvolvidas para podermos alcançar nossa visão.
redefinidas para garantir que a visão de futuro,
objetivo maior da organização, seja alcançada. - À política da empresa: definição de regras
ou diretrizes que expressam limites dentro dos quais
5 - Integram-se, nesse contexto, as teorias de Maslow, Herzberg, McGregor, entre
outros. A introdução do modelo norte-americano da qualidade no Japão também
as ações ocorrem, estabelecendo-se, ainda, direção,
sofreu grande influência da obra desses autores, que tentam explicar os diferentes postura da entidade e determinação da viabilidade.
estilos de administração apoiados em aspetos do comportamento humano.
O psicólogo norte-americano Abraham Maslow, em sua Teoria das Pirâmides O objetivo principal é firmar os compromissos da
das Necessidades, tentou explicar a intensidade das necessidades humanas
estabelecendo uma hierarquia entre elas. Segundo ele, existem cinco necessidades empresa com a garantia da qualidade perante seus
básicas humanas que devem ser satisfeitas simultaneamente: fisiológicas, de
segurança, sociais, de estima e de autorrealização. Frederick Herzberg propôs clientes, ou seja, demonstrar suas verdadeiras
a Teoria dos Dois Fatores para a motivação, distinguindo dois tipos de fatores
motivacionais: os que trazem conforto e os que trazem desconforto e desmotivação.
intenções e as diretrizes globais da organização
Douglas McGregor afirmou, em sua Teoria X e Y, que as pessoas exercerão relativas à qualidade, formalmente expressas pela alta
autodireção e autocontrole, buscando os objetivos da empresa, na medida em que
estejam compromissadas. direção, com relação aos seus produtos e serviços.
13
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Segundo Kotler (2000) e Chiavenato (1979), são São igualmente importantes para um adequado
quatro as etapas necessárias para elaboração do cumprimento do planejamento estratégico proposto.
planejamento estratégico:
Para Michael Porter (1999), “a essência da
a) Definição da missão e dos objetivos/ formulação estratégica é lidar com a competição” No
metas da empresa: quem é a organização e aonde livro Competitive strategy (1980), Porter definiu as
se pretende chegar; qual direção a seguir; definição cinco forças competitivas:
de itens vitais a ser trabalhados num determinado
período. • Rivalidade entre os concorrentes.
• Poder de barganha dos clientes.
Obs: meta é um objetivo traduzido em números e • Poder de barganha dos fornecedores.
datas para cumprimento. • Ameaça de novos entrantes.
• Ameaça de produtos substitutos.
b) Análise interna e externa do ambiente
organizacional e avaliação: geralmente, pode- Dessa forma, o planejamento estratégico
se utilizar uma ferramenta que analisa as forças e está intrinsecamente ligado à competitividade
fraquezas do ambiente interno (intraorganizacional) e, consequentemente, à criação de vantagens
e as oportunidades e ameaças do ambiente externo competitivas.
(mercado), também conhecida como análise SWOT6
(KOTLER, 2000, p. 114). Philip Kotler (2000) acrescenta que a vantagem
competitiva também está intrinsecamente ligada ao
c) Alocação de recursos: investimento dos conceito de criação de valor para o cliente. Ou seja,
recursos humanos, materiais, patrimoniais e/ou em cada processo, gera-se uma cadeia de valores
financeiros em setores da organização nos quais a composta por múltiplos elos, desde a matéria-prima
análise SWOT demonstrou maior viabilidade. até a distribuição do produto acabado. Em cada elo,
é acrescentado valor, que é, em termos competitivos,
d) Adequação dos planos (tácitos e o que os consumidores estão dispostos a pagar por
operacionais) para executar o planejamento um determinado produto ou serviço.
proposto: o planejamento tático e o planejamento
operacional são aqueles elaborados pelos Veja que a redução de custos e a busca de
colaboradores de nível hierarquicamente inferior. eficiência na utilização dos recursos são pontos
cruciais no conceito cadeia de valores. Desse modo, a
6 - Um diagnóstico estratégico considera variáveis do ambiente interno e externo empresa consegue ampliar a vantagem competitiva,
à organização referenciais obrigatórios para a definição de estratégias e objetivos.
por exemplo, no tocante a sua margem (a diferença
Análise SWOT: a ferramenta mais utilizada para definição, avaliação e análise
desses cenários. O termo vem do inglês, as iniciais das palavras: entre o valor total e o custo das atividades).
• Strenghts (Forças),
• Weaknesses (Fraquezas),
• Opportunities (Oportunidades),
Então, planejar estrategicamente implica:
• Threats (Ameaças).
A análise SWOT corresponde aos principais aspectos que caracterizam a sua • Identificar as necessidades da empresa
posição estratégica num determinado momento, tanto no nível interno como no
externo (avalia como a organização se relaciona com o seu meio envolvente). (cenários internos e externos).
A utilização desta ferramenta pode representar um impulso para a mudança
cultural da organização. • Estabelecer ações que alcancem objetivos
A técnica de análise SWOT foi teoricamente concebida por Albert Humphrey
fixados.
num estudo para a Universidade de Stanford. O estudo inicial considerou as 500 • Propor meios para compor os planos,
maiores empresas das décadas de 1960 e 1970 e mais tarde foi reforçado por
Kenneth Andrews e Roland Christensen, professores da Harvard Business School. identificando ações a executar.
14
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Um planejamento estratégico eficiente conduz Efetividade, portanto, está relacionada com ações
ao sucesso empresarial e transcorre de acordo com estratégicas e sustentabilidade, ou seja, “fazer a coisa
15
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
que tem que ser feita”. Logicamente, o ideal para Então, qual seria o grande diferencial de
o gestor é alcançar os três conceitos: ser eficiente, competitividade?
eficaz e efetivo.
Quais organizações se destacariam no mercado?
O Que a Efetividade Tem a Ver
com a Era dos Serviços? Estamos falando de um novo diferencial: a Era dos
Serviços.
No processo de evolução dos sistemas de gestão,
a preocupação com a qualidade de bens precede a A partir da década de 1980, com a globalização
de serviços. Essa preocupação ficou caracterizada e a criação da União Europeia, surgiu a necessidade
com era da inspeção, que apenas se preocupava de normas internacionais. O livre comércio para
com produtos defeituosos por meio da inspeção de milhões de consumidores necessitava de regras
qualidade. governamentais para estabelecimento de um
mercado único. Para se provar que existe um sistema
Com a produção em massa, houve a necessidade harmônico de gerenciamento da qualidade, era
do controle estatístico, por meio da introdução de necessário atender a normas comuns. A norma de
técnicas de amostragem e de outros procedimentos gerenciamento da qualidade adotada foi a ISO 9000.
de base estatística. A qualidade foi se transformando:
deixou de ser focada no produto e responsabilidade A ISO (International Organization for
de um departamento específico, passando a ser um Standardization) é uma organização não
problema empresarial, abrangendo todos os aspectos governamental fundada em 1947, em Genebra,
da organização. que tem por função promover a normatização de
produtos e serviços para que a qualidade seja
Desde Taylor até os dias atuais, vários modelos permanentemente melhorada.
foram descritos e utilizados, gerando melhorias nas
As normas aplicam-se a materiais, produtos,
formas de gerenciamento das organizações. Em
processos e serviços e estabelecem requisitos
suma, os sistemas da qualidade foram pensados,
para auxiliar a melhoria dos processos internos, a
esquematizados, melhorados e implantados em
capacitação dos colaboradores, o monitoramento
vários países do mundo.
do ambiente de trabalho, a verificação da satisfação
dos clientes, colaboradores e fornecedores, num
Trata-se de um consenso cumulativo de várias
processo contínuo de melhoria do sistema de gestão
filosofias através dos tempos: da produção da qualidade. A norma BS 5750 foi precursora da
artesanal, passando pela produção em massa, série ISO 9000.
e, agora, o enfoque globalizado. As empresas
experimentaram esse processo evolutivo e Para explicar melhor, voltemos ao periodo da
cumulativo por dois motivos principais: adaptação Segunda Guerra Mundial. As empresas britânicas de
aos novos tempos e sobrevivência num mercado alta tecnologia, especificamente no fabrico de bombas,
cada vez mais competitivo. As empresas que não apresentavam diversos problemas com a qualidade
mudaram pereceram. dos seus produtos. Algumas bombas acabavam
explondindo durante a fabricação ou durante o
Consequentemente, chega o momento em que o transporte. Em consequência desse fato, surgiu a
desempenho das organizações é semelhante tanto norma de gestão BS 5750, que especificava como
na qualidade de bens como na produtividade. produzir e como gerenciar os processo produtivos.
16
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
A ISO é, portanto, uma organização constituída Por que as pessoas compram? Citam-se alguns
por organismos nacionais de normatização de cerca motivos pelos quais elas fazem isso:
de 100 países. Ela promove o desenvolvimento da
normatização para facilitar o comércio internacional • Para obter lucro ou ganho.
e para fomentar a cooperação no processo de • Por medo de perda.
elaboração das normas. O Brasil é representado pela • Para obter conforto e prazer.
• Para evitar dor ou desconforto.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
• Para conseguir amor e afeição.
• Para obter prestígio.
Certificação da ISO 9000
Porém a obtenção de certificação transformou-se Imagine a seguinte situação: são várias empresas
também em ferramenta de marketing, até mesmo para concorrendo pelo mesmo cliente. Todas adotam as
empresas que nem pretendiam fazer negócios com normas ISO 9000 e possuem certificação nelas.
a União Europeia. No entanto, trata-se de excelente
Então, qual deve ser o diferencial para que
ferramenta gerencial para reduzir custos internos.
haja efetividade na compra/aquisição de um
produto?
Obter a certificação ISO 9000 não é obrigatório. As
empresas adotam-na voluntariamente, no entanto, Preço? Campanha de marketing?
muitas passaram a exigi-las de seus fornecedores Qualidade dos bens?
com intuito de reduzir seus custos de inspeção. A A melhor resposta seria a qualidade no serviço.
lógica da questão passou a ser: se o fornecedor
Preço competitivo e produtos de qualidade já
atende às normas da ISO 9000 é porque possui não são mais suficientes para conquistar a clientela.
um sistema de qualidade adequado e, então, não
Estamos atravessando novo limiar; o conceito
precisaria ser inspecionado.
defeito zero na produção estende-se para defeito
zero no atendimento ao cliente.
Para a implantação das normas da ISO, a empresa
deve contratar uma companhia certificadora, O cliente, agora, decide não somente pela
autorizada pelo INMETRO (Instituto Nacional de qualidade do bem, mas também pela qualidade do
Metrologia e Qualidade Industrial), a fim de verificar serviço.
17
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Por outro lado, mais da metade dos negócios Os “momentos da verdade” estão relacionados
de uma empresa vêm de clientes já existentes e com o contato entre cliente e empresa. Não é apenas
o primeiro contato, mas sim toda a vivência dentro
não de novos, o que reforça a estatística de Claus da empresa que vai fazer com que o cliente construa
Moller, guru da inteligência emocional, que diz que, a imagem dela. São todos esses momentos, em
aproximadamente, custa cinco vezes mais conquistar conjunto, que terão o poder de cativar ou de expulsar
definitivamente um cliente da empresa.
um cliente que manter um já existente.
Tabela 1 - Razões para perda
Nos final dos anos 1980, na Europa, o sueco de um cliente no varejo
Pesquisa da US News and World Report
Jan Carlzon escreveu o livro Moments of truth,
Falecimento 1%
que no Brasil foi lançado como A hora da verdade
Mudanças 3%
(1992). Mostra que o que realmente importa é Adotam novos hábitos 5%
o que acontece no momento da verdade (MV), Preços 9%
momento em que o cliente entra em contato com Qualidade dos produtos 14%
Indiferença e mau atendimento 68%
algum segmento da empresa.
Segundo consta, a expressão momento da verdade foi usada pela primeira vez pelo consultor gerencial
sueco Richard Normann, que a sugeriu a Carlzon para transmitir sua mensagem de qualidade aos funcionários
da Scandinavian Airlines System (SAS).
18
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Jan Carlzon, então presidente executivo da podem ser classificados como encantados, trágicos
companhia de aviação escandinava, revolucionou ou apáticos. A excelência no ciclo de serviços ocorre
o conceito de liderança e conseguiu superar uma quando conseguimos, em todos esses momentos,
das maiores crises da história da SAS. Permitiu que atender às expectativas do cliente, ou seja, durante
a organização fosse virada de cabeça para baixo, todo o ciclo de serviços, o cliente experimenta
que a linha de frente no atendimento tivesse mais somente momentos encantados.
força e autonomia.
A conquista do cliente se dá a cada novo ciclo
A estratégia básica foi delegar poder de de serviço que o cliente experimenta na empresa
decisão aos funcionários treinados e incentivados
a resolver problemas em nome da empresa. Então, os MVs têm o poder de impactar o cliente de
Lidavam diretamente com o cliente, ouvindo suas forma positiva ou negativa. MVs apáticos ou trágicos
reclamações, elogios e necessidades e eliminando significam uma qualidade de serviço medíocre.
barreiras burocráticas. Um único momento da verdade desastroso pode
comprometer todo o ciclo de serviços.
O resultado foi que, em vez de cortar custos,
reduzir as tarifas e a quantidade de voos, a SAS
MVs, aparentemente inofensivos, possuem um
investiu em modificações para aumentar o grau de
grande poder para expulsar o cliente. Normalmente são
conforto e a satisfação dos passageiros. Ela tornou-
protagonizados por funcionários “tradicionalmente”
se uma organização totalmente voltada para as
não valorizados (desmotivados e não treinados).
necessidades dos clientes, que se tornaram cada vez
mais satisfeitos e fiéis.
Entenda que não adianta ter “quase” todos os
O consultor norte-americano Karl Albrecht foi um MVs encantados. Como diz aquele ditado popular:
grande promotor mundial do conceito MV. “Momento você pode não ter uma segunda chance para causar
da Verdade é qualquer episódio no qual o cliente entra uma primeira impressão. Cada MV deve ser encarado
em contato com algum aspecto da organização e como a única oportunidade de deixar uma boa
obtém uma impressão de seus serviços” (ALBRECHT, impressão da empresa.
1998). É autor de Revolução nos serviços (1998),
entre tantos outros livros. Lembre-se: “A Qualidade Total é a soma da
Qualidade das Partes” (ALMEIDA, 1995).
Divulga como as empresas podem revolucionar
a maneira de tratar os seus clientes focando as
É necessário criar um vínculo com o cliente. Muitas
questões e problemas na implementação de um
empresas têm administrado seus negócios sem
modelo de gerência de serviços. Segundo Albrecht,
saber quem são os clientes. Elas têm administrado
os momentos da verdade não podem ser vistos como
seus negócios sem conhecer os desejos, anseios,
eventos isolados, únicos e separados de outro evento.
expectativas e pareceres deles. Você deve conhecer
Estão ordenados de forma sequenciada, como se
fossem elos de uma corrente. alguma empresa assim.
À medida que o cliente experimenta o serviço Se as pesquisas já apontam que manter um cliente
prestado pela organização, uma cadeia contínua de é muito mais barato e fácil do que conquistar um
eventos (vários momentos da verdade) se une para novo cliente... então faltou o “foco no cliente para
formar o chamado ciclo de serviços. Esses momentos entender o foco do cliente”.
19
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
O consultor Sérgio Almeida, em uma de Para aquela empresa que reclama da sorte, uma
suas palestras, disse mais ou menos assim: “O frase de Sam Walton (fundador da rede Walmart)
funcionário não deve vestir a camisa da empresa alerta para a dura realidade: “Clientes podem demitir
e sim a camisa do cliente”. Precisamos entender todos de uma empresa, do alto executivo até o mais
que o excelente atendimento ao cliente gera lucro, simples funcionário, simplesmente comprando no
paga impostos e dividendos para os acionistas e seu concorrente”. Pode ter certeza de que, para o
paga o seu salário também. cliente mal atendido, é mais conveniente não falar
nada e comprar do concorrente do que “perder
Experimente atender um cliente como se fosse tempo” e reclamar.
uma pessoa de quem você gosta, ou como uma
pessoa da sua família. O cliente perceberá que não é
mera transação comercial. Vai além disso, trata-se de
uma relação entre cliente e empresa.
Até aquele cliente chato deve ser encarado como Quem não conhece uma empresa na qual os
um verdadeiro consultor de qualidade. É ele quem colaboradores dão mais importância ao chefe do
vai apontar as suas não conformidades. É claro que que ao cliente? Você conhece várias desse tipo? Já
ninguém gosta de receber uma crítica, ninguém gosta trabalhou em algumas?
que apontem seus defeitos. Nessas horas, pense que
se trata de uma consultoria gratuita. O pior é que tem chefe que acredita que é mais
importante mesmo. Tem chefe que nem tira férias,
Muitas empresas orgulham-se deste slogan: o pois acredita que a empresa não “anda” sem ele.
cliente em primeiro lugar. Mas a figura 9 ilustra fatos Na realidade, quando ele tira férias, a empresa, às
corriqueiros que denotam um profundo equívoco. É vezes, fica melhor. Tenha certeza de que, em muitas
preciso treinar e capacitar a linha de frente para que empresas, ele pode nem fazer falta. Peters afirma
possam atender às expectativas dos clientes. que o grande chefe não pode saber e conhecer tudo,
por isso mesmo deve buscar auxiliares confiáveis.
Tom Peters, autor norte-americano do livro In
search of excellence (“em busca da excelência”), Agora reflita: qual impacto que é produzido na
afirma que empresas excelentes “aprendem com as empresa quando o cliente tira férias?
pessoas que estão servindo” e ainda reforça que “a
maior dificuldade não é fazer as pessoas aprenderem Indubitavelmente, vivemos a era de serviços
coisas novas, mas sim conseguir que esqueçam as devido ao elevado grau de personalização, em que
antigas” (PETERS, WATERMAN, 1986). os consumidores são cada vez mais exigentes.
20
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Recentemente, muito se falou em customerização, No início do século XXI, destaco dois fatores
em fidelização de clientes e, mais atualmente, relevantes na relação cliente e prestador de serviço:
percebe-se uma nova tendência de sistema de tecnologia da informação e tempo.
gestão, relacionada com a virtualização do cliente.
A tecnologia da informação utiliza um conjunto
E pensar que, nos primórdios, a qualidade de recursos computacionais para geração e uso
era assegurada pelo artesão e seus aprendizes, da informação. Com a crescente conscientização
que escolhiam pessoalmente as matérias-primas, da importância do seu uso, as organizações têm
verificavam a produção (se não aprovasse alguma procurado adotá-la.
peça, eles mesmos a recusavas) e se responsabilizavam
pela entrega das mercadorias. Produziam-se poucas Quanto ao fator tempo na prestação de serviço,
unidades de alto padrão de qualidade. é óbvio que ninguém tem prazer em aguardar por
tempo indefinido durante o atendimento, esperar em
Com a produção em massa, passou-se a fabricar uma fila de banco, na fila do caixa ou aguardar o
produtos para clientes distantes e anônimos. A relação atendimento de um call center.
artesão-cliente desapareceu. Tarefas executadas só
por uma pessoa foram distribuídas dentro do grupo. O Agora, voltemos a algumas décadas atrás, no
controle de qualidade passou a ser responsabilidade tempo da venda e da caderneta, quando as compras
do mestre industrial ou capataz da qualidade. eram anotadas num caderninho e se podia pagar as
contas no final do mês sem juros e correções. Pelo
Com a Revolução Industrial, a qualidade sofreu contrário, ganhava-se uma lata de goiabada cascão
profundas transformações, passando por diferentes porque se pagava em dia.
fases. Segundo Barçante (1998, p. 2-3), ela pode
ser dividida na era da inspeção, na era do controle Se preferir, voltemos a alguns séculos atrás,
estatístico da qualidade, na era da garantia da quando da era dos artesãos e seus aprendizes e do
qualidade e na era da gestão da qualidade total (TQM escambo.
- Total Quality Management) ou, segundo Garvin
(1992), na era da gestão estratégica da qualidade. O que mudou? Na essência, nada mudou. Continua
sendo uma relação tendo como base a troca.
Prefiro dividir7 em era da eficiência, era da eficácia
e era da efetividade. E a pergunta que fica: estamos Perceba que eu disse relação e não transação. E
no limiar de uma nova era? perdoe-me pelo trocadilho chulo: Relacionar-se com
o cliente é muito diferente de “transacionar” com o
O que Virá Depois da Era dos Serviços8? cliente. Entenda também que troca deve ser encarada
como um benefício mútuo.
Certamente, a nossa sociedade terá que se
preparar para os novos tempos, reorganizando-se e Nesse contexto, insere-se aquela tônica: a melhor
reformulando-se em função dessa realidade e desse propaganda é o “boca a boca”. Pois é: o cliente no
novo mercado, um cenário instável que muda em papel de divulgador de nossos produtos e serviços.
grande velocidade.
7 - A divisão em eras é puramente didática. Relembro a frase do físico e filósofo No desenrolar do final do século XX e início
alemão, Georg C. Lichtenberg (1765-1799): “Talvez, com o tempo, a denominada
Idade Média inclua nosso próprio tempo”.
do século XXI, terminologias como business-to-
8 - Certamente, um novo modelo de gestão está se desenhando que, num futuro consumer, customer-driven company, personal
próximo, terá título e características bem delineadas que serão descritas nos livros
do gênero em questão. solution provider, consumer-to-consumer, consumer-
21
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
to-business, e-commerce, e-marketing etc. passam Além disso, os clientes não consomem apenas,
a integrar os sistemas de gestão de serviços no mas passam a gerar importantes informações on-
sentido de oferecer um novo modelo de solução de line sobre os produtos. Reúnem-se em sala de
problemas para nossos clientes. bate-papo e trocam informações, de modo que
a “propaganda computador a computador” está
Era da Informação Ênfases se unido à “boca a boca” com uma importante
Após 1990 Cliente influência de compra (C2C - consumer-to-consumer
Globalização Serviços – consumidor p/ consumidor).
Aceleração da mudança Produtividade
Imprevisibilidade Competitividade
As boas informações espalham-se rapidamente,
Instabilidade e incerteza Globalização
Quadro 2 – Era da Informação. Adaptado de Chiavenato, 2000
enquanto as ruins disseminam-se com ainda maior
velocidade.
A palavra customização pode ser entendida como
sendo adequação ao gosto do cliente. É empregada Por outro lado, as empresas estimulam os
no sentido de personalização e adaptação de algo de clientes a enviar suas dúvidas, sugestões e até
acordo com o gosto ou necessidade do cliente. reclamações via e-mail (C2B - consumer-to-business
– consumidor para empresa). Logicamente que vão
Agora, imagine resolver seu problema, junto a se destacar aquelas que prontamente atendem aos
uma determinada prestadora de serviços, tendo como clientes e lhes retornam, sobretudo, soluções, além
padrão os seguintes pressupostos: rapidez, respeito, de informativos, ofertas, lembretes, renovações de
atenção, senso de justiça, comprometimento com o garantia ou anúncios especiais.
sucesso do cliente e transparência no relacionamento.
Prometer menos e entregar mais são valores desejados Paradoxalmente, muitas empresas renomadas
e farão toda a diferença num processo de fidelização. ainda possuem um sistema de informação falho, com
pessoal incapacitado para gerir as não conformidades,
Imagine ainda a própria empresa prestadora de gerando grande insatisfação.
serviços colocando a sua disposição um consultor
individual (provedor de soluções - personal solution Da Satisfação à Fidelidade
provider) no papel de facilitador, com o objetivo de
Em suma, é o que se comenta nos meios
intermediar e solucionar os seus problemas.
administrativos: a organização totalmente orientada
para o cliente (customer-driven company) num
O comércio on-line vem registrando crescimento
processo de fidelização de clientes.
acelerado e consistente. A nova tendência em
sistemas de gestão reside na oferta de funcionalidades A satisfação é medida pela razão entre a
necessárias para as organizações pela web para percepção que o cliente obtém da empresa e a sua
transformar o comércio eletrônico (e-commerce) expectativa prévia.
em um dos negócios mais lucrativos. Para tal, o
É possível transformar clientes satisfeitos em fiéis?
seguimento vem obtendo reais reforços em estrutura
tecnológica e em logística. A fidelização vai além de produtos e serviços de
qualidade, preço justo, condições de pagamento,
A empresa produtora ou prestadora de serviços prazos e compromissos assumidos pela empresa,
realizando comércio diretamente com o consumidor disponibilidade dos produtos/serviços, entrega
final, pela internet (B2C - business-to-consumer – adequada, atenção e diálogo harmonioso, descontos,
empresa para consumidor), tornou-se uma realidade. ofertas especiais e facilidade da compra.
22
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
23
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
• ISO 9004:1987 - Modelo da garantia da • ABNT NBR ISO 9004:2000: Fornece diretrizes
qualidade no gerenciamento e nos elementos que consideram tanto a eficácia como a
do sistema. eficiência do sistema de gestão da qualidade. O
objetivo dessa norma é melhorar o desempenho
A versão ISO 9000:1994 estabeleceu um modelo de da organização e a satisfação dos clientes e das
garantia da qualidade por meio de ações preventivas, outras partes interessadas.
ao invés de inspeção final. A principal mudança na
norma ISO 9001:2000 foi a introdução da visão Já na atualização da ISO 9000:2008, observa-
de foco no cliente, que, até então, era visto como se maior compatibilidade com a família da ISO
externo à organização. Entende-se como clientes 14000, voltada para as boas práticas ambientais.
não apenas os consumidores finais do produto, mas Vale ressaltar que a série ISO 14000 também
todos os envolvidos na cadeia de produção. aborda aspectos relativos a segurança e saúde dos
trabalhadores e a procedimentos de emergência em
Vários gurus da qualidade já haviam, caso de acidentes (segurança da comunidade).
exaustivamente, contemplado a importância
do cliente na manutenção e sobrevivência das A série ISO 9000 e suas equivalentes nacionais e
organizações. Como referência nacional no tema, internacionais referem-se principalmente à gestão da
Sergio Almeida, consultor e professor baiano, tem qualidade para instalações que realizam a produção ou
feito sua contribuição sistemática desde o lançamento prestam serviços. Serve para apoiar as organizações,
de seu primeiro livro, Cliente nunca mais, em 1993. de todos os tipos e tamanhos, inclusive no setor
farmacêutico11, na implementação e operação de
Enfim, para as normas da série ISO 9000, a
sistemas de gestão da qualidade eficazes.
qualidade passa também a ser considerada como
uma variável de múltiplas dimensões, definida pelo
Importante frisar que, em tese, a certificação
cliente, por suas necessidades e desejos.
ISO não é “sinônima” de qualidade. As normas
A família de normas (versão brasileira10) NBR propõem que os processos de produção industrial
ISO 9000:1994 (9001, 9002 e 9003) foi cancelada ou de prestação de serviços sejam rigorosamente
e substituída pela série de normas ABNT NBR ISO estabelecidos por escrito e passíveis de auditoria por
9000:2000, composta de três normas: terceiros a qualquer momento. Até um mau produto
pode receber certificação, desde que as etapas do
• ABNT NBR ISO 9000:2000: descreve os processo de produção sejam registradas por escrito
fundamentos de sistemas de gestão da e estabeleçam as providências a ser tomadas nos
qualidade e estabelece a terminologia para casos de não conformidade.
esses sistemas.
Está baseada em três requisitos principais:
• ABNT NBR ISO 9001:2000: especifica requisitos
para um Sistema de Gestão da Qualidade,
• Satisfação do cliente: sem cliente, não
onde uma organização precisa demonstrar
existe empresa. Os fornecedores ampliam
sua capacidade para fornecer produtos que
suas possibilidades de negócios e devem ser
atendam aos requisitos do cliente e aos
considerados parceiros da qualidade.
requisitos regulamentares aplicáveis, e objetiva
aumentar a satisfação do cliente.
11 - A NBR 14919/2002 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
10 - A difusão das normas ISO pelo mundo ocorreu com grande rapidez, e o - Sistema de gestão da qualidade no setor farmacêutico - contempla requisitos
governo brasileiro, na década de 1990, lançou o Programa Brasileiro de Qualidade específicos para a aplicação da NBR ISO 9001:2000 em conjunto com as Boas
e Produtividade (PBQP). Práticas de Fabricação para a Indústria Farmacêutica (BPF).
24
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
25
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Então, o foco é servir o cliente. Dá para imaginar Autoridade: está relacionada à habilidade de fazer
uma empresa em que os seus colaboradores estão com que as pessoas realizem as coisas que você deseja
na linha de frente servindo aos clientes e garantindo de boa vontade ou devido a sua influência pessoal.
que suas verdadeiras necessidades estejam
Então, pense numa pessoa muito especial e
plenamente satisfeitas?
importante para você. Provavelmente encontrará
qualidades como: honestidade, confiança, humildade,
Para melhorar ainda mais, imagine que o supervisor
perdão, generosidade, zelo, comprometimento,
veja os colaboradores também como clientes e
atenção, respeito, motivação, entusiasmo,
esforce-se e dedique-se a identificar e preencher
positividade, paciência e bondade.
suas expectativas. E assim por diante, criando um
novo paradigma no qual o papel do líder é servir e Com certeza, são estes os atributos que você
não impor regras e dar ordens a seus subordinados. gostaria de enxergar no verdadeiro líder.
26
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Um líder está sempre mais preocupado com as Nos meios administrativos, não se admite que
necessidades do que com as vontades. Certamente, um colaborador seja incompetente e sim que seja
um gestor estudioso fará uma analogia com os mal alocado ou mal aproveitado. Nesse caso, a
propósitos da Pirâmide das Necessidades de Maslow, incompetência é do gestor em não perceber a
ou com a Teoria Motivacional dos Dois Fatores de urgência da ação em modificar o meio e extrair o
Herzberg, somados à Teoria X e Y de McGregor. melhor de cada um.
Agora, veja seu colaborador como cliente. Dê a oportunidade para que o colaborador
manifeste opiniões e sugestões de melhorias.
Procure colocar em prática essas sugestões mesmo
Pronto, é um grande ciclo de conhecimentos
que pareçam absurdas.
cumulativos que vão personificando a imagem do
grande líder.
Um bom gestor também deve ser bom em
psicologia: compreender como as pessoas pensam,
“Quem quiser ser líder deve ser primeiro servidor.
sentem e reagem no seu dia a dia. As pessoas
Se você quiser liderar, deve servir” (Jesus Cristo).
possuem sonhos e você, gestor, deve ser um
coadjuvante nesse enredo particular.
5.3 O Princípio do Envolvimento de Pessoas
Não, não é tarefa fácil, mas também não é
As pessoas, em qualquer nível hierárquico, são impossível.
a essência da empresa e, quando estão envolvidas
incondicionalmente, colocam as suas habilidades e Em contrapartida, vai aqui uma dica que tenho
capacidades em prol dela. Todos são importantes, do aprendido: se tiver que repreender algum colaborador,
diretor ao porteiro, visando atender às necessidades comece com um elogio sincero e reforce suas
dos consumidores da empresa: cliente, acionista, habilidades e competências. As pessoas gostam de se
funcionário e sociedade. sentirem especiais e úteis. Só então faça perceber que
ninguém está isento de lapidação, aprimoramento ou
Portanto, agindo sobre pessoas, estaremos agindo ajustes. Na hora da bronca, deixe a impressão de que
sobre as organizações. Alcançam-se os objetivos por apenas está indicando o melhor caminho.
intermédio das pessoas. As metas a ser atingidas são
Como diz aquele provérbio árabe: “Os homens são
importantes, porém o fator mais limitante, que faz
como tapetes; às vezes precisam ser sacudidos”.
com que elas sejam cumpridas, são as pessoas.
27
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
E então, gestor, pergunto a você: como se pode Então, espera-se que o gestor moderno se
anular o mal? comprometa com a qualidade de vida no trabalho
e que entre seus atributos estejam a capacidade
E aí sempre ouço a resposta que vem da minha sincera de saber ouvir, exercitar o respeito
consciência: anula-se o mal com a prática do bem. mútuo, ter a propriedade de estimular a confiança
Deve-se adotar sempre uma postura desarmada. recíproca e o sentimento de equipe e, acima de
Implantar essa filosofia no ambiente de trabalho tudo, despertar o interesse e as potencialidades
também não é tarefa fácil. Porém é o exercício da individuais de cada elemento da equipe,
práxis que transforma as relações interpessoais em estimulando a criatividade e a participação.
convivência suportável e, quiçá, harmônica.
Nota: muitos gestores, infelizmente, não
Entendendo o Significado da Práxis sabem conviver com competências. Para
no Envolvimento de Pessoas que se sintam importantes, é necessário que
O pensamento tradicional ensina-nos que existam, constantemente, incompetências e não
os pensamentos e sentimentos dirigem nosso conformidades.
comportamento. Os pensamentos, sentimentos, Gestores de tal naipe sentem-se inseguros quando
crenças, enfim, os nossos paradigmas exercem um colaborador capaz chega trazendo soluções e
grande influência sobre o comportamento humano. facilidades, representando um verdadeiro predador,
A práxis ensina que o oposto também é verdadeiro: ameaçando seu ninho e seu estado de conforto.
nosso comportamento também influencia nossos
Se eu pudesse deixar conselhos para gestores
pensamentos e sentimentos.
e futuros gestores, o primeiro seria: “Mostre-se
Isso é práxis. inteligente, não hesite em contratar pessoas mais
competentes que você”.
Os sentimentos virão também em consequência
do comportamento. Seria possível ter consideração
por alguém de que você não gosta? Será que é difícil 5.4 O Princípio da Abordagem de Processo
fazer isso? A práxis ensina que, com compromisso e
prática, será possível. Os recursos e as atividades devem ser tratados
“Mudarei quando...” (e pode completar com várias como processos, entendendo que as saídas de
orações condicionais). um determinado processo afetam as entradas
Talvez fosse melhor perguntar: “Mudarei... de outro. Dessa forma, fica mais fácil atingir os
quando?”. objetivos da organização.
retroalimentação
28
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
29
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
30
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Não basta a empresa ter uma, duas ou algumas 5.6 O Princípio da Melhoria Contínua
cabeças pensantes, mas sim funcionar coletivamente
como um “organismo vivo” que aprende. Nos anos 1950, os japoneses criaram o conceito
de Kaizen, uma palavra que significa mudança para
As empresas devem oferecer oportunidades e
melhor, ou seja, é a melhoria gradual, porém contínua,
investir no talento de cada colaborador. Algumas
nos âmbitos pessoal, familiar, social e profissional.
vezes, falta vivência para colaboradores jovens
e talentosos. Os talentosos também têm outra
característica que pode não ser encarada de maneira Essa prática visa o bem não só da empresa, mas
tão positiva: por sua própria natureza, não gostam também do homem que trabalha nela. A filosofia
muito de regras. A grande maioria dos talentos é da melhoria contínua passa a fazer parte da cultura
insubordinada, e lidar com esse tipo de profissional é da empresa e, portanto, deve ser, de certa forma, o
uma tarefa que requer tato. “estado de espírito” dela.
Em síntese, é preciso investir no capital humano, A melhoria contínua do sistema deve ser um
aprender a trabalhar em grupo, com times, em objetivo permanente da organização na busca da
células multifuncionais, e fazer que o aprendizado excelência de seus produtos e processos. O exercício
evolua das funções para os processos.
desse princípio vem da prática de mecanismos de
detecção, medida e avaliação, da adoção de ações
Numa organização aprendiz, a hierarquia continua
existindo, mas é diferente da tradicional hierarquia de prevenção e de correção.
piramidal. Ainda há chefes e subordinados, mas as
diferenças hierárquicas são menores e os desníveis As empresas organizam-se e buscam sempre
de conhecimento também. resultados melhores: “Hoje melhor do que ontem,
amanhã melhor do que hoje!”.
Não é possível que a cúpula da organização
resolva e todos tenham que seguir as ordens do É imprescindível dar aos colaboradores formação
grande estrategista. As melhores organizações sistemática e ferramentas adequadas orientadas para
serão aquelas que descobrirão como despertar essa melhoria. Dessa forma, a busca da melhoria
o empenho e a capacidade de aprender das contínua torna-se também um objetivo para cada
pessoas, em todos os níveis da organização colaborador, que se desdobra em todos os níveis da
(SENGE, 1998). organização.
31
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Esse princípio remete a qualquer situação em que tempo hábil. As informações e os conhecimentos,
o colaborador elabora soluções paliativas na busca portanto, devem circular por meio de um eficiente
do objetivo e acabam gerando outros problemas sistema de comunicação interna e externa, o que
futuros. envolve uma adequada infraestrutura tecnológica.
Um colaborador pode alterar a sua vida alterando Segundo Lago (2001), Pereira e Fonseca (1997)
suas atitudes. Em suma, sempre é possível melhorar. e Davenport (1998), citados por Angeloni (2002),
Nenhum dia se passa sem que alguma melhoria professora doutora do departamento e curso de Pós-
tenha sido implantada, seja na estrutura da empresa, Graduação em Administração da Universidade Federal
seja, principalmente, no âmago do indivíduo. de Santa Catarina, no processo de codificação e
decodificação das informações e dados, as distorções
5.7 Abordagem Factual para ocorrem, e podem-se citar alguns pressupostos para
amenizá-las:
Tomada de Decisões
• Há diferenças entre o que queremos dizer e o
Pessoas diferentes podem interpretar um mesmo
que realmente dizemos; o que dizemos e o que
fato diferentemente uma das outras baseando-se
os outros ouvem; o que se ouve e o que se
em seus modelos mentais. Portanto, dependendo da
escuta; o que se entende e o que se lembra; o
percepção que cada pessoa ou grupo tem diante do que se lembra e o que se retransmite.
problema, podem-se desencadear diferentes ações.
• As pessoas escutam aquilo que querem e
como querem, de acordo com suas próprias
As decisões são constantes ações gerenciais, pois os
experiências, paradigmas e pré-julgamentos.
processos, o ambiente, os indivíduos e a organização
parecem mudar constantemente. Para dar suporte à • Existem informações que os indivíduos
tomada de decisão, os dados devem ser acessíveis a percebem e não veem; informações que veem
quem deles necessita tanto em qualidade como em e não ligam; informações que veem e não
32
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Haverá sempre um grau de incerteza nos dados O problema é bem definido e Processo de interpretar
está corretamente formulado. e concluir sem recorrer a
e informações obtidos devido a uma inconsistência um pensamento apoiado
entre o que é a realidade e o que poderia ou deveria A informação é precisa, em modelos racionais.
mensurável e confiável
ser. Consequentemente, o processo decisório está sobre todas as alternativas. É baseada em experiências
envolvido com o risco. passadas, em valores
As metas e objetivos incorporados, permitindo
são claros e conhecidos reconhecer os aspectos
As decisões devem ser baseadas, preferencialmente, e não há restrições de críticos sem passar por
tempo ou de recursos. uma solução demorada
em dados em detrimento da intuição. Não quero dizer
e trabalhosa.
que, muitas vezes, a ações e decisões baseadas na Os critérios para avaliar
intuição não tragam consequências favoráveis. as alternativas são Também se apoia em
perfeitamente identificados, princípios heurísticos.
permanecendo estáveis e
O quadro 3 discrimina as características principais constantes no tempo.
das decisões racionais e intuitivas. Quadro 3 – Decisões racionais e intuitivas
O tomador de decisão racional sempre usa a lógica para avaliar e ordenar as alternativas, enquanto o
intuitivo possui um estilo cognitivo usando vários métodos de maneira não estruturada, ou seja, utiliza um
conjunto de regras empíricas (heurística13) para orientar implicitamente o processo decisório.
13 - Heurística da disponibilidade: tendência em basear-se em informações, acontecimentos frequentes e recentes ou acontecimentos marcantes do ponto de vista
emocional que estão imediatamente disponíveis na memória.
Heurística da representatividade: tendência em basear-se em estereótipos previamente formados.
33
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
34
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
devem ser exigidos, como a redução do lead time14, As atividades dos CCQs podem ser resumidas
o melhor planejamento devido à disponibilidade de como segue:
informações mais apuradas, a redução de estoques, a
assistência na pós-venda, a sustentação dos padrões a) Definição dos problemas a ser analisados.
de qualidade preestabelecidos etc. Eventualmente, avaliam-se problemas de outros
setores da empresa.
O processo de qualificação de fornecedores é mola b) Apresentação e avaliação das prováveis soluções
propulsora para melhoria contínua. O sistema de (remoção e eliminação das causas15).
avaliação de fornecedores constitui uma importante c) Seleção das melhores soluções.
ferramenta de gestão. Para isso, informações e d) Implementação das soluções.
retroalimentações sobre o desempenho deles e) Verificação de se os problemas foram eliminados
é crucial. Além disso, a empresa deve manter ou resolvidos.
um registro atualizado das não conformidades
observadas para que sejam providenciados os Para analisar os problemas de qualidade, é
devidos planos de ação de correção das ocorrências, associado a Ishikawa o desenvolvimento de sete
visando ao aprimoramento do atendimento das ferramentas indispensáveis ao gerenciamento e
necessidades dos clientes. aprimoramento contínuo da qualidade. Consistem
em técnicas estatísticas simples e úteis na obtenção,
6 - Ferramentas Gerenciais organização, análise de informações e na resolução
de problemas:
Kaoru Ishikawa, engenheiro japonês, ainda na
década de 1960, afirmava que o grau de coincidência 1- Folhas de verificação.
entre os pontos de vista do consumidor sobre o 2- Diagrama causa-efeito (ou de Ishikawa).
desempenho do produto em relação aos pontos de 3- Gráfico de Pareto.
vista do produtor será determinante na satisfação 4- Histograma.
do cliente. 5- Fluxograma.
6- Diagrama de dispersão.
Ishikawa foi quem introduziu pela primeira vez 7- Cartas de controle estatístico.
o conceito dos Círculos de Controle de Qualidade
(CCQ), que representam o primeiro passo para Ishikawa defende que 95% dos problemas de
o diagnóstico e a resolução dos problemas de qualidade podem ser resolvidos com uma dessas
produtividade e de qualidade. ferramentas e que qualquer trabalhador fabril poderia
efetivamente utilizá-las.
Na composição típica de um grupo de CCQ, há
a figura de um líder e, aproximadamente, 4 a 12 Para manusear qualquer ferramenta, exige-se
colaboradores que se reúnem a intervalos regulares, habilidade, que pode ser inata ou adquirida pela prática
voluntária e periodicamente, para identificar, constante. Atividades desafiadoras que possibilitem
investigar, analisar e solucionar os problemas a desestruturação do pensamento, por meio de
concretos de uma determinada área. questionamentos e ações, ajudam na reformulação
35
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Método por meio do qual se faz uma constatação • Os 7 Ms: Mão de obra, Método, Material,
da ocorrência e frequência de determinados eventos. Máquina, Meio ambiente, Medição e
Tabelas ou planilhas facilitam a coleta e análise Management (gerenciamento).
de dados de maneira organizada, levando a uma
economia de tempo, eliminando o trabalho de se • Os 4Ps: Políticas, Procedimentos, Pessoal e
desenhar figuras ou escrever números repetitivos. Planta.
36
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
6º passo: definir o cronograma de 1º passo: decidir o que vai ser analisado (causas
acompanhamento e garantir que as ações ou efeitos).
sejam implementadas.16
2º passo - selecionar o método de coleta de dados.
16 - O brainstorming (ou tempestade de ideias, ou, como dizem na minha terrinha:
“toró de parpite”): técnica que auxilia na geração de ideias. Caracteriza-se pela 3º passo - estabelecer um período de tempo para
exposição de sugestões ou ideias pelos membros do grupo, livres de críticas ou
pré-julgamentos. Estimula-se, num primeiro momento, a ocorrência de sugestões
a coleta.
criativas e inusitadas. Ideias malucas e aparentemente ridículas também devem ser
inicialmente expostas para depois serem analisadas com mais critério. Apresenta 4º passo - reunir os dados em categorias.
as seguintes fases:
1 - Exposição do problema ou do assunto em discussão para o grupo de 4 a 10 5º passo - traçar dois eixos (um na vertical e outro
pessoas.
na horizontal).
2 - Estabelecimento de um tempo necessário para a geração de ideias sobre o tema.
3 - Escolha de uma pessoa para facilitar e registrar as ideias. Deve-se anotar cada 6º passo - listar as categorias em ordem
uma, à medida em que elas surgem, com o mínimo de palavras possível.
4 - Os membros do grupo nunca devem criticar ou julgar ideias e sugestões. decrescente e calcular a frequência relativa.
5 – Após o término do tempo, selecionam-se as melhores sugestões.
7º passo - é possível mostrar ainda a curva de
O brainwriting é a forma escrita de geração de ideias, útil em situações relativas a
aspectos comportamentais como timidez, mau relacionamento etc. percentagens acumuladas.
37
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
d) Histograma
Permite também uma melhor visualização da variabilidade do processo. Para sua construção, é necessário
proceder de acordo com os seguintes passos:
e) Fluxograma
38
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
É o mais complexo deles, mas também o mais completo, por apresentar a relação e interação das etapas
do processo. Normalmente inicia-se com um diagrama de blocos para detalhar e incluir alternativas de
tomada de decisão até obter um esboço do processo, o mais próximo possível do real.
Como regra geral, inicia-se um fluxograma ANSI de cima para baixo e da esquerda para a direita. Toda
decisão gera dois caminhos alternativos: preferencialmente, em resposta afirmativa, a seta é indicada para
baixo e, caso seja uma resposta negativa, é indicada para a esquerda.
Útil na observação do tipo de relacionamento existente entre duas variáveis quantitativas. Dispõe as
informações (cerca de 20 a 30 observações) de modo que seja possível a visualização da localização do valor
central e da dispersão dos dados em torno dele. Não permite uma boa visualização em caso de um grande
conjunto de dados (neste caso, é melhor utilizar o histograma).
Essas variáveis podem ser: duas causas de um processo; uma causa e um efeito do processo; ou dois
efeitos do processo.
39
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
40
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Na ausência das causas especiais, o processo Outro tipo de estudo decorre da análise de cartas
fica sob a ação das causas comuns ou aleatórias, de controle: índice de capacidade e performance do
decorrentes de múltiplos fatores e de difícil detecção. processo. Comprovada a estabilidade do processo,
O processo pode estar sob controle quando existe a pode-se realizar o estudo da capabilidade para ver se
atuação somente de causas comuns. Porém muitas os itens produzidos são bons o bastante.
variações referentes a elas podem gerar a incapacidade
do processo em atender às especificações ou pré- Nota: Dois índices são gerados por um estudo
requisitos. Para construção das cartas de controle, de capabilidade: Cp e Cpk.
siga o seguinte: Cp: taxa de tolerância à variação do processo.
Cpk: capacidade de desempenho do processo.
1º passo: retiram-se amostras durante o
processo.
2º passo: anotam-se os valores estatísticos da 7 - O Legado de Ishikawa -
característica em função do número da amostra ou Novas Ferramentas
outra indicação do tempo.
3º passo: plota-se também a faixa de tolerância: As ferramentas de Ishikawa motivaram a
uma linha superior (chamada limite superior de elaboração de muitas outras ferramentas e técnicas
controle) e uma linha inferior (chamada limite inferior que auxiliam o gerenciamento da qualidade. O
de controle) e uma linha média do processo, que detalhamento dessas novas ferramentas teria
foram estatisticamente determinadas. conteúdo para um novo módulo. Interessa-nos citar
4º passo: unem-se os pontos obtidos, avalia-se a algumas delas.
tendência e determina-se a capacidade do processo,
informando se está ou não sob controle estatístico AHP (análise hierárquica): método de apoio
(distribuição normal ou gaussiana), se há muita à decisão multicriterial baseado em três premissas:
variabilidade ou estabilidade. hierarquia, prioridades e consistência lógica das
prioridades. Avalia a importância relativa desses
Cartas de controle são úteis durante o estudo de critérios, compara alternativas para cada um e
tendência dos dados obtidos. determina um ranking total delas.
Além disso, pode-se avaliar a reprodutibilidade/ Análise envoltória de dados: compara uma
repetibilidade das médias e o desvio padrão dos eficiência (tida como eficiência otimizada) com a das
dados obtidos a cada lote produzido.
outras unidades analisadas. Faz com que a decisão
fique orientada por um único indicador, construído
Não basta produzir lotes estatisticamente sob
a partir de várias abordagens de desempenho
controle (distribuição normal – curvas gaussianas
diferentes.
simetricamente em torno da média). Para que o
processo esteja estatisticamente controlado, as
Balanced scorecard: define o que os gestores
variáveis devem seguir uma distribuição normal e
estar perfeitamente centralizadas entre os limites entendem por “desempenho” e mede se eles mesmos
inferior e superior do processo. estão ou não alcançando os resultados esperados.
Auxilia a relação entre a gestão da empresa, suas
Pode-se dizer também que quanto menor a operações e o desempenho utilizando medidas,
variabilidade entre os dados (amplitudes menores), metas, objetivos e requisitos que reflitam os objetivos
melhor será a qualidade final dos produtos. estratégicos da organização.
41
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
42
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Electre Tri: tem como objetivo propiciar a seleção da utilização do FMEA é evidenciar qual é o ponto
de uma ou várias soluções para um problema. Busca- mais crítico do projeto, com vistas à tomada de ações
se um “ponto de satisfação” para um conjunto de preventivas para minimizar o impacto dos riscos em
objetivos delineados. São estabelecidas “relações de escopo, prazo, custo, recursos humanos etc.
preferência” entre as alternativas em análise segundo
diferentes critérios de avaliação e comparação. As Lógica fuzzy (lógica difusa): admite valores
comparações entre a alternativas são feitas par a lógicos intermediários entre o falso (0) e o verdadeiro
par para cada critério de decisão, estabelecendo- (1); por exemplo, o valor médio talvez (0,5). É
se o grau de dominância ou preferência de uma aplicada em sistemas de controle e de suporte à
opção sobre outra, resultando em uma classificação decisão nos quais a descrição do problema (regras de
das alternativas possíveis. Para isso, são atribuídos produção) não pode ser feita de forma precisa. Útil
limites de preferência (p), indiferença (q) e veto (v) para resolver problemas complexos, com aspectos
associados a cada critério de análise. qualitativos e quantitativos, sujeitos a variações
probabilísticas relevantes ou descritos por bases de
EVM - earned value management dados diferentes e incompletos.
(gerenciamento do valor agregado): é uma
técnica de gerenciamento que permite analisar um Matriz BCG: a consultora Boston Consulting
conjunto de variáveis básicas relativas ao projeto e Group idealizou a ferramenta como um instrumento
avaliar como está o seu andamento, qual a situação analítico de apoio à tomada de decisões estratégicas.
real, quanto provavelmente vai se gastar com ele. É necessário construir uma matriz, cujo eixo
Uma das técnicas mais utilizadas na mensuração e no horizontal é representado pela variável quota de
monitoramento do desempenho do projeto. Útil para mercado relativa (alta à esquerda e baixa à direita),
integrar escopo, cronograma, recursos, desempenho e no eixo vertical está a taxa de crescimento do
e progresso do projeto comparando custos (real e mercado (elevada em cima e reduzida em baixo). A
planejado) e valor agregado. matriz dá origem a quatro quadrantes: interrogações
(question-marks), estrelas (stars), vacas leiteiras
FAO (ferramenta de análise organizacional): (cash-cows) e cães (dogs).
procura avaliar a percepção de membros da organização
sobre pontos fortes e fracos. O questionário pode ser Matriz GUT (gravidade, urgência e
aplicado por meio de entrevistas individuais ou em tendência): orienta decisões mais complexas e
grupo. Os dados são analisados quanto à presença e define qual a prioridade na solução dos problemas
à importância (que podem variar entre os valores de detectados. Útil nas decisões que envolvem
1 a 5, de acordo com a análise subjetiva da equipe muitas questões e em que a mistura de problemas
de colaboradores).
gera confusão. Nesse caso, é preciso separar
cada problema que tenha causa própria, fazer
FMEA (failure mode and effects analysis):
questionamentos quanto a sua gravidade, urgência e
utilizada para identificar os riscos no gerenciamento
tendência, estabelecer pontuações que variam de 1 a
de projetos, reduzir a ocorrência de falhas de produtos
e processos existentes e reduzir a probabilidade 5 e priorizar o de maior pontuação. Deve-se analisar
de falha nos demais processos organizacionais. As o que deve acontecer com o problema caso não seja
análises FMEA são classificadas em dois tipos: FMEA tomada nenhuma atitude. Ou seja, as maiores notas
de produto (DFMEA - design failure mode and effect são dadas àqueles mais graves, que exigem ações
analysis) ou FMEA de processo (PFMEA - process mais urgentes e em que há uma tendência de que a
failure mode and effect analysis). A maior vantagem situação analisada piore ainda mais.
43
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Essa ferramenta é útil para prioridades ações dentro de um leque de alternativas. Indica o que devemos
fazer primeiro ou por onde devemos começar.
Nota: essa ferramenta pode ser aplicada 2 - observação (investigação das características
individualmente ou em grupo. Deve-se respeitar os do problema); 3 - análise (descoberta das causas
valores dados segundo a percepção individual ou fundamentais); 4 - planejamento da ação (planejar
coletiva durante a análise do problema em questão. a ação de bloqueio das causas do problema); 5 -
Prevalece, sobretudo, o consenso no valor da nota ação (executar o plano de ação para bloquear as
dado a cada problema analisado. causas fundamentais); 6 - verificação (verificar se
o bloqueio foi efetivo); 7 - padronização (prevenir
Matriz SWOT ou análise SWOT: É uma sigla contra o reaparecimento do problema); 8 - conclusão
oriunda do idioma inglês, de forças (strengths), (recapitulação de todo o processo e planejamento
fraquezas (weaknesses), oportunidades das ações futuras).
(opportunities) e ameaças (threats). Albert Humphrey
idealizou a ferramenta, utilizada para fazer análise Quadro 4Q1POC: útil para planejar a
de ambiente, sendo usada como base para gestão e implementação de uma solução, sendo elaborado
planejamento estratégico de uma empresa. em resposta às questões a seguir: o que (qual ação
vai ser desenvolvida?); quando (quando a ação
MASP (método de análise de solução de será realizada?); por que (por que foi definida essa
problemas): importante no planejamento da solução?); onde (onde a ação será desenvolvida?);
ação, destina-se a bloquear as causas do problema como (como a ação vai ser implementada?); quem
identificado. Consiste na utilização do PDCA e das (quem será o responsável pela sua implantação?); e
sete ferramentas da qualidade para a solução dos quanto (quanto será gasto?). Os 5W correspondem
problemas. É um método gerencial utilizado tanto na às seguintes palavras do inglês: what (o quê); who
manutenção como na melhoria dos padrões. (quem); where (onde); when (quando); e, finalmente,
why (por que). Os 2H correspondem a how (como) e
Apresenta duas grandes vantagens: possibilita how much (quanto custa).
a solução dos problemas de maneira científica e
efetiva e permite que cada pessoa da organização se Servqual (service quality): utilizada
capacite para resolver as questões específicas de sua principalmente para medir a satisfação dos clientes
responsabilidade. É constituído de oito processos: e a qualidade na prestação de serviços. As cinco
1 - identificação do problema (definição clara); dimensões da qualidade dos serviços encontradas são:
44
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
45
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
É preciso pensar que as pessoas sabem o que A empresa cresceu A empresa diminuiu
fazem e encaram a melhoria da qualidade como uma Aumento na demanda Diminuição na demanda
atividade necessária. Caso contrário, aceitarmos Retorno sobre o investimento Prejuízo sobre o investimento
falhas durante o processo é o mesmo que aceitar o Longevidade de marca Longevidade de marca
retrabalho e o desperdício como parte integrante de Diminuição do número Aumento do número
tudo o que fazemos. de defeituosos de defeituosos
Aumento de funcionários Diminuição de funcionários
com nível superior com nível superior
Melhor seria dizer: acertar é humano!
Aumento de exportação Diminuição de exportação
Diminuição do número Aumento do número
Para Crosby, os responsáveis pela falta de qualidade
de reclamações de reclamações
são os gestores, não os colaboradores. As iniciativas Quadro 4 – Indicadores da qualidade.
de qualidade total devem partir do topo da hierarquia
para baixo. Defende a criação de um grupo estratégico O gestor deve, ainda, ater-se aos indicadores
de especialistas da qualidade, transformando-os em quantificáveis (leia alguns exemplos no quadro 4) e
verdadeiros instrumentos de melhoria. utilizá-los como base na avaliação da qualidade e do
desempenho de um produto (bem ou serviço) e de
Os parâmetros utilizados por Crosby para medir um processo ao longo do tempo.
a qualidade estão relacionados, principalmente,
com o custo da não conformidade, ou seja, custos
“Gerenciar é controlar e agir corretivamente.
necessários para manter a boa reputação da empresa,
Sem indicadores não há medição. Sem
sem os quais a perda da confiança do consumidor
medição não há controle e sem controle não há
será inevitável.
gerenciamento” (JURAN apud STORPIRTIS, 1984).
46
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Perspectivas
Clientes Financeira Aprendizado e crescimento Processos internos
Para alcançarmos nossa visão, Para ser bem-sucedidos, Como atingir a visão mantendo o Para termos sucesso em
como queremos ser vistos pelos como queremos ser vistos potencial de crescer e inovar? nossa visão, em quais
clientes internos e externos? pelos nossos acionistas? processos precisamos
alcançar excelência?
Indicadores
Satisfação do cliente Financeiro Aprendizado e crescimento profissional Processo
Índice de satisfação dos clientes. Faturamento líquido % de absenteísmo: número de faltas em Índice de produtividade:
relação ao total de horas trabalhadas. relação entre output e input.
Índice de insatisfação Exportações: montante % de rotatividade: relação entre o número Índice de tempo de
Reclamações – número e motivo. e percentual em relação de funcionários admitidos e demitidos num processo (lead time): tempo
Devoluções – número e motivo. à receita líquida. determinado período de tempo e o número consumido para realizar
de funcionários da empresa - turnover uma ou mais atividades.
Qualidade assegurada de Resultado financeiro: Horas de treinamento/ano Índice de refugo: percentual
materiais e serviços – número montante e o percentual de unidades refugadas
de fornecedores qualificados em do lucro líquido sobre em relação ao volume
relação ao número cadastrado a receita líquida de produção efetiva
Número de não conformidades Participação de mercado Número de acidentes. Índice de retrabalho:
detectadas durante o processo, (market share): percentual percentual de unidades
em inspeções ou auditorias. de participação que a reparadas por causa
empresa possui em relação de defeito.
ao seu mercado de atuação.
Índice de estabilidade Interrupções: número de
(monitoramento): % de vezes que o processo é
reprovação no recebimento e % interrompido por problema
de reprovação no produto final. tanto de equipamento
quanto do produto.
47
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
O BSC vem sendo amplamente utilizado pelas organizações e foi escolhido pela revista Harvard Business
Review como uma das práticas de gestão mais importantes e revolucionárias dos últimos anos.
48
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
49
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
laboratórios devem ser separados da área de segurança e controle analítico das matérias-
produção, física e administrativamente. primas; garantir efetivo controle de estoque.
• Fórmulas, especificações e padrões: • Procedimentos: devem estar documentados
deve-se definir fórmulas centesimal e unitária; (escritos em linguagem clara e inequívoca),
procedimentos de fabricação; procedimentos num formato padrão, contendo plano
de limpeza; amostragem do processo; descritivo das etapas envolvidas e disponíveis
identificação de insumos; identificação de aos colaboradores na área específica de
materiais, linhas de produção, equipamentos, atividade. Devem ser previamente aprovados
utensílios e materiais de envase; procedimentos e periodicamente revisados e atualizados,
de rotulagem, embalagem e conservação; sempre que necessário.
elaboração de fichas de controle com a • Processos: devem ser definidos,
adequada descrição para todos os produtos; sistematicamente revisados e capazes de fabricar
especificação de matérias-primas e material dentro dos padrões de qualidade exigidos,
de embalagem, com cópia para fornecedores; atendendo às respectivas especificações;
métodos de análises de matérias-primas e devem-se reportar irregularidades e incidentes
produtos acabados. de não conformidade; preocupação com desvios
• Compras e abastecimento: manejo de de qualidade, ações corretivas, melhoria e
recursos; preocupação com contratos parciais monitoramento.
ou totais de fabricação (atenção especial a • Validação: deve-se estabelecer evidência
cláusulas relativas a inspeções, critérios de documentada de um processo específico para
aceitação ou rejeição); ações em caso de não a obtenção de produtos em conformidade com
conformidade ou modificações; especificações os parâmetros estabelecidos.
de qualidade estabelecidas em estreita • Organização, limpeza, sanitização e
colaboração com os departamentos envolvidos; manutenção: manter os equipamentos
responsabilidades claramente definidas; organizados e permanentemente limpos e
estabelecimento de especificações de matérias- sanitizados; realizar manutenções preventivas
primas, componentes etc.; aprovação do e possuir um plano de controle de pragas;
terceirista e dos fornecedores; análise crítica respeitar boas práticas de higiene para evitar
na relação fornecedor-consumidor e controles deterioração e presença ou multiplicação de
realizados pelo fornecedor ou terceirista; análise microorganismos. Em caso de contaminação,
de outros requerimentos, tais como prazo de é importante encontrar a fonte e a natureza e
entrega, instruções ou serviço pós-venda, se eliminá-la. Os produtos de limpeza devem estar
necessário. Já para os documentos de compras, claramente identificados. Considerar o fluxo e
devem estar presentes dados do produto, os procedimentos de limpeza.
definição do procedimento, responsabilidades • Operações de processos e envase: verificar
relacionadas com a confecção da ordem de se há colaboradores em quantidade adequada;
compra, tipo de informação e requisitos que equipamentos identificados e calibrados;
devem ser obrigatoriamente mencionados. procedimentos para amostragem e liberação de
• Matérias-primas: deve-se qualificar produtos; codificação e limpeza; procedimentos
fornecedores objetivando um adequado para retrabalho, quando necessários.
suprimento; ater-se aos procedimentos de • Estocagem e manuseio de produtos
amostragem, identificação, estocagem e acabados: observar separação dos produtos;
manuseio; obter informação sobre ficha de controle de danos; condições ambientais
adequadas; distribuição adequada, controle
50
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
51
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
52
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
53
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
54
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
Referências
ALBRECHT, Karl. Revolução nos serviços. São Paulo: Pioneira, 1998.
ALBRECHT, Karl; BRADFORD, Lawrence J. Serviços com qualidade: a vantagem competitiva. São
Paulo: Makron Books, 1992.
ALMEIDA, Sérgio. Cliente, eu não vivo sem você. Salvador: Casa de Qualidade, 1995.
________. Ah! eu não acredito: como cativar o cliente através de um fantástico atendimento.
Salvador: Casa da Qualidade, 2001.
________. NBR 6023. Informações e documentação: referências – elaboração. Rio de Janeiro: ABNT,
2002.
________. CB 25. Notas. In: Seminário Nacional - qualidade aspectos estratégicos e gerenciais
das normas NBR/ISO 9000. Campinas: ABNT, 1994.
________. NBR 14884. Transporte rodoviário de carga: sistema de qualificação. Rio de Janeiro: ABNT,
2002.
________. NBR ISSO 9001. Sistemas de gestão da qualidade: requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2000.
BARÇANTE, Luiz Cesar. Qualidade total: uma visão brasileira. Rio de Janeiro: Campus,1998.
55
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
BRASIL. Ministério da Saúde. Gestão municipal de saúde: textos básicos. Rio de Janeiro; Brasília:
Ministério da Saúde, 2001.
________. Resolução nº 17, de 30 de abril de 1999. Aprova o Regulamento Técnico que Estabelece
as Diretrizes Básicas para Avaliação de Risco e Segurança dos Alimentos. Brasília: Ministério da Saúde, 1999b.
________. Resolução RDC nº 134, de 13 de julho de 2001. Regulamento técnico das Boas Práticas
para a Fabricação de Medicamentos. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/134_01rdc_an1.
htm. Acesso em nov.2007.
________. Resolução – RDC nº 210, de 4 de agosto de 2003. Regulamento Técnico das Boas
Práticas para a Fabricação de Medicamentos. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2003/
rdc/210_03rdc.pdf. Acesso em 25.ago.2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Portaria nº 348, de 18 de agosto de 1997.
Manual de Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. Diário
Oficial da União, 19.ago.1997.
CALARGE, Felipe Araújo; SATOLO, Eduardo Guilherme; SATOLO, Luiz Fernando. Aplicação do sistema de
gestão da qualidade BPF (Boas Práticas de Fabricação) na indústria de produtos farmacêuticos
veterinários. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
530X2007000200014. Acesso em out.2009.
56
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração. São Paulo: McGraw Hill, 1979.
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração. 4ª ed. São Paulo, Makron Books, 1993.
________. Administração nos novos tempos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
________. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro:
Campus, 1999.
CONTINO, Anthony V. Improve performance via statistical process control. Chemical Engineering,
20.jul.1987. p. 95-102.
DRUCKER, Peter F. Desafios gerenciais para o século XXI. Rio de Janeiro: Pioneira. 1999.
DUNCAN, Acheson J. Quality control and industrial statistics. 5th ed. Illinois: Irwin, 1986.
FADINI, Ricardo. Gerenciamento dos riscos em projetos com a utilização do FMEA. Disponível em:
http://www.ietec.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/386. Acesso em mai.2009.
FEIGENBAUM, Armand V. Controle da qualidade total. V. I. São Paulo: Makron Books, 1994.
FERREIRA, Ademir; REIS, Ana Carla Fonseca; PEREIRA, Maria Isabel. Gestão empresarial: de Taylor
aos nossos dias. São Paulo: Pioneira, 1997.
57
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
FRIEDMAN, Brian et al. Capital humano: como atrair, gerenciar e manter funcionários eficientes.
São Paulo: Futura, 2000.
GIL, Antonio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2006.
GIL, Antonio de Loureiro. Auditoria da qualidade. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.
GUIA PARA BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO PARA A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA. Aprovadas pela
Assembleia Mundial de Saúde em maio de 1975 (WHA 28.65) e revisadas em Genebra em 1992.
GUIMARÃES, Jorge Lessa. Mandar é fácil... difícil é liderar: o desfio do comando na nova economia.
Salvador: Casa da Qualidade, 2001. 96 p.
GUIMARAES, Liliana Andolpho Magalhaes; RIMOLI, Adriana Odalia. Mobbing (assédio psicológico)
no trabalho: uma síndrome psicossocial multidimensional. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 22, nº
2, mai-ago 2006. p. 183-192. Disponível em: http://www.assediomoral.org/IMG/pdf/Mobbing_conceitos.pdf.
Acesso em ago.2008.
HAMEL, Gary; PRAHALAD, C. K. Competindo pelo futuro: estratégias inovadoras para obter o
controle do seu setor e criar mercados de amanhã. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
HUNTER, James C. O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança. 18ª ed.
Rio de Janeiro: Sextante, 2004.
HUTCHINS, Greg. ISO 9000: um guia completo para o registro, as diretrizes da auditoria e a
certificação bem-sucedida. São Paulo: Makron Books, 1994.
IMAI, Masaaki. Kaizen: a estratégia para o sucesso competitivo. 5ª ed. São Paulo: Iman, 1994.
ISHIKAWA, Kaoru. Controle de qualidade total à maneira japonesa. 6ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
________. Juran na liderança pela qualidade. 3ª ed. São Paulo: Thomson Pioneira, 1993.
JURAN, J. M.; GRYNA, Frank M. Controle da qualidade: handbook. V. III. 4ª ed. São Paulo: Makron
Books-McGraw-Hill, 1992.
58
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
KOTLER, Philip. Marketing para o século XXI. São Paulo: Futura. 1999.
KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2000.
KUME, I. Métodos estatísticos para a melhoria da qualidade. São Paulo: Gente, 1995.
LARA, V. C. D.; MOREIRA, R. A. Boas práticas de fabricação com foco no gerenciamento pela
qualidade total. Fármacos & Medicamentos, ano 4, nº 20, São Paulo, 2003. p. 36-44.
MACEDO, M. M. A integração das Boas Práticas de Fabricação (BPF) com a ISO 9001/00 na
indústria farmacêutica. Fármacos & Medicamentos, ano 4, nº 24, São Paulo, 2003. p. 38-44.
McGREGOR, Douglas. O lado humano da empresa. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
MOLLER, Claus. O lado humano da qualidade. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
MOREIRA, Káthia Capela da Silva. Implementação dos princípios da Qualidade Total na gestão
de recursos humanos: um estudo de caso. Dissertação de mestrado. PPGEP/UFSC. Florianópolis, 2000.
MORETTO, R. H. Garantia da qualidade coordena Boas Práticas de Fabricação nas indústrias. Revista
Controle de Contaminação, ano 5, nº 36, p. 12-23., 2002.
PALADINI, Edison Pacheco. Gestão da qualidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000.
59
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
PETERS, T. J.; WATERMAN JR., R. H. Hands-on, value-driven. In: ________. In search of excellence.
Nova York: Warner Books, 1986.
PRISTA, L. N.; CORREIA ALVES, A.; MORGADO, R. Técnica farmacêutica e farmácia galênica. V. I, II,
e III. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1979.
PURI, S. C. ISO 9000 certificação: gestão da qualidade total. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1994.
RADFORD, G. S. The control of quality in manufacturing. New York: Ronald Press, 1922.
RAMOS, Cosete. Excelência na educação: a escola de qualidade total. Rio de Janeiro: Qualitymark,
1992. 164 p.
RESENHA ABIF. Indústria Farmacêutica e Cidadania – Abifarma 50 anos. Janeiro de 1961, v. 13, nº 1.
ROLT, Mirian Inês Pauli de. O uso de indicadores para a melhoria da qualidade em pequenas
empresas. Dissertação de Mestrado em Engenharia. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis,
1998. Disponível em: http://www.eps.ufsc.br/disserta98/rolt. Acesso em out.2002.
RUIZ, Ana Paula. Retenção de talentos. Publicado em set.2008. Disponível em: http://www.rhportal.
com.br/artigos/wmview.php?idc_cad=pgcexrohj>. Acesso em mar.2009.
SENGE, Peter. A quinta disciplina: arte, teoria e prática da organização de aprendizagem. 15ª
ed. São Paulo: Best Seller, 1998.
60
Gestão da Garantia e Controle da Qualidade
STEWART, Thomas A. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. Rio de
Janeiro: Campus, 1998.
STORPIRTIS, Silvia. Curso de gestão de qualidade. São Paulo: Faculdades Oswaldo Cruz, 1984.
Anotações do curso.
TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de administração científica. São Paulo: Atlas, 1995.
VENERENDA, N. RDC 210 traz novas exigências para BPF. Revista Controle de Contaminação, ano 7,
nº 57, São Paulo, 2004.
WHITELEY, Richard C. Sature a sua companhia com a voz do cliente. 20ª ed. Rio de Janeiro:
Campus, 1992.
61