Você está na página 1de 87

PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP)

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


Unidade 1
AGENDA

01 INTRODUÇÃO 05 MÉDIA MÓVEL

02 PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS 06 TENDÊNCIA

03 PREVISÃO DE DEMANDA 07 REGRESSÃO LINEAR


TÉCNICAS DE PREVISÃO DE
04 DEMANDA 08 AJUSTAMENTO EXPONENCIAL
PARA TENDÊNCIA

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


BIBLIOGRAFIAS RECOMENDADAS
PCP E VIDA ACADÊMICA
• A hierarquia de planos em nossa vida*
Você deve estar em uma sala de aula agora, começando a estudar nossa disciplina de Planejamento e Controle da Produção. Muito bem.
Para chegar até aqui, você teve que tomar algumas decisões importantes na vida. Uma delas foi, há alguns anos, escolher entre as
diferentes profissões disponíveis e optar por fazer vestibular e cursar determinada Engenharia. Agora que você está no curso de Engenharia,
já sabe que todo semestre tem que tomar algumas decisões de médio prazo, por exemplo: quantas e quais disciplinas neste semestre
pretendo cursar? Você tem uma grade curricular a cursar e uma agenda de tempo disponível no semestre para se ocupar com ela. Se você
optar por cursar Planejamento e Controle da Produção, todas as segundas à noite, por exemplo, o programa da disciplina lhe informa que
terá que ir para sua aula, bem como terá provas e cases, entre outras tarefas a serem cumpridas no semestre.
Este será seu planejamento de médio prazo, ou tática, para o semestre. Com certeza você não irá se matricular em 15 disciplinas, pois sua
capacidade disponível de tempo não permite. De forma similar, uma fábrica de sapatos, que não faz geladeiras, todo o mês monta sua tática,
chamada de planejamento-mestre. Neste nível de planejamento, a fábrica concilia vendas com estoques, produção com capacidade,
obtendo uma visão de médio prazo do que pretende produzir, armazenar e vender.
Olhando agora para a semana, como você se matriculou na nossa disciplina, chegamos ao dia da sua aula, no que chamamos de curto
prazo. Você está em sala de aula “produzindo” um conhecimento específico em PCP que, com certeza, lhe será muito útil no seu futuro
como Engenheiro em uma fábrica. Hoje no caso não tem prova, mas uma apresentação de estudo de caso e uma lista de outras atividades
para cumprir na aula. É o que chamamos de programação da produção. Da mesma forma na nossa fábrica de sapatos, em analogia, o
operador da máquina de solas (comprada e instalada estrategicamente no ano passado) está autorizado a produzir hoje uma Ordem de
Produção (OP) de 500 pares de solas do sapato social, na sequência uma OP de 1.500 pares de solas de mocassim e assim por diante, e
continuar com as outras OPs dimensionadas e programadas para caber em seu turno (planejamento-mestre).
Assim funciona a hierarquia de planos e prazos nas fábricas, de forma similar à nossa vida, como vamos apresentar nesta disciplina.
*Fonte: Adaptado de Tubino (2017). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
INTRODUÇÃO
BRAINSTORMING (BIC)

Elas revolucionaram os hábitos de escrita de milhões de consumidores em todo o mundo, que continuam a valorizá-las por
sua qualidade e preço acessível. Dificilmente você encontrará no mundo uma pessoa que não tenha escrito ao menos uma
palavra com uma caneta BIC. E muito menos que não conheça a marca. Ao longo do tempo, observa-se poucas mudanças
(quase nenhuma) na estética de sua caneta original. Podemos associar essa condição à falta de planejamento?

2022

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


INTRODUÇÃO
BRAINSTORMING (IPHONE)

Da tela sensível ao toque, ao impulsionamento do mercado de apps até o reconhecimento facial → planejamento!

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


INTRODUÇÃO
BRAINSTORMING (JOGOS OLÍMPICOS 2020)

• Mobilidade → Multimodalidade, que é o uso de mais de um meio de transporte em um mesmo trajeto (metrô, ônibus, bicicleta dentre outros).

• Drenagem → Construção de um grande sistema de drenagem subterrâneo para receber águas das chuvas quando em maior intensidade.

• Inovação, tradição e sustentabilidade → Combinação de novas, antigas e temporárias estruturas vai de encontro ao compromisso com a
sustentabilidade (exemplo: uso de materiais de menor impacto ambiental, como madeira certificada e à modernização de estruturas existentes).
Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
INTRODUÇÃO
BRAINSTORMING (JOGOS OLÍMPICOS 2024)

• Planejamento a curto, médio e longo prazo → Olimpíadas 2024 (Paris/FRA) e 2028 (Los Angeles/EUA)

• Inputs → Processos de transformação → Outputs


Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
INTRODUÇÃO
PROCESSO DE EVOLUÇÃO

Enfoques/Teorias 1900-1925 1925-1950 1950-1975 1975-2000


Produção de massa (ênfase Administração científica, Popularização do sistema Ford Sistema Toyota de Produção Modelo japonês, empresa de classe
na eficiência dos processos linha de montagem mundial, Seis Sigma, redesenho de
produtivos) processos
Humanismo/comportamental Características individuais Relações humanas, dinâmica Administração participativa Gestão de pessoas, qualidade de vida
(ênfase nas pessoas e na de grupo, liderança no trabalho, ética
condição humana)
Escola da qualidade (ênfase Controle estatístico da Administração da qualidade Qualidade total, qualidade no Sistemas da qualidade, qualidade
na conformidade e na qualidade Japão garantida, Normas ISO
adequação ao uso)
Enfoque do processo Enfoque funcional da Processo decisório, estruturação Planejamento estratégico Administração de projetos,
administrativo (ênfase no administração, políticas de das grandes empresas, política administração por processos, cadela de
papel dos gerentes) negócios de negócios, administração por suprimentos, papéis e competências
objetivos gerenciais
Teorias das organizações Tipo ideal de burocracia Teoria das organizações Modelos de organização Imagens das organizações,
(ênfase no entendimento da aprendizagem organizacional
natureza das organizações)
Pensamento sistêmico (ênfase Aplicação do pensamento Teoria geral de sistemas Pensamento sistêmico influenciando todas as ideias da administração
na compreensão de sistêmico na concepção de
totalidades e relações entre as processos produtivos,
partes) especialmente a linha de
montagem

Fonte: Adaptado de Maximiano (2015). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
INTRODUÇÃO
“Apenas 10% do iceberg fica exposto, 90% fica submerso em água. Assim também são os problemas e não conformidades que
afetam o planejamento. 90% ficam escondidos debaixo do tapete!”

Prejuízos e/ou Devoluções e perdas Queda das


10% queda dos lucros de clientes vendas

Colaboradores Falta de análise Atrasos nas


sem crítica dos pedidos entregas
treinamento

Organização e Falta de controle dos Refugos e


limpeza produtos em todas as retrabalhos
deficientes etapas do processo

Falta de
Procedimentos Falta de planejamento
matéria
90% operacionais e controle dos itens
prima
confusos produzidos

Quebras Perda de tempo na Problemas com


constantes preparação de fornecedores
de máquinas e máquinas e perdas
ferramentas excessivas no
processo produtivo

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


INTRODUÇÃO
PCP E ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (ABEPRO)

Engenharia
de
Pesquisa
Operações e
Operacional
Processos da
Produção
Educação
em
Engenharia
01 02 Logística

de
Produção 10 03
Engenharia

09 04 da
Qualidade
Engenharia
Econômica

08 05
Engenharia

Engenharia
07 06 do Trabalho

do Produto

Engenharia Engenharia da
Organizacional Sustentabilidade

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


INTRODUÇÃO
PCP E ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (ABEPRO)

Foco da área de Engenharia de Operações e Processos da Produção: Projeto, operações e melhorias dos sistemas
que criam e entregam os produtos (bens ou serviços) primários da empresa.

Gestão de Sistemas de Planejamento, Programação e


Produção e Operações Controle da Produção (PPCP)

Processos Produtivos Discretos Projeto de Fábrica e de Instalações


e Contínuos: procedimentos, Industriais: organização industrial,
métodos e sequências layout/arranjo físico

Engenharia de Métodos
Gestão da Manutenção
Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
As empresas geralmente são estudadas como um sistema que
transforma, via um processamento, entradas (insumos) em saídas
(produtos) úteis aos clientes. Este sistema é chamado de sistema
produtivo. Para que isso aconteça, ele precisa ser pensado em
termos de prazos, em que planos são feitos e ações são disparadas
com base nestes planos para que, transcorridos estes prazos, os
eventos planejados pelas empresas venham a se tornar realidade.
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
O QUE É UM SISTEMA PRODUTIVO?

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
O QUE É UM SISTEMA PRODUTIVO?

ENTRADAS PROCESSOS SAÍDAS

Materiais, informações e Conjunto de atividades sequenciadas Resultado do processo


equipamentos necessários com o intuito de gerar resultados. para atender à demanda
para a realização de do cliente, podendo ser
determinado processo. bens e serviços.

Fonte: Adaptado de Resende (2020). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
ENTRADAS DE UM SISTEMA PRODUTIVO

RECURSOS A SEREM
TRANSFORMADOS
• Material
• Informações
• Consumidores
PROCESSO DE
ENTRADAS SAÍDAS BENS E SERVIÇOS
TRANSFORMAÇÃO

RECURSOS DE
TRANSFORMAÇÃO
• Pessoal
• Instalações

Fonte: Adaptado de Resende (2020). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
ENTRADAS DE UM SISTEMA PRODUTIVO – RECURSOS TRANSFORMADOS

MATERIAIS

• Alterar suas propriedades INFORMAÇÕES


físicas (forma, composição,
características). • Transformar suas propriedades CONSUMIDORES
• Mudanças de localização informativas, a forma da
(transporte, logística). informação (contador). • Transformar propriedades físicas
• Mudança de posse (varejo). • Mudar a posse da informação (cabeleireiro, cirurgião plástico).
• Estocar (armazém). (pesquisa de mercado). • “Estocam ou acomodam”
• Estocar ou acomodar (arquivos, (hotéis).
bibliotecas). • Transformar a localização
• Localização das informações (transporte de passageiros).
(telecomunicações). • Alterar estado fisiológico
(hospital).
• Alterar estados psicológicos.

Fonte: Adaptado de Resende (2020). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
E TA PA S D E U M S I S T E M A P R O D U T I V O ( T R A N S F O R M A Ç Ã O )

PROJETO DO SISTEMA DE
PRODUÇÃO

• Planejamento da capacidade.
• Localização das instalações.
• Projeto do produto e processo. OPERAÇÃO DO SISTEMA DE
• Arranjo físico e instalações. PRODUÇÃO
• Projeto e medida do trabalho.
• Gestão da demanda.
• Planejamento agregado.
• Programação e Controle da
CONTROLE DO SISTEMA DE
Produção.
PRODUÇÃO
• Administração de projetos.
• Controle de estoques.
• Sistema MRP.
• Controle da qualidade.
• Medida da produtividade.

Fonte: Adaptado de Resende (2020). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
SAÍDAS DE UM SISTEMA PRODUTIVO

BENS
São palpáveis, ou seja, são objetos que EXEMPLO:
podem ser tocados ou agarrados
(tangíveis) • Bem → computador
• Serviços → serviços de manutenção,
formatação, limpeza interna e instalação
SERVIÇOS de programas
Representam ações, isto é, algo que
alguém faz a outra pessoa, por um
valor definido (intangíveis)

Fonte: Adaptado de Resende (2020). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PROCESSO DE PRODUÇÃO (HONDA)

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
SISTEMA PPCP NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

OBJETIVOS
ESTRATÉGICOS
DA PRODUÇÃO

O sistema de
OBJETIVOS
PPCP é uma área
de decisão de
ESTRATÉGICOS
ESTRATÉGIA DA DA PRODUÇÃO
manufatura →
PRODUÇÃO
gerar bens e
serviços

AMBIENTE PROJETOS MELHORIA

RECURSOS ENTRADAS BENS E


SAÍDAS
SERVIÇOS

AMBIENTE
PPCP

Fonte: Adaptado de Martins e Laugeni (2015). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS PRODUTIVOS

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
P R I N C I PA I S C L A S S I F I C A Ç Õ E S D O S S I S T E M A S P R O D U T I V O S

Classificação Características Exemplos Observações


Grau de Produtos padronizados Eletrodomésticos, automóveis, Uniformidade (produção em
padronização dos combustíveis e roupas grande escala)
produtos

Influencia Produtos sob medida ou Fabricação de máquinas, Foco em um cliente


diretamente o grau personalizados ferramentas e construção civil específico (grande parte da
de controle exercido capacidade ociosa) e
sobre a produção dificuldade de padronização
(produtos mais caros)

Fonte: Adaptado de Tubino (2010), Martins e Laugeni (2010). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
P R I N C I PA I S C L A S S I F I C A Ç Õ E S D O S S I S T E M A S P R O D U T I V O S

Classificação Características Exemplos Observações


Tipos de operação Processos contínuos (larga Energia elétrica, petróleo e derivados e Não podem ser identificados
escala) produtos químicos, serviços de individualmente (apresenta uma alta
aquecimento e ar condicionado, uniformidade na produção),
sistemas de monitoramento por radar favorecendo a automação, porém,
Característicos pelos tipos e com pouca ou nenhuma flexibilidade
formas de operações
Processos discretos
Repetitivos em massa (larga Indústria automotiva, produtos têxteis, Grande escala e altamente
escala) abate e beneficiamento de aves, suínos padronizados (demandas estáveis,
e gado, serviços de transporte aéreo estrutura altamente especializada e
pouco flexível)
Repetitivos em lote (flow shop, Produtos têxteis em pequena escala, Volume médio de padronização
linha de produção) alimentos industrializados, oficinas de (pouco flexível), equipamentos
reparos automobilísticos pouco especializados e mão de obra
polivalente
Por encomenda (job shop, layout Fabricação de bens (navio, avião dentre Atende a necessidade específica do
funcional) outros) e prestação de serviços cliente
(agência de propaganda, arquitetura
dentre outros)
Por projetos (unitária, layout
posicional fixo)

Fonte: Adaptado de Tubino (2010), Martins e Laugeni (2010). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
P R I N C I PA I S C L A S S I F I C A Ç Õ E S D O S S I S T E M A S P R O D U T I V O S

Classificação Características Exemplos Observações


Ambiente de produção Make to order (MTO): significa fabricação A grande maioria dos produtos Produzir para estoque (padronizados,
conforme pedido, ou seja, é a estratégia de prateleira e consumo geral rápido atendimento ao cliente, baseado
onde a alocação de recursos só acontece em demanda e gera alto custo de
quando se recebe a ordem do cliente estoque)
É utilizada para
caracterizar o Assemble to order (ATO): significa Computadores pessoais Montagem sob encomenda
posicionamento dos montagem sob encomenda, ou seja, o (subconjuntos/módulos) com prazo
estoques no processo produto final é configurado pelo cliente médio de atendimento ao cliente
produtivo
Make to stock (MTS): significa fabricação Pinturas e produtos Produzir sob encomenda (prazo de
para estoque, ou seja, os produtos são personalizados atendimento alto)
fabricados com base em previsões de
demanda e enviados para estoque,
aguardando a chegada dos pedidos
Engineer to order (ETO): significa Grandes projetos como obras Engenharia por encomenda
engenharia sob encomenda, ou seja, o públicas e construção de (participação do cliente antes de colocar
projeto, a produção de componentes e a navios o pedido, não há estoque e prazos muito
montagem final são feitos a partir de longos)
decisões do cliente
Natureza dos produtos Bens Automóveis Tangíveis
Serviços Consultoria Intangíveis

Fonte: Adaptado de Tubino (2010), Martins e Laugeni (2010). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
P R I N C I PA I S C L A S S I F I C A Ç Õ E S D O S S I S T E M A S P R O D U T I V O S

De forma geral, os sistemas contínuos envolvem a produção de bens ou serviços que não podem ser identificados
individualmente, medidos em escala contínua como quilogramas, litros, metros cúbicos etc., e os sistemas discretos (em
massa, em lotes e sob encomenda) envolvem a produção de bens ou serviços que podem ser isolados, em lotes ou
unidades, particularizando-os uns dos outros.

Fonte: Adaptado de Tubino (2007). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
FILME “FOME DE PODER (2016)”
• Relação do filme “Fome de Poder” com PCP e Engenharia de Produção – 11/09/2017*

O filme retrata um pouco da história do surgimento da primeira loja do MC Donald’s e das inúmeras franquias que estão disponíveis pelo
mundo. O MC Donald’s criou uma proposta de entregar o seu pedido em apenas 30 segundos, quando na época em que foi lançada ainda
não havia um pensamento de alta produtividade na fabricação de alimentos, os chamados fast foods atuais.
Esta visão de entrega de pedido rápido, saiu de um dos sócios do restaurante, que via isto como um diferencial competitivo que traria
vendas ao seu estabelecimento, no qual utilizou como “software de simulação” uma quadra de tênis para simular o funcionamento da
cozinha, até chegar na produção ideal de 30 segundos por pedido, a mesma que praticamente se utiliza no sistema atual, baseado em
padrão e método (PCP). O filme ensina ainda outras características necessárias ao engenheiro de produção: persistência, criatividade,
empreendedorismo, inovação e coragem de arriscar e desbravar novos mundos.

*Fonte: http://hs.toledoprudente.edu.br/blog-engenharia-de-producao/engenharia-de-produ%C3%A7%C3%A3o-e-o-filme-fome-de-poder (2017). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


FILME “FOME DE PODER (2016)”

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
OBJETIVOS DOS SISTEMAS PRODUTIVOS

Fonte: Adaptado de Resende (2020). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PCP

O Planejamento e Controle de Produção (PCP) tem como função


o planejamento, a organização, padronização e sistematização de
um processo, sendo uma atividade principal da estratégia da
organização, levando a empresa a produzir com mais segurança,
rapidez, facilidade, produtividade e menor custo.
PCP
Dentro das empresas, o Planejamento e Controle da Produção
(PCP) também é conhecido através das siglas PPCP
(Planejamento, Programação e Controle da Produção) ou PCPM
(Planejamento e Controle da Produção e Materiais). Em
empresas onde o fluxo de material (matérias-primas e produtos
acabados) é muito intenso, como nos sistemas contínuos, uma
cervejaria, por exemplo, o PCP pode nem existir como setor,
sendo suas atividades desenvolvidas dentro da área de Logística.
PCP
O Planejamento, Programação e Controle de Produção (PPCP), é
responsável pelo planejamento, coordenação e aplicação dos
recursos humanos (mão de obra), recursos físicos (instalações,
maquinários e ferramentas), capital (dinheiro) e matéria-prima na
produção de bens e serviços. Ele tem papel fundamental em
disponibilizar os recursos certos no tempo certo.
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
PPCP

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
PPCP

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PCP
O PCP estabelece planos de produção nos níveis hierárquicos
estratégico, tático e operacional, a partir de informações advindas
de outras áreas da empresa, como marketing, produção e
financeiro, planos esses que devem ser cumpridos com eficácia e
eficiência. Como departamento de apoio, o PCP é responsável
pela coordenação e aplicação dos recursos produtivos de forma a
atender da melhor maneira possível as planos estabelecidos.
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
N Í V E I S H I E R Á R Q U I C O S E E S T R AT É G I C O S

Fonte: Adaptado de Lustosa (2008). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
P C P C O M O D E PA RTA M E N T O D E A P O I O

Para atingir os seus objetivos, o PCP administra informações vindas de diversas áreas do sistema produtivo, podendo-se
destacar:

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
FLUXO DE INFORMAÇÕES E PCP

Um outro ponto importante do PCP é enfatizar sua relação direta com o fluxo de informações, auxiliando no entendimento
de um determinado processo ou fluxo de trabalho. Por meio deste, é possível perceber que há muita interação do PCP
com as demais áreas das empresas:

Fonte: Adaptado de Tubino (2007). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
F U N Ç Õ E S B Á S I C A S ( E TA PA S ) D O P C P

Planejamento Previsão de Planejamento Planejamento Programação


estratégico demanda da capacidade agregado da mestre da
da produção de produção produção produção

Programação Sequenciamento Emissão de Administração Controle da


detalhada da ordens de materiais produção
produção

Fonte: Adaptado de Resende (2020). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
DA PRODUÇÃO
Consiste em estabelecer um plano de produção para
determinado período (longo prazo) segundo as estimativas de
vendas de longo prazo e a disponibilidade de recursos
financeiros e produtivos. A estimativa de vendas de longo
prazo serve para prever os tipos e quantidades de produtos
que se espera vender no horizonte de planejamento
estabelecido. Fonte: Tubino (2017).
PREVISÃO DE DEMANDA
As técnicas de previsão de demanda (estatísticas e
subjetivas) auxiliam os gestores de produção no
dimensionamento da produção e dos recursos materiais e
humanos necessários. Estrategicamente, deve-se trabalhar
com uma previsão irrestrita. A previsão de demanda assume
um papel ainda mais importante quando a empresa adota
uma estratégia de produção para estoque. Fonte: Resende (2020).
PLANEJAMENTO DA
CAPACIDADE DA PRODUÇÃO
A partir da previsão de demanda de médio e longo prazo
e da análise da capacidade instalada, determina-se a
necessidade de adequação (aumento ou redução) da
capacidade de produção para melhor atender a demanda
no médio e longo prazo.

Fonte: Resende (2020).


PLANEJAMENTO
AGREGADO DA PRODUÇÃO
No plano agregado, estão as decisões de volumes de
produção e estoque mensais, contratação (ou demissão) de
pessoas, uso de horas-extras e subcontratação, contratos de
fornecimento e serviços logísticos. Neste nível de
planejamento, as informações de demanda e capacidades
são agregadas para viabilizar a análise e tomada de decisão.
Fonte: Resende (2020).
PROGRAMAÇÃO
MESTRE DA PRODUÇÃO
Essa etapa trata-se da operacionalização dos planos de
produção no curto prazo. No programa mestre são
analisados e direcionados os recursos (máquinas,
pessoas, matérias-primas) no tempo certo para produzir a
quantidade necessária para suprir a demanda de
determinado período.
Fonte: Resende (2020).
PROGRAMAÇÃO
DETALHADA DA PRODUÇÃO
É a operacionalização propriamente dita no “chão da
fábrica” (define como a fábrica irá operar no seu dia-a-
dia). As atividades que envolvem a programação da
produção são: administração de materiais,
sequenciamento das ordens de produção, emissão e
liberação de ordens.
Fonte: Resende (2020).
SEQUENCIAMENTO
É a determinação da sequência de execução das operações
de produção nas máquinas, visando minimizar atrasos,
ociosidades e estoques em processo. O sequenciamento da
produção (scheduling), também chamado de agendamento,
busca identificar os meios mais eficientes de organizar o
sistema de produção nas máquinas, a fim de realizar todos os
procedimentos sem atrasos e com qualidade. Fonte: Resende (2020).
EMISSÃO DE ORDENS
Implementa o programa de produção emitindo a
documentação necessária para o início das operações e
liberando-a quando os recursos estiverem disponíveis. A
Ordem de Produção (OP) é um comando para a produção
produzir um determinado item. Normalmente é feita através
de um documento que reúne as especificações do item e seu
processo de fabricação. Fonte: Resende (2020).
ADMINISTRAÇÃO DE
MATERIAIS
Planeja e controla os estoques, define o tamanho dos lotes, a forma
de reposição da matéria-prima e os estoques de segurança.
A administração de materiais envolve processos que vão muito além
das atividades internas da empresa, como controle dos estoques, o
armazenamento e a distribuição desses materiais. Essa etapa
também inclui a seleção de fornecedores, acompanhamento de
pedidos e inspeção técnica. Fonte: Resende (2020).
CONTROLE DA PRODUÇÃO
É a última etapa do PCP e consiste no acompanhamento dos
processos produtivos afim de verificar o andamento da produção
conforme o planejado, ou seja, verificar se o que foi decidido no
plano agregado, programa mestre e programação detalhada
estão sendo realizados. A partir do apontamento da produção
(tempos e rendimentos do processo), o PCP acumula dados
atualizados dos processos para utilização nas decisões futuras. Fonte: Resende (2020).
PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
FA S E S D E A D E Q U A Ç Ã O / VA L I D A Ç Ã O D O P C P

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
ESCOPO E RESPONSABILIDADES

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PCP E SISTEMAS PRODUTIVOS
OUTRAS QUESTÕES QUE INFLUENCIAM O PPCP

Questões Detalhamento
Fatores que afetam as decisões no PPCP Critérios competitivos da manufatura
Tipo de demanda
Tipo de produto
Características do processo produtivo
Características do fornecimento de recursos ao processo produtivo
Principais técnicas utilizadas no PPCP Previsão de demanda
Projeção de demanda
Programação da produção
Controle de produção
Gestão de estoques
Abordagens do PPCP MRPI/MRPII/ERP
JIT
OPT
Utilização de sistemas com capacidade finita
Abordagem de projetos
Fonte: Adaptado de Martins e Laugeni (2015). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PREVISÃO DE DEMANDA
DEFINIÇÃO

O QUE É PREVISÃO? O QUE É DEMANDA?


É um processo metodológico Representa a quantidade de
para determinação de dados produto e serviço que os
futuros baseados em modelos consumidores querem e podem
estatísticos, matemáticos ou comprar “vontade”. Relaciona-se
econométricos, ou, ainda, basicamente com o futuro.
subjetivos apoiados em uma
metodologia de trabalho clara e
previamente definida.
previamente definida.

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PREVISÃO DE DEMANDA
DEFINIÇÃO

Segundo Chopra e Meindl (2003), “a previsão da demanda futura é a base para todas as decisões
estratégicas e de planejamento em uma cadeia de suprimento”.

De acordo com Stevenson (2001), “previsões ajudam os gestores a reduzirem parte das incertezas,
permitindo-lhes desenvolver planos mais realistas”.

Chase et al. (2006) afirmam que “as previsões são vitais para todas as organizações e para cada
decisão administrativa significativa, sendo a base para o planejamento corporativo de longo prazo”.

Ritzman e Krajewski (2004) argumentam que “o planejamento eficaz da demanda do cliente é um


dos principais responsáveis pelo sucesso da cadeia de suprimentos, que se inicia com previsões
precisas”.

Martins e Laugeni (2005) afirmam que a previsão de vendas é importante para utilizar as máquinas
de maneira adequada, para realizar a reposição dos materiais no momento e na quantidade certa, e
para que todas as demais atividades necessárias ao processo industrial sejam adequadamente
programadas.
Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PREVISÃO DE DEMANDA
PLANEJAMENTO, PREDIÇÃO E PREVISÃO

PLANEJAMENTO PREDIÇÃO PREVISÃO

Processo lógico que descreve as Processo para determinação de É um processo metodológico para
atividades necessárias para ir do um acontecimento futuro baseado determinação de dados futuros
ponto no qual nos encontramos em dados completamente baseados em modelos estatísticos,
até o objetivo definido. subjetivos e sem uma matemáticos ou econométricos, ou,
metodologia de trabalho clara. ainda, subjetivos apoiados em uma
metodologia de trabalho clara e
previamente definida.

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PREVISÃO DE DEMANDA
Trata-se de uma projeção, ou seja, uma antecipação da
demanda tomando diversos fatores como base (como fatores
mercadológico, financeiro e econômico, por exemplo). Em
PPCP, essa previsão é tida como essencial para as tomadas
de decisões estratégicas e para elaboração do planejamento
estratégico, tático e operacional da empresa.
Fonte: Resende (2020).
PREVISÃO DE DEMANDA
E TA PA S D E U M M O D E L O D E P R E V I S Ã O D E D E M A N D A

• Um modelo de previsão de demanda pode ser dividido em cinco etapas básicas. Inicialmente, define-se o objetivo do modelo, com base
no qual coletam-se e analisam-se os dados, seleciona-se a técnica de previsão mais apropriada, calcula-se a previsão da demanda e,
como forma de feedback, monitoram-se e atualizam-se os parâmetros empregados no modelo através da análise do erro de previsão.

Objetivo do modelo

Coleta e análise dos dados

Seleção da técnica de previsão

Obtenção das previsões

Monitoração do modelo
Fonte: Adaptado de Tubino (2017). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PREVISÃO DE DEMANDA
E TA PA S D E U M M O D E L O D E P R E V I S Ã O D E D E M A N D A

OBJETIVO DO MODELO

Consiste em definir a razão pela qual se


necessita de previsões.
COLETA E ANÁLISE DE DADOS
Coletar e analisar os dados históricos
do produto, no sentido de identificar e
desenvolver a técnica de previsão que
SELEÇÃO DA TÉCNICA DE PREVISÃO melhor se adapte.

Decidir pela técnica de previsão mais


apropriada. De maneira geral, existem
técnicas qualitativas e quantitativas. OBTENÇÃO DAS PREVISÕES
Obter as projeções futuras da
demanda. Quanto maior for o horizonte
pretendido, menor a confiabilidade na
MONITORAÇÃO DO MODELO demanda prevista.
Monitorar a extensão do erro entre a
demanda real e a prevista para verificar
se a técnica e os parâmetros
empregados ainda são válidos.

Fonte: Adaptado de Tubino (2017). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PREVISÃO DE DEMANDA
CLASSIFICAÇÃO DA DEMANDA (TIPOS DE CONSUMO)

Em PPCP, também deve ser considerado o comportamento da demanda para a seleção da técnica de previsão, podendo a
demanda ser classificada em:
• Estacional ou média: as flutuações da demanda estão em torno de um valor constante.
• Tendência linear: a demanda cresce ou decresce linearmente.
• Tendência não linear: a demanda cresce ou decresce não linearmente.
• Estacional (sazonal): a demanda cresce ou decresce em determinados períodos (Natal, por exemplo).

Produtos e mercados Produtos e/ou mercados


maduros, em que em crescimento ou a
concorrentes e clientes já empresa tem realizado
são conhecidos. esforços de marketing
bem sucedidos e
sustentáveis.

Ação (às vezes pontual)


bem sucedida da Compra concentrada em
empresa, que surtiu um determinado período
efeito imediato, por de tempo (picos e vales).
exemplo, redução de
preço.

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PREVISÃO DE DEMANDA
DADOS BRUTOS MÉDIA MÓVEL COVID -19

O Consórcio de Veículos de Imprensa divulga desde 9 de julho de 2020 dados mais detalhados sobre a pandemia de Covid-19 no Brasil.
Esses indicadores permitem mostrar onde as mortes causadas pelo novo coronavírus estão aumentando, diminuindo ou estáveis. Para isso,
adotam os seguintes critérios: (1) Média móvel: média de casos ou mortes dos últimos 7 dias; (2) Variação: mudança da média móvel
nos últimos 14 dias; (3) Estabilidade: variações de até 15%, para mais ou para menos.

Fonte: https://especiais.g1.globo.com/bemestar/coronavirus/estados-brasil-mortes-casos-media-movel/ (2021). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PREVISÃO DE DEMANDA
FORD ENCERRA A PRODUÇÃO DE VEÍCULOS NO BRASIL (2021)

Como relacionar tal


fato com previsão de
demanda? Com
PPCP?
Quem tem carro da
marca, vai ficar no
prejuízo?

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PREVISÃO DE DEMANDA
V O LV O E S C A N I A S U S P E N D E M P R O D U Ç Ã O N O B R A S I L ( 2 0 2 1 )

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PREVISÃO DE DEMANDA
PERCENTUAL DE ASSERTIVIDADE

• É importante que as empresas gerenciem o processo de previsão de demanda e garantam ciclos contínuos de melhoria dos resultados.
Para tanto, é necessário analisar e entender os fatores dos atuais resultados (percentual de assertividade).

Para o PPCP,
quanto menor a
variabilidade da
demanda, mais
eficientes serão os
processos.

Fonte: Adaptado de Corrêa (2006). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PREVISÃO DE DEMANDA
HORIZONTE DE TEMPO DA PREVISÃO DE DEMANDA

LONGO PRAZO: MÉDIO PRAZO: CURTO PRAZO:

As previsões de demanda de As previsões de demanda de As previsões de demanda de


longo prazo, de um a cinco anos médio prazo, com cerca de um curto prazo, com horizonte de
geralmente, são altamente ano em geral, têm menor índice tempo de cerca de um a três
agregadas, com considerável de agregação e vão servir para meses, são mais precisas e
margem de erro, e servem como apoio às decisões do possuem o maior índice de
apoio às decisões do planejamento agregado de desagregação possível. É nelas
planejamento da capacidade da produção. que se baseia o planejamento e a
empresa em longo prazo, em execução das atividades de
caráter estratégico. produção.

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PREVISÃO DE DEMANDA
TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA

• As técnicas de previsão podem ser subdivididas em dois grandes grupos: as técnicas qualitativas e as quantitativas. As técnicas
qualitativas privilegiam principalmente dados subjetivos, os quais são difíceis de representar numericamente. Já as técnicas quantitativas
envolvem a análise numérica dos dados passados, isentando-se de opiniões pessoais ou palpites.

Estão baseadas na opinião e


no julgamento de pessoas
chave, especialistas nos
Consistem em analisar os
produtos ou nos mercados
dados passados objetivamente,
onde atuam estes produtos.
dos quais empregam modelos
Podem ser consultados os
matemáticos para projetar a
executivos das principais áreas
demanda futura. As técnicas
da empresa, principalmente da TÉCNICAS TÉCNICAS quantitativas, por sua vez,
área comercial, vendedores QUALITATIVAS QUANTITATIVAS podem ser subdivididas em
que tratam diretamente com os
dois grandes grupos: as
clientes, e os próprios clientes.
técnicas baseadas em séries
Eventualmente, opiniões de
temporais, e as técnicas
especialistas de fora da
baseadas em correlações.
empresa podem ser
necessárias, como, por
exemplo, especialistas em
comércio exterior.

Fonte: Adaptado de Tubino (2017). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PREVISÃO DE DEMANDA
TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA

• De acordo com Tubino (2010), a seleção das técnicas de previsão é a etapa mais importante no modelo de previsão de demanda.

• A confrontação das previsões de demanda com as vendas efetivamente realizadas, ao longo do tempo, contribui para que a empresa vá
desenvolvendo o melhor composto de modelos a ser adotado para suas previsões futuras.

• Enfoque principal deste material de estudo → técnicas quantitativas

• MÉDIAS
TÉCNICAS MODELOS
MATEMÁTICOS • TENDÊNCIAS
QUANTITATIVAS
• SAZONALIDADES

• MÉTODO DELPHI
TÉCNICAS CONHECIMENTOS
E OPINIÕES • ANÁLISE DE CENÁRIOS
QUALITATIVAS
• OPINIÃO DE EXECUTIVOS
• ANALOGIA HISTÓRICA

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PREVISÃO DE DEMANDA
SÉRIES TEMPORAIS

• As séries temporais são técnicas que procuram modelar matematicamente a demanda futura relacionando os dados históricos do
próprio produto com o tempo. Essas técnicas partem do princípio de que a demanda futura será uma projeção dos seus valores
passados, não sofrendo influência de outras variáveis. De acordo com Tubino (2010), “uma curva temporal de previsão pode conter
padrões como: tendência, sazonalidade, variações irregulares e variações randômicas”.

Tendência
70
60 Sazonalidade
50
Demanda

40
30
20 Variação irregular
10 Variação randômica
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
PREVISÃO DE DEMANDA
SÉRIES TEMPORAIS

SAZONALIDADE: TENDÊNCIA: VARIAÇÕES RANDÔMICAS: VARIAÇÕES IRREGULARES:

A sazonalidade se refere a A tendência consiste num Representam as variações São alterações nas demandas
variações cíclicas de curto prazo, movimento gradual de longo aleatórias ou normais que serão passadas resultantes de fatores
relacionadas ao fator tempo, prazo, direcionando os dados. tratadas pela média para tratar excepcionais, como greves ou
como por exemplo, venda de tais soluções. catástrofes climáticas, que não
panetones no Natal ou ovos de podem ser previstas e, portanto,
Páscoa. incluídas no modelo.

Tendência
70
60 Sazonalidade
50
Demanda

40
30
20 Variação irregular
10 Variação randômica
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
MÉDIA MÓVEL SIMPLES

● Média móvel simples:


● Essa técnica usa dados de um número predeterminado de períodos, normalmente os mais recentes, para gerar

sua previsão.

● A cada novo período de previsão substitui-se o dado mais antigo pelo mais recente.

● Vantagem: simplicidade operacional e facilidade de entendimento.

● Desvantagem: armazena um grande número de dados.

● Utilização: para produtos não muito relevantes e demandas estáveis.

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
MÉDIA MÓVEL SIMPLES

● Exemplo 1 - Calcule a previsão para o período 10, ● Exemplo 2 - Admitindo que a demanda de um posto de

utilizando a média móvel de 5 meses e 3 meses dos gasolina nos últimos 9 meses teve o seguinte
dados apresentados na tabela a seguir. comportamento:

Prever a demanda para o 10º mês, empregando a média


móvel com 3, 5 e 6 períodos.

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
MÉDIA MÓVEL SIMPLES

● Gráfico do exemplo 1 (Excel): ● Gráfico do exemplo 2 (Excel):

43
110

41

105
39

100 37

35 Demanda
Demanda
95 MMS3
MMS3
33 MMS5
MMS5
MMS6
90 31

29
85
27

80 25
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
MÉDIA MÓVEL PONDERADA

● Média móvel ponderada:


● Para tentar amenizar a desvantagem de todas as observações terem o mesmo peso, é possível utilizar a técnica

da média móvel ponderada.

● No método da média móvel ponderada, atribui-se um peso a cada um dos dados, sendo que a soma dos pesos

deve ser igual a 1.

𝑀𝑀𝑃𝑛 = 𝐷𝑖𝑝𝑖
𝑖=1
MMPn = Média móvel ponderada de n períodos
Di = demanda ocorrida no período i
n = número de períodos
pi = pesos relativos (soma dos pesos igual a 1)

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
MÉDIA MÓVEL SIMPLES

● Exemplo 3 – Utilizando a tabela do exemplo 1, calcule ● Exemplo 4 - Prever a demanda para o mês de julho da

a previsão para o período 10, utilizando a média móvel empresa “Vem que tem”, tomando-se como base os
de 3 meses, considerando os seguintes pesos: 20% para últimos três meses (5400, 6100 e 5300, respectivamente),
o antepenúltimo período, 30% para o penúltimo período conforme elucidado no gráfico a seguir, utilizando uma
e 50% para o último período. média móvel trimestral com fator de ajustamento de 0,1
para abril, 0,2 para maio e 0,7 para junho.

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
MÉDIA MÓVEL PONDERADA

● Exemplo 5 – (ENADE 2019) A tabela a seguir indica o número de pães produzidos por uma padaria em cada dia

da semana. A previsão de produção de pães no sábado corresponde à média ponderada das quantidades de pães
produzidos na sexta-feira, com peso de 0,5; na quinta-feira, com peso de 0,3; e na quarta-feira, com peso de 0,2.
Nessa situação, o número de pães produzidos no sábado está entre:

a) 2 000 e 2 150.

b) 2 200 e 2 350.

c) 2 375 e 2 400.

d) 2 435 e 2 480.

e) 2 500 e 2 525.

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
MÉDIA MÓVEL EXPONENCIAL

● Média móvel exponencial:


● Mais utilizada pois utiliza apenas três dados por item.

● Fácil operação e entendimento.

● Quanto maior o coeficiente de ponderação, mais rápida a previsão reagirá a uma variação da demanda, podendo

ser determinada conforme equação a seguir:

Mt  Mt 1   Dt 1  Mt 1 

Mt = previsão para o período t


α = coeficiente de ponderação, com 0 ≤ α ≤ 1
Dt-1 = demanda de venda no período t-1
Mt-1 = previsão suavizada para o período t-1

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
MÉDIA MÓVEL EXPONENCIAL

● Exemplo 6 – Determinada empresa consome o produto X (em unidades) em sua linha de montagem. Suponha-se

que seja utilizada uma média de 12 meses e que os valores do consumo real do ano 2 são dados conforme o
quadro a seguir. Adotando α = 0,3 como coeficiente de ponderação, calcule as previsões para fevereiro, março e
abril do ano 2, supondo que a previsão de janeiro do ano 2 é a média móvel dos 12 meses do ano 1.

Consumo (unidades)
Ano 1
Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Consumo real 100 102 101 104 102 101 102 103 103 103 104 103
Ano 2
Consumo real 104 103 103

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
MÉDIA MÓVEL EXPONENCIAL

● Exemplo 7 – Alguns dados preliminares de vendas de veículos elétricos no primeiro semestre de 2020 indicam

que esse crescimento será ainda maior neste ano, apesar da pandemia do Covid-19 e da crise que atinge o setor
automotivo. O Brasil ainda tem poucas opções de modelos, mas esse número deve crescer em um ritmo mais
acelerado a partir de 2021/2022. Um modelo de veículo elétrico de determinada empresa apresenta as vendas
dadas pelo quadro a seguir. A previsão para o mês 11 foi obtida com o modelo da média móvel dos 10 meses
anteriores: 73,10. Calcule as previsões para os meses seguintes, adotando α = 0,3 como coeficiente de
ponderação.

Venda de veículos elétricos (em unidades)


Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Veículos 50 55 63 65 68 73 78 90 91 98 102 107 110 120 130 132

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
PREVISÃO DA TENDÊNCIA

● Tendência: Segundo Tubino (2010), “a tendência refere-se ao movimento gradual de longo prazo da demanda.
O cálculo da estimativa da tendência é realizado pela identificação de uma equação que descreva esse
movimento”.

● Técnicas importantes:
● Equação linear para tendência (regressão linear).

● Ajustamento exponencial para tendência.


Para selecionar o modelo de previsão que mais bem se ajusta aos dados, podem ser
utilizados diferentes métodos:

• Soma acumulada dos erros da previsão (SAE).


• Erro quadrado médio (EQM).
• Desvio Padrão (DP).
• Média da soma dos erros absolutos (MSEA).

Erro → Entende-se como erro (E) a diferença entre o valor real (V) e a previsão (P):
E=V-P
Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
PREVISÃO DA TENDÊNCIA

● Equação linear para tendência (regressão linear):


● O objetivo da regressão linear simples consiste em encontrar uma equação linear de previsão, do tipo Y = a + bX.

● Y representa a variável dependente a ser prevista.

● X representa a variável independente da previsão.

● Dica de cálculo no Excel:

● A função do Excel INTERCEPÇÃO fornece o valor de “a”.

● A função do Excel INCLINAÇÃO fornece o valor de “b”.

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
PREVISÃO DA TENDÊNCIA

● Exemplo 8 – Uma indústria do ramo metalmecânico gostaria de realizar a previsão de demanda para uma família

de produtos presentes em sua ferramentaria. Para isso, a mesma dispunha de dados de 8 semanas conforme
verificado no quadro a seguir. Identifique o comportamento da demanda pelo método de regressão linear e encontre
as previsões para os períodos 9 e 10.

Mês (X) Demanda (Y) 540

1 450 520
y = 12,738x + 421,43
R² = 0,7668

2 430 500

3 470
480

4 480
460

5 450
440
6 500
420
7 520 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

8 530

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
PREVISÃO DA TENDÊNCIA

● Equação linear para tendência (regressão linear):


● Para obter mais informações sobre a regressão realizada, pode-se ainda calcular o valor do coeficiente de
correlação (r). O coeficiente de correlação mede a direção e a força da relação entre variáveis, sendo um valor entre
–1 e +1, a saber:

1. Quanto mais próximo de +1 → mais forte é a correlação positiva entre as variáveis (inclinação positiva).
2. Quanto mais próximo de –1 → mais forte é a correlação negativa entre as variáveis (inclinação negativa).
3. Um coeficiente de correlação com valor próximo de zero → significa uma baixa correlação entre as variáveis
consideradas.

● Dica de cálculo no Excel:

● A função do Excel CORREL fornece o valor do coeficiente


de correlação.
Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
PREVISÃO DA TENDÊNCIA

● Análise do coeficiente de correlação:

Fonte: FM2S (2019). Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
PREVISÃO DA TENDÊNCIA

● Exemplo 9 – Um produto industrial apresentou vendas dos últimos seis meses conforme dados do quadro a

seguir. Pede-se:

a) Ajuste uma reta (calcule sua equação).

b) Determine a previsão para julho, agosto e setembro.

c) Calcule e analise o resultado do coeficiente de correlação r.


Vendas em unidades
410
Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set.
400
Consumo real 340 355 365 375 390 401 ? ? ?
390
y = 12x + 329
R² = 0,996
380

370

360

350

340

330
0 1 2 3 4 5 6 7

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
PREVISÃO DA TENDÊNCIA

● Ajustamento exponencial para tendência (ajustamento sazonal): índice de sazonalidade


● A sazonalidade caracteriza-se pela ocorrência de variações.

● A sazonalidade é expressa em termos de quantidade, ou de uma porcentagem, da demanda que se desvia dos
valores médios da série.

● O valor aplicado sobre a média é conhecido como índice de sazonalidade.

● A forma mais simples de considerar a sazonalidade nas previsões de demanda consiste em empregar o último
dado da demanda, no período sazonal da questão e assumi-lo como previsão.

● 1º passo: dividir a quantidade de cada trimestre pela média do ano.

● 2º passo: determinar a média de cada trimestre dos anos.

● 3º passo: calcular a previsão para cada trimestre, aplicando-se os coeficientes de sazonalidade.

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA
PREVISÃO DA TENDÊNCIA

● Exemplo 10 – No quadro a seguir constam os dados de consumo de um produto nos últimos quatro anos e
deseja-se determinar a previsão de demanda trimestral do ano 5 pelo método de ajustamento sazonal, sabendo-se
que, nesse ano, devem ser consumidas 2500 unidades.

Consumo em unidades
Trimestre Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
1 45 70 100 100
2 335 370 585 725
3 520 590 830 1160
4 100 170 285 215
Total 1000 1200 1800 1800
Média 250 300 450 550

Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes


PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP)
Prof. Me. Eng. José Ribamar Moraes
Unidade 1

Você também pode gostar