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Introdução

O presente trabalho é fruto duma pesquisa elaborada no âmbito da conclusão do curso de


Licenciatura em PAGE, sendo objecto de avaliação por partedo corpo docente da Faculdade de
Ciências e Psicologia da Universidade Pedagógica, Delegação de Nampula. Tem como tema “ O
impacto da transformação das Escolas Primárias Completas em Escolas Secundárias na
Cidade de Nampula, no posto Administrativo de Natikiri, particularmente à escola Secundária
de Teacane, no ano de 2012.
No que concerne a esta pesquisa, é um trabalho ligado a transformação escolar, onde se tem uma
visão de que a expansão ou transformação significa necessidade de recursos ou custos. Na falta
desses recursos ou custos ora em questão, está claro e sem sombras de dúvidas de que o PEA
ocorrerá fragilizado e a própria qualidade do ensino se espelha pela Instituição transformada ora
com escassez de recursos.
O objecto de estudo é o ensino Secundário com identificação clara do problema que tem a ver
com a transformação das escolas primárias completas em escolas secundárias na Cidade de
Nampula, Posto Administrativo de Natikiri, onde a expansão em causa apresenta uma
insuficiente provisão em termos de recursos, sobretudo no que diz respeito aos financiamentos,
espaços escolares e pessoal docente.

A ideia de pesquisar um tema relacionado com a Província de Nampula, para o estudo,


fundamenta-se em dois pressupostos: Ser e ter frequentado todos níveis de ensino (primário,
secundário e superior) na mesma Província e por último, ser o local que tem muita influência e
expansão demográfica e urbana que justifica claramente a necessidade da transformação de
escolas primárias completas em escola secundária, pois se faz sentir muita procura do ensino à
todod níveis, apesar da insuficiência de provisão de recursos sobretudo de infra-estruturas e
pessoal docente.

A pesquisa compreendeu um estudo sobre a transformação através de técnicas de recolha de


dados à amostra, sobretudo pela técnica de entrevista e observação participante além de outras
informações, documentos patentes nas políticas educativas a nível nacional e internacional, como
base teórica.

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Com esta pesquisa analisar-se o impacto da transformação das escolas primárias completas
em escolas secundáriasna Província de Nampula procurando mecanismos de gestão do
sistema educacional tendo em conta a improvisação das infra-estruturas e do pessoal naquela
escola (EST) e descobrir mecanismos de fortalecimento da administração do ensino secundário
inserido no meio.

A estrutura do trabalho apresenta três capítulos, nomeadamente a introdução geral; Capítulo I é o


esboço metodológico onde contempla o problema, a justificativa, os objectivos, a hipótese, a
metodologia de pesquisa; capítulo II – Transformação escolar – apresenta-se a fundamentação
teórica no contexto de adaptação das escolas e do pessoal docente como pressupostos básicos
para a implantação de um nível de ensino, para além disso, faz-se a descrição das consequências
directas dessas condições materiais e humanas, respectivamente o rendimento escolar e qualidade
de ensino. O capítulo III - apresentação, análise e interpretação dos dados – dedica-se à
apresentação do historial da pesquisa e o resultado do estudo sob uma análise baseada nos
objectivos e hipóteses, através da análise dos dados e respostas obtidos durante a pesquisa. Na
parte final apresenta-se a conclusão e as sugestões, onde se sumariza o resultado final da
pesquisa, tem ainda, neste trabalho, os apêndices, o anexo e a bibliografia final.

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CAPÍTULO I: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

1.1 Problematização
O processo de transformação de Escolas Primárias em Secundárias acontece em muitas Zonas do
País assim como em alguma parte do mundo, trata-se, pois, de desenvolvimento do sistema
educativo a nível da base.

Em primeiro lugar, a maior parte de Escolas são concebidas como Primárias, isto no âmbito da
preparação da carta escolar. Tais escolas, como é o caso da Escola Secundária de Teacane, foram
apenas concebidas para leccionarem o nível básico, suas salas de aulas, pátio, recursos existentes,
casas de banho entre outras situações, são apenas para crianças com idades compreendidas entre
06 à 15 anos.

Na cidade de Nampula, a maior parte de Escolas sofreram transformação de Primárias para


Secundárias como são os casos de Escola Secundária 12 de Outubro, Namicopo, Maparra,
Teacane, Nampaco, Barragem, entre outras passaram por este processo, na implementação de
Políticas de Educação, conforme (MINED, 1995:31).

A melhoria da qualidade e relevância da educação será alcançada através de medidas que


actuem sobre os determinantes da eficácia escolar, nomeadamente a reforma curricular, a
melhoria da qualificação do corpo docente favorecendo as acções de formação inicial e
contínua, apoio pedagógico, modernização dos métodos de ensino e provisão de material;
reabilitação e apetrechamento das escolas.

Entretanto, nota-se que a expansão dos níveis de ensino não é acompanhada pela formação de
professores nem pela construção de novos edifícios. Assim, elevou-se o nível de ensino e
mantiveram os níveis e as condições dos professores e as salas de aulas. Claro que um dos
aspectos mais salientes na Cidade de Nampula, em particular o Bairro de Natikiri onde se
encontra localizada a escola é o elevado número da população escolarizável; de acordo com os
dados do CMCN, entre os anos de 2010 à 2012 a população daquele bairro aumentou
significativamente.

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Apegue no caso concreto da actual Escola Secundária de Teacane, a mesma começa com a
implantação apenas da EPC de Teacane e, depois de algum tempo passou a funcionar como EPC
e Secundária no mesmo recinto escolar, com único director, único chefe da secretaria e dois
pedagógicos. Consequências disso, os alunos da EPC passaram na sua maioria a sentar debaixo
das árvores por insuficiência de salas de aulas que passaram para alunos da escola secundária.

Muitos alunos ficaram congestionados nas salas porque cada uma delas era composta por cerca
de 90 alunos. Primeiro, o número é bastante elevado, segundo, as salas não foram concebidas
para alunos do Ensino Secundário. Outra preocupação, foi o facto de mudança de horário lectivo
de 45’ para 40’ para os alunos do primeiro turno (manhã), porque a entrada na Escola deve
coincidir com os alunos da EPC, o que torna mais difícil ainda melhorar a qualidade de ensino.

Outra situação, consideravelmente constrangedora, é o facto da gestão do espaço, mesmo que se


queira aumentar salas de aulas, casas de banho, ginásios e postos de saúde será quase impossível
porque a demarcação do espaço que era apenas concebida para EPC é insuficiente, o que vai criar
embaraços com o local que a Escola possui. Devia-se, pois, olhar para esta situação no início em
que o Município deve ter atenção na alocação de espaços para a construção de infra-estruturas
Sociais (Escolas, Hospitais, Esquadras, Mercados, etc.), pressupondo que um dia pode-se
aumentar ou expandir a infra-estrutura ora em causa. A qualidade do PEA fica cada vez mais
comprometida o que leva o proponente a seguinte questão: Qual é o impacto da transformação
de Escolas Primárias em Secundárias para a Gestão Escolar?

Com esta questão levantada, a pesquisa tem como objecto de estudo a transformação escolar.
Uma transformação escolar deve prever as condições materiais e humanas e a sua provisão é
garantia da implantação e execução do plano de gestão que o sistema educativo pode traçar, caso
isso não se verifique a eficiência e a eficácia desse plano é duvidosa e pode ser considerado como
inoperacional.

1.2 Justificativa
A escolha deste tema surge na medida em que o País clama pela qualidade do processo de ensino
e aprendizagem nas Escolas, em que tal componente é tarefa de todos intervenientes que fazem
parte do mesmo processo para melhor encontrar soluções afinas, contrariamente aos anos
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transactos após a Independência do País em que a Educação era tarefa do Governo, ademais,
actualmente, com o regime Multipartidário e Democrático com sistemas temporais quinquenais,
constitui Política e estratégia do PECC 2006/2011 a expansão da rede Escolar ao longo de todo o
País.

Face ao cumprimento da decisão em alusão, verifica-se quase em todo Moçambique a expansão


do nível Secundário, ora pela construção de Escolas Secundárias não padronizadas em termos de
espaços, infra-estruturas, corpo docente, etc. Ou mesmo porque as Escolas Primárias são
acopuladas ou transformadas para suportarem o Ensino Secundário.

Face aos fenómenos retro mencionados “ Construção de Escolas Secundárias não padronizadas e
a transformação de Escolas Primárias em Secundárias”, na opinião do proponente, devem antes
de mais, olhar para todas as vertentes que estão por detrás dessa política tendo em conta a
realidade da escola e conjugando o futuro da urbanização territorial, que cada vez mais se
caracteriza por um nível muito alto de crescimento, dos alunos assim como dos funcionários em
geral, no intuito de impedir constrangimentos futuros.

A motivação que leva o proponente a estudar o tema, parte do princípio que se trata de um tema
que merece muita atenção, uma vez que envolve vários factores peculiares que podem trazer
implicações no futuro do ensino. Tais implicações apesar de transparecerem simples para serem
geridas, a verdade é que o problema está cada vez mais agudizando-se e alargando-se,
dificultando a própria Administração e Gestão Escolares, pois o PEA ocorre fragilizado, por falta
de infra-estruturas, espaço e corpo docente, atendendo o pressuposto nos objectivos do Ensino
Secundário moçambicano.

Falar de transformação de Escolas é mais um pressuposto fundamental de Gestão Escolar porque


trata-se de aspectos que estão directamente ligados com o futuro do ensino em Moçambique e
não só, como também, do tipo de formação que queira se desenvolver aos nossos alunos.

As Escolas Secundárias têm uma grande e extrema importância no País, pois, descongestionam
automaticamente os alunos formados no nível básico, permitindo novos “in puts” para as Escolas
Primárias e por outro lado, os “out puts” da Escola Primária são absorvidos pela Escola
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Secundária que dotar-lhes-á de conhecimentos para o mercado de emprego (conforme os


objectivos do ESG no PEEC – 2006/2011), outros vão para formação Técnica e superior. Deste
modo, é importante que isso aconteça, mas as condições devem ser previamente definidas com
sucesso para o desenvolvimento educativo a nível da cidade de Nampula e, da Escola Secundária
de Teacane, em particular.

1.3 Objectivos

1.3.1 Objectivo geral


O objectivo desta pesquisa é analisar o impacto da transformação de Escolas Primárias
Completas em Secundárias para a gestão escolar.

1.3.2 Objectivos específicos


Para concretizar o objectivo geral acima, propõe-se os seguintes objectivos específicos:
 Identificar as implicações existentes no acto da transformação das EPC’s em Secundárias;
 Descrever as consequências da transformação de escolas primárias em secundárias; e,
 Propor medidas adequadas de gestão para a transformação de escolas primárias em
secundárias.

1.4 Hipótese
Encontrada a questão, descrita anteriormente na problematização, tem-se as seguintes hipóteses1:

 Hipótese 1: O processo de transformação de escolas primárias em secundárias influi na


qualidade de formação dos alunos do ESG;

 Hipótese 2: O processo de transformação de Escolas Primárias em Escolas Secundárias


origina a improvisação dos recursos contribuindo para fraca qualidade de ensino.

Do que se sabe é que a melhoria da qualidade de ensino é uma proposta que em si só não é
realizável, depende, no entanto, da disponibilidade ou capacidade institucional de todo o sistema

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Hipóteses são soluções tentativas previamente seleccionadas, do problema de pesquisa (RICHARDSON,
1999:104).
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educativo. Não havendo disponibilidade material e de pessoal docente a capacidade institucional


enfraquece-se, e enfraquecendo esta, a qualidade de ensino terá de ser fraca. Isso acontece
quando se improvisa o funcionamento normal de um dos elementos de um sistema, o que,
finalmente, afecta todo o sistema. É nesta óptica que se procura correlacionar as condições dos
edifícios escolares, do pessoal docente e do material didáctico com a qualidade do ensino aí
oferecido, neste caso na Escola Secundária de Teacane (2012).

Tabela 1: Resumo das hipóteses, variáveis e indicadores

Hipótese Variáveis Indicador Técnica


Hipótese 1: O processo de (x): Transformação - Expansão das redes - Entrevista
transformação de escolas de escolas primárias Escolares;
primárias em secundárias, influi em secundárias - Acesso directo de
na qualidade de formação dos Finalistas da EPC ao
alunos do ESG ESG;

(y): influi na - Insuficiência de salas - Observação


qualidade de de aulas, - Entrevista
formação dos alunos - Insuficiência de
do ESG. pessoal qualificado

Hipótese 2: O processo de (x): Processo de - Falta de espaço para - Entrevista


transformação de Escolas transformação de construção de novas
Primárias em Escolas Escolas Primárias infra-estruturas;
Secundárias origina a em Escolas - Procura de
improvisação dos recursos Secundárias funcionários
contribuindo para fraca qualificados.
qualidade de ensino
(y): improvisação - Professores de nível - Observação
dos recursos e fraca primário leccionam - Entrevista
qualidade de ensino níveis Secundários:

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- Fraca assimilação
dos conteúdos por
parte dos alunos
Fonte: proponente, 2012.
1.5 Metodologia de pesquisa

1.5.1 Tipo de pesquisa


Quanto a abordagem, a pesquisa é qualitativa. Portanto, pressupõe-se que os envolvidos têm um
conhecimento prático e representações relativamente elaboradas que formam uma concepção de
vida e orientam as suas acções individuais. Segundo MARKONI e LAKATOS (2009: 268,269)
“metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos,
descrevendo a complexidade do comportamento humano. Esta fornece uma análise detalhada
sobre as investigações, hábitos, tendências de comportamento”.

Quanto aos objectivos a pesquisa é descritiva pois, durante a pesquisa, recorrer-se-á a descrição
de aspectos e fenómenos para a consecução do objectivo da pesquisa. Segundo GIL (1999: 45) “a
pesquisa descritiva tem como objectivo primordial a descrição das características determinadas
do fenómeno em estudo, ou estabelecimento de relações variáveis”.

No que concerne a pesquisa em estudo, procurou-se descrever detalhadamente os motivos que


leva a escola a aderir o ensino secundário uma vez que as condições físicas da escola ainda não
favorecem para uma aprendizagem daquele nível.

Para BOGDAN & BIKLEN (1994:48):

Na investigação qualitativa e descritiva, os dados recolhidos são em


forma de palavras ou imagens e não de números. Os resultados escritos da
investigação contêm citações feitas com base nos dados para ilustrar e
substanciar a apresentação. Os dados incluem transcrições de entrevista,
notas de campo, fotografias, vídeos, documentos pessoais, memorandos e
outros registos oficias.

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Quanto ao procedimento de estudo a pesquisa é descritivo, pois, visa descrever um problema


através de técnicas padronizadas de colecta de dados, que no caso vertente serão utilizadas a
observação directa e entrevista semi-estruturada, procurando levantar e descrever informações
sobre a transformação de escolas primárias em secundárias na Escola Secundária de Teacane.

1.5.2 Universo e amostra


A pesquisa foi realizada na Província de Nampula, Cidade de Nampula, Posto Administrativo
Municipal de Natikiri e, sendo assim, o universo foi a comunidade escolar da Escola Secundária
de Teacane, que circundada por 14 EPC’s do Posto Administrativo de Natikiri.

Como amostra, o estudo abrangeu cerca de 15 indivíduos, dentre os quais gestores escolares,
professores de várias categorias e pais e/ou encarregados de educação2, distribuídos conforme a
tabela a seguir:

Tabela 2: Resumo da amostra


Descrição
Amostra Total Técnica usada
H M H&M
Gestores escolares 3 0 3
Professores 3 3 6 Entrevista estruturada
Membros da comunidade escolar 3 3 6
Total 9 6 15
Fonte: adaptada pelo proponente, 2012.

1.5.3 Técnicas de recolha de dados


Sustentando-se nos pressupostos e a teoria de base adoptados, esta pesquisa envolverá
fundamentalmente os discursos dos sujeitos envolvidos. Assim, os instrumentos a serem usados
para a recolha de dados serão a observação e entrevista semi-estruturada.

 Observação participante

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São pais e/ou encarregados de educação provenientes das EPCs que circunscrevem a comunidade escolar da EST,
nomeadamente: Pedreira, Muthimacanha, Acordos de Lusaka, Mulhaco.
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A observação participante foi feita de forma directa e serviu como uma técnica auxiliar. A opção
por este tipo de observação relacionou-se com o facto de crer interferir no estado das condições
infra-estruturais e do material didáctico existente naquela escola. Além de fazer a observação das
condições infra-estruturais e do material didáctico o estudo incidiu sobre os mapas estatísticos e
de aproveitamento pedagógico dos anos (2010-2012).
Segundo LAKATOS e MARKONI, (1990: 90) “observação é uma técnica de colecta de dados,
para conseguir informações de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver
e ouvir, mas também em examinar factos, que se desejam estudar”. Portanto, neste trabalho, vai
servir para observar os aspectos relacionados com a transformação de escolas primárias em
secundárias, uma vez tratar-se de algo observável. Dos aspectos destacam-se o tipo de infra-
estrutura escolar, as dimensões de salas de aulas assim como o espaço escolar no seu todo.

 Entrevista:
Na entrevista obedeceu-se a rigidez da estrutura das perguntas, num esquema fixo que se seguia
as questões que eram geralmente abertas de modo que o entrevistado pudesse ter possibilidade de
desenvolver a resposta dada. Foi dirigida aos gestores escolares, aos professores para saber o
impacto da transformação escolar em relação aos efectivos e ao processo de ensino
aprendizagem, além de técnicas de ensino usadas no ensino geral e aos pais e/ou encarregados de
educação para saber qual era o ganho pela transformação escolar naquele ponto da cidade de
Nampula.

De acordo com GIL (1999:118) “entrevista é uma técnica em que o pesquisador se apresenta a
frente do investigado e formula perguntas, com intuito de obter dados que interessam a
investigação”. Na presente pesquisa, a entrevista terá como população alvo, a direcção da escola,
e gestores da educação, de modo a colher a sua sensibilidade sobre a transformação de escolas
primárias em secundárias no que concerne aos anos da sua experiencia de trabalho, capacitações
internas, recursos humanos qualificados, anos de formação, entre outras.

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CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Teoria de base


Para fazer a pesquisa sobre o impacto da transformação das Escolas Primárias Completas em
Escolas Secundárias na Cidade de Nampula: Caso da Escola Secundária de Teacane (2012), o
proponente baseou-se nos seguintes autores da teoria de expansão escolar ou de adaptação dos
espaços escolares: MARTINS, José do Prado, Administração escolar (1999); MATANGUE,
Alípio de Jesus Zacarias, Microplanificação da educação: texto de apoio (2003), NIVAGARA
Daniel, Módulo de formação em administração, gestão e supervisão escolar, (2005), TELES J. F.
de Sá. Supervisão e Administração Escolar: Princípios e Técnicas; LUCK, Heloisa. Gestão
educacional: uma questão paradigmática. 1ª ed. Petrópolis, RJ. Vozes, 2008, e os seguintes
documentos: MINED, Política e estratégias de implementação de educação resolução nº 8 / 95
(1995), REPÚBLICA DE MOCAMBIQUE, Plano Estratégico da Educação e Cultura (2006);
MEC, e Agenda do Professor (2006).

De acordo com LUCK (2008:28): O gestor educacional deve ser chamado a responder as
várias exigências que as comunidades costumam a dar no sentido de facilitar o seu
desenvolvimento. O gestor deve ser uma personalidade munida de competências e
estratégias que lhe facilite tomar decisões amplamente fundamentais para o rápido
crescimento da escola.

2.2 Definição de conceitos

 Transformação

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A definição do conceito de transformação tem sua base em Ciências Naturais. Analogamente, o


termo é aplicado em outras áreas do saber como a educação que, etimologicamente, significa
mudar de posição.
Transformação do latim transformatione = trans ("movimento para além de",
"através de"; "posição para além de"; "posição ou movimento de través") +
formatione ("ato, efeito ou modo de formar") é ato ou efeito de transformar (-se),
vale dizer, dar nova forma, feição ou carácter a algo, abstracto ou concreto,
pessoal ou não; tornar (-se) diferente do que era; mudar (-se), alterar (-se),
modificar (-se), transfigurar (-se), metamorfosear (-se) (FERREIRA,
2005:1723).
 Gestor educacional:
Qualquer que seja a organização é necessário que haja recursos para serem operacionalizados e,
tais recursos, devem devidamente ser geridos por uma personalidade designada por gestor. No
que concerne a educação, o gestor educacional é o garante para o andamento das actividades,
como sustenta LUCK (2008:27):

Gestor educacional é aquela personalidade que estimula e encoraja seus


professores a buscar o significado de suas actividades profissionais,
questionando o valor e a utilidade de sua própria mediação a seus alunos, da
mesma forma, outros parâmetros da aprendizagem mediada, como a mediação
do sentimento de competência, a mediação da atitude de compartilhar, a
mediação do desafio e a mediação do sentimento de pertença, deveriam ser
discutidos e analisados, pois têm implicações igualmente importantes no que se
refere às qualidades da relação do gestor com seus colaboradores.

Daí, ser fundamental que haja gestores qualificados no seio da educação para que os objectivos
previamente definidos sejam devidamente alcançados na sua plenitude.

 Escola
A escola é considerada como sendo o local segundo o qual se transformam ideias em acções no
sentido de se ter novas descobertas, soluções para problemas, invenções entre outras, por isso,
diz-se que a escola “é o lugar ou espaço reservado para apenas proceder questões relacionadas
com o processo de ensino e aprendizagem e, nada mais do que isso se pode considerar de
escola…” (Saviani; 2007,76).

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Mas, para outros estudiosos consideram que a escola como o principal campo para a
transformação do indivíduo, para a mudança de atitude e concepção do indivíduo, purifica e
estabiliza e, ainda equilibra o homem em todos os sentidos. Com isso, MARTINS (1999:115)
sustenta que a escola “é o espaço no qual se processa a educação em seu aspecto formal, logo,
em que há a comunicação educativa entre quem ensina e quem aprende”.

 Educação
Todavia, o carácter universal do ensino fundamental, definido em lei, torna a escola um ponto de
convergência de diversos meios sociais, traz para o seu seio os mais variados valores expressos
na diversidade de atitudes e comportamentos das pessoas que a integram. Podemos perceber
então que o ensino é algo universal.

Segundo FERREIRA (1993:197), educação “é um processo que visa a promover o


desenvolvimento do indivíduo através do desencadeamento de todas as suas potencialidades”. É
necessário perceber que a partir da educação as pessoas aprendem a lidar com os outros de
diferentes pontos do mundo como algo fundamental para a comunicação entre as pessoas.

Deste modo, a educação é processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral


do ser humano. Para MEC (2007) a “Educação é um processo que visa a formar e desenvolver o
indivíduo em todos aspectos da sua natureza, segundo a sua realidade e objectivando ao
atendimento de todas as suas necessidades individuais e sociais”. A educação é um sistema
dinâmico.

2.3 O processo de transformação no sistema educativo


As transformações no sistema educativo acontecem em todas as áreas de actuação começando
pelos recursos humanos, financeiros e materiais. A mesma tem como objectivo primordial
reconstituir os órgãos de actuação como forma de manter a estabilidade educativa em
desenvolvimento contínuo e sistemático.

Transformação é um processo de conversão de elementos ou estruturas existentes de um sistema


social, no caso das Ciências Humanas, em outras estruturas mais ou menos elaboradas ou
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avançadas, para uma determinada função que se aplicada sobre um grupo dá modificação do
sistema macro da sociedade.

Assim, o fenómeno de transformação é uma teoria do valor que implica a mudança de estado
físico (ou fase) da matéria, de um para o outro desconhecido, concebidos dentro de uma política a
que se chama de política de transformação que é um conjunto de processos interdisciplinares que
visam criar condições desejáveis e sustentáveis em comportamento e em forma – para indivíduos,
comunidades, organizações e sistemas, propostos como de fim e de utilidade sociais. No que toca
a política de transformação dos projectos educativos, as bases ou elementos estruturais são os
recursos materiais, humanos e financeiros como condição necessária para que o empreendimento
tenha eficácia, como argumenta MARTINS (1999:93):
Todo empreendimento só alcançará êxito se três condições forem satisfeitas:
capacidade, vontade e recursos. Em termos de educação, a vontade consiste na
disposição e na aceitação da proposta por quem implanta, o governo, e por quem
recebe, a população (…). A capacidade está afecta ao pessoal que planejará e
implementará. O recurso inclui esse pessoal e mais as disponibilidades físicas,
materiais e financeiras.

Assim a transformação ou adaptação de estabelecimentos de ensino deve ter em conta esse


pressuposto, nomeadamente as disponibilidades dos espaços escolares e do pessoal docente, para
ser eficaz, implicará, também qualidade do ensino como pressuposto em si mesmo, embora a
expansão da rede escolar seja um imperativo. O conceito de transformação escolar surge como
uma forma de expandir a rede escolar – expansão escolar do nível secundário, no caso concreto
do tema em destaque.

Para SAVIANI (1999:44) “percebe-se que as transformações sociopolíticas contribuíram para o


fortalecimento do papel do supervisor e seu desenvolvimento que é fundamental no processo
educacional”. Todo o processo educativo tem em conta as transformações sociopolíticas do país.

Uma das situações que se encontra por detrás das transformações na educação é o facto da
qualidade de ensino que tanto se almeja e os indicadores apontam um ligeiro atraso em relação ao
tempo que se vem falando.

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MEC (2006:10) sustenta que “a qualidade e eficiência do Ensino Primário devem ser reforçadas,
com a melhoria nas taxas de conclusão, diminuição de entradas de alunos acima da idade na 1ª
classe, especialmente raparigas, redução das repetições e desistências, e uma redução no custo
unitário por graduado, como metas”.

A implementação intensificada do novo currículo do Ensino Primário, uma ampla elevação da


qualidade e desenvolvimento profissional dos professores e uma direcção mais forte a nível das
escolas irão contribuir para estes objectivos. Será também necessário mais progresso na redução
das desigualdades de género no acesso, devendo ser reduzidas as assimetrias dentro e entre as
regiões do país, a nível de recursos disponíveis para a Educação.

O ensino de qualidade exige a inclusão de canais para acelerar o fornecimento e a manutenção do


material básico, livros, equipamento e mobiliário; melhorar a qualidade do ensino através de
programas intensivos de formação em serviço e permanente desenvolvimento profissional dos
professores. Por isso, esta estratégia trata da necessidade de se desenvolver o apoio ao
professorado como uma carreira e a necessidade de um quadro de progressão na carreira
envolvendo todos os aspectos dos termos e condições dos professores e de se encorajar uma
maior retenção de professores formados no Sistema.

2.4 Expansão escolar como indicador da qualidade de ensino


A expansão escolar é um processo que consiste em alargar a rede escolar para atender a demanda
social que o sistema é exigido. Nisto é preciso que haja recursos disponíveis. A expansão escolar
tem por finalidade facilitar a acessibilidade da população escolarizável existente na região.

Para TELES (1967:159) nesta análise incluem-se alunos, professores e escola propriamente dita:
edifício, móveis, mobiliário, material didáctico e demais utensílios de ensino. O número de
alunos implica abertura, transformação ou adaptação escolar. Contudo para que estes aprendam
precisam da disponibilidade de pessoal docente qualificado para que lidem pedagógica e
didacticamente com os educandos; dos espaços escolares que influenciam decisivamente na
educação dos meninos, motiva aprendizagem (op.cit:160). Outro factor na expansão escolar é o
material didáctico que facilita a ligação da teoria à prática, durante a assimilação dos
conhecimentos.
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Estudos feitos permitem perceber que a preocupação pela transformação das escolas primárias
completas em escolas secundárias é extensiva ao Ministério da Educação, bem como da
sociedade em geral, mas que isso deve ser acompanhado por recursos materiais, humanos e
financeiros. Apesar do esforço que tem vindo a ser desenvolvido no âmbito da massificação do
ensino, em todo o país, a rede escolar do 1º ciclo do ensino secundário assenta, ainda, numa
lógica de utilização de edifícios escolares maioritariamente caracterizados por uma
inultrapassável dispersão geográfica, para além de uma evidente e significativa carência de
meios, recursos e instalações escolares que permitam responder com eficácia às actuais
exigências educativas, cada vez mais amplas e abrangentes.

Esta realidade, de carência de meios para adaptação ou transformação escolar, que corporiza uma
indesejável dispersão de recursos financeiros, materiais e humanos, parece acentuar, ainda mais,
os desequilíbrios locais e regionais que urge ultrapassar e que, por si só, impõem uma
diferenciação negativa entre as zonas rurais e as zonas urbanas.

O sistema educacional de um povo é condicionado, ou determinado


tendencialmente, pelo nível de sua evolução. Num país desenvolvido, ou em via
de desenvolvimento, não pode surgir um sistema educacional altamente
sofisticado ou quando este é imposto por mimetismo cultural, revela cedo e
implacavelmente sua falta total de operacionalidade (TOSCANA, 1999:12).

O processo de transformação enfrenta, muitas vezes, problemas de adaptabilidade 3 a novas


exigências do ambiente. Isto se deve a fraca capacidade institucional que as nossas escolas têm,
sobretudo as do campo. Assim, na análise do problema de transformação das EPC s em Escolas
Secundárias, deve-se questionar sobre as condições infra-estruturais e do pessoal docente, além
do material didáctico como pressupostos básicos na adaptação escolar.

2.4.1 Pressupostos básicos na transformação escolar


A transformação de escolas primárias completas em escolas secundárias está enquadrada no
PEEC, visando dar maior acesso e melhoria da qualidade do ensino. É nesta perspectiva que

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Adaptabilidade – é característica dos factores de produção que permite o ajustamento das suas quantidades a
quantidades de produção pretendida em função do tempo disponível para realizar (GOIS et al, 2002:85).
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foram traçados os três objectivos do PEEC para o período de (2006-2010/11), nomeadamente;


dar maior aceso e retenção no sistema de ensino 4; maior qualidade e relevância de formação
integral do cidadão e maior capacidade das instituições do sector.

E, o MEC desenhou várias acções para o alcance dessas metas, no seguinte: “como pode-se ver,
os dois primeiros objectivos representam finalidades estratégicas, enquanto o objectivo 3
representa o meio para o qual se pretende alcançar os dois primeiros objectivos” (MEC,
2006:75). A problemática dos recursos nas instituições educativas, no país em geral, mas
especificamente nas escolas do ensino secundário, sobretudo no meio rural, é uma realidade.
Contudo, a análise sobre este fenómeno tem em conta a realidade económica do país e que o
diagnóstico escolar, também deve ser visto de forma específica porque; a normalização dos
indicadores de eficácia e eficiência dos serviços educacionais:

Depende do país, das regiões, dos materiais existentes, dos recursos financeiros
disponíveis, da política de financiamento e notavelmente da repartição das
responsabilidades entre o governo central, autoridades locais, encarregados de
educação, das condições socioeconómicas das comunidades, condições
climatéricas, etc. (MATANGUE, 2003:4).

De acordo com a ideia desse autor, deve-se ter em conta os padrões de análise da eficácia interna
e externa que indicam o que na verdade deve ser feito quando se adapta ou se transforma um tipo
de estabelecimento (instalação) para um exercício pedagógico.

A transformação escolar de um nível de ensino para outro, deve, na sua planificação prever os
recursos a serem aplicados, como refere o Relatório Nacional do Desenvolvimento Humano 2005
que “o crescimento necessário para se atingir a universalização da educação básica pressupõe
um aumento considerável de professores que será preciso formar” (PNUD, 2006:45).

Tomando em conta a citação acima, vê-se que a transformação duma escola, de um nível para
outro, passa necessariamente, por uma planificação em todos níveis mas que, é preciso reter o
seguinte: um dos aspectos fundamentais que precisa ser analisado cuidadosamente, antes de se

4
Um dos focos de acção para a concretização deste objectivo é o aumento do acesso ao Ensino Secundário e Ensino
Técnico-Profissional como instrumento para o desenvolvimento pessoal e económico (MEC, 2006:39).
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18

implantar o plano, diz respeito aos recursos necessários ao desenvolvimento normal das
actividades programadas (MARTINS, 1999:154).

Durante a realização das actividades do plano, se der falta esta componente, dificilmente pode se
atingir os objectivos do plano (eficácia e eficiência), neste caso o plano educacional, definido na
política geral da educação.

Na política geral de educação (sobre a Estratégia e Implementação da Educação em


Moçambique, desde 1995), está explicito, sobre o ESG, que a construção, a reabilitação e
apetrechamento das escolas fazem parte de prioridades na estratégia de expansão como factores
que condicionam a melhoria da qualidade e relevância deste nível de ensino MINED (1995:28).
Assim, são pressupostos básicos para a transformação escolar as condições infra-estruturais e do
pessoal docente e o material didáctico. Só assim, o PEA pode ser eficaz e eficiente e contribuir
para o reforço da qualidade de ensino em geral e, no ESG1, em particular.

 Condições infra-estruturais
As condições infra-estruturais constituem um dos factores preponderantes na análise das
condições da escola pelo facto de servirem de motivação tanto aos alunos como aos professores e
demais gestores educacionais.

Para tal, TELES (1967:161) afirma que a localização, o tamanho do prédio escolar deve ser
tomadas em conta no levantamento das condições de implementação da transformação escolar.
Quanto a este aspecto, a análise incidiu sobre o número de salas de aulas, casas de banho, campos
para desporto e prática de educação física, blocos administrativos, pátios para recreio e outros
espaços escolares.

O edifício escolar é a condição fundamental na análise de infra-estruturas e deve, segundo


MARTINS (1999:123) apresentar pátio amplo, conjunto de sanitários asseados, salas de aulas
de tamanho adequado, bem iluminadas e arejadas, biblioteca. Assim no estudo sobre a
transformação escolar foram contemplados todos estes aspectos, em relação ao número de
alunos, para saber qual é o seu rácio.

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Portanto as condições infra-estruturais fazem parte dos pressupostos básicos no processo de


adaptação ou transformação escolar, sendo necessária a sua provisão quando se queira
implementar programas de género.

 Condições do pessoal docente


Os padrões de referência do pessoal docente para o ensino secundário em Moçambique são
caracterizados pela formação psicopedagógica. Além disso fazem parte desta análise os anos de
experiência e as qualificações pessoais.

Para tal deve ser dado maior ênfase aos professores de formação pedagógica para que as práticas
educativas sejam renovadas como refere DELORS et al (2004:160) que “deve ser dada atenção
especial ao recrutamento e aperfeiçoamento dos professores de formação pedagógica a fim de
que, com o tempo, possam contribuir para a renovação das práticas educativas”. Um dos pré-
requisitos fundamentais para levar a qualidade da educação relaciona-se com o bom desempenho
didáctico, pedagógico e social dos professores. Por isso a sua formação e actualização devem
visar, prioritariamente, a melhoria do seu desempenho.

É nessa óptica que o PEEC prevê a formação do pessoal docente como se pode ver no MEC
(2006:40): “qualificação de mais professores, através do fortalecimento de programas de
formação em serviço e de desenvolvimento contínuo de professores, como o CRESCER”. Mas
tratando-se do ensino secundário, esta formação deve ter um perfil próprio que responda as
exigências deste nível. O SNE contempla a formação de professores de todos os níveis de ensino.

Actualmente para o ensino secundário devem ser professores: “indivíduos mobilizados e


seleccionados e submetidos a um curso intensivo profissionalizante de um ano, com maior
enfoque nos conteúdos científicos de especialidade, 1 ano de duração” (op.cit:46). O professor
precisa ser formado para enfrentar a prática educativa, extra-lectiva e de desenvolvimento
profissional. O número e a qualidade dos professores, a disponibilidade de espaços e do corpo
docente podem afectar o horário e determinar, desta forma o número de alunos por turma e a
qualidade de educação oferecida.

 Material didáctico
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20

Além do edifício escolar e do pessoal docente qualificado, a implementação da transformação


escolar exige que haja material didáctico a altura do nível a ser implementado. Assim este
elemento de análise culmina o trabalho de questionamento e MARTINS (1999:124), diz que
constituem questões a se ter em conta na análise do material didáctico as seguintes:
a) O prédio e o mobiliário da escola são adequados?
b) Os professores encontram boas condições para desenvolver seus trabalhos?
c) A escola tem condições para concretizar os objectivos a que se propõe?

Basicamente para o trabalho efectuado nesta pesquisa procura-se compreender a disposição dos
mapas, carteiras, livros e outros meios didácticos, que contribuem, directa ou indirectamente no
rendimento escolar.

Além dos dois pressupostos, nomeadamente condições infra-estruturais e do pessoal docente, os


meios de ensino completam o condicionamento de aprendizagem do aluno assim como do
próprio professor, servindo-se, da base de motivação. Para este aspecto DELORS et al
(2004:161) salienta que:

A qualidade da formação pedagógica e do ensino depende em larga medida da


qualidade dos meios de ensino, em especial, dos manuais (…). Meios de ensino
de qualidade podem ajudar os professores com formação deficiente a melhorar
tanto a sua competência pedagógica como o nível dos próprios conhecimentos.

O rendimento escolar e, consequentemente, a qualidade de ensino dependem da motivação dos


intervenientes directos do PEA, nomeadamente aluno e professor, através da disponibilidade de
meios materiais, sobretudo o material didáctico e a sua falta ou insuficiência “perigam” a
eficiência do PEA.

2.4.2 Visão de desenvolvimento e melhoria da qualidade de ensino


A visão do desenvolvimento da Educação e o contexto de políticas descrito nas secções
anteriores determinam, em larga medida, os objectivos e metas gerais do Sistema de Educação
em Moçambique, durante os próximos cinco anos (2006-2010/11). O PEEC é um plano

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estratégico que será usado como um ponto de referência por todos os parceiros do Sistema, para
se atingir esses objectivos e metas. (MEC, p. 17).

A expansão do acesso e a melhoria da qualidade no ensino secundário terá de ser uma área de
principal enfoque no PEEC, por três razões:

 Primeiro, a melhoria nas taxas de retenção e de conclusão no ensino primário já estão a


aumentar a procura pelo ensino secundário, e esta pressão por um maior acesso
continuará a aumentar.

 Segundo, o crescimento económico também depende das escolas secundárias produzirem


graduados qualificados para as empresas públicas e privadas em Moçambique. É deste
nível que a maioria dos professores e administradores do sistema de educação e não só,
são recrutados.
 Terceiro, as escolas secundárias também produz candidatos ao ensino superior. Por isso, o
desafio é encontrar um caminho equilibrado para o crescimento do ensino secundário que
responda a estes objectivos, fazendo isto dentro de um contexto de expansão orçamental
limitada para o subsistema, tendo em consideração as necessidades de expansão e
melhoria de outras partes do sistema.

2.5 Importância do ensino secundário


A importância do Ensino Secundário para alcançar o Ensino Primário Universal, parapromover o
crescimento económico e o desenvolvimento social sustentado assim como o tratamento de
problemas relativos à pobreza foi reforçada durante a implementação do PEE I. As principais
realizações incluem:

 Elaboração e disseminação de uma estratégia para o ensino secundário baseada na


consulta com os vários parceiros no sector e que reflecte a prioridade considerável das
questões relacionadas com o género e HIV/SIDA;

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 Aumento das admissões no nível secundário: 3,3 vezes o número no início do PEE I
(1999); e, Expansão da rede de escolas secundárias, mais de metade das quais estão
localizadas nos distritos onde anteriormente não havia escolas secundárias;

 O início de um processo abrangente (2003) de reforma curricular para tratar de questões


de qualidade e relevância e assegurar que o currículo do ensino secundário está
adequadamente ligado ao recentemente revisto currículo do ensino primário, e que
também responde a uma gama mais ampla de necessidades dos alunos. 34

De acordo com BRANDAO (1999:99) “os teóricos nos direccionam a pensar que as questões
concretas que influenciaram a prática escolar não nasceram dentro delas (escola), mas,
alimentam-se da sociedade como um todo”. De facto nem sempre o que pensamos ser melhor
para a educação é o que necessitamos.

2.6 Os desafios do gestor educacional


A única personalidade que deve estar por detrás da transformação das escolas deve ser o gestor
educacional, pois, necessita-se um gestor capaz de revitalizar o sistema educativo tornando-o
mais eficiente.

Para LUCK (2008:24) o gestor educacional deve acompanhar a velocidade das mudanças e
fornecer a tempo as respostas requeridas, pois a escola contemporânea exige dos seus gestores a
modernização dos processos administrativos, a reformulação de funções, o realinhamento das
decisões e, o mais importante, a participação da comunidade educacional na decisão dos novos
rumos a serem seguidos em direcção ao futuro.

Todavia, possuir habilidade humana para interagir com as pessoas, entendendo-as como seres
únicos com características específicas e que reagem de forma particular frente a diversas
situações e compreendendo suas atitudes e comportamentos. Por fim, a habilidade conceitual que
se relaciona à habilidade do gestor educacional para trabalhar com os aspectos mais complexos
22
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da instituição e estabelecer o ajuste necessário para que os membros da comunidade educacional


possam nela conviver e actuar de forma produtiva, satisfatória e motivadora.

Segundo COSTA (1997:12) o trabalho do gestor deve se apoiar em três tipos de habilidades
essenciais: técnica, humana e conceitual. Ou seja, o profissional de gestão educacional deve deter
conhecimentos técnicos que o habilitem a utilizar-se adequadamente de métodos e técnicas para
solução de questões pedagógicas ou administrativas próprias da rotina da instituição, como as
relacionadas à coordenação pedagógica ou aos sectores administrativos.

Daí a necessidade de se abordar com maior ênfase aquilo que se convencionou chamar de
profissionalização do gestor, ou seja, o reordenamento de sua capacidade gerencial em bases
mais abrangentes, além da estritamente pedagógica, como o diagnóstico da instituição dentro e
fora do âmbito educacional, que lhe irá permitir tomar medidas para modernizar os
procedimentos administrativos, criar condições propícias para a auto-gestão, redefinir metas e
objectivos condizentes com a nova realidade que se pretendem imprimir.

CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

3.1 Apresentação dos dados


Quanto à apresentação dos dados destacam-se, os seguintes aspectos: apresentação geral da EST,
em termos de localização geográfica, historial, infra-estrutura escolar e efectivos escolares;
pessoal docente no que toca a sua efectividade, entre outras informações referentes aos anos de
2010 à 2012.

3.1.1 Caracterização da Escola Secundária de Teacane

 Localização geográfica da escola:


A EST localiza-se ao ocidente da cidade de Nampula, no posto administrativo municipal de
Natikiri, na unidade comunal 6º congresso. A EST, localiza-se no Bairro de Natiquiri, a sudeste
da Cidade de Nampula. Sensivelmente a 7 km da cidade.
23
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 Breve historial da escola:


A EPC e Secundária de Teacane, foi construída durante a guerra civil com a finalidade de criar
lugar de ensino para as crianças da população que fugiam da guerra nos distritos da província de
Nampula e se encontravam assentada naquele bairro (Natiquiri).

De acordo com as nossas fontes, esta escola já vinha funcionando mas, somente com o nível
primário e, ao longo do tempo os alunos foram aumentando até surgir a necessidade para uma
escola do nível secundário.

A actual EST começou a funcionar nas instalações do régulo Mureveia com cerca de 50 alunos e
com o crescimento da comunidade escolar, fez com que houvesse a transferência das instalações
do régulo Mureveia para Teacane, local onde actualmente funciona a escola. O nome Teacane
vem graças a um rio que nasce nas proximidades da escola, que responde pelo mesmo nome.

A necessidade foi encaminhada a entidade competentes no sistema educativo da cidade de


Nampula. Daí, como estava nos planos da Direcção da Educação de Nampula expandir cada vez
mais o ensino secundário, então o pedido foi aceite e mais tarde a ser implementado o ensino
secundário junto a escola do nível primário.
Até então, a EPC e Secundária de Teacane, lecciona para o termo EPC, de 1ª à 7ª classe
enquanto, para EST, lecciona de 8ª à 10ª classe, com direcção diferente mas ocupando o mesmo
espaço.

 Infra-estrutura escolar:
Na EPC e Secundária de Teacane, a saúde escolar está condicionada aos Centros de Saúde 25 de
Setembro que de certa maneira fica longe para estas pessoas que residem na parte norte do bairro
enquanto para os da zona sul, estão virados ao Centro de Saúde de Marere.

Quanto a maneira de conservação do edifício escolar, dizer que a EPC e Secundária de Teacane,
apresenta salas de aulas em condições não muito favoráveis, visto que as construções são antigas
e não possibilitam harmonia para que a aprendizagem ocorra da melhor maneira. Também, de
referir que a escola apresenta um gabinete para director, director adjunto pedagógico, salas de
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reuniões, secretaria, biblioteca e ainda uma alfaiataria escolar como forma a fabricar uniformes
para a escola.

A escola caracteriza-se por apresentar 6 blocos, composto por 3 salas de aulas de cada, onde se
totaliza o número de 19 turmas, onde algumas turmas funcionam ao relento, num número de 8
turmas. A falta de salas de aulas na EPC de Teacane obriga os alunos a aprenderem debaixo das
árvores, estando desta feita expostos ao sol, chuva, poeira, elementos que concorrem
grandemente para o insucesso do processo de ensino e aprendizagem.

 Direcção e gestão da escola:


A Escola Secundária de Teacane, está composta pela seguinte direcção:
Director da escola.
Director Adjunto pedagógico do 1º Ciclo, Curso Diurno.
Director Adjunto pedagógico do 1º Ciclo, Curso Nocturno.
Chefe da secretaria (administrativo).
Gestor de recursos humanos.

De salientar que esta direcção escolar trabalha em conjunto para que permita um rápido
crescimento em termos dos objectivos preconizados a nível da escola bem como dos objectivos
macro implementados pelo MEC e ainda pela Nação.
 Horário escolar:
O horário é o meio através do qual esses recursos são organizados para oferecer um máximo de
oportunidades e alternativas educacionais aos alunos, da maior forma mais eficiente (custo-
eficaz).

Contudo, a organização do horário é o método pelo qual o currículo chega aos alunos. O director
de escola tem um certo número de recursos a seu dispor – os professores, as áreas de ensino, as
finanças e o tempo.

De referir que o horário normal dos funcionários da direcção da escola é de 8 horas, isto é, das
7:30H às 15:30H. A nível do horário dos alunos, comporta 5 no período de manha e de tarde e,
para o período nocturno comporta 5 aulas. O período de manha inicia com as actividades às
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6:30H e termina às 11:30H. O período de tarde inicia as 12:30H e termina as 17:30H, enquanto o
período nocturno inicia as 17:45H e termina as 22:55H.

Para a efectivação de actividades a nível da direcção tem-se marcado encontros com os


professores por grupos de disciplina para a planificação semanal, mensal e trimestral das aulas,
isto é, uma planificação conjunta.

Para se efectuar as actividades a nível dos alunos são marcados encontros nos sábados nos
período de manha para as respectivas limpezas do pátio escolar e por isso que, é uma escola
limpa tanto dentro como fora das salas de aulas apesar de possuir poucas arvores de sombras o
que deixa preocupado a direcção da escola em inverter esta situação existindo deste modo um
projecto de plantio de árvores de frutas para enriquecer o meio escolar.

O que se pode notar é o facto de as aulas terem a durabilidade de 40’ ao em vês de 45’ que é o
recomendado. Este factor deve-se a existência da EPC no mesmo recinto e ocupando mesmas
salas de aulas. Mais um motivo que se chama atenção aos gestores escolares na gestão de espaços
escolares como consequência do fraco desempenho dos alunos e professores e da qualidade de
ensino.

3.2 Apresentação, análise e interpretação dos discursos dos entrevistados


Foram entrevistados 03 gestores escolares, 06 professores e 06 pais e encarregados de educação
com os seguintes códigos (Gesc; Prof. Peed), respectivamente, numa sequência de cinco (05)
perguntas para cada (ver apêndices). A apresentação e análise dos dados que se segue, teve duas
fases: primeiro as respostas dadas e a percentagem correspondente, tendo como total de quinze
(15) indivíduos e, segundo, a interpretação dos mesmo em relação a percentagem das respostas e
possíveis análises em relação as mesmas.

3.2.1 Expansão das redes escolares


A primeira questão colocada ao grupo-alvo foi a seguinte: O que é necessário para expansão das
redes escolares? A mesma tinha como objectivo principal compreender as medidas a ter em conta
26
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na expansão da rede escolar uma vez se tratar de um dos aspectos fundamentais na transformação
de escolas primárias em secundárias.

A mesma questão foi respondida em 100% na ordem de 03 gestores que para se expandir a rede
escolar é necessário que haja muito esforço por parte das autoridades competentes em educação,
mais tudo isso acontece graças aos recursos humanos, financeiros e materiais, e devem ser
altamente geridos olhando para os objectivos reais que se pretendem alcançar.

Na mesma questão, 03 professores correspondendo a 50% afirmaram que trata-se de um assunto


que diz respeito a direcção da escola e que os mesmos devem se responsabilizar pela expansão da
mesma e, para outros 03 professores correspondendo a mais 50% afirmaram que é um assunto
que preocupa a todos os intervenientes do PEA começando pelos órgãos máximos de hierarquia
(MEC) uma vez que todas as escolas se subordinam a esta entidade, não se esquecendo também
de pessoal qualificado.

Continuando a questão, 06 Peed correspondendo a 100% afirmaram que é importante a expansão


da rede escolar porque o desenvolvimento educativo das crianças é dinâmico e não estático, daí,
ser necessário o contributo de todos os que se juntam a educação fazer sua parte no sentido de
permitir que cada vez mais e melhor aumentar o nível de aprendizagem dos alunos.

A qualidade de ensino é o marco que tem estabelecido vários debates a nível mundial, com a
controvérsia da massificação da educação, hoje denominada “Educação Para Todos”. Enquanto
se levanta o acesso a educação massiva, onde todos devem ter acesso, em África e outros Estados
como é o caso de Moçambique, não possuem condições financeiras e organizacionais suficientes,
devem ser apoiados, comportando limitações, deixando muita margem a vontade própria ao
arbítrio de intervenção.

Por outro lado, para se atingir os ODM não é suficiente o crescimento e a expansão da rede
escolar; é preciso elevar a qualidade da educação, isto é, a escola deve garantir que os alunos
adquiram e desenvolvam os conhecimentos, habilidades e atitudes preconizadas pelo currículo
escolar (PNUD, 2006:44).

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É preciso que a escola promova o acesso que é acompanhado pelo desabrochar no indivíduo das
suas potencialidades como ponte para melhorar as condições da sua família e consequentemente
contribuir para o desenvolvimento socioeconómico do meio em que vive. Isso é ilustrado pelas
taxas de promoção, reprovação e desistência que dão o feedback dos resultados que facilitam a
aceitação ou não do sistema para ser tido como de qualidade ou não.

A qualidade de ensino no nível secundário é um imperioso visto que este nível produz além de
candidatos ao ensino superior alunos que por falta de vaga e oportunidade no ensino superior vão
para o mercado de emprego, muitas vezes, sem se ter que passar por uma formação profissional,
o que implica, apenas, garantir o tal posto de emprego pelos conhecimentos, habilidades e
atitudes adquiridos neste ensino por um lado. Também este ensino promove o auto emprego, por
outro lado, contribuindo, desta feita para o desenvolvimento integral e social.

Com isso, conclui-se que para se expandir a rede escolar é necessário que haja participação
conjunta a nível do sistema educativo com destaque aos recursos humanos, materiais e
financeiros.

3.2.2 Acesso directo de finalistas da EPC ao ESG


Para os nossos entrevistados foi seleccionada a seguinte questão: Os finalistas da EPC têm
acesso directo ao ESG? A mesma tinha por objectivo perceber se os graduados da EPC na
mesma escola tinham acesso directo ao ESG, uma vez que a transformação de escolas acontece
no mesmo espaço.
Na questão, os gestores escolares na ordem de 03 correspondendo a 100% afirmaram que de
facto todos os alunos que graduam na EPC têm acesso ao ESG sem passar por processos
burocráticos, aliás, um dos propósitos da introdução do ESG foi a partir do número de alunos
existentes na EPC com idade e classe para frequentar o ESG.

Alguns professores, concretamente 04 na ordem dos 76% afirmaram que de facto é notório
encontrar alunos no ESG em quase todas as salas de aulas oriundos da EPC como fruto da
implementação de mudança de escolas, o que realmente contribui para diminuir as distâncias que
poderiam percorrer mudando-se para outras escolas, mas, para 24% desses professores,

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aproximando a 02 afirmaram que nem todos alunos têm acesso directo ao ESG porque as vezes
mudam de escolas por falta de vagas, o que não poderia ter que acontecer.

Para os Peed as respostas foram contrarias porque 50% na ordem de 03 afirmaram o mesmo que
os 24% dos professores supramencionados em que há falta de vagas e, para outros 50%
afirmaram que as faltas de vagas estão relacionadas com o comportamento da direcção
pedagógica da escola porque a maior parte de alunos que ficam na escola são conhecidos, filhos
de professores ou familiares, e deixam de lado os que outrora estudavam na mesma escola, o que
compromete significativamente a dinâmica de vida de tais alunos que ficam sem vagas para
estudar.

A qualidade de ensino é um dos propósitos do PEEC (2006-2010/11) para o ensino secundário


que passa necessariamente pela disposição de boas condições infra-estruturais e do pessoal
docente qualificado. A expansão do acesso e a melhoria da qualidade no ensino secundário terá
de ser uma área de principal enfoque, por três razões: melhorias nas taxas de conclusão do ensino
primário, crescimento económico, os alunos formados no ensino secundário são candidatos ao
ensino superior.

Conclui-se que a maior parte dos alunos que frequentam o ESG na Escola Secundária de Teacane
é fruto da transformação de EPC uma vez que são os mesmos que permanecem na escola mas,
em contrapartida, nem todos os alunos têm acesso directo à escola uma vez que existe um
comportamento dos dirigentes em dar oportunidade seus familiares, amigos, vizinhos,
conhecidos em troca ou não de algo mas, é que o facto prejudica os alunos que vivem perto da
escola sendo obrigados a abandonar de estudar ou mesmo se sacrificar numa outra escola mais
longe da sua casa.

3.2.3 Insuficiência de salas de aulas


Sobre as salas de aulas, procurou-se saber: Que implicações trás a insuficiência de salas de aulas
para o processo de ensino e aprendizagem? Esta questão tinha por objectivo perceber como é
que os alunos podem aprender estando congestionado por falta de espaço na sala de aulas.

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Os gestores escolares afirmaram em 100% na ordem de 03 que é uma realidade que a escola vive
porque as salas de aulas são insuficientes e alguns alunos estudam ao relento, principalmente, os
da EPC que se lecciona debaixo de árvores na sua maioria, isto deve-se uma parte por falta de
salas de aulas que a EST está a utilizar e, consequentemente, trás implicações negativas ao PEA.

Na mesma ordem de ideias, 100% de professores correspondendo a 06, afirmaram que de facto
as turmas ao relento que se vive na escola é uma tremenda preocupação para todos, alunos,
direcção e professores, assim como para Peed que vêem seus filhos debaixo de mangueiras para
aprender, consequentemente, a sua aprendizagem não é satisfatória. Daí, para os alunos no final
de cada trimestre, pode se notar a fraca assimilação dos conteúdos, aproveitamento pedagógico
negativo, caligrafias indesejadas pelos seus Peed, comportamento não satisfatório, entre outras
atitudes de alunos que ainda falta muito por aprender.

Os Peed lamentaram em 100% na ordem de 06 membros, que a direcção da escola, em


concordância com a DPE foram infelizes na introdução do ESG porque não tiveram em conta
estas situações. “Os nossos filhos correm riscos de serem mordidos por bichos, paus na cabeça,
chuvas, frios, poeiras, e nós não temos o que fazer”, lamentaram.

NERÍCI (1991:344-352) define como aulas precárias aquelas em que a sala ambiente; sala de
aulas; a biblioteca especializada; recursos audiovisuais; biblioteca geral; a motivação por parte do
aluno; formação psicopedagógica por parte do professor, entre outros elementos estão ausentes
no processo de ensino e aprendizagem.

Com isso, conclui-se que as salas ao relento influenciam negativamente para aprendizagem dos
alunos uma vez que não são espaços concebidos para decorrer o PEA. O que está por detrás dessa
situação é o facto da transformação da escola sem ter em conta certos aspectos que
negativamente estão a se fazer sentir. As escolas não foram concebidas para receber alunos do
ESG mas sim para os da EPC o que neste momento, na realidade, os alunos não se encontram
numa aprendizagem condigna.

3.2.4 Insuficiência de pessoal qualificado

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31

Em relação ao pessoal que trabalha na escola, seu nível de formação, foi questionado o seguinte:
Quais são os motivos da insuficiência de pessoal qualificado na escola? A mesma questão tinha
como objectivo crucial conhecer o nível de qualificação dos profissionais, principalmente, dos
gestores escolares.

No que concerne aos gestores escolares, 01 na ordem dos 33,3% que é o director da escola é
licenciado em Ensino de Geografia pela UP de Nampula, 01 na ordem de 33,3% que é o DAP é
licenciado em Ensino de Matemática pela UP de Nampula e, 01 que é o DAA na ordem dos
33,3% é formado no Instituto Industrial e Comercial de Nampula (Mecânica).

De acordo com CHIAVENATO (2002: 121) “Recursos humanos qualificado é o garante para o
funcionamento de uma organização. Trata-se de personalidade que tem a função de gerir e
encontrar alternativas de resolver todos os problemas oriundo de actividades internas e externas à
organização…”.

Daquilo que constitui a gestão de rh é necessário compreender que deve-se colocar homem certo
no lugar certo como forma de eficientemente se alcançar os objectivos traçados. Mas, o que se
notou nenhum formado em gestão escolar estava para auxiliar o trabalho o que dificilmente
podemos encontrar pessoal qualificado na escola.

3.2.5 Falta de espaço para construção de novas infra-estruturas


Depois de analisar todas as questões, foi-se perceber: O que está por detrás da falta de espaço
para construção de novas infra-estruturas? Com objectivo de analisar o que condiciona a falta
de mais salas de aulas para que os alunos não se sentem ao relento.

Os gestores educacionais na ordem de 03 correspondendo a 100% afirmaram que para que se


constrói mais salas de aulas é necessário ter recursos financeiros, principalmente, mas vontade é
o que não falta. Se for a se analisar no ano antepassado (2011) foram construída mais 03 salas de
aulas para descongestionar os alunos, infelizmente, os alunos tendem a aumentar o que não
chegou e ainda se procura recursos para aumentar as salas.

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Os professores foram unânimes em 100% na ordem de 06 ao afirmar que é necessário a


construção de mais salas de aulas mas se verifica o facto de estar duas escolas no mesmo recinto
o que fica mais difícil gerir.

Os Peed afirmaram em 100% também na ordem de 06 que a fraca participação que a comunidade
dá a escola contribui para que muitos objectivos não sejam alcançados. Todas as actividades não
são colaborado com os Peed, apenas se observa os resultados que não costuma a ser satisfatórios.

De acordo com LUCK (2008:45) os gestores educacionais devem fazer o acompanhamento das
actividades tendo em conta todos recursos existentes na escola, devem ademais, fazer a
racionalização dos recursos com vista a alcançar os objectivos preconizados.

Conclui-se que a falta de espaço para a construção de mais salas de aulas provem da junção de
duas escolas no mesmo recinto, a EPC e a EST o que dificulta a construção de salas, brincadeiras
das crianças no recreio, controlo de entrada e saída de pessoas estranhas, aumento de
marginalidade e comportamentos indesejados, entre outras acções.

3.3 Verificação das hipóteses


Durante a concepção do projecto desta pesquisa foi formulada a hipótese de partida sobre o
problema da transformação das Escolas Primárias em Escolas Secundárias. A seguir ilustra-se a
comprovação das seguintes hipóteses:

Hipótese 1: O processo de transformação de escolas primárias em


secundárias influi na qualidade de formação dos alunos do ESG

De acordo com os dados obtidos a partir dos nossos entrevistados, para os gestores escolares, é
necessário que se dinamize a escola e encontre outras vias alternativas para que os alunos
aprendam, isto porque, nem todos os alunos têm oportunidades de continuar com seus estudos em
escolas privadas ou distanciadas das suas casas, por isso, seja fundamental que se transforme as
escolas primárias em secundárias para assegurar a continuidade dos seus estudos.

32
33

Quanto aos professores e encarregados de educação, afirmaram que de facto trata-se de


desenvolvimento e os alunos devem ganhar outra dinâmica a partir de classes posteriores. A
maior parte desses alunos são carentes e necessitam de muita ajuda uma vez que seus familiares
são desempregados e camponeses. Por isso, é fundamental que haja apoio para os ajudar. Com
estas declarações a hipótese foi comprovada.

Hipótese 2: O processo de transformação de Escolas Primárias


em Escolas Secundárias origina a improvisação dos recursos
contribuindo para fraca qualidade de ensino

Após os dados recolhidos naquela Escola Secundária de Teacane, vê-se que a improvisação dos
espaços escolares e do pessoal docente aumenta a fraca capacidade institucional. São 19 turmas
do ESG a funcionar em apenas 08 salas. E, além dessas turmas, existem 16 turmas do EP1 e EP2
sob a gestão de outra direcção no mesmo recinto escolar que funcionam em estabelecimentos
impróprios e debaixo das árvores. Em Didáctica, sabe-se que os espaços escolares constituem a
base da motivação e, a motivação facilita a aprendizagem e se os alunos aprendem bem; o ensino
tem qualidade.

Assim, fica comprovada a hipótese de que a improvisação dos espaços e do pessoal docente na
transformação das escolas primárias completas em escolas secundárias contribui para a fraca
qualidade de ensino na EST.

Conclusão

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A pesquisa levada a cabo com o tema transformação das escolas primárias completas em escolas
secundárias: caso da Escola Secundária de Teacane (2012), conseguiu analisar o impacto da
transformação das escolas primárias completas em escolas secundárias na Cidade de Nampula.
Identificou-se, que as condições dos espaços escolares e do pessoal docente, na transformação
escolar contribui para a fraca capacidade institucional, dum lado, embora facilite o acesso ao
ensino secundário nesta cidade, onde muitos graduados, sobretudo provenientes do Posto
Administrativo de Natikiri, não tinham acesso.

De acordo com as pesquisas efectuadas foi possível analisar que a maior parte dos alunos que
frequentam o ESG na Escola Secundária de Teacane é fruto da transformação de EPC uma vez
que são os mesmos que permanecem na escola mas, em contrapartida, nem todos os alunos têm
acesso directo à escola uma vez que existe um comportamento dos dirigentes em dar
oportunidade seus familiares, amigos, vizinhos, conhecidos em troca ou não de algo mas, é que o
facto prejudica os alunos que vivem perto da escola sendo obrigados a abandonar de estudar ou
mesmo se sacrificar numa outra escola mais longe da sua casa.

Com isso, conclui-se que as salas ao relento influenciam negativamente para aprendizagem dos
alunos uma vez que não são espaços concebidos para decorrer o PEA. O que está por detrás dessa
situação é o facto da transformação da escola sem ter em conta certos aspectos que
negativamente estão a se fazer sentir. As escolas não foram concebidas para receber alunos do
ESG mas sim para os da EPC o que neste momento, na realidade, os alunos não se encontram
numa aprendizagem condigna.

Também, a falta de espaço para a construção de mais salas de aulas provem da junção de duas
escolas no mesmo recinto, a EPC e a EST o que dificulta a construção de salas, brincadeiras das
crianças no recreio, controlo de entrada e saída de pessoas estranhas, aumento de marginalidade e
comportamentos indesejados, entre outras acções.

Sugestões
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Na tentativa de contribuir para melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem através da


transformação de escolas primárias em secundária, sugere-se o seguinte:

As salas de aulas e os edifícios escolares são aspectos fundamentais que se deve tomar em
consideração para que o PEA decorra em boas condições, o que não se notou na escola porque
existe cerca de 19 salas de aulas e dessas 08 funcionam ao relento, portanto, sugere-se que se
envide esforços no sentido de permitir que se construa mais salas de aulas nem que sejam com
material precário no sentido de albergar os alunos para que não corram riscos de contrair doenças
facilmente.

Os recursos humanos (rh) qualificados são o garante para que se alcance os objectivos
previamente definidos, com isso, notou-se que na EST nenhum dos membros de direcção tem
qualificações para responder a área pela qual ocupa, daí, sugere-se que é necessário colocar
homem certo no lugar certo como forma de eficientemente se alcançar os objectivos traçados
assim como para garantir eficazmente a gestão escolar.

Para se atingir objectivos escolares um dos requisitos é a participação conjunta de todos os


membros de uma organização, todavia, sugere-se que para se expandir a rede escolar é necessário
que haja participação conjunta a nível do sistema educativo com destaque aos recursos humanos,
materiais e financeiros. E, essa participação deve partir necessariamente que haja colaboração e
entendimento entre a direcção da escola, professores e Peed.

Elaborar projecto de angariação de fundos para a compra de material didáctico e do mobiliário


escolar para superar ou minimizar a falta de livros que influencia no uso de técnicas tradicionais
pelos professores.

Enfim, a solução do problema passa necessariamente pela fortificação da capacidade institucional


da Escola Secundária de Teacane.

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Apêndices

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Apêndice 1: Guião de entrevista para gestores escolares


Meu nome é Aníbal Custódio Paulo, o presente guião tem em vista colher dados dos gestores escolares acerca de
transformação de escolas primárias em secundárias na Escola Secundária de Teacane, trabalho referente ao final de
curso de Licenciatura em PAGE.

1. O que é necessário para expansão das redes escolares?


R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

2. Os finalistas da EPC têm acesso directo ao ESG?


R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

3. Que implicações trás a insuficiência de salas de aulas para o processo de ensino e


aprendizagem?
R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

4. Quais são os motivos da insuficiência de pessoal qualificado na escola?


R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

5. O que está por detrás da falta de espaço para construção de novas infra-estruturas?
R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

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Apêndice 2: Guião de entrevista para professores


Meu nome é Aníbal Custódio Paulo, o presente guião tem em vista colher dados dos professores acerca de
transformação de escolas primárias em secundárias na Escola Secundária de Teacane, trabalho referente ao final de
curso de Licenciatura em PAGE.

1. O que é necessário para expansão das redes escolares?


R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

2. Os finalistas da EPC têm acesso directo ao ESG?


R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

3. Que implicações trás a insuficiência de salas de aulas para o processo de ensino e


aprendizagem?
R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

4. Quais são os motivos da insuficiência de pessoal qualificado na escola?


R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

5. O que está por detrás da falta de espaço para construção de novas infra-estruturas?
R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

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Apêndice 3: Guião de entrevista para pais e encarregados de educação


Meu nome é Aníbal Custódio Paulo, o presente guião tem em vista colher dados de encarregados de educação acerca
de transformação de escolas primárias em secundárias na Escola Secundária de Teacane, trabalho referente ao final
de curso de Licenciatura em PAGE.

1. O que é necessário para expansão das redes escolares?


R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

2. Os finalistas da EPC têm acesso directo ao ESG?


R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

3. Que implicações trás a insuficiência de salas de aulas para o processo de ensino e


aprendizagem?
R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

4. Quais são os motivos da insuficiência de pessoal qualificado na escola?


R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

5. O que está por detrás da falta de espaço para construção de novas infra-estruturas?
R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
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______________________________________________________________________________

Apêndice 4: Resumo de respostas sobre o guião de entrevista

Tabela 3: Resumo de respostas sobre o guião de entrevista


Nr Pergunta Freq. Resposta %
Para se expandir a rede escolar é necessário que haja
muito esforço por parte das autoridades competentes
03 Gesc em educação, mais tudo isso acontece graças aos 100
recursos humanos, financeiros e materiais, e devem
01 O que é ser altamente geridos olhando para os objectivos
necessário para reais que se pretendem alcançar
expansão das Trata-se de um assunto que diz respeito a direcção da
redes escolares? 03 Prof. escola e que os mesmos devem se responsabilizar 50
pela expansão da mesma
É um assunto que preocupa a todos os intervenientes
do PEA começando pelos órgãos máximos de
03 Prof. hierarquia (MEC) uma vez que todas as escolas se 50
subordinam a esta entidade, não se esquecendo
também de pessoal qualificado
É importante a expansão da rede escolar porque o
desenvolvimento educativo das crianças é dinâmico e
06 Peed não estático, daí, ser necessário o contributo de todos 100
os que se juntam a educação fazer sua parte no
sentido de permitir que cada vez mais e melhor
aumentar o nível de aprendizagem dos alunos
De facto todos os alunos que graduam na EPC têm
03 Gesc acesso ao ESG sem passar por processos 100
burocráticos, aliás, um dos propósitos da introdução

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do ESG foi a partir do número de alunos existentes


02 Os finalistas da na EPC com idade e classe para frequentar o ESG
EPC têm acesso De facto é notório encontrar alunos no ESG em quase
directo ao ESG? 04 Prof. todas as salas de aulas oriundos da EPC como fruto 76
da implementação de mudança de escolas, o que
realmente contribui para diminuir as distâncias que
poderiam percorrer mudando-se para outras escolas
02 Prof. Nem todos alunos têm acesso directo ao ESG porque 24
as vezes mudam de escolas por falta de vagas, o que
não poderia ter que acontecer
03 Peed Há falta de vagas 50
As faltas de vagas estão relacionadas com o
comportamento da direcção pedagógica da escola
03 Peed porque a maior parte de alunos que ficam na escola 50
são conhecidos, filhos de professores ou familiares, e
deixam de lado os que outrora estudavam na mesma
escola, o que compromete significativamente a
dinâmica de vida de tais alunos que ficam sem vagas
para estudar
É uma realidade que a escola vive porque as salas de
aulas são insuficientes e alguns alunos estudam ao
03 Gesc relento, principalmente, os da EPC que se lecciona 100
Que implicações debaixo de árvores na sua maioria, isto deve-se uma
03 trás a parte por falta de salas de aulas que a EST está a
insuficiência de utilizar e, consequentemente, trás implicações
salas de aulas negativas ao PEA
para o processo De facto as turmas ao relento que se vive na escola é
de ensino e uma tremenda preocupação para todos, alunos,
aprendizagem? direcção e professores, assim como para Peed que
06 Prof. vêem seus filhos debaixo de mangueiras para 100
aprender, consequentemente, a sua aprendizagem não

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é satisfatória. Daí, para os alunos no final de cada


trimestre, pode se notar a fraca assimilação dos
conteúdos, aproveitamento pedagógico negativo,
caligrafias indesejadas pelos seus Peed,
comportamento não satisfatório, entre outras atitudes
de alunos que ainda falta muito por aprender
A direcção da escola, em concordância com a DPE
06 Peed foram infelizes na introdução do ESG porque não 100
tiveram em conta estas situações. “Os nossos filhos
correm riscos de serem mordidos por bichos, paus na
cabeça, chuvas, frios, poeiras, e nós não temos o que
fazer”.
Quais são os 01 Gesc O director da escola é licenciado em Ensino de 33,3
motivos da Geografia pela UP de Nampula
04 insuficiência de 01 Gesc O DAP é licenciado em Ensino de Matemática pela 33,3
pessoal UP de Nampula
qualificado na 01 Gesc O DAA na ordem dos 33,3% é formado no Instituto 33,3
escola? Industrial e Comercial de Nampula (Mecânica)
Para que se constrói mais salas de aulas é necessário
ter recursos financeiros, principalmente, mas vontade
03 Gesc é o que não falta. Se for a se analisar no ano 100
O que está por antepassado (2011) foram construída mais 03 salas de
detrás da falta aulas para descongestionar os alunos, infelizmente,
05 de espaço para os alunos tendem a aumentar o que não chegou e
construção de ainda se procura recursos para aumentar as salas.
novas infra- É necessária a construção de mais salas de aulas mas
estruturas? 06 Prof. se verifica o facto de estar duas escolas no mesmo 100
recinto o que fica mais difícil gerir.
A fraca participação que a comunidade dá a escola
06 Peed contribui para que muitos objectivos não sejam 100
alcançados. Todas as actividades não são colaborado

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com os Peed, apenas se observa os resultados que


não costuma a ser satisfatórios.
Fonte: Adaptado pelo proponente, 2013.

Bibliografia

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Você também pode gostar