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Introdução
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Com esta pesquisa analisar-se o impacto da transformação das escolas primárias completas
em escolas secundáriasna Província de Nampula procurando mecanismos de gestão do
sistema educacional tendo em conta a improvisação das infra-estruturas e do pessoal naquela
escola (EST) e descobrir mecanismos de fortalecimento da administração do ensino secundário
inserido no meio.
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1.1 Problematização
O processo de transformação de Escolas Primárias em Secundárias acontece em muitas Zonas do
País assim como em alguma parte do mundo, trata-se, pois, de desenvolvimento do sistema
educativo a nível da base.
Em primeiro lugar, a maior parte de Escolas são concebidas como Primárias, isto no âmbito da
preparação da carta escolar. Tais escolas, como é o caso da Escola Secundária de Teacane, foram
apenas concebidas para leccionarem o nível básico, suas salas de aulas, pátio, recursos existentes,
casas de banho entre outras situações, são apenas para crianças com idades compreendidas entre
06 à 15 anos.
Entretanto, nota-se que a expansão dos níveis de ensino não é acompanhada pela formação de
professores nem pela construção de novos edifícios. Assim, elevou-se o nível de ensino e
mantiveram os níveis e as condições dos professores e as salas de aulas. Claro que um dos
aspectos mais salientes na Cidade de Nampula, em particular o Bairro de Natikiri onde se
encontra localizada a escola é o elevado número da população escolarizável; de acordo com os
dados do CMCN, entre os anos de 2010 à 2012 a população daquele bairro aumentou
significativamente.
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Apegue no caso concreto da actual Escola Secundária de Teacane, a mesma começa com a
implantação apenas da EPC de Teacane e, depois de algum tempo passou a funcionar como EPC
e Secundária no mesmo recinto escolar, com único director, único chefe da secretaria e dois
pedagógicos. Consequências disso, os alunos da EPC passaram na sua maioria a sentar debaixo
das árvores por insuficiência de salas de aulas que passaram para alunos da escola secundária.
Muitos alunos ficaram congestionados nas salas porque cada uma delas era composta por cerca
de 90 alunos. Primeiro, o número é bastante elevado, segundo, as salas não foram concebidas
para alunos do Ensino Secundário. Outra preocupação, foi o facto de mudança de horário lectivo
de 45’ para 40’ para os alunos do primeiro turno (manhã), porque a entrada na Escola deve
coincidir com os alunos da EPC, o que torna mais difícil ainda melhorar a qualidade de ensino.
Com esta questão levantada, a pesquisa tem como objecto de estudo a transformação escolar.
Uma transformação escolar deve prever as condições materiais e humanas e a sua provisão é
garantia da implantação e execução do plano de gestão que o sistema educativo pode traçar, caso
isso não se verifique a eficiência e a eficácia desse plano é duvidosa e pode ser considerado como
inoperacional.
1.2 Justificativa
A escolha deste tema surge na medida em que o País clama pela qualidade do processo de ensino
e aprendizagem nas Escolas, em que tal componente é tarefa de todos intervenientes que fazem
parte do mesmo processo para melhor encontrar soluções afinas, contrariamente aos anos
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transactos após a Independência do País em que a Educação era tarefa do Governo, ademais,
actualmente, com o regime Multipartidário e Democrático com sistemas temporais quinquenais,
constitui Política e estratégia do PECC 2006/2011 a expansão da rede Escolar ao longo de todo o
País.
Face aos fenómenos retro mencionados “ Construção de Escolas Secundárias não padronizadas e
a transformação de Escolas Primárias em Secundárias”, na opinião do proponente, devem antes
de mais, olhar para todas as vertentes que estão por detrás dessa política tendo em conta a
realidade da escola e conjugando o futuro da urbanização territorial, que cada vez mais se
caracteriza por um nível muito alto de crescimento, dos alunos assim como dos funcionários em
geral, no intuito de impedir constrangimentos futuros.
A motivação que leva o proponente a estudar o tema, parte do princípio que se trata de um tema
que merece muita atenção, uma vez que envolve vários factores peculiares que podem trazer
implicações no futuro do ensino. Tais implicações apesar de transparecerem simples para serem
geridas, a verdade é que o problema está cada vez mais agudizando-se e alargando-se,
dificultando a própria Administração e Gestão Escolares, pois o PEA ocorre fragilizado, por falta
de infra-estruturas, espaço e corpo docente, atendendo o pressuposto nos objectivos do Ensino
Secundário moçambicano.
As Escolas Secundárias têm uma grande e extrema importância no País, pois, descongestionam
automaticamente os alunos formados no nível básico, permitindo novos “in puts” para as Escolas
Primárias e por outro lado, os “out puts” da Escola Primária são absorvidos pela Escola
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1.3 Objectivos
1.4 Hipótese
Encontrada a questão, descrita anteriormente na problematização, tem-se as seguintes hipóteses1:
Do que se sabe é que a melhoria da qualidade de ensino é uma proposta que em si só não é
realizável, depende, no entanto, da disponibilidade ou capacidade institucional de todo o sistema
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Hipóteses são soluções tentativas previamente seleccionadas, do problema de pesquisa (RICHARDSON,
1999:104).
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- Fraca assimilação
dos conteúdos por
parte dos alunos
Fonte: proponente, 2012.
1.5 Metodologia de pesquisa
Quanto aos objectivos a pesquisa é descritiva pois, durante a pesquisa, recorrer-se-á a descrição
de aspectos e fenómenos para a consecução do objectivo da pesquisa. Segundo GIL (1999: 45) “a
pesquisa descritiva tem como objectivo primordial a descrição das características determinadas
do fenómeno em estudo, ou estabelecimento de relações variáveis”.
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Como amostra, o estudo abrangeu cerca de 15 indivíduos, dentre os quais gestores escolares,
professores de várias categorias e pais e/ou encarregados de educação2, distribuídos conforme a
tabela a seguir:
Observação participante
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São pais e/ou encarregados de educação provenientes das EPCs que circunscrevem a comunidade escolar da EST,
nomeadamente: Pedreira, Muthimacanha, Acordos de Lusaka, Mulhaco.
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A observação participante foi feita de forma directa e serviu como uma técnica auxiliar. A opção
por este tipo de observação relacionou-se com o facto de crer interferir no estado das condições
infra-estruturais e do material didáctico existente naquela escola. Além de fazer a observação das
condições infra-estruturais e do material didáctico o estudo incidiu sobre os mapas estatísticos e
de aproveitamento pedagógico dos anos (2010-2012).
Segundo LAKATOS e MARKONI, (1990: 90) “observação é uma técnica de colecta de dados,
para conseguir informações de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver
e ouvir, mas também em examinar factos, que se desejam estudar”. Portanto, neste trabalho, vai
servir para observar os aspectos relacionados com a transformação de escolas primárias em
secundárias, uma vez tratar-se de algo observável. Dos aspectos destacam-se o tipo de infra-
estrutura escolar, as dimensões de salas de aulas assim como o espaço escolar no seu todo.
Entrevista:
Na entrevista obedeceu-se a rigidez da estrutura das perguntas, num esquema fixo que se seguia
as questões que eram geralmente abertas de modo que o entrevistado pudesse ter possibilidade de
desenvolver a resposta dada. Foi dirigida aos gestores escolares, aos professores para saber o
impacto da transformação escolar em relação aos efectivos e ao processo de ensino
aprendizagem, além de técnicas de ensino usadas no ensino geral e aos pais e/ou encarregados de
educação para saber qual era o ganho pela transformação escolar naquele ponto da cidade de
Nampula.
De acordo com GIL (1999:118) “entrevista é uma técnica em que o pesquisador se apresenta a
frente do investigado e formula perguntas, com intuito de obter dados que interessam a
investigação”. Na presente pesquisa, a entrevista terá como população alvo, a direcção da escola,
e gestores da educação, de modo a colher a sua sensibilidade sobre a transformação de escolas
primárias em secundárias no que concerne aos anos da sua experiencia de trabalho, capacitações
internas, recursos humanos qualificados, anos de formação, entre outras.
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De acordo com LUCK (2008:28): O gestor educacional deve ser chamado a responder as
várias exigências que as comunidades costumam a dar no sentido de facilitar o seu
desenvolvimento. O gestor deve ser uma personalidade munida de competências e
estratégias que lhe facilite tomar decisões amplamente fundamentais para o rápido
crescimento da escola.
Transformação
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Daí, ser fundamental que haja gestores qualificados no seio da educação para que os objectivos
previamente definidos sejam devidamente alcançados na sua plenitude.
Escola
A escola é considerada como sendo o local segundo o qual se transformam ideias em acções no
sentido de se ter novas descobertas, soluções para problemas, invenções entre outras, por isso,
diz-se que a escola “é o lugar ou espaço reservado para apenas proceder questões relacionadas
com o processo de ensino e aprendizagem e, nada mais do que isso se pode considerar de
escola…” (Saviani; 2007,76).
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Mas, para outros estudiosos consideram que a escola como o principal campo para a
transformação do indivíduo, para a mudança de atitude e concepção do indivíduo, purifica e
estabiliza e, ainda equilibra o homem em todos os sentidos. Com isso, MARTINS (1999:115)
sustenta que a escola “é o espaço no qual se processa a educação em seu aspecto formal, logo,
em que há a comunicação educativa entre quem ensina e quem aprende”.
Educação
Todavia, o carácter universal do ensino fundamental, definido em lei, torna a escola um ponto de
convergência de diversos meios sociais, traz para o seu seio os mais variados valores expressos
na diversidade de atitudes e comportamentos das pessoas que a integram. Podemos perceber
então que o ensino é algo universal.
avançadas, para uma determinada função que se aplicada sobre um grupo dá modificação do
sistema macro da sociedade.
Assim, o fenómeno de transformação é uma teoria do valor que implica a mudança de estado
físico (ou fase) da matéria, de um para o outro desconhecido, concebidos dentro de uma política a
que se chama de política de transformação que é um conjunto de processos interdisciplinares que
visam criar condições desejáveis e sustentáveis em comportamento e em forma – para indivíduos,
comunidades, organizações e sistemas, propostos como de fim e de utilidade sociais. No que toca
a política de transformação dos projectos educativos, as bases ou elementos estruturais são os
recursos materiais, humanos e financeiros como condição necessária para que o empreendimento
tenha eficácia, como argumenta MARTINS (1999:93):
Todo empreendimento só alcançará êxito se três condições forem satisfeitas:
capacidade, vontade e recursos. Em termos de educação, a vontade consiste na
disposição e na aceitação da proposta por quem implanta, o governo, e por quem
recebe, a população (…). A capacidade está afecta ao pessoal que planejará e
implementará. O recurso inclui esse pessoal e mais as disponibilidades físicas,
materiais e financeiras.
Uma das situações que se encontra por detrás das transformações na educação é o facto da
qualidade de ensino que tanto se almeja e os indicadores apontam um ligeiro atraso em relação ao
tempo que se vem falando.
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MEC (2006:10) sustenta que “a qualidade e eficiência do Ensino Primário devem ser reforçadas,
com a melhoria nas taxas de conclusão, diminuição de entradas de alunos acima da idade na 1ª
classe, especialmente raparigas, redução das repetições e desistências, e uma redução no custo
unitário por graduado, como metas”.
Para TELES (1967:159) nesta análise incluem-se alunos, professores e escola propriamente dita:
edifício, móveis, mobiliário, material didáctico e demais utensílios de ensino. O número de
alunos implica abertura, transformação ou adaptação escolar. Contudo para que estes aprendam
precisam da disponibilidade de pessoal docente qualificado para que lidem pedagógica e
didacticamente com os educandos; dos espaços escolares que influenciam decisivamente na
educação dos meninos, motiva aprendizagem (op.cit:160). Outro factor na expansão escolar é o
material didáctico que facilita a ligação da teoria à prática, durante a assimilação dos
conhecimentos.
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Estudos feitos permitem perceber que a preocupação pela transformação das escolas primárias
completas em escolas secundárias é extensiva ao Ministério da Educação, bem como da
sociedade em geral, mas que isso deve ser acompanhado por recursos materiais, humanos e
financeiros. Apesar do esforço que tem vindo a ser desenvolvido no âmbito da massificação do
ensino, em todo o país, a rede escolar do 1º ciclo do ensino secundário assenta, ainda, numa
lógica de utilização de edifícios escolares maioritariamente caracterizados por uma
inultrapassável dispersão geográfica, para além de uma evidente e significativa carência de
meios, recursos e instalações escolares que permitam responder com eficácia às actuais
exigências educativas, cada vez mais amplas e abrangentes.
Esta realidade, de carência de meios para adaptação ou transformação escolar, que corporiza uma
indesejável dispersão de recursos financeiros, materiais e humanos, parece acentuar, ainda mais,
os desequilíbrios locais e regionais que urge ultrapassar e que, por si só, impõem uma
diferenciação negativa entre as zonas rurais e as zonas urbanas.
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Adaptabilidade – é característica dos factores de produção que permite o ajustamento das suas quantidades a
quantidades de produção pretendida em função do tempo disponível para realizar (GOIS et al, 2002:85).
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E, o MEC desenhou várias acções para o alcance dessas metas, no seguinte: “como pode-se ver,
os dois primeiros objectivos representam finalidades estratégicas, enquanto o objectivo 3
representa o meio para o qual se pretende alcançar os dois primeiros objectivos” (MEC,
2006:75). A problemática dos recursos nas instituições educativas, no país em geral, mas
especificamente nas escolas do ensino secundário, sobretudo no meio rural, é uma realidade.
Contudo, a análise sobre este fenómeno tem em conta a realidade económica do país e que o
diagnóstico escolar, também deve ser visto de forma específica porque; a normalização dos
indicadores de eficácia e eficiência dos serviços educacionais:
Depende do país, das regiões, dos materiais existentes, dos recursos financeiros
disponíveis, da política de financiamento e notavelmente da repartição das
responsabilidades entre o governo central, autoridades locais, encarregados de
educação, das condições socioeconómicas das comunidades, condições
climatéricas, etc. (MATANGUE, 2003:4).
De acordo com a ideia desse autor, deve-se ter em conta os padrões de análise da eficácia interna
e externa que indicam o que na verdade deve ser feito quando se adapta ou se transforma um tipo
de estabelecimento (instalação) para um exercício pedagógico.
A transformação escolar de um nível de ensino para outro, deve, na sua planificação prever os
recursos a serem aplicados, como refere o Relatório Nacional do Desenvolvimento Humano 2005
que “o crescimento necessário para se atingir a universalização da educação básica pressupõe
um aumento considerável de professores que será preciso formar” (PNUD, 2006:45).
Tomando em conta a citação acima, vê-se que a transformação duma escola, de um nível para
outro, passa necessariamente, por uma planificação em todos níveis mas que, é preciso reter o
seguinte: um dos aspectos fundamentais que precisa ser analisado cuidadosamente, antes de se
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Um dos focos de acção para a concretização deste objectivo é o aumento do acesso ao Ensino Secundário e Ensino
Técnico-Profissional como instrumento para o desenvolvimento pessoal e económico (MEC, 2006:39).
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implantar o plano, diz respeito aos recursos necessários ao desenvolvimento normal das
actividades programadas (MARTINS, 1999:154).
Durante a realização das actividades do plano, se der falta esta componente, dificilmente pode se
atingir os objectivos do plano (eficácia e eficiência), neste caso o plano educacional, definido na
política geral da educação.
Condições infra-estruturais
As condições infra-estruturais constituem um dos factores preponderantes na análise das
condições da escola pelo facto de servirem de motivação tanto aos alunos como aos professores e
demais gestores educacionais.
Para tal, TELES (1967:161) afirma que a localização, o tamanho do prédio escolar deve ser
tomadas em conta no levantamento das condições de implementação da transformação escolar.
Quanto a este aspecto, a análise incidiu sobre o número de salas de aulas, casas de banho, campos
para desporto e prática de educação física, blocos administrativos, pátios para recreio e outros
espaços escolares.
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Para tal deve ser dado maior ênfase aos professores de formação pedagógica para que as práticas
educativas sejam renovadas como refere DELORS et al (2004:160) que “deve ser dada atenção
especial ao recrutamento e aperfeiçoamento dos professores de formação pedagógica a fim de
que, com o tempo, possam contribuir para a renovação das práticas educativas”. Um dos pré-
requisitos fundamentais para levar a qualidade da educação relaciona-se com o bom desempenho
didáctico, pedagógico e social dos professores. Por isso a sua formação e actualização devem
visar, prioritariamente, a melhoria do seu desempenho.
É nessa óptica que o PEEC prevê a formação do pessoal docente como se pode ver no MEC
(2006:40): “qualificação de mais professores, através do fortalecimento de programas de
formação em serviço e de desenvolvimento contínuo de professores, como o CRESCER”. Mas
tratando-se do ensino secundário, esta formação deve ter um perfil próprio que responda as
exigências deste nível. O SNE contempla a formação de professores de todos os níveis de ensino.
Material didáctico
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Basicamente para o trabalho efectuado nesta pesquisa procura-se compreender a disposição dos
mapas, carteiras, livros e outros meios didácticos, que contribuem, directa ou indirectamente no
rendimento escolar.
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estratégico que será usado como um ponto de referência por todos os parceiros do Sistema, para
se atingir esses objectivos e metas. (MEC, p. 17).
A expansão do acesso e a melhoria da qualidade no ensino secundário terá de ser uma área de
principal enfoque no PEEC, por três razões:
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Aumento das admissões no nível secundário: 3,3 vezes o número no início do PEE I
(1999); e, Expansão da rede de escolas secundárias, mais de metade das quais estão
localizadas nos distritos onde anteriormente não havia escolas secundárias;
De acordo com BRANDAO (1999:99) “os teóricos nos direccionam a pensar que as questões
concretas que influenciaram a prática escolar não nasceram dentro delas (escola), mas,
alimentam-se da sociedade como um todo”. De facto nem sempre o que pensamos ser melhor
para a educação é o que necessitamos.
Para LUCK (2008:24) o gestor educacional deve acompanhar a velocidade das mudanças e
fornecer a tempo as respostas requeridas, pois a escola contemporânea exige dos seus gestores a
modernização dos processos administrativos, a reformulação de funções, o realinhamento das
decisões e, o mais importante, a participação da comunidade educacional na decisão dos novos
rumos a serem seguidos em direcção ao futuro.
Todavia, possuir habilidade humana para interagir com as pessoas, entendendo-as como seres
únicos com características específicas e que reagem de forma particular frente a diversas
situações e compreendendo suas atitudes e comportamentos. Por fim, a habilidade conceitual que
se relaciona à habilidade do gestor educacional para trabalhar com os aspectos mais complexos
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Segundo COSTA (1997:12) o trabalho do gestor deve se apoiar em três tipos de habilidades
essenciais: técnica, humana e conceitual. Ou seja, o profissional de gestão educacional deve deter
conhecimentos técnicos que o habilitem a utilizar-se adequadamente de métodos e técnicas para
solução de questões pedagógicas ou administrativas próprias da rotina da instituição, como as
relacionadas à coordenação pedagógica ou aos sectores administrativos.
Daí a necessidade de se abordar com maior ênfase aquilo que se convencionou chamar de
profissionalização do gestor, ou seja, o reordenamento de sua capacidade gerencial em bases
mais abrangentes, além da estritamente pedagógica, como o diagnóstico da instituição dentro e
fora do âmbito educacional, que lhe irá permitir tomar medidas para modernizar os
procedimentos administrativos, criar condições propícias para a auto-gestão, redefinir metas e
objectivos condizentes com a nova realidade que se pretendem imprimir.
De acordo com as nossas fontes, esta escola já vinha funcionando mas, somente com o nível
primário e, ao longo do tempo os alunos foram aumentando até surgir a necessidade para uma
escola do nível secundário.
A actual EST começou a funcionar nas instalações do régulo Mureveia com cerca de 50 alunos e
com o crescimento da comunidade escolar, fez com que houvesse a transferência das instalações
do régulo Mureveia para Teacane, local onde actualmente funciona a escola. O nome Teacane
vem graças a um rio que nasce nas proximidades da escola, que responde pelo mesmo nome.
Infra-estrutura escolar:
Na EPC e Secundária de Teacane, a saúde escolar está condicionada aos Centros de Saúde 25 de
Setembro que de certa maneira fica longe para estas pessoas que residem na parte norte do bairro
enquanto para os da zona sul, estão virados ao Centro de Saúde de Marere.
Quanto a maneira de conservação do edifício escolar, dizer que a EPC e Secundária de Teacane,
apresenta salas de aulas em condições não muito favoráveis, visto que as construções são antigas
e não possibilitam harmonia para que a aprendizagem ocorra da melhor maneira. Também, de
referir que a escola apresenta um gabinete para director, director adjunto pedagógico, salas de
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reuniões, secretaria, biblioteca e ainda uma alfaiataria escolar como forma a fabricar uniformes
para a escola.
A escola caracteriza-se por apresentar 6 blocos, composto por 3 salas de aulas de cada, onde se
totaliza o número de 19 turmas, onde algumas turmas funcionam ao relento, num número de 8
turmas. A falta de salas de aulas na EPC de Teacane obriga os alunos a aprenderem debaixo das
árvores, estando desta feita expostos ao sol, chuva, poeira, elementos que concorrem
grandemente para o insucesso do processo de ensino e aprendizagem.
De salientar que esta direcção escolar trabalha em conjunto para que permita um rápido
crescimento em termos dos objectivos preconizados a nível da escola bem como dos objectivos
macro implementados pelo MEC e ainda pela Nação.
Horário escolar:
O horário é o meio através do qual esses recursos são organizados para oferecer um máximo de
oportunidades e alternativas educacionais aos alunos, da maior forma mais eficiente (custo-
eficaz).
Contudo, a organização do horário é o método pelo qual o currículo chega aos alunos. O director
de escola tem um certo número de recursos a seu dispor – os professores, as áreas de ensino, as
finanças e o tempo.
De referir que o horário normal dos funcionários da direcção da escola é de 8 horas, isto é, das
7:30H às 15:30H. A nível do horário dos alunos, comporta 5 no período de manha e de tarde e,
para o período nocturno comporta 5 aulas. O período de manha inicia com as actividades às
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6:30H e termina às 11:30H. O período de tarde inicia as 12:30H e termina as 17:30H, enquanto o
período nocturno inicia as 17:45H e termina as 22:55H.
Para se efectuar as actividades a nível dos alunos são marcados encontros nos sábados nos
período de manha para as respectivas limpezas do pátio escolar e por isso que, é uma escola
limpa tanto dentro como fora das salas de aulas apesar de possuir poucas arvores de sombras o
que deixa preocupado a direcção da escola em inverter esta situação existindo deste modo um
projecto de plantio de árvores de frutas para enriquecer o meio escolar.
O que se pode notar é o facto de as aulas terem a durabilidade de 40’ ao em vês de 45’ que é o
recomendado. Este factor deve-se a existência da EPC no mesmo recinto e ocupando mesmas
salas de aulas. Mais um motivo que se chama atenção aos gestores escolares na gestão de espaços
escolares como consequência do fraco desempenho dos alunos e professores e da qualidade de
ensino.
na expansão da rede escolar uma vez se tratar de um dos aspectos fundamentais na transformação
de escolas primárias em secundárias.
A mesma questão foi respondida em 100% na ordem de 03 gestores que para se expandir a rede
escolar é necessário que haja muito esforço por parte das autoridades competentes em educação,
mais tudo isso acontece graças aos recursos humanos, financeiros e materiais, e devem ser
altamente geridos olhando para os objectivos reais que se pretendem alcançar.
A qualidade de ensino é o marco que tem estabelecido vários debates a nível mundial, com a
controvérsia da massificação da educação, hoje denominada “Educação Para Todos”. Enquanto
se levanta o acesso a educação massiva, onde todos devem ter acesso, em África e outros Estados
como é o caso de Moçambique, não possuem condições financeiras e organizacionais suficientes,
devem ser apoiados, comportando limitações, deixando muita margem a vontade própria ao
arbítrio de intervenção.
Por outro lado, para se atingir os ODM não é suficiente o crescimento e a expansão da rede
escolar; é preciso elevar a qualidade da educação, isto é, a escola deve garantir que os alunos
adquiram e desenvolvam os conhecimentos, habilidades e atitudes preconizadas pelo currículo
escolar (PNUD, 2006:44).
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É preciso que a escola promova o acesso que é acompanhado pelo desabrochar no indivíduo das
suas potencialidades como ponte para melhorar as condições da sua família e consequentemente
contribuir para o desenvolvimento socioeconómico do meio em que vive. Isso é ilustrado pelas
taxas de promoção, reprovação e desistência que dão o feedback dos resultados que facilitam a
aceitação ou não do sistema para ser tido como de qualidade ou não.
A qualidade de ensino no nível secundário é um imperioso visto que este nível produz além de
candidatos ao ensino superior alunos que por falta de vaga e oportunidade no ensino superior vão
para o mercado de emprego, muitas vezes, sem se ter que passar por uma formação profissional,
o que implica, apenas, garantir o tal posto de emprego pelos conhecimentos, habilidades e
atitudes adquiridos neste ensino por um lado. Também este ensino promove o auto emprego, por
outro lado, contribuindo, desta feita para o desenvolvimento integral e social.
Com isso, conclui-se que para se expandir a rede escolar é necessário que haja participação
conjunta a nível do sistema educativo com destaque aos recursos humanos, materiais e
financeiros.
Alguns professores, concretamente 04 na ordem dos 76% afirmaram que de facto é notório
encontrar alunos no ESG em quase todas as salas de aulas oriundos da EPC como fruto da
implementação de mudança de escolas, o que realmente contribui para diminuir as distâncias que
poderiam percorrer mudando-se para outras escolas, mas, para 24% desses professores,
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aproximando a 02 afirmaram que nem todos alunos têm acesso directo ao ESG porque as vezes
mudam de escolas por falta de vagas, o que não poderia ter que acontecer.
Para os Peed as respostas foram contrarias porque 50% na ordem de 03 afirmaram o mesmo que
os 24% dos professores supramencionados em que há falta de vagas e, para outros 50%
afirmaram que as faltas de vagas estão relacionadas com o comportamento da direcção
pedagógica da escola porque a maior parte de alunos que ficam na escola são conhecidos, filhos
de professores ou familiares, e deixam de lado os que outrora estudavam na mesma escola, o que
compromete significativamente a dinâmica de vida de tais alunos que ficam sem vagas para
estudar.
Conclui-se que a maior parte dos alunos que frequentam o ESG na Escola Secundária de Teacane
é fruto da transformação de EPC uma vez que são os mesmos que permanecem na escola mas,
em contrapartida, nem todos os alunos têm acesso directo à escola uma vez que existe um
comportamento dos dirigentes em dar oportunidade seus familiares, amigos, vizinhos,
conhecidos em troca ou não de algo mas, é que o facto prejudica os alunos que vivem perto da
escola sendo obrigados a abandonar de estudar ou mesmo se sacrificar numa outra escola mais
longe da sua casa.
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Os gestores escolares afirmaram em 100% na ordem de 03 que é uma realidade que a escola vive
porque as salas de aulas são insuficientes e alguns alunos estudam ao relento, principalmente, os
da EPC que se lecciona debaixo de árvores na sua maioria, isto deve-se uma parte por falta de
salas de aulas que a EST está a utilizar e, consequentemente, trás implicações negativas ao PEA.
Na mesma ordem de ideias, 100% de professores correspondendo a 06, afirmaram que de facto
as turmas ao relento que se vive na escola é uma tremenda preocupação para todos, alunos,
direcção e professores, assim como para Peed que vêem seus filhos debaixo de mangueiras para
aprender, consequentemente, a sua aprendizagem não é satisfatória. Daí, para os alunos no final
de cada trimestre, pode se notar a fraca assimilação dos conteúdos, aproveitamento pedagógico
negativo, caligrafias indesejadas pelos seus Peed, comportamento não satisfatório, entre outras
atitudes de alunos que ainda falta muito por aprender.
NERÍCI (1991:344-352) define como aulas precárias aquelas em que a sala ambiente; sala de
aulas; a biblioteca especializada; recursos audiovisuais; biblioteca geral; a motivação por parte do
aluno; formação psicopedagógica por parte do professor, entre outros elementos estão ausentes
no processo de ensino e aprendizagem.
Com isso, conclui-se que as salas ao relento influenciam negativamente para aprendizagem dos
alunos uma vez que não são espaços concebidos para decorrer o PEA. O que está por detrás dessa
situação é o facto da transformação da escola sem ter em conta certos aspectos que
negativamente estão a se fazer sentir. As escolas não foram concebidas para receber alunos do
ESG mas sim para os da EPC o que neste momento, na realidade, os alunos não se encontram
numa aprendizagem condigna.
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Em relação ao pessoal que trabalha na escola, seu nível de formação, foi questionado o seguinte:
Quais são os motivos da insuficiência de pessoal qualificado na escola? A mesma questão tinha
como objectivo crucial conhecer o nível de qualificação dos profissionais, principalmente, dos
gestores escolares.
No que concerne aos gestores escolares, 01 na ordem dos 33,3% que é o director da escola é
licenciado em Ensino de Geografia pela UP de Nampula, 01 na ordem de 33,3% que é o DAP é
licenciado em Ensino de Matemática pela UP de Nampula e, 01 que é o DAA na ordem dos
33,3% é formado no Instituto Industrial e Comercial de Nampula (Mecânica).
De acordo com CHIAVENATO (2002: 121) “Recursos humanos qualificado é o garante para o
funcionamento de uma organização. Trata-se de personalidade que tem a função de gerir e
encontrar alternativas de resolver todos os problemas oriundo de actividades internas e externas à
organização…”.
Daquilo que constitui a gestão de rh é necessário compreender que deve-se colocar homem certo
no lugar certo como forma de eficientemente se alcançar os objectivos traçados. Mas, o que se
notou nenhum formado em gestão escolar estava para auxiliar o trabalho o que dificilmente
podemos encontrar pessoal qualificado na escola.
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Os Peed afirmaram em 100% também na ordem de 06 que a fraca participação que a comunidade
dá a escola contribui para que muitos objectivos não sejam alcançados. Todas as actividades não
são colaborado com os Peed, apenas se observa os resultados que não costuma a ser satisfatórios.
De acordo com LUCK (2008:45) os gestores educacionais devem fazer o acompanhamento das
actividades tendo em conta todos recursos existentes na escola, devem ademais, fazer a
racionalização dos recursos com vista a alcançar os objectivos preconizados.
Conclui-se que a falta de espaço para a construção de mais salas de aulas provem da junção de
duas escolas no mesmo recinto, a EPC e a EST o que dificulta a construção de salas, brincadeiras
das crianças no recreio, controlo de entrada e saída de pessoas estranhas, aumento de
marginalidade e comportamentos indesejados, entre outras acções.
De acordo com os dados obtidos a partir dos nossos entrevistados, para os gestores escolares, é
necessário que se dinamize a escola e encontre outras vias alternativas para que os alunos
aprendam, isto porque, nem todos os alunos têm oportunidades de continuar com seus estudos em
escolas privadas ou distanciadas das suas casas, por isso, seja fundamental que se transforme as
escolas primárias em secundárias para assegurar a continuidade dos seus estudos.
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Após os dados recolhidos naquela Escola Secundária de Teacane, vê-se que a improvisação dos
espaços escolares e do pessoal docente aumenta a fraca capacidade institucional. São 19 turmas
do ESG a funcionar em apenas 08 salas. E, além dessas turmas, existem 16 turmas do EP1 e EP2
sob a gestão de outra direcção no mesmo recinto escolar que funcionam em estabelecimentos
impróprios e debaixo das árvores. Em Didáctica, sabe-se que os espaços escolares constituem a
base da motivação e, a motivação facilita a aprendizagem e se os alunos aprendem bem; o ensino
tem qualidade.
Assim, fica comprovada a hipótese de que a improvisação dos espaços e do pessoal docente na
transformação das escolas primárias completas em escolas secundárias contribui para a fraca
qualidade de ensino na EST.
Conclusão
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A pesquisa levada a cabo com o tema transformação das escolas primárias completas em escolas
secundárias: caso da Escola Secundária de Teacane (2012), conseguiu analisar o impacto da
transformação das escolas primárias completas em escolas secundárias na Cidade de Nampula.
Identificou-se, que as condições dos espaços escolares e do pessoal docente, na transformação
escolar contribui para a fraca capacidade institucional, dum lado, embora facilite o acesso ao
ensino secundário nesta cidade, onde muitos graduados, sobretudo provenientes do Posto
Administrativo de Natikiri, não tinham acesso.
De acordo com as pesquisas efectuadas foi possível analisar que a maior parte dos alunos que
frequentam o ESG na Escola Secundária de Teacane é fruto da transformação de EPC uma vez
que são os mesmos que permanecem na escola mas, em contrapartida, nem todos os alunos têm
acesso directo à escola uma vez que existe um comportamento dos dirigentes em dar
oportunidade seus familiares, amigos, vizinhos, conhecidos em troca ou não de algo mas, é que o
facto prejudica os alunos que vivem perto da escola sendo obrigados a abandonar de estudar ou
mesmo se sacrificar numa outra escola mais longe da sua casa.
Com isso, conclui-se que as salas ao relento influenciam negativamente para aprendizagem dos
alunos uma vez que não são espaços concebidos para decorrer o PEA. O que está por detrás dessa
situação é o facto da transformação da escola sem ter em conta certos aspectos que
negativamente estão a se fazer sentir. As escolas não foram concebidas para receber alunos do
ESG mas sim para os da EPC o que neste momento, na realidade, os alunos não se encontram
numa aprendizagem condigna.
Também, a falta de espaço para a construção de mais salas de aulas provem da junção de duas
escolas no mesmo recinto, a EPC e a EST o que dificulta a construção de salas, brincadeiras das
crianças no recreio, controlo de entrada e saída de pessoas estranhas, aumento de marginalidade e
comportamentos indesejados, entre outras acções.
Sugestões
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As salas de aulas e os edifícios escolares são aspectos fundamentais que se deve tomar em
consideração para que o PEA decorra em boas condições, o que não se notou na escola porque
existe cerca de 19 salas de aulas e dessas 08 funcionam ao relento, portanto, sugere-se que se
envide esforços no sentido de permitir que se construa mais salas de aulas nem que sejam com
material precário no sentido de albergar os alunos para que não corram riscos de contrair doenças
facilmente.
Os recursos humanos (rh) qualificados são o garante para que se alcance os objectivos
previamente definidos, com isso, notou-se que na EST nenhum dos membros de direcção tem
qualificações para responder a área pela qual ocupa, daí, sugere-se que é necessário colocar
homem certo no lugar certo como forma de eficientemente se alcançar os objectivos traçados
assim como para garantir eficazmente a gestão escolar.
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Apêndices
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5. O que está por detrás da falta de espaço para construção de novas infra-estruturas?
R:____________________________________________________________________________
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5. O que está por detrás da falta de espaço para construção de novas infra-estruturas?
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5. O que está por detrás da falta de espaço para construção de novas infra-estruturas?
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