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RESUMO
Analisa como se dá a formação continuada dos professores que ensinam
matemática nos anos finais do Ensino Fundamental de Cachoeiro de Itapemirim
em relação à educação inclusiva; caracteriza os processos de formação
continuada dos professores de matemática dos anos finais do ensino
fundamental de Cachoeiro de Itapemirim, relaciona as demandas de formação
continuada com as condições de trabalho dos professores. Movimentaram a
pesquisa a seguintes questão problematizadora: como se dá a formação
continuada dos professores de matemática dos anos finais do Ensino
Fundamental de Cachoeiro de Itapemirim, em relação à educação inclusiva? A
metodologia caracteriza-se como qualitativa, exploratória do tipo estudo de caso.
Conclui-se que a formação continuada vivenciada pelos professores investigados
ainda é pouco significativa, uma vez que muitos alegam que não possuem
conhecimento a respeito de metodologias e de recursos que atendam aos alunos
com deficiência. Observa-se que a responsabilidade do ensino e da aprendizagem
dos alunos com deficiência não cabe somente aos professores de educação
especial, mas a todos os envolvidos no processo de inclusão escolar. Além do
fundamental papel dos docentes, cabe aos órgãos responsáveis garantir uma
aprendizagem significativa a esses alunos, nesse sentido é possível afirmar que
formação inicial e continuada impacta de forma relevante na inclusão de alunos com
deficiência à medida que contribui para que o processo ensino-aprendizagem seja
mais significativa e atenda às necessidades específicas dos alunos com deficiência.
1
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Licenciatura em
Matemática do Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Cachoeiro de Itapemirim. Aprovado em
19 de março de 2021. Membros da banca examinadora: Fulvia Ventura Leandro Amorim,
Universidade Federal de Viçosa (UFV), http://lattes.cnpq.br/5173304156792483, https://orcid.org/0000-
0001-6699-4747?lang=pt; Elemilson Barbosa Caçandre, Centro Universitário São Camilo - ES,
http://lattes.cnpq.br/7865728027420820, https://orcid.org/0000-0002-0122-6306.
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Licencianda em Matemática pelo Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), Campus Cachoeiro de
Itapemirim.E-mail:salesdecavalhom@gmail.com.
1
Palavras-chave: Formação de professores. Educação inclusiva. Matemática
2
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO
3
O aluno identifica como deficiente auditivo uma vez que não faz o uso de Libras e não necessita de
interprete.
3
Campus Cachoeiro de Itapemirim – despertou o interesse acerca da relação
entre os professores e os alunos com necessidades especiais, uma vez que
lidando com a educação inclusiva percebi o quanto é importante ter um
conhecimento prévio em relação a esse assunto e como os futuros professores
e os docentes já atuantes carem de formação para lidar com os alunos com
deficiencia.
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Fundamental de Cachoeiro de Itapemirim, em relação à educação inclusiva?
2 REFERENCIAL TEÓRICO
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Atualmente discute-se cada vez mais a respeito da formação continuada
de professores, uma vez que a sua formação inicial não é suficiente para a
aquisição dos saberes necessários para a sua atuação cotidiana em sala de
aula, tendo em vista que os saberes e informações se atualizam constantemente
e também as limitações presentes em tais processos formativos. É nesse
contexto que Pereira destaca:
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quais a “reprodução” é valorizada. Assim, o professor restringe-se apenas à sala
de aula. Tendo em vista todos os fatores citados anteriormente, a formação
continuada deve se construir como um processo de formação crítico-reflexiva e
contribuir para a consolidação de uma prática educativa que forme cidadãos
críticos, reflexivos e conscientes do processo formativo.
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atuação profissional dos professores da educação básica, a Resolução CNE/CP
09/2001 diz que
Essa nova resolução teve por finalidade estreitar os currículos dos cursos
destinados à formação inicial de professores com as aprendizagens prescritas
na Base Nacional Comum Curricular (BNCC - Educação Básica). Uma vez que
houve uma necessidade de estabelecer uma Base Curricular para a orientação
de uma linguagem comum sobre o que se espera da formação de professores, a
fim de revisar as diretrizes dos cursos de pedagogia e das licenciaturas para que
tenham foco na prática da sala de aula e estejam alinhadas à BNCC.
Fundamentando então a concepção, formulação, implementação, avaliação e
revisão dos currículos e consequentemente das propostas pedagógicas das
instituições escolares.
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pedagógico e participativo.
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educação especial substitutiva à educação regular, já que esta ainda se constitui
uma forma de tratamento desigual decorrente da deficiência.
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A questão da inclusão causou discussões no Brasil logo após a
promulgação da LDBEN de 1961. Alguns educadores questionaram se ela não
seria uma utopia, e Glatt (1998, apud LIMA e VIEIRA, 2006, p.32) [dentre eles]
expõem que:
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[...] uma das barreiras a serem removidas para o sucesso da inclusão
encontra-se na garantia ou na promoção de um processo de
formação que possibilite ao aluno-docente mudar os valores e
concepções a respeito da educação das pessoas com deficiência (p.
1).
A respeito da formação de professores em relação a Educação Especial, a
Resolução do CNE/CEB nº 02/2001, institui as diretrizes curriculares nacionais
para a educação especial na educação básica e enfatiza a necessidade da
formação tanto dos professores do ensino regular como dos que atuam na
educação especializada, para poder atender às necessidades desses alunos
especiais, tendo em vista que a sala de atendimento educacional especializado
(AEE) tem um cárater de suplementar a aprendizagem dos alunos com alguma
necessidade específica. Face a isto, percebe-se que
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o aluno NEE, para atender as suas particularidades. O professor necessita de
recursos para incluir o aluno, caso contrário ele estará somente inserido na
escola e tais recursos podem se modificar constantemente ou se aperfeiçoar.
Segundo Oliveira e Araújo (2012) é inconcebível o aluno com deficiência estar
matriculado na escola regular como se estivesse apenas fazendo parte do
cenário, sem efetivamente estar incluso neste.
Por outro lado, tanto Freitas (2006) quanto Mazzotta (2006) defendem que
a formação profissional deve partir da formação geral, que vai do comum até a
especialização. Freitas (2006) também destaca que a formação dos professores
deve possuir programas/conteúdos que possibilitem formar um profissional
capaz de desenvolver habilidades para agir em situações diferentes,
considerando a diversidade e a heterogeneidade dos alunos e a complexidade
da prática pedagógica. Além disso, ela defende que a formação é um processo
contínuo em constante desenvolvimento, em que o professor deve ter
disponibilidade para a aprendizagem.
3 METODOLOGIA
CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
4 ANÁLISE DE DADOS
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esse tema na graduação, apenas 16,66% dos entrevistados disseram que
estudaram esse conteúdo.
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-Muito boa, pois meus professores da formação continuada
trouxeram conteúdos muito bons para a área (PROFESSOR 5).
-Várias! São estudos bem importantes para o nosso trabalho em sala
de aula (PROFESSOR 6).
Quando perguntamos sobre o que os motivou a participarem dessa(s)
formação(ões), 33,32% afirma que fez a formação por obrigação, 66,68% relatam
que buscavam mais conhecimentos, mais formação e conteúdos a serem
estudados. Além disso, também vimos que 83,3% conseguiram alcançar o que
buscavam nessas formações e apenas 16,7% disse que na maioria das vezes.
Observamos que 66,64% dos entrevistados tiveram alguma de sua(s) formação(ões)
relacionadas a educação inclusiva.
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Nesse sentido, vale lembrar Mantoan (2006, p.54) quando diz que: “ensinar
na perspectiva inclusiva, significa ressignificar o papel do professor, da escola, da
educação e de práticas pedagógicas que são usuais no contexto excludente do
nosso ensino, em todos os seus níveis.” Visto que os alunos com necessidades
especiais estão presentes na escola e encontram-se em todos os níveis e
modalidades da base educacional, a formação de docentes deve estar alinhada à
política educacional que pressupõe a estruturação de instituições que, sem
discriminação, incluam todos os alunos.
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Quanto a questão de ser possível o processo de inclusão dos alunos com
NEE no ensino regular as respostas foram bem diversificadas
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Ações de acolhimento a esses alunos, promoção de ações voltadas
ao convívio social na comunidade escolar e contratação de
profissionais de apoio (PROFESSOR 3).
Tem que haver profissionais. Eu penso que o aluno de inclusão não
pode ser “jogado” na sala de aula só para dizer que é inclusão
(PROFESSOR 4).
Mais profissionais para trabalhar nessa área com uma formação mais
aperfeiçoada (PROFESSOR 5).
Preparar mais os professores com formações continuadas
(PROFESSOR 1).
Diante do que foi analisado e estudado, a inclusão como premissa principal:
proporcionar a educação para todos, já que segundo a constituição, a educação é
um direito de todos. Entretanto, a realidade desse processo de inclusão ainda não
é como descrito e previsto na legislação e necessita de muitas discussões a
respeito do tema. Comparando o que há na legislação e a realidade educacional, a
questão de incluir os alunos que possuem necessidades especiais na rede regular
de ensino ainda não se solidificou de forma desejada. Ainda é preciso uma melhor
qualificação dos profissionais. Sobre isso, Vasconcelos (2013) defende a
necessidade de uma formação ao docente de forma que perpasse por vários setores
da educação, como a prática, matérias didáticos, teorias leis e tecnologias
assistivas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das análises empreendidas, podemos perceber, mais uma vez, com a
questão levantada no início da pesquisa: como se dá a formação continuada dos
professores de matemática dos anos finais do Ensino Fundamental em relação à
educação inclusiva? Se considerarmos todo o exposto anteriormente, podemos
afirmar que a formação continuada vivenciada pelos professores que ensinam
matemática no município de Cachoeiro, ainda é pouco significativa, uma vez que
muitos docentes entrevistados alegam que não possuem tanto conhecimento a
respeito de metodologias e recursos para esses alunos com NEE inseridos na sala
de aula regular, além de não possuírem uma instrução adequada a respeito da
inclusão de alunos com necessidades especiais.
Com relação aos objetivos, constatou-se que eles foram atingidos, pois foi
possível analisar o perfil dos professores, como foram suas formações iniciais e
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como foi e é a jornada de estudos com relação as formações continuadas. Também
foi possível caracterizar os processos de formação continuada dos professores que
ensinam matemática dos anos finais do Ensino Fundamental de Cachoeiro de
Itapemirim, relacionar as demandas de formação continuada com as condições de
trabalho dos professores de matemática e identificar em que medida a inclusão de
estudantes com necessidades educativas especiais se faz presente no conteúdo dos
processos de formação continuada dos professores de matemática dos anos finais
do Ensino Fundamental de Cachoeiro de Itapemirim em relação à educação
inclusiva.
Por outro lado, é necessário que seja garantido aos docentes a participação
em processos formativos que dialoguem sobre a educação inclusiva para que se
possa atender adequadamente os alunos com alguma necessidade educacional
especial. Nesse sentido, faz-se necessário que se desenvolvam políticas públicas de
formação docente que abarque essa demanda.
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Podemos destacar também que as escolas e órgãos responsáveis pela
educação regional forneçam espaços e tempos de formação aos professores de
forma que possam socializar suas práticas no intuito de refletir e aprimorar o
trabalho com seus alunos, sejam eles com ou sem deficiência. A formação de
professores e o investimento físico nas escolas são de extrema importância para a
escolarização dos alunos perante a diversidade encontrada.
REFERÊNCIAS
28
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 30
jun. 2020.
BRUSCHINI, Maria Cristina A.; AMADO, Tina. Estudos sobre mulher e educação:
algumas questões sobre o magistério. Cadernos de Pesquisa, n. 64, p. 4–13, 2013.
29
FERNANDES, Solange Hassan Ahmad Ali; HEALY, Lulu. Educação Matemática e
Inclusão: abrindo janelas teóricas para a aprendizagem de alunos cegos. Educação
e Cultura Contemporânea. Rio de Janeiro, 2008, v.5, p.91-105.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3.ed. São Paulo: Atlas.
1991.
______. Inclusão Escolar: o que é? Por quê? Como fazer? 2. ed. São Paulo:
Moderna, 2006.
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SASSAKI, Romeu Kasumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de
Janeiro: WVA, 1998.
WERNECK, Cláudia. Ninguém mais vai ser bonzinho, na sociedade inclusiva. Rio
de Janeiro: WVA, 1997.
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