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Curitiba, 28 de fevereiro de 2020.

Uso da Carteira de Trabalho Digital passa a ser


regra: entenda as mudanças

João Guilherme Walski de Almeida*

Promulgada em setembro de 2019, a Lei da Liberdade


Econômica (Lei 13.874/2019) trouxe várias mudanças aos ramos
do direito societário, regulatório e, também, trabalhista,
promovendo importantes alterações na CLT.
Uma das inovações apresentadas pela Lei da Liberdade
Econômica trata da Carteira de Trabalho e Previdência Social,
cuja regra para emissão passa a ser o meio eletrônico, com o
mesmo valor das carteiras de papel. As carteiras físicas deverão
ser emitidas apenas excepcionalmente. Trata-se de um projeto,
portanto, para que as carteiras em papel sejam “aposentadas”
no futuro.
A habilitação para uso da CTPS digital pelos trabalhadores
ocorre pela internet, por meio de aplicativo para celular, Android
ou IOS, ou pelo Portal Emprega Brasil, do Ministério da
Economia. O trabalhador deve se cadastrar, apresentando
informações pessoais básicas e preenchendo algumas
informações profissionais, como as últimas empresas
trabalhadas e os recolhimentos mais recentes à Previdência
Social. Mesmo utilizando a Carteira de Trabalho Digital, os
trabalhadores deverão conservar os documentos físicos,
principalmente para comprovar registros mais antigos.
Para as empresas, o registro das informações deverá ser
realizado diretamente no eSocial, sistema responsável por
unificar as informações trabalhistas e previdenciárias, com
redução da burocracia e simplificação da gestão de pessoas. Os
contratos de trabalho em vigor (inclusive aqueles que estão
suspensos) também deverão ser inseridos no eSocial, conforme
regulamentação da Portaria 1.195/2019 da Secretaria Especial
de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. Esses
dados passarão a constar na Carteira de Trabalho Eletrônica dos
empregados.
As empresas que ainda não utilizam o eSocial e-sSocial
não poderão registrar os vínculos empregatícios por meio das
carteiras de trabalho eletrônicas, devendo se valer da via física
da CTPS.
Outra informação relevante é que a identificação do
trabalhador para fins de registro passa a ser unicamente
realizada pelo CPF, sendo este o único documento que os
trabalhadores deverão repassar aos empregadores.
O prazo para registro da CTPS do empregado também foi
alterado pela Lei da Liberdade Econômica. Agora, as empresas
terão cinco5 dias úteis para anotar a Carteira de Trabalho do
novo contratado. Anteriormente, o prazo era apenas de 48h.
Feita a anotação, o empregado poderá acessar o registro de sua
CTPS em dois dias.
As mudanças tratadas impactam diretamente nas
relações de trabalho, trazendo aspectos positivos para o Estado,
que passará a gastar menos recursos com a expedição dos
documentos em papel e poderá unificar sua base de dados
trabalhista e previdenciária. Da mesma forma, existem
vantagens para as empresas, que passam a contar com maior
prazo e menores dificuldades para efetuar a anotação na
Carteira de Trabalho, facilitando a gestão de recursos humanos.
Por fim, também existem ganhos aos trabalhadores, que não
precisam mais esperar vários dias para a emissão do
documento, não correndo mais o risco de perder a possibilidade
de se candidatar àa vagas de emprego pela falta do documento.

*João Guilherme Walski de Almeida é advogado do


Departamento Trabalhista da Andersen Ballão Advocacia.

*João Guilherme Walski de Almeida é advogado do


Departamento Trabalhista da Andersen Ballão Advocacia,
mestrando em Direito pela UFPR e membro da Comissão de
Defesa de Direitos Humanos da OAB-PR.

Comunicação Andersen Ballão Advocacia

Helena Carnieri – Analista de


Comunicação
Cel.: (41) 9 9132-0235 |
helena.carnieri@smartcom.net.br
Silvana Piñeiro Nogueira –
Coordenadora
Tel.: (41) 3039-3934 |
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