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DETEÇÃO E

DESENVOLVIMENTO DE
PROMESSAS NO FUTEBOL
INTRODUÇÃO

1. A formação e deteção de jogadores/as constitui para a Federação Angolana de Futebol


o mais importante assunto/desafio do nosso Futebol, sobre o qual urge intervir de
forma organizada e coordenadamente.

2. Produzir, divulgar e ajudar a aplicar estas Orientações Nacionais deverá ser uma ação
prioritária aos treinadores das diferentes províncias, municípios e comunas.

3. Sabendo que existe uma escassez de recursos humanos e porque a maioria dos
treinadores não estão vinculados “em tempo inteiro” e têm (e ainda bem que assim é)
vidas profissionais muito ocupadas deverão fazer o esforço juntamente com os
treinadores eleitos como coordenadores das diferentes províncias, municípios e
comunas de se organizarem para levar a cabo estas Orientações.

4. Temos consciência que a utilidade destas Orientações Nacionais não é garantia pelo
simples facto de estarem produzidas em papel, mas sim pela sua divulgação
generalizada junto dos treinadores e principalmente pela forma como estas as irão
aplicar no seu trabalho de deteção e captação de talentos.

5. Da parte da Federação haverá sempre disponibilidade e empenho para apoiar na


existência de qualquer dúvida.

6. Este é um documento que deverá e será atualizado ao longo do tempo.

7. As Orientações Nacionais para a formação de jogadores assentam numa filosofia, da


qual destacaremos os seguintes pontos:

a) Privilegiar a evolução de cada um dos jogadores, através da qual se faz a


evolução do nível de jogo da equipa. Existe uma diferença fundamental no
raciocínio do treinador, conforme treine uma equipa Sénior ou um escalão de
formação:

 Nos Séniores, a tarefa do treinador é consegui aproveitar ao máximo as


características dos jogadores que compõem a equipa;
 Numa equipa de formação, trata-se de, respeitando as etapas de um
programa a médio/longo prazo, ir “construindo” o atleta/jogador, de
forma a poder atingir o mais alto nível quando for Sénior, de acordo com o
conhecimento que o treinador deverá ter acerca das tendências de
evolução do jogo.

b) O planeamento duma equipa de formação é muito distinto do de uma equipa de


Séniores, que tem como unidade fundamental de planeamento ao longo da época
o microciclo, orientado em função do(s) jogo(s) da semana. Na formação, as
variáveis que determinam as decisões de planeamento são outras: o
conhecimento das etapas de evolução dos jogadores e do nível de jogo e a
validação sistemática dos indicadores individuais e coletivos dessa evolução, sendo
a competição um elemento importante de aferição. Planear semanalmente, tendo
como preocupação fundamental ganhar ao fim de semana, pode ser muita coisa,
mas não é certamente planear a formação de jogadores. Dito de outro modo,
formar jogadores é algo muito diferente de preparar equipas para “ganhar o jogo
seguinte”!

c) A principal “habilidade” do treinador de formação é conseguir que os jogadores


por cuja evolução é responsável aprendam, aperfeiçoem e treinem o que é
realmente importante, no momento em que se encontram do seu percurso de
formação.

d) As decisões do treinador de formação devem basear-se no seu conhecimento


sobre o jogo e na aprendizagem contínua/acompanhamento por treinadores mais
experientes (“Coordenadores”), tendo como guias os seguintes pontos:

 Conhecer as exigências que o Futebol moderno coloca e para as quais


temos que formar jogadores, ou por outras palavras: que “modelo de
jogador” queremos formar, tendo em conta as tendências de evolução do
jogo;
 O que ensinar/treinar em cada uma das etapas de evolução dos jogadores,
ou seja, “o que vem antes e o que vem depois” no percurso de formação,
ou ainda “começar pelo ABC…;
 O treino/ensino das Decisões + Execuções …. Conceitos/Leituras de jogo +
Tática Individual….. o Quando + Como+ Porquê;
 Técnica e Tática individual antes da Tática Coletiva;
PERCURSO DE FORMAÇÃO DO JOGADOR

Fundamentos:

1- Ensinar e treinar o que os jovens precisam de aprender em cada etapa da formação,


mais do que ensinar e treinar aquilo que cada um de nós sabe sobre basquetebol;
2- Colocar a tática individual como o centro do ensino e da aprendizagem do jogo em
cada uma das etapas- a técnica pela técnica não serve sem a existência de um
pensamento tático integrado no jogo;
3- Enriquecer os argumentos técnicos dos jogadores à medida que as necessidades
táticas sejam crescentes.
4- Articular os processos táticos (ofensivos e defensivos) por forma permitir a que um
jogador aos 18 anos integre exigências do Futebol de rendimento, jogue numa equipa
sénior, mas aos 23-25 anos possa reunir as suas possibilidades físicas, técnico-táticas
e psicológicas para competir ao alto nível.
5- Desenvolver uma elevada atitude competitiva – SUPERAÇÃO PERMANENTE!- exigindo
nos jogos os conteúdos, comportamentos e qualidades que se treinam.
NOÇÃO DE TALENTO APLICADO AO FUTEBOL

O talento constitui uma das condições fundamentais para aceder ao nível mais alto da
competição, representando o primeiro escalão para selecionar os indivíduos com as
aptidões necessárias para atingir o expoente máximo de aperfeiçoamento desportivo
através de um processo complexo de especialização.

Talento motor geral: Indivíduo capaz de aprender com facilidade uma ampla quantidade
de tarefas de alguma dificuldade motora.

Talento desportivo geral: Indivíduos com grande talento motor geral que estão dispostos
a submeter-se a um programa de treino.

Talento desportivo específico: São os indivíduos que para além do talento desportivo têm
as noções básicas para obter rendimento desportivo numa determinada modalidade
neste, caso o Futebol.

ELEMENTOS QUE DEFINEM UM JOGADOR COM TALENTO

(critérios a ter em conta na hora da seleção)

1- Aspetos genéticos e hereditários;


2- Estado de saúde;
3- Estado de maturação biológica;
4- Aspetos morfológicos e antropométricos;
5- Potencial do desenvolvimento de qualidades físicas e coordenativas;
6- Características psicossociais e cognitivas.

DETEÇÃO, SELEÇÃO E ACOMPANHAMENTO DOS TALENTOS – CONCEITOS

A deteção, ou não precoce para um desportista de alto rendimento é mais ou menos


importante em função do meio em que este está envolvido. São muitos os fatores que se têm
de conciliar para chegar a ser considerado um talento. Alguns destes fatores têm o seu
expoente máximo em idades muito precoces. É fundamental uma envolvência educativa
adequada para que as capacidades tenham um desenvolvimento correto de maneira a não
limitar todo o processo de formação. Isto, juntamente com os prazos temporais
imprescindíveis para realizar as etapas do processo de aprendizagem, é o que vai marcar o
ritmo.

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